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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL
GABRIEL BARTOLOMEU FERREIRA
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO S DO
MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC
CAÇADOR 2013
GABRIEL BARTOLOMEU FERREIRA
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO S DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para a obtenção do título de Engenheiro Ambiental, pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, sob a orientação do professor Engenheiro Esp. Ambiental Júlio César Moschetta da Silva.
CAÇADOR 2013
COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO S DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC
GABRIEL FERREIRA
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Título (Grau) de:
ENGENHEIRO AMBIENTAL E aprovada na sua versão final em _______, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe e Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental.
_____________________________________________ LUIZ AUGUSTO GRANDO PADILHA
Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental
BANCA EXAMINADORA: _________________________
Nome do Presidente _________________________
Membro
_________________________
Membro
Dedico este trabalho à minha família: Em especial a minha Mãe e minha avó por terem sido as grandes
Incentivadoras desta conquista e por todo ensinamen to, Apreço e confiança em todas as etapas de minha vida .
Dedico este trabalho a vocês com todo meu amor e carinho!
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, Augusto e Marili e minha avó Anemarie pela excelente educação, conselhos, apoio, contribuição financeira, e por tudo que me proporcionaram de forma incondicional para que eu pudesse concretizar mais essa etapa da minha vida. Gostaria também de agradecer a Universidade Alto Vale Do Rio Do Peixe de Santa Catarina, e ao curso de Engenharia Ambiental e seus professores pela oportunidade de obter uma graduação de qualidade. Ao professor Engenheiro Esp. Ambiental Júlio César Moschetta da Silva, por sua orientação, e ajuda nos momentos necessários. A amiga, supervisora de estágio e Eng. Débora Peliser que me incentivou e me orientou durante todo o estágio. Compartilhamos ótimos momentos no período de estágio dividindo experiências, dúvidas a respeito do trabalho. Enfim, por toda a ajuda e conhecimento que fazem dela uma excelente profissional. A toda equipe da empresa SANEFRAI, por proporcionar a oportunidade de realizar meu estágio de conclusão de curso em suas dependências, e pela convivência e pelo ambiente de trabalho agradável. Em especial ao presidente Eloi Regalin, por ter me aceitado e colaborado com a realização do meu estágio. Meu muito obrigado aos amigos que dividiram comigo experiências durante a graduação. A minha família, que compartilhou comigo momentos de reflexão e questionamento. Por todo carinho nos momentos de desânimo e força permanente que me encorajaram em todo esse processo agradeço pelo carinho e pelo amor recebido. Finalmente, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. Aqueles que acreditaram em mim, Muito obrigado!
“Ambiente limpo não é o que mais se limpa, e sim o que menos se suja.”
-- Chico Xavier
RESUMO
Um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a obrigatoriedade da elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos para a União, Estados e Municípios. Inserido nesses planos está a caracterização e a composição gravimétrica,tal evidência serve como ferramenta para a melhoria dos serviços públicos de coleta de resíduos bem como definição de estratégias de gerenciamento para o Plano de Gestão destes resíduos, principalmente no âmbito municipal. Para a gestão eficiente e a definição de uma disposição final ambientalmente segura e local, foi preciso realizar um diagnóstico dos resíduos gerados em Fraiburgo, destacando-se a determinação da composição gravimétrica e a caracterização qualitativa e quantitativa dos mesmos. O principal objetivo deste estudo foi levantar dados referentes à composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo– SC,coletados na área urbana e assim fornecer subsídios para quantificar os resíduos a serem segregados na usina de triagem existente.Além de determinar a composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo a pesquisa identificou a fração dos resíduos urbanos biodegradáveis (orgânicos), a fração dos resíduos recicláveis evidenciando a quantificação preliminar da geração de resíduo per capita do município de Fraiburgo. O estudo atual revela uma diminuição na fração percentual para matéria orgânica na coleta seletiva de resíduos sólidos em comparativa com a coleta convencional realizada no município de Fraiburgo, a diferença ficou 40% na convencional para 14% na seletiva, tal resultado pode ser um indicativo de aumento da adesão ao programa de coleta seletiva, tendo em vista que os materiais recicláveis, ao invés de descartados junto aos resíduos úmidos são segregados e dispostos para a coleta diferenciada. Esta condição faz com que aumente a fração percentual de resíduos recicláveis presentes em ambas as coletas. Palavras-chaves: determinação gravimétrica, resíduos sólidos urbanos, gerenciamento de resíduos sólidos.
ABSTRACT One of the instruments of the National Solid Waste is mandating the preparation of Waste Management Plans for the Union, States and Municipalities. Inserted in these plans is the characterization and gravimetric composition, such evidence serves as a tool for improvement of public waste collection and definition of strategies for the management of this waste management plan, especially at the municipal level. For the efficient management and the definition of an environmentally safe disposal and place, it was necessary to make a diagnosis of the waste generated in Fraiburgo, highlighting the gravimetric determination of the composition and the qualitative and quantitative characterization of them. The main objective of this study was to collect data on the gravimetric composition of MSW from Fraiburgo-SC, collected in the urban area and thus provide a basis for quantifying the waste to be segregated in the sorting plant existente.Além to determine the gravimetric composition municipal solid waste from Fraiburgo research has identified the fraction of biodegradable municipal waste (organic), the fraction of recyclable waste evidencing the preliminary quantification of waste generation per capita Fraiburgo. The current study shows a decrease in the organic matter fraction percentage for the selective collection of solid waste in comparison with the conventional collection held in Fraiburgo, the difference was 40% to 14% in the conventional selective, such a result may be indicative of increased adherence to the recycling program, considering that the recyclables, rather than discarded along the wet wastes are segregated and arranged for separate collection. This condition causes increase the percentage of recyclable waste fraction present in both samples. Keywords: gravimetric determination, solid waste, solid waste management.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fluxograma básico da geração de resíduos sólidos ........................... 21
Figura 2 - Relação do aumento do índice per capta de geração de RSU do
Brasil entre 2009 e 2010 ........................................................................................... 22
Figura 3 - Quarteamento segundo a NBR-ABNT 10.007 (NBR-ABNT 10007) .... 27
Figura 4 - Diagrama do método de pesquisa ....................................................... 28
Figura 5 - Tambores utilizados para a aplicação da técnica de quarteamento .... 33
Figura 6 - Disposição de amostra dos RSU ......................................................... 33
Figura 7 - Homogeneização da amostra .............................................................. 34
Figura 8 - Processo de quarteamento .................................................................. 34
Figura 9 - Amostra em processo de quarteamento.............................................. 35
Figura 10 - Amostra quartelada ............................................................................. 36
Figura 11 - Resultados das frações gravimétricas encontradas na coleta
convencional realizada no município de Fraiburgo ................................................... 38
Figura 12 - Folder explicativo da coleta seletiva, distribuído para a população ..... 40
Figura 13 - Resultados das frações gravimétricas encontradas na coleta seletiva
realizada no município de Fraiburgo ......................................................................... 41
Figura 14 - Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na
coleta convencional realizada no município de Fraiburgo ........................................ 43
Figura 15 - Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na
coleta seletiva realizada no município de Fraiburgo ................................................. 44
Figura 16 - Comparativo ente os resultados das frações gravimétricas
recicláveis/biodegradáveis encontradas na coleta convencional e seletiva no
município de Fraiburgo ............................................................................................. 45
Figura 17 - Composição gravimétrica estimada pela SANEFRAI de acordo com
os inventários de RSU realizados entre 2009 e 2010 ............................................... 47
Figura 18 - Comparativo entre a composição gravimétrica estimada pela SANEFRAI e
os resultados da composição gravimétrica da coleta seletiva de 2013 .............................. 48
Figura 19 - Localização do município de Fraiburgo no espaço territorial
catarinense... ............................................................................................................ 49
Figura 20 - Caminhão equipado com poliguindaste, responsável pelo transporte
dos rejeitos da usina de triagem até o aterro sanitário municipal ............................. 51
Figura 21 - Usina de triagem .................................................................................. 52
Figura 22 - Local de recebimento dos resíduos (moega) e esteira separadora ..... 53
Figura 23 - Prensa hidráulica... .............................................................................. 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Regiões de coleta convencional de RSU do município de Fraiburgo .. 29
Tabela 2 - Pontos de coleta seletiva de RSU do município de Fraiburgo ............. 30
Tabela 3 - Turnos para a coleta seletiva de RSU do município de Fraiburgo ...... 30
Tabela 4 - Comparativo das análises gravimétricas entre a coleta convencional e
a seletiva de RSU do município de Fraiburgo ........................................................... 42
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRELPE – Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ºC - Celsius
CNTL - Centro Nacional de Tecnologias Limpas
COMCAP – Companhia Melhoramentos da Capital
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Hab.d – Habitantes/dia
ISO – International Standart Organizacion
kg - Quilograma
km - Quilômetro
km2 – Quilômetro quadrado
m - Metro
mm - Milímetro
NBR – Denominação de norma
PET - Polietileno Tereftalato
PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
PVC - Policloreto de Vinila
PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos
RDO – Resíduo Domiciliar
RSS – Resíduo de Serviços da Saúde
RSU – Resíduos Sólidos Urbanos
SANEFRAI – Autarquia Municipal de Saneamento de Fraiburgo
SC – Santa Catarina
t/m³ - Tonelada/metro cúbico
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15
2 DESENVOLVIEMNTO ................................................................................... 17
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 17
2.1.1 Resíduos sólidos ............................................................................................ 18
2.1.1.1 Classificação .............................................................................................. 18
2.1.1.2 Caracterização gravimétrica ...................................................................... 20
2.1.1.3 Geração de resíduos sólidos urbanos ........................................................ 21
2.1.2 Gestão Ambiental ............................................................................................ 23
2.1.3 Gerenciamento de resíduo sólidos urbanos .................................................... 24
2.1.3.1 Acondicionamento de resíduo sólido ......................................................... 25
2.1.3.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos ................................................... 25
2.2 METODOLOGIA ................................ .............................................................. 26
2.2.1 Materiais e métodos ...................................................................................... 27
2.2.2 Caracterização da coleta de RSU no município ............................................. 29
2.2.3 Estabelecimento de amostragem ................................................................... 30
2.2.4 Amostragem dos RSU .................................................................................... 31
2.2.5 Procedimentos ................................................................................................ 31
2.2.5.1 Equipe ....................................................................................................... 31
2.2.5.2 Etapas de planejamento ............................................................................ 32
2.2.5.3 Etapas de execução .................................................................................. 32
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................... ................................................. 35
2.3.1 Coleta convencional ....................................................................................... 37
2.3.2 Coleta seletiva ................................................................................................ 39
2.3.3 Coleta convencional versus seletiva ............................................................... 42
2.3.4 Comparativos com os dados de 2009/2010 ................................................... 47
2.3.5 Características da região de estudo ............................................................... 48
2.3.6 Componentes do processo de gestão de resíduos urbanos em Fraiburgo .... 49
2.3.6.1 Caracteristicas do aterro sanitário ............................................................. 50
2.3.6.2 Usina de triagem ........................................................................................ 51
2.3.7 Educação Ambiental ....................................................................................... 54
3 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................ 56
REFERENCIAS ........................................................................................................ 58
APÊNDICE A ........................................ ................................................................... 62
ANEXO ..................................................................................................................... 69
15
1 INTRODUÇÃO
As diversas atividades humanas acabam gerando resíduos, que por sua vez
são descartados por serem considerados inúteis. Porém muitos destes materiais
podem ser reutilizados, e assim tornam-se um potencial recurso para a produção
industrial ou geração de energia, se administrado adequadamente
(TCHOBANOGLOUS; KREITH, 2002). O aumento das populações urbanas, a
expansão da industrialização e a melhoria no poder aquisitivo, vêm acelerando a
geração de enormes volumes de resíduos sólidos, essencialmente nas proximidades
das grandes centros urbanos e populacionais (ALCANTARA, 2010). Essa geração
de resíduos vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre políticas
sociais e econômicas e no campo técnico de desenvolvimento, saúde e meio
ambiente ao redor do mundo (ASSIS, 2007).
