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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UnU de Ciências Socioeconômicas e Humanas
Curso de Administração
Flávio Fleuri de Oliveira
PROCESSO DE IMPORTAÇÃO UTILIZADO NO
LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A
Anápolis, Go. 2008
2
Flávio Fleuri de Oliveira
PROCESSO DE IMPORTAÇÃO UTILIZADO NO
LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Administração da Universidade Estadual de Goiás – UnUCSEH para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof°. Fernando Cecílio Daher.
Anápolis, Go. 2008
3
Oliveira, Flávio Fleuri.
Processo de Importação utilizado no Laboratório Teuto Brasileiro S/A / Flávio Fleuri de Oliveira – Anápolis-Go., 2008. 66 f.
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Administração da Universidade Estadual de Goiás para obtenção do grau de Bacharel em Administração.
Orientador: Prof°. Fernando Cecílio Daher.
1. Importação. 2. Benefícios. I. Título
4
Flávio Fleuri de Oliveira
PROCESSO DE IMPORTAÇÃO UTILIZADO NO
LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Coordenação do Curso de Administração da Universidade Estadual de Goiás – UnUCSEH para obtenção do grau de Bacharel em Administração. Orientador: Prof°. Fernando Cecílio Daher.
Anápolis, ____ de __________ de 2008.
BANCA EXAMINADORA:
____________________________________________ Prof°. Fernando Cecílio Daher.
Universidade Estadual de Goiás Orientador
____________________________________________ Profª. Ms. Kênia Tomaz Marques Pereira
Universidade Estadual de Goiás Examinador
____________________________________________ Profª. Adriana Aparecida Costa
Universidade Estadual de Goiás Examinador
Nota ______
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, Jesus e Maria que me deram saúde, paz, serenidade e perseverança para finalizar esta caminhada. Sou grato ao meu professor orientador que me ajudou bastante, que teve paciência e também aos meus pais, namorada e amigos, pelas ajudas e conselhos.
6
“O Senhor é meu pastor, nada me faltará.” Salmo 22/23.
Bíblia Sagrada
7
RESUMO
O presente trabalho tem como principal objetivo analisar as etapas do processo de importação na prática do comercio exterior, pelo Laboratório Teuto Brasileiro S.A – uma das maiores indústrias de medicamentos genéricos e similares do Brasil. Este foi realizado através de pesquisa na empresa e considerado como um estudo de caso. Entre os insumos adquiridos para a produção das 297 apresentações atualmente ativas do Laboratório Teuto Brasileiro S.A, a importação é responsável por aproximadamente 90% deste total. Ressalto que no processo produtivo de medicamentos, o ativo farmacêutico (API) – Active Pharmaceutical Ingredient – geralmente é o item de maior peso na composição de todos os custos. Portanto a importância do Departamento de Importação para a empresa em administrar adequadamente e minunciosamente todo este processo nas etapas de aquisição e logística até a chegada da matéria-prima na fábrica. Tudo isso tem como objetivo principal, além de evitar atrasos na entrega e produção, maximizar toda a cadeia de suprimentos, para que a empresa possa ser cada vez mais competitiva no mundo globalizado.
Palavras-chaves:
Comércio Exterior; Importação.
8
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01 – RELAÇÃO DOS GRUPOS DE INCOTERMS 29
QUADRO 02 – DESDOBRAMENTO DO NCM 42
9
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01 – SISTEMÁTICA DE CLASSIFICAÇÃO DE NCM 42 FIGURA 02 – ORGANOGRAMA DIVISÃO IMPORTAÇÃO DO DEPARTAMENTO SUPRIMENTOS 45
10
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 01 – PAÍSES DE ORIGEM DAS IMPORTAÇÕES PELO LABORATÓRIO
TEUTO BRASILEIRO S/A. 47
GRAFICO 02 – FREQUÊNCIA DE FRETES NA IMPORTAÇÃO PELO
LABORATÓRIO TEUTO. 47
11
LISTA DE ANEXOS ANEXO I – PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA UNESP 59 ANEXO II – ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA ENTREVISTA 63 ANEXO III – REQUISIÇÃO DE COMPRAS DO LABORATÓRIO TEUTO 64 ANEXO IV – ORDEM DE COMPRA DO LABORATÓRIO TEUTO 65
12
LISTA DE ABREVIATURAS
BACEN Banco Central do Brasil
Camex Câmara de Comércio Exterior
CI Comprovante de Importação
CIF Cost, Insurance and Freight – Custo, Seguro e Frete
CIP Carriage And Insurance Paid To – Transporte e Seguro
Pagos Até
CPT Carriage paid to – transporte pago até
DAF Delivered at frontier – entregue na fronteira
DDP Delivered duty paid – entregue direitos pagos
DDU Delivered duty unpaid – entregue direitos não pagos
Deint Departamento de Negociações Internacionais
Decex Departamento de Operações de Comércio Exterior
Decom Departamento de Defesa Comercial
Depla Departamento de Planejamento Comercial
DEQ Delivered ex-quay – entregue no cais
DES Delivered ex-ship – entregue no navio
DI Declaração de Importação
DSI Declaração Simplificada de Importação
DVA Declaração de Valor Aduaneiro
EADI Estação Aduaneira do Interior
EXW Ex Works
FMI Fundo Monetário Internacional
FAZ Free Alongside Ship – livre no costado do navio
FOB Free On Board – Livre A Bordo
LI Licenciamento Não-Automático de Importação
LSI Licenciamento Simplificado de Importação
ROF Registro de Operações Financeiras
Secex Secretaria de Comércio Exterior
SRF Secretaria da Receita Federal
ZAL Zonas de Atividades Logísticas Portuárias
13
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 15
1.1 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA 15
1.2 OBJETIVOS DE ESTUDO 16 1.2.1 Objetivo Geral 16 1.2.2 Objetivos Específicos 16
1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 16 1.3.1 Questões a serem respondidas 16
1.4 JUSTIFICATIVA 17
1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA 19
2 REFERENCIAL TEÓRICO 20
2.1 POLÍTICA BRASILEIRA DE IMPORTAÇÃO 20
2.2 ÓRGÃOS QUE ESTRUTURAM O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 20
2.3 CONCEITOS 22 2.3.1 Território Aduaneiro 22 2.3.2 Importação 22 2.3.2 Nacionalização 27 2.3.3 Despacho Aduaneiro de Importação 27 2.3.4 Siscomex 28 2.3.5 Incoterms 28
2.4 NOÇÕES CAMBIAIS 33 2.4.1 Importação sem Cobertura Cambial 33 2.4.2 Importação com Cobertura Cambial 33 2.4.3 Modalidades de Pagamento 34
2.5 PLATAFORMAS MULTIMODAIS E A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NOS ASPECTOS OPERACIONAIS 36
2.6 CARACTERÍSTICAS DE PLATAFORMA LOGÍSTICA MULTIMODAL NO BRASIL 38
2.7 NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL/SISTEMA HARMONIZADO (NCM/SH) 40
3. METODOLOGIA 43
3.1 ABORDAGEM METODOLOGICA 43 3.1.1 Tipo de Pesquisa Adotada 43 3.1.2 Universo e Amostra 43 3.1.3 Seleção dos Sujeitos 43 3.1.4 Coleta de dados 44
3.2 A EMPRESA 44 3.2.1 Departamento Suprimentos 45
4. RESULTADOS DA PESQUISA 46
4.1 PROCESSO DE IMPORTAÇÃO UTILIZADO NO LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A. 46
14
4.1.1 Solicitação do produto a ser comprado 48 4.1.2 Localização dos Fornecedores Internacionais 49 4.1.3 Cotação de preços e análise minuciosa das propostas 49 4.1.4 Negociação, fechamento da compra e escolha do incoterm correto 49 4.1.6 Verificação se o produto necessita de Licença de Importação (LI) 51 4.1.7 Fechamento de câmbio, quando o pagamento é antecipado 51 4.1.8 Contratação de Seguro e Frete Internacional 52 4.1.9 Autorização do embarque e envio de instruções de embarque 52 4.1.10 Despacho Aduaneiro 53
4.2 MELHORIAS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO REALIZADO PELO LABORATÓRIO TEUTO. 54
4.3 VANTAGENS DA IMPORTAÇÃO PARA O LABORATÓRIO TEUTO BRASILEIRO S/A. 55
5. CONCLUSÃO 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 57
ANEXOS 59
15
1. INTRODUÇÃO
Quando o consumidor retira um medicamento na farmácia ou drogaria,
dificilmente tem noção do longo caminho percorrido até se obter o produto final. A
cadeia de fabricação de medicamentos no Brasil geralmente começa fora do País,
com a importação dos insumos farmacêuticos, ou seja, as matérias-primas.
Por representarem o início da cadeia produtiva da indústria farmacêutica,
os insumos estão sujeitos a rigoroso controle. Afinal, a qualidade das matérias-
primas usadas para fabricar medicamentos pode ser a diferença entre um produto
eficaz ou não.
Até que sejam expostos nas prateleiras, os produtos passam por diversas
e delicadas etapas e qualquer erro é capaz de pôr em risco todo o trabalho do
controle de qualidade, o qual visa assegurar aos pacientes, um medicamento eficaz
e que não seja nocivo à saúde.
Este trabalho tomou como base para formação de sua estrutura,
informações levantadas no Laboratório Teuto Brasileiro S/A, e que por sua vez se
destina a fazer uma análise detalhada do processo e as etapas da importação. Para
analisar estrategicamente o processo, identificou-se e estudou-se cada fase da
importação, como resultado final mostrar uma estrutura dinamizada que facilitará e
servirá de parâmetro em estudos de importação da indústria farmacêutica para
estudantes e outros profissionais que almejam aprofundar seus conhecimentos
sobre o tema.
Além do detalhamento do processo, o trabalho identificará as vantagens
que o Laboratório Teuto adquire ao realizar importação da maioria de seus insumos.
1.1 SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA
Como o Laboratório Teuto Brasileiro S/A efetua seu processo de
importação de insumos? Quais vantagens a empresa ganha ao efetuar este
processo?
16
1.2 OBJETIVOS DE ESTUDO
1.2.1 Objetivo Geral
Identificar o processo de importação de insumos do Laboratório Teuto
Brasileiro S/A, bem como sua importância para empresa.
1.2.2 Objetivos Específicos
§ Compreender o que é uma importação e sua execução.
§ Verificar a importância da importação para o Laboratório Teuto.
§ Verificar o processo realizado pelo Laboratório Teuto, bem como suas
possíveis melhorias.
§ Enumerar as principais vantagens adquiridas para o Laboratório Teuto
com esta modalidade de compra.
1.3 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A visão detalhada do processo de Importação de insumos ocorrido no
Laboratório Teuto Brasileiro S/A no ano de 2008.
