28
Medicina Forense II Tanatologia forense

Tanatologia - USP

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tanatologia - USP

Medicina Forense II

Tanatologia forense

Page 2: Tanatologia - USP

Tanatologia

Conceito - A Tanatologia médico-legal ou forense é o ramo da medicina legal que estuda o morto e a morte, assim como os fenômenos dela decorrentes.

Page 3: Tanatologia - USP

Conceito de morteO conceito mais simples de morte e que não corresponde com a realidade, é o de cessação total e permanente das funções vitais.

Modernamente temos basicamente dois conceitos de morte. a morte circulatória, que corresponde à parada cardíaca irreversível, e a morte cerebral, definida como a morte encefálica geral e não apenas da porção cortical, ainda que o coração esteja em atividade.

O conceito de morte cerebral passou a ter grande importância com o advento dos transplantes de órgãos e tecidos.

Page 4: Tanatologia - USP

Fenômenos cadavéricos

Abióticos

imediatos

perda da consciênciaimobilidaderelaxamento muscularrelaxamento dos esfíncteresparada cardíacaausência de pulsoparada respiratóriainsensibilidade

consecutivos

resfriamento do corporigidez cadavéricahipóstaseslivores cadavéricosdesidratação

Page 5: Tanatologia - USP

Fenômenos cadavéricos

Transformativos

destrutivosautóliseputrefaçãomaceração

conservadoresmumificaçãosaponificação

Page 6: Tanatologia - USP

Rigidez cadavéricaA rigidez cadavérica se instala em razão do aumento do teor de ácido lático nos músculos e conseqüente coagulação da Miosina:

inicia-se entre 03 (três) a 05 (cinco) horas após a morte;

instala-se completamente entre 08 (oito) e 12 (doze) horas; e

permanece por um período de 12 (doze) a 24 (vinte e quatro) horas.

Page 7: Tanatologia - USP

Rigidez cadavérica

Músculos mandibularesMúsculos do pescoço

Músculos do tórax

Membros superiores

Músculos do abdome

Membros inferiores

InstalaçãoR

esol

ução

Page 8: Tanatologia - USP

Rigidez cadavéricaSegundo a Lei da Rigidez Cadavérica de Nysten, no momento em que se inicia a rigidez, a intensidade e a duração são valores que estão intimamente relacionados. Quando a rigidez é precoce, a intensidade é baixa e tem duração limitada. Quando o início é tardio, a intensidade é maior e a duração prolongada.

Com relação às circunstâncias que modificam a rigidez cadavérica, podemos distinguir dois grupos:as que seguem a Lei de Nysten;as que não seguem a lei de Nysten.

Page 9: Tanatologia - USP

Rigidez cadavéricaCircunstâncias  que seguem a Lei de Nysten:

Idade: as crianças e idosos apresentam rigidez precoce e curta;desenvolvimento muscular e estado de nutrição: nos indivíduos atléticos, a rigides é mais tardia e intensa que nos que possuem uma musculatura débil ou apresentem quadro de desnutrição;Cansaço: a rigidez é precoce e fraca;Causa mortis: nas mortes violentas e repentinas a rigidez é tardia, intensa e duradoura. Ao contrário, nas mortes por enfermidades agudas hipostenizantes, crônicas caquetizantes e que esgotam o sistema muscular, a rigidez é precoce, fraca e curta;Anasarca (edema generalizado) torna mais lenta a instalação da rigidez;Hemorragias: se são intensas levam a uma rigidez precoce, curta e fraca.    

Page 10: Tanatologia - USP

Rigidez cadavéricaCircunstâncias que se afastam da Ley de Nysten

Mortes por processos convulsivos: a rigidez é precoce, intensa e duradoura;Algumas intoxicações (óxido de carbono, arsênico, clorofórmio): rigidez precoce, intensa e duradoura. Quando a intoxicação se dá por hidrato de cloral, cocaína, curare e cicuta, o momento de aparecimento é retardado;Electrocução: a rigidez é precoce, mas não intensa.Lesões mortais de cérebro e medula: adiantam a instalação da rigidez;Morte por calor: a rigidez é precoce, intensa, mas breve;Morte pelo frio: a rigidez é precoce, intensa e duradoura;Enfermidades que levam a paralisia muscular ou atrofias: em geral a rigidez é tardia, e fraca, porém duradoura. Existem, entretanto, inúmeras exceções.

           

Page 11: Tanatologia - USP

Rigidez cadavéricaImportância médico-legal

Diagnóstico de morte real;Determinação do momento da morte;Reconstituição das circunstâncias em que se produziu a morte.

Page 12: Tanatologia - USP

Espasmo cadavéricoEm alguns casos, quando a morte ocorre bruscamente, a última atitude da vítima fica fixada instantaneamente porque o corpo não passa pela fase de relaxamento muscular, entrando em rigidez quase que imediata. Existen duas variedades de espasmos cadavéricos:generalizado, em que todo o corpo experimenta uma rigidez súbita, conservando a posição do instante da morte; elocalizado, quando apenas certos grupos musculares entram em estado de rigidez instantânea. Às vezes o corpo mantém a última expressão facial ou um movimento com os braços, o que pode ser bastante útil nos diagnósticos de suicídio.

