40
MELHORIA DE PROCESSO: Departamento de Polícia Federal (DPF) BRUCE RODRIGUES DE ARAÚJO BRASÍLIA - DF OUTUBRO DE 2012

TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

MELHORIA DE PROCESSO:

Departamento de Polícia Federal (DPF)

BRUCE RODRIGUES DE ARAÚJO

BRASÍLIA - DF

OUTUBRO DE 2012

Page 2: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

BRUCE RODRIGUES DE ARAÚJO

MELHORIA DE PROCESSO:

Departamento de Polícia Federal (DPF)

Trabalho de conclusão na forma

de Relatório Técnico - Científico

apresentado à Coordenação de

Administração das Faculdades

Integradas PROMOVE de Brasília

como requisito parcial para

obtenção do grau de bacharel em

Administração, sob orientação do

Prof. João Ferreira dos S. Filho.

BRASÍLIA - DF

OUTUBRO DE 2012

Page 3: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus primeiramente, pois, Ele

já tinha tudo planejado antes mesmo de

meu nascimento, aos meus pais, pelos

constantes incentivos e por fim aos meus

colegas de classe, principalmente ao grupo

“Best”, por todas as discussões e alegrias.

Page 4: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

RELATÓRIO TÉCNICO-CIENTÍFICO

Organização: Departamento de Polícia Federal – DPF

Área de realização do Estágio: Serviço Nacional de Informações Criminais – SINIC

Supervisor do Estágio: Márcio Sevegnani

Período: 13/08/12 à 15/10/12

Page 5: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Emblema da organização...................................................................... 09

.. Figura 2 – Organograma do DPF .......................................................................... 10

34

00 Figura 3 – Organograma do INI.............................................................................. 11

Figura 4 – Objetivos e vantagens do fluxograma................................................... 13

Figura 5 – Fluxograma do processo....................................................................... 15

6 Figura 6 – Fluxograma do processo melhorado.....................................................

32

67 Figura 7 – Ilustração do arquivo............................................................................. 38

8 Figura 8 – Simbologia do fluxograma global.......................................................... 39

8

Page 6: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

SUMÁRIO

1 JUSTIFICATIVA.................................................................................................. 06

0.. 1.1 Caracterização da organização................................................................ 07

0 1.1.1 Histórico da organização.................................................................... 08

0 1.1.2 Emblema da organização................................................................... 09

1.2 Descrição das atividades realizadas........................................................ 09

09

10

10

00

1.3 Apresentação da área trabalhada............................................................. 10

2 DESCRIÇÃO DE PROBLEMA........................................................................... 12

34

00 2.1 Ferramenta utilizada: Fluxograma............................................................ 12

34

30

0

2.2 Apresentação do processo....................................................................... 14

3 REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................. 16

34

00 3.1 A Teoria Geral da Administração e sua evolução...................................

......

16

34

00 3.2 A Administração Pública e sua evolução................................................

evolução............................

17

56

00

3.3 Análise e Melhoria de Processo (AMP)....................................................

..

20

89

00

3.3.1 Princípios da AMP..............................................................................

21

89

02

3.3.2 Conceitos referentes a processo........................................................

AMP........................................................................

23

12 3.3.3 Implementação da AMP......................................................................

AMP.............................................................

23

45

00

3.4 Certificação Digital.....................................................................................

25

67

00

3.4.1 Criptografia.........................................................................................

25

67

00

3.4.1.1 Criptografia Simétrica.............................................................. 26

78

0

3.4.1.2 Criptografia Assimétrica.......................................................... 26

89

0

3.4.2 Certificado Digital................................................................................

27

90 3.4.3 Assinatura Digital................................................................................

28

4 ALTERNATIVAS SUGERIDAS E RESULTADOS ESPERADOS...................... 29

12

00 4.1 Primeiro Problema: Falta de documentação........................................... 29

12

00

4.2 Segundo Problema: Arquivo sem infra-estrutura................................... 30

23

00

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 34

56 REFERÊNCIAS......................................................................................................

............

35

67 ANEXOS................................................................................................................

.........

37

8

Page 7: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

6

1 JUSTIFICATIVA

A área de análise e melhoria dos processos tem ganhado cada vez mais

espaço nas empresas, pois, foi entendido que uma boa estruturação dos processos

pode reduzir, além do custo, o tempo gasto envolvido nas realizações das

atividades, gerando assim, diferencial competitivo em relação aos concorrentes:

A análise e Melhoria dos Processos (MP) são de fundamental importância para o fortalecimento e o desenvolvimento dos processos de uma organização, conduzindo-a ao caminho da excelência gerencial. Esta metodologia propicia às organizações, estruturar a seqüência (sic) de trabalhos a serem desenvolvidas, visando à análise, a simplificação e o aperfeiçoamento dos processos, além de tratar de forma adequada seus problemas, de modo a promover a obtenção de uma consistente garantia de qualidade. (BRASIL, 1999, p.3).

Em organizações públicas, entretanto, ainda existem dificuldades em relação

à reestruturação de processos. É notório que a administração pública veio evoluindo

com o passar do tempo, porém, seus processos ainda são rígidos, lentos e

onerosos.

Desta forma, este relatório técnico-científico tem como objetivo providenciar

uma melhoria de processo do DPF (Departamento de Polícia Federal), mais

especificamente do setor chamado SINIC (Serviço Nacional de Informações

Criminais).