No Brasil recentemente foi aprovada a Lei Federal de Saneamento Básico
(2007), que determina as diretrizes para a prestação dos serviços públicos de
limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, bem como a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (2010), instituída pela Lei Federal 12.305 regulamentada pelo
Decreto Federal 7.404 de 23 de dezembro de 2010 com o objetivo de estabelecer
princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e o gerenciamento dos
resíduos sólidos, as responsabilidades dos geradores, do poder público, e dos
consumidores, bem como os instrumentos econômicos aplicáveis.
Um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a
obrigatoriedade da elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos para a União,
Estados e Municípios. Inserido nesses planos está a caracterização e a composição
gravimétrica,tal evidência serve como ferramenta para a melhoria dos serviços
públicos de coleta de resíduos bem como definição de estratégias de gerenciamento
para o Plano de Gestão destes resíduos, principalmente no âmbito municipal
(ALMEIDA, 2012).
Para a gestão eficiente e a definição de uma disposição final ambientalmente
segura e local, é preciso realizar um diagnóstico dos resíduos gerados em
Fraiburgo, destacando-se a determinação da composição gravimétrica e a
caracterização qualitativa e quantitativa dos mesmos.
16
O principal objetivo deste projeto foi levantar dados referentes à composição
gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo– SC,coletados
na área urbana e assim fornecer subsídios para quantificar os resíduos a serem
segregados na usina de triagem existente.Além de determinar a composição
gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo a pesquisa
identificou a fração dos resíduos urbanos biodegradáveis (orgânicos), a fração dos
resíduos recicláveis evidenciando a quantificação preliminar da geração de resíduo
per capita do município de Fraiburgo.
A caracterização dos resíduos sólidos domiciliares, através da determinação
da composição gravimétrica, permitirá identificar a quantidade e principalmente a
qualidade dos resíduos gerados pelo centro urbano de Fraiburgo, sendo está à
etapa inicial de qualquer definição posterior de gerenciamento (SOUZA;
GUADAGNIN, 2009). A missão do planejamento integrado da gestão de resíduos
sólidos é buscar a partir de análises, alternativas tecnológicas e operacionais, e
disponibilizá-las de acordo com as necessidades e a caracterização local(ALMEIDA,
2012).
17
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 REFERENCIAL TEÓRICO
Resíduo é todo material que em determinado instante não tem mais utilidade
nem valor comercial sob a concepção de seu proprietário. Utilizada mais
tecnicamente, a expressão resíduo sólido, vêm a substituir o termo popular “lixo”
amplamente utilizado pela população (MÜLLER, 2004).
A geração de resíduos sólidos é um dos problemas mais impactante
vivenciado pela sociedade contemporânea, reforçado pelo crescimento desordenado
da população, pela aceleração do processo de ocupação do território urbano e pelo
crescimento acentuado dos bens de consumo alavancados pelo aumento da
produção industrial.
Com a emergente necessidade de bons procedimentos para a gestão de
resíduos sólidos é de fundamental importância conhecer a sua composição, razão
que reforça a pertinência de realizar análises de classificação, e assim orientar o
planejamento da reutilização, reciclagem ou recuperação destes resíduos, com a
finalidade de valorização dos materiais, seja como matéria prima ou como energia.
As características dos resíduos sólidos urbanos variam em função de diversos
fatores como hábitos da população, atividade desenvolvida, o tamanho da cidade, o
clima e o nível educacional da população. As diferenças que existem nas
comunidades vão refletir na composição física dos resíduos, aumentando com isso a
dificuldade no gerenciamento dos mesmos. O levantamento de dados como
costumes da população, densidade populacional, poder aquisitivo, equipamentos
utilizados, aliado a frequência de coletas e distância percorrida, garantirá a
representatividade das amostras (ASSIS, 2007).
A caracterização física dos resíduos permitirá identificar os resíduos gerados
pela população e conhecer todas as características percentuais de seus
componentes, além evidenciar as potencialidades econômicas.Conhecer a
caracterização física dos resíduos permite aos gestores municipais simulações de
cenários futuros compreendendo o sistema de gestão dos resíduos em toda a sua
dimensão, do planejamento das rotas de coleta, a implementação de estações
dereciclagem e tratamento até a disposição final (TAVARES, 2007).
18
2.1.1 Resíduos sólidos
Resíduos sólidos são materiais, substâncias, objetos ou bens descartados
resultantes de atividades humanas em sociedade De acordo com a definição da
NBR 10.004:2004 (ABNT, 2004) resíduos sólidos são:
Resíduos nos estados sólidos e semi-sólido, resultante de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamentos de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas características tornem inviável seu lançamento em corpos de água ou na rede pública de esgotos ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p.1).
Resíduo público será considerado aquele originado dos serviços de limpeza
pública urbana, incluindo-se todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza
de galerias, terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, além de
limpeza de áreas de feiras livres cujo resíduo é constituído por restos vegetais
diversos, embalagens etc. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO
MUNICIPAL, 2001).
Resíduo domiciliar (RDO) é aquele originado na vida diária das
residências,constituído por restos de alimentos (casca de frutas, verduras, sobras,
entre outros),produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens, em
geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros
itens, inclusive alguns resíduos potencialmente perigosos como materiais para
jardinagem, repelentes, inseticidas, assim como pilhas e lâmpadas fluorescentes.
(D’ALMEIDA; VILHENA, 2000)
2.1.1.1 Classificação
De acordo com a NBR 10.004:2004 (ABNT, 2004) os resíduos são
classificados em:
Resíduos classe I: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade; Classe II A - Resíduos Não inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais
19
como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico; Classe II B - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações(ABNT, 2004, p.5).
Apesar de os resíduos domiciliares serem classificados como classe II, pode
conter substâncias perigosas que fazem parte do uso diário em unidades familiares.
Dentre os produtos potencialmente perigosos encontrados nos resíduos
domiciliares, podem-se destacar: tintas, pesticidas, óleos,lâmpadas, curativos,
remédios vencidos, são os mais comuns (MÜLLER, 2004).
A Lei 12.305 - PNRS (BRASIL, 2010) os resíduos sólidos são classificados
quanto à sua origem em resíduos domiciliares, resíduos de limpeza urbana, resíduos
sólidos urbanos, resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de
serviços, resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, resíduos industriais,
resíduos de serviços de saúde, resíduos da construção civil, resíduos
agrossilvopastoris, resíduos de serviços de transportes, resíduos de mineração
Já o Estado de Santa Catarina na sua Lei Estadual n 13.557/2005, dispõe
sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e apresenta a classificação dos
resíduos conforme abaixo:
Art. 3º Nos termos desta Lei, os resíduos obedecerão à seguinte classificação: a) resíduos urbanos, provenientes de residências ou qualquer outra atividade que gere resíduos sólidos com características domiciliares, bem como os resíduos sólidos da limpeza pública urbana; b) resíduos industriais, provenientes de atividades de pesquisa e produção de bens, bem como os provenientes das atividades de mineração e aqueles gerados em áreas de utilidades e manutenção dos estabelecimentos industriais; c) resíduos de serviços de saúde, provenientes de qualquer unidade que execute atividade de natureza médico-assistencial, à população humana ou animal, centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, bem como os medicamentos vencidos ou deteriorados; d) resíduos de atividades rurais, provenientes da atividade agrosilvopastoril, inclusive os resíduos dos insumos utilizados nestas atividades; e) resíduos de serviços de transporte, decorrentes da atividade de transporte de cargas e os provenientes de portos, aeroportos, terminais rodoviários,ferroviários e portuários e postos de fronteira; f) rejeitos radioativos, materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos, em quantidades superiores aos limites de isenção especificados de acordo com norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e que sejam de reutilização imprópria ou não prevista; e
20
g) resíduos especiais, os provenientes do meio urbano e rural que, pelo seu volume ou por suas propriedades intrínsecas, exigem sistemas especiais para acondicionamento, armazenamento e destinação final, de forma a evitar danos ao meio ambiente. Parágrafo único. “Regulamento estabelecerá as especificidades pertinentes aos itens classificatórios acima dispostos.” Conforme Lei Federal n 11.445/07 o Serviço de Limpeza e Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos abrange os serviços: de varrição, de capina e poda; de coleta seletiva e de coleta convencional e ainda de transporte e destino final dos resíduos (Santa Catarina, Lei 13.557/2005,p.1).
