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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL GABRIEL BARTOLOMEU FERREIRA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC CAÇADOR 2013

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UNIVERSIDADE ALTO VALE DO RIO DO PEIXE – UNIARP CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

GABRIEL BARTOLOMEU FERREIRA

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO S DO

MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC

CAÇADOR 2013

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GABRIEL BARTOLOMEU FERREIRA

COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO S DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para a obtenção do título de Engenheiro Ambiental, pela Universidade Alto Vale do Rio do Peixe, sob a orientação do professor Engenheiro Esp. Ambiental Júlio César Moschetta da Silva.

CAÇADOR 2013

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COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS URBANO S DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO - SC

GABRIEL FERREIRA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao processo de avaliação pela Banca Examinadora para a obtenção do Título (Grau) de:

ENGENHEIRO AMBIENTAL E aprovada na sua versão final em _______, atendendo às normas da legislação vigente da Universidade Alto Vale do Rio do Peixe e Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental.

_____________________________________________ LUIZ AUGUSTO GRANDO PADILHA

Coordenador do Curso de Engenharia Ambiental

BANCA EXAMINADORA: _________________________

Nome do Presidente _________________________

Membro

_________________________

Membro

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Dedico este trabalho à minha família: Em especial a minha Mãe e minha avó por terem sido as grandes

Incentivadoras desta conquista e por todo ensinamen to, Apreço e confiança em todas as etapas de minha vida .

Dedico este trabalho a vocês com todo meu amor e carinho!

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente gostaria de agradecer aos meus pais, Augusto e Marili e minha avó Anemarie pela excelente educação, conselhos, apoio, contribuição financeira, e por tudo que me proporcionaram de forma incondicional para que eu pudesse concretizar mais essa etapa da minha vida. Gostaria também de agradecer a Universidade Alto Vale Do Rio Do Peixe de Santa Catarina, e ao curso de Engenharia Ambiental e seus professores pela oportunidade de obter uma graduação de qualidade. Ao professor Engenheiro Esp. Ambiental Júlio César Moschetta da Silva, por sua orientação, e ajuda nos momentos necessários. A amiga, supervisora de estágio e Eng. Débora Peliser que me incentivou e me orientou durante todo o estágio. Compartilhamos ótimos momentos no período de estágio dividindo experiências, dúvidas a respeito do trabalho. Enfim, por toda a ajuda e conhecimento que fazem dela uma excelente profissional. A toda equipe da empresa SANEFRAI, por proporcionar a oportunidade de realizar meu estágio de conclusão de curso em suas dependências, e pela convivência e pelo ambiente de trabalho agradável. Em especial ao presidente Eloi Regalin, por ter me aceitado e colaborado com a realização do meu estágio. Meu muito obrigado aos amigos que dividiram comigo experiências durante a graduação. A minha família, que compartilhou comigo momentos de reflexão e questionamento. Por todo carinho nos momentos de desânimo e força permanente que me encorajaram em todo esse processo agradeço pelo carinho e pelo amor recebido. Finalmente, a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho. Aqueles que acreditaram em mim, Muito obrigado!

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“Ambiente limpo não é o que mais se limpa, e sim o que menos se suja.”

-- Chico Xavier

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RESUMO

Um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a obrigatoriedade da elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos para a União, Estados e Municípios. Inserido nesses planos está a caracterização e a composição gravimétrica,tal evidência serve como ferramenta para a melhoria dos serviços públicos de coleta de resíduos bem como definição de estratégias de gerenciamento para o Plano de Gestão destes resíduos, principalmente no âmbito municipal. Para a gestão eficiente e a definição de uma disposição final ambientalmente segura e local, foi preciso realizar um diagnóstico dos resíduos gerados em Fraiburgo, destacando-se a determinação da composição gravimétrica e a caracterização qualitativa e quantitativa dos mesmos. O principal objetivo deste estudo foi levantar dados referentes à composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo– SC,coletados na área urbana e assim fornecer subsídios para quantificar os resíduos a serem segregados na usina de triagem existente.Além de determinar a composição gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo a pesquisa identificou a fração dos resíduos urbanos biodegradáveis (orgânicos), a fração dos resíduos recicláveis evidenciando a quantificação preliminar da geração de resíduo per capita do município de Fraiburgo. O estudo atual revela uma diminuição na fração percentual para matéria orgânica na coleta seletiva de resíduos sólidos em comparativa com a coleta convencional realizada no município de Fraiburgo, a diferença ficou 40% na convencional para 14% na seletiva, tal resultado pode ser um indicativo de aumento da adesão ao programa de coleta seletiva, tendo em vista que os materiais recicláveis, ao invés de descartados junto aos resíduos úmidos são segregados e dispostos para a coleta diferenciada. Esta condição faz com que aumente a fração percentual de resíduos recicláveis presentes em ambas as coletas. Palavras-chaves: determinação gravimétrica, resíduos sólidos urbanos, gerenciamento de resíduos sólidos.

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ABSTRACT One of the instruments of the National Solid Waste is mandating the preparation of Waste Management Plans for the Union, States and Municipalities. Inserted in these plans is the characterization and gravimetric composition, such evidence serves as a tool for improvement of public waste collection and definition of strategies for the management of this waste management plan, especially at the municipal level. For the efficient management and the definition of an environmentally safe disposal and place, it was necessary to make a diagnosis of the waste generated in Fraiburgo, highlighting the gravimetric determination of the composition and the qualitative and quantitative characterization of them. The main objective of this study was to collect data on the gravimetric composition of MSW from Fraiburgo-SC, collected in the urban area and thus provide a basis for quantifying the waste to be segregated in the sorting plant existente.Além to determine the gravimetric composition municipal solid waste from Fraiburgo research has identified the fraction of biodegradable municipal waste (organic), the fraction of recyclable waste evidencing the preliminary quantification of waste generation per capita Fraiburgo. The current study shows a decrease in the organic matter fraction percentage for the selective collection of solid waste in comparison with the conventional collection held in Fraiburgo, the difference was 40% to 14% in the conventional selective, such a result may be indicative of increased adherence to the recycling program, considering that the recyclables, rather than discarded along the wet wastes are segregated and arranged for separate collection. This condition causes increase the percentage of recyclable waste fraction present in both samples. Keywords: gravimetric determination, solid waste, solid waste management.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Fluxograma básico da geração de resíduos sólidos ........................... 21

Figura 2 - Relação do aumento do índice per capta de geração de RSU do

Brasil entre 2009 e 2010 ........................................................................................... 22

Figura 3 - Quarteamento segundo a NBR-ABNT 10.007 (NBR-ABNT 10007) .... 27

Figura 4 - Diagrama do método de pesquisa ....................................................... 28

Figura 5 - Tambores utilizados para a aplicação da técnica de quarteamento .... 33

Figura 6 - Disposição de amostra dos RSU ......................................................... 33

Figura 7 - Homogeneização da amostra .............................................................. 34

Figura 8 - Processo de quarteamento .................................................................. 34

Figura 9 - Amostra em processo de quarteamento.............................................. 35

Figura 10 - Amostra quartelada ............................................................................. 36

Figura 11 - Resultados das frações gravimétricas encontradas na coleta

convencional realizada no município de Fraiburgo ................................................... 38

Figura 12 - Folder explicativo da coleta seletiva, distribuído para a população ..... 40

Figura 13 - Resultados das frações gravimétricas encontradas na coleta seletiva

realizada no município de Fraiburgo ......................................................................... 41

Figura 14 - Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na

coleta convencional realizada no município de Fraiburgo ........................................ 43

Figura 15 - Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na

coleta seletiva realizada no município de Fraiburgo ................................................. 44

Figura 16 - Comparativo ente os resultados das frações gravimétricas

recicláveis/biodegradáveis encontradas na coleta convencional e seletiva no

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município de Fraiburgo ............................................................................................. 45

Figura 17 - Composição gravimétrica estimada pela SANEFRAI de acordo com

os inventários de RSU realizados entre 2009 e 2010 ............................................... 47

Figura 18 - Comparativo entre a composição gravimétrica estimada pela SANEFRAI e

os resultados da composição gravimétrica da coleta seletiva de 2013 .............................. 48

Figura 19 - Localização do município de Fraiburgo no espaço territorial

catarinense... ............................................................................................................ 49

Figura 20 - Caminhão equipado com poliguindaste, responsável pelo transporte

dos rejeitos da usina de triagem até o aterro sanitário municipal ............................. 51

Figura 21 - Usina de triagem .................................................................................. 52

Figura 22 - Local de recebimento dos resíduos (moega) e esteira separadora ..... 53

Figura 23 - Prensa hidráulica... .............................................................................. 53

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Regiões de coleta convencional de RSU do município de Fraiburgo .. 29

Tabela 2 - Pontos de coleta seletiva de RSU do município de Fraiburgo ............. 30

Tabela 3 - Turnos para a coleta seletiva de RSU do município de Fraiburgo ...... 30

Tabela 4 - Comparativo das análises gravimétricas entre a coleta convencional e

a seletiva de RSU do município de Fraiburgo ........................................................... 42

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LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE – Associação Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais

ºC - Celsius

CNTL - Centro Nacional de Tecnologias Limpas

COMCAP – Companhia Melhoramentos da Capital

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas

Hab.d – Habitantes/dia

ISO – International Standart Organizacion

kg - Quilograma

km - Quilômetro

km2 – Quilômetro quadrado

m - Metro

mm - Milímetro

NBR – Denominação de norma

PET - Polietileno Tereftalato

PGRS – Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos

PVC - Policloreto de Vinila

PNRS – Política Nacional dos Resíduos Sólidos

RDO – Resíduo Domiciliar

RSS – Resíduo de Serviços da Saúde

RSU – Resíduos Sólidos Urbanos

SANEFRAI – Autarquia Municipal de Saneamento de Fraiburgo

SC – Santa Catarina

t/m³ - Tonelada/metro cúbico

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 15

2 DESENVOLVIEMNTO ................................................................................... 17

2.1 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 17

2.1.1 Resíduos sólidos ............................................................................................ 18

2.1.1.1 Classificação .............................................................................................. 18

2.1.1.2 Caracterização gravimétrica ...................................................................... 20

2.1.1.3 Geração de resíduos sólidos urbanos ........................................................ 21

2.1.2 Gestão Ambiental ............................................................................................ 23

2.1.3 Gerenciamento de resíduo sólidos urbanos .................................................... 24

2.1.3.1 Acondicionamento de resíduo sólido ......................................................... 25

2.1.3.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos ................................................... 25

2.2 METODOLOGIA ................................ .............................................................. 26

2.2.1 Materiais e métodos ...................................................................................... 27

2.2.2 Caracterização da coleta de RSU no município ............................................. 29

2.2.3 Estabelecimento de amostragem ................................................................... 30

2.2.4 Amostragem dos RSU .................................................................................... 31

2.2.5 Procedimentos ................................................................................................ 31

2.2.5.1 Equipe ....................................................................................................... 31

2.2.5.2 Etapas de planejamento ............................................................................ 32

2.2.5.3 Etapas de execução .................................................................................. 32

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................... ................................................. 35

2.3.1 Coleta convencional ....................................................................................... 37

2.3.2 Coleta seletiva ................................................................................................ 39

2.3.3 Coleta convencional versus seletiva ............................................................... 42

2.3.4 Comparativos com os dados de 2009/2010 ................................................... 47

2.3.5 Características da região de estudo ............................................................... 48

2.3.6 Componentes do processo de gestão de resíduos urbanos em Fraiburgo .... 49

2.3.6.1 Caracteristicas do aterro sanitário ............................................................. 50

2.3.6.2 Usina de triagem ........................................................................................ 51

2.3.7 Educação Ambiental ....................................................................................... 54

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3 CONCLUSÃO ....................................... ................................................................ 56

REFERENCIAS ........................................................................................................ 58

APÊNDICE A ........................................ ................................................................... 62

ANEXO ..................................................................................................................... 69

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1 INTRODUÇÃO

As diversas atividades humanas acabam gerando resíduos, que por sua vez

são descartados por serem considerados inúteis. Porém muitos destes materiais

podem ser reutilizados, e assim tornam-se um potencial recurso para a produção

industrial ou geração de energia, se administrado adequadamente

(TCHOBANOGLOUS; KREITH, 2002). O aumento das populações urbanas, a

expansão da industrialização e a melhoria no poder aquisitivo, vêm acelerando a

geração de enormes volumes de resíduos sólidos, essencialmente nas proximidades

das grandes centros urbanos e populacionais (ALCANTARA, 2010). Essa geração

de resíduos vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões sobre políticas

sociais e econômicas e no campo técnico de desenvolvimento, saúde e meio

ambiente ao redor do mundo (ASSIS, 2007).