O processo a ser trabalhado é o trâmite dos boletins de informações

criminais e através da ferramenta fluxograma, será proposta uma melhoria para o

mesmo.

Os dados contidos neste relatório foram obtidos através de pesquisas

bibliográficas e artigos eletrônicos, sendo seus estudos realizados entre agosto de

2012 e outubro de 2012.

Page 8: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

7

1.1 Caracterização da organização

O Departamento de Polícia Federal está localizado no Setor Policial Sul em

Brasília, seu ramo de atuação é a administração pública e tem como atividade

principal a prestação de serviço na área de segurança pública à população

brasileira.

Além de proporcionar segurança pública, o DPF tem como objetivos: apurar

infrações penais, combater ao tráfico ilícito de entorpecentes, atuar nas fronteiras,

como polícia marítima, aeroportuária e por fim, exercer a função de polícia judiciária.

No Instituto Nacional de Identificação (INI), subordinado ao DPF, está

localizado o setor trabalhado (Serviço Nacional de Informações Criminais - SINIC).

Seus objetivos principais são: realizar o planejamento, supervisão,

coordenação, orientação, avaliação e a promoção da execução de atividades de

natureza técnico-científica, abrangendo à identificação humana papiloscópica no

campo civil e criminal.

Em segundo plano, o INI centraliza diariamente, informações (impressões

digitais, dados antropométricos, fotos etc.) de pessoas indiciadas em inquéritos

policiais ou que foram acusadas em processos criminais no território nacional e de

estrangeiros. Atualizando, portanto, todo o quadro de informações do sistema

criminal brasileiro.

O INI atua ainda, na área de apoio técnico, administrativa e operacional de

ações policiais integradas no âmbito federal, promovendo o intercâmbio com os

Institutos de Identificação dos Estados e fomentando a produção de conhecimento

com a realização e divulgação de pesquisas na área de identificação humana

papiloscópica.

Já o Serviço Nacional de Informações Criminais fica responsável por

gerenciar e operacionalizar o Sistema Nacional de Informações Criminais – SINIC

(mesmo nome do setor), bem como controlar, orientar e promover a inclusão,

alteração e emissão de documentos oriundos dos sistemas de informações criminais

gerados pelos estados, por órgãos de segurança pública, tribunais de justiça e da

própria Polícia Federal.

Page 9: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

8

1.1.1 Histórico da organização

No princípio da instituição, suas atividades se restringiam apenas ao estado

do Rio de Janeiro (antiga capital brasileira) e tinha como denominação Polícia Civil

do Distrito Federal (PCDF).

Logo depois, a capital brasileira passou a ser Brasília gerando a

necessidade de mudança da organização para o novo local. Isto gerou conflitos,

pois, apenas uma parte dos colaboradores efetivos no Rio de Janeiro se interessou

pela mudança.

Já em Brasília, houve uma alteração no nome da instituição (pois, deixou de

abranger apenas o âmbito local para abranger todo o âmbito federal), passando a

ser denominado Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP).

Em 1960, devido à falta de colaboradores, assim como, a necessidade de

solidificar a ação policial na capital, houve a fusão da Guarda Civil Especial de

Brasília (GEB) e o Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP).

(HISTÓRICO, 2012).

Nesta época, o Brasil passava por uma série de reformas voltadas à

administração pública, e isto influenciou diretamente a instituição, pois, sua estrutura

se encontrava de forma rígida, sem dinamismo e autoritária.

A reforma operada em 1967, pelo Decreto-Lei nº 200, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática, podendo ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil. Mediante o referido decreto-lei, realizou-se a transferência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional. Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa o planejamento e o orçamento, o descongestionamento das chefias executivas superiores (desconcentração/descentralização), a tentativa de reunir competência e informação no processo decisório, a sistematização, a coordenação e o controle. (HISTÓRICO, 2012).

Após 1967, a instituição passou a ganhar cada vez mais abrangência

nacional e seu nome passou de Departamento Federal de Segurança Pública para o

atual nome Departamento de Polícia Federal.

Nos dias atuais, o Departamento de Polícia Federal é um dos órgãos mais

procurados nos concursos públicos, devido ao grande renome que a instituição

conquistou durante sua trajetória.

Page 10: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

9

1.1.2 Emblema da organização

O decreto n° 98.380/89 institui o emblema do Departamento de Polícia

Federal, como padrão para todo o âmbito nacional:

Figura 1: Emblema da organização Fonte: Disponível em: <http://maranauta.blogspot.com.br/2012/03/maranhao-policia-federal-prende-tres.html> Acessado em: 15 de ago.

1.2 Descrição das atividades realizadas

Durante o período de estágio na organização foram realizadas diferentes

atividades, entre elas destacam-se: auxiliar na triagem, arquivo e digitalização de

documentos.

Auxiliar na triagem de documentos. Os documentos recebidos pelo protocolo

são encaminhados ao SINIC. A partir daí, os documentos são separados por estado

e logo após pelas seguintes categorias: ofício, antecedentes criminais, cadastro de

senhas, retificação de processo, documentos ainda não cadastrados e “bic”. Os bic´s

já separados, ainda são identificados como tipo “0” e “7”. O tipo “0” significa que o

documento possui impressão digital e o tipo “7” que não possui;

Auxiliar no arquivo de documentos. Depois de distribuídos e concluídos, os

documentos são agrupados em lotes. Os lotes, após serem devidamente

identificados, são encaminhados ao arquivo. Já no arquivo, os lotes são organizados

por ordem numérica;

Auxiliar na digitalização de documentos. Nesta fase os documentos já estão

aptos a serem digitalizados. Faz-se, portanto, a higienização (retirada dos grampos)

e logo após a digitalização.