1.3.1 Questões a serem respondidas
Este trabalho terá como abordagem respostas às seguintes perguntas:
- O que é o processo de Importação?
- Como este processo é realizado pelo Laboratório Teuto Brasileiro S/A?
- Negociação pré-embarque.
- O que acontece no embarque?
17
- Como é realizado o desembaraço?
- Quais as vantagens adquiridas com este processo?
1.4 JUSTIFICATIVA
Inicialmente a escolha sobre o tema “Importação”, deu-se basicamente
por se tratar para a grande maioria das pessoas, inclusive no meio acadêmico, de
um assunto ainda pouco explorado, pois envolve diversas normas e procedimentos
gerados pelo Siscomex, que se mostra muito complexo, permitindo que apenas
aqueles profissionais ou professores realmente envolvidos nas rotinas conheçam a
matéria de forma regular.
Já com relação à opção pelo segmento “farmacêutico”, a preferência foi
por eu fazer parte de uma organização que fabrica medicamentos e também porque
vivencio o processo de importação realizado pela empresa.
Finalmente, para identificar a empresa ideal, levou-se em consideração
que a companhia apresenta fatores preponderantes quando comparado com outras
empresas no mercado brasileiro, tais como:
1. Localizado na Região do centro Oeste,
2. Importância Sócio-Econômica,
3. Avançado Desenvolvimento Tecnológico,
4. Comprometimento com seus clientes através de elevada Qualidade de seus
produtos
5. Elevada exposição internacional junto a diversos fornecedores estrangeiros,
6. Volume expressivo de compras e faturamento,
Diante de todos esses requisitos, o Laboratório Teuto Brasileiro S/A, foi
o que se apresentou como a melhor escolha, pois está estabelecido no DAIA –
Distrito Agroindustrial de Anápolis, durante diversos anos tem sido eleito como um
dos maiores contribuintes do ICMs do nosso Estado, oferece atualmente 1.500
18
empregos diretos e cerca de outros 5.000 indiretos. Possui um parque fabril de
significativa importância, com mais de 105.000 m² de área construída e a qual
seguiu padrões estipulados por empresa “credenciada” pelo FDA Food and Drugs
Administration - órgão Americano responsável pelo controle de Medicamentos e
Alimentos. Além disso, possui diversas máquinas e equipamentos de última
geração, utilizada pelas maiores e as mais renomeadas empresas do segmento
farmacêutico.
Por ter toda essa estrutura fabril, a empresa possui em seu quadro de
colaboradores cerca de 60 profissionais da área de Farmácia, Química e Bioquímica
que possuem elevado conhecimento técnico, possibilitando que a empresa tenha um
nome muito forte junto a sua Clientela, pois obtém alto grau de satisfação dos seus
clientes com relação à Qualidade de seus produtos.
O Laboratório Teuto é também detentor de uma elevada e positiva
exposição internacional, pois se relaciona com empresas de diversos países para
aquisição de suas Matérias Primas ou API’s Active Pharmaceutical Ingredient. Esses
produtos são adquiridos de fabricantes e Companhias de Trading, os quais estão
localizados nos mais diversos continentes e países:
a) Ásia – Índia e China,
b) Europa – Alemanha, Suíça, Espanha, Itália, Dinamarca e etc..
c) América – EUA, México, Argentina e etc...
Finalmente, outro fator que não pode ser desprezado é a questão
econômica/financeira da empresa. O Laboratório Teuto atualmente apresenta
números anuais que são expressivos e que o colocam entre as principais empresas
brasileiras de seu segmento. Seu faturamento gira em torno de R$30 milhões
mensais e suas compras giraram em torno de R$ 5 milhões, fazendo com que a
empresa apresente considerável orçamento anual.
Por tudo isso, acredito que o Laboratório Teuto Brasileiro S/A, atende
perfeitamente todos os requisitos mínimos que havia estabelecido em minha decisão
de escolha. Vale ressaltar ainda, a abertura que a empresa concedeu, em facilitar de
uma forma muito profissional, que suas informações sejam expostas ao mundo
19
acadêmico, possibilitando que estudantes, profissionais liberais, professores e
magistrados obtenham um melhor conhecimento de suas atividades ajudando assim
a disseminar a cultura empresarial neste país que é altamente carente dessa prática.
Quanto ao tema importação relacionado com a indústria farmacêutica
Teuto, é importante ressaltar que estas compras apresentam, de acordo com os
dados fornecidos pela empresa, 90% das compras de ativos totais pela empresa e
através desta modalidade de compra ela consegue melhor competitividade no
mercado que ocupa. Portanto é de suma importância identificar, indicar as possíveis
melhorias e ter como exemplo o processo de importação do Teuto.
1.5 LIMITAÇÕES DA PESQUISA
Esta pesquisa apresentou algumas limitações que foram obstáculo
para seu término e realização. Destacam-se a dificuldade de acesso aos dados no
Laboratório Teuto Brasileiro S/A, o curto prazo de tempo para realização da mesma
e a falta de bibliografias para fazer o referencial teórico.
20
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 POLÍTICA BRASILEIRA DE IMPORTAÇÃO
Segundo dados disponibilizados em caderno elaborado pela Universidade
Coorporativa do Banco do Brasil (2006), o Comércio Internacional tem
experimentado constantes avanços em direção à liberalização das fronteiras
econômicas. A constituição de grandes blocos comerciais, verificada nas últimas
décadas, aponta para uma crescente internacionalização das economias confirmada
pela intensificação do comércio entre países.
A unificação de mercados e o ajuste nas legislações nacionais constituem
uma nova ordem econômica, na qual mercadorias, serviços, capital e trabalho
tendem a ganhar livre trânsito entre as nações.
Atualmente, tendo se consolidado o superávit comercial do nosso Balanço
de Pagamentos, o Governo brasileiro está tendo a oportunidade de adotar uma
política de importação menos protecionista.
Neste sentido, desde o final de 2003, vem executando um projeto que
visa a desburocratização das importações, sendo adotadas medidas como:
a) a consolidação, em um único documento, das normas de importação,
antes espalhadas em diversos atos normativos, que está disponível via internet no
site do Ministério do Desenvolvimento e é atualizada automaticamente.
b) a eliminação das exigências prévias de importação para 1.600 Bens de
Capital amparados por ex-tarifários (redução de alíquotas na compra de máquinas e
equipamentos não produzidos no país).
2.2 ÓRGÃOS QUE ESTRUTURAM O COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO
Segundo caderno elaborado pela Universidade Coorporativa do Banco do
Brasil (2006), o Comércio Exterior Brasileiro é estruturado pelos seguintes órgãos:
21
a) BACEN - Banco Central do Brasil, que mantém o registro dos contratos
de câmbio. Fornece à SRF informações sobre os pagamentos e recebimentos em
moeda estrangeira, realizados por meio dos bancos autorizados a operar em
câmbio. Regulamenta as operações cambiais por meio do Regulamento do Mercado
de Câmbio e Capitais Internacionais;
b) SRF – Secretaria da Receita Federal, que fiscaliza a entrada e saída
de bens no país, cuidando do despacho aduaneiro, do recolhimento de tributos e
fiscaliza o fluxo financeiro das exportações e importações e manutenção de recursos
no exterior;
c) A, Secretaria de Comércio Exterior, Secex, estabelece normas e
procedimentos administrativos e comerciais, implementados por meio dos seguintes
departamentos:
- Deint – Departamento de Negociações Internacionais, responsável por
desenvolver atividades junto a organismos internacionais, além de posicionar-se
sobre retirada de concessões, regras de origem e programas de liberalização
comercial nos acordos firmados pelo Brasil e outros países.;
- Decex – Departamento de Operações de Comércio Exterior, efetua o
licenciamento e controle das operações de comércio exterior, definindo normas e
procedimentos operacionais;
- Decom – Departamento de Defesa Comercial, cumpre funções de
defesa comercial, assegurando que o ingresso de produtos estrangeiros no país
ocorra em condições leais de comércio;
- Depla – formula propostas de planejamento da ação governamental e
acompanha a execução das políticas e dos programas de capacitação em comercio
exterior dirigidos às pequenas e médias empresas, planeja ações orientadas para a
logística, e administrados e informações estatísticas de comércio exterior.
d) Camex – Câmara de Comércio Exterior, que formula, adota,
implementa e coordena políticas e atividades relativas ao comércio exterior de bens
e serviços, incluindo o turismo.
22
2.3 CONCEITOS
Após identificada a estrutura de órgãos pertencentes ao processo de
Importação, serão discriminados alguns conceitos que são de suma importância
para o entendimento da execução de uma importação.
2.3.1 Território Aduaneiro
Segundo Bizelli e Barbosa (2000, p.39) “o território aduaneiro
compreende todo o território nacional, dividido em Zona Primária e Zona
Secundária.”
A Zona Primária compreende as faixas internas de portos e aeroportos,
recintos alfandegados e locais habitados na fronteira terrestre, bem como outras
areias adjacentes nas quais se efetuem operações de carga e descarga de
mercadorias, ou embarque e desembarque de passageiros procedentes ou
destinados ao exterior. (BIZELLI e BARBOSA, 2000)
A Zona Secundária compreende o restante do território aduaneiro,
incluindo-se as águas territoriais e o espaço aéreo. Estão situados na Zona
Secundária vários recintos alfandegados tais como entrepostos, depósitos, terminais
e outras unidades destinadas ao armazenamento de mercadorias importadas ou
destinadas à exportação, que devam movimentar-se ou permanecer sob controle
aduaneiro, incluindo-se também as dependências destinadas ao deposito de
remessas postais internacionais sujeitas ao mesmo controle. (Ibidem, 2000)
2.3.2 Importação
Importação é a operação que propicia a entrada de mercadorias em
território aduaneiro, após serem cumpridas as exigências legais e comerciais,
gerando saída de divisas. (Ibidem, 2000)
De acordo com Bizelli e Barbosa (2000), existem dois tipos de
importações: definitivas ou não definitivas:
23
A importação definitiva ocorre quando a mercadoria estrangeira importada é
nacionalizada, independentemente da existência de cobertura cambial, o que
significa integrá-la à massa de riquezas do País com a transferência de
propriedade do bem para qualquer pessoa aqui estabelecida
As importações não-definitivas acontecem quando não ocorre nacionalização
e não se sujeitam ao pagamento de impostos, exceto no caso de Admissão
temporária com utilização econômica do bem no país que implicará no
recolhimento proporcional calculado em razão do tempo de sua permanência
e no prazo de vida útil considerado pela Secretaria da Receita Federal
(BIZELLI e BARBOSA, 2000, p.40).
Os autores citados esclarecem ainda que as importações podem tornar-
se definitivas por opção do importador, bastando para isso que ele tome as medidas
necessárias e providencie toda a documentação pertinente.