No Brasil recentemente foi aprovada a Lei Federal de Saneamento Básico

(2007), que determina as diretrizes para a prestação dos serviços públicos de

limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, bem como a Política Nacional de

Resíduos Sólidos (2010), instituída pela Lei Federal 12.305 regulamentada pelo

Decreto Federal 7.404 de 23 de dezembro de 2010 com o objetivo de estabelecer

princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes para a gestão e o gerenciamento dos

resíduos sólidos, as responsabilidades dos geradores, do poder público, e dos

consumidores, bem como os instrumentos econômicos aplicáveis.

Um dos instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos é a

obrigatoriedade da elaboração dos Planos de Gestão de Resíduos para a União,

Estados e Municípios. Inserido nesses planos está a caracterização e a composição

gravimétrica,tal evidência serve como ferramenta para a melhoria dos serviços

públicos de coleta de resíduos bem como definição de estratégias de gerenciamento

para o Plano de Gestão destes resíduos, principalmente no âmbito municipal

(ALMEIDA, 2012).

Para a gestão eficiente e a definição de uma disposição final ambientalmente

segura e local, é preciso realizar um diagnóstico dos resíduos gerados em

Fraiburgo, destacando-se a determinação da composição gravimétrica e a

caracterização qualitativa e quantitativa dos mesmos.

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O principal objetivo deste projeto foi levantar dados referentes à composição

gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo– SC,coletados

na área urbana e assim fornecer subsídios para quantificar os resíduos a serem

segregados na usina de triagem existente.Além de determinar a composição

gravimétrica dos resíduos sólidos urbanos do município de Fraiburgo a pesquisa

identificou a fração dos resíduos urbanos biodegradáveis (orgânicos), a fração dos

resíduos recicláveis evidenciando a quantificação preliminar da geração de resíduo

per capita do município de Fraiburgo.

A caracterização dos resíduos sólidos domiciliares, através da determinação

da composição gravimétrica, permitirá identificar a quantidade e principalmente a

qualidade dos resíduos gerados pelo centro urbano de Fraiburgo, sendo está à

etapa inicial de qualquer definição posterior de gerenciamento (SOUZA;

GUADAGNIN, 2009). A missão do planejamento integrado da gestão de resíduos

sólidos é buscar a partir de análises, alternativas tecnológicas e operacionais, e

disponibilizá-las de acordo com as necessidades e a caracterização local(ALMEIDA,

2012).

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2 DESENVOLVIMENTO

2.1 REFERENCIAL TEÓRICO

Resíduo é todo material que em determinado instante não tem mais utilidade

nem valor comercial sob a concepção de seu proprietário. Utilizada mais

tecnicamente, a expressão resíduo sólido, vêm a substituir o termo popular “lixo”

amplamente utilizado pela população (MÜLLER, 2004).

A geração de resíduos sólidos é um dos problemas mais impactante

vivenciado pela sociedade contemporânea, reforçado pelo crescimento desordenado

da população, pela aceleração do processo de ocupação do território urbano e pelo

crescimento acentuado dos bens de consumo alavancados pelo aumento da

produção industrial.

Com a emergente necessidade de bons procedimentos para a gestão de

resíduos sólidos é de fundamental importância conhecer a sua composição, razão

que reforça a pertinência de realizar análises de classificação, e assim orientar o

planejamento da reutilização, reciclagem ou recuperação destes resíduos, com a

finalidade de valorização dos materiais, seja como matéria prima ou como energia.

As características dos resíduos sólidos urbanos variam em função de diversos

fatores como hábitos da população, atividade desenvolvida, o tamanho da cidade, o

clima e o nível educacional da população. As diferenças que existem nas

comunidades vão refletir na composição física dos resíduos, aumentando com isso a

dificuldade no gerenciamento dos mesmos. O levantamento de dados como

costumes da população, densidade populacional, poder aquisitivo, equipamentos

utilizados, aliado a frequência de coletas e distância percorrida, garantirá a

representatividade das amostras (ASSIS, 2007).

A caracterização física dos resíduos permitirá identificar os resíduos gerados

pela população e conhecer todas as características percentuais de seus

componentes, além evidenciar as potencialidades econômicas.Conhecer a

caracterização física dos resíduos permite aos gestores municipais simulações de

cenários futuros compreendendo o sistema de gestão dos resíduos em toda a sua

dimensão, do planejamento das rotas de coleta, a implementação de estações

dereciclagem e tratamento até a disposição final (TAVARES, 2007).

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2.1.1 Resíduos sólidos

Resíduos sólidos são materiais, substâncias, objetos ou bens descartados

resultantes de atividades humanas em sociedade De acordo com a definição da

NBR 10.004:2004 (ABNT, 2004) resíduos sólidos são:

Resíduos nos estados sólidos e semi-sólido, resultante de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamentos de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas características tornem inviável seu lançamento em corpos de água ou na rede pública de esgotos ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (ABNT, 2004, p.1).

Resíduo público será considerado aquele originado dos serviços de limpeza

pública urbana, incluindo-se todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza

de galerias, terrenos, restos de podas de árvores, corpos de animais, além de

limpeza de áreas de feiras livres cujo resíduo é constituído por restos vegetais

diversos, embalagens etc. (INSTITUTO BRASILEIRO DE ADMINISTRAÇÃO

MUNICIPAL, 2001).

Resíduo domiciliar (RDO) é aquele originado na vida diária das

residências,constituído por restos de alimentos (casca de frutas, verduras, sobras,

entre outros),produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens, em

geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros

itens, inclusive alguns resíduos potencialmente perigosos como materiais para

jardinagem, repelentes, inseticidas, assim como pilhas e lâmpadas fluorescentes.

(D’ALMEIDA; VILHENA, 2000)

2.1.1.1 Classificação

De acordo com a NBR 10.004:2004 (ABNT, 2004) os resíduos são

classificados em:

Resíduos classe I: são aqueles que apresentam riscos à saúde pública e ao meio ambiente, exigindo tratamento e disposição especiais em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade; Classe II A - Resíduos Não inertes: são os resíduos que não apresentam periculosidade, porém não são inertes; podem ter propriedades tais

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como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água. São basicamente os resíduos com as características do lixo doméstico; Classe II B - Resíduos Inertes: são aqueles que, ao serem submetidos aos testes de solubilização (NBR-10.007 da ABNT), não têm nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água. Isto significa que a água permanecerá potável quando em contato com o resíduo. Muitos destes resíduos são recicláveis. Estes resíduos não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo (se degradam muito lentamente). Estão nesta classificação, por exemplo, os entulhos de demolição, pedras e areias retirados de escavações(ABNT, 2004, p.5).

Apesar de os resíduos domiciliares serem classificados como classe II, pode

conter substâncias perigosas que fazem parte do uso diário em unidades familiares.

Dentre os produtos potencialmente perigosos encontrados nos resíduos

domiciliares, podem-se destacar: tintas, pesticidas, óleos,lâmpadas, curativos,

remédios vencidos, são os mais comuns (MÜLLER, 2004).

A Lei 12.305 - PNRS (BRASIL, 2010) os resíduos sólidos são classificados

quanto à sua origem em resíduos domiciliares, resíduos de limpeza urbana, resíduos

sólidos urbanos, resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de

serviços, resíduos dos serviços públicos de saneamento básico, resíduos industriais,

resíduos de serviços de saúde, resíduos da construção civil, resíduos

agrossilvopastoris, resíduos de serviços de transportes, resíduos de mineração

Já o Estado de Santa Catarina na sua Lei Estadual n 13.557/2005, dispõe

sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e apresenta a classificação dos

resíduos conforme abaixo:

Art. 3º Nos termos desta Lei, os resíduos obedecerão à seguinte classificação: a) resíduos urbanos, provenientes de residências ou qualquer outra atividade que gere resíduos sólidos com características domiciliares, bem como os resíduos sólidos da limpeza pública urbana; b) resíduos industriais, provenientes de atividades de pesquisa e produção de bens, bem como os provenientes das atividades de mineração e aqueles gerados em áreas de utilidades e manutenção dos estabelecimentos industriais; c) resíduos de serviços de saúde, provenientes de qualquer unidade que execute atividade de natureza médico-assistencial, à população humana ou animal, centros de pesquisa, desenvolvimento ou experimentação na área de farmacologia e saúde, bem como os medicamentos vencidos ou deteriorados; d) resíduos de atividades rurais, provenientes da atividade agrosilvopastoril, inclusive os resíduos dos insumos utilizados nestas atividades; e) resíduos de serviços de transporte, decorrentes da atividade de transporte de cargas e os provenientes de portos, aeroportos, terminais rodoviários,ferroviários e portuários e postos de fronteira; f) rejeitos radioativos, materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos, em quantidades superiores aos limites de isenção especificados de acordo com norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN e que sejam de reutilização imprópria ou não prevista; e

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g) resíduos especiais, os provenientes do meio urbano e rural que, pelo seu volume ou por suas propriedades intrínsecas, exigem sistemas especiais para acondicionamento, armazenamento e destinação final, de forma a evitar danos ao meio ambiente. Parágrafo único. “Regulamento estabelecerá as especificidades pertinentes aos itens classificatórios acima dispostos.” Conforme Lei Federal n 11.445/07 o Serviço de Limpeza e Manejo dos Resíduos Sólidos Urbanos abrange os serviços: de varrição, de capina e poda; de coleta seletiva e de coleta convencional e ainda de transporte e destino final dos resíduos (Santa Catarina, Lei 13.557/2005,p.1).

