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SUMRIO
Contedo
APRESENTAO ....................................................................................................... 5
INICIAO CIENTFICA ............................................................................................. 5
TRABALHOS ............................................................................................................... 5
Empreendedorismo e Comrcio Eletrnico: Fatores que Levam Abertura de uma
Loja Virtual .................................................................................................................. 8
Responsabilidade Social e Trabalho Voluntrio: desenvolvimento e implementao
de um projeto nas Faculdades Promove e Infrium. ................................................. 32
DIREITO - FACULDADE KENNEDY ......................................................................... 49
Linguagem Jurdica e Acesso Justia .................................................................... 50
Legal Language and Access to Justice ..................................................................... 50
Poltica Migratria para o Brasil ................................................................................. 70
Migratory Political to Brazil ........................................................................................ 70
Abuso De Direito: Mero Ato Ilcito Objetivo? ............................................................. 91
Abuse Of Rights: Mere Objective Unlawful Act? ....................................................... 91
Direito Penal como Poltica Social: As Consequncias da Expanso do Direito Penal
sobre o Estado Democrtico de Direito no Brasil .................................................... 109
Conveno de Palermo e o Crime Organizado Transnacional: Aplicao da
Conveno em mbito Interno Face as suas Possveis Controvrias .................... 134
O Incidente De Resoluo De Demandas Repetitivas Do Novo Cdigo De Processo
Civil ......................................................................................................................... 157
Garantia No Emprego Do Pai Ou Me Adotante ..................................................... 173
Disponibilidade Jurdica Da gua ............................................................................ 196
A Tributao Unificada No Mercosul Enquanto Medida De Eficincia Do Processo De
Integrao Do Bloco ................................................................................................ 219
A judicializao da sade no Estado de Minas Gerais: uma anlise sob os aspectos
jurdico-econmicos. ............................................................................................... 237
O Direito Dos No Nascidos: Uma Anlise Sobre A Tutela Legal Dos No Nascidos
No Ordenamento Jurdico Brasileiro ....................................................................... 263
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
3
Estudo Sobre A Satisfao Dos Discentes Do Curso De Graduao Em Direito Da
Faculdade Kennedy De Minas Gerais ..................................................................... 279
A Hermenutica Jurdica em Dei delitti e delle pene [Dos delitos e das penas
1764], de Cesare Beccaria [1738-1794]: uma anlise filosfica e humanstica....... 298
ENGENHARIA CIVIL ............................................................................................... 343
Light Steel Frame .................................................................................................... 346
Processo de Dessalinizao da gua do Mar para Consumo Humano .................. 358
Desalination Process of Sea Water for Human Consumption ................................. 358
Proceso de desalinizacin de agua de mar para el consumo humano ................... 358
Potencial de Aproveitamento com Uso Sustentvel da gua da Chuva em Santana
do Riacho ................................................................................................................ 371
Tarifa Zero Para O Transporte Pblico ................................................................... 386
A Importncia do Planejamento de Obra ................................................................ 402
Metodos Experimentais ........................................................................................... 375
Mobilidade Urbana: Expectativas e Impacto Inicial das Obras Realizadas Para a
Copa do Mundo de 2014 em Belo Horizonte .......................................................... 390
ENGENHARIA DE MINAS ...................................................................................... 413
Uso e Reuso da gua no Processamento Mineral: Reviso do Cenrio Mundial ... 415
Modelagem 3D de Corpo de Minrio: Aplicao Utilizando Micromine ................ 434
Beneficiamento E Industrializao Do Cimento ....................................................... 450
Elaborao de Sistema de Informaes Geogrficas (SIG) a partir de Dados
Pblicos: Relao com a Gerao de Alvos de Pesquisa para Elementos Terras
Raras. ...................................................................................................................... 467
ENGENHRIA DE PRODUO ............................................................................... 483
Estudo comparativo e cognitivo de materiais feitos a partir da tecnologia social dos
encauchados amaznicos ....................................................................................... 485
Avaliao das Propriedades Teraputicas de guas Minerais................................ 507
Mensurao da Qualidade em Servios em Instituies Financeiras ..................... 525
Prticas de Governana Corporativa em Empresa Familiar de Segurana Eletrnica:
um Estudo de Caso ................................................................................................. 536
Estudo De Campo Em Uma Unidade Do Sistema Prisional Para Melhoria De
Processos Com Ganho De Qualidade E Produtividade .......................................... 556
Anlise Da Curva De Vida De Ferramentas De Corte Para O Ao Inox 303 .......... 580
Avaliao do Reso de gua na Reduo de Custos em Processos de Tratamento
de Efluentes da Indstria Txtil ............................................................................... 592
PUBLICIDADE E PROPAGANDA ........................................................................... 617
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
4
Design e Visualizao da Informao: reviso terminolgica e conceitual ............ 644
SISTEMAS PARA INTERNET ................................................................................. 654
Utilizao De Um Data Warehouse Para Anlise Histrica Do Volume Pluviomtrico
Do Municpio De Belo Horizonte No Perodo De 2010 a 2014. ............................... 658
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
5
APRESENTAO
A Escola de Engenharia Kennedy, a Faculdade Kennedy de Belo Horizonte, e a
Faculdade Kennedy de Minas Gerais, atravs do Ncleo de Ps Graduao e
Pesquisa (NPP) incentivam a pesquisa cientfica e, por acreditar no potencial de seu
corpo discente e docente, criou o Programa Institucional de Bolsas de Iniciao
Cientfica (PIBIC). Esta publicao uma semente dessa iniciativa institucional que
mostra que os frutos so trabalhos de qualidade e valor cientfico.
INICIAO CIENTFICA
Modalidade de pesquisa que permite ao estudante de graduao ter o primeiro
contato com atividades e trabalhos ligados pesquisa cientfica e assim possa
despertar seu interesse de pesquisador.
TRABALHOS
No 4 ano de PIBIC foram desenvolvidos 37 trabalhos distribudos nas seguintes
reas: Administrao (2), Direito (14), Engenharia Civil (6), Engenharia de Minas (4),
Engenharia de Produo (7), Gastronomia (1) Publicidade e Propaganda (2) e
Sistemas de Informao (1).
? ? ? IC Pesquisa
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
6
10%
17%
21%
17%
17%
4%
7%
7%
Trabalhos
Administrao
Direito
Eng. Civil
Eng. Minas
Eng. Produo
Gastronomia
Publicidade e Propaganda
Sistemas de Informao
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
7
ADMINISTRAO FACULDADE PROMOVE
rea De Concentrao Linha De Pesquisa Professores Vinculados
ADMINISTRAO
Administrao De
Produo
Delmi Carvalho
Fernando Lomelino
Administrao Financeira Fernando Custdio
Ronaldo Teixeira
Mercadologia
Ana Cristina Marques
Armando Aguiar Filho
Negcios Internacionais Marcelo Ayres
Administrao De
Recursos Humanos
Andrea Arnaut
Kandice Vieira
Administrao Pblica
Jane Maria Diniz Martins
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
8
Empreendedorismo e Comrcio Eletrnico: Fatores que Levam Abertura de uma Loja Virtual
Juliana Cristina de Andrade1
Fernando Gonalves Custdio2
Resumo: O empreendedorismo tema de grande relevncia no cenrio econmico brasileiro, consiste
na percepo de oportunidades e desenvolvimento de solues inovadoras, seja por meio da criao
de um novo negcio, ou dentro de um negcio j existente. Com o acelerado crescimento da internet,
surgem cada vez mais empreendimentos relacionados ao comrcio eletrnico, visto que este
apresenta algumas vantagens em relao ao ambiente fsico. Um exemplo deste tipo de
empreendimento a empresa Foca na Moda, cujos proprietrios, em decorrncia de algumas destas
vantagens, optaram por trabalhar exclusivamente no meio virtual.
Palavras-chave: Empreendedorismo; Oportunidades; Internet; Comrcio Eletrnico; Vantagens.
1-INTRODUO
Contextualizao do tema e problema
Tomando como base o mbito empresarial, pode-se definir empreendedorismo como
a capacidade para identificar oportunidades de negcio atravs de necessidades
percebidas, utilizar de inovao e criatividade para idealizar meios de satisfazer tais
necessidades e coloc-los em prtica buscando alcanar rentabilidade (BESSAS,
2012, p.27).
1 Aluna do Curso de Administrao da Faculdade Promove de Minas Gerais
2 Professor Orientador da Faculdade Promove de Minas Gerais
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
9
O empreendedor , portanto, a pessoa que rene em si a vontade de suprir uma
determinada demanda, o conhecimento necessrio para desenvolver uma soluo
vivel e a iniciativa para tornar real tal soluo. (SERTEK, 2012, p.14).
Ele no somente um fundador de novas empresas, o construtor de novos negcios
ou o consolidador e impulsionador de negcios atuais. Ele muito mais do que isso,
pois proporciona a energia que move toda a economia, alavanca as mudanas e
transformaes, produz a dinmica de novas ideias, cria empregos e impulsiona
talentos e competncias (CHIAVENATO, 2012, p.3).
De uma forma geral, endente-se comrcio eletrnico como a realizao de qualquer
tipo de transao comercial por meio de redes de computadores, internet ou outros
meios eletrnicos, indo desde a compra e venda de produtos at locao de espao
para anncios publicitrios (TURBAN; KING, 2004, p.3).