Segundo MARINHO (2002) a política cambial adotada desde 1980
apresentou, como ponto principal do ajuste do balanço de pagamentos, a definição
de uma taxa real de câmbio, a partir da teoria da paridade cambial. Até mesmo os
ajustes restritivos impostos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), no período,
tiveram, como parâmetro, a manutenção da taxa real de câmbio como base para
esse equilíbrio. Com isso, a abertura econômica, iniciada nos anos 90, não mudou o
enfoque da política de ajuste, agregando apenas um componente a mais, que foi o
diferencial de juros interno e o internacional, como variável importante, para atrair
capital externo, quer como aplicações financeiras e de portfólio, ou mesmo como
investimento direto e promovendo uma ampla eliminação das restrições às
importações e ao movimento de capitais.
O autor afirma ainda que, para a economia brasileira, essa crescente
participação do capital estrangeiro ocorrido a partir de 1995, aumentou o grau de
internacionalização da estrutura produtiva, através das privatizações de setores
estratégicos, como a telecomunicação, siderurgia, energia elétrica e pela aquisição
de empresas privadas, com reflexos no comércio exterior. Várias empresas
estrangeiras, sediadas no Brasil ou por intermédio de filiais, operam no segmento de
bens de consumo e bens de capital, que tendem a ser intensivas no uso de
tecnologia, mas que são voltadas para o mercado interno, elevando o coeficiente de
importação e promovendo mais desajustes. Essa dependência brasileira ao capital
24
externo tem imposto grandes restrições ao crescimento econômico. A necessidade
de financiamento do déficit das transações correntes para aumentar o crescimento
econômico, traz como conseqüência, a remessa de juros e lucros.
Portanto, de acordo com MARINHO (2002), para que o Brasil continue
importando tudo que precisa para assegurar, inclusive, a competitividade
internacional, é muito importante ampliar permanentemente as exportações, sendo
indispensável a execução de uma política governamental de estímulo ao setor. Se
faz urgente a criação de uma estratégia de longo prazo, que permita as atuais
empresas exportadoras fortalecerem os atuais mercados e se estruturarem para a
conquista de outros mercados. Para isso, o governo precisa criar linhas de
financiamento de longo prazo para as empresas exportadoras; aparelhar o Ministério
das Relações Exteriores para formar diplomatas experts em negócios internacionais,
em estratégias antidumping, em direito internacional, para representar o país nos
foros oficiais e fortalecer, de fato, a Câmara de Comércio Exterior (CAMEX), para
que ela, juntamente com a iniciativa privada, promova o comércio brasileiro.
Palmeira (2005) cita, em seus estudos, os Determinantes das
Importações:
De que depende a quantidade das importações “M”? Basicamente, do
nível geral da demanda interna: quanto mais alta for a demanda doméstica, mais
alta será a demanda por todos os bens, tanto produzidos internamente quanto
estrangeiros.
Contudo, “M” também depende claramente da taxa de câmbio real:
quanto mais alto é o preço dos bens estrangeiros com relação aos bens produzidos
internamente, mais baixa é a demanda relativa por bens estrangeiros e mais baixos
o volume de importações.
Assim, para Palmeira, escreve-se importações através do seguinte
modelo econômico:
M = M (Y , TCR).: ƒ(Y)>0 ; ƒ(TCR)<0
As importações dependem da renda, Y: quanto mais alta é a renda,
maiores são as importações. As importações também dependem da taxa real de
25
câmbio. Lembrando-se de que a taxa de câmbio real, TCR, é definida como o preço
relativo dos bens estrangeiros em termos de bens produzidos internamente. Uma
taxa real de câmbio mais alta torna os bens estrangeiros relativamente mais caros e,
assim, faz com que diminua a quantidade de importações, “M” . Esse efeito negativo
da taxa real de câmbio nas importações é captado pelo sinal negativo sob TCR na
equação de importação. (PALMEIRA, 2005)
Palmeira (2005) afirma ainda que a exportação de um país é, por
definição, a importação de outro. As importações estrangeiras tendem a depender
do nível de atividade estrangeira e do preço relativo dos bens estrangeiros. Assim,
escreve-se:
X = X (Y* , TCR).: ƒ(Y*) >0 ; ƒ(TCR) > 0
Onde Y* é a renda do resto do mundo ou, simplesmente, renda
estrangeira (lembrando-se que asteriscos referem-se às variáveis estrangeiras).
Quando a renda do resto do mundo aumenta, cresce também a demanda
estrangeira por os bens domésticos. Um aumento na TCR – ou seja, um aumento do
preço relativo dos bens estrangeiros em relação aos nacionais – torna-os
relativamente mais atraentes, o que provoca o aumento das exportações.
(PALMEIRA, 2005)
Segundo o Manual de Importação do SEBRAE (2005) antes de se estimar
todos os custos, numa planilha final, o importador precisa analisar os seguintes
aspectos:
- Se o produto (classificação fiscal) faz parte de algum acordo internacional,
com alguma isenção ou redução de tributos;
- Se o produto é proibido ou suspenso de se importar; se existe algum
outro impedimento ou tratamento especial para a importação;
- Se existe algum benefício fiscal que pode amparar a importação, como
por exemplo drawback1, “ex” tarifário, etc;
- Se existe alguma legislação específica e especial para os tributos, como
por exemplo isenção de Imposto de Importação, isenção de IPI, isenção de
PIS/PASEP-Importação, isenção de COFINS-Importação, redução ou
isenção de ICMS e etc;
1 drawback - regime de comércio internacional que envolve a importação de componentes, com a suspensão temporária de tributos, destinados a serem agregados a um produto destinado a exportação...< www.cgimoveis.com.br/logistica/glossario-logistica-letra-d >
26
- As possibilidades de se ter um frete internacional mais baixo, por
exemplo, evitando países distantes;
- Formas de embalagem internacional mais apropriadas ao transporte,
como container ou palete;
- O canal de distribuição mais adequado: via representante, agente,
importação direta e etc; (MITRE, 2005 p.15)
De acordo com MITRE (2005) a palavra Drawback significa desconto;
reembolso de direitos aduaneiros; abatimento; retorno de investimento. De origem
inglesa, é usada em geral para expressar a parte restituível sobre um valor de
tributos que incidiram na importação de mercadorias e sua reexportação. Em termos
gerais:
IMPORTAÇÃO ↔ PRODUTO ↔ EXPORTAÇÃO
MITRE (2005) afirma que o Drawback designa o sistema tributário
admitido na importação para propiciar direitos de compensação aos exportadores,
mediante a restituição de impostos pagos pela matéria-prima transformada e
reexportada, ou seja, “Importar para beneficiar, fabricar ou acondicionar com
agregação de valor no País, mercadoria a ser reexportada na forma de produto final,
causando como resultado da operação saldo positivo em divisas”.
O Regime de Drawback compreende a suspensão ou isenção do Imposto
de Importação (II), do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), do PIS/PASEP
– Importação, do COFINS – Importação, do ICMS, do Adicional ao Frete para
Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), além da dispensa de recolhimento de
outras taxas que não correspondam a uma efetiva contraprestação de serviços.
Podem também ocorrer a modalidade de Restituição de tributos. A suspensão e
isenção do pagamento dos tributos incidentes na importação ficam condicionadas à
exportação do produto final para o exterior ou a sua venda no mercado interno nas
situações previstas em regulamento (Drawback Intermediário, Licitação
Internacional, outras) e às comprovações na forma disposta em regulamento. A
isenção do ICMS somente se aplica se ocorrer efetivamente a exportação do
produto final para o exterior (MITRE, 2005)
27
Neste mecanismo, o importador, para usufruir dos benefícios deferidos –
suspensão, isenção ou restituição de impostos – obriga-se a manter o vínculo da
importação de mercadorias com a exportação de produtos finais, que contenham em
sua composição as mercadorias importadas sob o regime de Drawback, obedecidos
os prazos e as condições típicas. Segundo o Regulamento Aduaneiro, o benefício
pode ser concedido a matéria-prima, partes e outros produtos que, mesmo não se
integrando ao produto final destinado à exportação, tenham sido consumidos em sua
fabricação (MITRE, 2005).
A Universidade Estadual Paulista (UNESP) publicou em 2005 algumas
orientações de como se dá o andamento de um processo de importação após a
chegada na reitoria. (Anexo 1):
2.3.2 Nacionalização
A nacionalização pode ser descrita como uma seqüência de atos que
transfere a mercadoria estrangeira para a economia nacional. Nas importações
definitivas o documento que comprova a transferência de propriedade do bem
importado é, normalmente, o conhecimento de embarque, enquanto que nas
hipóteses de nacionalização de importações inicialmente ingressadas no País em
caráter não-definitivo, outros documentos, tais como a fatura comercial, podem servir
para comprovar a referida transferência. (BIZELLI e BARBOSA, 2000).
2.3.3 Despacho Aduaneiro de Importação
O despacho aduaneiro de importação é citado em Brasil (2006) como um
procedimento fiscal mediante o qual se processa o desembaraço aduaneiro de
mercadoria procedente do exterior, seja importada a título definitivo ou não.
28
2.3.4 Siscomex
De acordo com Bizelli (2000) o SISCOMEX é o instrumento administrativo
que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de
comércio exterior, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.
Para Bizelli (2000) todos os importadores ou agentes credenciados têm à
sua disposição um software SISCOMEX, com interface gráfica, para formulação dos
documentos eletrônicos de importação e respectivas transmissões para o
computador central. Na primeira etapa, colocada em vigor a partir de janeiro de
1997, podem ser efetuados:
a) Formulação, Registro e Consulta do Licenciamento Não-Automático de
Importação (LI);
b) Elaboração, Registro, Extrato e Consulta da Declaração de Importação
(DI), bem como sua Retificação e respectivo Ex-trato;
c) O Registro de Operações Financeiras (ROF), mediante conexão com o
Banco Central do Brasil.
No ano de 1998 foi criado, além do Acompanhamento do Despacho e do
Débito Automático dos tributos, o registro de Declaração de Valor Aduaneiro (DVA).
No ano seguinte, foram disponibilizados os módulos relativos aos registros de
Declaração Simplificada de Importação (DSI) e Licenciamento Simplificado de
Importação (LSI).
Após o registro do desembaraço das mercadorias no Sistema, a SRF
emitirá o Comprovante de Importação (CI), carimbado e devidamente assinado para
entregar o Comprovante ao importador. (BIZELLI e BARBOSA, 2000).
