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IBMEC Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais Unidade Centro MBA EXECUTIVO EM GESTÃO DE PROJETOS TRABALHO FINAL DE CONCLUSÃO DO CURSO DE MBA EM GESTÃO DE PROJETOS SELEÇÃO ESTRATÉGICA DE PROJETOS ANÁLISE DA METODOLOGIA DO SISTEMA FIRJAN FERNANDO LUIZ RUSCHEL MONTERA Matrícula nº: 210027956 Orientador: Prof. Guilherme Hoffmann Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2016

TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

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Page 1: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

IBMEC

Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais

Unidade Centro

MBA EXECUTIVO EM

GESTÃO DE PROJETOS

TRABALHO FINAL DE CONCLUSÃO DO

CURSO DE MBA EM GESTÃO DE PROJETOS

SELEÇÃO ESTRATÉGICA

DE PROJETOS ANÁLISE DA METODOLOGIA DO

SISTEMA FIRJAN

FERNANDO LUIZ RUSCHEL MONTERA

Matrícula nº: 210027956

Orientador: Prof. Guilherme Hoffmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2016

Page 2: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

IBMEC

Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais

Unidade Centro

MBA EXECUTIVO EM

GESTÃO DE PROJETOS

TRABALHO FINAL DE CONCLUSÃO DO

CURSO DE MBA EM GESTÃO DE PROJETOS

SELEÇÃO ESTRATÉGICA

DE PROJETOS ANÁLISE DA METODOLOGIA DO

SISTEMA FIRJAN

_______________________________________

FERNANDO LUIZ RUSCHEL MONTERA

Matrícula nº: 210027956

Orientador: Prof. Guilherme Hoffmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2016

Page 3: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

FERNANDO LUIZ RUSCHEL MONTERA

SELEÇÃO ESTRATÉGICA DE PROJETOS

ANÁLISE DA METODOLOGIA DO SISTEMA FIRJAN

Trabalho Final apresentado ao Curso de MBA Executivo em Gestão de

Projetos do Ibmec Business School como parte dos requisitos para

atendimento da resolução nº 1 do Conselho Nacional de Educação, de 08

de junho de 2007.

Orientador: Prof. GUILHERME HOFFMANN

Aprovado em __/__/____

Parecer do Prof. ___________________________

Rio de Janeiro (RJ)

Novembro/2016

Page 4: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

As opiniões expressas neste trabalho são de responsabilidade do autor

Page 5: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

RESUMO

Este artigo tem como meta se debruçar sobre um assunto que se posiciona anteriormente ao

planejamento do próprio projeto, que é a seleção estratégica de projetos a serem desenvolvidos

por uma empresa. Para isso, o artigo irá inicialmente trazer uma visão geral sobre o que é

entendido como boas práticas para o estabelecimento de uma metodologia com este fim. Em

uma segunda etapa, será apresentada a metodologia de Gestão de Portfólio de Projetos do

Sistema FIRJAN, a qual tem exatamente o objetivo de estabelecer processos para a priorização

de projetos da empresa. Tendo estes dois pontos de vista, as considerações finais deste artigo

têm como finalidade levantar, de acordo com a visão do autor, possíveis pontos para melhoria

da metodologia do Sistema FIRJAN de acordo com as ideias explicitadas na primeira parte do

documento.

Palavras-Chave: Seleção de projetos; Planejamento estratégico; Metodologia

Page 6: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

ABSTRACT

This article aims to address a subject that is previously positioned to the planning of the project

itself, which is the strategic selection of projects to be developed by a company. For this, the

article will initially bring an overview of what is understood to be good practice to establish a

methodology for this purpose. In a second stage, it will be presented the methodology of Project

Portfolio Management of Sistema FIRJAN, which exactly aims to establish processes for

prioritizing the company projects. Having these two points of view, the final considerations of

this article is intended to raise, according to the author's view, possible points for improvement

of the Sistema FIRJAN methodology in accordance with the ideas explained in the first part of

the document.

