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Tarô da Linhagem
- Meu sistema de observação da Linhagem
- Pontos importantes
- Fundamentos da Metagenealogia
- Demonstração de parte de árvore e sugestão de
caminho
Importante: eu não fecho com Jodorowsky no tarô e tampouco acolho a Metagenealogia completamente.
1 – Uso só Maiores, simplesmente porque minha ótica não tem a ver com a abordagem mais prática dos Menores. Use o que quiser, desde que você realmente entenda o que usa.
2 - Sou radical num ponto: pra mim, tarô tem 78 cartas e, mais importante, 22 Arcanos Maiores, seus atributos fundamentais acordados ao longo do tempo. O resto é baralho oracular.
Alejandro Jodorowsky nasceu em 29, estudou e depois dirigiu Marcel Marceau; fundou o Movimento Panico com Fernando Arrabal, escreveu e dirigiu para teatro; em 53 enveredou pelo já decadente movimento surrealista de André Breton (poeta e psiquiatra francês, cujo Manifesto em 24 -calcado em ideias freudianas de libertação da lógica imposta por padrões sociais/morais - lançou a revolução artística e literária que nos deu Dalí, Miró etc e que influenciou artistas brasileiros como Tarsila do Amaral); estudou psicanálise, brujería, tarô, arte zen e xamanismo; em 70 John Lennon divulgou seu filme “El Topo”; dirigiu vários outros filmes; produziu HQs com Moebius; foi discípulo reverente do mestre zen Ejo Takata.
Desenvolveu a Psicomagia e a Metagenealogia (com Marianne Costa), além do seu trabalho autoral com o tarô.
Por que eu simplesmente não acolhi a Metagenealogia completamente?
O maior ensinamento de Jodorowsky, penso, é ser O Louco, experimentando tudo e entendendo a si mesmo como em constante reformulação.
Sua proposta da Metagenealogiame abriu à reflexão sobre a árvore e me levou à observação do peso das heranças psíquicas, muito mais do que das genéticas. Quem somos realmente, nesse centro?
O simples ato de estabelecer contato com o que o tarô aponta nessa rede já nos abre, subconscientemente, ou subliminarmente, à absorção ou rejeição dos padrões herdados e isso, gradualmente, ativa transformaçõesque transparecem na vida prática.
Portanto, cuidado!
Dados importantes a considerar na leitura da árvore:
- Este não é um jogo ligeiro, nem mutável. Deve ser feito com foco, tempo e real interesse. Pode ser feito por partes, mas, uma vez aberto, é como uma foto.
- O design precede a reflexão intelectual. Olhe o todo como arte, ou numa meditação; aí olhe as mulheres desse quadro; então os homens; abra-se ao que te chama a atenção. Há repetição de arcanos ou padrões? Etc.
- Depois disso, a reflexão se dá entendo bem cada arcano, cada vertente, os pares e em seguida o descendente etc até chegar em você.
- O tarô é soberano. Apontará a tônica que ele considera essencial que você compreenda em cada personagem do seuquadro e não o que se dizia ou presumia dessa pessoa. Portanto, aqui, tanto faz quem era fofo ou quem era vilão na concepção pessoal (sua ou da família).
- A observação da árvore demanda capacidade de isenção. Centre sua Justiça antes de permitir o tagarelar mental (ressentimentos, deslumbres etc)
- Abra de cima para baixo, para compreender melhor a construção, remontando as etapas que vieram antes de você.
- Embaralhe, retire uma carta para uma pessoa específica, anote, devolva a carta ao baralho. Refaça os passos até completar a árvore chegando ao seu arcano.
Cada um, numa árvore é, antes e em si mesmo, um ser único, particular e anterior aos descendentes.
Seu pai, antes de ser seu pai, foi um indivíduo - um ser ainda sem nenhuma conexão com você.
A forma mais simples que encontrei de alcançar essa visão isenta e/ou empática é afastar-se do que sente a respeito de cada parente e vê-lo como criança; recorde a inocência que já foi a sua; veja esse ser sendo formado (ou deformado) pela árvore dele.
Quando você alcança a empatia genuína com esse ser fora de você, há um insight, algo começa a mudar.
