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Supera Raclana- Desgustação

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Dedico este livro as minhas Princesas Clara e Alice, e minha mãe, rainha

eterna, Maria Das Graças Bispo Maia.

Este livro não tem o intento de nada que não seja ficar como uma marca em

nossas vidas onde nosso lema sempre foi:

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JUNTAS PARA SEMPRE!

Meus amores,que um dia possam ler está obra e ver que tudo que fiz foi

sempre com um único motivo:

AMÁ-LAS INCONDICONALMENTE.

Muito obrigada por cada segundo que vivemos, sorrimos e choramos juntas.

Contem sempre comigo!

Danka Maia

Copyright © por danka maia

Todos os direitos são reservados de acordo com as Normas de Leis e das Convenções Internacionais. Nenhuma parte deste livro pode ser utilizada ou reproduzida sob quaisquer meios existentes sem

autorização por escrito do autor.

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www.dankamachine.blogspot.com.br

Preparo de Originais, Revisão, Projeto Gráfico e Diagramação: Danka Maia.

Impressão e Acabamento: Danka Maia

Registro na Biblioteca Nacional: 581.862

ÍNDICE

Capítulo I....Meras apresentações.

Capitulo II...Top 10.

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Capítulo III..Veneno Cruel.

Capítulo IV...Uma Ferrari Em Minha Vida.

Capítulo V....Uma Festa De Outro Mundo.

Capítulo VI...Enfrentando A Realidade.

Capítulo VII..Azul Do Cor Do Mar.

Capítulo VIII.Lá Vem A Minha Mãe.

Capítulo IX...A Minha Tia Não!

Capítulo X.....Do Amor Até Se Pode Fugir,Mas Não pode Se esconder Por Muito Tempo.

Capítulo XI...Juntas Para Sempre!

CAPÍTULO I

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Meras Apresentações

A cena era hilária!

Sentada ajeitando seu notebook no colo. Raclana estava em cima das pedras atrás da Igreja de Saquarema. Fez uma conexão ao vivo com todos os contatos do facebook, que segundo ela, era para contar toda história e depois se matar. Entretanto, o que queria mesmo era tão somente chamar atenção da tia que estava para se casar em cerca de algumas horas na mesma igreja de onde ela pretende dar cabo a própria vida.

_ Pois é galera, se está me vendo neste momento daí é porque deve estar interessado na parada que eu tenho para explanar para geral. Minha tia cismou de entrar numa de casar, casar? Vê se pode? Para que? Logo ela que é tão descolada, independente e inteligente? Na verdade, estou mesmo é eu P três pontinhos, é que não digo palavrão sabe, se disser ela me bota para copiar cem vezes:

"NÃO DEVO FALAR PALAVRAS DE BAIXO CALÃO, POIS AMO MINHA MÃO!"

Sacanagem mesmo é a parte que amo minha mão, revolta total!

Mas enfim, minha tia não fala mais comigo, me evita, entrou numa de fingir que não existo. Por quê? Ah, por causa de umas paradinhas que andei aprontando junto dos meus mega amigos, Edu e Moniquita. Coisa simples, pouca, quase ínfima! Vou contar do inicio, para não rolar dúvidas sobre minha pessoa.

Minha vida é uma droga!

Por quê?

Bem, se a minha avó e minha tia me deixassem ir morar em Londres, naquele lugar lindo, perfeito, maravilhoso, minha vida seria simplesmente: CHOCANTEMENTE IRRADA!!! Mas não, tenho que ficar malhando minha micro existência nesse fim de mundo cabuloso pacas. Ah, já ia me esquecendo, meu nome é Raclana Avlis. Nome esquisito, eu sei. Na verdade, ele é um apelido que a minha tia Lola inventou pra mim, em cima do meu nome verdadeiro: Ana Clara. Tu viras ao contrario e voilá: Raclana!

Cara, quando era pequena , odiava quando ela me zoava assim. Até uma boneca ridícula, magrela e dentuça, inventou para me deixar p... Minha tia é uma figura, você não tem ideia de que é aturar um ser dentro de vários seres, ela vai de fada a general como uma Ferrari vai de 0 a 100 km, leva apenas 5 segundos.

Contudo, quando cheguei aos 12 anos decidi usar Raclana Avlis, isso já faz um tempão, poxa, agora já estou com 14. O aderi por vários agentes. Porque é diferente, autêntico, por ser uma marca, porque é ultra super mega meu. É como se fosse uma tatuagem feita exclusivamente para minha pessoa.

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Você conhece outra Raclana? Já ouviu esse nome antes? Duvido. Na minha escola, você pergunta:

_ Quem conhece a Raclana?

Galera grita geral

_ Sangue bom, coxa grossa!

Adoro ir à escola, os seres mais intergalácticos estão dividindo o mesmo espaço lá. Se bem, que o termo certo não é dividir, é disputar mesmo. Deixa ver se consigo te passar a situeixon: Dividimos o colégio em áreas, que vão da À á D.

Área A: ficam os seres que chamamos carinhosamente de AQSG. Ficou bolado, não é? Quer saber qual é a da sigla?

Explico: AQSG significa: ACREDITAM QUE SÃO GENTES. Espaço dominado por patricinhas megalomaníacas e Mauricinhos que se acham os homens do momento, porque roubam os carros dos pais no sábado á noite. Grande coisa! Conheço geral que faz o mesmo e não precisa usar óculos estilo flu-flu e gel no cabelo, parecendo que a vaca lambeu.

Você não tem ideia, os carinhas são retardados demais, tá, na moral, são gatérrimos, mais o estímulo é tabela de Celsius, menos -100 graus. As garotas meteram na cabeça que são superstar. Se sentem a última uvinha do bolo confeitado da padaria do seu Manoel, que na boa, é treva!

Na área B, ficam os aspira, é o termo reduzido logicamente, de aspirante, os seres ocupantes deste espaço, acreditam piamente que algum dia vão se tornar AQSG, não sei o que é mais degradante, ser um ser metido á humano ou, um sem cérebro que crê ser humano. Cara se passa naquele corredor só ouve as meninas implorando nos ouvidos dos fulanos de calças:

_ Poxa lindo... Na moral, me leva, por favor! Faço o que você quiser... Tudinho! - Caraca, elas se oferecem como liquidação de bandeja de iogurtes, sabe aquelas do leve três pague dois? É nessa vibe!

CRIME: MICO TRIPLAMENTE QUALIFICADO.

Minha avó sempre me falou que mulher fácil na mão de homem é igual doce na mão de criança. Se você pode comer toda hora, por que guardar para depois? E do outro lado, não diferente, tem as “cuecas da mamãe” um bando de meninos que falando manso e jeitosamente vão conquistar as Patricinhas. Acreditam piamente que esse kaô vai dar certo com as trouxas do clube purpurina:

“Chapinhas Unidas Jamais Serão Vencidas”.

A área C é reservada aos CDFs. Sabia de onde vem essa expressão? A maioria acha que constitui cabeça de ferro ou também C... De ferro. Na verdade a história não é bem essa. Há uns anos atrás, alguns pesquisadores, começaram a perceber, que alunos viviam para estudar e socados em biblioteca, apresentavam aspecto de palidez e cansaço, sintoma característico de quem tem anemia. As faltas do ferro e do cobre são determinantes nessa doença. O símbolo do cobre na

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tabela periódica é representado pelas letras CU, porque cobre no latim, se escreve CUPRU, por isso as tais iniciais. Daí nasceu à expressão: CU de ferro. Quem diria, Raclana também é cultura!

E por fim, área D, a qual a mesma letra representa muito bem. Na área D, há diversidades de pessoas, personagens e personalidades. Nessa área, estão pessoas como eu, que não se prendem á um cardume, estão apenas a fim de se socializar, e sim transitam por todos sem pertencer a nenhuma panela específica. Não recebe rótulos ou títulos. Não pense que pertencer à área D seja uma tarefa fácil não. O indivíduo precisa dominar e bem, as regrinhas de todas as outras áreas, para não infringir nenhuma regra, nem causar nenhum problema. Acredito que sejamos os diplomáticos do pedaço. Por isso, penso tanto em fazer relações internacionais quando tiver que optar por alguma profissão na faculdade. Se bem, que também me sinto muito atraída pela profissão de professor, é claro que recebo influencia direta da minha tia, e a dedicação dela, me fascina com a profissão de docente. Porém, ainda é cedo para pensar nisso. Ou não?

