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Apresentação da Prof. Dra. Denise Lucena Cavalcante sobre Sustentabilidade e Direito Tributário durante o Congresso Brasileiro de Direito e Sustentabilidade, realizado entre os dias 9 e 11 de novembro de 2011, em Curitiba
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SUSTENTABILIDADE E DIREITO TRIBUTÁRIOProf. Dra. Denise Lucena Cavalcante
www.editoraforum.com.br
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Prof. Dra. Denise Lucena Cavalcante
Líder do Grupo de Pesquisa em Tributação Ambiental – CNPq/UFC
“ A Revolução Verde diz respeito a todos nós. Trata-se de discutir se conseguiremos encontrar um meio de produzir riquezas – pois todos querem viver melhor – sem criar resíduos tóxicos no mundo financeiro ou no mundo natural, que acabem nos esmagando.”
(Thomas Friedman, p. 19).
Revolução Verde
Convergência necessária
O CUSTO DA SUSTENTABILIDADE
• Quem assumirá o custo da sustentabilidade?
• Quem definirá as normas futuras e quem pagará a conta do passado?
• Como minimizar as divergências entre os países desenvolvidos e os demais países?
Principais temas debatidos durante a 12ª Conferência Global de Tributação
Ambiental em Madrid – outubro/2011:
• Mobilidade e transporte urbano sustentável• Segurança humana e sustentabilidade internacional• Instrumentos de mercado para o fomento das tecnologias sustentáveis e as energias renováveis• Transformação industrial a favor da sustentabilidade no contexto da crise econômica• Regime de comércio de emissões e reforma fiscal ambiental para a economia sustentável
GOVERNÂNCIA AMBIENTAL INTERNACIONAL
• A mudança climática constitui um dos perigos mais graves e iminentes que a humanidade enfrenta neste século.
• AMEAÇA GLOBAL
EXIGE SOLUÇÕES GLOBAIS
RESPOSTAS NORMATIVAS INTERNACIONAIS
• 1988 – IPCC/Intergovernmental Panel on Climate Change (criado pela PNUMA e OMM)
• 1990 – 1º Relatório do IPCC: Propõe a necessidade de elaboração de tratado mundial para o desafio da mudança climática
• 1992 - CMNUCC – 1º esforço mundial apontando os problemas, mas não cria limites e nem compromissos obrigatórios
• 1997 – PROTOCOLO DE KYOTO – compromissos específicos e vinculantes
NEGOCIAÇÕES INTERNACIONAIS
• 2007 – 13º Conferência da CMNUCC – Bali (compromisso dos países desenvolvidos e medidas não vinculantes aos países em desenvolvimento)
• 2009 – 15º Conferência – Copenhague (não houve o acordo global esperado)
• 2010 – 16º Conferência – Cancún
• 28/11/2011 – 17º Conferência – Durban/África do Sul
• 2012 – RIO + 20
PROTOCOLO DE KYOTO
• COMPROMISSO TOTAL GLOBAL: redução das emissões dos gases efeito estufa equivalente ao mínimo de 5% menos que os níveis de emissão em 1990 ATÉ 2012.
2009 (Relatório da OMC/PNUMA:
AS EMISSÕES AUMENTARAM 24% DESDE 1990!
PROTEÇÃO AMBIENTAL E COMÉRCIO INTERNACIONAL – O PAPEL DA OMC
• EXPANSÃO SEM PRECEDENTES DO COMÉRCIO NOS ÚLTIMOS 60 ANOS (OMC)
• VOLUME DO COMÉRCIO EM RELAÇÃO AO PIB MUNDIAL PASSA DE 5,5% (1950) PARA 21% (2007)
• ALTERA-SE A POSTURA DA OMC. EM MENCIONOU “A OMC NÃO É UM ORGANISMO QUE SE OCUPE DO MEIO AMBIENTE!”
INFORME OMC/PNUMA
DIRETRIZES DA OCDE – MAIO 2011
ORIENTAÇÕES DE POLÍTICA ECONÔMICA:
• Fixar preço sobre a contaminação e sobre a excessiva exploração de recursos naturais, adotando mecanismos de tributação
• Reforma fiscal orientada no crescimento sustentável• Adotar impostos sobre energia e CO2
• O relatório “Por um crescimento verde” cita CURITIBA como exemplo de cidade sustentável e com a mais baixa contaminação urbana do ar.