Key words: Project selection; Strategic planning; Methodology

Page 7: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Entradas, Métodos e Saídas dos processos de priorização do Sistema FIRJAN ..... 10

Tabela 2. Pontos a serem abordados nos estudos técnicos do Processo de Levantamento ..... 11

Tabela 3. Regras e pesos para os critérios de qualidade .......................................................... 13

Page 8: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Nível de uso de um processo estruturado na seleção e priorização de projetos para o

portfólio no Brasil. ...................................................................................................................... 3

Figura 2. Processos para o Gerenciamento Estratégico de Projetos .......................................... 6

Figura 3. Exemplo de hierarquia de critérios/objetivos............................................................. 8

Page 9: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1

2. ORIENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A SELEÇÃO ESTRATÉGICA DE PROJETOS ..... 3

3. METODOLOGIA DO SISTEMA FIRJAN DE SELEÇÃO ESTRATÉGICA DE

PROJETOS ................................................................................................................................. 9

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 17

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 20

Page 10: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 1

1. INTRODUÇÃO

Uma das perguntas realizadas pelo PMSurvey1 é sobre o nível de alinhamento da estratégia

com o portfólio de projetos da empresa. O resultado desta enquete no Brasil, na pesquisa

realizada em 2014 por esta iniciativa, mostrou que 23% das empresas entrevistadas não

possuíam alinhamento e 45% nem sempre estavam alinhados.

Dos entrevistados, 32% consideram que sempre há alinhamento. Assim, a princípio, estas

empresas se planejaram para refletir sobre uma questão: de acordo com meus direcionamentos

estratégicos qual ou quais os projetos possuem uma relação custo-benefício mais apropriada

para o meu portfólio? Para responder esta pergunta, é considerado importante que a empresa

em questão, além de ter o planejamento estratégico bem definido, saiba determinar o que ela

considera como custos e o que é determinado como benefício (VARGAS, 2016).

Como um exemplo prático do reconhecimento dos ganhos trazidos pela implementação de uma

metodologia de seleção estratégica de projetos, será apresentado neste trabalho o caso do

Sistema FIRJAN. Esta instituição é uma entidade de classe representante das indústrias do

estado do Rio de Janeiro, atuando em todo o estado, e tem como missão “Promover a

competitividade empresarial, a educação e a qualidade de vida do trabalhador e da sociedade,

contribuindo para o desenvolvimento sustentável do estado do Rio de Janeiro” (Sistema

FIRJAN, 2016).

A empresa é formada por cinco organizações: Federação das Indústrias do Estado do Rio de

Janeiro – FIRJAN, Centro Industrial do Rio de Janeiro – CIRJ, Serviço Social da Indústria –

SESI, Serviço Nacional de aprendizagem Industrial – SENAI e o Instituto Euvaldo Lodi – IEL.

1 Criado no Brasil em 2003, o PMSurvey é uma iniciativa mundial de pesquisa realizada anualmente com diversas organizações sobre tópicos relacionados ao gerenciamento de projetos. (PMSurvey, 2016)

Page 11: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 2

A atuação do Sistema FIRJAN abrange diversas áreas, desde bem-estar e produtividade do

trabalhador, o ensino básico até o desenvolvimento tecnológico, educação profissional e

executiva (Sistema FIRJAN, 2016).

Reconhecendo que seus projetos variam em grande escala, tanto no porte quanto no nível de

complexidade, o Sistema FIRJAN justifica a implementação de uma metodologia de

gerenciamento de portfólio através da necessidade de que os projetos, desenvolvidos interna e

externamente, estejam alinhados com o Planejamento Estratégico da organização.

É sobre estas questões, referentes à seleção estratégica de projetos, que este artigo procura se

debruçar. O primeiro capítulo aborda sobre os levantamentos teóricos, as principais questões e

as justificativas que ressaltam a importância da seleção estratégica de projetos.

Em seguida, no segundo capítulo, descreve a metodologia proposta de gerenciamento de

portfólio do Sistema FIRJAN, detalhando os critérios estabelecidos para os processos de o

alinhamento e de monitoramento e controle da gestão de portfólio de projetos.

Por fim, e como conclusão, o terceiro capítulo traz as percepções do autor sobre a metodologia

do Sistema FIRJAN e apresenta possíveis aprimoramentos para a mesma.