2.3.5 Incoterms
Os Incoterms – International Commercial Terms (Termos de Comércio
Internacional) pode ser considerado o mais importante conjunto de termos do
comércio exterior Esse conjunto de termos é oriundo dos vários usos e costumes de
29
diversos países, e define o ponto de entrega da mercadoria nas vendas e compras,
portanto, o local exato da divisão das responsabilidades entre as partes e
intervenientes de um contrato no comércio exterior, ou seja, os direitos e obrigações
de vendedor e comprador. (KEEDI, 2007)
Afirma ainda que,
Para que as transações de comércio exterior não sejam feitas com termos
particulares de cada país, criou-se um conjunto de termos uniformes
internacionais para facilitar o comércio, para evitar-se problemas de
entendimento. Esse conjunto foi criado para esse fim pela CCI – Câmera de
Comércio Internacional (ICC – International Chamber of Commerce),
sediada em Paris. (Keedi, 2007, p.43)
Os Incoterms são apresentados em quatro grupos de entrega, divisão
motivada pela afinidade entre os termos, local de entrega e a responsabilidade
assumida pelas partes, conforme segue:
Grupo E
(partida) EXW
Ex Works
Grupo F
(Transporte principal não-pago)
FCA Free Carrier
FAZ Free Alongside Ship
FOB Free on Board
Grupo C
(Transporte principal pago)
CFR Cost and Freight
CIF Cost, Insurance and Freight
CPT Carriage Paid To
CIP Carriage and Insurance Paid To
Grupo D
(Chegada)
DAF Delivered At Frontier
DES Delivered Ex Ship
DEQ Delivered Ex Quay
DDU Delivered Duty Unpaid
DDP Delivered Duty Paid
Quadro 1: Relação dos Grupos dos Incoterms
Fonte: Keedi (2007, p.45).
KEEDI (2007) cita ainda os treze termos do Incoterms:
30
- EXW (Ex Works – na fábrica; no moinho; no depósito) – A mercadoria é
entregue ao comprador no estabelecimento do vendedor. Cabem ao comprador
todas as despesas e riscos desde o recebimento da mercadoria no local designado
até o destino final;
- FCA (Free Carrier – transportador livre) – Compete ao vendedor
entregar a mercadoria à custodia do transportador, indicado pelo comprador, no
local determinado. A partir desse momento, todas as despesas, bem como a
responsabilidade por perdas e danos que a mercadoria possa vir a sofrer, correm
por conta do comprador;
- FAS (free alongside ship – livre no costado do navio) – Fica a cargo do
vendedor todas as despesas até a colocação da mercadoria no cais do porto de
embarque, ao lado do costado do navio, no seu ponto de atracação, cabendo-lhe,
também, a responsabilidade por quaisquer perdas ou danos sofridos pela
mercadoria até sua chegada ao costado do navio;
- FOB (free on board – livre a bordo) – Nesta condição de venda, correm
por conta do exportador todas as providencias e custos necessários para a
colocação da mercadoria a bordo do navio, tais como:
§ Preparação e embalagem da mercadoria;
§ Obtenção dos documentos para embarque;
§ Transporte e seguro desde a fábrica até o local do embarque;
§ Despesas portuárias, tais como capatazias, armazenagem, taxas de
despacho;
§ O desembaraço alfandegário da mercadoria no porto de embarque.
- CRF (cost and freigth – custo e frete) – Cabem ao exportador as
responsabilidades já definidas na condição FOB, mais a contratação e pagamento
do frete internacional. O importador deverá contratar o seguro e providenciar o
desembaraço da mercadoria no porto de desembarque;
31
- CIF (cost, insurance and freight – custo, seguro e frete) – Estabelece,
para o exportador, as mesmas condições da modalidade CFR e, adicionalmente, a
obrigação de contratar e pagar o prêmio do seguro, referente ao transporte
internacional. Ao importador cabe o desembaraço alfandegário da mercadoria no
porto de desembarque em seu país;
- CPT (carriage paid to – transporte pago até) – O vendedor é
responsável pelo transporte da mercadoria até o destino indicado. Os riscos por
perdas e danos que as mercadorias possam vir a sofrer, bem como quaisquer
despesas adicionais, correm por conta do comprador, a partir do momento em que
as mercadorias forem entregues à custódia do transportador;
- CIP (carriage and insurance paid to – transporte e seguro pagos até) – O
vendedor possui as mesmas responsabilidades que as indicadas na condição CPT,
às quais deve ser adicionado o pagamento do seguro até o destino. Vide as mesmas
considerações do Incoterm CIF quanto à contratação de seguro no exterior;
- DAF (delivered at frontier – entregue na fronteira) – Compete ao
vendedor entregar a mercadoria no ponto combinado na fronteira, mas antes da
divisa aduaneira do país limítrofe. A partir desse momento, toda a responsabilidade,
seja por despesas, seja por perdas e danos, é do comprdor;
- DES (delivered ex-ship – entregue no navio) – O vendedor coloca a
mercadoria à disposição do comprador a bordo do navio, não desembaraçada, no
porto de destino designado. É também responsável por perdas e danos que a
mercadoria possa vir a sofrer durante o seu transporte até o ponto de destino. A
partir desse ponto, a responsabilidade é do comprador;
- DEQ (delivered ex-quay – entregue no cais) – Compete ao vendedor
entregar a mercadoria não desembaraçada ao comprado no cais do porto de
destino. Os riscos por perdas e danos são transferidos do vendedor para o
comprador naquele local e momento. No termo DEQ o vendedor é responsável pelo
desencarregamento dos bens no cais, mas não é obrigado a desembaraça-los para
importação.
32
- DDU (delivered duty unpaid – entregue direitos não pagos) – O
vendedor deverá colocar a mercadoria à disposição do comprador, no ponto
designado do país de importação. Deverá, portanto, assumir todas as despesas e
riscos envolvidos até a entrega da mercadoria, exceto quanto ao pagamento de
direitos, impostos e outros encargos oficiais devidos em razão da importação. A
responsabilidade do pagamento dos impostos aduaneiros caberá ao importador.
- DDP (delivered duty paid – entregue direitos pagos) – Cabe ao vendedor
colocar a mercadoria desembaraçada à disposição do comprador, no ponto
designado do país de importação. Compete-lhe assumir todos os riscos e custos,
incluindo direitos, impostos e outros encargos até a entrega da mercadoria do
comprador (KEEDI, 2007).
O Regulamento Aduaneiro, no seu Art. 103, estabelece que o contribuinte
do Imposto de Importação é “o importador, assim considerando qualquer pessoa que
promova a entrada da mercadoria estrangeira no território aduaneiro” e “o
adquirente, em licitação, de mercadoria estrangeira”. (KEEDI, 2007).
Tendo em vista que o termo DDP exige que o vendedor promova o
despacho aduaneiro dos bens e, por conseqüência, pague todos os direitos
incidentes sobre a importação, o uso desta condição fica prejudicado para as
importações nacionais. (KEEDI, 2007).
Enquanto o termo EXW (ex works) representa o mínimo de obrigações
para o vendedor, o termo DDP (delivered duty paid) representa o máximo. As
responsabilidades que eventualmente não estejam expressamente previstas nas
fórmulas contratuais examinadas deverão ser objeto de entendimento preliminar
entre as partes interessadas. (KEEDI, 2007).
O uso do Incoterm correto evita mal entendido, define as
responsabilidades das partes na operação comercial e financeira, e permite contar
com a assistência jurídica da Câmara de Comércio Internacional, em eventual
processo envolvendo questões relativas aos termos de comércio, ajustados
conforme sua Publicação. (KEEDI, 2007).
33
2.4 NOÇÕES CAMBIAIS
Para Bizelli (2000, p.53) as importações brasileiras podem ser com ou
sem cobertura cambial. Nestes casos, deve-se entender como cobertura cambial o
pagamento ao exterior do preço da mercadoria, mediante contratação de câmbio.
2.4.1 Importação sem Cobertura Cambial
Nas operações de importação conduzidas sem cobertura cambial inexiste
contratação de câmbio, uma vez que, não haverá necessidade de aquisição de
moeda estrangeira. Bizelli (2000, p.53)
De acordo com Bizelli (2000, p.54) “... sob o ponto de vista cambial, as
importações sem cobertura dividem-se em:
a) Sem ônus cambial:
a.1) como investimento estrangeiro;
a.2) como doação;
a.3) como empréstimo;
a.4) para teste ou demonstração.
b) Com ônus cambial (em caráter temporário):
b.1) aluguel;
b.2) empréstimo a título oneroso;
b.3) arrendamento mercantil (leasing);
b.4) importações em moeda nacional.”
Em virtude do tema abordado, a importação sem abertura foi citada para
efeito de conhecimento, o estudo será aprofundado para a importação com
cobertura cambial.
2.4.2 Importação com Cobertura Cambial
São passíveis de remessa ao exterior, em benefício do legítimo credor
externo, os valores faturados que estejam rigorosamente nas condições
34
estabelecidas no Incoterm da operação de importação, ou seja, apropriados no valor
unitário da mercadoria na condição de venda. Bizelli (2000, p.54).
De acordo com as normas em vigor, o pagamento de importações pode
ser à vista ou a prazo. As importações de mercadorias com prazo de pagamento
superior a 360 (trezentos e sessenta) dias sujeitam-se a registro no Banco Central,
enquanto que o pagamento das importações brasileiras a prazo inferiores implica na
indicação na própria Declaração de Importação, do esquema de pagamento
respectivo e demais condições pactuadas. Bizelli (2000, p.55).
As respectivas operações de câmbio devem ser celebradas na mesma
moeda do financiamento, mediante apresentação dos seguintes documentos:
a) aviso de cobrança ou documento equivalente, em que constem o valor
a ser remetido, a data do início e do término do período de incidência dos juros, a
taxa aplicada, a margem adicional – spread – e o valor base para cálculo;
b) cópia do CI relativo à operação objeto do financiamento;
c) aviso de desembolso da entidade credora, nos casos de
financiamentos;
d) comprovante do pagamento do imposto de renda ou da isenção
expressamente reconhecida pela autoridade competente. Bizelli (2000, p.55).
2.4.3 Modalidades de Pagamento
Numa operação, seja ela internacional ou comercial, existem riscos que
estão relacionados tanto com a capacidade de pagamento e idoneidade do
comprador, quanto com os aspectos da conjuntura econômica, cambial e política do
país do importador. (LUNARDI, 2003)
LUNARDI (2003) esclarece que as modalidades de pagamento
estabelecem as condições sob as quais ocorrerão os pagamentos, principalmente,
no que se referir: ao período do pagamento pelo comprador, se antes ou após o
embarque da mercadoria; a forma como transitarão os documentos de embarque, se
35
através de bancos ou remetidos diretamente ao importador; e, a responsabilidade
pelo pagamento da operação, se os bancos intervenientes serão responsáveis ou se
será apenas o prestador de serviço.