De acordo com (D’ALMEIDA; VILHENA, 2000), os resíduos sólidos podem

ainda ser classificados quanto a sua origem como domiciliar, comercial, público,

serviços de saúde e hospitalar, portos, aeroportos, terminais ferroviários e

rodoviários, industriais, agrícolas e entulhos.

2.1.1.2 Caracterização gravimétrica

A caracterização gravimétrica segundo Milani (2008) constitui-se no processo

de pesagem ou determinação volumétrica, para o estabelecimento da porcentagem

de cada material que compõe uma amostra de resíduos. Está é realizada para

resíduos recicláveis e biodegradáveis distintamente. Para Pessin et al. (2006),

diagnosticar a composição dos resíduos gerados de maneira gravimétrica é

importante para sua gestão, permitindo que esta seja realizada de forma correta e

ambientalmente segura.

A caracterização dos resíduos sólidos urbanos permite avaliar as variações

na composição dos resíduos em função dos aspectos sociais e econômicos, ainda

mais quando tal avaliação é realizada de forma sistemática e continuada. Além do

mais possibilita o gerenciamento adequado dos resíduos e de estratégias em geral

em relação a eles (Schneider et al.2002).

Caracterizar os diversos componentes dos resíduos sólidos subsidia a

elaboração de planos de gestão que abrangem a expansão dos serviços de coleta

regular e o aprimoramento dos projetos de coleta seletiva. A identificação e a

caracterização dos constituintes de cada localidade é fundamental na determinação

da alternativa tecnológica mais adequada, desde a etapa de coleta, transporte,

reaproveitamento, reciclagem até a destinação final dos rejeitos em aterros

sanitários. (COMCAP, 2002).

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2.1.3 Geração de resíduos sólidos urbanos

Todos os resíduos oriundos de atividades humanas ou não, presentes em

centros urbanos, são considerados resíduos sólidos, que embora possam não

apresentar mais utilidade onde foram gerados, podem vir a se transformar em

insumos para outras atividades. Nos processos industriais os resíduos são definidos

como matéria-prima e insumos não transformados em produtos (FARIA, 2009).

A composição e a quantidade de lixo gerado nas regiões urbanas variam de

acordo com os índices de desenvolvimento dos países. Em média, os brasileiros

produzem metade do resíduo gerado pelos europeus (PASQUALI, 2012).

No Brasil, a principal fonte de resíduo são as embalagens de alimentos que

representam aproximadamente 70% do volume total de resíduos sólidos produzidos

pela população, boa parte destes resíduos são considerados reutilizáveis. As

principais capitais do país, concentradas nas regiões Sul e Sudeste – como São

Paulo, Rio deJaneiro e Curitiba – atingiram índices de produção de resíduos mais

elevados,variando de 1,2 a 1,86 kg de resíduos sólidos habitante/dia considerando

todosos resíduos manipulados pelos serviços de limpeza urbana, levando em

consideração as fontes domiciliares, comerciais,de limpeza de logradouros, dos

serviços de saúde e entulhos (ABRELPE, 2010).

Figura 1 - Fluxograma básico do funcionamento da ge ração de resíduos

Fonte: (CUNHA; FILHO, 2002, p.15).

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O Brasil gerou em 2009 aproximadamente 60 milhões de toneladas de

resíduos sólidos, o que demonstra um crescimento de cerca de 8% em relação ao

volume do ano anterior. Só as grandes cidades (com mais de 500 mil habitantes)

foram responsáveis por mais de um terço dessa geração (DOURADO, 2010).

Figura 2 - Relação do aumento do índice per capta d e geração de RSU do Brasil entre 2009 e

2010

Fonte: Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, 2010.

Estes dados apontam que, apesar de alguns avanços, a situação do setor em

relação à geração, coleta e destinação de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU)ainda é

crítica.De acordo com a ABRELPE (2010) houve um aumento de 5,3% no índice per

capita de geração de RSU do Brasil como um todo e um acréscimo de 6,8% na

quantidade total gerada, em relação ao ano de 2009.

Para a região sul do país a ABRELPE (2010) destaca ainda que:

Os 1.188 municípios distribuídos nos três Estados da região Sul do país tiveram, juntos, uma geração de 20.451 toneladas de RSU por dia no ano de 2010, das quais, 18.708 toneladas/dia foram coletadas. Enquanto o índice de coleta per capita cresceu 3,2% em comparação ao ano de 2009, a quantidade de resíduos domiciliares coletados cresceu 5,1%, o que indica um aumento real na abrangência destes serviços. No tocante à geração de resíduos, a comparação entre os dados de 2010 e 2009 um crescimento de 2,3% no índice per capita de geração de RSU na região sul, que atingiu a marca de 0,879 kg por habitante por dia (ABRELPE,2010. p.93).

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23

2.1.2 Gestão Ambiental

A gestão ambiental é o conjunto de políticas, programas e práticas

administrativas e operacionais que levam em conta a proteção do meio ambiente

através da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes

do planejamento, implantação, operação, ampliação de empreendimentos ou

atividades, e tem como objetivo buscar permanente a melhoria da qualidade

ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organização

pública ou privada (CAJEZEIRA,1998).

A Gestão Ambiental é uma ferramenta que foi desenvolvida para auxiliar no

consumo e na produção de bens, sem agredir o meio ambiente, visando à economia

e a sustentabilidade. Segundo Macedo (1994):

A gestão ambiental constitui-se nos processos de tomadas de decisões acerca do desempenho dos projetos ambientais implantados. Essas decisões podem levar à revisão de projetos já operacionalizados, a suspensão de projetos ambientais em andamento, assim como ao desenvolvimento de novos projetos, função dos quadros ambientais realizados. (MACEDO, 1994, p. 100)

A busca eterna pela qualidade ambiental é, portanto, um processo de

aprimoramento constante do sistema de gestão ambiental, de acordo com a política

ambiental estabelecida pela organização. Há também objetivos específicos da

gestão ambiental, definidos segundo a norma NBR-ISO 14.001 que destaca alguns

pontos:

Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia; manter, em geral, em conjunto com a área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores; produzir, com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis; colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente (NBR-ISSO 14.001 p. 08).

A Gestão Ambiental é a forma de administrar as relações das atividades de

um empreendimento com o meio ambiente.

Page 24: Tcc Gabriel Ferreira

24

Os termos administração e gestão do meio ambiente, ou simplesmente gestão ambiental, são entendidos como as diretrizes e as atividades administrativas e operacionais, tais como planejamento, direção, controle, alocações de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter efeitos positivos para o meio ambiente, quer reduzindo ou eliminando os danos causados por ações humanas, ou até mesmo evitando que elas surjam. (BARBIERI, 2004, p. 20)

A Gestão Ambiental pode ser implantada em qualquer tipo de

empreendimento, público ou privado, ou até mesmo em instituições, e deve alcançar

todos os setores ao mesmo tempo, com as atividades de pesquisa, avaliação e

análise dos problemas gerados no processo. Assim como a implantação de ações,

técnicas e programas ambientais, definidos pelo plano para reduzir ou impedir que

aconteçam erros ou problemas no processo e comprometa o meio ambiente.

Para realizar um sistema de gestão ambiental total é indispensável acompanhar e atuar sobre todos os elementos envolvidos na transformação ambiental e realizar a gestão de cada um deles. Esses elementos englobam todos os fatores ambientais, a proposta do ordenamento territorial, o plano ambiental que busca a sua otimização as respostas dos ecossistemas submetidos à transformação ambiental. (MACEDO, 1994, p. 96-97)

2.1.3 Gerenciamento de resíduos sólidos urbanos

A caracterização e a quantidade per capita gerada de resíduos sólidos

urbanos podem evidenciar muitas informações sobre a comunidade geradora, desde

informações sociais e culturais, até informações em relação à situação econômica

da população (SANTOS, 2011).

De acordo com a Lei nº 12.305, parágrafo terceiro, que institui a Política

Nacional de Resíduos Sólidos, o gerenciamento de resíduos sólidos é o conjunto de

ações exercidas, direta ou indiretamente, nas etapas de coleta,

transporte,transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada dos

resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, de acordo

com plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos ou com plano de

gerenciamento de resíduos sólidos(BRASIL, 2010).

Do ponto de vista do gerenciamento integrado de resíduos sólidos

domiciliares, os materiais que compõem os resíduos gerados diariamente podem ser

reaproveitados e/ou reciclados, ainda dentro de um processo de consumo.

Page 25: Tcc Gabriel Ferreira

25

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) de cada município

deve conter e descrever as ações relativas ao seu manejo, contemplando os

aspectos referentes à geração, separação, acondicionamento, transporte e

disposição final com vistas à proteção da saúde publica e do meio ambiente. Para

cada ação planejada devem ser elencadas todas as alternativas possíveis para a

otimização das etapas evolvendo ações técnico-operacionais, educacionais e

ambientais, tanto na zona urbana, bem como na zona rural. Porém, visualizam-se

ações dispersas e soluções paliativas que descaracterizam o problema e

inviabilizam o controle do processo final de gerenciamento dos resíduos sólidos

domiciliares, quando idealmente, deveria haver estudos mais aprofundados,

planejamento e soluções abrangentes para esta questão, do ponto de vista não

somente socioambiental como também econômico (CAMPOS; BRAGA, 2005).

Sendo umas das principais ferramentas do Plano de Resíduos Sólidos o

gerenciamento integrado pode trazer benefícios além de ambientais econômicos,

sociais também, através da redução dos custos da disposição final do lixo e da

economia com os gastos com a saúde pública, da economia de energia, deverá

ainda gerar emprego e renda, e a preservação de fontes esgotáveis de matéria-

prima, com o aumento da vida útil dos aterros sanitários (ALMEIDA, 2012).

2.1.3.1 Acondicionamento de resíduos sólidos

O acondicionamento adequado dos resíduos sólidos significa dispor os

mesmos em recipiente adequado que facilitem sua coleta. Essa é uma questão de

extrema importância, pois revela a qualidade do serviço prestado e o nível da

participação da comunidade (MONTEIRO, 2001).

Para um acondicionamento adequado do resíduo devem-se ter embalagens

que apresentem bom desempenho e que atendam os requisitos de

acondicionamento local e estático do lixo, bem como permitir o manuseio da uma

quantidade acumulada (IPT, 2000).

Resíduos provenientes de serviços de saúde requerem outras formas

exclusivas acondicionamento, devido sua potencialidade de contaminação ao meio

ambiente e risco á saúde dos catadores.

Page 26: Tcc Gabriel Ferreira

26

2.1.3.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos

A coleta entende-se como a atividade de reunir os RS convenientemente

acondicionados (embalados) objetivando seu transporte. A etapa de transporte diz

respeito à condução dos RS, depois de coletados, à unidade de tratamento ou de

disposição final.

O planejamento do sistema de coleta de RS leva em conta as características

topográficas da cidade, o plano viário, às convenções de trafego, o estado de

pavimentação e de calçamento das ruas, ainda contempla a análise das diferentes

zonas de ocupação, os locais de destino final e as quantidades e características dos

resíduos produzidos (BARROS, 2012).