Page 11: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

10

1.3 Apresentação da área trabalhada

O organograma geral do DPF mostra todas as diretorias, assessorias e

conselhos pertinentes ao órgão. Observe que a diretoria na qual está inserida o INI

(Instituto responsável pelo setor trabalhado) está grifada com uma cor mais escura

do que os demais elementos do organograma. Veja abaixo:

Figura 2: Organograma do DPF Fonte: Adaptado pelo autor. Disponível em: <http://www.dpf.gov.br/institucional/Organograma _unidades_centrais_01.2012/> Acessado em: 15 de ago.

O Instituto Nacional de Identificação, localizado na Diretoria Técnico

Científica, exerce suas atividades em uma área de aproximadamente 2.800 metros

quadrados, contando com um quadro de 177 pessoas, entre servidores policiais,

servidores administrativos, terceirizados e estagiários.

DEPARTAMENTO DE POLÍCIA

FEDERAL

DPF

CONSELHO SUPERIOR DE

POLÍCIA

CSP

ASSESSOR DE CONTROLE

INTERNO

ASSESSOR TÉCNICO

GABINETE

GAB

ASSISTENTE TÉCNICO

COORDENAÇÃO DO CENTRO

INTEGRADO DE GESTÃO

ESTRATÉGICA

CIGE

ASSISTÊNCIA PARLAMENTAR

ASPAR

ASSISTÊNCIA

ADMINISTRATIVA

AAD

DIRETORIA EXECUTIVA

DIREX

DIRETORIA DE INVEST. E

COMBATE AO CRIME ORG.

DICOR

CORREGEDORIA GERAL DE

POLÍCIA FEDERAL

COGER

DIRETORIA DE INTELIGÊNCIA

POLICIAL

DIP

DIRETORIA TÉCNICO

CIENTÍFICA

DITEC

DIRETORIA DE GESTÃO

PESSOAL

DGP

DIRETORIA DE ADM. E

LOGÍSTICA POLICIAL

DLOG

COORD. GERAL

DE COOP.

INTERNACIONAL

CGCI

COORD. GERAL

DE TECNOLOGIA

DA INFORMAÇÃO

CGTI

27 SUPERINTENDÊNCIAS

REGIONAIS

ADIDOS POL. FEDERAL JUNTO

ÀS REPRES. DIPLOM. DO

BRASIL E OFICIAIS DE LIG.

ORGANOGRAMA

DPF

Page 12: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

11

Sua estrutura organizacional está dividida em duas seções, na primeira com

três unidades de serviço e na segunda com apenas uma. Observe que o setor

trabalhado está grifado com uma cor mais escura dos que os demais elementos do

organograma:

Figura 3: Organograma do INI Fonte: Adaptado. Disponível em: <http://www.dpf.gov.br/institucional/Organograma_unidades_ centrais_01.2012/> Acessado em: 15 de ago.

Conforme o organograma acima nota-se que o Serviço Nacional de

Informações Criminais – SINIC, está subordinado à Divisão de Identificação,

Informações Criminais e Estrangeiros – DINCRE.

ORGANOGRAMA

DPF/INI

INSTITUTO NACIONAL DE

IDENTIFICAÇÃO

INI

DIVISÃO DE IDENTIFICAÇÃO,

INFORMAÇÕES CRIMINAIS E

ESTRANGEIROS

DINCRE

DIVISÃO DE DOCUMENTOS DE

SEGURANÇA

DSEG

SERVIÇO NACIONAL DE

INFORMAÇÕES CRIMINAIS

SINIC

SERVIÇO DE IDENTIFICAÇÃO DE

IMPRESSÕES DIGITAIS

SID

SERVIÇO DE IDENTIFICAÇÃO

PAPILOSCOPISTA E

REPRESENTAÇÃO FACIAL

HUMANA

SEPAP

SERVIÇO DE PREPARAÇÃO E

EXPEDIÇÃO DE DOCUMENTOS

FUNCIONAIS

SEPEX

Page 13: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

12

2 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Em uma observação macro do setor, foi identificado que os processos não

possuíam as documentações necessárias para uma possível análise administrativa,

tampouco a devida representação gráfica (fluxograma) dos mesmos, ou seja,

tornava-se inviável obter uma visualização clara e objetiva dos processos.

Já na observação de forma detalhada do processo escolhido, constatou-se

que os documentos são destinados a um arquivo sem infraestrutura. Além de não

haver espaço suficiente para os lotes (conjunto de documentos em um envelope), as

estantes não oferecem a segurança necessária aos colaboradores (ao retirar um

documento a mesma tende a cair em cima do usuário). Observar o anexo A.

Desta forma, o arquivo serve apenas como um backup ultrapassado, pois,

os documentos antes de se dirigirem ao arquivo definitivo, são primeiramente

digitalizados, criando-se uma versão online do documento.

Neste momento foi levantado o seguinte questionamento: Já que os

documentos são devidamente digitalizados, por que há a necessidade de se manter

o arquivo físico?