Dessa forma torna-se imprescindível que a modalidade de pagamento
seja especificada nos contratos de compra e venda, ou documento equivalente, para
que sejam precavidos fatores como: condições de mercado; grau de confiança entre
as partes e custos operacionais envolvidos em cada modalidade. (LUNARDI, 2003)
SOUZA (2003) apresenta de forma sintética algumas modalidades de
pagamentos na importação:
- Pagamento antecipado (Down Payment pré-payment) – o importador
envia parte do valor da operação antes do embarque dos produtos. É uma forma de
garantir o não cancelamento por parte do importador.
- Cobrança documentária (Draft at sight cash against documents) – é uma
forma mais econômica para o importador, entretanto não é a mais segura. Existem
alguns conceitos sobre termos empregados nessa modalidade como: documentos
financeiros, documentos especiais, cobrança limpa e cobrança documentária. Essas
negociações são regulamentadas pelas “Regras Uniformes para Cobrança”,
elaboradas pela Câmara de Comércio Internacional.
- Remessa sem saque – envolve grande relação de confiabilidade entre
as partes. O exportador embarca as mercadorias e envia os documentos originais
diretamente ao importador.
- Carta de Crédito – é a forma mais segura para ambas as partes.
Funciona como um contrato de compra e venda e é regulamentada
internacionalmente pela brochura 500.
36
2.5 PLATAFORMAS MULTIMODAIS E A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NOS
ASPECTOS OPERACIONAIS
Sendo o transporte vital para o escoamento da mercadoria, e
conseqüentemente, para a comercialização das mercadorias é fundamental que
tenhamos uma visão mais ampla sobre esse tema.
O transporte multimodal é a articulação entre vários modos de transporte
de forma a tornar mais rápidas e eficazes as operações de transbordo. O Transporte
Multimodal é aquele em que serão necessários mais de um tipo de veículo para
conduzir a mercadoria até ao seu destino final, deste modo serão utilizados desde
caminhões, navios, aviões, ou outro tipo de condução necessário para a entrega
(Costa et al., 2000, p. 509). Assim para a mercadoria chegar até ao seu destino final
ela necessitará de passar por mais de um tipo de transporte, podendo contratar uma
empresa que faça essas mudanças, sem que o importador ou exportador se envolva
nessas trocas.
A multimodalidade, apesar de defendida pelos ambientalistas e alguns
especialistas de transporte de mercadorias, implica a acumulação de custos pela
utilização de interfaces modais, tais como, transbordo, handling entre outros (Dias,
2005, p. 210).
Dias (2005) afirma que de acordo com a Associação Européia de
Plataformas Logísticas (Europlatforms), existem infra-estruturas deste tipo com um
só modo de transporte, unimodais, ou com mais do que um modo, multimodais –
aquela em que abriga vários modos de transporte (rodoviário, ferroviário, fluvial,
marítimo e aéreo), não implicando o intercâmbio direto entre eles, ou seja, a
existência da intermodalidade.
Segundo Dias (2005) a classificação das plataformas unimodais são: os
Centros ou Terminais Rodoviários, os Centros de Distribuição Urbana, os Parques
de Distribuição e os Centros de Transportes. Já as Plataformas Logísticas
Multimodais, de acordo com os conceitos da Europlatforms, são conhecidas nesta
tipologia as Zonas de Atividades Logísticas Portuárias (ZAL), os Centros de Carga
Aérea e os Portos Secos, as quais serão discriminadas abaixo:
37
• Zonas de Atividades Logísticas Portuárias (ZAL) – Plataformas
Logísticas agregadas a portos e situadas adjacentemente a terminais marítimos de
containeres. O desenvolvimento destas plataformas permite um alargamento do
hinterland portuário, enquanto área de influência e atratividade. Como exemplo de
ZAL portuária temos: Roterdã, Barcelona, Valença, Algeciras e Sines.
• Centros ou Terminais de Carga Aérea - especializadas no intercâmbio
ar/terra no que diz respeito ao tratamento de mercadorias. A prestação dos serviços
logísticos neste tipo de plataforma ocorre de forma seqüencial: primeiramente é
tratada a carga geral e, em seguida, é feito o tratamento das atividades de prestação
de serviços adicionais ao despacho da carga. Como exemplo, na Europa, temos:
Paris-Orly, Frankfurt, Amsterdã-Shinpholl, Madri-Barajas, etc.
• Portos Secos (DRY PORTS) – São um tipo de terminal multimodal,
situado no interior de um país (zona secundária) e que permite efetuar a ligação
entre um porto e a respectiva origem e/ou destino.
Possuem zona multimodal e incluem no seu interior outras áreas
funcionais, como área de serviços aduaneiros. No Brasil já existem vários portos
secos, também conhecidas por EADI – Estação Aduaneira do Interior.
Estas zonas e plataformas se desenvolveram para acolher depósitos e
plataformas de embarque de mercadorias de alguns atores da atividade econômica,
também chamados atores logísticos, particularmente os industriais, distribuidores,
transportadores e prestadores de serviços. (DIAS, 2005)
Bastos (1999) define como objetivos próprios dessas organizações:
- A organização espacial – através da qual se objetiva disciplinar a
localização e disposição de atividades que consomem quantidades consideráveis de
espaço, tais como áreas de estocagem de produtos, de estacionamento e de
manobra de transporte de carga.
- Evitar a “contaminação” do tecido urbano- sobretudo da periferia, que
pode se dar por impactos negativos causados por instalações e infra-estruturas de
má qualidade estética, que, além disso, geram externalidades negativas como
poluição e degradação do meio-ambiente.
38
- Gerar empregos especializados a nível local – As atividades logísticas
são consideradas atividades de médio e alto grau de especialização e contribuem
para a geração de empregos especializados, principalmente na área de gestão em
todos os níveis.
Duarte (1999) afirma que uma plataforma logística é composta de três
subzonas com funções especiais:
- Subzona de serviços gerais: destinado ao homem, à máquina e à
empresa. Ao homem são destinadas as áreas de recepção, serviços de informação,
acomodação e alimentação; à máquina são destinados áreas de estacionamento,
abastecimento e reparos; e às empresas serviços de alfândega, administração e
comunicações.
- Subzona de transportes: que agrupa infra-estruturas de grandes eixos
de transportes. É muito importante que a plataforma seja multimodal e possua
terminais multimodais, integrando transportes rodoviários, ferroviários, marítimos e
aéreos. No mínimo dois tipos de modais de transporte.
- Subzona destinada aos Operadores Logísticos: dando condições de
prestar serviços de fretamento, corretagem, assessoria comercial e aduaneira,
aluguel de equipamentos, armazenagem, transporte e distribuição.
2.6 CARACTERÍSTICAS DE PLATAFORMA LOGÍSTICA MULTIMODAL NO
BRASIL
A utilização de plataformas logísticas é uma das principais tendências da
logística mundial. Com a crescente globalização, as fronteiras nacionais estão sendo
abolidas e as empresas, tornam-se dependentes de uma logística de suporte para
se tornarem mais competitivas diante da internacionalização da produção e do
consumo. Para isto, há a necessidade de formar uma rede integrada de
fornecedores, industriais, distribuidores e empresas de transporte, a fim de melhorar
a qualidade dos serviços, na tentativa de manter o fluxo global de mercadorias.
Desta forma, surgem as Plataformas Logísticas como localizações logísticas que
39
reúnem ao menor custo, níveis de serviços melhores para determinadas
mercadorias.
No Brasil, é crescente a contratação de operadores logísticos, que
oferecem soluções logísticas personalizadas à indústria e ao varejo, utilizando
instalações próprias ou terceirizadas, mas nenhuma ainda idealizada nos padrões
das plataformas logísticas existentes na Europa. O objetivo destas empresas é
reduzir os custos totais de logística, melhorar os níveis de serviço e aumentar a
flexibilidade das operações.
Sendo o Brasil um país com um grande potencial de navegação, algumas
plataformas logísticas poderiam ser localizadas junto aos portos ou aeroportos
brasileiros, com grandes áreas dotadas de infra-estrutura adequada, próximos a
centros urbanos e industriais, com toda facilidade de acesso a rodovias, ferrovias,
aeroportos e a portos nacionais. Alguns esforços estão sendo feitos, no intuito de
inserir este conceito de plataforma logística no Brasil através dos estudos
desenvolvidos para a criação de CLI na Região Metropolitana de São Paulo.
A Plataforma Logística Multimodal de Goiás (PLMG) será a primeira
Plataforma de maior abrangência no Brasil, trazendo o conceito de central de
inteligência logística, combinando multimodalidade, telemática e otimização de
fretes. Por meio do acesso eficiente aos eixos de transporte rodoviário, ferroviário e
aeroportuário, permitirá a integração com as principais rotas logísticas do País.
(Goiás, 2008)
Além do tratamento das mercadorias, da armazenagem e do acolhimento
do pessoal em trânsito, a plataforma abrangerá todos os subconjuntos logísticos
necessários para reduzir os custos com operações de movimentação. No mesmo
espaço, em que serão integrados os modais aeroviário, ferroviário e rodoviário,
estarão em operação o Centro de Transportes Terrestres, o Terminal Aéreo de
Carga, o Terminal Ferroviário de Carga e o Pólo de Serviços e Administração. Todas
essas áreas terão infra-estrutura de apoio (energia, telecomunicações e
saneamento) (Goiás, 2008)
A consolidação da PLMG será apoiada em três pilares que são os
diferenciais competitivos do projeto e, também do local de instalação, que são:
40
- Acessos e conexões- região de concentração de Rodovias (BR-060, BR-
153, GO-330), Ferrovias (Centro-Atlantica) e Hidrovia (Tiete- Paraná);
- Mercados consolidados – está no Centro do eixo Goiânia- Anápolis-
Brasília e próximo a outros pólos consumidores como o Triângulo mineiro.
- Atendimento das necessidades logísticas- devido agronegócio, base da
economia do Centro-Oeste, que requer competitividade em preço.
O Projeto TERGUA – Terminal Portuário Multimodal viabilizará a eficiente
integração dos modais: Hidroviário (Fluvial/Marítimo); Rodoviário e Ferroviário e
conseqüentemente a realização de operações; intermodais porta-a-porta para seus
clientes. Será o maior Terminal Portuário Fluvial de Interior no Brasil especializado
em Contêineres, GLP e Granéis Sólidos (Fertilizantes/Grãos), será dotado de
Sistema de Esteiras Rolantes e Dutovias, serão oferecidos ramais interligados ao III
Pólo Petroquímico de Triunfo, à Petrobrás e ao TERGASUL em Canoas, o Projeto
TERGUA representa no presente, a melhor opção de integração à malha das
Hidrovias de interior do Estado do Rio Grande do Sul ao Porto Marítimo de Rio
Grande, propiciando que operações de transporte Intermodal, de Contêineres e
carga geral, possam ser realizadas com total agilidade, integrando o mercado
gaúcho ao Mercosul, Navegação de Cabotagem e Longo Curso. (Goiás, 2008)
2.7 NOMENCLATURA COMUM DO MERCOSUL/SISTEMA HARMONIZADO
(NCM/SH)
O Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias,
ou simplesmente Sistema Harmonizado (SH), é um método internacional de
classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de códigos e respectivas
descrições. Ele foi criado para promover o desenvolvimento do comércio
internacional, assim como aprimorar a coleta, a comparação e a análise das
estatísticas, particularmente as do comércio exterior. Além disso, o SH facilita as
negociações comerciais internacionais, a elaboração das tarifas de fretes e das
estatísticas relativas aos diferentes meios de transporte de mercadorias e de outras
informações utilizadas pelos diversos intervenientes no comércio internacional.