Page 12: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 3

2. ORIENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A SELEÇÃO

ESTRATÉGICA DE PROJETOS

Como já explicitado na Introdução deste documento, em pesquisa realizada no Brasil foi

constatado um baixo alinhamento da estratégia empresarial aos projetos desenvolvidos (PMI,

2014). Além deste resultado, cabe destacar também, com apresentado na Figura 1, que 45% das

empresas entrevistadas não possuem um processo de seleção e priorização de projetos.

Figura 1. Nível de uso de um processo estruturado na seleção e priorização de projetos para o

portfólio no Brasil.

Fonte: adaptado de PMI, 2014.

Esta mesma pesquisa constatou que menos da metade dos entrevistados afirma categorizar seus

projetos e que 81,3% das empresas não reavaliam continuamente o seu portfólio em relação

com a estratégia empresarial.

Page 13: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 4

Estes resultados, contudo, vão de encontro ao entendimento de que as estratégias empresariais

somente serão efetivadas com sucesso, caso sejam desenvolvidos os programas e projetos

corretos. De acordo com o Project Institute Management, no artigo nomeado de “The Project

Management Office: Aligning Strategy & Implementation”: “sem os projetos e programas

corretos para dar continuidade às metas empresariais, até as estratégias mais bem estruturadas

são fadadas a falir” (tradução livre).

No caso em que não há este alinhamento entre a estratégia da empresa e os projetos

desenvolvidos, é considerado necessário o desenvolvimento de um processo formal e

coordenado para garantir que os projetos desenvolvidos caminhem sempre focados nas metas

corporativas (AMA, 2016).

Nesse sentido, em estudo publicado em 2008 por Jennifer DyReys, entitulado ̃ Strategic Project

Management: Aligning Strategic Objectives with Project Management Strategy”, o autor

apresenta o reconhecimento na literatura sobre não apenas os benefícios como também alguns

modelos sobre como fazer este alinhamento.

Sob um ponto de vista diferente daquele apresentado pelo PMI, DeReys explicita que há autores

que acreditam na teoria de que a disfunção entre as estratégias de uma empresa e os projetos

desenvolvidos é a principal causa para altas taxas de projetos que falem. Pôde-se inferir, então,

que ao se realizar este alinhamento benefícios poderão ser sentidos na forma de redução de

projetos falidos na empresa.

De acordo com o PMI, no caso do Brasil, por exemplo, há um alto nível de projetos não

completos dentro do portfólio das empresas. Esse resultado foi apresentado pelo PMSurvey

2014, onde 60% das empresas entrevistas responderam que 25% ou mais dos projetos

desenvolvidos não foram concluídos.

Page 14: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 5

Outro benefício que merece destaque é a consideração de que a estruturação e implementação

de projetos que sejam mais orientados àquilo que a empresa se propõe fazer, na forma de suas

estratégias, é essencial para que a companhia obtenha ou mantenha suas vantagens

competitivas.

“(…) preencher as lacunas de integração entre o plano estratégico de

uma organização e sua implementação é essencial para atingir e manter

vantagens competitivas” (DeReys, 2008, tradução livre)

Como teorias destacam-se duas: a primeira desenvolvida por Heerkens e apresentada por

DeReys em seu estudo, a qual traz um entendimento sobre o termo “gerenciamento estratégico

de projetos” e as práticas para a aplicação do modelo; e o Processo de Análise Hierárquica

(AHP), o qual é descrito por Vargas no documento “Utilizando a Programação Multicritério

(Analytic Hierarchy Process – AHP) para Selecionar e Priorizar Projetos na Gestão de

Portfólio”.

De todo modo, antes de abordará este modelo é importante destacar, como apresentado na

citacão a seguir, o que DeReys explicita como bases necessárias para que o gerenciamento

estratégico de projetos seja bem-sucedido, englobando comunicação ampla, análise do valor

adicionado de cada projeto e implementação de projetos.

“Comunicar a estratégia para a toda a organização através de ações em

todos os níveis organizacionais para alinhar a cultura, políticas e

medidas da estratégia; analisar o possível valor potencial de cada

projeto, baseado nas avaliações sob o alinhamento aos objetivos e metas

da empresa; implementar projetos em cíveis níveis da empresa que

reflitam a visão da estratégia; e integrando uma grande variedade de

Page 15: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 6

lideres de gerenciamento de projeto, competências e capacidades no

contexto organizacional” (DeReys, 2008, tradução livre)

2.1 Modelo de Heerkens

O modelo define o gerenciamento estratégico de projetos a atuação coordenada de

procedimentos e ferramentas que conjuntamente criam correlações efetivas entre a estratégia

da empresa e a prática de gerenciamento de projetos (DeReys, 2008). A metodologia

apresentando usa métricas financeiras e não financeiras e é dividido em dois momentos.