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CAPÍTULO II

Top 10

Na minha idade, a coisa mais normal do mundo é ter SDD.

Abreviação para “SÍNDROME DO DEMAIS”. Putz, essa é a doença da galera. Adolescente é assim:

Sofre: demais!

Chora: demais!

Ri: demais!

Ama: demais!

Ou seja, chato? Demaaaiisss!!!

Quase todos os dias, quando não me atraso, gosto de acordar cedo e ficar na Praça Santo Antônio admirando a paisagem, Hei! Não é chafariz não, tá louco? É que aqui é a rota de passagem dos meus TOPS 10. É que tenho a minha listinha dos gatinhos mais exageradamente lindos! Os dez mais belos exemplares da espécie masculina, Ahhhhhhhhh... Só em pensar, alivia a tensão! Nesta ocasião minha lista encontra-se deste daquele modo:

TOP 10 DA RACLANA

TOP 10-Mateuszinho Lemos. 16 anos, Quase 1:80 de altura, olhos verdes, cabelo loirinho no ombro, estilo surfistinha, todavia tem um problema, o apelido. TUBARÃO. Por quê? Come tudo que vem pela frente. Como não está na minha lista de prioridades me servir como próxima refeição dele, não vai rolar. Que pena! Se o Mateuszinho fosse um pinguim, ficava tudo resolvido. Afinal de contas, os pinguins escolhem somente um parceiro para toda vida. Que lindo! Pinguim fica viúvo, que romântico!Estou com lágrimas nos olhos.

TOP 9-Luís Felipe Toledo de Braga. Também chamado como: Cyndi Lauper. Que foi uma cantora dos anos 80, de cabelos coloridos, voz estridente, maquiagem pesada, roupa estranha e mega louca- que vivia cantando: “Girls Just want to have fun” que diga de passagem, tia Lola adora. Entretanto, deu para perceber qual é a do Luís Felipe, não é? Estranho, Lindo e louco. Gatinho, quanto extremo! Na boa, não dá para ser a garota da Cyndi Lauper. Oh dó!

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TOP 8-Ben Zen- Sério esse é o nome dele. Os pais se conheceram em uma das bilhões de comunidades paz e amor do planeta, sentiram aquela energia cósmica sair de seus corpos hidratados com suco de cenoura e broto de bambu.

Eca, que nojo!

Continuando... O amor fluiu numa frequência que foi de alfa a Omega, e nove meses depois Ben Zen nasceu. Suquinho poderoso esse, não? Minha avó tem outro nome para isso, mas deixa para lá!

O Ben é um gatinho muito gente fina, além de lindo, claro. Ele é educado, carinhoso, atencioso. E até me arrisco a citar que para os meninos da idade dele que conheço, é disparado o mais bacaninha. Devo confessar, que na 5° ano a gente se gostava, dizíamos que namorávamos e tudo. O namoro era Power!

Hora do recreio, me sentia o próprio Anderson Silva e partia para o faith total.

Missão: passar pela cantina, pela tia Celina amiga da minha Tia Lola, sem ser vista. Cortar por trás do bebedouro, subir as escadarias da biblioteca, quase rolando pelo chão. Na minha cachola, rolava músicas iradas demais. "Sweet child o mine” era or concur, era Guns ‘n Roses total. Era a competente Lara Croft, e lamento Angelina Jolie, no entanto, aquele instante era supremo pra mim. Cara, eu ia beijar o meu gatinho! Quando ultrapassava a porta da biblioteca, podia vê-lo no murinho lá no canto da varanda. Era o nosso cantinho. Ai era pura adrenalina, misturada com progesterona, êxtase total, o solo da guitarra do Guns no crânio , e cada vez que ia me aproximando, via o Ben sentadinho com as perninhas cruzadas, posição de meditação, e na embalada, corria em direção dele, arrancava os seus fones de ouvido, fazia biquinho e ouvia aquela música medonha do fone dele que me asco só de lembrar até hoje:

"Gosto tanto de ver leãozinho, caminhando pelo sol..."

Na boa, não há Axel Rose que resista a isso!

Atentava bem dentro dos seus olhos, sabe olhar 43 turbos, e ele com aquela cara de pastel de chuchu. O intimava injuriada: _Ben? E com aquela calma irritante, abria um sorriso tímido como ele, com aquela voz rouca e grave proferia um curto e sonoro: _Oi. Eu murchava literalmente. Ficava pior que maracujá dentro da gaveta. Aí o dito-cujo resolvia se expressar: _ Que foi leãozinho, não gostou de me ver? Tá triste? Já havia perdido a quantidade de vezes que o tinha pedido que não me titulasse de “leãozinho”.Todavia, o sorriso do Ben, sempre me acalmou. Podia estar injuriada, a mais revoltada das criaturas, porém, quando ele ria ,era como se o sol nascesse e brilhasse exclusivamente para mim. Foi um namoro,diria,tenso. Somos os opostos.

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Água e óleo. Oito e oitenta. Não ocupamos o mesmo espaço na cadeia alimentar, definitivamente. No entanto, o Ben é muito especial para mim, sempre será. Como não tenho jeito, e não quero cortá-lo da minha vida o mantenho sempre no ranking dos dez mais. Afinal, ele é um dos meus melhores amigos, e é melhor ficar entre últimos do ranking do que fora competição, certo? Continuando... TOP 7-Eduardo Medeiros. Que gatinho, esse menino! Moreninho, olhos puxadinhos, cabelinho estilo moicano, todo “Mamãe to forte". O contratempo dele é vocabulário. O Duda só se resume a uma palavra: Firmeza. Daí, Duda Firmeza. Tudo que você o perguntar seja lá o que for ininterruptamente se resume nisto: _ Oi Duda, como vai? _Firmeza! _ Duda se estudou para prova? _Firmeza! _ Quer ganhar um beijo na boca? _Firmeza! _ Quer levar um chute na bunda? _Firmeza! _ Topa pular de um abismo? _Firmeza! Sempre suspeitei que o Duda fosse algum aluno de intercâmbio que definitivamente não aprendeu a falar português, a não ser claro, Firmeza! Ou seja, Sem chances! Ele é muito mais gatinho de boca fechada. _ TOP 6-Pedro Henrique Mascarenhas. Que nós, as meninas superintendidas do assunto, apelidamos carinhosamente de “PêMas”.O “Pê” é o mais lindo, mais fofo, mais gostoso, mais especial de todos os moleques dessa classificação . Juntos, eles não dão nos pés do “Pê”. Deve estar se perguntando o porquê ele fica no top 6 e não no top 1, não é verdade? Esclareço. O “PêMas”, tenho um único contratempo. Ele é gay. Fazer o que não é? O cara é gay, mas é Lindo, oras? Ai, e como! Que desperdício de testosterona! Supera Raclana, Supera! TOP 5-Caio Cunha. Nossa esse garoto é um abuso de beleza! Imagine um carinha lindo de morrer? Ele é o triplo. Porém, o que tem de belo, tem de sebosinho. Só vive com as mãos naquele cabelo. Não! Ele se sente o pior você não sabe, o guri pode se sentir. Perfeitinho, da cabeça os pés. Até as marcas da injeção do sujeito são redondinhas, pequeninas, um primor! O Problema do “PPA”, ah esqueci expor, é assim que chamo o Caio. PPA= PRONTO PARA O ALTAR. A questão do PPA, é que ele não me da à mínima. O Ser passa, e não percebe o chão gosmento cheio da minha saliva, Na moral, posso estar pelada na frente dele ou só modelito pronta para matar, ou feito um repolho, que para fulano, dá no mesmo! Sobrevém com aquela cara de mau, perverso, não me toque. E eu lá, toda se querendo, berrando pelos poros: Você não vale nada mais eu gosto de você! Um dia, guardem isso, vou catar a tal da fada madrinha pelos cabelos, e vou obrigá-la a trabalhar, parece que já estou até vendo: _ Me transforma! Me transforma agora em princesa! Senão, será mais uma a ir para terra do pé junto do reino encantado!Vou te mandar de vez para terra do nunca, só que será do NUNCA MAIS VIVEREI! Enquanto isto, momentaneamente, será deste jeito:

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Ele passa, eu babo, ele passa, eu babo... E a vida segue seu curso. Aiiiiiiiiii,Que ódio! TOP 4-GUILHERME CASA, GRANDE GUI, FOFO! O que dizer do Gui? É o ser mais alegre, mais encantador, mais doce que conheço, e o que mais seduz nele, é sem dúvida alguma, a doçura que carrega em seus olhos. Nunca o vi triste, chateado ou zangado com ninguém. A beleza do Gui não é corpo bem sarado que á propósito possuí, nem seu rosto angelical. A formosura do Gui é algo que vem de dentro, da alma, do fundo da essência dele. É tão específico, que te cativa, comove, envolve, surpreende. È impossível falar não para ele. Você se sente mal, culpado, justamente porque o Gui sempre é tão solícito, está continuamente ali, pronto para ajudar. Não dá para chamá-lo de outro apelido que não seja: Gui Fofo. Na boa, -ela sussurra para câmera do notebook- Ali eu pegava bonitinho! TOP 3-O FULANINHO QUE FICA NO BANCO DA PRAÇA DESDE 7:00 HS._ Sei que irão me avocar de louca varrida, e na verdade eu sei que sou. Mas este carinha, é o único da lista que não conheço, nem sei se quer seu nome.Tudo se resume que o vejo todos os dias quando vou para o colégio, ele senta ali sempre no mesmo banco da praça as sete da manhã. Nem sei onde estuda, nunca consigo nenhuma informação concreta sobre ele. Todo mundo que conheço, e olha que eu conheço gente pacas, ninguém sabe nada dele. Ele é lindo!È bem alto, forte, porém, está continuamente com um olhar vazio, perdido no tempo. Uma mochila nas costas. E o uniforme dele, não me lembro de ter visto em Saquarema antes. Acredito que seja de alguma escola de um município vizinho. Por isso, em virtude de não saber efetivamente nada dele, só o chamo como O FULANINHO DA PRAÇA. Por enquanto, qualquer dia assumo minha louca, e vou lá no carão e pergunto tudo. Aguardem noticias! TOP 2-RODRIGO AFONSO- MISTURINHA- O Rodrigo é moleque bom demais. Educado toda vida e sempre. Possui algo que nos prende a ele. È quase irresistível não conversar com o Rodrigo, não receber aquele abraço tão gostoso que só ele sabe dar. È envolvente, aconchegante. Parece que tem mel exalando pelo corpo dele no lugar do suor. Confesso que já ficamos. E que me notei apaixonada por ele em algumas estações. Como não se apaixonar por alguém tão meigo e charmoso assim? Impossível por uma mulher que se preze! Sem dúvidas, o Misturinha é o Don Juan de Marco de Saquarema. Daí, o chamo pela justa alcunha de Misturinha. Porque ele é a nobre combinação de todos os sabores que um homem possa ter para conquistar uma mulher. AH... Minhas pernas estão bambinhas! Agora que rufem os tambores: Para tudo! Chegou à vez dele, o lindíssimo, gostosíssimo, vitaminado, fofuxo, maravilhoso, amorzinho, Bebê meu:

DEDEX! O Dedex é o carinha que quero namorar quando achar que estou pronta para isso. Diria que é meu sonho de consumo para príncipe encantado. Seu nome na verdade, é Gael. Diferente, não é? Não sei de onde a mãe dele tirou esta alcunha, só sei que são lindos, ele e o nome. Imagine um moreninho feito chocolate, cabelos lisos e castanhos escuros, olhos cor de mel, boquinha carnuda, perninhas torneadas, bumbum arrebitado e dono também do par de mãos mais lindo que já vi em minha vida?Ei, tira o olho fulana, ele ainda não sabe, mas já tem dona!

Eu! Sabe, adoro mãos de homens, é sempre a primeira parte que bato os olhos. Se o moleque não tiver mãos bonitas e bem torneadas, não perco nem tempo olhando para o resto, descarto na hora. Por quê? Para e pensa: O material que te segura, tem que ser de primeira qualidade, concorda? É uma equação simples de se resolver. E o Dedex tem mãos extraordinárias. Deve ser porque joga vôlei na praia, e isso também explicaria as pernas, o bronzeado, à barriguinha... Melhor parar, a declaração é variada! Então, o problema do Dedex, é que ele é mais velho que eu

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como já deu para notar, coisa mínima, uns dez anos somente.È pouco, estou com catorze , ele com vinte e cinco,acho. Caraca, por que não nasci dez anos antes? Tava tudo certo agora! Não tem jeito que não seja esperar. Enquanto isso, sou obrigada a vê-lo desfilando com a Aninha (pescoçuda), Bia (sem bunda), Cibele (burra feito um jegue), Dora (sapatão que não se assume), Eloísa (baleia).... Ou seja, sofro o constrangimento de ver o alfabeto inteiro passando na minha cara e ocupando o lugar que um dia, será meu. Bom, para isso ando orando muito quando vou à igreja! Um dia, ouvirei: E DEDEX E RACLANA FORAM FELIZES PARA SEMPRE! Lindo! Estou emocionada! Alguém tem um lencinho aí?

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Capítulo III

Veneno Cruel

Perfil: Nome: EVA PIETRO VENENO Vulgarmente conhecida por mim como: EVINHA VENENOSA. Qualidades: Achou que fosse falar nenhuma?- todo mundo pensa. Mas, tenho que admitir, ela tem muitas. Se liga na tabela: Sabe ser invejosa, dissimulada, pilantra, cretina, bruxa, vil, mentirosa, e por último, não menos importante: É MÁ. É muito MÁ. Pense em um ser malvado. Pensou? Pois é, aprendeu com ela. E esta praga achou de vir entrar logo no meu sapato. Oh saco! Naja do inferno! Defeitos: Achou que ia dizer todos? Que nada, só tem um. TER NASCIDO! Adora: Infernizar-me, ganha o dia. Gosta: De qualquer coisa que eu tenha. Ah, não esquecendo, isso inclui principalmente meus ficantes e aspirantes a namorados. Detesta: Minha existência. Eis, algo que a tira do sério! Manias: De comer mortadela e rotar caviar. De falar que acabou de chegar de Paris, toda vez que digo que fui ao Rio com meu pai, fazer compras no Saara. Oh, Criatura deprimente! Entretanto o pior da Evinha, não é o fato de tentar ser a bruxa Tetéia da minha história, e sim de acreditar que seja a própria. A Evinha vive em função da minha vida, chega ser lastimavelmente impressionante o tempo que gasta para fuxicar a minha vida o tempo todo. É no facebook, tumblr, até no jaz falecido Orkut vai atrás do meu rastro. Se estiver na frente do cinema pronta para ver aquele filme com a galera, minutos antes de entrar na sala, o celular toca. Olho para o visor, e lá está escrito:

“MEGERA CHAMANDO” Como tenho horror à falta de educação, a mesma me obriga atender o despacho. _ Fala Evinha. _Nossa Raclana, tinha nada melhor para fazer não? Perder tempo com esse filme ridículo, neste cinema capenga? Credo, sua vida deve estar muito baixo astral, que de decadência Heim! _ E isso é problema seu por que... Ah, me lembrei, isso não é problema seu, Evinha! _Não precisa ficar nervosa linda, foi só um comentário! _ Evinha... Deseja mais alguma coisa? _ Não gata, só queria ter certeza da sua falta do que fazer. Nossa Raclana, a vida é muito bela para ser desperdiçada desta forma, se não acha? _ Levando em conta que cada um tem sua própria vida, e faz o que bem quiser com ela. Nesse caso, Evinha, Eu faço o que quiser com a minha e você faz o que quiser com a sua! Então na boa, vá cuidar da sua vida e me deixa em paz! Desligo o telefone, e acredite, menos de cinco minutos depois, a entidade brota na minha frente, vestida de rosa da cabeça aos pés, isso inclui as botas, que são grotescas. Parece a Barbie vomitada por um tiranossauro-Rex numa encruzilhada. Na boa, para aparecer do nada assim, só pode ser coisa de mandingueira! _ Oi Raclana querida! Resolvi dar uma passadinha por aqui! _ Você não passa Evinha, você se manifesta!-rebati entre dentes. _ O que mencionou? Não ouvi! _ Nada amada, nada demais. - replico para ver se consigo me livrar dela.