Surgiram então diferentes motivos para esta situação hipotética:

equipamentos ultrapassados, falta de segurança na operação e que o setor não se

responsabiliza pela veracidade dos documentos, ou seja, ao invés de agregar

produtividade, este método de arquivamento está gerando prejuízo.

2.1 Ferramenta utilizada: Fluxograma

Por se tratar de uma melhoria de processo é propícia a utilização da

ferramenta fluxograma para corrigir e propor melhorias aos problemas apresentados

neste relatório.

É notório o uso desta ferramenta na Análise e Melhoria de Processos (AMP),

com ela, é possível visualizar o processo de forma holística, através de símbolos

previamente padronizados.

Existem vários tipos de gráficos, mas o gráfico de processamento, por excelência, para trabalhos de análise administrativa, é o fluxograma, um gráfico universal, que representa o fluxo ou a seqüência (sic) normal de qualquer trabalho, produto ou documento. (CURY, 2000, p.330).

Page 14: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

13

Já Oliveira (2011, p.264) conceitua o fluxograma como a “representação

gráfica que apresenta a sequência de um trabalho de forma analítica, caracterizando

as operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidos no

processo.”

Por sua vez, Cano (2006, p.18) acrescenta que:

O fluxograma é o início da padronização e umas das primeiras tarefas dentro da metodologia da MP [melhoria de processos]. Esta ferramenta possui um baixo custo, mas oferece um alto impacto, já que, analisa fluxos de trabalho e identifica oportunidades de melhoria. O fluxograma permite uma ampla visualização do processo e facilita a participação das pessoas na decisão de implantar qualquer modificação. (CANO 2006, p18)

Portanto, as organizações que possuem seus processos ilustrados através

de fluxogramas demonstram maior clareza na distribuição e realização de cada

tarefa realizada pelos colaboradores.

Neste sentido, o quadro 1 demonstra os objetivos e vantagens do

fluxograma:

Objetivos Vantagens

Padronizar a representação dos

métodos administrativos.

Detalhamento do funcionamento do

sistema.

Maior rapidez na descrição dos

métodos administrativos. Entendimento simples e objetivo.

Facilitar a leitura, o entendimento e a

localização dos aspectos importantes.

Possibilita fácil localização de

problemas.

Maior flexibilidade e grau de análise. Pode ser aplicado em qualquer sistema.

Figura 4: Objetivos e vantagens do fluxograma Fonte: Adaptado pelo autor. Cury (2000, p.330); Oliveira (2011, p.264)

Percebe-se que quando o processo é documentado, independente da

rotatividade de colaboradores, sempre haverá um backup constituído pelas

atribuições do cargo exigido. Isto além de facilitar o entendimento do colaborador,

proporciona vantagens para a organização.

Em outras palavras, o fluxograma simplifica o entendimento de forma

objetiva, facilita a análise e visualização, aplica-se em qualquer sistema e traduz um

rápido entendimento de qualquer alteração feita no sistema. (CURY, 2000).

Page 15: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

14

O fluxograma global, um dos vários tipos de modelos, é o mais conhecido e

utilizado dentro das organizações, pois, abrange os processos de forma ampla.

Sendo este, o modelo ideal para representar processos que abrangem vários

setores.

É tanto utilizado para o levantamento de dados quanto para descrever novas

rotinas, apresentando maior versatilidade, assim como, permitindo demonstrar com

maior clareza o fluxo de informações. (OLIVEIRA, 2011)

Dentre os modelos de fluxograma este é o mais completo, pois, além de

usar os símbolos utilizados nos outros fluxogramas (vertical e parcial) apresenta

novos símbolos que complementam sua visualização. Ver o anexo B.

De maneira resumida, o profissional responsável deve seguir os seguintes

passos para a implementação desta ferramenta: comunicação, coleta de dados,

fluxogramação, análise de fluxograma, relatório de análise e apresentação do

trabalho. (CURY, 2000).

2.2 Apresentação do processo

Para o caso do relatório, dentre a gama de processos realizados pelo setor

(SINIC), foi definido o processo de trâmite dos boletins de informações criminais

para ser trabalhado e melhorado, por se tratar de um documento importante para o

funcionamento do setor.

O boletim de informação criminal (BIC) é um documento no qual contêm

informações desde a delegacia que cadastrou o réu até os seus dados

antropométricos, ou seja, altura, cútis, digitais, deformidades, tatuagens, fotografia

etc.

Para tornar sólido o processo, a fim de criar sua documentação, foi utilizada

a técnica de observação pessoal no interior do setor e com a devida descrição,

tornou-se apta a criação do fluxograma para o processo. Observe que, para melhor

clareza, os conectores se encontram com cores diferentes dos demais elementos.

Em caso de dúvidas, no canto inferior direito da imagem se encontra a legenda do

fluxograma. Veja abaixo:

Page 16: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

15

Fluxograma – Trâmite dos boletins de identificação criminal

Figura 5: Fluxograma do processo Fonte: Elaborado pelo autor

PROTOCOLO SINIC GED AFIS

Iníc

io

Re

ce

be

o

ma

lote

da

s S

R/

De

leg

acia

s

É B

IC?

SIM

O

En

ca

min

ha

pa

ra o

SIN

IC

A.P

PR

OT

.