No Brasil o desenvolvimento do e-commerce maior a cada ano. De acordo com a
E-bit, empresa especializada em informaes do comrcio eletrnico, o setor
movimentou R$ 35,8 bilhes em 2014, crescendo, nominalmente, 24%, em relao a
2013, quando o faturamento chegou a R$ 28,8 bilhes. (E-bit3, 2015).
A Foca na Moda um empreendimento familiar, localizado em Belo Horizonte, cujo
negcio est ligado venda de artigos do vesturio e acessrios. Foi fundada em
fevereiro de 2013 e atua exclusivamente atravs do comrcio eletrnico.
Com o crescimento acelerado da aceitao e utilizao do e-commerce, vrios
empreendedores vm deixando de investir em lojas fsicas para iniciarem seus
3 Disponvel em: Acesso em: 15 mar.
2015
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
10
negcios atuando atravs do e-commerce. Tal fato ocorre devido a algumas
vantagens percebidas no ambiente virtual em relao ao ambiente fsico.
Tendo em vista os fatores apresentados, o presente projeto tem como propsito
aplicar um estudo de caso, buscando responder seguinte questo: quais principais
causas levaram os proprietrios da empresa Foca na Moda optar pelo e-commerce
em detrimento de uma loja fsica?
2-Objetivos
Objetivo geral
Apontar as principais causas que levaram os proprietrios da empresa Foca na
Moda a iniciar as suas atividades atuando exclusivamente no comrcio eletrnico ao
invs de optar por uma loja fsica.
Objetivos especficos
Estudar conceitos e definies relacionados aos temas empreendedorismo e
comrcio eletrnico;
Descrever o histrico e a estrutura da empresa Foca na Moda;
Diagnosticar os principais benefcios e dificuldades observadas pelos proprietrios
da empresa Foca na Moda no mercado virtual em relao ao mercado fsico.
3 Justificativa
A importncia do presente estudo reside na possibilidade de apresentar ao leitor os
principais benefcios e obstculos na abertura de um negcio atravs do ambiente
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
11
virtual, por meio de um estudo realizado com os proprietrios de uma empresa que
atua exclusivamente neste ambiente.
Salienta-se tambm sua relevncia para o administrador, atravs da promoo de
uma viso mais ampla sobre o empreendedorismo relacionado ao e-commerce.
4-REFERENCIAL TERICO
Com o intuito de sustentar o entendimento dos objetivos propostos neste trabalho e
fundamentar as informaes apresentadas, sero revistos a seguir alguns tpicos
referentes temtica.
5-Empreendedorismo
Conceitos e definies
O empreendedorismo est relacionado capacidade de um indivduo para agregar
valor a uma organizao na qual est inserido, a uma empresa a qual ele passou a
gerir ou a uma ideia por ele desenvolvida, atravs do uso de inovao, criatividade e
iniciativa. Refere-se, ainda, ao comprometimento apresentado por tal indivduo na
busca por seus objetivos e persistncia perante obstculos encontrados (STADLER;
ARANTES; HALICKI, 2014, p.16).
De acordo com Dolabela (2006, p.31), o termo empreendedorismo uma livre
traduo que se faz da palavra entrepreneurship, que contm as ideias de iniciativa
e inovao. um termo que implica uma forma de ser, uma concepo de mundo,
uma forma de se relacionar.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
12
Shane e Venkataraman4 (2000 apud BARON; SHANE, 2007, p.6) definem que:
O empreendedorismo, como uma rea de negcios, busca entender como surgem
as oportunidades para criar algo novo (novos produtos ou servios, novos mercados,
novos processos de produo ou matrias-primas, novas formas de organizar as
tecnologias existentes); como so descobertas ou criadas por indivduos especficos
que, a seguir, usam meios diversos para explorar ou desenvolver essas coisas
novas, produzindo assim uma ampla gama de efeitos.
Partindo de outro ponto de vista, destaca-se que o empreendedorismo no ,
necessariamente, relacionado personalidade do indivduo, e sim ao mbito
comportamental. Assim, acredita-se que possvel desenvolver habilidades
empreendedoras atravs de aprendizado, convivncia, busca por informaes,
dentre outros meios (MALHEIROS; FERLA; CUNHA, 2005, p.17).
Perfil e caractersticas do empreendedor
Maximiano (2006, p.3) acredita que, o empreendedor, em essncia, a pessoa que
tem capacidade de idealizar e realizar coisas novas. Assim, traando um paralelo
com as definies propostas para o empreendedorismo, pode-se defini-lo como um
indivduo capaz de identificar oportunidades, desenvolver solues inovadoras e agir
para transform-las em retorno financeiro e realizao pessoal.
Para Chiavenato (2012, p.8), o empreendedor a pessoa responsvel por tirar
ideias do papel e coloc-las em prtica, fazendo uso de criatividade, iniciativa e
perseverana para transformar oportunidades em negcios reais e lucrativos. Com
isso, promove benefcios para si prprios e para a sociedade na qual est inserido.
4 SHANE, Scott.; VENKATARAMAN, S. The promise of entrepreneurship as a field of research. Academy of
Management Review, 25: 217-226, 2000.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
13
Chiavenato (2012, p.2) ressalta ainda que, o empreendedor a pessoa que inicia
e/ou dinamiza um negcio para realizar uma ideia ou projeto pessoal assumindo
riscos e responsabilidades e inovando continuamente.
Sobre o perfil do empreendedor, Dolabela (2006, p. 23) conclui atravs da anlise de
pesquisas que:
O empreendedor um ser social, produto do meio em que vive (poca e lugar). Se
uma pessoa vive em um ambiente em que ser empreendedor visto como algo
positivo, ter motivao para criar seu prprio negcio.
um fenmeno local, ou seja, existem cidades, regies, pases mais ou menos
empreendedores do que outros. O perfil do empreendedor (fatores do
comportamento e atitudes que contribuem para o sucesso) pode variar de um lugar
para outro.
Maximiano (2006, p.3) considera que o empreendedor possui alguns traos
comportamentais que se manifestam em diferentes combinaes e intensidades em
cada indivduo, dentre os quais podemos citar: criatividade, capacidade de
implementao, senso de independncia, perseverana, otimismo e disposio para
assumir riscos.
Na viso de Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p.24), algumas virtudes so
necessrias para o sucesso do empreendedor:
Para ser bem-sucedido preciso iniciativa, busca de oportunidades, perseverana,
comprometimento, busca por qualidade, correr riscos calculados, determinao de
metas significativas, busca de informaes, capacidade de detalhar, monitorar e de
persuadir, independncia, autoconfiana e saber trabalhar em parceria.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
14
O Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE)5, define o
empreendedor como um indivduo que possui em sua essncia o esprito criativo e
pesquisador. Faz, ainda, um detalhamento mais amplo sobre as caractersticas
empreendedoras, dividindo-as em: relativas realizao (busca oportunidades, toma
a iniciativa, corre riscos calculados, exige qualidade e eficincia, persistente e
comprometido); relativas ao planejamento (busca informaes, estabelece metas,
planeja e monitora sistemicamente); e relativas ao poder (possui poder de persuaso
e rede de contatos, independente e autoconfiante).
Etapas do empreendedorismo
Alguns autores prope o estudo do empreendedorismo definindo-o como um
processo, ou seja, um conjunto de etapas sequenciais, em detrimento da ideia de
um evento isolado. Tendo em vista tal definio, sero descritas a seguir as
principais etapas do processo empreendedor.
Identificar oportunidades
A identificao de uma oportunidade ou de uma demanda no atendida no mercado
o primeiro passo para o desenvolvimento de um novo empreendimento. Ao
identificar determinada oportunidade, o empreendedor busca ideias que possam
satisfaz-la.
A identificao de uma oportunidade o primeiro passo que impulsiona o
empreendedor para o desenvolvimento de um produto ou servio que propiciar o
negcio. Geralmente, a oportunidade uma lacuna detectada ao se avaliar o
mercado e os produtos e servios oferecidos. No entanto, a oportunidade existe
quando o empreendedor consegue visualizar a realizao de seu sonho pessoal,
identifica uma oportunidade para lucrar, ou uma forma de subsistncia quando em
situao de desemprego, insatisfao profissional ou outros motivos (CHIAVENATO,
2012, p. 65).
5 Disponvel em: Acesso
em: 21 abr. 2015.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
15
De acordo com Malheiros, Ferla e Cunha (2005, p.57), atravs de diversas fontes,
contatos e experincias podem acontecer o surgimento de vrias ideias, que levem
ao desenvolvimento de diferentes tipos de empreendimentos. Cabe ao
empreendedor, ento, ser capaz de identificar quais dessas ideias representam boas
oportunidades, nas quais ele poder obter lucro.
Segundo Ferreira, Santos e Serra (2010, p.48), em um primeiro momento as ideias
so muito abstratas, servindo apenas para orientar a procura por mais informaes.
Com pesquisas mais aprofundadas o empreendedor tem a chance de desenvolver a
ideia e fazer os ajustes necessrios.
Para que a ideia tenha uma maior chance de sucesso importante que ela se
enquadre em um dos trs seguintes quesitos:
Novo mercado: O empreendedor lana um produto ou servio que no inovador,
mas que uma novidade no segmento- alvo do mercado ao qual se destina.
Nova tecnologia: Negcios que consistem em novas tecnologias sobrepostas aos
processos de produo ou aos produtos.
Novo benefcio: Apresentao de novos meios de oferecerem um produto ou
servio, apresentando um novo benefcio aos clientes.