De acordo com DeReys, como apresentado na Figura 2, é durante o primeiro momento que a

empresa deve definir as intenções estratégicas e metas de curto e longo prazo. Já para o segundo

momento estão compreendidos cinco processos para identificar, avaliar, comparar e selecionar

os projetos a serem desenvolvidos.

Figura 2. Processos para o Gerenciamento Estratégico de Projetos

Fonte: adaptado de DeReys, 2008.

Page 16: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 7

Como pode ser observado pelo esquema apresentado por DeReys em seu estudo, o segundo

momento tem como processo antecessores a definição de todo o planejamento estratégico da

empresa.

2.2 Modelo Analytic Hierarchy Process - AHP

O modelo AHP apresenta uma solução técnica para a seleção e priorização de projetos em um

ambiente em que estejam presentes diversos critérios considerados como pertinentes para o

atingimento da meta estratégica (Vargas, 2010). Este Processo de Análise Hierárquica (tradução

livre), tem como principal diferencial em relação a outros modelos a sua capacidade de trazer a

avaliação do nível qualitativo para o quantitativo:

“O AHP transforma as comparações, muitas vezes empíricas, em valores

numéricos que são processados e comparados. (..) Essa capacidade de

conversão de dados empíricos em modelos matemáticos é o principal

diferencial do AHP com relação a outras técnicas comparativas”

(Vargas, 2010).

Vargas apresenta que esta avaliação quantitativa se dá através do estabelecimento de pesos de

importância dada para cada um dos critérios de acordo com cada um dos projetos selecionados

para a análise. Posteriormente, é feito o cálculo da probabilidade que a alternativa tem de

atender a meta estabelecida.

Na Figura 3 está apresentada um detalhamento hipotético de como deve ser estruturada a análise

hierárquica.

Page 17: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 8

Figura 3. Exemplo de hierarquia de critérios/objetivos

Fonte: Vargas, 2010

Page 18: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 9

3. METODOLOGIA DO SISTEMA FIRJAN DE SELEÇÃO

ESTRATÉGICA DE PROJETOS

O Sistema FIRJAN vem passando por uma ampla reestruturação interna, sendo reavaliada toda

a estrutura da empresa, suas ações e processos. Como parte deste contexto, está em etapa de

validação a construção de uma metodologia única para a seleção de projetos, a qual foi nomeada

de “Gestão de Portfólio de Projetos”.

Os processos apresentados pela metodologia são: Macro Processo do Plano Estratégico;

Processos do Alinhamento; Processo do Monitoramento e Controle. A implementação destes

processos tem como mote gerenciar um conjunto de projetos como um só, esperando obter

através deles, principalmente:

o estabelecimento de seleção e priorização de projetos;

o desenvolvimento e suporte aos projetos;

o alinhamento dos projetos com as estratégias organizacionais;

o subsídio à tomada de decisões.

Incialmente, a metodologia proposta ressalta que a mesma não tratará do Macro Processo de

Planejamento Estratégico. O que é apresentado não definirá como o Plano Estratégico do

Sistema FIRJAN deve ser estabelecido, utilizando apenas os resultados trazidos por ele, por

isso este processo não é tratado na metodologia, fazendo parte, contudo, de todas as entradas

dos outros processos propostos.

A tabela a seguir apresenta as Entradas, Métodos e Saídas de todos os processos definidos pela

“Gestão de Portfólio de Projetos” do Sistema FIRJAN, sendo realizado, em seguida, um

detalhamento de cada um destes processos.

Page 19: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 10

Tabela 1. Entradas, Métodos e Saídas dos processos de priorização do Sistema FIRJAN

Fonte: adaptado de Sistema FIRJAN, 2016

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Alinhamento

Page 20: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 11

3.1. Processos do Alinhamento

Os processos definidos como de Alinhamento são seis: Levantamento, Análise, Alinhamento,

Priorização, Balanceamento e Autorização. Estes processos, descritos a seguir, tem como

objetivo obter um portfólio de projetos priorizados para o Sistema FIRJAN.

