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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3
1 IMPORTÂNCIA E CONCEITOS – MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA ......... 4
1.1 Metodologia .......................................................................................................... 4
1.2 Definições de Ciência ........................................................................................... 4
1.3 Critérios de Cientificidade ..................................................................................... 6
1.4 Conhecimento Científico e Conhecimento Popular .............................................. 8
1.5 Método Científico .................................................................................................. 9
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APRESENTAÇÃO
A Ciência, no geral, ganha de forma significativa, porque, certamente, muitos cientistas se esforçaram para tornar as descobertas acessíveis ao público. Desde então, os meios para alcançar os resultados de uma investigação científica são diversos, amplos e, na maioria das vezes, originam-se no construto de cada ciência particular. Aqui damos os primeiros passos em busca de uma compreensão detalhada dos passos primordiais à pesquisa, O presente texto permite aos alunos uma reflexão para além das normas técnicas, abrangendo conceitos do método, das técnicas de pesquisa e da organização de um trabalho de cunho científico.
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1 IMPORTÂNCIA E CONCEITOS – MÉTODOS DE PESQUISA CIENTÍFICA
1.1 Metodologia
É oportuno ressaltar a importância
da metodologia científica para os
estudos acadêmicos. Primeiramente,
apresentamos a definição etimológica do
termo: a palavra Metodologia vem do
grego “meta” = ao largo; “odos” =
caminho; “logos” = discurso, estudo.
A Metodologia é compreendida
como uma disciplina que consiste em
estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para a realização de
uma pesquisa acadêmica. A Metodologia, em um nível aplicado, examina, descreve e
avalia métodos e técnicas de pesquisa que possibilitam a coleta e o processamento
de informações, visando ao encaminhamento e à resolução de problemas e/ou
questões de investigação.
A Metodologia é a aplicação de procedimentos e técnicas que devem ser
observados para construção do conhecimento, com o propósito de comprovar sua
validade e utilidade nos diversos âmbitos da sociedade.
1.2 Definições de Ciência
Etimologicamente, o termo ciência provém do verbo em latim Scire, que
significa aprender, conhecer. Essa definição etimológica, entretanto, não é suficiente
para diferenciar ciência de outras atividades também envolvidas com o aprendizado e
o conhecimento.
Segundo Trujillo Ferrari (1974), ciência é todo um conjunto de atitudes e de
atividades racionais, dirigida ao sistemático conhecimento com objetivo limitado,
capaz de ser submetido à verificação. Lakatos e Marconi (2007, p. 80) acrescentam
que, além der ser “uma sistematização de conhecimentos”, ciência é “um conjunto de
proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos
fenômenos que se deseja estudar.
Trujillo Ferrari (1974), por sua vez, considera que a ciência, no mundo de hoje,
tem várias tarefas a cumprir, tais como:
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1) aumento e melhoria do conhecimento;
2) descoberta de novos fatos ou fenômenos;
3) aproveitamento espiritual do conhecimento na supressão de falsos milagres,
mistérios e superstições;
4) aproveitamento material do conhecimento visando à melhoria da condição
de vida humana;
5) estabelecimento de certo tipo de controle sobre a natureza.
Demo (2000, p. 22), em contrapartida, acredita que “no campo científico é
sempre mais fácil apontarmos o que as coisas não são, razão pela qual podemos
começar dizendo o que o conhecimento científico não é.” Para o autor, apesar de não
haver limites rígidos para tais conceitos, conhecimento científico:
1.2.1 O que não é ciência: A) Primeiro, não é sendo comum.
Porque este se caracteriza pela
aceitação não problematizada, muitas vezes
crédula, do que firmamos ou temos por válido.
B) Segundo, não é sabedoria ou bom-senso.
Porque estes apreciam componentes
como convivência e intuição, além da prática
historicamente comprovada em sentido moral.
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C) Terceiro, não é ideologia.