Baron e Shane (2007, p.47) destacam, tambm, que a maioria das oportunidades
beneficia as empresas j estabelecidas. Portanto, alm de identificar e explorar
uma oportunidade valiosa para comear uma nova empresa, um empreendedor tem
de faz-lo enfrentando a competio das empresas estabelecidas. Assim, um dos
desafios enfrentados pelo empreendedor a busca por oportunidades que sejam
propcias a novos empreendimentos.
Desenvolver solues inovadoras
A segunda etapa do processo empreendedor consiste em desenvolver solues
inovadoras, para transformar as oportunidades percebidas em negcios reais e
lucrativos.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
16
Muitas empresas so iniciadas quando empreendedores desenvolvem ideias para
novos produtos e servios. No apenas os produtos de alto contedo tecnolgico
tem potencial para o sucesso. Na verdade, com frequncia chegam ao mercado
produtos e servios, triviais ou criativos, com tecnologia de domnio publicou sem
nenhuma sofisticao tecnolgica, mas que nem por isso deixam de ser competitivos
(MAXIMIANO, 2006, p.20).
De acordo com Rogers (2003 apud MORETTI; LENZI; ZUCCO, 2012, p. 99), para
que a introduo de um novo produto ou servio no mercado tenha sucesso
importante agregar caractersticas inovadoras, ou seja, valores ainda no
conhecidos pelos consumidores. Cabe, ainda, salientar que o tais caractersticas
inovadoras devem acrescentar utilidade ao produto ou servio do ponto de vista do
consumidor final.
Colocar as ideias em prtica
Aps identificar no mercado uma oportunidade e desenvolver uma soluo
inovadora para atend-la, o passo seguinte no processo empreendedor consiste em
colocar em prtica aquilo que foi desenvolvido. Muitas ideias que tem potencial para
tornarem-se grandes negcios morrem antes mesmo de sarem do papel, o que
demonstra a importncia da atitude no comportamento empreendedor.
Atitude faz toda diferena. Sonhar nos alimenta, traz um sopro vital de entusiasmo,
mas so as aes e a objetividade que nos ajudam a sair do lugar. quando
decidimos ir alm das previses negativas - e levantar todos os dias com o propsito
de fazer o melhor - que conseguimos mudar o placar do jogo a nosso favor
(GRADILONE6, 2015).
Empreendedorismo e tendncias de mercado
6 Disponvel em: . Acesso em: 31 mai. 2015.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
17
O mercado contemporneo encontra-se extremamente saturado, assim,
necessrio que o empreendedor seja criativo, busque informaes e tenha
persistncia para que possa identificar alternativas para diferenciar-se da
concorrncia ou oportunidades ainda no percebidas por outros.
O empreendedor de sucesso aquele que no se cansa de observar negcios, na
constante procura por novas oportunidades, seja no caminho de casa, do trabalho,
nas compras, nas frias, lendo revistas, jornais ou vendo televiso. Ele curioso e
est sempre atento a qualquer oportunidade de conhecer melhor um
empreendimento. Sabe que sua chance de sucesso s vem para quem trabalha
duro para consegui-lo (DEGEN, 1989 apud SERTEK, 2012, p.124).
, portanto, fundamental que na busca por um negcio de sucesso o empreendedor,
alm de sua criatividade e persistncia, esteja cercado por informaes das mais
diversas fontes. So as informaes sobre necessidades e desejos dos
consumidores, pontos fortes e fracos das empresas j existentes e tendncias de
mercado que apoiam a elaborao de ideias e norteiam as aes do empreendedor.
A oportunidade pode advir de acontecimentos externos e/ou tendncias que
introduzem transformaes sociais, polticas, econmicas, tecnolgicas,
demogrficas, globais ou locais. Por exemplo, o progresso tecnolgico em
informtica e comunicaes, bem como em tecnologia de forma geral, est
introduzindo novos processos e mtodos, novos produtos e novos modelos de
gesto que acarretem novos desafios, mas que tambm trazem novas
oportunidades para as empresas. O empreendedor pode aproveitar uma dessas
oportunidades emergentes em um setor que manifeste maior probabilidade de ter
um crescimento mais acentuado (FERREIRA; SANTOS; SERRA, 2010, p.55).
Ao buscar informaes para desenvolver uma nova ideia o empreendedor
comumente depara-se com uma srie de tendncias, que, nada mais so do que
mercados ou segmentos que apresentam grande expectativa de crescimento curto
prazo. Tais tendncias representam boas oportunidades para o desenvolvimento de
negcios, podendo servir como referncia para o empreendedor. Nesse sentido, o
portal do SEBRAE, destaca que entendendo as mudanas do comportamento
consumidor e as tendncias do mercado possvel identificar novas oportunidades
de negcios.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
18
O portal SEBRAE ressalta, ainda, as diferenas entre tendncias, ondas e modismo:
As tendncias surgem pela mudana de comportamento da populao, diferentes de
ondas e modismos (moda). Ondas surgem repentinamente, tm curta durao e
passam rpido. Os modismos so ciclos que vm e vo, com altos e baixos, como a
moda.
Assim, entende-se que, uma boa alternativa para o empreendedor que busca por
ideias de negcios a se explorar apoiar-se na identificao de tendncias de
mercado, tirando proveito de mercados promissores onde haja boa probabilidade de
expanso acentuada (FERREIRA; SANTOS; SERRA, 2010, p.55).
6-Comrcio Eletrnico
Conceito e histrico
O comrcio eletrnico, tambm conhecido como e-commerce, consiste,
essencialmente, na operao de compras, vendas e demais transaes comerciais
em ambiente virtual por meio da internet.
.
Para Turchi (2012, p.16), atravs do desenvolvimento da internet, o ambiente virtual
passou a ser visto pelas empresas como uma rea promissora a ser explorada e
uma ferramenta para dar maior agilidade aos negcios.
Ainda de acordo com Turchi (2012, p.16), no final dos anos 1990 e incio de 2000,
com a rpida expanso da internet e de sua estrutura de segurana, as novas
perspectivas percebidas levaram as organizaes a ter uma viso mais abrangente,
agregando aos seus planejamentos de marketing um tpico referente s estratgias
de e-business (conceito amplo que engloba a integrao de diversas atividades
organizacionais por meio do auxlio de sistemas de informao tendo como base a
internet).
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
19
Segundo Torres (2009, p. 53), a internet possibilitou uma nova forma de
comercializao: a venda on-line atravs de loja virtual. Alguns tipos de produtos
apresentam maior dificuldade de adaptao para este perfil, mas com o
desenvolvimento tecnolgico, os benefcios desta ferramenta se estendem cada vez
mais.
Torres (2009, p.53) destaca ainda que, o comrcio eletrnico visto por diversas
empresas como uma espcie de tabu a ser quebrado. Muitos empresrios no
percebem as vantagens oferecidas pelo e-commerce, at que um concorrente
comece a vender on-line mostrando que possvel.
Caractersticas do comrcio eletrnico
O comrcio eletrnico apresenta algumas caractersticas que o diferenciam do
comrcio em ambiente fsico. Para facilitar o entendimento dessas caractersticas
prprias, podem-se citar algumas de suas vantagens e desvantagens, do ponto de
vista de consumidores e vendedores.
Para os consumidores
De acordo com o SEBRAE (2015)7, o e-commerce apresenta vantagens para os
consumidores, tais como a possibilidade de pesquisar em diversas lojas de forma
mais prtica, reunir maior quantidade de informaes e fugir necessidade de se
deslocar de sua residncia para efetuar a compra, evitando assim o transtorno com
trnsito, filas e lojas cheias. Porm, mesmo com todas as facilidades permitidas pela
tecnologia, ainda existem alguns obstculos a serem superados, dentre os quais
cabe ressaltar a intangibilidade, o valor e o tempo necessrios para a entrega e a
7 Disponvel em: Acesso em: 26 jul.
2015.
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
20
resistncia que muitas pessoas oferecem por terem receio de realizar compras pela
internet.
Para os vendedores
J para os vendedores, o SEBRAE (2015) destaca como principais vantagens do
comrcio eletrnico: o baixo custo para a comunicao com os clientes e promoo
de ofertas e novos produtos, a possibilidade de oferecer suporte tcnico e
assistncia ps-venda online, receber maior quantidade de feedback dos clientes e
atender clientes de todos os lugares a qualquer momento. Por outro lado, o grande
desafio consiste em melhorar a logstica para a distribuio dos produtos nos locais
desejados pelos clientes e encontrar formas para driblar a intangibilidade e a
insegurana dos clientes.
Panorama do setor de comrcio eletrnico
Segundo informaes levantadas pelo SEBRAE (2014)8, o nmero de consumidores
do e-commerce aumentou exponencialmente nos ltimos 13 anos, passando de
cerca de um milho no ano de 2001 para aproximadamente 61,5 milhes em 2014,
sendo que existem atualmente mais de 100 milhes de usurios na internet. Apurou-
se, ainda, que o aumento das vendas nos ltimos anos foi, em grande parte,
impulsionado pela incluso digital das classes C, D e E, e que a tendncia para os
prximos anos que o setor continue a crescer.
Tambm tendo como base os dados apurados pelo SEBRAE (2014), os principais
fatores atrativos para os consumidores das classes C e D adotarem as compras on-
8 Disponvel em: Acesso em: 26 jul. 2015
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
21
line, foram: facilidade de acesso a cartes de crdito; popularizao da internet,
crescimento das redes sociais, e o consequente aumento nas vendas de
smartphones, tablets e notebooks. Cabe ainda destacar que, as empresas tm como
grande desafio conquistar a confiana de clientes da classe C (que, em geral,
possuem menor familiaridade com o comrcio eletrnico), demonstrando que as
compras so seguras e respeitam valores e prazos combinados.