Idealmente a coleta deve incorporar uma etapa de separação dos resíduos,

segundo critérios estabelecidos pelo serviço de limpeza local: dito de outra forma,

não se justifica mais coletar todos os resíduos, sem distinção. Quanto mais eficiente

for a separação na fonte geradora, tanto mais eficientes acabam sendo as demais

etapas da gestão, uma vez que os materiais serão tratados, segundo sua própria

natureza (BARROS, 2012).

2.2 METODOLOGIA

Para expor os resultados obtidos no levantamento, foi necessário seguir

rigorosamente as técnicas de amostragem aqui evidenciadas.Os resíduos utilizados

nas amostragens foram oriundos das coletas convencionais e seletivas realizadas

pela empresa ENGELIX LIMPEZA URBANA, a serviço da Autarquia Municipal de

Saneamento de Fraiburgo - SANEFRAI, sendo classificadas como resíduo sólido

urbano composto por resíduo doméstico, comercial e público.A caracterização do

local do estudo é fundamental para o bom entendimento dos futuros resultados.

2.2.1 Materiais e métodos

Para a determinação da composição gravimétrica foram coletadas amostras

de resíduos provenientes da coleta urbana realizada na cidade de Fraiburgo durante

o período de nove semanas, na sequencia foi aplicada a técnica de análise

Page 27: Tcc Gabriel Ferreira

27

conforme a NBR 10007:2004, realizando a separação e a pesagem dos resíduos

(NBR 10007:2004).

Os materiais utilizados no processo de amostragem foram: luvas, botas,

protetores respiratórios, pás, enxadas, facas, balança com capacidade máxima de

20 kg, sacos plásticos, 03 tambores de 200L, e 01 lona 5x6 metros.

As análises gravimétricas foram realizadas em local amplo, arejado e de fácil

acesso,com restrição a entrada de pessoas não autorizadas e animais. As amostras

coletadas da porção maior de resíduos foram realizadas através da técnica de

amostragem integrante na NBR 10007:2004,que consiste em retirar as amostras de

pelo menos três seções (do topo, do meio e da base).O conteúdo dos caminhões foi

descarregado e a partir dessas amostras realizou-se o processo de quarteamento

definido pela A NBR-ABNT 10007 como:

Processo de mistura pelo qual uma amostra bruta é dividida em quatro partes iguais, sendo coletada duas partes opostas entre si para constituir uma nova amostra e descartadas as partes restantes. As partes não descartadas são misturadas e o processo de quarteamento é repetido até que se obtenha o volume desejado.

Figura 3 – Quarteamento segundo a NBR-ABNT 10.007

FONTE: NBR-ABNT 10007

Em um ponto adequado foi realizado a separação e a pesagem dos resíduos,

evitando deste modo o transporte dos materiais a serem estudados e facilitando o

acesso ao local de estudo.

Para a determinação da composição gravimétrica, será admitida a seguinte

fórmula:

Material (%) = Peso da fração do material (kg) / Peso total da amostra (kg) x 100.

Page 28: Tcc Gabriel Ferreira

28

Já para a determinação da média amostral foi utilizado o Excel, software

amplamente utilizado para cálculos, análise de informações e dados estatísticos. No

diagrama abaixo é possível visualizar o modelo e o método de caracterização física dos

dados utilizados no estudo

Figura 4 – Diagrama do método de pesquisa

FONTE: FERREIRA, 2013

Planejamento

Pesquisa Biliográfica

Determinação do Método

(quarteamento)

Separação dos materiais

Pesagem

Tratamento estátistico

Visita técnica

Page 29: Tcc Gabriel Ferreira

29

2.2.2 Caracterização da coleta de RSU no município

A caracterização concentrou-se nos Resíduos Sólidos dos tipos domésticos

do município de Fraiburgo – SC que é controlado pela SANEFRAI - Autarquia

Municipal de Saneamento de Fraiburgo.

Os trabalhos de amostragem e caracterização física foram realizados na

usina de triagem de resíduos sólidos do município de Fraiburgo, que é responsável

pelo recebimento, separação, classificação, comercialização e transbordo dos

rejeitos gerados pela usina, e até mesmo os veículos disponibilizados pela

SANEFRAI para destinação final junto ao aterro sanitário do município.

Os bairros do município são divididos conforme a coleta, realizada através de

uma empresa terceirizada, com uma programação semanal específica por

roteirocaracterizada por um calendário que distingue o dia da semana em que

passará o caminhão coletor (Tabela 1). As frequências das coletas são

estabelecidas em função da demanda de geração de resíduos sólidos para cada

ponto.

Para a coleta convencional o município de Fraiburgo é dividido em duas

regiões de geração de resíduos quedeterminam os roteiros de incursões por parte

dos veículos coletores, conforme o quadro abaixo. A Região 1 possui mais bairros,

além de dividir frações de outros bairros com a Região 2, o número deviagens por

região se dá em virtude das características demográficas egeográficas locais além

das demandas sazonais.

Tabela 1 – Regiões de Coleta convencional de RSU do município de Fraiburgo. REGIÃO 1* REGIÃO 2*

São Miguel São Sebastião

Nossa Senhora Aparecida Mirassol

São Cristóvão Jardim América

Liberata Nações

Macieira Vila Fischer

Vila Salete XV Novembro

Jardim das Hortênsias Santa Monica

Bela Vista Santo Antônio

Vila Nova São José

Faxinal Centro

São José

Centro

*Segunda feira, quarta feira e sexta feira; * Terça feira, quinta feira e sábado;

Fonte: SANEFRAI, 2012

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30

Já a coleta seletiva segue outro roteiro mais especifico, com turnos distintos,

para melhor elucidação à população, conforme descrito pela tabela 2 e 3.

Tabela 2 – Pontos de Coleta seletiva de RSU do muni cípio de Fraiburgo Ponto 1 Ponto 2 Ponto 3 Ponto 4 Ponto 5 Ponto 6 Ponto 7 Ponto 8

São Miguel

Nossa Senhora

Aparecida

São José

Nações Liberata Jardim das

Hortênsias

Bela Vista

São Sebastião

São Cristóvão

Santo Antônio

Vila Fischer

Macieira Centro Santa Monica

XV Novembro

Centro Centro Vila Salete Mirasol Jardim da

Hortênsias Centro

Fonte: SANEFRAI, 2012

Tabela 3 – Turnos para a coleta seletiva de RSU do município de Fraiburgo

PONTO DE COLETA TURNO DA COLETA

Ponto 1 Terça feira no turno da manhã

Ponto 2 Terça feira no turno da tarde

Ponto 3 Quarta feira no turno da manhã

Ponto 4 Quarta feira no turno da tarde

Ponto 5 Quinta feira no turno da manhã

Ponto 6 Quinta feira no turno da tarde

Ponto 7 Sexta feira no turno da manhã

Ponto 8 Sexta feira no turno da tarde

Fonte: SANEFRAI, 2012

2.2.3 Estabelecimento da amostragem

Os bairros atendidos pela coleta convencional coincidem com os da coleta

seletiva.

Considerando a sistemática adotada no município, no que concerne ao

programa de coleta de resíduos domiciliares, as amostragens foram distinguidas em

resíduos da coleta seletiva e resíduos da coleta convencional. Os resíduos

amostrados da coleta seletiva e convencional são provenientes de núcleos

residenciais e centro comercial e de serviços. O trabalho foi realizado pelo

pesquisador em parceria com os funcionários da usina de triagem, sendo

Page 31: Tcc Gabriel Ferreira

31

amostradas pelo menos, duas descargas de resíduo por dia de levantamento, uma

por turno.

As amostragens foram realizadas no período de nove semanas tendo inicio

dia 18 de março, sendo finalizadas no dia 15 de maio. Foram realizadas 15

amostragens da coleta convencional e 18 amostragens da coleta seletiva.Separando

os resíduos de acordo com as seguintes características: Papel/papelão, tetrapack,

plásticos, PET, alumínio, vidro, metal ferroso, têxteis, matéria orgânica, rejeitos e

outros

Assim foi possível caracterizar a composição gravimétrica do resíduo sólido

urbano da cidade de Fraiburgo e identificar suas frações biodegradáveis e

recicláveis.

2.2.4 Amostragem dos RSU

É importante ressaltar que a caracterização dos resíduos sólidos através da

determinação da composição gravimétrica, permite identificar a quantidade e

principalmente a qualidade do resíduo gerado pelo município, sendo a etapa inicial

de qualquer definição posterior de gerenciamento. A composição gravimétrica

identifica o percentual de cada componente, sendo os mais comuns: matéria

orgânica, metal, papel, papelão, plástico, alumínio, vidro e têxtil. A composição

gravimétrica tem por finalidade identificar o aproveitamento tanto das frações

recicláveis para comercialização quanto da matéria orgânica para a produção de

composto orgânico (MONTEIRO, 2001).

2.2.5 Procedimentos

2.2.5.1 Equipe

O procedimento contou com a participação de 04 pessoas para o serviço de

triagem. Além do pesquisador, participaram funcionários da usina de triagem e a

técnica responsável.

Page 32: Tcc Gabriel Ferreira

32

2.2.5.2 Etapa planejamento

- Elaboração de cronograma de recepção de resíduos por fonte de coleta

convencional / seletiva.

- Elaboração de planilha de recebimento, com horário da coleta, pesagem

total do caminhão coletor (apêndice A).

- Aferição das balanças.

- Identificação, pesagem e estabelecimento de tara dos tambores e galões.

2.2.5.3 Etapa execução

a) O caminhão coletor após a pesagem descarrega os resíduos sobre o piso

no pátio em um local pré-selecionado. A pilha de resíduos é identificada como coleta

convencional ou seletiva, de forma que os descarregamentos complementares

sejam efetuados no local adequado.

b) Durante a triagem, rompe-se os invólucros plásticos em seguida ao

descarregamento.

c) Estando completa a amostra do setor, homogeneízam-se os resíduos, com

ouso de enxadas. A pilha de resíduos é acomodada de forma que o topo estivesse

aplainado e o contorno com um formato predominantemente próximo a um circulo.

d) Após a homogeneização, dividiram-se os resíduos em quatro partes iguais.

De cada parte desta, que prioritariamente também possuem um formato circular,

retira-se uma amostra. Cada amostra equivale a um tambor de 200L preenchido

rente à sua boca (figura 5). Os resíduos de cada tambor são pesados, descontando

a tara dos mesmos. Os resíduos não selecionados são encaminhados novamente a

usina.

Page 33: Tcc Gabriel Ferreira

33

Figura 5 – Tambores utilizados para a aplicação da técnica de quarteamento

Fonte: FERREIRA, 2013

e) A amostras então foram dispostas em outra porção do pátio e

novamente(Figura 6) homogeneizadas com apoio de ferramentas (Figura 7).

Figura 6 – Disposição de amostra dos RSU

(FERREIRA, 2013)

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34

Figura 7 – Homogeneização da amostra

Fonte : FERREIRA, 2013

f) Após homogeneização e preparação da pilha, divide-se conceitualmente a

pilha em quatro partes iguais e retira-se uma amostra(figura 8).