A

AR

ece

be

os B

IC´s

Fa

z a

tria

ge

m

do

s B

IC´s

Tip

o 7

ou

0 ?

TIP

O “

0”

BE

nca

min

ha

pa

ra o

AF

IS

Está

reg

istr

ad

o n

o

SIN

IC?

Inclu

i n

o

Sis

tem

a C

AD

O

Pe

sq

uis

a

no

Sis

tem

a

Bio

grá

fico

SIM

C

Fa

z

co

nfe

rên

cia

min

ucio

sa

A.P

GE

D

SIN

IC

BR

ece

be

os B

IC´s

Inclu

i n

a

Ba

se

Bio

tric

a

En

ca

min

ha

pa

ra o

SIN

ICC

Re

tira

os lo

tes

do

Arq

uiv

o

Pro

vis

ório

D

D

Hig

ien

iza

os

do

cu

me

nto

s d

o

inte

rio

r d

o lo

te

Fa

z c

on

ferê

ncia

po

r a

mo

str

ag

em

Dig

ita

liza

os

do

cu

me

nto

s

Gra

mp

eia

os

do

cu

me

nto

s

Pre

en

ch

e o

ca

de

rno

de

esta

tística

NFim

LE

GE

ND

A

SR

= S

up

erin

ten

ncia

s

BIC

= B

ole

tim

de

Id

en

tifica

çã

o C

rim

ina

l

A.P

= A

rqu

ivo

Pro

vis

ório

SIN

IC =

Se

rviç

o N

acio

na

l d

e In

form

açõ

es C

rim

ina

is

TIP

O 7

= S

em

dig

ita

is

TIP

O 0

= C

om

dig

ita

is

AF

IS =

Sis

tem

a A

uto

ma

tiza

do

de

Im

pre

ssõ

es D

igita

is

CA

D =

Pro

gra

ma

de

Ge

ren

cia

me

nto

de

Do

cu

me

nto

s

GE

D =

Ge

ren

cia

me

nto

Ele

trô

nic

o d

e D

ocu

me

nto

s

N =

Arq

uiv

o D

efin

itiv

o p

or

Ord

em

Nu

rica

=

Áre

a a

se

r tr

ab

alh

ad

a

Inclu

i n

o

SIN

IC

Pe

sq

uis

a

na

Ba

se

Bio

tric

a

TIP

O “

7”

Fim

Page 17: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

16

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 A Teoria Geral da Administração e sua evolução

Por se tratar de um relatório na área de administração, é necessária uma

introdução sobre seu conceito, assim como uma breve explanação sobre suas

evoluções.

“A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e

minister (subordinação ou obediência) e significa aquele que realiza uma função sob

o comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro.” (CHIAVENATO,

2004, p.11).

A administração, de forma geral, evoluiu na medida em que surgiam novas

teorias a seu respeito. No início, todas as atenções eram voltadas para as tarefas,

onde os operários realizavam atividades em uma fábrica. Este momento é

caracterizado pela Administração Científica, tendo como seu maior propulsor

Frederick Taylor.

Logo após, o foco passou a ser a estrutura da organização, tendo como

teorias principais a Teoria Clássica de Fayol, a Burocrática de Weber e mais tarde a

Estruturalista de Etzione, Blau e Scott.

Como lembra Chiavenato (2004), o ponto de partida passa a ser o estudo

científico da Administração, eliminando, portanto a pessoalidade.

Quando se fala em burocracia, logo vem a cabeça os termos lentidão e

excesso de papelada. Entretanto, esta forma de pensar é errada, pois, estas

características tratam-se das disfunções da burocracia e não da teoria em si.

Segundo o conceito popular, a burocracia é entendida como uma organização onde o papelório se multiplica e se avoluma, impedindo soluções rápidas ou eficientes. O termo também é empregado com o sentido de apego dos funcionários aos regulamentos e rotinas, causando ineficiência à organização. O leigo passou a dar o nome de burocracia aos defeitos do sistema (disfunções) e não ao sistema em si mesmo. O conceito de burocracia para Max Weber é exatamente o contrário. Para ele, a burocracia é a organização eficiente por excelência. (CHIAVENATO, 2004, p.262)

Já a Teoria Estruturalista, como o nome já diz, vem para estruturar a

organização no sentido de encontrar o equilíbrio entre o modelo formal da Teoria

Clássica e o informal da Teoria das Relações Humanas.

Page 18: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

17

Logo à frente, começam as discussões dentro das organizações, levando

em consideração o lado humano. O colaborador deixa de ser tratado como homo

economicus para ser tratado como homo social. A teoria que caracteriza esse

momento da história da Administração é a Teoria das Relações Humanas (TRH),

onde seus maiores expoentes foram Elton Mayo, Roethlisberger e Dickson.

Mais tarde, a TRH veio ser desenvolvida pela Teoria Comportamental de

Hebert A. Simon, onde o foco, como o próprio nome diz, é o comportamento das

pessoas dentro da organização, porém, vista de uma forma mais ampla.

Passado esta fase, é iniciada a preocupação com o ambiente na

organização, surgindo a Teoria dos Sistemas de Ludwig Bertalanffy, começa-se aqui

a pensar em entropia, homeostase e sintropia.

Chiavenato (2004, p.475), comenta que “a Teoria de Sistemas permite

reconceituar os fenômenos dentro de uma abordagem global, permitindo a inter-

relação e a integração de assuntos que são, na maioria das vezes, de naturezas

completamente diferentes.”