Ainda de acordo com o SEBRAE (2014), o Brasil lidera o ranking de participao de
compra via e-commerce dos pases latinos, com 60%, sendo que as vendas online j
representam 2% do PIB brasileiro. Os produtos mais vendidos no e-commerce
brasileiro so: vesturio e acessrios com uma marca de 19%; cosmticos,
perfumaria, cuidados pessoais e sade, com 18%; eletrodomsticos, na faixa dos
10%; livros e revistas, com 9%; e o segmento de informtica, com 7%.
O empreendedor, portanto, deve ter um bom conhecimento do e-commerce de modo
geral, e conhecimento ainda mais aprofundado no seu segmento de atuao, assim,
poder ampliar o seu negcio, aproveitando adequadamente as oportunidades
oferecidas pelo ambiente virtual.
Tendncias do e-commerce
Para Kalakota e Robinson, ao mesmo tempo em que as relaes comerciais por
meio do e-commerce tornam-se uma realidade cada vez mais entranhada nas vidas
de consumidores, vendedores e fornecedores, existe tambm uma grande variedade
de oportunidades ainda inexploradas para revolucionar o mercado. No entanto,
necessrio que o empreendedor consiga entender e se antecipar as tendncias
sociais, econmicas, tecnolgicas e modas passageiras, de forma a desenvolver
solues que atendam as necessidades das pessoas de forma surpreendente.
Os consumidores esto mudando seus hbitos de compra e esto adotando o
comrcio eletrnico mais rapidamente que as mais arrojadas previses anteciparam.
[...] O reconhecimento de tendncias no s para empreendedores procurando
fundar novas empresas ou para comerciantes que tentam vender produtos antigos
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
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em embalagens novas. til para identificar novas oportunidades de negcios
(KALOKATA; ROBINSON, P.52, 2002).
De acordo com o portal Curso de e-commerce9 as principais tendncias que esto
dirigindo as organizaes para o e-business para o ano de 2015 so:
Foco em dispositivos mveis
Cada vez mais pessoas tem acesso a smartphones e tablets conectados internet,
empreendedores e organizaes, tem o desafio de se adaptar essa tendncia,
principalmente por meio de aplicativos.
Layout responsivo
Com a variedade cada vez maior de dispositivos mveis e o crescimento das vendas
mobile, as empresas precisam garantir que seus sites mantenham a mesma
qualidade e funcionalidade para qualquer tipo de dispositivo.
Meios de pagamento para mobile commerce
Ao mesmo tempo em que necessrio aprimorar a qualidade e funcionalidade dos
sites, tambm fundamental que haja uma evoluo na segurana em meios de
pagamentos.
Cada vez mais tecnologia
9 Disponvel em: Acesso
em: 06 set. 2015
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necessrio oferecer maior qualidade nos recursos de visualizao, vdeos e
detalhes do produto ofertado, de forma a permitir uma experincia mais tangvel para
o consumidor. O setor de vesturio saiu na frente nesse quesito e necessrio que
os outros setores acompanhem essa evoluo.
Customizao da navegao e atendimento
Ainda dentro do conceito de experincia do usurio, a customizao deve se tornar
uma realidade cada vez mais forte, no apenas na aparncia e funcionalidade das
lojas virtuais, mas tambm na interface de comunicao com os clientes.
Simultaneamente, cresce tambm o conceito de cross selling, que utiliza
experincias anteriores do usurio para personalizar as aes de marketing
destinadas a ele.
Intensificao do uso de redes sociais
A integrao do e-commerce com as redes sociais uma forte tendncia e deve
crescer ainda mais, devido a utilidades como a lista de desejos, por exemplo.
Consumidores podero criar sua lista de desejos pelas redes sociais e a lista ficar
disponvel nas lojas virtuais.
Micro e-commerce
Atualmente as plataformas de e-commerce de boa qualidade apresentam baixo
custo de montagem e manuteno, assim, iniciar uma loja virtual est ao alcance de
pessoas fsicas e micro empresrios.
WordPress dever avanar
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A WordPress uma plataforma inicialmente desenvolvida para a criao de blogs
que, no entanto, est caminhando em direo ao e-commerce. Atualmente, j existe
a possibilidade de montar uma loja virtual, que no fica devendo nada para outras
plataformas do mercado. A tendncia para 2015 que a WordPress seja uma
alternativa de baixo custo para os empreendedores do mercado virtual.
Aprimoramento da logstica no e-commerce
A logstica um fator muito importante para o sucesso do e-commerce, porm ainda
preciso melhorar muito. Devido ao aumento da competio entre os operadores
logsticos voltados ao e-commerce nacional, esperado um aprimoramento em
relao logstica reversa, alm de uma possvel reduo dos custos.
Capacitao profissional em alta
Outra forte tendncia que as empresas adotem equipes tcnicas e administrativas
profissionalizadas, para gerir seus setores de e-commerce, pois o setor est em
plena ascenso, e o nvel de exigncia dos consumidores cada vez mais alto.
7. METODOLOGIA
Delineamento da pesquisa
O presente trabalho foi elaborado essencialmente atravs de extensa pesquisa
bibliogrfica e de pesquisa descritiva na forma de estudo de caso, conduzido junto
empresa Foca na Moda, por meio de entrevista com um dos proprietrios.
Desta forma, foram coletados dados e informaes para fundamentar o estudo,
descrevendo conceitos, caractersticas e dados estatsticos relevantes sobre os
temas propostos.
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Mtodos e instrumentos de coleta de dados
Quanto coleta de dados, utilizou-se a pesquisa bibliogrfica como mtodo
fundamental para a composio de uma base terica que orientou a formulao do
trabalho.
A pesquisa bibliogrfica deu-se atravs da explorao de diversas fontes, tais como
livros, artigos acadmicos e outros tipos de publicaes. Foi necessria
posteriormente uma triagem, na qual, dentre os dados coletados, foram identificados
e selecionados aqueles essenciais para a construo do trabalho.
Por fim, a partir da entrevista realizada junto ao proprietrio da Foca na Moda foi
possvel ter um conhecimento sobre a histria, o funcionamento e o contexto atual
da empresa, fornecendo uma base para relacionar as teorias apresentadas a uma
situao da realidade.
Roteiro de entrevista
Como surgiu a ideia de empreender?
A ideia surgiu a partir do momento em que percebemos que comprvamos muitas
camisetas em diversas lojas virtuais (que hoje so nossas concorrentes). Alm
disso, na empresa em que eu trabalhava na poca, eu era responsvel pela criao
de estampas das camisetas que eram vendidas l. Percebi uma oportunidade de
usar essa experincia que eu tinha para criar o meu negcio e trabalhar por conta
prpria.
Como se deu o processo de escolha do negcio?
Escolhemos a comercializao de roupas e acessrios atravs da internet devido ao
baixo investimento inicial necessrio, j que eu mesmo tinha conhecimento para
desenvolvimento de uma loja virtual, e alguma experincia na rea de vesturio.
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Quais foram os primeiros passos para desenvolver o empreendimento?
O primeiro passo foi a criao da loja virtual, pois no tnhamos interesse nem
capital para investir numa loja fsica. Tambm fizemos contato com alguns
fornecedores e comeamos a esboar as primeiras estampas para as camisetas.
Por que a escolha pelo setor de moda e vesturio?
Optamos pelo segmento de vesturio, devido a baixa depreciao do estoque, e ao
baixo risco de danificao dos produtos durante o transporte at o consumidor final,
j que o processo de distribuio fundamental para o e-commerce.
Quais as principais dificuldades encontradas nesta rea?
A dificuldade de se administrar uma loja virtual que concorremos com todo o Brasil,
e como hoje em dia tudo acontece muito rpido, precisamos ser geis e estar
sempre acompanhando as tendncias do mercado.
Por que atuar exclusivamente atravs de comrcio eletrnico?
Em uma loja fsica, quanto melhor a localizao, maior o valor do aluguel, alm
disso, na loja fsica o atendimento fica restrito s pessoas que vo at l
pessoalmente. A loja virtual permite alcanar qualquer pessoa com acesso a
internet, evitando que os clientes precisem enfrentar lojas cheias, filas no caixa,
trnsito, etc.
Quais as principais vantagens do e-commerce?
Funcionamento 24 horas por dia, sete dias na semana. A possibilidade de que o
cliente tenha acesso atravs de smartphones, tablets, sem precisar se deslocar de
sua residncia. Outra vantagem, que nem todos os produtos precisam estar
disponveis fisicamente no estoque, eles podem ser produzidos conforme a
demanda no site.
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Como se d o relacionamento com os clientes atravs da plataforma virtual?
Ns disponibilizamos para os consumidores o contato via telefone, email, chat on-
line, e tambm possvel um contato via mdias sociais (facebook, twiter, google+ e
instagram).
Quais os maiores desafios enfrentados desde o incio das atividades at o presente
momento?
O maior desafio foi abandonar meu emprego fixo, no qual eu estava h cinco anos e
que me garantia um salrio fixo, para me dedicar totalmente a um empreendimento
que no tinha nenhuma garantia de retorno.
Quais so os projetos e perspectivas para os prximos anos?
Planejamos ampliar nossa linha de produtos no setor de vesturio e acessrios, e
passar a confeccionar nossas as prprias peas.