De acordo com (D’ALMEIDA; VILHENA, 2000), os resíduos sólidos podem
ainda ser classificados quanto a sua origem como domiciliar, comercial, público,
serviços de saúde e hospitalar, portos, aeroportos, terminais ferroviários e
rodoviários, industriais, agrícolas e entulhos.
2.1.1.2 Caracterização gravimétrica
A caracterização gravimétrica segundo Milani (2008) constitui-se no processo
de pesagem ou determinação volumétrica, para o estabelecimento da porcentagem
de cada material que compõe uma amostra de resíduos. Está é realizada para
resíduos recicláveis e biodegradáveis distintamente. Para Pessin et al. (2006),
diagnosticar a composição dos resíduos gerados de maneira gravimétrica é
importante para sua gestão, permitindo que esta seja realizada de forma correta e
ambientalmente segura.
A caracterização dos resíduos sólidos urbanos permite avaliar as variações
na composição dos resíduos em função dos aspectos sociais e econômicos, ainda
mais quando tal avaliação é realizada de forma sistemática e continuada. Além do
mais possibilita o gerenciamento adequado dos resíduos e de estratégias em geral
em relação a eles (Schneider et al.2002).
Caracterizar os diversos componentes dos resíduos sólidos subsidia a
elaboração de planos de gestão que abrangem a expansão dos serviços de coleta
regular e o aprimoramento dos projetos de coleta seletiva. A identificação e a
caracterização dos constituintes de cada localidade é fundamental na determinação
da alternativa tecnológica mais adequada, desde a etapa de coleta, transporte,
reaproveitamento, reciclagem até a destinação final dos rejeitos em aterros
sanitários. (COMCAP, 2002).
21
2.1.3 Geração de resíduos sólidos urbanos
Todos os resíduos oriundos de atividades humanas ou não, presentes em
centros urbanos, são considerados resíduos sólidos, que embora possam não
apresentar mais utilidade onde foram gerados, podem vir a se transformar em
insumos para outras atividades. Nos processos industriais os resíduos são definidos
como matéria-prima e insumos não transformados em produtos (FARIA, 2009).
A composição e a quantidade de lixo gerado nas regiões urbanas variam de
acordo com os índices de desenvolvimento dos países. Em média, os brasileiros
produzem metade do resíduo gerado pelos europeus (PASQUALI, 2012).
No Brasil, a principal fonte de resíduo são as embalagens de alimentos que
representam aproximadamente 70% do volume total de resíduos sólidos produzidos
pela população, boa parte destes resíduos são considerados reutilizáveis. As
principais capitais do país, concentradas nas regiões Sul e Sudeste – como São
Paulo, Rio deJaneiro e Curitiba – atingiram índices de produção de resíduos mais
elevados,variando de 1,2 a 1,86 kg de resíduos sólidos habitante/dia considerando
todosos resíduos manipulados pelos serviços de limpeza urbana, levando em
consideração as fontes domiciliares, comerciais,de limpeza de logradouros, dos
serviços de saúde e entulhos (ABRELPE, 2010).
Figura 1 - Fluxograma básico do funcionamento da ge ração de resíduos
Fonte: (CUNHA; FILHO, 2002, p.15).
22
O Brasil gerou em 2009 aproximadamente 60 milhões de toneladas de
resíduos sólidos, o que demonstra um crescimento de cerca de 8% em relação ao
volume do ano anterior. Só as grandes cidades (com mais de 500 mil habitantes)
foram responsáveis por mais de um terço dessa geração (DOURADO, 2010).
Figura 2 - Relação do aumento do índice per capta d e geração de RSU do Brasil entre 2009 e
2010
Fonte: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2010.
Estes dados apontam que, apesar de alguns avanços, a situação do setor em
relação à geração, coleta e destinação de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)ainda é
crítica.De acordo com a ABRELPE (2010) houve um aumento de 5,3% no índice per
capita de geração de RSU do Brasil como um todo e um acréscimo de 6,8% na
quantidade total gerada, em relação ao ano de 2009.
Para a região sul do país a ABRELPE (2010) destaca ainda que:
Os 1.188 municípios distribuídos nos três Estados da região Sul do país tiveram, juntos, uma geração de 20.451 toneladas de RSU por dia no ano de 2010, das quais, 18.708 toneladas/dia foram coletadas. Enquanto o índice de coleta per capita cresceu 3,2% em comparação ao ano de 2009, a quantidade de resíduos domiciliares coletados cresceu 5,1%, o que indica um aumento real na abrangência destes serviços. No tocante à geração de resíduos, a comparação entre os dados de 2010 e 2009 um crescimento de 2,3% no índice per capita de geração de RSU na região sul, que atingiu a marca de 0,879 kg por habitante por dia (ABRELPE,2010. p.93).
23
2.1.2 Gestão Ambiental
A gestão ambiental é o conjunto de políticas, programas e práticas
administrativas e operacionais que levam em conta a proteção do meio ambiente
através da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes
do planejamento, implantação, operação, ampliação de empreendimentos ou
atividades, e tem como objetivo buscar permanente a melhoria da qualidade
ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organização
pública ou privada (CAJEZEIRA,1998).
A Gestão Ambiental é uma ferramenta que foi desenvolvida para auxiliar no
consumo e na produção de bens, sem agredir o meio ambiente, visando à economia
e a sustentabilidade. Segundo Macedo (1994):
A gestão ambiental constitui-se nos processos de tomadas de decisões acerca do desempenho dos projetos ambientais implantados. Essas decisões podem levar à revisão de projetos já operacionalizados, a suspensão de projetos ambientais em andamento, assim como ao desenvolvimento de novos projetos, função dos quadros ambientais realizados. (MACEDO, 1994, p. 100)
A busca eterna pela qualidade ambiental é, portanto, um processo de
aprimoramento constante do sistema de gestão ambiental, de acordo com a política
ambiental estabelecida pela organização. Há também objetivos específicos da
gestão ambiental, definidos segundo a norma NBR-ISO 14.001 que destaca alguns
pontos:
Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia; manter, em geral, em conjunto com a área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores; produzir, com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis; colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente (NBR-ISSO 14.001 p. 08).
A Gestão Ambiental é a forma de administrar as relações das atividades de
um empreendimento com o meio ambiente.
24
Os termos administração e gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão ambiental, são entendidos como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocações de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos para o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos causados por ações humanas, ou até mesmo evitando que elas surjam. (BARBIERI, 2004, p. 20)
A Gestão Ambiental pode ser implantada em qualquer tipo de
empreendimento, público ou privado, ou até mesmo em instituições, e deve alcançar
todos os setores ao mesmo tempo, com as atividades de pesquisa, avaliação e
análise dos problemas gerados no processo. Assim como a implantação de ações,
técnicas e programas ambientais, definidos pelo plano para reduzir ou impedir que
aconteçam erros ou problemas no processo e comprometa o meio ambiente.
Para realizar um sistema de gestão ambiental total é indispensável acompanhar e atuar sobre todos os elementos envolvidos na transformação ambiental e realizar a gestão de cada um deles. Esses elementos englobam todos os fatores ambientais, a proposta do ordenamento territorial, o plano ambiental que busca a sua otimização as respostas dos ecossistemas submetidos à transformação ambiental. (MACEDO, 1994, p. 96-97)
2.1.3 Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos
A caracterização e a quantidade per capita gerada de resíduos sólidos
urbanos podem evidenciar muitas informações sobre a comunidade geradora, desde
informações sociais e culturais, até informações em relação à situação econômica
da população (SANTOS, 2011).
De acordo com a Lei nº 12.305, parágrafo terceiro, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, o gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de
ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta,
transporte,transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos
resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo
com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de
gerenciamento de resíduos sólidos(BRASIL, 2010).
Do ponto de vista do gerenciamento integrado de resíduos sólidos
domiciliares, os materiais que compõem os resíduos gerados diariamente podem ser
reaproveitados e/ou reciclados, ainda dentro de um processo de consumo.
25
O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) de cada município
deve conter e descrever as ações relativas ao seu manejo, contemplando os
aspectos referentes à geração, separação, acondicionamento, transporte e
disposição final com vistas à proteção da saúde publica e do meio ambiente. Para
cada ação planejada devem ser elencadas todas as alternativas possíveis para a
otimização das etapas evolvendo ações técnico-operacionais, educacionais e
ambientais, tanto na zona urbana, bem como na zona rural. Porém, visualizam-se
ações dispersas e soluções paliativas que descaracterizam o problema e
inviabilizam o controle do processo final de gerenciamento dos resíduos sólidos
domiciliares, quando idealmente, deveria haver estudos mais aprofundados,
planejamento e soluções abrangentes para esta questão, do ponto de vista não
somente socioambiental como também econômico (CAMPOS; BRAGA, 2005).
Sendo umas das principais ferramentas do Plano de Resíduos Sólidos o
gerenciamento integrado pode trazer benefícios além de ambientais econômicos,
sociais também, através da redução dos custos da disposição final do lixo e da
economia com os gastos com a saúde pública, da economia de energia, deverá
ainda gerar emprego e renda, e a preservação de fontes esgotáveis de matéria-
prima, com o aumento da vida útil dos aterros sanitários (ALMEIDA, 2012).
2.1.3.1 Acondicionamento de resíduos sólidos
O acondicionamento adequado dos resíduos sólidos significa dispor os
mesmos em recipiente adequado que facilitem sua coleta. Essa é uma questão de
extrema importância, pois revela a qualidade do serviço prestado e o nível da
participação da comunidade (MONTEIRO, 2001).
Para um acondicionamento adequado do resíduo devem-se ter embalagens
que apresentem bom desempenho e que atendam os requisitos de
acondicionamento local e estático do lixo, bem como permitir o manuseio da uma
quantidade acumulada (IPT, 2000).
Resíduos provenientes de serviços de saúde requerem outras formas
exclusivas acondicionamento, devido sua potencialidade de contaminação ao meio
ambiente e risco á saúde dos catadores.