Porque esta não tem como alvo central
a tratar a realidade, mas justificar posição
política. Faz parte do conhecimento científico,
porque todo ser humano, também o cientista,
gasta-se e história concreta, politicamente
marcada.
D) Quarto, não é paradigma específico.
Com maior realismo, conhecimento é
representado pela disputa dinâmica e interminável
de paradigmas, que vão e voltam, somem e
transformam-se.
1.3 Critérios de Cientificidade
Tendo visto o que o conhecimento não é, podemos arriscar a dizer o que é.
Conforme Demo (2000, p. 25), “do ponto de vista dialético, conhecimento científico
encontra seu distintivo maior na paixão pelo questionamento, alimentado pela dúvida
metódica. ” Questionamento como método, não apenas como desconfiança
esporádica, localizada, intermitente.
Os resultados do conhecimento científico, obtidos pela via do questionamento,
permanecem questionáveis, por simples coerência de origem. Antes de tudo, de
acordo com Demo (2000), cientista é quem duvida do que vê, se diz, aparece e, ao
mesmo tempo, não acredita poder afirmar algo com certeza absoluta. É comum a
expectativa incongruente de tudo criticar e pensar que podemos oferecer algo já não
criticável.
Conhecimento científico precisa satisfazer a critérios de qualidade formal e
política. Costumeiramente, segundo Demo (2000), aplicamos apenas os critérios
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formais, porque classicamente mais reconhecidos e aparentemente menos
problemáticos. Entretanto, assim procedendo, não nos desfazemos dos critérios
políticos. Apenas os reprimimos ou argutamente os ocultamos.
Para que o discurso possa ser reconhecido como científico, precisa ser lógico,
sistemático, coerente, sobretudo, bem-argumentado. Isso o distancia de outros
conhecimentos, como senso comum, sabedoria, ideologia. Sistematizando, conforme
Demo (2000), podemos arrolar critérios de cientificidade normalmente citados na
literatura científica:
Objetivação: tentativa de conhecer a realidade tal como é, evitando contaminá-la com ideologia, valores, opiniões ou preconceitos do pesquisador; essa colocação não precisa coincidir com vícios empiristas e positivistas, mas aludir apenas ao intento de produzir discursos controlados e controláveis, a fim de evitarmos meras especulações, afirmações subjetivistas, montagens teóricas fantasiosas.
Objeto de estudo bem-definido e de natureza empírica: delimitação e descrição objetiva e eficiente da realidade empiricamente observável, isto é, daquilo que pretendemos estudar, analisar, interpretar ou verificar por meio de métodos empíricos;
Discutibilidade: significa a propriedade da coerência no questionamento, evitando, conforme Demo (2000, p. 28), “a contradição performativa, ou seja, desfazermos o discurso ao fazê-lo, como seria o caso de pretender montar conhecimento crítico imune à crítica”; trata-se de conjugar crítica e autocrítica, dentro do princípio metodológico de que a coerência da crítica está na autocrítica.
Observação controlada dos fenômenos: preocupação em controlar a qualidade do dado e o processo utilizado para sua obtenção;
Originalidade: refere-se à expectativa de que todo discurso científico corresponda a alguma inovação, pelo menos, no sentido reconstrutivo; “não é aceito discurso apenas reprodutivo, copiado, já que faz parte da lógica do conhecimento questionador desconstruir o que existe para o reconstruir em outro nível” (DEMO, 2000, p. 28);
Coerência: argumentação lógica, bem-estruturada, sem contradições; critério mais propriamente lógico e formal, significando a ausência de contradição no texto, fluência entre premissas e conclusões, texto bem-tecido como peça de pano sem rasgos, dobras, buracos. Segundo Demo (2000, p. 27).