8-ANLISE E DISCUSSO DOS DADOS
A partir dos estudos realizados, percebeu-se que a grande motivao para que o
empreendedor Breno optasse por atuar exclusivamente atravs do e-commerce, foi
a percepo de algumas importantes vantagens que o diferenciam do ambiente
fsico.
Dentre estas vantagens, aquela que teve um maior peso no momento inicial do
negcio foi o baixo investimento necessrio para a estruturao da empresa, visto
que uma loja fsica exigiria um alto valor, do qual ele no dispunha no momento.
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Outro aspecto positivo fundamental observado em relao ao e-commerce foi a
oportunidade de alcanar clientes com uma amplitude geogrfica e um nvel de
relacionamento que no possvel por meio de uma loja fsica.
J a escolha pelo segmento de vesturio deu-se principalmente devido a fatores
logsticos, tais quais a baixa depreciao do estoque e ao reduzido risco de danos
ao produto durante o processo de transporte at a entrega ao consumidor final.
Contudo apesar da srie de vantagens, o ambiente virtual tambm apresenta alguns
obstculos, sendo que o principal deles consiste em acompanhar as mudanas
tecnolgicas e as tendncias da moda. Somando-se a isso houve o grande desafio
de abandonar o emprego fixo, no qual o salrio era garantido, e se dedicar um
negcio que no havia garantia de retorno.
9-CONCLUSO
O empreendedorismo representa uma importante ferramenta de desenvolvimento
econmico e social, medida que, estimula o surgimento de novos negcios,
produtos e servios, bem como, o autodesenvolvimento do empreendedor.
O acesso cada vez mais abrangente de pessoas internet seja atravs de
computadores ou dispositivos mveis, contribui sobremaneira para as prticas
empreendedoras, uma vez que possibilita o estreitamento da relao entre empresa
e clientes, a eliminao de barreiras geogrficas, a melhoria nos processos de ps-
venda e recebimento de feedback, alm da reduo de custos iniciais e
operacionais.
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A Foca na Moda um exemplo de empresa construda a partir de uma ideia
empreendedora, cujo negcio consiste na comercializao de peas do vesturio e
acessrios exclusivamente por meio de ambiente virtual.
O aspecto financeiro foi fundamental para a deciso de se atuar exclusivamente com
o e-commerce. Dentro deste aspecto, os principais fatores levados em considerao
foram a necessidade de um investimento inicial mais baixo e a diminuio dos
custos operacionais (com salrio de vendedores e aluguel, por exemplo).
Outro importante aspecto observado foi o geogrfico, pois o comrcio eletrnico
permite que os produtos oferecidos pela loja tenham alcance em nvel nacional, o
que seria extremamente dispendioso no caso de lojas fsicas.
10-REFERNCIAS
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http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/mg/artigos/Tend%C3%AAncias-de-
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32
Responsabilidade Social e Trabalho Voluntrio: desenvolvimento e implementao de um projeto nas Faculdades Promove e Infrium.
Quintiliana Rodrigues dos Santos1
Cssia Torres de Carvalho2
1-Introduo
O trabalho voluntrio tem se tornado um importante fator de crescimento das
organizaes no-governamentais componentes do Terceiro Setor. graas a esse
tipo de trabalho que muitas aes da sociedade organizada tm suprido o
insuficiente investimento governamental em educao, sade, lazer, etc.
Atualmente existem diversas organizaes que se utilizam do trabalho voluntrio de
milhares de pessoas, no s no Brasil como em todo o mundo. Bons exemplos de
organizaes internacionais so: a Cruz Vermelha, os Mdicos Sem Fronteiras e o
Servio Voluntrio Internacional do Brasil que tem ramificaes em vrios pases.
Uma forma de trabalho voluntrio com a participao de milhes de pessoas a
computao voluntria em que indivduos instalam sistemas em seus computadores
pessoais para colaborar em projetos cientficos doando a capacidade ociosa dos
mesmos.
O trabalho voluntrio, ao contrrio do que pode parecer, exercido de forma sria e,
muitas vezes, necessita de especializao e profissionalismo, j que empresas de
toda sorte, como hospitais, clnicas, escolas, etc., precisam do auxlio de
profissionais formados em vrias reas.
Desde 1985, a Organizaes das Naes Unidas (ONU) instituiu o dia 5 de
dezembro como Dia Internacional do Voluntrio. O objetivo da ONU fazer com que,
1 Aluna do Curso de Administrao da Faculdade Promove de Minas Gerais. E-mail: [email protected]; 2 Coordenadora do Ncleo de Extenso das Faculdades Promove e Infrium de Tecnologia. Coordenadora do
curso de Comunicao Publicidade e Propaganda. E-mail: [email protected]
mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
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ao redor do mundo, sejam promovidas aes de voluntariado em todas as esferas
da sociedade. No Brasil, j existem diversas iniciativas em favor do desenvolvimento
de prticas de voluntariado. O dia nacional do trabalho voluntrio no Brasil 28 de
agosto.
De acordo com o Instituto Ethos (2002), a Responsabilidade Social uma forma
tica e responsvel que a empresa adota para desenvolver todas as aes,
polticas, prticas, atitudes, tanto com a comunidade quanto com seu corpo
funcional. Enfim, com os ambientes da organizao, interno e externo e com todos
os agentes interessados no processo.
2- Referencial Terico
2.1 Responsabilidade Social nas organizaes
As mudanas nas condies ambientais das organizaes foram a viso tradicional
de administrao de pessoas a se deslocar para uma perspectiva mais atual,
passando, ainda que lentamente, a focar o fator humano como chave para o
sucesso.
Segundo Ashley (2001) preciso repensar o papel e a filosofia empresarial, pois o
mercado est exigindo das organizaes o seu exerccio de cidadania, forando os
gestores a provocar mudanas ambientais de forte impacto. Melo (2001, p.26)
refora a ideia definida por Ashley afirmando que:
a responsabilidade social de uma empresa consiste na deciso de participar
mais diretamente das aes comunitrias na regio em que
est inserida e diminuir possveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade
que exerce.
Ashley (2001) relata que a Responsabilidade Social envolve o comportamento tico
e a qualidade nas relaes que a empresa estabelece com todos os seus pblicos.
um processo contnuo de aprendizagem que, para se concretizar, deve ser
incorporado gesto dos negcios.
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Segundo Chiavenato (2004, p.112) a Responsabilidade social o grau de
obrigaes de uma organizao em assumir aes que protejam e melhorem o bem-
estar da sociedade na medida em que ela procura atingir seus prprios interesses.
Assim, temos diferentes conceitos aplicados Responsabilidade Social, mas que de
uma maneira objetiva, demonstram o comprometimento das organizaes em
promover o bem-estar social tanto em seu ambiente interno como no ambiente
externo.
2.1 A Responsabilidade social versus ao social
Segundo Oliveira (2008), a ao social so doaes ou projetos sociais que
benefeciam alguns grupos, como comunidades, famlias de empregados, escolas ou
Organizaes No-Governamentais (ONGs). A responsabilidade social das
empresas envolve atitudes, aes e relaes com um grupo maior de partes
interessadas (stakeholders) como consumidores, fornecedores, sindicatos e
governo.
Algumas empresas confundem responsabilidade social com aes sociais, sendo
que existe uma distino entre elas, apesar das duas colaborarem com a
comunidade/localidade na qual est inserida.
Ainda segundo Oliveira (2008) apud Friedam, em uma definio que causou
polmicas relata que a responsabilidade social desvirtuava as empresas por vrias
razes, a principal delas que os donos (acionistas) so os que devem decidir como
ser usado o dinheiro das empresas, e no os gestores (estes estavam fazendo
nada mais do que caridade com o dinheiro dos outros. Alm do mais, como as
empresas no so especializadas em gesto social, poderiam estar sendo
ineficientes na utilizao dos recursos para o social.
2.1.1 Voluntariado
Segundo definio das Naes Unidas, "o voluntrio o jovem ou o adulto que,
devido a seu interesse pessoal e ao seu esprito cvico, dedica parte do seu tempo,
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sem remunerao alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou no, de
bem-estar social, ou outros campos..."
Portanto, o voluntariado o conjunto de aes de interesse social e comunitrio em
que toda a atividade desempenhada reverte a favor do servio e do trabalho. feito
sem recebimento de qualquer remunerao ou lucro. uma profisso de prestgio,
pois o voluntrio ajuda quem precisa, contribuindo para um mundo mais justo e mais
solidrio.
De acordo com Gafuri (2009) os voluntrios no doam somente o seu tempo e sua
generosidade, mas respondem a um impulso humano fundamental: a vontade de
colaborar, de ajudar, de dividir alegrias, aliviar sofrimentos e de melhorar a qualidade
da vida em comum, e que solidariedade, responsabilidade e compaixo so
sentimentos essencialmente humanos e virtudes cvicas.
2.1.2 O voluntrio
Algumas caractersticas so enumeradas pelos autores sobre quem pratica o
voluntariado, como, por exemplo:
"... tem o dom de se doar, e em algum momento sente-se chamado a desenvolv-lo"
"... dispe-se a fazer um trabalho sem interesse de retorno material, apenas
espiritual ou em troca de algo intangvel"
"... atravs da atuao junto sociedade, sente-se til. ''
"... doa sua fora de trabalho para alguma causa humana, social ou ambiental"
"... tem um conceito mais estruturado do papel do indivduo na sociedade ... pensa e
age de maneira coletivas..."
"... coloca-se disposio, contribui, oferece-se sem pensar em retribuio... de livre
e espontnea vontade..."