Surge então, a Teoria da Contingência de Alfred D. Chandler, T. Burns e

Stalker onde tudo é relativo, nada é absoluto e o ambiente externo pode ser

considerado tanto como ameaça ou oportunidade. Tempos depois, foi acrescentado

mais um tipo de estudo a esta teoria, os estudos na área de tecnologia.

Daí pra frente, acompanhado pela globalização, a tecnologia da informação

passou a ser parte fundamental nas organizações, as pessoas passaram a ser o

ativo intangível das empresas e os detentores da informação avançaram para a

liderança do mercado.

Por fim, Chiavenato (2004, p. 11), conclui que a “Administração é o processo

de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos [e pessoas] a fim de

alcançar objetivos organizacionais.”

3.2 A administração pública e sua evolução

Como o estágio supervisionado foi realizado em uma entidade pública,

justifica-se um breve embasamento teórico sobre a administração pública e sua

evolução.

Waldo (1971, p.6), define que: “A administração pública é a organização e a

gerência de homens e materiais para a consecução dos propósitos de um governo.”

Page 19: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

18

Sobretudo, Harmon e Mayer (1999, p.34), produzem um conceito mais

abrangente da administração pública: “A administração pública é a ocupação de

todos aqueles que atuam em nome do povo – em nome da sociedade, que delega

de forma legal – e cujas ações têm consequências para os indivíduos e grupos

sociais”

A administração pública, em outras palavras, é o conjunto de entidades

órgãos e agentes incumbidos do exercício da função administrativa do estado,

compondo assim, a estrutura da administração pública.

A Constituição Federal de 1988 identifica que a estrutura principal da

Administração Pública é composta pelos três poderes principais: Legislativo,

Executivo e Judiciário.

O Poder Legislativo é composto pelo Congresso Nacional, no qual é

constituído pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Já o Poder Executivo, é exercido pelo Presidente da República, auxiliado

pelos Ministros de Estado.

Por fim, o Poder Judiciário é composto pelo Supremo e o Superior Tribunal

de Justiça, aliados ao Conselho Nacional de Justiça e os demais Tribunais.

(BRASIL, 1988).

A administração pública obedece, independente de qual poder esteja no

contexto, a uma série de princípios, são eles: legalidade, impessoalidade,

moralidade, publicidade e eficiência. (BRASIL, 1988)

Como lembra Martins (2004) o princípio da legalidade leva a Administração

Pública a realizar apenas o que a lei determina. A impessoalidade define que os atos

administrativos não devem ser levados pelos anseios pessoais do servidor. No caso

da moralidade, é enfatizada a honestidade e a probidade administrativa. No princípio

da publicidade é indicado que os atos administrativos devem ser divulgados para

conhecimento público. Já o princípio da eficiência leva não só o agente público, mas

como toda a Administração Pública a desenvolver seus serviços com presteza e

perfeição.

No Brasil existiram três modelos principais de administração no decorrer de

sua história: a administração patrimonialista (1530 – 1930), a burocrática (1930 –

1985) e a gerencial (1985 – Atualmente).

O primeiro modelo de administração pública implantada no Brasil, a

Administração Patrimonialista, foi trazido pelos portugueses, onde se baseava em

Page 20: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

19

transformar o estado como patrimônio de seu governante, ou seja, não havia

distinção entre os gastos públicos e privados.

Chiavenato (2006, p.120) acrescenta que “no patrimonialismo, o aparelho do

Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares,

servidores, possuem status de nobreza real”.

Neste modelo, as funções administrativas eram distribuídas de forma

informal (baseadas em trocas de interesse), o que gerava um alto índice de

corrupção e nepotismo. Devido a tais fatores, surge um novo modelo de

administração com objetivo de promover um controle maior nos processos

administrativos: a administração burocrática.

As características predominantes deste segundo modelo são a

impessoalidade, formalismo, hierarquia e racionalidade.

A burocracia é uma organização ligada por normas e regulamentos estabelecidos previamente por escrito. Em outros termos, é uma organização baseada em uma legislação própria (como a Constituição para o Estado ou os estatutos para a empresa privada) que define antecipadamente como a organização burocrática deverá funcionar. (CHIAVENATO, 2004, p.265).

Este modelo induz o colaborador a estar focado nas normas internas da

organização, ignorando, portanto, o cidadão brasileiro (elemento fundamental para a

existência da administração pública). Além deste fator, devido ao controle excessivo

dos processos e a desconsideração da opinião do colaborador (impessoalidade),

muitas vezes, tornava-se lenta a tomada de decisão (fator preponderante da

disfunção da burocracia).

Em meados da década de 90, começa-se a pensar em um modelo

administrativo baseado na eficiência, qualidade e redução de custo, afim de,

reestruturar o modelo até então predominante. Surge então o modelo gerencial.

Por se tratar de uma evolução de pensamento, o modelo gerencial não

descarta as características do antigo modelo (burocrático), pelo contrário, adere às

funcionalidades da burocracia, tendo o foco nos resultados e não no processo.

É usada neste modelo a técnica de instrumentalização e operacionalização

das políticas públicas, apresentando uma forma mais moderna de administração

pública. (COELHO, 2012)

Page 21: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

20

3.3 Análise e Melhoria de Processo (AMP)

É imprescindível a utilização da análise e melhoria de processo como rotina

constante dentro das organizações. Todo processo, independente de qual área

esteja inserido, pode ser melhorado.