26
2.1.3.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos
A coleta entende-se como a atividade de reunir os RS convenientemente
acondicionados (embalados) objetivando seu transporte. A etapa de transporte diz
respeito à condução dos RS, depois de coletados, à unidade de tratamento ou de
disposição final.
O planejamento do sistema de coleta de RS leva em conta as características
topográficas da cidade, o plano viário, às convenções de trafego, o estado de
pavimentação e de calçamento das ruas, ainda contempla a análise das diferentes
zonas de ocupação, os locais de destino final e as quantidades e características dos
resíduos produzidos (BARROS, 2012).
Idealmente a coleta deve incorporar uma etapa de separação dos resíduos,
segundo critérios estabelecidos pelo serviço de limpeza local: dito de outra forma,
não se justifica mais coletar todos os resíduos, sem distinção. Quanto mais eficiente
for a separação na fonte geradora, tanto mais eficientes acabam sendo as demais
etapas da gestão, uma vez que os materiais serão tratados, segundo sua própria
natureza (BARROS, 2012).
2.2 METODOLOGIA
Para expor os resultados obtidos no levantamento, foi necessário seguir
rigorosamente as técnicas de amostragem aqui evidenciadas.Os resíduos utilizados
nas amostragens foram oriundos das coletas convencionais e seletivas realizadas
pela empresa ENGELIX LIMPEZA URBANA, a serviço da Autarquia Municipal de
Saneamento de Fraiburgo - SANEFRAI, sendo classificadas como resíduo sólido
urbano composto por resíduo doméstico, comercial e público.A caracterização do
local do estudo é fundamental para o bom entendimento dos futuros resultados.
2.2.1 Materiais e métodos
Para a determinação da composição gravimétrica foram coletadas amostras
de resíduos provenientes da coleta urbana realizada na cidade de Fraiburgo durante
o período de nove semanas, na sequencia foi aplicada a técnica de análise
27
conforme a NBR 10007:2004, realizando a separação e a pesagem dos resíduos
(NBR 10007:2004).
Os materiais utilizados no processo de amostragem foram: luvas, botas,
protetores respiratórios, pás, enxadas, facas, balança com capacidade máxima de
20 kg, sacos plásticos, 03 tambores de 200L, e 01 lona 5x6 metros.
As análises gravimétricas foram realizadas em local amplo, arejado e de fácil
acesso,com restrição a entrada de pessoas não autorizadas e animais. As amostras
coletadas da porção maior de resíduos foram realizadas através da técnica de
amostragem integrante na NBR 10007:2004,que consiste em retirar as amostras de
pelo menos três seções (do topo, do meio e da base).O conteúdo dos caminhões foi
descarregado e a partir dessas amostras realizou-se o processo de quarteamento
definido pela A NBR-ABNT 10007 como:
Processo de mistura pelo qual uma amostra bruta é dividida em quatro partes iguais, sendo coletada duas partes opostas entre si para constituir uma nova amostra e descartadas as partes restantes. As partes não descartadas são misturadas e o processo de quarteamento é repetido até que se obtenha o volume desejado.
Figura 3 – Quarteamento segundo a NBR-ABNT 10.007
FONTE: NBR-ABNT 10007
Em um ponto adequado foi realizado a separação e a pesagem dos resíduos,
evitando deste modo o transporte dos materiais a serem estudados e facilitando o
acesso ao local de estudo.
Para a determinação da composição gravimétrica, será admitida a seguinte
fórmula:
Material (%) = Peso da fração do material (kg) / Peso total da amostra (kg) x 100.
28
Já para a determinação da média amostral foi utilizado o Excel, software
amplamente utilizado para cálculos, análise de informações e dados estatísticos. No
diagrama abaixo é possível visualizar o modelo e o método de caracterização física dos
dados utilizados no estudo
Figura 4 – Diagrama do método de pesquisa
FONTE: FERREIRA, 2013
Planejamento
Pesquisa Biliográfica
Determinação do Método
(quarteamento)
Separação dos materiais
Pesagem
Tratamento estátistico
Visita técnica
29
2.2.2 Caracterização da coleta de RSU no município
A caracterização concentrou-se nos Resíduos Sólidos dos tipos domésticos
do município de Fraiburgo – SC que é controlado pela SANEFRAI - Autarquia
Municipal de Saneamento de Fraiburgo.
Os trabalhos de amostragem e caracterização física foram realizados na
usina de triagem de resíduos sólidos do município de Fraiburgo, que é responsável
pelo recebimento, separação, classificação, comercialização e transbordo dos
rejeitos gerados pela usina, e até mesmo os veículos disponibilizados pela
SANEFRAI para destinação final junto ao aterro sanitário do município.
Os bairros do município são divididos conforme a coleta, realizada através de
uma empresa terceirizada, com uma programação semanal específica por
roteirocaracterizada por um calendário que distingue o dia da semana em que
passará o caminhão coletor (Tabela 1). As frequências das coletas são
estabelecidas em função da demanda de geração de resíduos sólidos para cada
ponto.
Para a coleta convencional o município de Fraiburgo é dividido em duas
regiões de geração de resíduos quedeterminam os roteiros de incursões por parte
dos veículos coletores, conforme o quadro abaixo. A Região 1 possui mais bairros,
além de dividir frações de outros bairros com a Região 2, o número deviagens por
região se dá em virtude das características demográficas egeográficas locais além
das demandas sazonais.
Tabela 1 – Regiões de Coleta convencional de RSU do município de Fraiburgo. REGIÃO 1* REGIÃO 2*
São Miguel São Sebastião
Nossa Senhora Aparecida Mirassol
São Cristóvão Jardim América
Liberata Nações
Macieira Vila Fischer
Vila Salete XV Novembro
Jardim das Hortênsias Santa Monica
Bela Vista Santo Antônio
Vila Nova São José
Faxinal Centro
São José
Centro
*Segunda feira, quarta feira e sexta feira; * Terça feira, quinta feira e sábado;
Fonte: SANEFRAI, 2012
30
Já a coleta seletiva segue outro roteiro mais especifico, com turnos distintos,
para melhor elucidação à população, conforme descrito pela tabela 2 e 3.
Tabela 2 – Pontos de Coleta seletiva de RSU do muni cípio de Fraiburgo Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8
São Miguel
Nossa Senhora
Aparecida
São José
Nações Liberata Jardim das
Hortênsias
Bela Vista
São Sebastião
São Cristóvão
Santo Antônio
Vila Fischer
Macieira Centro Santa Monica
XV Novembro
Centro Centro Vila Salete Mirasol Jardim da
Hortênsias Centro
Fonte: SANEFRAI, 2012
Tabela 3 – Turnos para a coleta seletiva de RSU do município de Fraiburgo
PONTO DE COLETA TURNO DA COLETA
Ponto 1 Terça feira no turno da manhã
Ponto 2 Terça feira no turno da tarde
Ponto 3 Quarta feira no turno da manhã
Ponto 4 Quarta feira no turno da tarde
Ponto 5 Quinta feira no turno da manhã
Ponto 6 Quinta feira no turno da tarde
Ponto 7 Sexta feira no turno da manhã
Ponto 8 Sexta feira no turno da tarde
Fonte: SANEFRAI, 2012
2.2.3 Estabelecimento da amostragem
Os bairros atendidos pela coleta convencional coincidem com os da coleta
seletiva.
Considerando a sistemática adotada no município, no que concerne ao
programa de coleta de resíduos domiciliares, as amostragens foram distinguidas em
resíduos da coleta seletiva e resíduos da coleta convencional. Os resíduos
amostrados da coleta seletiva e convencional são provenientes de núcleos
residenciais e centro comercial e de serviços. O trabalho foi realizado pelo
pesquisador em parceria com os funcionários da usina de triagem, sendo
31
amostradas pelo menos, duas descargas de resíduo por dia de levantamento, uma
por turno.
As amostragens foram realizadas no período de nove semanas tendo inicio
dia 18 de março, sendo finalizadas no dia 15 de maio. Foram realizadas 15
amostragens da coleta convencional e 18 amostragens da coleta seletiva.Separando
os resíduos de acordo com as seguintes características: Papel/papelão, tetrapack,
plásticos, PET, alumínio, vidro, metal ferroso, têxteis, matéria orgânica, rejeitos e
outros
Assim foi possível caracterizar a composição gravimétrica do resíduo sólido
urbano da cidade de Fraiburgo e identificar suas frações biodegradáveis e
recicláveis.
2.2.4 Amostragem dos RSU
É importante ressaltar que a caracterização dos resíduos sólidos através da
determinação da composição gravimétrica, permite identificar a quantidade e
principalmente a qualidade do resíduo gerado pelo município, sendo a etapa inicial
de qualquer definição posterior de gerenciamento. A composição gravimétrica
identifica o percentual de cada componente, sendo os mais comuns: matéria
orgânica, metal, papel, papelão, plástico, alumínio, vidro e têxtil. A composição
gravimétrica tem por finalidade identificar o aproveitamento tanto das frações
recicláveis para comercialização quanto da matéria orgânica para a produção de
composto orgânico (MONTEIRO, 2001).
2.2.5 Procedimentos
2.2.5.1 Equipe
O procedimento contou com a participação de 04 pessoas para o serviço de
triagem. Além do pesquisador, participaram funcionários da usina de triagem e a
técnica responsável.
32
2.2.5.2 Etapa planejamento
- Elaboração de cronograma de recepção de resíduos por fonte de coleta
convencional / seletiva.
- Elaboração de planilha de recebimento, com horário da coleta, pesagem
total do caminhão coletor (apêndice A).
- Aferição das balanças.
- Identificação, pesagem e estabelecimento de tara dos tambores e galões.
2.2.5.3 Etapa execução
a) O caminhão coletor após a pesagem descarrega os resíduos sobre o piso
no pátio em um local pré-selecionado. A pilha de resíduos é identificada como coleta
convencional ou seletiva, de forma que os descarregamentos complementares
sejam efetuados no local adequado.
b) Durante a triagem, rompe-se os invólucros plásticos em seguida ao
descarregamento.
c) Estando completa a amostra do setor, homogeneízam-se os resíduos, com
ouso de enxadas. A pilha de resíduos é acomodada de forma que o topo estivesse
aplainado e o contorno com um formato predominantemente próximo a um circulo.
d) Após a homogeneização, dividiram-se os resíduos em quatro partes iguais.