3.1.1. Processo de Levantamento

O primeiro processo de Alinhamento consiste em documentar, em um estudo técnico

preliminar, todas as informações necessárias para que se possa dar continuidade na priorização

e composição do portfólio. Para isso, é apresentada uma lista dos principais pontos que devem

ser abordados neste estudo, a qual se encontra na Tabela 2 a seguir.

Tabela 2. Pontos a serem abordados nos estudos técnicos do Processo de Levantamento

Identificação Benefícios quantitativos Patrocinador interno e/ou

externo

Justificativa Recursos materiais Cronograma estimado

Objetivo Recursos humanos Resultados tangíveis

Objetivos estratégicos

apoiados Recursos financeiros Riscos

Benefícios qualitativos Cliente interno e/ou externo

Fonte: Sistema FIRJAN, 2016.

Estas informações são cruzadas, posteriormente, junto às limitações da empresa. A partir de

restrições de pessoas, tempo, dinheiro e material, por exemplo, projetos deixarão de ser

avaliados pela metodologia, estes que poderão ser reavaliados no futuro.

Aqueles projetos que tiverem o estudo técnico preliminar e não ultrapassarem as restrições da

empresa, então, continuarão nos processos de priorização de projetos, passando para o segundo

processo, o de Análise.

Page 21: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 12

3.1.2. Processo de Análise

A avaliação dos projetos de acordo com os objetivos estratégicos e as diretrizes definidas no

Plano Estratégico da empresa serão tratados a partir do Processo de Análise. Inicialmente, deve-

se categorizar os projetos que foram aprovados no processo de levantamento de acordo com

grupos de negócios relacionados com as diretrizes definidas pelo Plano do Sistema FIRJAN.

No caso, a metodologia está alinhada com o Plano Estratégico 2015-2020 e, por isso, as

categorias estabelecidas foram: Eficiência operacional; Qualidade de serviços; Orientação para

Resultados; Inovação; e Melhoria do Ambiente de Negócios.

Estando os projetos categorizados de acordo com estas diretrizes, ou seja, uma classificação

qualitativa, deve-se quantificar o alinhamento dos mesmos com os objetivos estratégicos da

empresa. No caso, as perspectivas analisadas para este fim, de acordo com o Plano, são:

Motivação, com peso 2, ou seja interesse interno de se realizar o projeto; Atuação, com peso 1,

que significa projetos voltados para entregas para o cliente; Planejamento, peso 3, aqueles

relacionados ao planejamento interno da empresa; Alicerce, peso 1, que abrange projetos com

fins de atuação em processos internos como gestão de pessoas e TI.

3.1.3. Processo de Qualificação

Após os projetos serem avaliados de acordo com o seu alinhamento aos objetivos estratégicos,

os mesmos serão, no processo de qualificação, pontuados de acordo com os critérios de seleção

para qualidade do projeto. Estes critérios são: Investimento; Gente; Prazo; Impacto;

Financeiros; Competitividade Empresarial; e Produtividade Interna.

As regras definidas para cada um dos critérios o seu respectivo peso na nota final de qualidade

do projeto são apresentadas na tabela a seguir:

Page 22: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 13

Tabela 3. Regras e pesos para os critérios de qualidade

Critério Regra Valor da

Regra Peso

Investimento

Até R$ 1 milhão 1

10% R$ 1 – R$ 5 milhões 2

Acima de R$ 5 milhões 3

Gente

Quantidade alta com fácil alocação 3

5% Quantidade moderada com fácil alocação 2

Quantidade alta com difícil alocação 1

Prazo

Até 1,5 anos 3

10% 1,6 – 3 anos 2

3 – 6 anos 1

Impacto

Projeto essencial para Diretoria 1

20%

Projeto essencial para Área de Negócios 2

Projeto importante para Diretoria 3

Projeto Importante para Área de Negócios 4

Projeto Normal para a área de negócios 5

Financeiro Gerará receita 1

5 Reduzirá custo 2

Competitividade

empresarial Incluirá sindicatos, associados ou clientes 1 3

Produtividade

interna

Produção (concluintes, matrícula, alunos

hora) 1 1

Fonte: Sistema FIRJAN, 2016.