De forma geral, a AMP proporciona à organização a otimização de seus

processos, pois, além de proporcionar maior agilidade e objetividade às etapas do

processo, reduz o dispêndio dos recursos utilizados. (CANO, 2006)

Os processos organizacionais costumam ser realizados em forma de loop,

ou seja, todos os dias as atividades se repetem. Assim, a AMP direciona o “como

fazer” dos processos ao ponto de se obter melhores resultados.

Mediante aos diferentes problemas que surgem em uma organização,

muitos gestores optam como principal solução o downsizing (redução de pessoal),

entretanto, esta não é a solução adequada.

Ao fazer a devida análise do processo que envolve o problema, certamente

serão identificados pontos específicos que podem ser melhorados sem a

necessidade de demitir um colaborador.

Portanto, a análise e melhoria de processos aprimoram as atividades

executadas no que diz respeito à identificação e correção dos erros para que assim,

os insumos sejam transformados em produtos ou serviços com alto valor agregado.

(SCARTEZINI, 2009)

Em órgãos públicos, ao contrário do senso comum, também pode ser

aplicada a AMP, visto que as organizações públicas possuem recursos cada vez

mais escassos e que suas demandas são cada vez mais crescentes. (SCARTEZINI,

2009)

Desta forma, para se obter um melhor conhecimento sobre a ferramenta, é

necessário o conhecimento de seus princípios básicos.

Page 22: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

21

3.3.1 Princípios da AMP

A AMP possui nove princípios básicos que dão fundamentação para sua

estrutura, são eles: satisfação total dos clientes, gerência participativa,

desenvolvimento humano, constância de propósitos, melhoria contínua, gestão de

processo, gestão de informação e comunicação, garantia da qualidade e busca da

excelência.

a) Satisfação total dos clientes: os clientes são à base de qualquer empresa,

ou seja, não adianta ter o melhor modelo de gestão, os melhores profissionais ou

uma boa localização se a estratégia da empresa não for voltada para os clientes;

b) Gerência participativa: a gerência não deve ser uma voz autoritária dentro

da organização. Este modo de pensar, além de vir, de um modelo ultrapassado de

gestão (autocrático), não corresponde à realidade das organizações modernas.

Este princípio visa nortear o comando de uma organização, ao ponto de

conhecer e avaliar a opinião dos seus subordinados, pode-se usar inclusive, o

brainstorm (chuva de ideias) aliado ao empowerment (delegação de poder);

c) Desenvolvimento humano: o bem mais precioso das organizações é o

capital intelectual nela inserido, ou seja, as pessoas. Todavia, muitas organizações

não proporcionam um ambiente de trabalho saudável para seus colaboradores,

tampouco políticas de ascensão profissional.

Desta forma, visto que as empresas são formadas pelo conhecimento,

criatividade, habilidade, motivação e competência das pessoas que as compõem,

nada mais coerente do que existir a valorização de seus funcionários para que

assim, ambos saiam beneficiados. (BRASIL, 1999);

d) Constâncias de propósito: uma empresa deve fixar sua missão, visão e

valores logo no início de suas atividades profissionais. Desta maneira, os

colaboradores podem visualizar todos os passos da organização, vestir a camisa e

sentir-se parte da empresa.

No caso da ferramenta, é necessário manter-se constante no objetivo

proposto no início do projeto (independente dos obstáculos que possam aparecer),

pois, mesmo que não dê certo na primeira tentativa, há a possibilidade de iniciar

novamente a implantação;

Page 23: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

22

e) Melhoria contínua: é a essência da análise e melhoria de processos, todo

processo pode ser melhorado, porém, o princípio vai ainda mais longe: não se limita

apenas à AMP, ela chega a ser uma ferramenta administrativa independente;

Brasil (1999, p.3) complementa que “o comprometimento com o

aperfeiçoamento contínuo é que move a AMP. Convém que a melhoria do

desempenho dos processos seja um dos objetivos permanentes da organização.”;

f) Gestão de processo: as empresas são formadas pelo conjunto de

processos, todavia, há uma comodidade por parte dos gestores em enxergar a

estrutura da organização apenas pelo modo funcional.

Quando usado, este princípio oferece uma visão holística da empresa, pois

não considera as partes isoladas do processo. Vale ressaltar ainda que, o foco

sempre será a satisfação dos clientes, no caso de organizações públicas, o povo.

Brasil (1999, p.3) explica sobre a gestão de processo: “um processo deve

ser discutido tratado e melhorado em esforço conjunto de seus fornecedores,

gerentes, executores e clientes. [...] A metodologia da AMP é imprescindível para o

desenvolvimento desses processos.”;

g) Gestão de informação e comunicação: este princípio está diretamente

ligado a segurança da informação, pois, utiliza seus fundamentos básicos:

disponibilidade (informação sempre disponível), integridade (evita fraudes de

conteúdo), confidencialidade (informação disponível para as pessoas certas) e

autenticidade (certifica a autenticidade da pessoa que enviou a informação).