(Relatório disponível em: www.oecd.org)
OCDE – TRIBUTAÇÃO, INOVAÇÃO E MEIO AMBIENTE
Os países da OCDE estão usando cada vez mais impostos relacionados ao meio ambiente porque eles correspondem a instrumentos de políticas eficazes e disponíveis. Explorar a relação entre inovação e tributação relacionada ao meio ambiente é fundamental para a compreensão dos impactos completos deste instrumento de política – uma faceta potencial de "crescimento verde“.
São questionados neste Relatório questões relevantes como a necessidade de definição do preço sobre poluição.
(Taxation, Innovation and the Environment/2010: www.oecd.org)
Tributação ambiental e Mercado
• Reforma do sistema fiscal nacional, através do qual a carga de impostos é deslocada de impostos convencionais (incidência sobre o trabalho e o capital) para impostos sobre as atividades relacionadas ao meio ambiente.
• Reduzir as emissões de gases com efeito de estufa e fluxos de materiais contaminantes através da economia.
• Estimular a inovação e o investimento tipo “clean and green” nos setores da economia que possam desempenhar um papel crescente em prol do desenvolvimento sustentável.
Desafios do Direito Tributario
• Reexaminar a extensão do princípio da capacidade contributiva;
• Definir novas hipóteses de incidência vinculadas a proteção ambiental
• Tributar sem afetar a competividade local e internacional
• Incentivar através de benefícios fiscais sem promover uma concorrência desleal
A DESCONFIANÇA DOS TRIBUTOS AMBIENTAIS
• HISTÓRICA DESVIRTUAÇÃO DOS TRIBUTOS
• OS FALSOS IMPOSTOS VERDES
• EFEITO SOCIAL NEGATIVO DA SOBRECARGA FISCAL
• DESCONFIANÇA DAS MEDIDAS EXTRAFISCAIS
• A INFLUÊNCIA DO LOBBY EM SITUAÇÕES PONTUAIS : O CASO DA ENERGIA EÓLICA
• AUSÊNCIA DE CONTROLE DOS FUNDOS AMBIENTAIS
• ATUAÇÃO DIRETA NAS ZONAS INDESEJÁVEIS E DE CONTAMINAÇÃO TOLERÁVEL
IMPOSTO PIGOUVIANO
• A.C. Pigou – enfrenta a divergência no mercado entre o custo privado e o custo social.
• Ressurge atualmente a idéia do Imposto Pigouviano com a função de neutralizar o dano ambiental
IMPOSTO PIGOUVIANO
• INTERNALIZAR AS EXTERNALIDADES:
EXTERNALIDADES POSITIVAS: INCENTIVOS FISCAIS
EXTERNALIDADES NEGATIVAS: TRIBUTOS
TRIBUTOS AMBIENTAIS
“Al fin Y al cabo, no se crean impuestos para conseguir amigos.”
EL IMPUESTO AMBIENTAL PROF. TULIO ROSEMBUJ, p. 12.