Figura 8 – Processo de quarteamento

(FERREIRA, 2013)

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35

Figura 9 – Amostra em processo de quarteamento

Fonte: FERREIRA, 2013

g) Da amostra de 200L, realiza-se a separação dos materiais diferenciando-os

nas seguintes categorias definidas previamente:Papel/papelão, tetrapack, plásticos,

PET, alumínio, vidro, metal ferroso, têxteis, matéria orgânica, rejeitos e outros

(borracha, isopor, madeira natural, madeira processada, resíduos tecnológicos –

pilhas, lâmpadas, informática e PVC).

Page 36: Tcc Gabriel Ferreira

36

Figura 10 – Amostra quartelada

Fonte: FERREIRA, 2013

h) Os resíduos são dispostos em lona plástica.

i) A separação é executada pela equipe de triagem, com apoio das

ferramentas, para posterior segregação em tambores, galões e baldes menores.

j) Após a separação, os materiais segregados são pesados

individualmente,obtendo-se a fração gravimétrica da amostragem.

k) Após o processo de pesagem os resíduos utilizados na amostragem são

dispostos no aterro e o pátio é limpo.

2.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um sistema de reciclagem possibilita uma expressiva economia de matérias-

primas, água e energia, além de prestar também relevantes ações de inclusão social

com geração de emprego e renda. Desta forma a usina de triagem iniciou suas

operações dia 15 de março de 2012, desde então, foi perceptível por parte dos

Page 37: Tcc Gabriel Ferreira

37

funcionários uma redução considerável de materiais recicláveis destinados ao aterro

sanitário.

Tendo em vista a impossibilidade na determinação de setores distintos de

coleta de resíduos no município de Fraiburgo, levou-se em considerações os

aspectos relacionados a coleta convencional e a coleta coletiva. Os resultados a

seguir apresentam relações entre características gravimétricas entre as duas formas

de coleta. As relações estabelecidas fornecem suporte para a compreensão da

adesão da população,nos diferentes setores, às políticas públicas de coleta de

resíduos sólidos domiciliares.

Foram comparados os resultados das frações percentuais dos resíduos

oriundos da coleta seletiva versus a coleta convencional, para os diferentes tipos de

resíduos, considerando os resíduos com maior frequência (quantidade) encontrados

durante a amostragem. Para o presente estudo, destacam-se os valores entre os

resíduos recicláveis e a matéria orgânica presente, que apontam resultados

significativos para a determinação gravimétrica dos RSU de Fraiburgo.

2.3.1 Coleta Convencional

A coleta dos resíduos sólidos urbanos convencional também é conhecida

como indiferenciada ocorre quando não há nenhum tipo de seleção de

materiais,todo o resíduo é rotulado como comum. No município de Fraiburgo a

coleta convencional segue a determinação evidenciada neste trabalho no item 3.2

(Caracterização da coleta de RSU no município). Após a coleta o resíduo é

encaminhado para a usina de triagem, onde segundo a SANEFRAI ocorrem as

seguintes etapas:

I - COLETA CONVENCIONAL

1) Coleta dos resíduos nas residências conforme rota já executada pelos

caminhões compactadores;

2) Entrada na unidade de saneamento ambiental da SANEFRAI;

3) Pesagem do caminhão na balança;

4) Descarregamento dos resíduos na moega de entrada da usina;

5) Abertura dos sacos e sacolas de acondicionamento;

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38

6) Separação na esteira conforme tipo de material;

7) Acondicionamento do material reciclado;

8) Encaminhamento do material reciclado para a prensagem;

9) Prensagem do material para a confecção dos fardos;

10) Separação dos fardos conforme classificação dos materiais;

11) Comercialização do material reciclado;

12) Transporte dos rejeitos e resíduos orgânicos para o aterro sanitário

municipal (SANEFRAI, 2012).

Após a aplicação da metodologia para a determinação da composição

gravimétrica da amostragem proveniente da coleta convencional,os valores obtidos

formam um indicativo da assiduidade do munícipe no que diz respeito ao descarte

de resíduo reciclável de forma conjunta com outros resíduos na coleta convencional.

As informações fornecidas na figura 11 referem-se, para cada tipo de resíduo, à

fração percentual correspondente ao total de resíduo amostrado.

Figura 11 – Resultados das frações gravimétricas en contradas na coleta convencional

realizada no município de Fraiburgo

Fonte: (FERREIRA, 2013)

5%4%

1%

5% 1%

1%

3%

6%

4%

40%

22%

8% Papel

Papelão

Tetrapack

Plástico

PET

Alumínio

Vidro

Metal Ferroso

Têxteis

Mat. Org.

Rejeitos

Outros

Page 39: Tcc Gabriel Ferreira

39

A figura demonstra que boa parte do resíduo coletado de forma convencional,

40%, é resultado de matéria orgânica e 22% trata-se de rejeitos, somando um total

de 62%,não sendo recicláveis. O número elevado de rejeitos é impulsionado pelo

contato da matéria orgânica com matérias sensíveis à umidade como o papel, que

perde o seu valor comercial ao estar “sujo” (contaminado), a presença de restos

alimentícios gordurosos também impossibilita a reciclagem e a separação de

plásticos, vidros e metais. Além do mais os resíduos provenientes de higienização

pessoal também são classificados como rejeitos por apresentarem riscos biológicos

a saúde humana.

2.3.2 Coleta Seletiva

A coleta seletiva de RS é um sistema de recolhimento de materiais

recicláveis, tais como: papéis, plástico, vidros e metais. Estes materiais devem ser

coletados de maneira a separar materiais orgânicos, como restos de comida e poda

de árvores dos materiais recicláveis. No município de Fraiburgo a coleta seletiva

segue os seguintes passos:

II - COLETA SELETIVA

1) Coleta dos resíduos nas residências conforme rota determinada. Coleta

através do caminhão exclusivo da coleta seletiva e pelos catadores

cadastrados;

2) Entrada na unidade de saneamento ambiental SANEFRAI;

3) Pesagem do caminhão na balança;

4) Pesagem do material coletado pelos catadores através de balança de

chão;

5) Descarregamento dos resíduos na moega de entrada da usina;

6) Abertura dos sacos e sacolas de acondicionamento;

7) Separação na esteira conforme tipo de material;

8) Acondicionamento do material reciclado nas bombonas;

9) Encaminhamento das bombonas para a prensagem;

10) Prensagem do material para a confecção dos fardos;

11) Separação dos fardos conforme classificação dos materiais;

Page 40: Tcc Gabriel Ferreira

40

12) Comercialização do material reciclado (SANEFRAI, 2012).

A participação da população é de extrema importância para o sucesso do

sistema. Segundo Barros (2012) em um primeiro momento de conscientização da

população deve-se orientar no intuito de haver uma separação entre secos e

molhados. À medida que o tempo passa a sociedade vai aprendendo a lidar com

esta situação, podendo ir sofisticando as condições de coleta, aumentando-se o

número de categorias a serem separadas, visando facilitar ainda mais a separação,

aumentando com isso o potencial de aproveitamento.

Para que fosse implantado o Plano Gerenciamento de Resíduos Sólidos de

Fraiburgo, tornou-se necessária a execução de ações que permitam operações

visando o gerenciamento. Para tanto a SANEFRAI iniciou as atividades com o

programa de coleta seletiva (figura 12) e a construção da usina de triagem de

resíduos sólidos.

Figura 12 - Folder explicativo da coleta seletiva, distribuído para a população

Fonte: SANEFRAI, 2012

Page 41: Tcc Gabriel Ferreira

41

Após a aplicação da metodologia para a determinação da composição

gravimétrica da amostragem proveniente da coleta seletiva,os valores obtidos

formam um indicativo da que a prática é válida, pois auxilia na melhor destinação

dos resíduos recicláveis. Tal separação além de possibilitar a reciclagem desses

materiais, facilita o trabalho na usina de triagem e na destinação do resíduo no

aterro sanitário e ainda evita que materiais que possuem valores de mercado como:

papel, plástico, alumínio, metais diversos e vidros sejam descartados de forma

incorreta.

Figura 13 – Resultados das frações gravimétricas en contradas na coleta seletiva realizada no

município de Fraiburgo

Fonte: FERREIRA, 2013)

A figura 13 aponta um grande percentual de materiais recicláveis na coleta

seletiva, sinal que as campanhas realizadas pela SANEFRAI durante o ultimo ano

surtiram efeito. Ainda que demande de um aporte maior em termos de estrutura e

divulgação, a coleta seletiva tem demonstrado ser um instrumento eficiente para a

8%

14%

3%

8%

4%

2%8%

7%5%

14%

20%

7%Papel

Papelão

Tetrapack

Plástico

PET

Alumínio

Vidro

Metal Ferroso

Têxteis

Mat. Org.

Rejeitos

Outros

Page 42: Tcc Gabriel Ferreira

42

gestão dos resíduos sólidos no município. Os resultados demonstram um

significativo percentual de materiais recicláveis com valores econômicos

significativos, itens papel e papelão somados atingem o valor de 22% da

amostragem, o que aponta que esse material tem uma boa frequência na geração

de resíduos do munícipe. O plástico (8%) também apresentou um valor significativo

juntamente a metais ferrosos (7%).

2.3.3 Coleta convencional versus seletiva

Nas figuras 11 e 13, são exibidos os resultados do presente estudo com a

determinação gravimétrica realizado para a coleta convencional e a coleta seletiva.

A análise das informações entre os resíduos de cada coleta apontam mudanças

significativas entre os resultados.

A matéria orgânica apresenta uma redução de 26% em comparativo entre a

coleta convencional (40%) e seletiva (14%), itens recicláveis ficam aparentes na

coleta seletiva em relação à convencional, conforme o quadro abaixo:

Tabela 4 – Comparativo das análises gravimétricaent re a coleta convencional e a seletiva de

RSU do município de Fraiburgo

COLETA

CONVENCIONAL

FRAÇÃO

GRAVIMÉTRICA

COLETA SELETIVA FRAÇÃO

GRAVIMÉTRICA

Papel 5% Papel 8%

Papelão 4% Papelão 14%

Tetrapack 1% Tetrapack 3%

Plástico 5% Plástico 8%

PET 1% PET 4%

Alumínio 1% Alumínio 2%

Vidro 3% Vidro 8%

Metal Ferroso 6% Metal Ferroso 7%

Têxteis 4% Têxteis 5%

Mat. Org. 40% Mat. Org. 14%

Rejeitos 22% Rejeitos 20%

Outros 8% Outros 7%

Fonte: FERREIRA, 2013

Page 43: Tcc Gabriel Ferreira

43

Os itens papel, papelão, tetrapack, plástico, PET, alumínio, vidro e metal

ferroso apresentaram maiores concentrações na coleta seletiva, o que demonstra a

efetividade na atividade de separação dos itens. Como reflexo a melhor destinação

final e acomodação dos resíduos sólidos urbanos pode ser realizada. Vale ressaltar

que o item alumínio é amplamente reciclado, inclusive em residências consideradas

de classe média, o que resulta na baixa frequência de aparecimento neste estudo.