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_Bom, vou me juntar aos meus. Eles pegaram lugares perfeitos, e reservaram o melhor pra mim, que fofos! Não concorda? _Claro Evinha, nada melhor do que separar os bichos peçonhentos dos não venenosos, é até uma questão de segurança e saúde pública, não acha?-ironizando para ver se a bruxa se mancava. Aí não tinha erro, ela deu às costas, e sai rebolando feito a Gisele Bundchen, neguinho zoava direto: _ Olha a passarela! Bruxa passando! Nunca entendi bem o que a Evinha tem contra mim. Evidentemente, jamais seremos amigas. No entanto, uma coisa é não ser amiga e a outra é se tornar sua pior inimiga. Não me recordo de ter feito nada que a levasse transformar a minha vida num caos. Lógico, que não deixo barato as artimanhas que ela impetra contra mim. Porém, não houve um início. Depois, não tenho nada que pudesse despertar esse ódio mortal e maciço dela comigo. Não sou garota flu-flu feito ela, não sou rica, e admito, nem bonita como ela sou. Então, não entendo os pits dela versus minha pessoa. Uma vez a Evinha teve a ousadia de marcar com um garoto que eu ficava no mesmo local que sabia que eu estaria. O Xela era um gatinho que de vez em quando a gente ficava quando eu ia para casa da tia Celina. Ele era vizinho dela, e a gente sempre se curtiu, então, ficávamos. Xela jamais seria o tipo de carinha que a “charanga” perceberia. Ah, “Charanga”, é a nobre mistura de CHATA + BARANGA. Adjetivo perfeito para ridícula da Evinha. Bem, um belo dia o despacho descobriu que eu e o Xela éramos ficantes eternos. Sim, tínhamos nos prometidos que ficaríamos continuamente quando nos encontrássemos pela vida. Pensando bem agora, continuamente é muito tempo. Aliás, é tempo pra burro! Na moral, estava surtada quando falei um troço desses. Xela é adorável, mas para sempre, cara, nem em conto de fadas. Às vezes sou tão exagerada... Enfim, a charanga descobriu e começou tentar bichar a nossa relação. Primeiro mandou uma caixa de bombom para o colégio dizendo que o Xela a teria dado. Evidentemente, isso não foi feito de maneira tão simplória. Era um dia de verão, sol escaldante, nenhuma nuvem do sol. Sabe aqueles dias que se parecem como uma pessoa hiper feliz, sorrindo incansavelmente? Foi um dia como este. Cheguei à escola, passei pela entrada, entreguei a caderneta ao tio Gaspar, o beijei, sorri e ele redarguiu como todo santo dia: _Bom dia menina maluquinha! Mais um dia para aprender, vamos lá, quero ver você arrebentando, heim! Só o tio Gaspar achava que íamos ao colégio somente para desbravar os mistérios do conhecimento. Claro, gosto de estudar. Na boa, sempre gostei. E isso deve a minha tia, ela sempre me ensinou que a pessoa mais pobre do mundo não é aquela que não tem dinheiro e sim aquela que não tem conhecimento.E nada como uma conversa ao pé do ouvido com tia Lola para fazer você se sentir um verdadeiro jegue.Porque a pessoa é inteligente.Continuando... Passando pelo tio Gaspar, segui direto ao banco da minha turmita. _ E aí galera! _ Fala Raclana, conta uma boa! _ Oi Raclana, tudo bem amiga? _ Agora meu dia brilhou, coxa grossa chegou! Toma um beijo amor! Meus amigos sempre foram sem modéstia os aprimores do mundo. Sempre me ajudaram, estiveram comigo nos piores e melhores momentos da minha vida. Tia Lola sempre ensinou: “Amigo de verdade é aquele que conhece a sua música preferida, principalmente a letra. Porque no dia em que, por qualquer motivo da vida esquecê-la, ele a cantará novamente para você. Esse poderá chamá-lo de seu amigo.” O Edu, a Mônica, Bel e o Bruno, nunca foram meus amigos somente porque constatei que sabiam a letra da minha canção preferida. Mas, principalmente porque não entendiam minha alma, e nem mesmo assim, desistiram de continuar tentando

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compreendê-la. E não há maior prova de amor, amizade e fidelidade que esta. Creio que nem mesmo quando deixar de ser adolescente e virar adulta vou deixá-los. Nem mesmo quando me casar tiver filhos, se bem que não sei se os terei. Nem ainda quando comprar meu trailer e viajar pelo mundo, vou consentir me afastar deles. Tão pouco quando estiver bem velhinha, onde a gente esquece o que comeu ontem, vou aceitar perder a maneira de amar cada um do seu jeitinho. Por um simples fato: eles são a extensão de mim. E a gente nunca deve se abandonar ainda que seja desamparado. Voltando a tralha da Evinha. Encontrava-me ali com meu povinho do bem. E chega a treva: _ Bom dia pessoas! Todo mundo olha um para o outro e se prepara para o bote. - Sabe gente, hoje estou tão feliz! Olhem só o que acabei de ganhar do “meu filé”, não é lindo? Olha que caixa de bombom maravilhosa e caríssima, lógico. Imagine que sou garota de ganhar bombom de supermercado. -alfinetou. Respirando fundo e controladamente contestei: _ Que bom para você Evinha. Mas gente como estava falando sobre a baladinha... Outra vez, sou atravessada: _Poxa Raclana, me dou ao trabalho de vir aqui compartilhar com vocês o meu mimoso presentinho e você nem vai perguntar de quem ganhei? Isso não é muito educado da sua parte! Respiro mais profundo ainda. _Ok, Evinha, de quem ganhou essa linda caixa de bombom tão cara? _Advinha gata? Do Alex Barcellos, ah desculpe, você só o conhece como Xela. Ela cria piamente que rolava compromisso entre a gente, Não nego, na hora me subiu um calor nas veias, e me vi esmagando aquele pescoço de girafa dela. Contudo, aguentei a pressão, e me mantive no salto com despacho sinistro em forma de gente. _ Ah, o Xela te deu isso? _ Isto mesmo lindinha, foi ele! Não é um amor?- exibindo aquela caixa maldita na minha cara. _ Bem, isso explica o porquê se deu ao trabalho de vir até aqui.Agora, o que ainda me intriga ,é compreender porque você quis que eu soubesse ?- cruzando os braços sem dar muita importância. _ Oras vocês não namoram gata? Raclana vira a câmera do notebook para si outra vez. Quando me pesquisou sobre, foi o crime a seguir que me vi cometendo: Estava fazendo Evinha engolir a caixa de bombom inteira, e a Mônica e o Edu tentando segurar-me a todo custo. _ Você vai engolir tudo de uma vez, seu demônio pintado de rosa! _Calma Raclana - contestava Moniquita. _Larga Coxa Grossa!- Bradou o Edu. Todavia, classe é tudo. Principalmente se vier com uma pequena dose se vingança!- sorri jocosa. A questão de mexer comigo era que a Moniquita, uma das minhas Best friends, toma as dores, e ela é uma gaucha daquelas arretadas. _ O Xela e a Raclana não namora Evinha, ficam, e de vez em quando. Só que isso não é problema seu! Deveria ter vergonha de chegar aqui se achando e contar como vantagem, toma vergonha na cara guria! Situa-se sua gambá Pink! _ Calma Mônica. Tenho certeza que a Evinha deve ter uma boa explicação para tal atitude, não é gata?- tentei consertar antes que a Moniquita partisse a cara dela em duas. Só que o encosto nunca ajuda, é incrível!