De qualquer forma é um fenômeno pouco frequente e produzido, quase sempre pelas mesmas circunstâncias:emoção ou extrema tensão nervosa que antecede o momento da morte;alguns tipos particulares de morte.

Entre as causas que podem levar ao espasmo podem ser citados: processos convulsivantes; ferimentos por arma de fogo que produzam morte repentina por lesão dos centros nervosos superiores ou do coração; morte por lesões espontâneas do sistema nervoso central, como hemorragias cerebrais e fulguração.

Page 13: Tanatologia - USP

Espasmo cadavéricoA importância médico-legal está relacionada com a fixação da última expressão ou atitude da vítima, facilitando o diagnóstico da causa jurídica da morte.

Fonte: http://criminologiaycriminalistica.wordpress.com/2008/09/23/rigidez-rigor-mortis-y-espasmo-cadaverico/

Page 14: Tanatologia - USP

Espasmo cadavérico

Page 15: Tanatologia - USP

Livores cadavéricos e hipóstasesCessada a circulação, o sangue, pela ação da gravidade, tende a depositar-se nas partes mais baixas do corpo, de acordo com a posição do cadáver.

Quando as coleções são encontradas dentro dos órgãos e cavidades, temos as chamadas hipóstases e quando são superficiais constituem os livores cutâneos.

Tanto os livores quanto as hipóstases surgem em torno de 2 (duas) a 3 (três) horas após a morte. Passadas 8 (oito) a 12 (doze) horas, fixam-se para não mais mudar de posição, ainda que o corpo tenha sua colocação alterada.

Têm grande importância na determinação da posição do cadáver no momento do óbito.

Page 16: Tanatologia - USP

Livores cadavéricos e hipóstases

Page 17: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos destrutivosAutólise

Com a morte e cessada a circulação, as células deixam de receber os nutrientes necessários à manutenção dos fenômenos biológicos. O meio vivo, que era neutro, passa a ser ácido, tornando impossível a realização dos fenômenos vitais. Com a alteração do pH e pela ação da pressão osmótica, as membranas celulares se rompem desintegrando os tecidos.

A acidificação dos tecidos, sinal evidente de morte, pode ser comprovada por várias provas laboratoriais como o uso de indicadores químicos (Sinal de Lesa Marzo, De Dominicis ou Silvio Rebelo).

Page 18: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos destrutivosAutólise

Page 19: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos destrutivosPutrefação

Fase Início Duração

Da coloração 20 a 24h até 7 dias

Gasosa de 2 a 7 dias de 7 a 30 dias

Coliqüativa de 9 a 30 dias de 1 mês a 3 anos

Esqueletização fase final

A putrefação inicia-se logo após a autólise pela ação de germes aeróbicos e anaeróbicos. Inicia-se geralmente a nível do intestino grosso, dando origem à chamada mancha verde abdominal e espalha-se pelo organismo.

Embora exista uma variação muito grande na marcha da putrefação, variando com o local em que o cadáver está colocado ou mesmo em decorrência da causa mortis, a putrefação obedece 4 (quatro) fases:

Page 20: Tanatologia - USP

Putrefação - Fase da coloração

Page 21: Tanatologia - USP

Putrefação - Fase gasosa

Page 22: Tanatologia - USP

PutrefaçãoFase de esqueletização

Page 23: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos destrutivosMaceração

A maceração é um fenômeno transformativo destrutivo que é observado basicamente em duas situações:

os submersos em meio líquido contaminado (maceração séptica); e

os fetos retidos a partir do 5º mês de gestação (maceração asséptica).

Na maceração os ossos soltam-se dos tecidos, o abdome se achata e o tegumento se desprende sob a forma de largos retalhos.

Page 24: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos destrutivosMaceração

Page 25: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos conservativosSaponificação ou adipocera

A saponificação ou adipocera é um fenômeno transformativo conservador, em que o cadáver adquire consistência untuosa e mole como sabão ou cera.

Normalmente a saponificação atinge apenas partes do cadáver podendo, entretanto, atingir todo o corpo.

A saponificação é um fenômeno que se inicia já quando o corpo se encontra em adiantado estado de putrefação e é facilitado por solos argilosos onde não há muita aeração.

Page 26: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos conservativosSaponificação ou adipocera

Page 27: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos conservativosMumificação

A mumificação é um processo conservativo que pode ser natural ou artificial.

A mumificação artificial os corpos são submetidos a processos especiais destinados à conservação do corpo, como por exemplo as múmias dos faraós egípcios.

O processo natural ocorre quando as condições climáticas favorecem uma rápida desidratação do corpo, impedindo a ação das bactérias que levam à putrefação.

Page 28: Tanatologia - USP

Fenômenos transformativos conservativosMumificação