De cada parte desta, que prioritariamente também possuem um formato circular,
retira-se uma amostra. Cada amostra equivale a um tambor de 200L preenchido
rente à sua boca (figura 5). Os resíduos de cada tambor são pesados, descontando
a tara dos mesmos. Os resíduos não selecionados são encaminhados novamente a
usina.
33
Figura 5 – Tambores utilizados para a aplicação da técnica de quarteamento
Fonte: FERREIRA, 2013
e) A amostras então foram dispostas em outra porção do pátio e
novamente(Figura 6) homogeneizadas com apoio de ferramentas (Figura 7).
Figura 6 – Disposição de amostra dos RSU
(FERREIRA, 2013)
34
Figura 7 – Homogeneização da amostra
Fonte : FERREIRA, 2013
f) Após homogeneização e preparação da pilha, divide-se conceitualmente a
pilha em quatro partes iguais e retira-se uma amostra(figura 8).
Figura 8 – Processo de quarteamento
(FERREIRA, 2013)
35
Figura 9 – Amostra em processo de quarteamento
Fonte: FERREIRA, 2013
g) Da amostra de 200L, realiza-se a separação dos materiais diferenciando-os
nas seguintes categorias definidas previamente:Papel/papelão, tetrapack, plásticos,
PET, alumínio, vidro, metal ferroso, têxteis, matéria orgânica, rejeitos e outros
(borracha, isopor, madeira natural, madeira processada, resíduos tecnológicos –
pilhas, lâmpadas, informática e PVC).
36
Figura 10 – Amostra quartelada
Fonte: FERREIRA, 2013
h) Os resíduos são dispostos em lona plástica.
i) A separação é executada pela equipe de triagem, com apoio das
ferramentas, para posterior segregação em tambores, galões e baldes menores.
j) Após a separação, os materiais segregados são pesados
individualmente,obtendo-se a fração gravimétrica da amostragem.
k) Após o processo de pesagem os resíduos utilizados na amostragem são
dispostos no aterro e o pátio é limpo.
2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um sistema de reciclagem possibilita uma expressiva economia de matérias-
primas, água e energia, além de prestar também relevantes ações de inclusão social
com geração de emprego e renda. Desta forma a usina de triagem iniciou suas
operações dia 15 de março de 2012, desde então, foi perceptível por parte dos
37
funcionários uma redução considerável de materiais recicláveis destinados ao aterro
sanitário.
Tendo em vista a impossibilidade na determinação de setores distintos de
coleta de resíduos no município de Fraiburgo, levou-se em considerações os
aspectos relacionados a coleta convencional e a coleta coletiva. Os resultados a
seguir apresentam relações entre características gravimétricas entre as duas formas
de coleta. As relações estabelecidas fornecem suporte para a compreensão da
adesão da população,nos diferentes setores, às políticas públicas de coleta de
resíduos sólidos domiciliares.
Foram comparados os resultados das frações percentuais dos resíduos
oriundos da coleta seletiva versus a coleta convencional, para os diferentes tipos de
resíduos, considerando os resíduos com maior frequência (quantidade) encontrados
durante a amostragem. Para o presente estudo, destacam-se os valores entre os
resíduos recicláveis e a matéria orgânica presente, que apontam resultados
significativos para a determinação gravimétrica dos RSU de Fraiburgo.
2.3.1 Coleta Convencional
A coleta dos resíduos sólidos urbanos convencional também é conhecida
como indiferenciada ocorre quando não há nenhum tipo de seleção de
materiais,todo o resíduo é rotulado como comum. No município de Fraiburgo a
coleta convencional segue a determinação evidenciada neste trabalho no item 3.2
(Caracterização da coleta de RSU no município). Após a coleta o resíduo é
encaminhado para a usina de triagem, onde segundo a SANEFRAI ocorrem as
seguintes etapas:
I - COLETA CONVENCIONAL
1) Coleta dos resíduos nas residências conforme rota já executada pelos
caminhões compactadores;
2) Entrada na unidade de saneamento ambiental da SANEFRAI;
3) Pesagem do caminhão na balança;
4) Descarregamento dos resíduos na moega de entrada da usina;
5) Abertura dos sacos e sacolas de acondicionamento;
38
6) Separação na esteira conforme tipo de material;
7) Acondicionamento do material reciclado;
8) Encaminhamento do material reciclado para a prensagem;
9) Prensagem do material para a confecção dos fardos;
10) Separação dos fardos conforme classificação dos materiais;
11) Comercialização do material reciclado;
12) Transporte dos rejeitos e resíduos orgânicos para o aterro sanitário
municipal (SANEFRAI, 2012).
Após a aplicação da metodologia para a determinação da composição
gravimétrica da amostragem proveniente da coleta convencional,os valores obtidos
formam um indicativo da assiduidade do munícipe no que diz respeito ao descarte
de resíduo reciclável de forma conjunta com outros resíduos na coleta convencional.
As informações fornecidas na figura 11 referem-se, para cada tipo de resíduo, à
fração percentual correspondente ao total de resíduo amostrado.
Figura 11 – Resultados das frações gravimétricas en contradas na coleta convencional
realizada no município de Fraiburgo
Fonte: (FERREIRA, 2013)
5%4%
1%
5% 1%
1%
3%
6%
4%
40%
22%
8% Papel
Papelão
Tetrapack
Plástico
PET
Alumínio
Vidro
Metal Ferroso
Têxteis
Mat. Org.
Rejeitos
Outros
39
A figura demonstra que boa parte do resíduo coletado de forma convencional,
40%, é resultado de matéria orgânica e 22% trata-se de rejeitos, somando um total
de 62%,não sendo recicláveis. O número elevado de rejeitos é impulsionado pelo
contato da matéria orgânica com matérias sensíveis à umidade como o papel, que
perde o seu valor comercial ao estar “sujo” (contaminado), a presença de restos
alimentícios gordurosos também impossibilita a reciclagem e a separação de
plásticos, vidros e metais. Além do mais os resíduos provenientes de higienização
pessoal também são classificados como rejeitos por apresentarem riscos biológicos
a saúde humana.
2.3.2 Coleta Seletiva
A coleta seletiva de RS é um sistema de recolhimento de materiais
recicláveis, tais como: papéis, plástico, vidros e metais. Estes materiais devem ser
coletados de maneira a separar materiais orgânicos, como restos de comida e poda
de árvores dos materiais recicláveis. No município de Fraiburgo a coleta seletiva
segue os seguintes passos:
II - COLETA SELETIVA
1) Coleta dos resíduos nas residências conforme rota determinada. Coleta
através do caminhão exclusivo da coleta seletiva e pelos catadores
cadastrados;
2) Entrada na unidade de saneamento ambiental SANEFRAI;
3) Pesagem do caminhão na balança;
4) Pesagem do material coletado pelos catadores através de balança de
chão;
5) Descarregamento dos resíduos na moega de entrada da usina;
6) Abertura dos sacos e sacolas de acondicionamento;
7) Separação na esteira conforme tipo de material;
8) Acondicionamento do material reciclado nas bombonas;
9) Encaminhamento das bombonas para a prensagem;
10) Prensagem do material para a confecção dos fardos;
11) Separação dos fardos conforme classificação dos materiais;
40
12) Comercialização do material reciclado (SANEFRAI, 2012).
A participação da população é de extrema importância para o sucesso do
sistema. Segundo Barros (2012) em um primeiro momento de conscientização da
população deve-se orientar no intuito de haver uma separação entre secos e
molhados. À medida que o tempo passa a sociedade vai aprendendo a lidar com
esta situação, podendo ir sofisticando as condições de coleta, aumentando-se o
número de categorias a serem separadas, visando facilitar ainda mais a separação,
aumentando com isso o potencial de aproveitamento.
Para que fosse implantado o Plano Gerenciamento de Resíduos Sólidos de
Fraiburgo, tornou-se necessária a execução de ações que permitam operações
visando o gerenciamento. Para tanto a SANEFRAI iniciou as atividades com o
programa de coleta seletiva (figura 12) e a construção da usina de triagem de
resíduos sólidos.
Figura 12 - Folder explicativo da coleta seletiva, distribuído para a população
Fonte: SANEFRAI, 2012
41
Após a aplicação da metodologia para a determinação da composição
gravimétrica da amostragem proveniente da coleta seletiva,os valores obtidos
formam um indicativo da que a prática é válida, pois auxilia na melhor destinação
dos resíduos recicláveis. Tal separação além de possibilitar a reciclagem desses
materiais, facilita o trabalho na usina de triagem e na destinação do resíduo no
aterro sanitário e ainda evita que materiais que possuem valores de mercado como:
papel, plástico, alumínio, metais diversos e vidros sejam descartados de forma
incorreta.
Figura 13 – Resultados das frações gravimétricas en contradas na coleta seletiva realizada no
município de Fraiburgo
Fonte: FERREIRA, 2013)
A figura 13 aponta um grande percentual de materiais recicláveis na coleta
seletiva, sinal que as campanhas realizadas pela SANEFRAI durante o ultimo ano
surtiram efeito. Ainda que demande de um aporte maior em termos de estrutura e
divulgação, a coleta seletiva tem demonstrado ser um instrumento eficiente para a
8%
14%
3%
8%
4%
2%8%
7%5%
14%
20%
7%Papel
Papelão
Tetrapack
Plástico
PET
Alumínio
Vidro
Metal Ferroso
Têxteis
Mat. Org.
Rejeitos
Outros
42
gestão dos resíduos sólidos no município. Os resultados demonstram um
significativo percentual de materiais recicláveis com valores econômicos
significativos, itens papel e papelão somados atingem o valor de 22% da
amostragem, o que aponta que esse material tem uma boa frequência na geração
de resíduos do munícipe. O plástico (8%) também apresentou um valor significativo
juntamente a metais ferrosos (7%).
2.3.3 Coleta convencional versus seletiva
Nas figuras 11 e 13, são exibidos os resultados do presente estudo com a
determinação gravimétrica realizado para a coleta convencional e a coleta seletiva.
A análise das informações entre os resíduos de cada coleta apontam mudanças
significativas entre os resultados.