Com estas informações preenchidas e com o processo anterior concluído é possível finalizar a

pontuação de cada projeto e, assim, se estabelece a Lista de Projetos Priorizados, podendo dar

continuidade na metodologia. A pontuação é calculada a partir da fórmula:

Page 23: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 14

√∑(𝑄𝑥𝐸)2

Tal que:

Q = Cq x PCq

E = Ce x PCe

Onde:

Q: valor da qualidade do projeto, variável que indica o valor do eixo qualidade

do projeto a ser avaliado;

Cq: valor do critério de qualidade;

PCq: peso do critério de qualidade;

E: valor do alinhamento estratégico do projeto, variável que indica o valor do

eixo alinhamento estratégico

Ce: valor do critério de alinhamento estratégico do projeto;

PCe: peso do critério de alinhamento estratégico do projeto.

3.1.4. Processo de Priorização

Para finalizar a metodologia, os projetos passam por uma segunda análise, realizada de acordo

com três elos: o nível de importância das diretrizes, capacidade financeira e “prioridade

manual”. Considerando o Nível 1 como o mais prioritário e o Nível 5 como menos prioritário,

classificação explicitada a seguir, é durante este primeiro elo que se exclui aqueles projetos

redundantes ou semelhantes.

Page 24: TCC IBMEC Fernando Montera Versao Final

p. 15

Nível 1: Qualidade de serviço;

Nível 2: Orientação para Resultados;

Nível 3: Inovação;

Nível 4: Melhoria do Ambiente de Negócios;

Nível 5: Eficiência Operacional.

Antes de se dar continuidade nas análises por elo, se realiza o processo de balanceamento, que

consiste em validar a correlação do portfólio com as metas estratégicas. Se, a partir de uma

análise qualitativa, for identificado que a maior parte dos projetos estejam alinhados com

poucas das metas deverá ser feita a revisão dos mesmos, podendo haver exclusões e adições.

A avaliação do elo de capacidade financeira tem como corte inicial o orçamento aprovado para

cada uma das áreas, excluindo aqueles que não estiverem dentro destes orçamentos.

Posteriormente, e desconsiderando as áreas responsáveis, é feito um somatório a partir do

projeto analisado como mais prioritário até aquele que acaba por totalizar o orçamento previsto

para a companhia como um todo.

Com estes cortes obtém-se a Lista Prévia de Priorização Final, a partir da qual será feita a

avaliação de “prioridade manual”, ou seja, avaliar quais são os projetos considerados como

obrigatórios ou mandatórios e que precisam constar na lista final. A inserção destes projetos faz

com que seja necessária a repriorização no elo de capacidade financeira.

Por fim, deve ser realizado o processo de Autorização, a qual consiste basicamente na validação

da seleção de projetos para compor o portfólio, junto aos principais stakeholders e da empresa.

3.2. Processo de Monitoramento e Controle

O conjunto de processos de monitoramento e controle visam garantir que as informações

enviadas permitam análises da composição do Portfólio, verificando a necessidade de

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realinhamento, acompanhamento do status dos projetos e avaliar se é preciso realizar

intervenções preventivas ou corretivas.

Para que isso seja feito foram estabelecidos os processos de monitoramento do Plano

Estratégico, por meio de Reuniões de Análise Crítica; do trabalho, por meio dos indicadores de

produção e financeiros; revisões, atualizações estratégicas e comunicação aos stakeholders.

Todas estas análises são feitas levando em conta alguns indicadores que indicam o andamento

do projeto, assim como aonde se espera chegar e o quanto ainda falta para o atingimento desta

meta. Estas três categorias estão listadas a seguir:

Real ou Atual: é onde o projeto se encontra no momento;

Meta: é a meta definida pela alta administração, considerada como 100%;

Desafio: este indicador é o módulo da diferença entre a rotina menos a meta, ou seja, o

quanto a organização tem que alcançar com os projetos.

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo discursar sobre o entendimento geral sobre como deve ser feita

a seleção de projetos alinhadas à estratégia de uma empresa, apresentado no segundo capítulo.

Em contraponto à um levantamento mais teórico, o documento também apresentou a

metodologia desenvolvida pelo Sistema FIRJAN para o mesmo fim, como descrita no terceiro

capítulo.