Os itens rejeitos (papel higiênico, papel molhado, fraldas, absorventes

etc.)outros (borracha, isopor, madeira natural, madeira processada, resíduos

tecnológicos – pilhas, lâmpadas, informática e PVC) e têxteis (roupas, panos e

retalhos) obtiveram resultados similares nos dois levantamentos.

A reciclagem dos materiais é uma atividade de grande interesse, pois gera

emprego e renda, além da contribuição ambiental para toda uma sociedade. A

prática de reciclagem economiza matérias primas “in natura”, gerando diminuição no

consumo de água, otimizando desta maneira a vida útil dos recursos hídricos e

produzindo elevação na eficiência energética (NAIME, 2005).

Figura 14 – Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na coleta convencional realizada no município de Fraiburgo

Fonte: FERREIRA, 2013

26%

61%

4%

9%

Recicláveis

Orgânicos + Rejeito

Têxteis

Outros

Page 44: Tcc Gabriel Ferreira

44

Um dos principais objetivos desse estudo era evidenciar a fração reciclável da

fração orgânica dos resíduos sólidos do município de Fraiburgo. Na coleta

convencional apenas 26% (papel, plástico, tetrapack, papelão, PET, alumínio vidro e

metal ferroso) dos resíduos após a triagem poderiam ser encaminhados para a

reciclagem, outros 61% tratavam-se de resíduos orgânicos + rejeitos, 4% têxteis e

9% outros (borracha, isopor, madeira natural, madeira processada, resíduos

tecnológicos – pilhas, lâmpadas, informática e PVC).Condição que demonstra um

percentual muito baixo de materiais com possibilidade de reciclagem presente na

coleta convencional.

Já na coleta seletiva os papéis se invertem, corroborando os bons resultados

da coleta seletiva realizada no município, onde o percentual de material com

possibilidade de reciclagem alcança o valor de 54%, frente 34% de matéria orgânica

+ rejeitos. Completam esse levantamento os percentuais de 5% para têxteis e 7%

para outros, valores que se mantiveram nas duas amostragens.

Figura 15 – Resultados das frações recicláveis/biodegradáveis encontradas na coleta seletiva realizada no município de Fraiburgo

Fonte: FERREIRA, 2013

54%34%

5%

7%

Recicláveis

Orgânicos + Rejeito

Têxteis

Outros

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45

É possível visualizar essa diferença na figura a seguir, a qual realiza um

comparativo entre as duas amostragens.

Figura 16 – Comparativo entre os resultados das frações gravimétricas recicláveis/biodegradáveis encontradas nas coletas convencional e seletiva realizada no município de Fraiburgo

Fonte: FERREIRA, 2013

Neste contexto a operação da Usina de Triagem de Resíduos, localizada na

Unidade de Saneamento Ambiental – Jardim América, no final da Av. Caçador, se

torna imprescindível para a remoção destes materiais (recicláveis) que aumentam

em geração na coleta de resíduos sólidos.

Um aspecto que chamou a atenção foi a grande presença de resíduos têxteis

(roupas velhas, retalhos, panos e estopas) que apresentaram percentuais 4% (coleta

convencional) e 5% (coleta seletiva), os quais ambiental e visualmente são

impactantes. Pela NBR 10.004/2004 (ABNT, 2004), os resíduos têxteis são

classificados como resíduos sólidos, de classe II A – não inertes, que podem

apresentar propriedades tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou

solubilidade em água. Os resíduos têxteis podem ser reutilizados ou reciclados

quase que em sua totalidade, desde que não sofram contaminações durante a sua

utilização. Se contaminados com óleo de máquina, por exemplo, passam a ser

26%

61%

4%

9%

54%

34%

5%7%

Recicláveis Orgânicos + Rejeito Têxteis Outros

Coleta Convencional Coleta Seletiva

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46

classificados como resíduos sólidos de classe I – perigoso, que são aqueles que

apresentam riscos à saúde pública, provocando ou acentuando um aumento da

mortalidade ou da incidência de doenças ou riscos ao meio ambiente, ainda mais

quando o resíduo é manuseado ou destinado de forma inadequada. Estes resíduos

podem apresentar uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade,

reatividade, toxicidade ou patogenicidade. Um retalho de tecido contaminado e

descartado em um recipiente com resíduos limpos contamina-os em sua totalidade,

o que impede a reutilização e a reciclagem (CNTL, 2009).

As fibras têxteis que originam os tecidos possuem composições variadas e se

classificam em dois grupos: naturais e artificiais. As naturais são retiradas da

natureza e podem ser de origem animal, vegetal ou mineral e, as artificiais, podem

ser proteínicas, celulósicas ou sintéticas. Dentre estas, há as que são tratadas como

fibras orgânicas e/ou sustentáveis. De acordo com os tipos de fibras e processos de

beneficiamento, com que os tecidos são produzidos, a reciclagem, o tempo de

decomposição e os impactos ambientais são diferentes (E-FABRICS, 2012).

O estudo aponta que é possível atingir o sucesso se houver uma entrada

constante de resíduos, fator que geralmente não se alcança somente com a coleta

seletiva, dessa maneira são necessários manter os procedimentos em que todas as

cargas de resíduos passam pela triagem. Vale ressaltar que isso se torna

necessário, devido aos costumes a anos praticados, e que mesmo com a

implantação de um programa sólido que informe, e constantemente relembre a

população da importância da segregação do material nas residências, leva-se um

período considerável para tornar a separação um hábito, que somente será atingido

por boas práticas de educação ambiental

2.3.4 Comparativos com os dados de 2009/2010

Nos últimos anos o município de Fraiburgo vem realizando um completo

levantamento de dados em relação ao gerenciamento de resíduos sólidos (Anexo

1), o resultado desse trabalho foi à implantação de um aterro sanitário no município,

além de uma usina de triagem de materiais. Contudo, o município de Fraiburgo

apresentou um crescimento na geração de resíduos sólidos urbanos, que ficou

evidenciado pelos inventários realizados nos anos de 2009 e 2010, quando houve

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47

uma ampliação da área de abrangência da coleta. A partir desse inventário

quantitativo realizado, foi possível determinar uma composição gravimétrica

preliminar onde os percentuais estimados de cada resíduo, de acordo com as

amostragens realizadas, apresentaram os seguintes resultados:

Figura 17 – Composição gravimétrica estimada pela S ANEFRAI de acordo com os inventários de RSU realizados entre 2009 e 2010

Fonte: SANEFRAI, 2012 adaptado por FERREIRA, 2013

A identificação de tal dado é importante para realizar um quadro comparativo

entre a determinação preliminar de 2009/2010 com estudo aqui evidenciado

realizado.

É importante ressaltar que as diferenças são causadas em função de que em

2009/2010 a coleta seletiva estava em seu início. Porém os resultados tornam

evidente o aumento de materiais recicláveis encontrados e uma diminuição de

resíduos orgânicos, evidenciando novamente a importância da campanha e da sua

eficiência ao longo dos últimos três anos.

13%

16%

3%

2%

55%

11%

Papel/Papelão

Plástico

Vidro

Metal

Materia Orgânica

Rejeitos

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Figura 18 – Comparativo entre a composição gravimét rica estimada pela SANEFRAI e os

resultados da composição gravimétrica da coleta sel etiva em 2013

Fonte: FERREIRA, 2013

Outros dados relevantes levantados pela SANEFRAI apontam que em 2011,

a média da produção per capita diária de resíduos sólidos na área urbana foi de

0,57 kg/hab.d, variando para mais ou para menos conforme o mês, sendo que a

massa específica média do rejeito solto, constatada, é de 0,50t/m³.

Importante salientar, que através do programa de coleta seletiva, já

implantado no município, todos os resíduos coletados, seja da coleta seletiva ou

convencional, são encaminhados a usina de triagem, sendo responsabilidade da

concessionária o seu processamento, diminuindo significativamente a quantidade de

resíduos recicláveis destinados ao aterro sanitário.

2.3.5 Características da região de estudo

Fraiburgo é uma cidade catarinense situada no meio-oeste do estado. A

posição geográfica da cidade é 27° 15 ′ 51’’ S e 50° 30 ′ 26’’ W e sua altitude é de

34%

55%

11%

54%

34%

12%

Recicláveis Mat. Org + Rejeitos Outros * (têxteis)

2009/2010 (Inventário de RSU) 2013 ( Coleta Seletiva)

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49

1048 metros acima do nível do mar. Sua população é de cerca de 34.555 habitantes

(IBGE, 2010). Porém este número varia sazonalmente devido aos trabalhadores

temporários (cerca de 10.000) que vão a cidade durante o período de safra da maçã

(de janeiro a abril).

Figura 19 – Localização do município de Fraiburgo n o espaço territorial catarinense

Fonte: Brantd, 2007

O município possui um relevo suavemente ondulado, variando até fortemente

ondulado. Os solos predominantes são o Cambissolo; a Terra Bruna Estruturada,

intermediária para terra roxa estruturada distrofia; e o Latossolo Bruno, intermediário

para Latossolo Roxo Álico. O clima é temperado e devido a sua altitude, o município

apresenta baixas temperaturas durante a maior parte do ano. No inverno, as

temperaturas vão de -5°C na relva e no verão marcam até 35°C (Prefeitura

Municipal de Fraiburgo, 2013)

A agricultura se tornou a base econômica da cidade juntamente com a

indústria do papel, celulose e móveis produzidos com madeiras de reflorestamento.

2.3.6 Componentes do processo de gestão de resíduos urbanos em Fraiburgo

A Autarquia Municipal de Saneamento de Fraiburgo – SANEFRAI é

responsável pelo Abastecimento Público de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto,

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50

drenagem pluvial urbana e desde 2009, a mesma tem a responsabilidade pela

coleta, transporte, tratamento e disposição final de Resíduos Sólidos Urbanos,

referente ao município de Fraiburgo.

A execução dos serviços de coleta de resíduos sólidos é realizada por

empresa terceirizada (ENGELIX LIMPEZA URBANA), contratada por processo

licitatório de prestação de serviços, cuja titularidade do serviço compete a

SANEFRAI.

Nos anos anteriores, todos os resíduos sólidos urbanos gerados no Município

de Fraiburgo eram coletados sem separação, compactados por equipamento

específico e transportados até o aterro sanitário municipal. Os mesmos eram

pesados através de uma balança para 40 toneladas existente na unidade de

saneamento ambiental, onde se localiza a usina de triagem. Vale destacar que todos

os resíduos coletados sempre foram pesados.

2.3.6.1 Caracterização do aterro sanitário

O aterramento sanitário é o método de destinação final que reúne as maiores

vantagens. Para ser considerada uma disposição adequada de resíduos o aterro

sanitário deve ter seu solo previamente impermeabilizado, impossibilitando desta

maneira a contaminação do lençol freático, possuindo tratamento do chorume e

drenos para aproveitamento ou queima do metano (SANEFRAI, 2012).