A matéria orgânica apresenta uma redução de 26% em comparativo entre a
coleta convencional (40%) e seletiva (14%), itens recicláveis ficam aparentes na
coleta seletiva em relação à convencional, conforme o quadro abaixo:
Tabela 4 – Comparativo das análises gravimétricaent re a coleta convencional e a seletiva de
RSU do município de Fraiburgo
COLETA
CONVENCIONAL
FRAÇÃO
GRAVIMÉTRICA
COLETA SELETIVA FRAÇÃO
GRAVIMÉTRICA
Papel 5% Papel 8%
Papelão 4% Papelão 14%
Tetrapack 1% Tetrapack 3%
Plástico 5% Plástico 8%
PET 1% PET 4%
Alumínio 1% Alumínio 2%
Vidro 3% Vidro 8%
Metal Ferroso 6% Metal Ferroso 7%
Têxteis 4% Têxteis 5%
Mat. Org. 40% Mat. Org. 14%
Rejeitos 22% Rejeitos 20%
Outros 8% Outros 7%
Fonte: FERREIRA, 2013
43
Os itens papel, papelão, tetrapack, plástico, PET, alumínio, vidro e metal
ferroso apresentaram maiores concentrações na coleta seletiva, o que demonstra a
efetividade na atividade de separação dos itens. Como reflexo a melhor destinação
final e acomodação dos resíduos sólidos urbanos pode ser realizada. Vale ressaltar
que o item alumínio é amplamente reciclado, inclusive em residências consideradas
de classe média, o que resulta na baixa frequência de aparecimento neste estudo.
Os itens rejeitos (papel higiênico, papel molhado, fraldas, absorventes
etc.)outros (borracha, isopor, madeira natural, madeira processada, resíduos
tecnológicos – pilhas, lâmpadas, informática e PVC) e têxteis (roupas, panos e
retalhos) obtiveram resultados similares nos dois levantamentos.
A reciclagem dos materiais é uma atividade de grande interesse, pois gera
emprego e renda, além da contribuição ambiental para toda uma sociedade. A
prática de reciclagem economiza matérias primas “in natura”, gerando diminuição no
consumo de água, otimizando desta maneira a vida útil dos recursos hídricos e
produzindo elevação na eficiência energética (NAIME, 2005).
Figura 14 – Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na coleta convencional realizada no município de Fraiburgo
Fonte: FERREIRA, 2013
26%
61%
4%
9%
Recicláveis
Orgânicos + Rejeito
Têxteis
Outros
44
Um dos principais objetivos desse estudo era evidenciar a fração reciclável da
fração orgânica dos resíduos sólidos do município de Fraiburgo. Na coleta
convencional apenas 26% (papel, plástico, tetrapack, papelão, PET, alumínio vidro e
metal ferroso) dos resíduos após a triagem poderiam ser encaminhados para a
reciclagem, outros 61% tratavam-se de resíduos orgânicos + rejeitos, 4% têxteis e
9% outros (borracha, isopor, madeira natural, madeira processada, resíduos
tecnológicos – pilhas, lâmpadas, informática e PVC).Condição que demonstra um
percentual muito baixo de materiais com possibilidade de reciclagem presente na
coleta convencional.
Já na coleta seletiva os papéis se invertem, corroborando os bons resultados
da coleta seletiva realizada no município, onde o percentual de material com
possibilidade de reciclagem alcança o valor de 54%, frente 34% de matéria orgânica
+ rejeitos. Completam esse levantamento os percentuais de 5% para têxteis e 7%
para outros, valores que se mantiveram nas duas amostragens.
Figura 15 – Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na coleta seletiva realizada no município de Fraiburgo
Fonte: FERREIRA, 2013
54%34%
5%
7%
Recicláveis
Orgânicos + Rejeito
Têxteis
Outros
45
É possível visualizar essa diferença na figura a seguir, a qual realiza um
comparativo entre as duas amostragens.
Figura 16 – Comparativo entre os resultados das frações gravimétricas recicláveis/biodegradáveis encontradas nas coletas convencional e seletiva realizada no município de Fraiburgo
Fonte: FERREIRA, 2013
Neste contexto a operação da Usina de Triagem de Resíduos, localizada na
Unidade de Saneamento Ambiental – Jardim América, no final da Av. Caçador, se
torna imprescindível para a remoção destes materiais (recicláveis) que aumentam
em geração na coleta de resíduos sólidos.
Um aspecto que chamou a atenção foi a grande presença de resíduos têxteis
(roupas velhas, retalhos, panos e estopas) que apresentaram percentuais 4% (coleta
convencional) e 5% (coleta seletiva), os quais ambiental e visualmente são
impactantes. Pela NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004), os resíduos têxteis são
classificados como resíduos sólidos, de classe II A – não inertes, que podem
apresentar propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou
solubilidade em água. Os resíduos têxteis podem ser reutilizados ou reciclados
quase que em sua totalidade, desde que não sofram contaminações durante a sua
utilização. Se contaminados com óleo de máquina, por exemplo, passam a ser
26%
61%
4%
9%
54%
34%
5%7%
Recicláveis Orgânicos + Rejeito Têxteis Outros
Coleta Convencional Coleta Seletiva
46
classificados como resíduos sólidos de classe I – perigoso, que são aqueles que
apresentam riscos à saúde pública, provocando ou acentuando um aumento da
mortalidade ou da incidência de doenças ou riscos ao meio ambiente, ainda mais
quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Estes resíduos
podem apresentar uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Um retalho de tecido contaminado e
descartado em um recipiente com resíduos limpos contamina-os em sua totalidade,
o que impede a reutilização e a reciclagem (CNTL, 2009).
As fibras têxteis que originam os tecidos possuem composições variadas e se
classificam em dois grupos: naturais e artificiais. As naturais são retiradas da
natureza e podem ser de origem animal, vegetal ou mineral e, as artificiais, podem
ser proteínicas, celulósicas ou sintéticas. Dentre estas, há as que são tratadas como
fibras orgânicas e/ou sustentáveis. De acordo com os tipos de fibras e processos de
beneficiamento, com que os tecidos são produzidos, a reciclagem, o tempo de
decomposição e os impactos ambientais são diferentes (E-FABRICS, 2012).
O estudo aponta que é possível atingir o sucesso se houver uma entrada
constante de resíduos, fator que geralmente não se alcança somente com a coleta
seletiva, dessa maneira são necessários manter os procedimentos em que todas as
cargas de resíduos passam pela triagem. Vale ressaltar que isso se torna
necessário, devido aos costumes a anos praticados, e que mesmo com a
implantação de um programa sólido que informe, e constantemente relembre a
população da importância da segregação do material nas residências, leva-se um
período considerável para tornar a separação um hábito, que somente será atingido
por boas práticas de educação ambiental
2.3.4 Comparativos com os dados de 2009/2010
Nos últimos anos o município de Fraiburgo vem realizando um completo
levantamento de dados em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos (Anexo
1), o resultado desse trabalho foi à implantação de um aterro sanitário no município,
além de uma usina de triagem de materiais. Contudo, o município de Fraiburgo
apresentou um crescimento na geração de resíduos sólidos urbanos, que ficou
evidenciado pelos inventários realizados nos anos de 2009 e 2010, quando houve
47
uma ampliação da área de abrangência da coleta. A partir desse inventário
quantitativo realizado, foi possível determinar uma composição gravimétrica
preliminar onde os percentuais estimados de cada resíduo, de acordo com as
amostragens realizadas, apresentaram os seguintes resultados:
Figura 17 – Composição gravimétrica estimada pela S ANEFRAI de acordo com os inventários de RSU realizados entre 2009 e 2010
Fonte: SANEFRAI, 2012 adaptado por FERREIRA, 2013
A identificação de tal dado é importante para realizar um quadro comparativo
entre a determinação preliminar de 2009/2010 com estudo aqui evidenciado
realizado.
É importante ressaltar que as diferenças são causadas em função de que em
2009/2010 a coleta seletiva estava em seu início. Porém os resultados tornam
evidente o aumento de materiais recicláveis encontrados e uma diminuição de
resíduos orgânicos, evidenciando novamente a importância da campanha e da sua
eficiência ao longo dos últimos três anos.
13%
16%
3%
2%
55%
11%
Papel/Papelão
Plástico
Vidro
Metal
Materia Orgânica
Rejeitos
48
Figura 18 – Comparativo entre a composição gravimét rica estimada pela SANEFRAI e os
resultados da composição gravimétrica da coleta sel etiva em 2013
Fonte: FERREIRA, 2013
Outros dados relevantes levantados pela SANEFRAI apontam que em 2011,
a média da produção per capita diária de resíduos sólidos na área urbana foi de
0,57 kg/hab.d, variando para mais ou para menos conforme o mês, sendo que a
massa específica média do rejeito solto, constatada, é de 0,50t/m³.
Importante salientar, que através do programa de coleta seletiva, já
implantado no município, todos os resíduos coletados, seja da coleta seletiva ou
convencional, são encaminhados a usina de triagem, sendo responsabilidade da
concessionária o seu processamento, diminuindo significativamente a quantidade de
resíduos recicláveis destinados ao aterro sanitário.
2.3.5 Características da região de estudo
Fraiburgo é uma cidade catarinense situada no meio-oeste do estado. A
posição geográfica da cidade é 27° 15 ′ 51’’ S e 50° 30 ′ 26’’ W e sua altitude é de
34%
55%
11%
54%
34%
12%
Recicláveis Mat. Org + Rejeitos Outros * (têxteis)
2009/2010 (Inventário de RSU) 2013 ( Coleta Seletiva)
49
1048 metros acima do nível do mar. Sua população é de cerca de 34.555 habitantes
(IBGE, 2010). Porém este número varia sazonalmente devido aos trabalhadores
temporários (cerca de 10.000) que vão a cidade durante o período de safra da maçã
(de janeiro a abril).