MEDIDAS LOCAIS
MEDIDAS TRANSNACIONAIS
DIREITO TRIBUTÁRIO AMBIENTAL
INCENTIVOS FISCAIS - OMC
1. INSTRUMENTOS FISCAIS
2. MEDIDAS DE MANUTENÇÃO DE PREÇOS
3. POLÍTICAS DE APOIO AOS INVESTIMENTOS ÀS TECNOLOGIAS LIMPAS
ACORDO SOBRE SUBVENÇÕES E MEDIDAS COMPENSATÓRIAS -
OMC
• RESPEITAR O PRINCÍPIO DA NÃO-DISCRIMINAÇÃO
• FUNDAMENTAR-SE NAS NORMAS INTERNACIONAIS
• OBJETIVO LEGÍTIMO E JUSTIFICADO
• ATENTAR PARA AS SUBVENÇOES INTERNAS QUE CAUSEM DANOS À COMPETITIVIDADE INTERNACIONAL
• A OMC DEVE SER NOTIFICADA A CADA SUBVENÇÃO CONCEDIDA INTERNAMENTE
Tributação Ambiental Transnacional
• Adequação dos conceitos
• Responsabilidade geral, mas diferenciada
• Tributo como indutor de atividades econômicas ambientalmente adequadas
• Função socioambiental dos tributos
• Responsabilidade fisco-ambiental
• Política Pública Mundial: mitigação dos impactos ambientais e recuperação dos danos já ocorridos
• Foco na sustentabilidade econômica mundial
• IPVA PARA CARRO ELÉTRICO REDUZIDO
• ISENÇÃO SOBRE O LUCRO DAS ATIVIDADES DE ATIVIDADES DE REFLORESTAMENTO
• IPTU REDUZIDO PARA PROPRIETÁRIOS QUE PRATIQUEM ATOS BENÉFICOS AO MEIO AMBIENTE
• IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO – REFLEXOS NO “DUMPING ECOLÓGICO” –
CASOS PRÁTICOS DE MEDIDAS FISCAIS EM PROL DO MEIO
AMBIENTE
POLÍTICAS NACIONAIS PARA MITIGAR AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS - BRASIL
• POLÍTICA NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS - LEI n. 12.305/2010
• POLÍTICA NACIONAL SOBRE A MUDANÇA DO CLIMA – Lei n. 12.187/2009
• POLÍTICA NACIONAL DE CONSERVAÇÃO E USO RACIONAL DA ENERGIA – Lei n. 10.295/2001
• POLÍTICA NACIONAL DE RECURSOS HIDRICOS – Lei n. 9.433/1997
POLÍTICAS PÚBLICAS NACIONAIS
• NÃO PODEM SER ANTAGÔNICAS
• NÃO PODEM GERAR DESPROPORÇÕES ENTRE ENTES FEDERADOS
• NÃO PODEM CAUSAR CONCORRÊNCIA DESLEAL
• TÊM QUE SER JUSTIFICADAS E COM FOCO PERMANENTE NA PROTEÇÃO AMBIENTAL
• TÊM QUE SER ESPECÍFICAS PARA CADA CASO CONCRETO
DESAFIO GLOBAL: TRIBUTAR O CO2 ?
• IMPOSTO OU PREÇO?
• QUAL O PREÇO?
• QUEM DEFINIRA AS REGRAS?
MECANISMOS DE PREÇOS E DE MERCADO PARA INTERNALIZAR OS
CUSTOS AMBIENTAIS
• IMPOSTOS SOBRE O CARBONO: Base de cálculo: emissões de CO2 relacionada
com combustíveis fósseis.
• Exemplos de países que já implementaram:1990 – Finlândia - 1991 – Suécia1991- Noruega - 1992 – Dinamarca
1997 – Eslovênia - 1999 – Itália2000 – Estônia - 2008 - Suíça
• O RELATÓRIO COMÉRCIO E MUDANÇA CLIMÁTICA DA OMC – 2009 APONTA QUE, EMBORA POSITIVOS, OS EFEITOS DA INSTITUIÇÃO DO “CARBON TAX” SOBRE AS EMISSÕES DE CO2 FORAM PEQUENOS.
• PRINCIPAL DIFICULDADE: INEXISTÊNCIA DE MÉTODO DE MEDIÇÃO PADRONIZADO POR ORGANIZAÇÃO INTERGOVERNAMENTAL.
CARBON TAX
• A TRIBUTAÇÃO AMBIENTAL DEVE ATUAR PREFERENCIALMENTE NAS POLÍTICAS PREMIAIS, REGULATÓRIAS E INTERVENCIONISTAS
• NOVOS TRIBUTOS VERDES TERÃO DIFÍCIL ACEITABILIDADE: MUDANÇA DE PARADIGMAS
• O PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR NÃO PODE SER SIMPLESMENTE “TRANSPORTADO” PARA AS POLÍTICAS FISCAIS.
• DEVE SER ESTABELECIDO UM SISTEMA NORMATIVO INTERNACIONAL COM FOCO NA RESPONSABILIDADE DIFERENCIADA ENTRE AS NAÇÕES
• DESENVOLVER POLÍTICAS COORDENADAS E ESPECÍFICAS PARA CADA SITUAÇÃO LOCAL
REFLEXÕES FINAIS
Obrigada!E-mail: [email protected]
“IF MEN WERE ANGELS, NO GOVERNMENT WOULD BE NECESSARY !”
(James Madison, 1788)