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_ Não, na verdade não tenho não Raclana. Só achei curioso que para mim que praticamente não o conheço, ele tenha me dado um presente tão expressivamente custoso, e você, que o namora segundo minhas fontes há anos, jamais se preocupou em dar nem mesmo uma bala? Curioso, não?- admirando as unhas imensas que colaboravam para seu perfil que criei secretamente no face:" Cada um tem a Medeia que merece!" Então precisei partir para o calcanhar de Aquiles dela, sim, porque todo mundo tem um, até mesmo a mais vil das feiticeiras. _Numero um: Não somos namorados, como já foi dito anteriormente pela Mônica. Número dois: Embora isso não seja da sua conta à gente fica sim, e faz tempo. Número três: Se o Xela me deu ou não uma bala, não me importo querida, o fundamental, é que ele saiba que não pode me compra nem mesmo com a caixa de bombom mais cara do mundo, Está bom ou preciso desenhar para você entender, Evinha Venenosa? Agora a cobra fuma. Se tiver algo que a deixa muito brava, além da minha existência, é chamá-la pela alcunha de “Evinha Venenosa”, apelido carinhoso que minha pessoa a deu. Essas horas eu me amoooooooo!!! _Escuta aqui Raclana... - atreveu-se Medeia a entrentar-me. _ Escuta aqui você, Evinha. Verdadeiramente acreditou que ia abordar aqui sem ser convidada, tentar envergonhar a minha figura na frente dos meus amigos e ficaria tudo por isso mesmo? Nossa, sei que inteligência não é sua marca mais expressiva, mais tu já foi melhorzinha nisso filha!- mandei de supetão e foi o que bastou. _ Não admito que me chame dessa forma, sua suburbana! _ Hei gata, desce do salto não! Mantém a linha, não sabe brincar não desce para o play! Não atirou no pé? Agora manca, potranca! Pareceu que enfim a entidade decidiu dar as caras na questão. _ Está explicado porque ele não te assume garota! _ Talvez esteja mesmo explicado de vez. Nossa, -fitando debaixo acima- O Xela baixou o nível de vez!- caindo na gargalhada. _ Raclana, eu vou... _ Vai não linda, vai não! Sou eu quem vai, para sala, bateu o sinal. Vamos Galera? Tchau, Evinha Venenosa! Nas pedras Raclana puxa a câmera para si narra em tom de locutor de final de temporada.

E mais uma vez Raclana deixa o ringi com o superplacar: Raclana 1x Evinha 0

Coloquei minha bolsa nas costas, dei tichauzinho e fui despedindo da criança seguida pelos simplórios adjetivos: _ Vaca! Pobre! Suburbana! Dentuça! Por isso ninguém te quer, otária! Seguimos cada uma para sua sala, eu, Edu e Moniquita, que não se conteve em me cutucar: _Tu és doida demais! _ Que doida nada, é hilariante ver a naja se acabando em um surto psicótico. Impagável!-confessei. _ Te prepara coxa grossa, ela vai vir com tudo para cima de você. - recordou Edu das retaliações que a bandida podia e faria contra mim. Parei no corredor, lançando so braços para cima e bradei: _ Pois é... Supera Raclana, supera! Agora, pensam que acabou por aí? Que nada! Jazia em aula com o professor Flávio, quando percebi meu celular vibrar no bolso da calça. Sorrateiramente, improvisei a queda da lapiseira no chão, e no que agachei tirei rapidamente o cel da algibeira, e vi que Mônica comandava torpedos aos montes, com a mensagem de emergência. Num súbito e acelerado pensamento, fui até o professor Flávio com a maior cara de pau e mandei essa...

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_ Professor, pode atender o celular? É a minha mãe. _ Já fez sua redação mocinha?- indagou enquanto corrigia as provas de outra classe. _ Positivo e operante!Está prontinha em minha mesa, quer ver? _ Se diz que fez, não é necessário. Pode atender ao telefone e mande um abraço meu a sua mãe. OBS: Este tipo de caô só funcionava com o professor Flávio, ele é meio desligado das coisas. Geral sabia que minha mãe jamais ligava para mim, dirá em sala de aula. Helloooo! Eu moro com a minha tia e a vovó desde os quatro anos de idade. Contudo, essa é outra história. Sempre achei o professor Flávio muito ingênuo, quer dizer... Achava! Foi mau tio! Corri para o fundão da sala, desviando das mil cadeiras dos grupinhos que ali se aglomeravam. Abaixa de leve entre a última carteira e a parede, e atendi ao telefone. _ Fala Moniquita. _ Olha amiga, te preparas que a bruxa cor-de-rosa esta aprontando mais uma para ti! _Gente, e o que essa Medeia de uma figa está aprontando agora? Essa jararaca não conhece o significado da palavra paz não? _Eu escutei uma conversa dela com a naja mirim. Falou que havia ligado para Xela vir aqui na hora do recreio. Deve está tentando passar com ele na sua cara, só pode! _Moniquita, você tem certeza? _Lógico que tenho. E ainda te digo mais, conversaram perto de mim de propósito porque sabia que eu ia te contar. -admitindo sua leve inclinação para fofocas. _Tudo bem! Tranquilo! Tá beleza! Eu sei o que fazer! _Que tranquilo Raclana? Enlouqueceu? _Confie em mim Moniquita, eu sei o que fazer. Desligando. Respirei fundo, sentei na minha carteira por alguns instantes, e tracei o plano que executaria. Se a Evinha queria dar show com o Xela na minha frente, então, que fosse o show do ano. Levantei, e aproximei-me da mesa do Flávio, disposta a colocar minha veia dramática que certamente algum dia me levará ao grande prêmio. Por falar nisso, por que será que ainda não me mandaram o Oscar? O correio está em greve? _ Professor, eu... Eu... _ O que foi querida? O que aconteceu? Você esta tão pálida? Mantive o silêncio. Concentração é tudo nessas horas. _ Raclana, o que foi? Diga-me? Silêncio e respiração ofegante. _ Querida, algo errado com sua mãe? Respiração profundamente ofegante. _ Você não acha melhor ir até a diretoria, conversar com a psicóloga? Mulheres se entendem melhor, e se for o caso, posso até liberá-la. Finalmente os serafins tocaram como rouxinóis em meus ouvidos. _ Não sei se devo deixar sua aula de tal modo... -atuação de diva. _ Imagine Raclana! Não acha mais sensato que uma coleguinha vá com você? _Bem, se o senhor puder chamar a Mônica Ribeiro da 901, ficaria muito grata. _Sim, sim, estou indo buscá-la. Acalme-se! Minutos depois, chegam a Mônica e o Flávio, o coitado, estava esbaforido. Môniquita olhou como quem nada entendia o que esta ocorrendo ali. Apoiei-me em seus ombros, e fomos cambaleando como duas bêbadas até cruzar o corredor, acompanhado pelas frases de apoio do professor Flávio. _Cuide bem dela Mônica! Dê noticia Raclana! Tenha Calma!Tudo vai dar certo!

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Quando atravessamos, o sangue quente gaúcho saltou das veias de Moniquita e eclodiram nos meus tímpanos. _Guria, enlouqueceu é? Se ele nos pegar... _Relaxa amiga, tá comigo, tá com Deus. Eu te avisei que sabia o que fazer, não foi? _Mas isso não incluía uma loucura dessas! Eu estava fazendo prova de Física II, tu sabes que sou o ó nessa matéria. _Nada que não possa superar, prometo te ajudar estudar e descolar uma segunda chamada valeu? _Mais bah, que isto muda tudo para quem não sabe nada! Estou sentindo que isso não vai dar certo... _Moniquita, na boa não sente nada, está bem? Feche os poros, a alma, o corpo, fecha tudo! _ Raclana, isto na minha terra tem nome e sobrenome! _É? E qual seria? _Merda Danada! Raclana olha para câmera e conclui: _Não diga nada, por favor, também não sei por que ainda pergunto este tipo de coisa a ela! Continuando... _Amiga, só me segue e confirme tudo o que disser, entendeu? Que horas são? _Umas nove e meia, acho. Que importância tem isso agora?- quis investigar Mônica preocupada. Narrativa de Raclana: _ Seguimos para a diretoria. Mais precisamente para sala da dona Regina. Olhei pela fresta da janela do corredor, e constatei. Que o seu carro não estava lá, o que me fez chegar à lógica. Sabemos, que se até agora não veio, a probabilidade de vir é quase mínima. Meu plano ainda permanece sob meu controle. _ Oi tinha Neuza, tudo bem? _ Bom dia meninas, em que posso ajudá-las? _Eu queria falar com a tia Regina, ela está? _ Infelizmente Regina não se encontra, a julgar pela hora nem sei se virá hoje ainda. Mas, é só com ela Raclana? _ Não sei... È que estava em sala com o professor Flavio, e de repente ele não se sentiu bem e me pediu para falar com a tia Regina se não teria a possibilidade de liberar a turma. Moniquita fitou-me com os olhos esbugalhados feito uma coruja, e ruídos bem esquisitos começaram a romper do canto da sua boca. O que ela não entendia é que nessas horas, é tudo ou nada. Começamos, terminamos. È óbvio que tinha pleno conhecimento do risco que estava correndo. Na minha escola havia um interfone em cada sala direto com a secretaria, ou seja, nossas cabeças estavam por um triz. _ Se a senhora quiser pode interfonar... O estalido estranho agora soou de forma mais sonora e compreensível dos lábios de Moniquita. _ Ra... Cla... Na... Mantive-me firme, acreditando que tudo daria certo. Se a tia Neuza tocasse naquele interfone, no mínimo, levaríamos três dias de suspensão. Agora, imagine eu, chegando em casa , contando a Tia Lola que tinha tomado uma suspensão de três dias? Na moral, ia saber o que é estar no inferno literalmente. Deus é mais! _ Não Raclana, não é necessário. Quando a Regina se atrasa ou não vem, acabo ficando muito sobrecarregada com a secretaria.