Figura 19 – Localização do município de Fraiburgo n o espaço territorial catarinense
Fonte: Brantd, 2007
O município possui um relevo suavemente ondulado, variando até fortemente
ondulado. Os solos predominantes são o Cambissolo; a Terra Bruna Estruturada,
intermediária para terra roxa estruturada distrofia; e o Latossolo Bruno, intermediário
para Latossolo Roxo Álico. O clima é temperado e devido a sua altitude, o município
apresenta baixas temperaturas durante a maior parte do ano. No inverno, as
temperaturas vão de -5°C na relva e no verão marcam até 35°C (Prefeitura
Municipal de Fraiburgo, 2013)
A agricultura se tornou a base econômica da cidade juntamente com a
indústria do papel, celulose e móveis produzidos com madeiras de reflorestamento.
2.3.6 Componentes do processo de gestão de resíduos urbanos em Fraiburgo
A Autarquia Municipal de Saneamento de Fraiburgo – SANEFRAI é
responsável pelo Abastecimento Público de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto,
50
drenagem pluvial urbana e desde 2009, a mesma tem a responsabilidade pela
coleta, transporte, tratamento e disposição final de Resíduos Sólidos Urbanos,
referente ao município de Fraiburgo.
A execução dos serviços de coleta de resíduos sólidos é realizada por
empresa terceirizada (ENGELIX LIMPEZA URBANA), contratada por processo
licitatório de prestação de serviços, cuja titularidade do serviço compete a
SANEFRAI.
Nos anos anteriores, todos os resíduos sólidos urbanos gerados no Município
de Fraiburgo eram coletados sem separação, compactados por equipamento
específico e transportados até o aterro sanitário municipal. Os mesmos eram
pesados através de uma balança para 40 toneladas existente na unidade de
saneamento ambiental, onde se localiza a usina de triagem. Vale destacar que todos
os resíduos coletados sempre foram pesados.
2.3.6.1 Caracterização do aterro sanitário
O aterramento sanitário é o método de destinação final que reúne as maiores
vantagens. Para ser considerada uma disposição adequada de resíduos o aterro
sanitário deve ter seu solo previamente impermeabilizado, impossibilitando desta
maneira a contaminação do lençol freático, possuindo tratamento do chorume e
drenos para aproveitamento ou queima do metano (SANEFRAI, 2012).
A área designada para o aterro sanitário municipal foi desapropriada e é
conhecida como Fazenda Rocha. Localiza-se na área rural, km 5, a5,5 km do centro
do município. Seu acesso é por uma estrada sem pavimentação, pelo Bairro Jardim
América, no qual se localiza também a usina de triagem. O terreno faz divisa com:
Frente: Estrada Municipal; Fundos: Arthur Rocha; Lado Direito: José Batista de
Oliveira; Lado Esquerdo: Cecília Rocha Alves Bueno (SANEFRAI, 2012).
O aterro se localiza na Microbacia Hidrográfica do Rio Canoas, na Sub-bacia
do Arroio da Barra. Este terreno não era utilizado com fins lucrativos, como
agricultura ou atividade industrial, ele possuía apenas vegetação rasteira (gramíneas
e capoeiras) nas áreas em que foram implantadas as novas células. Nas demais há
mata nativa, a qual será preservada e está em processo de averbação, além de
trechos que poderão ser utilizados para expansão futura. O terreno também possui
51
duas nascentes em que as Áreas de Preservação Permanentes não sofreram
quaisquer modificações e sendo agregadas a Reserva Legal (SANEFRAI, 2012).
A economia operacional do aterro sanitário provém de duas cascalheiras
localizadas próximo as reservas legais e de um trecho do terreno sem vegetação
que possui solo argiloso, os quais fornecem material suficiente para
impermeabilização de base, cobertura intermediária e para cobertura final
(SANEFRAI, 2012).
Figura 20 - Caminhão equipado com poliguindaste, re sponsável pelo transporte dos rejeitos da usina de triagem até o aterro sanitário municipal
. Fonte : Sanefrai, 2012
2.3.6.2 Usina de Triagem
A Usina de Triagem de Resíduos Sólidos é responsável pelo recebimento,
separação, classificação, comercialização e transbordo dos rejeitos de resíduos
sólidos gerados pela usina até os veículos disponibilizados pela SANEFRAI para
destinação final junto ao aterro sanitário do município (SANEFRAI, 2012).
52
Figura 21 - Usina de Triagem
Fonte: SANEFRAI, 2012
Sua configuração possui uma área de transbordo, com uma moega de
entrada concebida em concreto usinado, para disposição dos resíduos, onde por
uma diferença de desnível faz com os mesmos cheguem até a área de segregação
por gravidade (figura 7). Na área de segregação se encontra a esteira separadora,
equipamento que permite a regulagem de velocidades para a melhoria na
produtividade de separação dos resíduos sólidos. Ela possui 14,0 m de
comprimento, altura de 1,0 m e largura de 0,80 m, confeccionada sobre rolo motriz
com diâmetro de 400 mm apoiado sobre mancais e roletes de apoio para
deslizamento da correia principal. Possui estrutura metálica galvanizada, com
pintura, aumentando à resistência a corrosão provocada pela variação de pH dos
resíduos sólidos (SANEFRAI, 2012).
53
Figura 22 - Local de recebimento dos resíduos (moeg a) e esteira separadora
Fonte: SANEFRAI, 2013
Após passarem pela esteira os resíduos são separados conforme sua
classificação e encaminhados para as baias de segregados para serem prensados
na prensa hidráulica.
Figura 23 - Prensa hidráulica
Fonte: SANEFRAI, 2012
Os resíduos que não forem classificados são denominados de rejeito
(constituído em grande parte por matéria orgânica e resíduos contaminados), onde
para esta classe há no final da linha da esteira de separação um fosso de
descarregamento que encaminha os resíduos para caçambas que após estarem
preenchidas, são encaminhadas para o Aterro Sanitário Municipal pela SANEFRAI
(SANEFRAI, 2012).
54
Destaca-se aqui que alguns materiais, mesmo em contato com algum tipo de
contaminante ainda possuem mercado, como é o caso das embalagens plásticas de
supermercado e sacos de adubos e ração, estes últimos muito utilizados em nossa
região em função das granjas e verticais existentes, e, portanto não devem ser
considerados como rejeito (SANEFRAI, 2012).
2.3.7 Educação Ambiental
A educação ambiental está relacionada com práticas e estudos que visem o
entendimento e preservação do meio ambiente, seja esse qual for, já que contexto
pode se alterar dependendo da situação proposta. A educação ambiental veio a se
tornar lei em 27 de Abril de 1999:
A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. (A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental , Art. 2°)
A educação ambiental pode ser usada para avaliar a degradação do ambiente
de uma região, pois desponta como arma na defesa do meio ambiente, ajudando o
homem a garantir um futuro com qualidade de vida, já que a mesma desperta maior
responsabilidade nos indivíduos em questão (OKAMOTO, 2002).
Além do mais serve para conscientizar a população da importância da
reciclagem e da coleta seletiva . A Educação Ambiental Segundo os Parâmetros
Curriculares Nacionais (ABREU,1997, p. 19) que diz: “ Á medida que a humanidade
aumenta sua capacidade de intervir na natureza para sua satisfação de
necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do
espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível”, isto amplia ainda mais o
contexto e a importância da Educação Ambiental na transformação da sociedade.
Dessa maneira as duas formas mais comuns de Educação Ambiental podem
ser abordadas e trabalhadas; Formal que é um processo institucionalizado que
ocorre nas unidades de ensino; Informal se caracteriza por sua realização fora do
meio acadêmico, envolvendo flexibilidade de métodos e de conteúdos e um público
55
alvo muito variável em suas características (faixa etária, nível de escolaridade, nível
de conhecimento da problemática ambiental, etc.).
A contribuição do melhor uso da educação ambiental virá em forma de
aumento da assiduidade na realização da coleta seletiva e na conscientização e
politização dos munícipes.
56
3 CONCLUSÃO
O estudo atual revela uma diminuição na fração percentual para matéria
orgânica na coleta seletiva de resíduos sólidos em comparativa com a coleta
convencional realizada no município de Fraiburgo, a diferença ficou 40% na
convencional para 14% na seletiva, tal resultado pode ser um indicativo de aumento
da adesão ao programa de coleta seletiva, tendo em vista que os materiais
recicláveis, ao invés de descartados junto aos resíduos úmidos são segregados e
dispostos para a coleta diferenciada. Esta condição faz com que aumente a fração
percentual de resíduos recicláveis presentes em ambas as coletas.
Chama a atenção o aumento significativo da fração percentual de
papel/papelão em comparativo com os dados disponíveis de 2009/2010, de 13%
(2009/2010) para 22% (2013). O total de material reciclável geral também
apresentou um aumento significativo na comparação com os anos anteriores,
passando de 34% em 2009/2010 para 54% em 2013, no comparativo cronológico
também houve a redução da matéria orgânica+rejeitos, que diminuiu de 55% para
34%.
Fato de que também chamou a atenção foi à presença excessiva de resíduos
têxteis, apesar do mesmo ser um material que pode ser reutilizável, este não é
aproveitado, tendo em vista sua origem e a forma de descarte. Quantitativamente os
resíduos têxteis são em média 4,5% do resíduo urbano total gerado em Fraiburgo,
valor muito maior que outros itens comumente dispersos na categoria chamada
outros.
O aumento do percentual relativo aos materiais recicláveis provavelmente
está associado a uma postura do munícipe mais regular em relação à aderência ao
programa de coleta seletiva do município, o que corrobora com a justificativa acima
citada em relação ao material orgânico destinado à coleta.
Frente aos resultados apresentados, e também, para corroborar as
informações da coleta de resíduos, pode-se concluir que o programa de coleta
seletiva é uma política pública adequada e produz resultados positivos para a
minimização dos impactos ambientais com o consequente aumento de vida útil do
aterro. No entanto, cabe ressaltar que são necessárias medidas pontuais para
57
intensificar atividades de educação ambiental em determinados setores, tendo em
vista resultados não favoráveis na coleta seletiva.
Já a reciclagem de materiais e artigos de vestuário pode ser feita de forma a
envolver a reutilização dos resíduos de modo a evitar que estes sejam enviados a
aterros sanitários. A maior parte dos itens descartados pode ser doada, pois a
reutilização das peças de roupas pode ser canalizada para famílias carentes através
de campanhas com postos estratégicos de recolhimento, o que é economicamente
viável e tem efeito de conscientização ambiental e socioeconômica.