A área designada para o aterro sanitário municipal foi desapropriada e é

conhecida como Fazenda Rocha. Localiza-se na área rural, km 5, a5,5 km do centro

do município. Seu acesso é por uma estrada sem pavimentação, pelo Bairro Jardim

América, no qual se localiza também a usina de triagem. O terreno faz divisa com:

Frente: Estrada Municipal; Fundos: Arthur Rocha; Lado Direito: José Batista de

Oliveira; Lado Esquerdo: Cecília Rocha Alves Bueno (SANEFRAI, 2012).

O aterro se localiza na Microbacia Hidrográfica do Rio Canoas, na Sub-bacia

do Arroio da Barra. Este terreno não era utilizado com fins lucrativos, como

agricultura ou atividade industrial, ele possuía apenas vegetação rasteira (gramíneas

e capoeiras) nas áreas em que foram implantadas as novas células. Nas demais há

mata nativa, a qual será preservada e está em processo de averbação, além de

trechos que poderão ser utilizados para expansão futura. O terreno também possui

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duas nascentes em que as Áreas de Preservação Permanentes não sofreram

quaisquer modificações e sendo agregadas a Reserva Legal (SANEFRAI, 2012).

A economia operacional do aterro sanitário provém de duas cascalheiras

localizadas próximo as reservas legais e de um trecho do terreno sem vegetação

que possui solo argiloso, os quais fornecem material suficiente para

impermeabilização de base, cobertura intermediária e para cobertura final

(SANEFRAI, 2012).

Figura 20 - Caminhão equipado com poliguindaste, re sponsável pelo transporte dos rejeitos da usina de triagem até o aterro sanitário municipal

. Fonte : Sanefrai, 2012

2.3.6.2 Usina de Triagem

A Usina de Triagem de Resíduos Sólidos é responsável pelo recebimento,

separação, classificação, comercialização e transbordo dos rejeitos de resíduos

sólidos gerados pela usina até os veículos disponibilizados pela SANEFRAI para

destinação final junto ao aterro sanitário do município (SANEFRAI, 2012).

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Figura 21 - Usina de Triagem

Fonte: SANEFRAI, 2012

Sua configuração possui uma área de transbordo, com uma moega de

entrada concebida em concreto usinado, para disposição dos resíduos, onde por

uma diferença de desnível faz com os mesmos cheguem até a área de segregação

por gravidade (figura 7). Na área de segregação se encontra a esteira separadora,

equipamento que permite a regulagem de velocidades para a melhoria na

produtividade de separação dos resíduos sólidos. Ela possui 14,0 m de

comprimento, altura de 1,0 m e largura de 0,80 m, confeccionada sobre rolo motriz

com diâmetro de 400 mm apoiado sobre mancais e roletes de apoio para

deslizamento da correia principal. Possui estrutura metálica galvanizada, com

pintura, aumentando à resistência a corrosão provocada pela variação de pH dos

resíduos sólidos (SANEFRAI, 2012).

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53

Figura 22 - Local de recebimento dos resíduos (moeg a) e esteira separadora

Fonte: SANEFRAI, 2013

Após passarem pela esteira os resíduos são separados conforme sua

classificação e encaminhados para as baias de segregados para serem prensados

na prensa hidráulica.

Figura 23 - Prensa hidráulica

Fonte: SANEFRAI, 2012

Os resíduos que não forem classificados são denominados de rejeito

(constituído em grande parte por matéria orgânica e resíduos contaminados), onde

para esta classe há no final da linha da esteira de separação um fosso de

descarregamento que encaminha os resíduos para caçambas que após estarem

preenchidas, são encaminhadas para o Aterro Sanitário Municipal pela SANEFRAI

(SANEFRAI, 2012).

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54

Destaca-se aqui que alguns materiais, mesmo em contato com algum tipo de

contaminante ainda possuem mercado, como é o caso das embalagens plásticas de

supermercado e sacos de adubos e ração, estes últimos muito utilizados em nossa

região em função das granjas e verticais existentes, e, portanto não devem ser

considerados como rejeito (SANEFRAI, 2012).

2.3.7 Educação Ambiental

A educação ambiental está relacionada com práticas e estudos que visem o

entendimento e preservação do meio ambiente, seja esse qual for, já que contexto

pode se alterar dependendo da situação proposta. A educação ambiental veio a se

tornar lei em 27 de Abril de 1999:

A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. (A Lei N° 9.795 – Lei da Educação Ambiental , Art. 2°)

A educação ambiental pode ser usada para avaliar a degradação do ambiente

de uma região, pois desponta como arma na defesa do meio ambiente, ajudando o

homem a garantir um futuro com qualidade de vida, já que a mesma desperta maior

responsabilidade nos indivíduos em questão (OKAMOTO, 2002).

Além do mais serve para conscientizar a população da importância da

reciclagem e da coleta seletiva . A Educação Ambiental Segundo os Parâmetros

Curriculares Nacionais (ABREU,1997, p. 19) que diz: “ Á medida que a humanidade

aumenta sua capacidade de intervir na natureza para sua satisfação de

necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto ao uso do

espaço e dos recursos em função da tecnologia disponível”, isto amplia ainda mais o

contexto e a importância da Educação Ambiental na transformação da sociedade.

Dessa maneira as duas formas mais comuns de Educação Ambiental podem

ser abordadas e trabalhadas; Formal que é um processo institucionalizado que

ocorre nas unidades de ensino; Informal se caracteriza por sua realização fora do

meio acadêmico, envolvendo flexibilidade de métodos e de conteúdos e um público

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55

alvo muito variável em suas características (faixa etária, nível de escolaridade, nível

de conhecimento da problemática ambiental, etc.).

A contribuição do melhor uso da educação ambiental virá em forma de

aumento da assiduidade na realização da coleta seletiva e na conscientização e

politização dos munícipes.

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56

3 CONCLUSÃO

O estudo atual revela uma diminuição na fração percentual para matéria

orgânica na coleta seletiva de resíduos sólidos em comparativa com a coleta

convencional realizada no município de Fraiburgo, a diferença ficou 40% na

convencional para 14% na seletiva, tal resultado pode ser um indicativo de aumento

da adesão ao programa de coleta seletiva, tendo em vista que os materiais

recicláveis, ao invés de descartados junto aos resíduos úmidos são segregados e

dispostos para a coleta diferenciada. Esta condição faz com que aumente a fração

percentual de resíduos recicláveis presentes em ambas as coletas.

Chama a atenção o aumento significativo da fração percentual de

papel/papelão em comparativo com os dados disponíveis de 2009/2010, de 13%

(2009/2010) para 22% (2013). O total de material reciclável geral também

apresentou um aumento significativo na comparação com os anos anteriores,

passando de 34% em 2009/2010 para 54% em 2013, no comparativo cronológico

também houve a redução da matéria orgânica+rejeitos, que diminuiu de 55% para

34%.

Fato de que também chamou a atenção foi à presença excessiva de resíduos

têxteis, apesar do mesmo ser um material que pode ser reutilizável, este não é

aproveitado, tendo em vista sua origem e a forma de descarte. Quantitativamente os

resíduos têxteis são em média 4,5% do resíduo urbano total gerado em Fraiburgo,

valor muito maior que outros itens comumente dispersos na categoria chamada

outros.

O aumento do percentual relativo aos materiais recicláveis provavelmente

está associado a uma postura do munícipe mais regular em relação à aderência ao

programa de coleta seletiva do município, o que corrobora com a justificativa acima

citada em relação ao material orgânico destinado à coleta.

Frente aos resultados apresentados, e também, para corroborar as

informações da coleta de resíduos, pode-se concluir que o programa de coleta

seletiva é uma política pública adequada e produz resultados positivos para a

minimização dos impactos ambientais com o consequente aumento de vida útil do

aterro. No entanto, cabe ressaltar que são necessárias medidas pontuais para

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57

intensificar atividades de educação ambiental em determinados setores, tendo em

vista resultados não favoráveis na coleta seletiva.

Já a reciclagem de materiais e artigos de vestuário pode ser feita de forma a

envolver a reutilização dos resíduos de modo a evitar que estes sejam enviados a

aterros sanitários. A maior parte dos itens descartados pode ser doada, pois a

reutilização das peças de roupas pode ser canalizada para famílias carentes através

de campanhas com postos estratégicos de recolhimento, o que é economicamente

viável e tem efeito de conscientização ambiental e socioeconômica.

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PESSIN, N. CONTO, S. M. TELH, M. CADORE, J. BOFF, R. E. ROVATTI, D. Composição gravimétrica de resíduos sólidos urbanos : estudo de caso - município de Canela - RS. XXXI Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental.Puntadel Este - Uruguai, 2006. SANEFRAI, Projeto do aterro sanitário de resíduos sólidos urb anos do município de Fraiburgo/SC, 2012 SANTA CATARINA (Estado). LEI Nº 13.557, de 17 de novembro de 2005 Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e ado ta outras providências. Disponível em<http://www.carvaomineral.com.br/abcm/meioambiente/legislacoes/bd_carboniferas/residuo/lei_estadual_13557-2005.pdf> Acesso em 8 abr. 2013. SANTOS, G.G. Análise e perspectivas de alternativas de destinaçã o dos resíduos sólidos urbanos: o caso da incineração e da disposição em aterros. Disponível em: <https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:CXjvb2RS3w4J:www.getres.ufrj.br/pdf/guilherme_santos.pdf+caracteriza%C3%A7%C3%A3o+dos+res%C3%ADduos+s%C3%B3lidos+urbanos+podem+(SANTOS,+2011).&hl=pt-BR&gl=br&pid=bl&srcid=ADGEEShkPdfcSTi9Es1LjCCUv6vfCrKCZnjVwZ294LUSpIc4x3HqY9WcGiS97auBssfg7B5XA3AFCnP__h-afZ65g6jJlbFQY20uYvvuN9fleP-59fAsxw-NyjpJ64IrsAXri0JQtgpB&sig=AHIEtbRjdBZ3LekLYomp7umXJqjipVaxkA> Acesso em 15 mar. 2013. SCHNEIDER, V. E. COSTA, S. D. BOTTEGA, M. MATTOS, M. GRASSELLI,S. CRUZ, D.A evolução da geração de resíduos sólidos no municí pio de Bento Gonçalves-RS no período de 1993 à 2001 . XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e AmbientalCancún, 2002. SOUZA, G. C. GUADAGNIN, M. R. Caracterização quantitativa e qualitativa dos resíduos sólidos domiciliares: o método de quarteam ento na definição da composição gravimétrica em Cocal do Sul-SC. 3º Seminário Regional Sul de Resíduos Sólidos. Anais. Caxias do Sul – RS, 2009. TAVARES, R. C. Composição gravimétrica: uma ferramenta de planejam ento e gerenciamento do resíduo urbano de Curitiba e regiã o metropolitana Curitiba . Dissertação (Mestrado em desenvolvimento e tecnologia)Programa Profissionalizante emDesenvolvimento de Tecnologia(PRODETEC) do Instituto de Tecnologiapara o Desenvolvimento (LACTEC) e doInstituto de Engenharia do Paraná (IEP). Curitiba – PR, 2007. TCHOBANOGLOUS, G. KREITH, F. HANDBOOK of solid waste management. 2º ed. Editora: Mcgraw-hill. New York – NY, 2002.