Para o segundo capítulo, o chamado “Modelo de Heerkens” e a Analytic Hierarchy Process –

AHP, foram apresentadas como duas metodologias de seleção estratégica de projetos. O que se

pode observar é que há um alto nível de complementariedade entre as duas.

Por um lado, o “Modelo de Heerkens” traz um olhar qualitativo sobre seleção estratégica de

projetos. A estrutura de processos, criada pelo autor e nomeada pelo autor de Gerenciamento

Estratégico de Projetos, considera passos referentes ao planejamento estratégico da empresa,

sendo feita posteriormente e a partir desse a seleção de projetos prioritários.

Já a AHP considera uma avaliação qualitativa do processo de seleção estratégica de projetos,

levando em conta pesos de importância para critérios predefinidos e correlacionados com a

estratégia da empresa. A complementariedade se dá, então, pelo fato de que a primeira apresenta

aspectos predominantemente qualitativos, enquanto a segunda consegue adicionar dar robustez

ao resultado final.

A partir destes modelos, pode-se realizar uma análise crítica sobre a metodologia estabelecida

pelo Sistema FIRJAN. Em uma comparação superficial percebe-se que ela consegue abranger

quesitos referente a ambos os modelos.

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Quando comparada ao “Modelo de Heerkens”, a metodologia em questão apresenta, na sua

estrutura processos que consideram tanto o planejamento estratégico quanto aqueles

direcionados ao levantamento, análise, seleção e priorizados dos projetos propostas na empresa.

Nesta fica claro o esforço corporativo em se estabelecer uma análise fidedigna dos projetos,

levando sempre em conta os objetivos estratégicos.

Pode-se dizer, então, que a metodologia do Sistema FIRJAN procura preencher a lacuna entre

a estratégia empresarial e o gerenciamento de projetos. O mesmo se infere pelo lado

quantitativo estabelecido nos processos, ao passo que desde o processo de análise até o de

priorização considera critérios estratégicos e correlacionados pesos de acordo com o interesse

da empresa.

Assim, considera-se que a metodologia apresentada pelo Sistema FIRJAN como robusta e

coerente com o que outros modelos propõem com importante para o alinhamento entre

estratégia e projetos. Contudo, alguns dois pontos de aprimoramento para a metodologia

merecem destaque.

De acordo com a ordem estabelecida, no Processo de Análise, que serve de base para a

continuidade da estrutura, a adição de indicadores financeiros a tornaria mais robusta. Por

exemplo, o estudo preliminar que deve ser apresentado requisita que sejam avaliados os

recursos financeiros e resultados tangíveis do projeto proposto, contudo não prevê que os

mesmos sejam correlacionados entre si.

Este aprimoramento daria aos processos melhores ferramentas para se escolher entre dois

projetos semelhantes, ação que ocorre nos Processos de Priorização. A segunda sugestão, por

sua vez, é que a metodologia proposta preveja uma avaliação mais quantitativa de como será

realizado o balanceamento ao final dos Processos de Alinhamento, pois não fica claro o que se

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deve considerar como um portfólio pouco ou suficientemente alinhado aos objetivos

estratégicos.

Por fim, ressalta-se a importância deste artigo como um instrumento de avaliação entre o teórico

e um caso prático para a seleção de projetos. Além disso, o mesmo serviu para o aprimoramento

da capacidade crítica do autor e no sentido de se reforçar a relevância da convergência entre as

intenções e as ações.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). PMSURVEY.ORG 2014 Edition. Brasil:

2014.

PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). The Project Management Office: Aligning

Strategy & Implementation. Usa: 2014. Disponível em: <http://www.pmi.org/-

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PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). The Standard for Program

Management. USA, 2006.

VARGAS, Ricardo. Utilizando a programação multicritério (AHP) para selecionar e

priorizar projetos na gestão de portfólio. Disponível em: <http://www.ricardo-

vargas.com/pt/articles/analytic-hierarchy-process/>. Brasil, 2010 Acesso em: 06 de out. 2016.

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<http://www.firjan.com.br/o-sistema-firjan/>. Acesso em: 28 jul. 2016.

SISTEMA FIRJAN (Rio de Janeiro). Gestão de Portfólio de Projetos. Rio de Janeiro, 2016.