58
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59
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62
APENDICE A
63
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 1ª SEMANA
18/03 Seg 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
19/03 Ter 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (1) da segunda-feira;
19/03 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
20/03 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (1 e 2) da terça-feira;
21/03 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
22/03 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (2) da quinta-feira;
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 2ª SEMANA
26/03 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
27/03 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (3) da terça-feira;
27/03 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
28/03 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (3 e 4) da quarta-feira;
64
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 3ª SEMANA
03/04 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
04/04 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (4) da quarta-feira;
04/04 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
05/04 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (5 e 6) da quinta-feira;
05/04 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
06/04 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (5) da sexta-feira;
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 4ª SEMANA
08/04 Seg 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
09/04 Ter 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (6) da segunda-feira;
11/04 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
12/04 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (7) da quinta-feira;
12/04 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
13/04 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (7 e 8) da sexta-feira;
65
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 5ª SEMANA
16/04 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
16/04 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
17/04 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (8) da terça-feira;
17/04 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (9 e 10) da terça-feira;
19/04 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
20/04 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (9) da sexta-feira;
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 6ª SEMANA
24/04 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
24/04 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
25/04 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (10) da quarta-feira;
25/04 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (11 e 12) da quarta-feira;
66
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 7ª SEMANA
29/04 Seg 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
30/04 Ter 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (11) da segunda-feira;
02/05 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
02/05 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
03/05 Sex 08:00 - 17:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (13 e 14) da quinta-feira;
03/05 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (12) da quinta-feira;
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 8ª SEMANA
07/05 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
07/05 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
08/05 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (15 e 16) da terça-feira;
08/05 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (13) da terça-feira;
10/05 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
11/05 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (14) da sexta-feira;
67
CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 9ª SEMANA
15/05 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;
15/05 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;
16/05 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (17 e 18) da quarta-feira;
16/05 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (15) da quarta-feira;
COLETA SELETIVA AMOTRAS DATA BAIRROS PESO LIQ. CAMINHÃO
2 19/03/2013 TERÇA 1220
4 27/03/2013 QUARTA 2200
6 04/04/2013 QUINTA 1710
8 12/04/2013 SEXTA 1370
10 16/04/2013 TERÇA 2340
12 24/4/2013 QUARTA 1580
14 02/05/2013 QUINTA 2028
16 7/5/2013 TERÇA 1460
18 15/05/2013 QUARTA 1870
TOTAL --- 15778
68
COLETA CONVENCIONAL AMOTRAS DATA BAIRROS PESO LIQ. CAMINHÃO
1 18/03/2013 SEGUNDA 27870
2 21/03/2013 QUINTA 14100
3 26/03/2013 TERÇA 22670
4 03/04/2013 QUARTA 15960
5 05/04/2013 SEXTA 22260
6 08/04/2013 SEGUNDA 28590
7 11/04/2013 QUINTA 12880
8 16/04/2013 TERÇA 19840
9 19/04/2013 SEXTA 22960
10 24/04/2013 QUARTA 14760
11 29/04/2013 SEGUNDA 27030
12 02/05/2013 QUINTA 18700
13 07/05/2013 TERÇA 24800
14 10/05/2013 SEXTA 18990
15 15/05/2013 QUARTA 17760
TOTAL --- 309170
69
ANEXOS
70
PROJETO DO ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
URBANOS DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO/SC
Outubro 2012
71
1. MEMORIAL DESCRITIVO
1.1 Informações cadastrais
Empresa responsável pelo empreendimento: Autarquia Municipal de Saneamento de
Fraiburgo – SANEFRAI
CNPJ: 06.017.932/0001-23
REG. CREA-SC: 113844-0
Endereço: Rua Nereu Ramos, n° 1061, Centro, Fraibur go/SC, CEP: 89580-000
Telefone: (49) 3246.0160 / Fax: (49) 3246.1868
A Autarquia Municipal de Saneamento de Fraiburgo – SANEFRAI, a partir de
sua reestruturação, se apresenta conforme preconiza a Lei 11.445/07, conhecida
como “Lei do Saneamento”, pois a mesma é responsável pelo Abastecimento
Público de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto, Drenagem Pluvial Urbana e
Coleta, Transporte, Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos,
referente ao município de Fraiburgo.
Profissionais responsáveis pelo projeto:
Débora Peliser – Engenheira Sanitarista e Ambiental – Responsável Técnica da
SANEFRAI – CREA-SC: 112343-2
Roberto de Carvalho Côrrea – Diretor de Águas e Saneamento da SANEFRAI
1.2 Resíduos a serem dispostos no aterro sanitário
Os resíduos sólidos dispostos no aterro sanitário são todos os resíduos
comuns, provenientes das atividades de origem doméstica, comercial, de serviços,
de varrição e do poder público municipal, os quais se enquadram ao item 34.41.00
72
da Resolução Consema 03/2008, “Tratamento e/ou disposição de Resíduos Sólidos
Urbanos em Aterros Sanitários”.
Os percentuais estimados de cada resíduo, de acordo com as amostragens
realizadas, através do método de quarteamento, entre os anos de 2009 e 2010 são
os seguintes:
- PAPEL / PAPELÃO = 13%
- PLÁSTICO = 16%
- VIDRO = 2,7%
- METAL = 1,7%
- MATERIA ORGÂNICA = 55,3%
- REJEITOS = 11,3%
Importante salientar, que através do programa de coleta seletiva, já
implantado no município, todos os resíduos coletados, seja da coleta seletiva ou
convencional, são encaminhados a usina de triagem, sendo responsabilidade da
concessionária o seu processamento, diminuindo significativamente a quantidade de
resíduos recicláveis destinados ao aterro sanitário.
Em 2011, a média da produção per capita diária de resíduos sólidos na área
urbana foi de 0,57 kg/hab.d, variando para mais ou para menos conforme o mês,
sendo que a massa específica média do rejeito solto, constatada, é de 0,50t/m³.
Conforme dados coletados e organizados junto à balança, os quais geram os
manifestos de pesagem coletados diariamente pela SANEFRAI, segue abaixo o
inventário dos resíduos sólidos coletados nos últimos anos:
73
I – Ano de 2006
Quadro 1 -Inventario dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2006 .
Ano 2006 Valores Mensais em kg
Janeiro 446.900
Fevereiro 412.120
Março 406.760
Abril 371.720
Maio 404.720
Junho 413.420
Julho 396.110
Agosto 389.070
Setembro 430.672
Outubro 472.274
Novembro 317.940
Dezembro 430.672
TOTAL 4.892.378
Gráfico 01 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2006 (kg
Quantidade de Resíduos gerados em 2006
050.000
100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000450.000500.000
Jane
iro
Fever
eiro
Mar
çoAbr
ilM
aio
Junh
oJu
lho
Agosto
Setem
bro
Outub
ro
Novem
bro
Dezem
bro
74
II – Ano de 2007
Quadro 2 -Inventario dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2007.
Ano 2007 Valores Mensais em kg
Janeiro 434.630
Fevereiro 420.680
Março 422.820
Abril 393.220
Maio 396.640
Junho 409.750
Julho 425.790
Agosto 431.140
Setembro 403.840
Outubro 487.960
Novembro 470.490
Dezembro 459.730
TOTAL 5.156.690
Gráfico 02 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2007.
Quantidade de Resíduos gerados em 2007
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
Jane
iro
Fevere
iro
Març
oAbr
ilMaio
Junh
oJu
lho
Agosto
Setem
bro
Outubro
Novem
bro
Dezem
bro
75
III – Ano de 2008
Quadro 3 -Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2008.
Ano 2008 Valores Mensais em kg
Janeiro 454.580
Fevereiro 394.230
Março 423.350
Abril 385.970
Maio 406.145
Junho 426.320
Julho 386.110
Agosto 416.810
Setembro 408.990
Outubro 446.370
Novembro 456.130
Dezembro 448.580
TOTAL 5.053.585
Gráfico 03 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2008.
Quantidade de Resíduos gerados em 2008
340.000
360.000
380.000
400.000
420.000
440.000
460.000
480.000
Jane
iro
Fevere
iro
Março
Abril
MaioJu
nho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembr
o
Dezembr
o
76
IV – Ano de 2009
Quadro 4 - Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2009.
Ano 2009 Valores Mensais em kg
Janeiro 448.000
Fevereiro 449.360
Março 453.450
Abril 407.440
Maio 408.410
Junho 416.490
Julho 428.820
Agosto 432.750
Setembro 356.480
Outubro 398.940
Novembro 448.440
Dezembro 462.250
TOTAL 5.110.830
Gráfico 04 – Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2009.
Quantidade de Resíduos gerados em 2009
050.000
100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000450.000500.000
Jane
iro
Fevere
iro
Março
Abril
MaioJu
nho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembr
o
Dezembr
o
77
V - Ano de 2010
Quadro 5 - Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2010
Ano 2010 Valores Mensais em kg
Janeiro 545.860
Fevereiro 552.200
Março 468.270
Abril 494.920
Maio 520.010
Junho 508.700
Julho 499.930
Agosto 526.470
Setembro 512.040
Outubro 481.560
Novembro 494.480
Dezembro 524.920
TOTAL 6.129.360
Gráfico 05 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2010.
Quantidade de Resíduos gerados em 2010
420.000
440.000
460.000
480.000
500.000
520.000
540.000
560.000
Jane
iro
Fevere
iro
Março
Abril
MaioJu
nho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembr
o
Dezembr
o
78
VI - Ano de 2011
Quadro 6 - Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2011.
Ano 2011 Valores Mensais em kg
Janeiro 474.160
Fevereiro 655.410
Março 528.690
Abril 564.045
Maio 567.210
Junho 550.550
Julho 536.520
Agosto 568.610
Setembro 535.100
Outubro 560.820
Novembro 526.080
Dezembro 520.210
TOTAL 6.587.405
Gráfico 06 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2011.
Quantidade de Resíduos gerados em 2011
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
Jane
iro
Fevere
iro
Março
Abril
MaioJu
nho
Julho
Agosto
Setembro
Outubro
Novembr
o
Dezembr
o