"... valoriza a satisfao pessoal de ter colaborado para tornar os outros mais
felizes..."
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2.2 Voluntariado visto como desafio
Segundo Medeiros Filho (2002, p. 44) participa quem quer, na medida das suas
possibilidades. Mas, uma vez comprometido, o voluntrio deve cumprir as regras
estabelecidas e executar suas tarefas com assiduidade e responsabilidade.
Ainda segundo Medeiros Filho (2002), o bom voluntrio no Brasil est ligado s
questes de responsabilidade social da empresa; dessa raiz, crescem o
investimento social privado e as aes voluntrias e muitas vezes se unem formando
uma sinergia para o trabalho voluntrio, sabendo-se que essa no uma regra
absoluta.
Mendes Filho (2002, p. 42) pondera:
aes impensadas podem causar um desastre ambiental, criar atritos com o
consumidor ou com a comunidade. Uma das melhores maneiras de prevenir esses
inconvenientes estimular os funcionrios a se envolverem em campanhas
ecolgicas, movimentos de defesa do consumidor, atividades de apoio
comunidade o que tem um carter educativo. E tudo isso pode ser direcionado para
atender tambm aos objetivos da empresa.
relevante discutir os conceitos de voluntariado, para que seja visto como uma ao
que envolve vrios fatores, sendo que os benefcios sejam mtuos, tanto para o
voluntrio como para os beneficiados. Todas as partes devem estar totalmente
envolvidas em prol de uma ao socialmente relevante, que possam transformar e
dar resultados positivos.
Atualmente, o maior desafio conseguir envolver pessoas e comunidades, uma
ao social deve ser assumida com compromisso e responsabilidade de ambas as
partes, como se fosse um ciclo, que um depende do outro para dar bons
resultados.
2.2.1 Motivaes para a ao
Uma das razes frequentemente apontadas para o engajamento em trabalhos
voluntrios que nas atividades dirias no existem muitos desafios nem
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37
realizaes, nem liberdade de ao suficiente, e nas empresas em geral no existe
uma misso, apenas convenincia.
Segundo documentao dos pesquisadores, o trabalho voluntrio pode melhorar a
autoimagem, promover um sentimento de realizao e competncia e agir como um
antdoto para o stress e a depresso. De fato, alguns estudos mostram que os
voluntrios tendem a ser mais saudveis e felizes e viver mais que aqueles que no
o so. Na realidade brasileira, segundo dados recolhidos na prtica, voluntrios de
camadas socioeconmicas baixas, com problemas de insero social, rejeio, falta
de razes devido s constantes migraes, encontram no trabalho voluntrio um forte
componente para conformarem sua identidade, aumentarem sua autoestima, e se
sentirem valorizados no meio social em que atuam.
Os inmeros benefcios ainda so insuficientes para inserir as pessoas neste meio
social, talvez seja por no entenderem o verdadeiro conceito de ser voluntrio e por
no estarem totalmente informados destes benefcios.
As escolas tm um papel fundamental em conscientizar as crianas da importncia
do voluntariado, pois alm de despertar o interesse, elas vo repassar para os pais,
amigos e parentes. Desde cedo, elas tero a preocupao em ser solidrios,
sabero o real conceito e aes que podero fazer para ajudar o prximo e a
comunidade. fundamental que alm de repassar os conceitos, repassem tambm
atividades que elas possam fazer na comunidade em que vivem, aprender na prtica
torna-se mais prazeroso e desperta o interesse em desenvolver aes contnuas.
2.2.2 Voluntrios "profissionais"
Muitas organizaes sem fins lucrativos ainda dizem: Ns no remuneramos os
voluntrios, portanto no podemos exigir nada deles... Hoje se faz necessria uma
mudana de atitude: Os voluntrios precisam obter muito mais satisfao de suas
realizaes, exatamente porque no recebem nenhuma remunerao... A constante
transformao do voluntrio, de amador bem-intencionado a membro no
remunerado da equipe, profissional e treinado, o progresso mais significativo no
setor sem fins lucrativos.
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Na relao entidades/voluntrios, o espao para a ao tem que ser um sistema
motivador. Deve existir uma poltica definida, conceito e objetivos claros sobre o
trabalho voluntrio; objetivos especficos: resultados e metas claramente definidos
para o trabalho voluntrio; sistemas de capacitao, aperfeioamento, avaliao, e
motivao constantes; e um sistema de informao, com indicadores de resultado,
para dar retorno da ao, como uma espcie de prestao de contas dos resultados
atingidos pelo esforo comum. A maior frustrao de um voluntrio a falta de
organizao da entidade.
Os voluntrios se afastam da instituio quando a prtica do grupo no satisfaz suas
necessidades e expectativas. Para obter os melhores esforos de uma pessoa na
equipe, ela precisa:
Saber o que se espera dela;
Sentir que pertence organizao;
Sentir que honestamente se precisa dela;
Poder partilhar o planejamento das metas do grupo em clima de liberdade;
Sentir que possvel alcanar os objetivos e que os mesmos tm sentido para ela;
Ter delegao de responsabilidades que desafiem suas habilidades.
2.2.3 Estratgias de estmulo ao trabalho voluntrio
As estratgias de estmulo ao engajamento voluntrio da sociedade no
necessariamente devem ser orientadas apenas por faixa etria, mas ligadas s
habilidades, talentos e interesses das pessoas, porque muitas aes podem ser
igualmente desempenhadas por jovens, adultos e idosos.
O voluntrio deve estar informado do seu papel, por quanto tempo participar, qual
ser a funo a ser desenvolvida, quais as metas a serem atingidas, os objetivos, se
o projeto bem organizado e visa resultados contnuos, entre outros.
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Desta maneira, os candidatos sentem-se participantes de um processo bem
planejado, bem controlado e que lhe fornece medidas concretas do alcance de sua
ao, e do seu prprio crescimento.
Ao implantar estratgias, deve existir previamente uma demanda clara e definida e,
sempre que possvel, devem se basear em pesquisas prvias.
Diversos grupos de pblico de voluntrios:
Crianas (escoteiros, bandeirantes, etc.);
Jovens (estudantes de escolas, colgios, universidades; jovens da comunidade,
membros de clubes e associaes religiosas, culturais, de servio);
Idosos, terceira idade em geral;
Adultos, sociedade em geral (indivduos, sindicatos, clubes, associaes);
Profissionais aposentados;
Profissionais liberais e/ou autnomos;
Profissionais ativos, funcionrios de empresas e suas famlias.
Diversos grupos de pblico beneficirio:
Crianas e adolescentes (de rua, institucionalizadas, da comunidade; de diversas
classes sociais, com diversos tipos de necessidades: dificuldades de aprendizagem,
problemas de sade, e outros; jovens em situao de risco);
Idosos (asilos, casas de repouso, orfanatos, nas famlias da comunidade);
Populao com carncias, em geral (habitao, alimentos, servios de sade);
Doentes, deficientes, dependentes (pacientes e seus familiares);
Vtimas de desastres e catstrofes naturais;
Meio ambiente, ecossistema;
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Artes, cultura: museus, orquestras, acervos, monumentos, manifestaes de arte
popular, diferentes etnias, etc.
Diversos tipos de ao:
Ajuda emergencial ou em situaes extraordinrias (desastres: primeiros socorros,
abrigos, alimentos, roupas, mutiro para reconstruo de casas danificadas;
preparao para grandes eventos nacionais, como Olimpadas, etc.);
Ajuda assistencial, (arrecadao e distribuio de alimentos, agasalhos, captao de
recursos materiais e financeiros, servios de atendimento em sade e educao,
etc.);
Campanhas pontuais de doaes diversas: remdios, equipamentos, dinheiro,
companhia, lazer, recreao: visitas e passeios com crianas, idosos ou doentes;
Aconselhamento de jovens: estudo, cursos, profisses;
Sade: servios mdicos, psicolgicos, de enfermagem, nutrio, medicina
preventiva, vacinao; pacientes e familiares em hospitais, conforto emocional;
grupos de autoajuda;
Educao: de adultos, alfabetizao, ajuda a crianas/jovens com problemas de
aprendizagem, orientao vocacional e profissional;
Defesa dos direitos (advocacia), diversas causas;
Capacitao em geral, profissionalizao, a jovens e adultos;
Meio ambiente: reflorestamento, preveno de desastres ecolgicos, denncias,
proteo de animais.
3- Sustentabilidade de Organizaes No-Governamentais
Segundo a Associao Brasileira de Organizaes No Governamentais (ABONG),
para o funcionamento de uma ONG necessrio criar uma estrutura mnima de
funcionamento. Mobilizar recursos (humanos, financeiros, polticos), portanto, uma
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necessidade e um desafio permanente para garantir o desenvolvimento dos seus
trabalhos.
So diversas as fontes de recursos: podem ser internacionais, por meio de parcerias
realizadas com agncias de cooperao, ou nacionais, por intermdio do acesso a
fundos pblicos, doaes de indivduos ou empresas e da utilizao de mecanismos
de auto sustentabilidade.
Organizaes de Cooperao Internacional - Historicamente, a cooperao
internacional desempenha importante papel no financiamento de projetos das ONGs
no Brasil. As organizaes de cooperao, governamentais ou no-governamentais,
esto sediadas em pases desenvolvidos, majoritariamente na Europa e na Amrica
do Norte, e destinam recursos para projetos que, de um modo geral, tm como
finalidade o combate pobreza, promoo do desenvolvimento sustentvel e a
reduo das desigualdades sociais.