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_ Olha tia Neuza, se a senhora quiser posso interfonar daqui para não ter nenhuma dúvida depois. Novos ruídos ecoaram ainda mais inteligíveis da boca de Mônica: _ Raclana... Tá maluca??? _ Minha flor, você faria esse favor para mim?- indagou Tia Neuza mexendo em alguns papéis. _ Claro tia. Posso? _ Fique a vontade!- dando-me liberdade ao objeto. _ Professor Flávio? Sou eu, Raclana. Estou na secretaria. È só para comunicar que pode liberar, está bem? A turma toda, inclusive. Claro, muito obrigada, tichauzinho! – Pronto tia, tudo resolvido!- bati palminhas na moral. _ Obrigada Raclana, lembranças minhas a sua tia. Ao sair da diretoria, senti um misto de alívio, com loucura e devaneio. Interrompido evidentemente pela gaúcha ensandecida, Mônica Ribeiro. _ Tu és louca, Raclana? Tu fazes ideia na enrascada que acabou de nos meter? Além daquela cena com professor, ainda vens aqui, e manda liberar a turma? Você é "tri-louca" guria! _ Amiga, se a Evinha quer dar show, ela terá um show. E você já viu show sem plateia? _ Que tu vais fazer? _ Me segue fofa, porque como você diz: vai ser "tri-legal"! Dali, seguimos para o 1° ano.Para sacramentar de vez meu plano anti-Evinha, era necessário encontrar mais uma pessoa. Eduardo Lemos. Meu grande amigo Edu. O parceiro certo para qualquer hora, que topa qualquer parada. O único probleminha, é que justo naquele dia o Edu estava em aula com a feiticeira-mor, Zuleica Veneno, digníssima mãe da praga da Evinha, professora de geografia, metida e nariz em pé feito à filha. Isso deve ser algo genético, só pode, porque ela também sofria de antipatia crônica por mim. Aproximamos da sala, virei para Moniquita e mandei: _ Amiga, agora é com você! Bate na porta, pede licença, fala com a conga e expõe que o assunto com o Edu é de vida ou morte! _ Raclana, tu sabes bem quem está dentro desta sala, não? Como vou por meu pescoço assim a prêmio? Estou arriscando ir parar de vez na diretoria. -mexendo o rabo de cabelo _Moniquita, se você for, há uma possibilidade de irmos para secretaria. Se eu bater naquela porta, com certeza nós vamos para diretoria. Então, você vai! _ Esta mulher vai me matar! _ Vai morrer por uma boa causa, prometo! Anda, vai gaúcha! _ Mas bah, o que vou falar para a mulher? _ Diz que é urgente. Fala que a avó dele morreu. _ Raclana, é quarta avó do Edu que você mata só neste mês. _ Sinal que ele é muito bom netinho, senão elas não mandariam avisá-lo cada vez que morrem. _ Insana! Mônica aproximou-se da porta pisando em ovos. Olhou-me novamente, e me fez um sinal nada bonitinho. E eu só gesticulava: _Vai, vai logo! Ela encheu os pulmões de ar, e antes de bater a porta, sussurrou: _ Ainda te mato! Ao bater á porta, imediatamente surgiu à imagem da megera-mor. Que como sempre manteve o tom deseducado e arrogante: _ O que você quer Mônica? Trocou de sala e não me avisaram? _ Tia Zuleica...

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_ Tia por quê? Não sou irmã nem do seu pai, tampouco da sua mãe! _ Desculpe. Dona Zuleica, preciso falar rapidinho com o Eduardo Lemos. _ È Alguma emergência? _Não... Quer dizer, sim! Sim! É muito importante! _ E sobre o que seria?- indagou a naja mãe com os olhos feitos de coruja no galho da árvore do meu vizinho que não me deixa dormir. Ainda mato aquela coruja! _ È que... A... A avó dele sabe... Morreu! Morreu a pobrezinha. E me pediram para dar a notícia, somos amigos, como à senhora sabe... - mostrando-se desconcertada. _ Ah... A avó do Eduardo Lemos faleceu? Nossa, pensei que ela havia morrido há quinze dias. - rebateu a bruxa. _ Bem, morreu, morreu sim. Entretanto, agora foi a outra avó, aquela era a de consideração, essa era de sangue. _ Mônica, por acaso não está mancomunada com a Raclana para nenhuma das armações dela não, está? _ Quem??? Eu???? Que isso dona Zuleica, nunca! Jamais! Em tempo algum!- e desta vez ela foi digna de um Oscar. _Acho bom, porque se for alguma das tramóiazinhas de vocês, vou pegar as duas, entendeu? _ Positivo e operante professora. Quando vi a medusa afastar-se da porta e chamar o nome do Edu, vibrei por dentro, faltavam alguns minutos para o recreio, porém, com tudo dando certo, meu plano não tinha como falhar. Fiz sinal para Mônica que esperaria na biblioteca. Coisa boa, aliás, é arquitetar lances na biblioteca. Nunca tem ninguém por lá. É como estar sozinha no banheiro, uma maravilha. _ E aí coxa grossa, matou minha avó de novo é?- me beijando na testa como sempre fazia. _ Ah Eduzinho, desculpa. É que careço da sua ajuda. Moniquita estressou-se: _ Ah... Obrigada Mônica por ter arriscado seu pescoço!Nossa você é uma amiga e tanto! _ Desculpe Moniquita, você foi dez, cem, mil. S2! _ Qual é a parada coxa grossa? _ Evinha esta tentando armar para mim. _ Não é novidade. - rebateu Edu. _ Moniquita a ouviu conversando com a naja-mirim, ela falou que chamou o Xela para vir aqui na hora do recreio. _ E daí? _ Daí, que se ela quer dar uma de poderosa com ele para cima de mim, não vou deixar barato, Edu. _Meninas... Cara, se ela o chamou , deixa pra lá. Se ele vir, veio. _ Escuta aqui Edu, vai me ajudar ou não? _ Tá bom, o que quer que eu faça? _ Preciso entrar na sala de musica da escola. _ Tá pirada garota? Fumou peido? _ Mais bah! Sala de música?!Tu enlouqueceste de vez!-arrematou Moniquita. _ Coxa grossa, não vai rolar. Não posso entrar lá sem autorização. Pega para mim. _ Não citei que quero que vá comigo. Disse que preciso entrar lá. _ Ah... Que mudança! E para que quer entrar lá?-objetou. _ Preciso de um MP3 e uma caixa de som. Só o MP3 e o cabo de USB, eu já tenho. _ Raclana! Para que?- Ele me encarou desconfiado. _ Porque preciso, oras! Edu tem me entregar às chaves. A Moniquita me vigia o que der errado eu assumo sozinha, não sobra para ninguém.