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APENDICE A

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CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 1ª SEMANA

18/03 Seg 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

19/03 Ter 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (1) da segunda-feira;

19/03 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

20/03 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (1 e 2) da terça-feira;

21/03 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

22/03 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (2) da quinta-feira;

CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 2ª SEMANA

26/03 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

27/03 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (3) da terça-feira;

27/03 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

28/03 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (3 e 4) da quarta-feira;

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CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 3ª SEMANA

03/04 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

04/04 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (4) da quarta-feira;

04/04 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

05/04 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (5 e 6) da quinta-feira;

05/04 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

06/04 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (5) da sexta-feira;

CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 4ª SEMANA

08/04 Seg 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

09/04 Ter 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (6) da segunda-feira;

11/04 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

12/04 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (7) da quinta-feira;

12/04 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

13/04 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (7 e 8) da sexta-feira;

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CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 5ª SEMANA

16/04 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

16/04 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

17/04 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (8) da terça-feira;

17/04 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (9 e 10) da terça-feira;

19/04 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

20/04 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (9) da sexta-feira;

CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 6ª SEMANA

24/04 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

24/04 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

25/04 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (10) da quarta-feira;

25/04 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (11 e 12) da quarta-feira;

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66

CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 7ª SEMANA

29/04 Seg 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

30/04 Ter 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (11) da segunda-feira;

02/05 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

02/05 Quin 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

03/05 Sex 08:00 - 17:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (13 e 14) da quinta-feira;

03/05 Sex 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (12) da quinta-feira;

CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 8ª SEMANA

07/05 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

07/05 Ter 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

08/05 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (15 e 16) da terça-feira;

08/05 Quar 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (13) da terça-feira;

10/05 Sex 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

11/05 Sáb 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (14) da sexta-feira;

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67

CRONOGRAMA DA COMPOSIÇÃO GRAVIMÉTRICA DOS RESIDUOS SÓLIDOS DATA HORA ATIVIDADES DA 9ª SEMANA

15/05 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta convencional ao longo do dia até preencher um tambor de 200L;

15/05 Quar 08:00 - 17:00 Retirar amostras dos caminhões da coleta seletiva do turno diurno e armazenar no tambor designado 1 e as amostras do período vespertino armazenar no tambor 2;

16/05 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta seletiva (17 e 18) da quarta-feira;

16/05 Quin 08:00 - 12:00 Realizar o quarteamento e a analise dos resíduos armazenados da coleta convencional (15) da quarta-feira;

COLETA SELETIVA AMOTRAS DATA BAIRROS PESO LIQ. CAMINHÃO

2 19/03/2013 TERÇA 1220

4 27/03/2013 QUARTA 2200

6 04/04/2013 QUINTA 1710

8 12/04/2013 SEXTA 1370

10 16/04/2013 TERÇA 2340

12 24/4/2013 QUARTA 1580

14 02/05/2013 QUINTA 2028

16 7/5/2013 TERÇA 1460

18 15/05/2013 QUARTA 1870

TOTAL --- 15778

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COLETA CONVENCIONAL AMOTRAS DATA BAIRROS PESO LIQ. CAMINHÃO

1 18/03/2013 SEGUNDA 27870

2 21/03/2013 QUINTA 14100

3 26/03/2013 TERÇA 22670

4 03/04/2013 QUARTA 15960

5 05/04/2013 SEXTA 22260

6 08/04/2013 SEGUNDA 28590

7 11/04/2013 QUINTA 12880

8 16/04/2013 TERÇA 19840

9 19/04/2013 SEXTA 22960

10 24/04/2013 QUARTA 14760

11 29/04/2013 SEGUNDA 27030

12 02/05/2013 QUINTA 18700

13 07/05/2013 TERÇA 24800

14 10/05/2013 SEXTA 18990

15 15/05/2013 QUARTA 17760

TOTAL --- 309170

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69

ANEXOS

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PROJETO DO ATERRO SANITÁRIO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

URBANOS DO MUNICÍPIO DE FRAIBURGO/SC

Outubro 2012

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1. MEMORIAL DESCRITIVO

1.1 Informações cadastrais

Empresa responsável pelo empreendimento: Autarquia Municipal de Saneamento de

Fraiburgo – SANEFRAI

CNPJ: 06.017.932/0001-23

REG. CREA-SC: 113844-0

Endereço: Rua Nereu Ramos, n° 1061, Centro, Fraibur go/SC, CEP: 89580-000

Telefone: (49) 3246.0160 / Fax: (49) 3246.1868

A Autarquia Municipal de Saneamento de Fraiburgo – SANEFRAI, a partir de

sua reestruturação, se apresenta conforme preconiza a Lei 11.445/07, conhecida

como “Lei do Saneamento”, pois a mesma é responsável pelo Abastecimento

Público de Água, Coleta e Tratamento de Esgoto, Drenagem Pluvial Urbana e

Coleta, Transporte, Tratamento e Disposição Final de Resíduos Sólidos Urbanos,

referente ao município de Fraiburgo.

Profissionais responsáveis pelo projeto:

Débora Peliser – Engenheira Sanitarista e Ambiental – Responsável Técnica da

SANEFRAI – CREA-SC: 112343-2

Roberto de Carvalho Côrrea – Diretor de Águas e Saneamento da SANEFRAI

1.2 Resíduos a serem dispostos no aterro sanitário

Os resíduos sólidos dispostos no aterro sanitário são todos os resíduos

comuns, provenientes das atividades de origem doméstica, comercial, de serviços,

de varrição e do poder público municipal, os quais se enquadram ao item 34.41.00

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72

da Resolução Consema 03/2008, “Tratamento e/ou disposição de Resíduos Sólidos

Urbanos em Aterros Sanitários”.

Os percentuais estimados de cada resíduo, de acordo com as amostragens

realizadas, através do método de quarteamento, entre os anos de 2009 e 2010 são

os seguintes:

- PAPEL / PAPELÃO = 13%

- PLÁSTICO = 16%

- VIDRO = 2,7%

- METAL = 1,7%

- MATERIA ORGÂNICA = 55,3%

- REJEITOS = 11,3%

Importante salientar, que através do programa de coleta seletiva, já

implantado no município, todos os resíduos coletados, seja da coleta seletiva ou

convencional, são encaminhados a usina de triagem, sendo responsabilidade da

concessionária o seu processamento, diminuindo significativamente a quantidade de

resíduos recicláveis destinados ao aterro sanitário.

Em 2011, a média da produção per capita diária de resíduos sólidos na área

urbana foi de 0,57 kg/hab.d, variando para mais ou para menos conforme o mês,

sendo que a massa específica média do rejeito solto, constatada, é de 0,50t/m³.

Conforme dados coletados e organizados junto à balança, os quais geram os

manifestos de pesagem coletados diariamente pela SANEFRAI, segue abaixo o

inventário dos resíduos sólidos coletados nos últimos anos:

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I – Ano de 2006

Quadro 1 -Inventario dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2006 .

Ano 2006 Valores Mensais em kg

Janeiro 446.900

Fevereiro 412.120

Março 406.760

Abril 371.720

Maio 404.720

Junho 413.420

Julho 396.110

Agosto 389.070

Setembro 430.672

Outubro 472.274

Novembro 317.940

Dezembro 430.672

TOTAL 4.892.378

Gráfico 01 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2006 (kg

Quantidade de Resíduos gerados em 2006

050.000

100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000450.000500.000

Jane

iro

Fever

eiro

Mar

çoAbr

ilM

aio

Junh

oJu

lho

Agosto

Setem

bro

Outub

ro

Novem

bro

Dezem

bro

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74

II – Ano de 2007

Quadro 2 -Inventario dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2007.

Ano 2007 Valores Mensais em kg

Janeiro 434.630

Fevereiro 420.680

Março 422.820

Abril 393.220

Maio 396.640

Junho 409.750

Julho 425.790

Agosto 431.140

Setembro 403.840

Outubro 487.960

Novembro 470.490

Dezembro 459.730

TOTAL 5.156.690

Gráfico 02 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2007.

Quantidade de Resíduos gerados em 2007

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

Jane

iro

Fevere

iro

Març

oAbr

ilMaio

Junh

oJu

lho

Agosto

Setem

bro

Outubro

Novem

bro

Dezem

bro

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75

III – Ano de 2008

Quadro 3 -Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2008.

Ano 2008 Valores Mensais em kg

Janeiro 454.580

Fevereiro 394.230

Março 423.350

Abril 385.970

Maio 406.145

Junho 426.320

Julho 386.110

Agosto 416.810

Setembro 408.990

Outubro 446.370

Novembro 456.130

Dezembro 448.580

TOTAL 5.053.585

Gráfico 03 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2008.

Quantidade de Resíduos gerados em 2008

340.000

360.000

380.000

400.000

420.000

440.000

460.000

480.000

Jane

iro

Fevere

iro

Março

Abril

MaioJu

nho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembr

o

Dezembr

o

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76

IV – Ano de 2009

Quadro 4 - Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2009.

Ano 2009 Valores Mensais em kg

Janeiro 448.000

Fevereiro 449.360

Março 453.450

Abril 407.440

Maio 408.410

Junho 416.490

Julho 428.820

Agosto 432.750

Setembro 356.480

Outubro 398.940

Novembro 448.440

Dezembro 462.250

TOTAL 5.110.830

Gráfico 04 – Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2009.

Quantidade de Resíduos gerados em 2009

050.000

100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000450.000500.000

Jane

iro

Fevere

iro

Março

Abril

MaioJu

nho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembr

o

Dezembr

o

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77

V - Ano de 2010

Quadro 5 - Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2010

Ano 2010 Valores Mensais em kg

Janeiro 545.860

Fevereiro 552.200

Março 468.270

Abril 494.920

Maio 520.010

Junho 508.700

Julho 499.930

Agosto 526.470

Setembro 512.040

Outubro 481.560

Novembro 494.480

Dezembro 524.920

TOTAL 6.129.360

Gráfico 05 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2010.

Quantidade de Resíduos gerados em 2010

420.000

440.000

460.000

480.000

500.000

520.000

540.000

560.000

Jane

iro

Fevere

iro

Março

Abril

MaioJu

nho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembr

o

Dezembr

o

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78

VI - Ano de 2011

Quadro 6 - Inventário dos Resíduos Sólidos Urbanos de Fraiburgo no ano de 2011.

Ano 2011 Valores Mensais em kg

Janeiro 474.160

Fevereiro 655.410

Março 528.690

Abril 564.045

Maio 567.210

Junho 550.550

Julho 536.520

Agosto 568.610

Setembro 535.100

Outubro 560.820

Novembro 526.080

Dezembro 520.210

TOTAL 6.587.405

Gráfico 06 –Quantidade de Resíduos Sólidos Urbanos gerados em 2011.

Quantidade de Resíduos gerados em 2011

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

Jane

iro

Fevere

iro

Março

Abril

MaioJu

nho

Julho

Agosto

Setembro

Outubro

Novembr

o

Dezembr

o