(Ministério do Desenvolvimento).
41
A composição dos códigos do SH, formado por seis dígitos, permite que
sejam atendidas as especificidades dos produtos, tais como origem, matéria
constitutiva e aplicação, em um ordenamento numérico lógico, crescente e de
acordo com o nível de sofisticação das mercadorias.
O Sistema Harmonizado (SH) abrange:
· Nomenclatura – Compreende 21 seções, composta por 96 capítulos,
além das Notas de Seção, de Capítulo e de Subposição. Os capítulos, por sua vez,
são divididos em posições e subposições, atribuindo-se códigos numéricos a cada
um dos desdobramentos citados. Enquanto o Capítulo 77 foi reservado para uma
eventual utilização futura no SH, os Capítulos 98 e 99 foram reservados para usos
especiais pelas Partes Contratantes. O Brasil, por exemplo, utiliza o Capítulo 99
para registrar operações especiais na exportação;
· Regras Gerais para a Interpretação do Sistema Harmonizado –
Estabelecem as regras gerais de classificação das mercadorias na Nomenclatura;
· Notas Explicativas do Sistema Harmonizado (NESH) – Fornecem
esclarecimentos e interpretam o Sistema Harmonizado, estabelecendo,
detalhadamente, o alcance e conteúdo da Nomenclatura.
O Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai adotam, desde janeiro de
1995, a Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), que tem por base o Sistema
Harmonizado. Assim, dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são
formados pelo Sistema Harmonizado, enquanto o sétimo e oitavo dígitos
correspondem a desdobramentos específicos atribuídos no âmbito do MERCOSUL.
A sistemática de classificação dos códigos na Nomenclatura Comum do
MERCOSUL (NCM) obedece à seguinte estrutura:
42
00 00 00 0 0
Figura 1: Sistemática de classificação de NCM.
Fonte: Site do Ministério de Desenvolvimento do Brasil.
Exemplo: Código NCM: 0104.10.11
Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe ou com cria
ao pé.
Este código é resultado dos seguintes desdobramentos:
Seção ANIMAIS VIVOS E PRODUTOS DO
REINO ANIMAL
Capítulo 1 Animais vivos
Posição 104 Animais vivos das espécies ovina e
caprina
Subposição 104.10 Ovinos
Item 104.10.1 Reprodutores de raça pura
Subitem 104.10.11 Prenhe ou com cria ao pé
Quadro 2 : Desdobramento do NCM.
Fonte: Site do Ministério de Desenvolvimento do Brasil.
O Brasil utiliza dois tipos de classificação de mercadorias, a tarifa Externa
Comum (TEC) e a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), ambos baseados no
sistema Harmonizado. Por meio da classificação tarifária é possível saber quais são
os impostos incidentes sobre as mercadorias, assim como os tratamentos
administrativos e os benefícios de redução de alíquotas por meio de acordos
internacionais que repercutirão nas mercadorias. (SOUZA, 2003)
43
3. METODOLOGIA
3.1 ABORDAGEM METODOLOGICA
3.1.1 Tipo de Pesquisa Adotada
Segundo Vergara (2005) as pesquisas são realizadas de acordo com
dois critérios, seja quanto aos fins e quantos aos meios.
Quanto aos fins, a pesquisa será classificada como descritiva, uma vez
que, busca-se descrever qual o processo de importação utilizado pelo Laboratório
Teuto Brasileiro S/A, bem como sua importância para a empresa.
Quanto aos meios de investigação, a pesquisa é um estudo de caso,
pois será uma investigação no local onde decorre o processo para explicá-lo. Será
realizada por meio de uma entrevista técnica estruturada aberta, feita com as
pessoas envolvidas no processo de acordo com o roteiro de perguntas descritas no
anexo 2.
3.1.2 Universo e Amostra
O universo da pesquisa é a indústria farmacêutica Laboratório Teuto
Brasileiro S/A.
A amostragem utilizada será por tipicidade, uma vez que, segundo
VERGARA (2005) esta amostragem é constituída pela seleção de elementos que o
pesquisador considere representativos da população-alvo.
3.1.3 Seleção dos Sujeitos
Os sujeitos da pesquisa são todos os colaboradores do Departamento
Suprimentos que se envolvem com o processo de importação.
44
3.1.4 Coleta de dados
Os dados serão obtidos através de entrevistas realizadas de acordo
com o anexo 2 com os colaboradores envolvidos no processo.
3.2 A EMPRESA
O Laboratório Teuto Brasileiro S/A, pioneiro na luta pela implantação dos
medicamentos genéricos no Brasil, tem um dos maiores parques industriais da
América Latina. Seu complexo industrial é totalmente estruturado com máquinas e
equipamentos de ultima geração, são 105 mil metros quadrados de área construída
seguindo rígidos padrões do FDA, um dos mais conceituados órgão de
regulamentação de medicamentos do mundo. Toda a planta do complexo está de
acordo com as exigências da Organização Mundial de Saúde, é também certificada
e vistoriada pela ANVISA do Brasil garantindo assim a qualidade de seus produtos.
O Teuto conta com um moderno departamento de qualidade composto
por vários laboratórios, sendo estes, Laboratório de Equivalência Farmacêutica,
Físico Químico, Microbiológico, de Desenvolvimento e Metodologia, e de
Desenvolvimento para Linhas em Geral. Possuem amplo espaço físico,
equipamentos modernos e avançados e uma equipe de profissionais qualificados
entre farmacêuticos e químicos. Neste departamento são testadas e avaliadas as
matérias primas, os produtos durante todo o processo produtivo, bem como as
novas formulações que serão posteriormente lançadas no mercado.
São 1.300 funcionários diretos e mais de 1500 indiretos buscando atender
um mercado consumidor exigente. Possui um portfólio de 297 apresentações e 176
produtos. Atinge o mercado consumidor a partir de 54 distribuidores, os quais são
atendidos por uma equipe de vendas composta de 60 gerentes, 86 supervisores,
971 representantes e 243 operadores de telemarketing.
O Laboratório Teuto possui uma posição estratégica, localizado em
Anápolis-GO, está no centro da economia brasileira, e relativamente perto das
principais capitais brasileiras. No anexo segue tabela relacionando tais distancias.
45
Para facilitar sua distribuição, o Teuto possui uma filial no estado de SP, situada em
sua capital.
As importações representam 90% das compras totais da empresa das
matérias-primas.
3.2.1 Departamento Suprimentos
O departamento Suprimentos é composto por 12 (doze) pessoas, sendo
destas uma coordenadora e dois supervisores responsáveis pela gestão da área.
O setor está dividido por compras no mercado nacional e internacional.
O estudo abrange apenas as importações realizadas pelo Laboratório Teuto
Brasileiro S/A, e estão relacionadas com este processo, a coordenadora de
compras, a supervisora de importação, uma assistente de compras internacional e
uma assistente de logística internacional de acordo com a figura 2.
Figura 2: Organograma Divisão Importação do Departamento Suprimentos.
A assistente de compras internacional tem como responsabilidade a
impressão das requisições aprovadas no sistema, fazer a cotação com os
fornecedores qualificados, escolher a melhor dentre elas, negociar prazo de
pagamento, preço e prazo de entrega. Após estas etapas, esta assistente faz uma
ordem de compra no sistema e solicita a assinatura da mesma para a supervisora de
Coordenadora de Compras
Supervisora de Importação
Assistente de Compras Internacional Assistente de Logística Internacional
46
importação, em seguida passa por e-mail ao fornecedor correspondente e
acompanha o processo até a liberação para o embarque.
É de responsabilidade da assistente de logística internacional, toda a
logística do processo de importação. Esta colaboradora faz o acompanhamento do
embarque da mercadoria, chegada nos limites territoriais da mercadoria,
desembaraço e por fim, a chegada da mesma na fábrica.
4. RESULTADOS DA PESQUISA
Serão apresentados a seguir os resultados adquiridos com a pesquisa
realizada na Divisão Importação do Departamento Suprimentos do Laboratório Teuto
Brasileiro S/A.
Todos os dados foram fornecidos pela empresa para uso exclusivo
neste trabalho.
4.1 PROCESSO DE IMPORTAÇÃO UTILIZADO NO LABORATÓRIO TEUTO
BRASILEIRO S/A.
O Laboratório Teuto Brasileiro S/A, assim como seus concorrentes, efetua
o processo de importação de insumos/matérias-primas e máquinas/peças para suprir
sua necessidade produtiva.
Dentre os países que o Teuto efetua compras, os mais importantes são:
China, Índia, Alemanha, Espanha, Itália, Inglaterra, Coréia, Argentina, México e os
Estados Unidos da América.
De acordo com o gráfico 1, pode-se perceber que há maior concentração
das compras na China e Índia, pois são países que possuem diversas fábricas de
insumos farmacêuticos e com custo mais baixo, devido ao baixo custo da mão-de-
obra encontrada nestes países.
47
Gráfico 1: Países de origem das Importações pelo Laboratório Teuto Brasileiro S/A.
Fonte: Laboratório Teuto Brasileiro S/A, 2008.
O meio de transporte mais utilizado pelo Teuto, é o frete aéreo. Apenas
volumes muito grandes que são impossíveis para embarque aéreo são trazidos por
navio. O gráfico 2 ilustra em percentual quais os percentuais das modalidades de
transporte utilizados pelo Teuto, são cerca de 85% (oitenta e cinco por cento) de
embarques aéreos e 15% (quinze por cento) das mercadorias embarcadas por
navio.
Gráfico 2: Freqüência de Fretes na Importação pelo Laboratório Teuto.
Fonte: Laboratório Teuto Brasileiro S/A, 2008.
48
Com o frete aéreo a empresa ganha agilidade nesta etapa do processo,
pois na média em dois dias a carga já estará disponível para o desembaraço,
enquanto por navio, em média temos duas semanas de espera para chegada da
mercadoria no Brasil. O custo do frete aéreo é maior do que o frete marítimo.