É apenas nessa etapa que acredito que alguma brotação luminar pode finalmente começar a ocorrer.
Não se trata de desculpar parentes terríveis, nem de culpar a si mesmo seja pelo que for. Trata-se de abrir-se à possibilidade de acatar luzes e liberar sombras. No fundo, trata-se de, primeiro, decidir se quer libertar-se ou se quer manter-se onde está, antes de ler.
ADOTADOS
1 - Para curar ou ajudar alguém a converter-se no que ele verdadeiramente é, há que torná-lo consciente de que não é um indivíduo isolado, mas sim fruto de, no mínimo, quatro gerações de ancestrais.
2 - Se bem desde Freud aceita-se a existência (...) do Inconsciente, não são tidos em conta os projetos de futuro por considerar-se que o universo desenvolve-se sem nenhuma finalidade consciente. [Jodorowsky considera que o propósito cósmico é a criação de Consciência]
3 - O Inconsciente (...) deveria ser concebido com duas zonas: a que é produto das experiências do passado (...) e a que contém as possibilidades futuras, que encerra o potencial... tendente a desenvolver seres com Consciência cósmica, (...) e que poderia receber o nome de "Supraconsciente".
4 - Para desenvolver um alto nível de consciência requerem-se esforços tenazes (...). Nesse processo devemos (deixar) morrer a nós mesmos e voltar a nascer transfigurados, não definindo-nos como racionais ou irracionais, jovens ou velhos, mulheres ou homens.
5 – (...) num ovo fecundado, poderemos ver (...) um diminuto ponto vermelho que palpita: é o começo de um coração. O ritmo é anterior às vísceras. O coração existe graças à vontade de pulsar, que o formou para servir de instrumento.
6 - Todo indivíduo é produto de duas forças: a força imitadora -dirigida pelo grupo familiar, atuando desde o passado - e a força criadora - manejada pela Consciência universal desde o futuro. Quando os pais limitam seus filhos [por imposições pessoais](...) desobedecem aos projetos evolutivos do futuro
7 - A Consciência, desde os primeiros instantes de sua individuação no feto, padece desse conflito entre criar ou imitar.
8 - O clã [é um] organismo. Quando um de seus membros [muda], todo o conjunto reage, positiva ou negativamente. (...) Os sofrimentos dos antepassados (...) adquirem uma razão de ser. [E] Quando a família reage, reage também a sociedade na qual ela se desenvolve.
9 - O ser cultural, formado por quem nos educa, deve aceitar (...) ou lutar contra as predições negativas: "Se fazes aquilo, te destruirás; (...) terminarás como um mendigo; Se tens relações sexuais antes do casamento, serás uma puta".
Como o cérebro tende a cumprir as predições, transformadas pelo Inconsciente em ordens, elas atuam sobre a vida do indivíduo como maldições que exigem serem realizadas.
10 - Bisavós, avós e pais fundem-se dentro de nós para o melhor, assim como para o pior. (...) convertendo-se cada familiar numa entidade dupla: uma luminosa, outra escura. Dois campos de energia que, apesar de serem opostos, são complementares.
O que mais reverbera em mim, em tudo isso, é que temos um extrato que coincide com o meu no tarô e na minha própria forma de trabalhar a árvore:
A concepção de luminar e sombra, a simultaneidade da antagonia e da complementaridade: a ambiguidade. Assim os arcanos, assim os partícipes da árvore.
[ No site Clube do Tarô tem a tradução integral que fiz dessa introdução da Metagenealogia: http://www.clubedotaro.com.br/site/r69t_Jodorowsky_Metagenealogia.asp ]
Ivana Mihanovich
Blog: http://tarotluminar.blogspot.com.br/
Site: http://www.ivanamihanovich.com/
Livros: http://agbook.com.br/book/125108--TAROT_LUMINAR
e http://agbook.com.br/book/216457--BACK_TO_BASICS
Email: [email protected]
Entenda sua árvore, entenda-se na sua
árvore e comece a se abrir para o
exercício do seu potencial ser de futuro -
e para a celebração da sua verdadeira
vida.