Parcerias com rgos governamentais muito comum o estabelecimento de
parcerias entre organizaes da sociedade civil e o poder pblico, para a execuo
de polticas pblicas diversas, como: poltica de preveno a DST/AIDS, capacitao
profissional, sade, assistncia social, gerao de emprego e renda, educao de
jovens e adultos, etc. O desenvolvimento de projetos e metodologias inovadoras e
exemplares no campo social, promovido pelas organizaes , muitas vezes,
apoiado pelo Estado, contribui para o avano e aprimoramento das polticas pblicas
e para a efetivao dos direitos sociais.
Contribuies associativas As ONGs so constitudas por um grupo de pessoas
ligadas por uma causa ou objetivo comum, com vistas transformao social. Esse
corpo associativo, alm de ser responsvel pelas diretrizes polticas e estratgicas
da organizao, muitas vezes contribui financeiramente para a sustentabilidade do
projeto poltico da ONG. Algumas organizaes brasileiras contam com milhares de
associados/as contribuintes.
Doaes de indivduos Muitas ONGs possuem uma ampla base social de apoio,
que se traduz em doaes de recursos, bens e tambm pelo envolvimento militante
e voluntrio de mulheres e homens em suas atividades e projetos.
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Doaes de empresas Nos ltimos anos, crescente o nmero de empresas que
investem em organizaes e projetos sociais. As razes para isso so vrias: desde
convices pessoais e filantrpicas de seus/suas proprietrios/as, at mesmo como
forma de melhorar a imagem pblica e agregar valor a seus produtos e servios, por
meio do chamado marketing social.
Auto sustentabilidade - Entre as possibilidades de auto sustentabilidade para as
ONGs esto venda de produtos (camisetas, adesivos, livros) e a prestao de
servios (na realizao de pesquisas, atividades de formao e assessoria, nas
reas em que acumulam conhecimentos). Essas atividades no se confundem com
uma finalidade lucrativa, j que as receitas so totalmente investidas na
organizao, na realizao de seus objetivos sociais, e no so distribudas entre
seus/suas associados/as ou diretores/as.
3.1.1 Protagonismo social dos jovens
Acreditamos que um programa de voluntariado deve propiciar aos adolescentes e
jovens o acesso a prticas em causas ligadas ao bem comum, ao meio ambiente,
preservao de bens culturais, ao resgate de memria histrica, assim como
proporcionar companhia e laser a outros indivduos.
As escolas e universidades tem um papel importante para estimular a participao e
a reflexo dos jovens no trabalho voluntrio, desde distribuir folhetos informativos,
at mesmo montar um grupo para determinadas aes. Atravs dessas aes o
jovem alm de se desenvolver individualmente, tambm se desenvolver dentro de
um grupo, com a conscincia de construir um mundo mais solidrio.
Exemplos de trabalhos que podem ser realizados por jovens:
Quadro 1
Realizar individualmente Realizar em grupos
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Ajudar crianas em escolas da
comunidade que tem problemas de
aprendizagem.
Auxiliar e aconselhar jovens que
estejam superando doenas graves.
Fazer companhia a pessoas idosas
solitrias, oferecendo distrao e ajuda
tecnolgica.
Conservao da natureza em reservas
ambientais, conservao de parques,
praas e jardins.
Ajudar em pequenos reparos, em
escolas e casas na comunidade
(pinturas, telhado, eltrica etc.)
Elaborado pelos autores
4- Metodologia
A pesquisa desenvoldia pode ser classificada como
bibliogrfica e descritiva. Alguns procedimentos que foram adotados:
a) Pesquisa em sites para identificar projetos e locais para aplicarmos uma ao
social.
b) Elaborao dos passos fundamentais para criao do grupo de voluntrios, que
foram alguns alunos do 6 perodo do curso de Administrao da Faculdade
Promove.
c) Reviso bibliogrfica em livros, artigos e sites para estruturar os temas de
Responsabilidade social e trabalho voluntrio.
d) Pesquisa em sites para identificar os principais projetos que as comunidades,
orfanatos e asilos necessitam, suas carncias e deficincias.
5- Anlise
Durante todo processo de pesquisas, percebeu-se a necessidade de se implementar
um projeto em orfanatos e/ou asilos, mas mediante o espao limitado para suportar
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um grande nmero de voluntrios em um s evento no foi possvel realizar nestes
locais. Nosso objetivo era realizar apenas uma ao com 15 voluntrios.
Essas ONGs necessitam de aes contnuas de pessoas que alm fazer doaes de
alimentos, agasalhos e brinquedos, doem seu tempo com amor e carinho, e acima
disso, com compromisso e responsabilidade. O trabalho voluntrio deve ser como
outro qualquer, mas sem remunerao.
Algumas pessoas abordadas para o projeto, ainda tem dificuldade de doar seu
tempo, de ser solidrio, de ajudar sem ganhar nada em troca. Despertar esse
interesse nas pessoas ainda continua sendo um processo lento, um objetivo para o
qual devemos nos esforar para alcanar.
Elaborar e implementar o projeto social demandou muito planejamento dentre:
Escolher e conhecer o local onde foi realizado o evento;
Recrutar os alunos voluntrios;
Diagnosticar quais as habilidades dos alunos;
Buscar possveis patrocinadores;
Identificar quais so as necessidades do local/comunidade onde foi executado;
Fazer a divulgao do evento;
Valorizar e reconhecer as aes voluntrias, dentre outros...
O local escolhido para realizao do evento social foi no bairro Roa Grande na
cidade de Sabar, no ptio da igreja Santo Antnio, o foco principal foi comemorar o
Dia das Crianas. Pela falta de recursos, no foi possvel atender toda demanda de
crianas da comunidade.
Ter uma infraestrutura, patrocinadores e pessoas que realmente queiram colaborar,
que disponibilize tempo, leve o trabalho a srio, com responsabilidade e
pontualidade so fatores relevantes para desenvolver alguma ao social. No basta
querer participar, preciso se envolver, se doar, e executar as tarefas com amor,
prazer e carinho.
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As principais atividades realizadas foram:
Jogo da cadeira;
Corrida no saco;
Quem estoura o balo;
Pintura no rosto;
Desenhos para pintar e colorir;
Bazar de roupas e calados usados;
Doao de brinquedos e lembrancinhas com (balas, pirulito, bombons e assopro);
Lanche para as crianas;
Cama elstica.
Atravs desse projeto foi possvel perceber que a necessidade da comunidade vai
alm de um dia feliz. Existem vrias famlias que passam por inmeras
necessidades, falta comida, agasalho e o mnimo de conforto para os filhos ainda
pequenos. A realidade em que convivem comoveu-nos ao ponto de repensarmos em
que mundo vivemos. A desigualdade, corrupo, pobreza so fatores que
evidenciam os dias atuais. Ser solidrio um ato simples, mas que pode mudar a
realidade do prximo.
6- Consideraes finais
Nas igrejas, nos bairros e comunidades, nos grupos de autoajuda e nos clubes, nas
associaes culturais e esportivas, nas instituies sociais e nas empresas, um
nmero imenso de pessoas ajuda umas s outras e ajudam a quem est em
situao mais difcil. Ainda que no se chamem a si mesmos de voluntrios.
Ao doarem sua energia e sua generosidade, os voluntrios esto respondendo a um
impulso humano bsico: o desejo de ajudar, de colaborar, de compartilhar alegrias,
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de aliviar sofrimentos, de melhorar a qualidade da vida em comum. Compaixo e
solidariedade, altrusmo e responsabilidade so sentimentos profundamente
humanos e so tambm virtudes cvicas.
Ao nos preocuparmos com a sorte dos outros, ao nos mobilizarmos por causas de
interesse social e comunitrio, estabelecemos laos de solidariedade e confiana
mtua que nos protegem em tempos de crise, que tornam a sociedade mais unida e
fazem de cada um de ns um ser humano melhor.
Pelos benefcios que traz para o prprio voluntrio, para as pessoas com quem o
voluntrio se relaciona, para a comunidade e a sociedade como um todo, que o
voluntariado merece ser valorizado, apoiado, divulgado e fortalecido.
Neste sentido, algumas concluses podem ser elaboradas:
1. Todos podem ser voluntrios
No s quem especialista em alguma coisa que pode ser voluntrio. Todas as
pessoas tm capacidades, habilidades e dons. O que cada um faz bem pode fazer
bem a algum.
2. Voluntariado uma relao humana, rica e solidria
No uma atividade fria, racional e impessoal. relao de pessoa a pessoa,
oportunidade de se fazer amigos, viver novas experincias, conhecer outras
realidades.
3. Trabalho voluntrio uma via de mo dupla
O voluntrio doa sua energia e criatividade, mas ganha em troca: contato humano,
convivncia com pessoas diferentes, oportunidade de aprender coisas novas,
satisfao de se sentir til.
4. Voluntariado ao
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No preciso pedir licena a ningum antes de comear a agir. Quem quer, vai e
faz.
5. Voluntariado escolha
No h hierarquia de prioridades. As formas de ao so to variadas quanto as
necessidades da comunidade e a criatividade do voluntrio.
6. Cada um voluntrio ao seu modo
No h frmulas nem modelos a serem seguidos. Alguns voluntrios so capazes,
por si mesmos, de olhar em volta, arregaar as mangas e agir. Outros preferem
atuar em grupo, juntando os vizinhos, amigos ou colegas de trabalho. Por vezes
uma instituio inteira que se mobiliza, seja ela um clube de servios, uma igreja,
uma entidade beneficente ou uma empresa.