A importação é realizada no Laboratório Teuto de acordo com os
seguintes passos:
a) Solicitação do produto a ser importado;
b) Localização dos fornecedores internacionais;
c) Cotação de preços e análise minuciosa das propostas;
d) Negociação, fechamento da compra e escolha do incoterm correto;
e) Verificação do NCM correto;
f) Verificação se o produto necessita de Licença de Importação (LI);
g) Fechamento de câmbio, quando o pagamento é antecipado;
h) Contratação de seguro e frete internacional;
i) Autorização do embarque e envio de instruções de embarque;
j) Despacho aduaneiro.
4.1.1 Solicitação do produto a ser comprado
Nesta etapa é feita uma Requisição de Compras (RC) (anexo 1) para a
aprovação da Diretoria responsável pelo setor solicitante. Esta solicitação é feita via
sistema e deve conter as informações necessárias para compra do determinado
item.
Na RC o solicitante insere o código do produto, a quantidade necessária e
a data em que precisa do item para sua utilização.
49
4.1.2 Localização dos Fornecedores Internacionais
Após a aprovação do Diretor responsável pela área solicitante, a RC é
visualizada no sistema pelo Setor Suprimentos, onde é impressa e a partir daí dá-se
início ao procedimento de compra.
Nesta etapa o comprador responsável recolhe da RC todas as
informações necessárias para que seja efetuada a cotação (descrição do item,
fabricante, quantidade e data para entrega). É feita uma busca de possíveis
fornecedores no mercado nacional e também em outros países.
4.1.3 Cotação de preços e análise minuciosa das propostas
Após a identificação dos possíveis fornecedores, é feita a cotação de
preços do item com no mínimo três.
As cotações são impressas e anexadas na requisição. A partir daí,
analisa-se cada proposta, a fim de, de escolher dentro das opções a melhor para
início da negociação.
4.1.4 Negociação, fechamento da compra e escolha do incoterm correto
Escolhidos os produtos a importar e o fornecedor no exterior, é
necessário negociar para acertar alguns detalhes, tais como: forma de pagamento,
modalidade de venda, quantidade mínima vendida, prazo de entrega, preço x
quantidade e freqüência de embarques do referido país.
Após a negociação, o pedido de compras é criado via sistema e entregue
para a assinatura da supervisora de importação. Depois de assinado, a assistente
de compras internacional envia ao fornecedor, para que este retorne com uma
confirmação de pedido, a chamada Fatura Pro Forma.
A fatura Pro Forma é feita apenas pelo exportador e serve como
documento fiscal para o Teuto quando no processo há necessidade do pagamento
50
antecipado, ou seja, fechamento de câmbio e/ou remessa de dinheiro ao exterior
antes do envio da mercadoria.
Estas faturas não possuem modelo e/ou padrão, mas devem conter
alguns dados que são indispensáveis:
v Ponto/porto/aeroporto de fronteira de embarque;
v Ponto/porto/aeroporto de fronteira de destino;
v Dados completos do exportador e importador;
v Preço unitário, quantidade e preço total;
v Peso líquido e bruto; e
v Descrição completa do item e sua respectiva referência no exportador;
4.1.5 Verificação do NCM correto.
Esta etapa é realizada pelo setor solicitante através de um programa
integrado à Receita Federal que detalha todos os códigos da Nomenclatura Comum
do Mercosul.
O NCM é enviado por uma planilha que serve como documento e é
anexado ao processo.
É de suma importância a classificação correta da mercadoria neste
momento, pois é através dela que acarretará a tarifação do imposto de importação.
Caso o código mencionado na DI esteja errado, de acordo com o
entendimento do fiscal, o Teuto levará multa que pode chegar à 100% (cem por
cento) da mercadoria importada.
51
4.1.6 Verificação se o produto necessita de Licença de Importação (LI)
Toda e qualquer importação está sujeita a necessidade de licenciamento.
Este licenciamento pode ser automático ou não.
O licenciamento automático ocorre na maioria das vezes e é efetuado
pelo próprio Sistema, no momento de registro da Declaração de Importação (DI).
Em alguns casos a mercadoria poderá estar sujeita ao controle especial
realizado por algum órgão licenciador, como por exemplo, a Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), ou também quando é necessária a anuência de
outros órgãos federais, a importação estará sujeita a Licença de Importação Não
Automática. Neste caso a LI é solicitada ao devido órgão antes do embarque da
mercadoria, pois caso o mesmo aconteça no país de origem sem a emissão deste
documento, a empresa estará sujeita a multa.
4.1.7 Fechamento de câmbio, quando o pagamento é antecipado
Quando há pagamento antecipado, parcial ou total da mercadoria, o valor
da operação deve ser enviado pela empresa antes do embarque da mercadoria.
É notório que para o exportador o pagamento antecipado representa uma
garantia do fechamento do pedido e também uma parcela necessária à produção do
material.
Nesta modalidade é arriscado para a empresa o pagamento antecipado a
empresas desconhecidas, pois poderá ocorrer o não envio da mercadoria e o Teuto
ficaria no prejuízo do referido valor.
Para efetuar o pagamento, o Teuto envia ao Banco de seu trabalho a
quantia necessária para o fechamento do câmbio, que por sua vez, envia ao banco
indicado pelo exportador o valor via ordem de pagamento.
52
Neste processo o banco emite um swift bancário, que serve como
comprovante de depósito para a empresa cobrar ou enviar ao exportador.
4.1.8 Contratação de Seguro e Frete Internacional
A contratação de Seguro e do Frete Internacional é realizada pelo agente
de cargas. Este faz cotações no mercado com e envia à assistente de logística
internacional para sua apreciação e aprovação.
Para conferir se os valores estão corretos e de acordo com o praticado no
mercado, quando possível, a assistente de logística internacional solicita ao
exportador que ele faça uma cotação para o frete e seguro com seus parceiros e
envie por e-mail, para servir de parâmetro comparativo com o frete e seguro
enviados pelo agente de cargas.
4.1.9 Autorização do embarque e envio de instruções de embarque
Após a emissão da Licença de Importação e a averbação provisória da
apólice de seguro, é autorizado o embarque e em seguida enviadas as instruções de
embarque ao exportador.
Este documento contém:
v Documentos necessários ao desembaraço aduaneiro na importação
(certificado de origem, fatura comercial, romaneio de embarque/packing list,
conhecimento de embarque e etc.);
v Informações a respeito da contratação do seguro e do frete
internacional;
v Informações sobre o pagamento (modalidade), endereço e nome
bancário para remessa de documentos internacionais;
53
4.1.10 Despacho Aduaneiro
Após a entrada da mercadoria no território nacional, é necessário o
Despacho Aduaneiro da importação.
O Despacho Aduaneiro de importação é o procedimento fiscal mediante o
qual se processa o desembaraço aduaneiro da mercadoria procedente do mercado
exterior, seja essa definitiva ou não.
Nas importações em que o transporte é aéreo, existe um sistema
informatizado chamado MANTRA, Sistema Integrado de Gerência do Manifesto, do
Trânsito e do Armazenamento, que constitui parte do SISCOMEX e corresponde ao
primeiro passo para o despacho aduaneiro.
No caso de transporte marítimo, ainda não existe um sistema
informatizado, por conseguinte, a manifestação de carga se dá com a apresentação
do documento Manifesto de Carga, pelo Capitão do Navio à autoridade da
Secretaria da Receita Federal – alfândega de destino.
O despacho aduaneiro começa com o registro de Declaração de
Importação (DI) junto ao Siscomex, que deve acontecer em até 90 dias da descarga,
se a mercadoria estiver em recinto alfandegado de zona primária ou, em até 45 dias
após esgotar-se o prazo estabelecido para permanência da mercadoria em
entreposto aduaneiro ou recinto alfandegado de zona secundária.
Após o registro da DI o próprio sistema determina o grau de conferência
dos documentos e da mercadoria através da definição de quatro canais:
v Canal Verde – O sistema procede ao desembaraço automático da
mercadoria sendo dispensados o exame documental da declaração, a verificação da
mercadoria e análise preliminar do valor aduaneiro;
v Canal Amarelo – A declaração é submetida a exame documental, e
não havendo irregularidade, é autorizado o desembaraço da mercadoria e
dispensada a verificação da mercadoria e análise preliminar do valor aduaneiro;
54
v Canal Vermelho – A mercadoria somente é desembaraçada e entregue
após realização do exame documental, da verificação física da mesma, dispensada
da análise preliminar do valor aduaneiro.
v Canal Cinza – O desembaraço da mercadoria acontece após a analise
preliminar do valor aduaneiro e, se for o caso, o depósito de garantias.
Desta forma após a chegada da mercadoria e de posse da documentação
necessária, inicia-se o processo de despacho aduaneiro, que compreende as
seguintes fases:
ð Chegada da Mercadoria na Alfândega de Destino;
ð Manifestação da carga;
ð Recepção dos Documentos Originais;
ð Registro da Declaração de Importação;
ð Parametrização de Canal;
ð Desembaraço aduaneiro;
ð Liberação da mercadoria.
Após a conclusão do desembaraço aduaneiro o Teuto é necessário
emitir uma nota fiscal de entrada da mercadoria para que esta acompanhe a
importação até empresa.
4.2 MELHORIAS NO PROCESSO DE IMPORTAÇÃO REALIZADO PELO
LABORATÓRIO TEUTO.
Para melhorar o processo de importação realizado pela empresa serão
discriminados alguns pontos importantes que devem sofrer alterações ou melhoria
no acompanhamento das tarefas respectivas aos mesmos:
· Maior agilidade na conferência do NCM das mercadorias;
55
· Maior agilidade no desembaraço aduaneiro, para evitar o pagamento
excessivo de armazenagem da mercadoria na zona aduaneira;
· Maior agilidade na emissão de Nota Fiscal para coleta da mercadoria.
Com estas melhorias, o processo fica mais dinâmico e conseqüentemente
a empresa consegue um tempo de chegada da mercadoria importada em suas
dependências com tempo menor.
4.3 VANTAGENS DA IMPORTAÇÃO PARA O LABORATÓRIO TEUTO
BRASILEIRO S/A.
Com a importação de insumos o Laboratório Teuto Brasileiro S/A é
favorecido pela obtenção de preços mais competitivos, uma vez que, faz-se a
compra diretamente do fabricante da matéria prima, eliminando atravessadores que
também lucram com este processo.
Além da redução no custo, há uma ampliação no quadro de fornecedores,
assim, o Teuto não depende apenas de um fornecedor para o mesmo insumo,
aumentando seu poder de barganha no momento da compra.
Em contato com o mercado externo, a empresa tem uma visão dos preços
praticados mundialmente e ciente de novas tendências no ramo farmacêutico.
O Teuto além destas vantagens, busca no exterior, parceiros (joint-
ventures) para a incorporação de sua marca em produtos ainda inexistentes no
mercado nacional e então, a distribuição ou fabricação dos mesmos no país.