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_ E não vão saber que foi eu quem te dei as chaves? _ Posso ter roubado de você na hora da entrada, quando estávamos no banco. Justamente, na hora que a Evinha chegou. A própria venenosa por ser sua testemunha de defesa. _ Na moral coxa grossa, às vezes você me dá medo. _ Amiga, onde foi que tu aprendeste isso, guria? Tô bege! _ Ué gente, preciso me defender. Vou deixar aquela surucucu do brejo me engolir sem fazer nada?- pondo-os a prova como amigos. O Edu passou as mãos pelo cabelo inúmeras vezes, ajeitou a boca de um canto para outro. E depois de intermináveis segundos tomou uma decisão: _ Está certo, vou te ajudar. Espera no pátio, vou levar a caixa de som para lá.Mais pelo amor de Deus, veja bem o que vai arrumar! Isso pode colocar a gente numa baita encrenca, Raclana. - chacoalhando as mãos, um tique dele. _ Eu sei Edu. No entanto perceba, não posso deixar a Evinha tripudiar desse jeito em cima de mim e na frente de todo mundo.È no mínimo injusto! _ Tudo bem, vamos nessa! Deixamos a biblioteca, e seguimos para o pátio. No caminho, a boca de Moniquita não cessou por um minuto: _ Amiga o que tu vais aprontar afinal de contas? Na boa, estou com medo, cara! Isso vai ferrar a gente de vez! _ Mônica, relaxa... Você é muito stressada. Lá no sul não tem chá para acalmar, não? Não colocam nenhuma poção de chá relaxante naquele chimarrão que vocês tomam? Credo! _ Só acho que às vezes temos que saber avaliar as coisas. Será que a Evinha vale tanto esforço assim? _ Ela nunca vale esforço algum, Moniquita. Todavia,não é isso que esta em questão aqui. _ E o que seria então? _ Acha certo ela me sacanear deste jeito na frente de todo colégio? Não fui eu quem procurou encrenca, tampouco provoquei ninguém, agora, se ela quer guerra, é guerra que vai encontrar! _ Olha Raclana, só espero sinceramente que você saiba o que esta fazendo... Sinto cheiro de confusão no ar!E das grossas! _ Abaixa que lá vem o Edu. Edu chegou pelos cantos carregando em uma das mãos a caixa de som. Meus olhos vibraram quando o vi trazendo o objeto. Faltavam poucos minutos para bater o sinal do recreio. Corremos para a cantina, aonde todo plano se desdobraria. Na escola tínhamos uma rádio, rádio esta que ajudei a fundar vendendo infinitos tickets para arrecadar fundos e comprar os equipamentos. Durante muito tempo trabalhei a finco na radio. Mas com tempo, e com tantas aporrinhações da Evinha comigo por causa da rádio, acabei dando tempo de lá. No entanto, um pedido meu, a qualquer momento aos meninos que ficaram tomando conta, seria uma ordem expressa. Então, tudo ficou ainda muito mais fácil. Tudo que precisei foi falar com eles, usar meu MP3, o cabo e a caixa de som, e esperar a ocasião certa de agir. O sinal do recreio era sagrado. Ás dez em ponto, era batido. Tio Gaspar jamais o atrasava. Cumprido parte do plano, arrastei Moniquita para o banheiro, e pedi Edu para pegar nosso material na sala de aula. Caso desse algum galho era só sair pela tangente e vazar. _ Raclana, ainda não entendi. O que tu vais cometer guria? _ Esperar é uma virtude Moniquita. De repente ouvimos a batida do Edu na porta do banheiro. Ele nos entregou nossas mochilas, apanhei rapidamente meu kit de primeiro socorros. Tratei logo de escovar minhas longas madeixas e passar aquele gloss básico. _ Guria, tu é muito pirada mesmo? Estamos prestes a sermos engolidas por um tsunami e vai se emperiquitar toda?

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_ Se fosse você gaúcha, passaria um "chique-chique" nesta cara também, estamos prestes a assistir um grande show e você ai falando feito um papagaio desgovernado! Se arruma de uma vez garota! Depois não vai explanar que não avisei. Não posso culpar minha amiga. Realmente ela não conhecia o que ia inventar, e se soubesse evidentemente me impediria, e esse sempre foi um dos motivos que faziam não contar detalhadamente tudo a Mônica. Ela ininterruptamente foi uma ótima amiga. Maravilhosa. Mas, era medrosa demais. Se soubesse um terço dos meus planos de antemão, obviamente eles não teriam acontecido. Com certeza, mandaria me internar numa dessas casas de malucos. Porque para Moniquita, sempre fui uma louca varrida. Se bem que ela não estava completamente errada. _ Como é amiga, não vai passar nenhum gloss? _ Estou nervosa demais para pensar em gloss, Raclana! Enfim, quando estava guardando meu estojo na bolsa, ouvimos o sinal do recreio. Olhei para ela pelo espelho, soltei aquele sorriso e falei: _ É isso aí amiga, chegou à hora! _ Minhas pernas estão tremendo... Minhas mãos estão molhadas de suor, olha isso? Ah Raclana, esquece essa maluquice! Eu não vou não! Torci os lábios para o lado, joguei a mochila nas costas, coloquei as mãos na cintura, e agarrei-a pelo braço com muita força arrastando para fora; Ela tentava bravamente se segurar nas paredes do banheiro feito minha cachorra Pompéia quando vai tomar banho. Como eu dominava a arte de como arrastar a Pompéia nesses minutos de crises, apliquei o mesmo domínio na Moniquita também, não seria nenhum grande problema. Depois de alguns minutos, comprimindo-a para fora do corredor, chegamos finalmente no pátio da escola. Olhei em volta, mais precisamente em direção ao portão da escola. E como previa, lá estava dona Evinha cheia de caras e bocas conversando com o Xela. Evidentemente, caminhei até eles, porque isso fazia parte do que havia planejado. E a naja não perdeu a oportunidade como o previsto: _Raclaninha! Olha só quem está aqui! Não para você e sim para me ver, Não é o máximo? O Xela jogou suas madeixas douradas para trás, constrangido por não esperar aquela cena. Proferiu somente um contido "Oi Raclana". Sabe, nunca o culpei pelo episódio. Porque nunca tivemos efetivamente nada, ele poderia estar com quem quisesse, inclusive ela. Desde que isto, não se tornasse em uma provocação desmedida e desrespeitosa a minha pessoa, que era o objetivo dela.A questão para Evinha, era mostrar por A+B , que era capaz de ter qualquer coisa que fosse minha, e na cabeça dela, quando dizemos coisas, isto também inclui pessoas.Para a Evinha, pessoas e coisas, sempre tem o mesmo peso,mesma medida, e infelizmente, o mesmo valor. _ Nossa, é o máximo mesmo Evinha! Imagino que você deve estar estourando de felicidade, não é? _Olha Raclana, não vou negar ver você com essa cara, realmente me traz um grande prazer. _ Ah é? E por que Evinha? _ Há de convir, que não deve ser uma sensação muito agradável, ver o seu namoradinho com uma garota como eu. _È verdade. Nisso você tem toda razão. Mesmo o Xela não sendo meu namoradinho, vê-lo com uma garota da sua espécie, é extremamente desagradável, afinal, em minha opinião ele merecia alguém muito, mais muito melhor que você. Mas, gosto não de discute, só se lamenta!- ri ironicamente. Xela, então, decidiu interromper a conversa:

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_ Desculpe Raclana, mas na moral, não sabia que era para isso que ela me chamou aqui. Nunca faria isso contigo. _ Tudo bem Xela, não se preocupe. Está tudo bem. _ Tem certeza Raclaninha? Você não vai esbravejar? Não vai tentar dar na minha cara? Não vai falar barbaridades? Vontade, você tem não é mesmo?Conta para mim, fala a verdade! Sorri contidamente e redargui: _ Foi para isto que armou todo esse circo, não é? Para tentar me fazer descer ao seu nível. Só baby, que você errou em um pequeno e indispensável detalhe. _ E qual foi? Não pedi-lo em casamento na sua frente, para ver você tirar as calças e pisar em cima de raiva? – soltou aquela gargalhada com a sua turminha de baba ovo. _ Não linda. Seu erro foi acreditar que estava me afetando, “Tirando” de mim algo importante. O rosto da jararaca mudou imediatamente, arregalou os olhos, e com uma ira assombrosa, virou o pescoço e disparou: _ Como assim, não é uma coisa importante? Ele não é o seu maldito namoradinho?! _Não. _ Vocês não ficam? _Sim. Às vezes. But é apenas isso, Evinha. Mais nada. Contudo, para mostrar que não sou uma pessoa grata ao seu dedicado esforço em me pentelhar, fiz uma surpresinha para você, fofa!- batendo em suas bochechas passadas. E sorrindo de orelha a orelha, Imediatamente, cliquei meu MP3, e a estronda e sonora surpresa começou a tocar ...