7. Voluntariado compromisso
Cada um contribui na medida de suas possibilidades, mas cada compromisso
assumido para ser cumprido. Uns tm mais tempo livre, outros s dispem de
algumas poucas horas por semana. Alguns sabem exatamente onde ou com quem
querem trabalhar. Outros esto prontos a ajudar no que for preciso, onde a
necessidade mais urgente.
8. Voluntariado uma ao duradoura e com qualidade
Sua funo no de tapar buracos e compensar carncias. A ao voluntria
contribui para ajudar pessoas em dificuldade, resolver problemas, melhorar a
qualidade de vida da comunidade.
9. Voluntariado uma ferramenta de incluso social
Todos tm o direito de ser voluntrios. As energias, recursos e competncias de
crianas, jovens, pessoas portadoras de deficincia, idosos e aposentados podem e
devem ser mobilizadas.
10. Voluntariado um hbito do corao e uma virtude cvica
algo que vem de dentro da gente e faz bem aos outros. No voluntariado todos
ganham: o voluntrio, aquele com quem o voluntrio trabalha, a comunidade.
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7-REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ASHLEY, Patrcia Almeida. tica e Responsabilidade Social nos Negcios. So
Paulo: Saraiva, 2001
CHIAVENATO, Idalberto. Introduo Teoria Geral da Administrao. So Paulo:
campus, 2004
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New York Times Magazine, September 13, 1970, 8 pages.
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em: http://www.cultura.gov.br/vidasparalelas/?author =277 .Acesso em: 2 de maio de
2010.
INSTITUTO ETHOS DE RESPONSABILIDADE SOCIAL. Indicadores Ethos de
Responsabilidade Social Empresarial. Disponvel em:
www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asp Acesso em 27 set.
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MEDEIROS FILHO, Barbap. Voluntariado na empresa: gesto eficiente da
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MELO NETO, F.P Fres,C. Responsabilidade social e cidadania empresarial. 2 ed
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OLIVEIRA, Jos Antonio Puppim de. Empresas na sociedade: Sustentabilidade e
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2008.
http://www.cultura.gov.br/vidasparalelas/?authorfile:///D:/www.ethos.org.br/docs/conceitos_praticas/indicadores/default.asphttp://rio.org/index.phpoption?=com_content&task=view&id=116&itemid=83Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
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DIREITO - FACULDADE KENNEDY
rea de Concentrao Linha de Pesquisa Docentes Vinculados
Direito
Teoria do Direito
Alex Ian Psarski Cabral Jnio Donato
Direito Pblico
Cristiane Helena de Paula Ren Vial
Direito Privado
Joo Salvador Mariana Swerts Silvia Portilho Hellom Lopes Nelson Garcia Otvo Tostes
Direitos Especiais
Jnio Donato Mariana Swerts Nelson Garcia
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Linguagem Jurdica e Acesso Justia
Legal Language and Access to Justice
Renata Paula de Oliveira1
Cristina Cordeiro Lima Tadielo2
RESUMO
O presente artigo tem como intuito discutir a linguagem jurdica e como tal instituto prejudica, em
grande parte, o livre acesso do cidado justia, uma vez que tal texto privilegia o uso de palavras
em desuso e de jarges tcnicos incompreensveis a grande parte da populao brasileira. A
comunicao, condio essencial do ser humano, tem como regra primria e primeira o envio de
mensagens, a quem possa interessar, de forma clara e objetiva, deve-se ressaltar. Ao escolher um
texto cifrado e repleto de expresses latinas que j perderam o seu sentido original, o Direito parece
no cumprir a sua funo precpua, que a de possibilitar a todos, e sem distino, o critrio da
igualdade. Assim, e diante de tal perspectiva, o presente texto debater propostas e sugestes sobre
a necessidade de simplificao do texto jurdico advindas, inclusive, de conceituados juristas.
PALAVRAS-CHAVE: Direito; Linguagem Jurdica; Acesso Justia.
ABSTRACT
This article has the intention to discuss the legal language and as such institute harms largely free
access of citizens to justice, because this text emphasizes the use of words into disuse and
incomprehensible technical jargon to much of the population Brazilian. Communication, an essential
condition of the human being, is primary and first rule sending messages to whom it may concern,
clearly and objectively, it should be noted. When choosing an encrypted and full text of Latin
expressions that have lost their original meaning, the law does not seem to fulfill its primary function,
which is to enable everyone, without distinction, the criterion of equality. So, and at such a
perspective, this text will discuss proposals and suggestions on the need for simplification of the legal
text arising even of respected jurists.
KEY WORDS: Law; Legal Language; Access to Justice.
1 Mestre em Teoria da Literatura pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Professora de
Lngua Portuguesa e Metodologia Jurdica da Faculdade Kennedy de Minas Gerais. E-mail:
2 Aluno de graduao do curso de Direito da Faculdade Kennedy de Minas Gerais. E-mail:
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1. INTRODUO
E desde tempos remotos, e historicamente marcados, a comunicao parece ser a
busca primeira entre toda e qualquer tentativa de se viver em sociedade e ainda
que o conceito de sociedade seja relativamente novo, a busca do ser humano por si
marcar em um espao temporal, e por passar adiante aquilo que vivenciou, se reflete
em pinturas rupestres, hierglifos, sinalizao rudimentares em rvores entre outros
processos.
Delimitar reas acessveis, indicar perigos existentes, sedimentar posicionamentos
e/ou question-los tambm parece ser um indicativo de um dos principais canais de
comunicao: a linguagem.
Oral, comportamental, gestual ou escrita, uma linguagem clara e acessvel evita
possveis desentendimentos e ratifica acordos: no contexto atual, em que o texto oral
cedeu espao ao texto escrito, expressar-se bem e claramente tornou-se condio
sine qua non para quem deseja sucesso e diferencial em distintas reas.
Entretanto, necessrio se faz pontuar o uso indistinto e exacerbado de jarges
lingusticos que, inicialmente, se justificam pelo tecnicismo da rea ou por
confirmarem o requinte e rebuscamento de uma linguagem que, h muito, perdeu
espao para um pblico que parece ler menos, escrever menos e compreender
menos aquilo que se l quando l e se ouve.
No que diz respeito especificamente rea do Direito, uma linguagem mais clara,
menos complexa, mais acessvel aos dias atuais, vivenciados em pleno sculo XXI,
no permitiria ao cidado comum acesso facilitado a seus direitos? Ser que a troca
de termos ou mesmo uma redao calcada nos pronomes de tratamento atuais, ou
que se expresse com palavras mais contemporneas retiraria do Direito o seu
carter nobre e de requinte?
O presente artigo tem como intuito discutir a atual situao da linguagem utilizada na
rea do Direito, que insiste na utilizao de termos extremamente tcnicos, arcaicos
e inexistentes em dicionrios de nossa lngua materna, a Lngua Portuguesa, o que
dificulta e compromete o livre acesso do cidado comum aos seus direitos, justia
se todo e qualquer texto deve ser escrito para que todo e qualquer leitor seja
capaz de decifr-lo, ainda que minimamente, acredita-se ser necessria reviso e
Ncleo de Ps Graduao e Pesquisa
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utilizao de uma linguagem mais simples na seara jurdica, haja vista ser esta a
linguagem direcionada a um pblico leigo e que carece de explicaes sobre
circunstncias, eventualmente, simplrias, mas codificadas sob a gide de palavras
que h muito caram em desuso e perderam a sua significao.
Embora o Direito vise oferecer a todo e qualquer cidado o livre e correto acesso
Justia, em distintas circunstncias, o uso de uma linguagem que se dirige a um
pblico especfico e dotado tambm de conhecimentos especficos parece interferir
em sua funo primria e primeira, a de oferecer livre acesso justia, uma vez que
delimita e condiciona tal acesso queles que, notadamente, cursam um curso
superior em referida rea.
importante ressaltar que o cidado comum pode, em algumas circunstncias,
dirigir-se ao judicirio sem o acompanhamento de um advogado. No entanto, tal
direito se v cerceado pelo uso de uma linguagem prolixa e que descumpre a funo
precpua do direito, a de tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais,
na exata medida de suas desigualdades3.
O debate que aqui se prope, bem como as ideias que aqui se pretende apresentar,
mostra-se relevante por se relacionar diretamente com instrumento essencial
seno principal do Direito, a linguagem, propondo modificaes e simplificaes
que podem contribuir social e juridicamente, haja vista ser capaz de acelerar o atual
e moroso processo judicirio brasileiro (afinal, muito mais lento e difcil ler o que
no se entende, do que ler o que se apresenta de forma clara e conhecida),
beneficiando o sistema judicirio e o cidado comum, que possivelmente esperar
menos pelo resultado de seu processo e possuir claro conhecimento daquilo que
determinar a sua vida em muitas situaes.
Academicamente, necessrio se faz enfatizar a possibilidade de contribuio de
discusso do tema em tela no recinto discente, principalmente, uma vez que uma
linguagem mais direta e simples contribuiria com aqueles que do os primeiros
passos no mundo universitrio.
3 JUSBRASIL. Disponvel em: http://webcache.googleuser
content.com/search?q=cache:n7c0h0se2x0J:anajus.jusbrasil.com.br/noticias/2803750/principio-
constitucional-da-igualdade+&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br. Acessado dia 21/02/2015.
http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:n7c0h0se2x0J:anajus.jusbrasil.com.br/noticias/2803750/principio-constitucional-da-igualdade+&cd=4&hl=pt-