O mercado fabril internacional para matérias-primas e produtos semi-
acabados detém de tecnologias de última geração e, por conseguinte, o Teuto tem a
certeza da aquisição de mercadorias da melhor qualidade.
A importação é compensativa neste mercado, pois permite ao importador
adquirir uma matéria-prima de alta qualidade, que em diversas ocasiões ainda não
são fabricadas no país com custo baixo e sem a necessidade de desenvolvimento
para a fabricação das mesmas.
56
5. CONCLUSÃO
Este trabalho teve como objetivos a apresentação do processo detalhado
de importação realizado pelo Laboratório Teuto Brasileiro S/A, a identificação das
possíveis melhorias no processo e também as vantagens adquiridas com esta
modalidade de compra.
A empresa pesquisada possui visão globalizada e busca a melhoria
contínua de seus processos/procedimentos, primando sempre pela qualidade de
seus produtos com menor custo possível de produção.
O processo de Importação é importante para a empresa, uma vez que,
esta busca uma produção com o mínimo de custos, e tal modalidade de compra
propicia à empresa compra de mercadorias de alta qualidade com custo menor ao
encontrado no mercado nacional.
Além de um custo reduzido, a compra fora do território aduaneiro rende à
empresa um bom portfólio dependente de ativos que não são fabricados no país. A
visão do mercado torna-se ampla, pois a empresa possui conhecimento do que
acontece com o mercado farmacêutico internacional, facilitando a tomada de
decisões da presidência em qual tipo/produto adequar ao mix de vendas.
É possível que a compra no mercado local seja mais compensativa
quando há necessidade emergencial, devido ao prazo maior de entrega das
mercadorias adquiridas fora do país, ou até mesmo quando o custo final deste é
menor quando comparado com importação.
A análise do processo de importação realizado na empresa mostrou
pontos críticos que devem ser acompanhados rigidamente, para agilidade do mesmo
e também redução de custos com o mesmo.
Conclui-se que o processo de importação no Laboratório Teuto Brasileiro
S/A é vital para a sobrevivência da empresa, uma vez que, representa 90% das
compras de ativos e que a mesma efetua sua importação dentro dos padrões
estabelecidos no referencial teórico.
57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BANCO DO BRASIL. Importação: treinamento em negócios internacionais. Universidade Coorporativa Banco do Brasil. Coordenação e conteúdo: Diretoria de comércio exterior e Diretoria gestão de pessoas. Banco do Brasil: 2006.
BIZELLI, J.S. e BARBOSA, R. Noções básicas de importação. 7 ed. São Paulo: Aduaneiras, 2000.
BRASIL, SISCOMEX – O que é o SISCOMEX. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, www.aprendendoaexportar.gov.br, acesso em 13 de agosto de 2008.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Disponível em URL ://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php? area=5&menu=1090, acesso em 10/10/2008.
GOVERNO DE GOIÁS. Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento. Plataforma Logística Multimodal de Goiás, www.plataformalogistica.go.gov.br/ participacao/index.htm, acesso em 02 de setembro de 2008.
KEEDI, S. Logística de transporte internacional. 3 ed. São Paulo: Aduaneiras, 2007.
LUNARDI, A. L. Operações de câmbio e pagamentos internacionais no comércio exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2003.
MARINHO Henrique • A política cambial brasileira, Rev. Cent. Ciênc. Admin., Fortaleza, v. 8, n. 2, p. 154-162, dez. 2002.
MITRE, J. H. L. Importação. – 2 ed., rev. e atualizada. Belo Horizonte: SEBRAE/MG, 2005. 36 p. il. (Série Cooperação Internacional)
PALMEIRA E. M. Estimação de funções exportação e importação do Brasil para os países do MERCOSUL – uma evidência empírica, 2005.
SOUZA, C. L. G. Roteiro prático de exportação e importação: modelos práticos operacionais. Belo Horizonte: Líder, 2003.
58
UNESP. Manual de importação. Pró-Reitoria de Administração, 2003.
VERGARA, SYLVIA CONSTANT, Projetos e relatórios de pesquisa em administração, 6. ed - São Paulo: Atlas, 2005.
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ANEXOS
ANEXO I - PROCESSO DE IMPORTAÇÃO DA UNESP
1) Quando da chegada do processo na reitoria o setor de protocolo efetua o
cadastro do mesmo no sistema de gestão-módulo protocolo (sistema de
acompanhamento de tramitação de documentos da reitoria) e em seguida é
encaminhado a ATARM/PRAD-IMPORTAÇÃO.
2) Chegando na área de importação o processo é cadastrado no SAPI-SISTEMA de
acompanhamento de processos de importação e são enviados ao interessado o
login e senha para acompanhamento do processo pela internet, por meio do site
http://www.unesp.br/sapi.
Obs.: independente da quantidade de processos enviados pelo interessado ele
receberá somente um login e uma senha.
3) A área de importação fará a análise do processo, verificando se a documentação
está de acordo com o exigido pela legislação em vigor, e fazendo o enquadramento
da importação dentro da legislação vigente. no caso da fatura PROFORMA estar
incompleta ou com dados inconsistentes há um contato direto com o exportador ou
representante para que seja providenciada a correção.
4) Será solicitada à comissária de despachos a emissão da (s) L.I.(s). a emissão da
L.I. é feita por meio do SISCOMEX e tem como base os dados constantes na fatura
PROFORMA.
Será emitida uma L.I. para cada NCM/SH , sendo assim, poderão ser emitidas várias
L.I.s para uma só fatura PROFORMA, e dependendo do NCM/SH uma única L.I.
poderá necessitar do deferimento de mais de um órgão anuente (CNPQ, DECEX,
ANVISA, CNEN, ETC).
5) Estando autorizadas a(s) L.I.(s) a comissária de despachos nos avisará .
Obs.: A partir deste momento as providencias dependerão da forma de pagamento,
pois, como já foi visto, o fechamento de câmbio pode ocorrer antes ou depois do
embarque dos materiais.
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Para fins ilustrativos utilizaremos uma importação paga por meio de uma cobrança
documentária.
6) Transmitiremos ao exportador ou a seu representante no brasil, uma ordem de
compra (autorização de embarque/po - purchase order), onde constarão as
instruções de envio do material e dentre outras coisas o prazo para embarque e os
dados bancários para envio da cobrança documentária à vista.
7) Após a colocação do pedido é feita a averbação provisória do seguro de
transporte internacional, que cobrirá os riscos de transporte desde o embarque até a
entrega na unidade universitária.
8) O exportador despachará a mercadoria e enviará os documentos de embarque
(AWB e INVOICE), que no caso de cobrança estão consignados ao banco brasileiro
indicado pelo importador, ao banco estrangeiro solicitando que seja feita uma
cobrança documentária contra a UNESP.
9) Assim que toma ciência da cobrança o banco no Brasil notifica o importador.
10) Serão tomadas as providências para fechamento de câmbio. neste momento, no
caso de importações orçamentárias será solicitado a seção de finanças da unidade a
nota de empenho ou complemento desta, ou nos casos de importações financiadas
pela FAPESP, FAMESP, etc., os recursos financeiros serão solicitados diretamente
à instituição de fomento, e para os casos onde os recursos se encontram em poder
do interessado ou da seção de finanças, será solicitado depósito na conta da
reitoria.
11) Quando o câmbio é fechado o banco transfere a posse dos documentos e
mercadorias à UNESP.
12) Informaremos a comissária de despachos os dados de embarque dos materiais
e passaremos as instruções para desembaraço alfandegário e entrega, assim como
os dados cambias, para vinculação do contrato de câmbio à D.I.
13) Antes de iniciar o despacho de importação a comissária de despachos entrará
em contato com o agente de cargas, pagará o frete internacional e retirará o awb
(2nd consignee), que deverá ser endossa do pelo banco.
14) Será formulada, por meio do Siscomex, a declaração de importação (D.I.), que
será apresentada à repartição da receita federal cujo controle estiver a mercadoria
61
(Alfândega). Além da D.I., serão anexados ao despacho os seguintes documentos:
Via original do conhecimento de cargas; Via original da commercial invoice, assinada
pelo exportador; Certidão do FGTS; Certidão do INSS; Certidão quanto à dívida
ativa da união; Guia para liberação de mercadoria estrangeira sem comprovação do
recolhimento do ICMS, emitida pela secretaria da fazenda (substitui o comprovante
de recolhimento); Outros por força da lei, regulamento ou ato normativo. (UNESP,
2005)
Obs.: para produtos controlados pelo serviço de vigilância sanitária, anteriormente
ao despacho de importação, se faz necessário a instrução de processo junto ao
serviço de vigilância sanitária, para autorização. para instrução deste processo são
necessárias a cópia do AWB, Invoice e declaração firmada pelo pesquisador
responsável pela execução da pesquisa no âmbito da instituição.
15) Após a secretaria da receita FEDERAL-SRF verificar a exatidão dos dados
declarados pelo importador, em relação a mercadoria importada, aos documentos
apresentados e à legislação específica é marcada uma data para que o produto seja
vistoriado.
16) A vistoria é realizada com a presença do despachante aduaneiro, e se durante a
vistoria não for constatada nenhuma irregularidade, falta ou avaria, o desembaraço
aduaneiro é concluído e a SRF autoriza a entrega da mercadoria ao importador.
Obs.: se for constatada falta ou avaria durante a vistoria, a seguradora deverá ser
acionada e será marcada nova data para uma vistoria oficial com a presença de um
representante da seguradora.
17) Estando a mercadoria desembaraçada será providenciado transporte até a
unidade universitária de destino.
18) Quando da chegada dos materiais o almoxarifado da unidade universitária
deverá proceder o recebimento de acordo com o constante no capítulo "xiii -
procedimentos para recepção de materiais importados"
19) No quinto dia útil do mês subseqüente ao embarque dos materiais é feita a
averbação definitiva dos mesmos.
20) Efetua-se o pagamento do faturamento do despachante e da conta mensal de
seguros.
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21) Com o encerramento das despesas é providenciada a prestação de contas do
processo, sendo feito o demonstrativo de custos e uma informação para
incorporação ou registro dos bens. nos casos de importações financiadas por
instituições de fomento, são encaminhadas, junto ao demonstrativo de custo, cópias
dos documentos de importação para que seja providenciado o acerto de contas junto
à instituição. (UNESP, 2005)
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ANEXO II - ROTEIRO DE PERGUNTAS PARA ENTREVISTA
1) Qual sua função no Departamento Suprimentos?
2) Quais suas tarefas? Explique detalhadamente.
3) O que a Importação traz de benefícios para a organização?
4) Quantas apresentações a empresa possui?
5) Qual o percentual de compras de ativos através de importação?
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ANEXO III - REQUISIÇÃO DE COMPRAS DO LABORATÓRIO TEUTO.
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ANEXO IV – ORDEM DE COMPRA DO LABORATÓRIO TEUTO.