Parece uma rosa, de longe é formosa. É toda recalcada, a alegria alheia a incomoda

VENENOSA! EEEI! ERVA VENENOSA, EEH!

É PIOR DO QUE COBRA CASCAVÉL, SEU VENENO É CRUEL , EL, EL, EL, EL!

De longe não é feia, Tem voz de uma sereia, Cuidado não a toque,

Ela é MÁ , pode até te dar um choque! VENENOSA! EEEH!

ERVA VENENOSA, EEH! É PIOR DO QUE COBRA CASCAVÉL,

SEU VENENO É CRUEL , EL, EL, EL, EL Se porta como louca, Achata bem a boca, Parece uma bruxa,

Um anjo mal, Detesta todo mundo,

Não para um segundo, Fazer maldade é seu ideal!

Como um cão danado, Seu grito é abafado, É vil e mentirosa,

Deus do céu como ela é MALDOSA! VENENOSA! EEEH!

ERVA VENENOSA, EEH! É PIOR DO QUE COBRA CASCAVÉL,

SEU VENENO É CRUEL , EL, EL, EL, EL

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_Ah... Lembrando-se desse episódio, tenho que admitir como amo a "Mamãe" Lee. - e me acabei de rir na cara dele. Ao ouvir a música à galera começou a zoar, gritavam,vaiavam. E a dona Evinha Venenosa, saiu do salto de vez: _Parem com isso agora! Parem já com essa maldita música! Pare com isso agora Raclana! Vou processar você! _ Ah, vai? Vai processar pelo que Evinha? Por ser mais esperta e inteligente que você?Por não cair nas suas arapucazinhas de segunda? _Já lhe falei, desliga isso agora!Estou mandando! _ Nã, nã ni, na não! Você não manda você pede querida. Pede, mais pede bem direitinho, se não seus tímpanos vão explodir com essa música! Quase se picando com o próprio veneno que escoava pelos cantos da boca, ela baixa a guarda. _ Quer por gentileza, mandar desligar a droga dessa música, Raclana. Com um dos dedinhos no canto da boca, intimei: _Palavrinhas mágicas? _ Por... Favor...! _ Ah... Agora sim. Bem, desliguei o som. Porém, meu professor de filosofia uma vez explicou, que quando se incentiva um grupo de pessoas , quando você as inflama para quais quer atos expressivo ou não, elas podem tornar-se incontroláveis. E foi o que aconteceu naquele momento. Tudo que eu retribuía a Evinha, na verdade, eram atitudes da maioria da escola. Pessoas que ela também tentava, e às vezes até conseguia escravizar, azucrinar e humilhar. E quando essa galera viu a faca e o queijo na mão, não hesitaram em cortá-lo. A música foi desligada. Entretanto, um alto, estrondoso coro surgiu no pátio do colégio:

VENENOSA, EEH! EVA VENENOSA!! EEEHH!

É PIOR QUE COBRA DO QUE COBRA CASCAVEL, SEU VENENO É CRUEL, EL, EL, EL!

Acredite, foram quase cinco minutos impagáveis da geral em peso cantando sem parar. Bom, eu avisei, que se ela queria show teria um de primeira, e há recompensa maior para um artista do que a multidão repetindo inúmeras vezes sua obra-prima musical? _ Olha só o que você fez sua cretina! Colocou o colégio em peso contra mim! _Ops!!! Não coloquei ninguém contra você! Não ouse me culpar se esta é a opinião que eles têm de você. Este é um dos pilares da democracia, Evinha. A voz do povo é a voz de Deus! _ Vou acabar com você,Raclana! Arrebentar isso que você de cara, e vai ser agora! Inesperadamente, Xela entrou na frente da naja, e entoou uma voz firme e imponente: _ Basta Eva! Chega dessa palhaçada! _ Mais Alex... _ Cara, chega! Você foi longe demais! Imediatamente Edu surgiu em meio à confusão, agarrou-me pelo cotovelo e gritou: _Sujou! Dona Zuleica já soube e está vindo para cá! Dessa vez, vamos nos ferrar! _Não foi por falta de aviso! – ressaltou a medrosa Moniquita _ Nem pensar! Não vim até aqui para ser pega pela Naja-mãe! E num dueto de vozes, eles indagaram: _ E o que faremos?

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Respondi sem pestanejar: _ O que de melhor fazemos... VAZAR!!! _Partiu!- bradaram os dois. E lá fomos os três mosqueteiros teens. O Edu voltou ligeiro para sua turma que estava concentrada em uma das mesas da cantina. Eu e a desbravada cagona, Moniquita, vazamos pela portaria. Não foi difícil sair, afinal, meu professor havia liberado a minha turma, depois do telefonema que dei na secretária, e a Mônica estava em aula vaga em virtude da prova de Física I, que para me ajudar, não terminou (ainda teria que corrigir isso). Corremos como duas loucas até cruzarmos a esquina da Professor Francisco Fonseca com a Alfredo Menezes. E aí, e somente aí, podemos respirar um pouco mais aliviadas. _ Tu és louca de pedra guria! Não sei onde estou com a cabeça quando me meto nessas tretas contigo! _ Relaxa gata! Vai dizer que você não curtiu? Moniquita olhou-me de canto de olho, e em pura sincronia,despencamos a gargalhar por incontáveis minutos.Sentamos no banco da praça, pondo as mãos sobre nossas barrigas, que doíam demasiadamente. Rimos, rimos muito. Depois de passados alguns minutos, foi voltando calmamente o nosso estágio de maluquice baixa e controlável. _ Nossa! Fazia tempo que não riamos assim Moniquita. Estou quase tendo um troço... Cara está quente aqui! Ufa! _ Calor está mesmo. Mas que o nosso estado de êxtase contribui para esse fervor todo, sem dúvidas. - concluiu Moniquita. _ Você viu o semblante da Lambisgóia? Viu? Estou com vontade de fazer xixi!- delirando de rir. _Impagável! Nem se eu viver por 1000 anos, vou esquecer aquela cena. Colégio em peso gritando: Eva Venenosa! E ela com a aquela cara de penico mal lavado! Ah, amiga, na boa, isso não vai ficar barato não. Quando a Evinha puder, vai vir para cima com tudo! _Por mim... Ela pode vir por cima, por baixo, de lado... Não tenho medo dela. Gostaria mesmo é que me esquecesse de vez. Seria contemplar a verdadeira felicidade. A Evinha é uma pedra no meu sapato total! _Pois pode esquecer esse sonho, fofa! Porque no que depender daquela lá, acho muito difícil isso acontecer! Muito mais fácil um camelo passar num fundo de uma agulha. O que vamos fazer agora? _ Ah, eu vou para casa, gata. No fim, isso tudo acabou sendo muito divertido, contudo, fiquei cansada, e depois não quero correr o risco em sonhar que chegou ao ouvido da Tia Lola que alguém me viu vagando pelas ruas, porque aí sim, estarei frita, mal passada, e drasticamente encrencada! _Da sua tia, você tem medo não é Raclana?- investigou Moniquita. Parei, fitei os olhos em minha amiga, e por alguns segundos, refleti muito sobre sua pergunta. Medo da Tia Lola... Pensei em tudo que eu e minha irmã havíamos passado ao lado da Tia Lola e da vovó, e num flash respondi categoricamente: _ Não. Não tenho medo dela, Moniquita. Mas sem sombras de dúvidas, o respeito que tenho por algumas pessoas em minha vida é devido o respeito que aprendi a ter por ela. Minha tia não tem meu medo, minha tia tem o meu respeito! Eu amo muitas pessoas Moniquita, mais a única que não gostaria de decepcionar é ela. Vou nessa! A gente se fala mais tarde! _ Vai entrar no Face? _ Vou sim, a gente se fala!

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