Sistematicidade: parceira da coerência, significa o esforço de dar conta do tema amplamente, sem exigir que se esgote, porque nenhum tema é, propriamente, esgotável; supomos, porém, que tenhamos estudado por todos os ângulos, tenhamos visto todos os autores relevantes, dando conta das discussões e polêmicas mais pertinentes, passando por todos os meandros
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teóricos, sobretudo, que reconstruamos meticulosamente os conceitos centrais.
Consistência: base sólida, “refere-se à capacidade do texto de resistir à contra argumentação ou, pelo menos, merecer o respeito de opiniões contrárias; em certa medida, fazer ciência é saber argumentar, não só como técnica de domínio lógico, mas sobretudo como arte reconstrutiva. ” (DEMO, 2000, p. 27).
Linguagem precisa: sentido exato das palavras, restringindo ao máximo o uso de adjetivos.
Autoridade por mérito: significa o reconhecimento de quem conquistou posição respeitada em determinado espaço científico e é por isso considerado “argumento”; segundo Demo (2000, p. 43), “corre todos os riscos de vassalagem primária, mas, no contexto social do conhecimento, é impossível livrarmo-nos dele”;
Relevância social: os trabalhos acadêmicos, em qualquer nível, poderiam ser mais pertinentes, se também fossem relevantes em termos sociais.
Ética: A visão ética dedica-se sobremaneira a direcionar tamanha potencialidade para o bem-comum da sociedade, no sentido mais preciso de, primeiro, evitar que os meios se tornem fim; segundo, que se discutam não só os meios, mas também os fins e, terceiro, assegurar que os fins não justifiquem os meios.
Intersubjetividade: É considerada um critério externo à ciência, pois a opinião é algo atribuído de fora, por mais que provenha de um cientista ou especialista na área. Devemos destacar, no entanto, que a intersubjetividade é tão importante para a ciência como os critérios internos, ditos de qualidade formal. Desse critério decorrem outros, como a comunicação, a comparação crítica, o reconhecimento dos pares, o encadeamento de pesquisas em um mesmo tema etc.
1.4 Conhecimento Científico e Conhecimento Popular
Por existir mais de uma forma de
conhecimento, é conveniente destacar o que vem a
ser conhecimento científico em oposição ao
chamado conhecimento popular, vulgar ou de senso
comum.
Não deixa de ser conhecimento aquele que foi
observado ou passado de geração em geração
através da educação informal ou baseado em imitação ou experiência pessoal. Esse
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tipo de conhecimento, dito popular, diferencia-se do conhecimento científico por lhe
faltar o embasamento teórico necessário à ciência.
O conhecimento científico difere dos outros tipos de conhecimento por ter toda
uma fundamentação e metodologias a serem seguidas, além de se basear em
informações classificadas, submetidas à verificação, que oferecem explicações
plausíveis a respeito do objeto ou evento em questão, veja na tabela abaixo:
Tabela 1
1.4 Método Científico
Partindo da concepção de que método é um procedimento ou caminho para
alcançar determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento,
podemos dizer que o método científico é um conjunto de procedimentos adotados com
o propósito de atingir o conhecimento.
De acordo com Trujillo Ferrari (1974), o método científico é um traço
característico da ciência, constituindo-se em instrumento básico que ordena,
inicialmente, o pensamento em sistemas e traça os procedimentos do cientista ao
longo do caminho até atingir o objetivo científico preestabelecido.
Lakatos e Marconi (2007) afirmam que a utilização de métodos científicos não
é exclusiva da ciência, sendo possível usá-los para a resolução de problemas do
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cotidiano. Destacam que, por outro lado, não há ciência sem o emprego de métodos
científicos.
Muitos foram os pensadores e filósofos do passado que tentaram definir um
único método aplicável a todas as ciências e a todos os ramos do conhecimento.
Essas tentativas culminaram no surgimento de diferentes correntes de pensamento,
por vezes conflitantes entre si. Na atualidade, já admitimos a convivência, e até a
combinação, de métodos científicos diferentes, dependendo do objeto de investigação
e do tipo de pesquisa.
Tabela 2