Passar a informação certa para a pessoa certa no momento oportuno e de forma correta. A obtenção de uma solução rápida e adequada de um problema certamente está ligada à forma pela qual a informação é tratada pela organização. (BRASIL, 1999, p.4);

h) Garantia da qualidade: assegurar a qualidade durante todo o uso da AMP

garante uma aplicação segura e com chances reduzidas de erro. Desta forma, a

organização, além de obter um processo melhorado, terá uma dispendiosidade

menor;

i) Busca da excelência: todos os passos anteriores precisam ser realizados a

partir deste princípio, ou seja, buscar a excelência independente do nível em que se

encontra a implementação da ferramenta.

Page 24: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

23

Estes são os princípios básicos que compõem a ferramenta de análise e

melhoria de processos. Seguindo estes princípios, o profissional que implementar a

ferramenta terá uma base sólida em sua utilização.

Seguindo o raciocínio, o processo é o principal objeto de estudo da AMP,

desta forma é necessário uma abordagem mais abrangente sobre processos.

3.3.2 Conceitos referentes a processo

Gonçalves (2000, p.7) conceitua processo como “um grupo de atividades

realizadas numa seqüência (sic) lógica com o objetivo de produzir um bem ou um

serviço que tem valor para um grupo específico de clientes [...].”

Em outras palavras, os processos são várias atividades que dependem uma

das outras e que interagem de forma a transformar insumos (entradas ou inputs) em

produtos ou serviços (saídas ou outputs), agregando valor para um determinado

nicho de mercado.

Seguindo o raciocínio, a figura abaixo demonstra graficamente como

funciona um processo de forma geral:

Há ainda os processos denominados macroprocessos. São processos

maiores constituídos por vários outros microprocessos, realizando assim, um

objetivo maior.

Ao analisar os processos de forma geral nas empresas, nota-se que existe

um processo principal no qual é composto por vários outros processos, ou seja, o

output de um processo se torna o input de outro processo até que se chegue ao

cliente final. (SCARTEZINI, 2009)

3.3.3 Implementação da AMP

Antes de identificar as falhas do processo, é preciso identificar o

macroprocesso da organização, ou seja, o principal processo que a movimenta.

Após identificado, o macroprocesso se torna o objeto de estudo da AMP,

pois, toda possível melhoria que será proposta deverá estar ligada direta ou

indiretamente conectada a ele. (CANO, 2006)

A partir desta identificação, o processo está pronto para ser analisado pelo

profissional que aplicará a ferramenta. Podem-se usar diferentes ferramentas para

Page 25: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

24

identificar os problemas de processo: fluxograma, ciclo PDCA, gráfico de pareto,

5w1h e etc.

Entretanto, o presente relatório limita o enfoque na ferramenta fluxograma,

por ser suficiente para propor uma melhoria na problematização encontrada no

processo da organização.

Após a identificação do problema, inicia-se a melhoria de processo, neste

estágio faz-se a identificação, ordenação e desenvolvimento das soluções para os

problemas encontrados. (BRASIL, 1999)

Neste sentido, cria-se um plano de ação, onde são determinadas todas as

etapas do projeto: determinar quem irá fazer, em quanto tempo, local e etc.

Sendo assim, o plano de ação além de determinar a função de cada

colaborador descreve de forma detalhada todo o trâmite que deve ser seguido para

implementação da melhoria.

Scartezini (2009) determina que existem dois tipos de ações e que elas se

contrapõem: ação corretiva e a ação preventiva. A primeira tem como objetivo

eliminar por definitivo a causa do problema, gerando economia para a

organização.aJá a segunda, como o nome já diz, tem o objetivo de prever um

problema antes que aconteça. Normalmente é utilizado antes da criação de produtos

ou serviços.

Entretanto, Brasil (1999) é mais abrangente quando determina que existem

três tipos de ações: ação corretiva, adaptativa e provisória. A primeira tem a mesma

função da ação corretiva citado por Scartezini. A segunda, ação adaptativa, tem o

objetivo de minimizar um problema, visto que é impossível sua eliminação por

completo. Já a terceira, é utilizada quando um processo não pode parar, agindo de

forma temporária até que se termine o processo.

Por último, vem a fase da normatização, onde se produz as atividades de

elaborar as normas referentes ao processo, produzir os fluxos, assim como a

documentação de apoio. Desta forma estas atividades irão garantir a

operacionalidade do processo. (SCARTEZINI, 2009)

Documentar cada etapa do processo é de grande importância, pois, após

definir o processo final, através de melhoria, haverá toda a documentação que dá

sustentação ao gestor, caso haja a rotatividade de funcionários, não haverá

problemas quanto à execução do processo.

Page 26: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

25

Desta forma a normatização deve ser consolidada com toda a base

operacional do processo (colaboradores envolvidos), seguindo as diretrizes ou

regulamentos da organização. (BRASIL, 1999)

3.4 Certificação Digital (CE)

A certificação digital é uma técnica fundamental para o universo da

sociedade da informação. Ela além de proporcionar maior segurança ao

e-commerce (comércio eletrônico) e as transações que o governo realiza de forma

eletrônica, proporciona privacidade aos cidadãos.

Em sua essência, a certificação digital é um tipo de tecnologia de identificação que permite que transações eletrônicas dos mais diversos tipos sejam realizadas considerando sua integridade, sua autenticidade e sua confidencialidade, de forma a evitar que adulterações, captura de informações privadas ou outros tipos de ações indevidas ocorram. (ALECRIM, 2011, p.1)

Em outras palavras, a certificação digital é como se fosse um documento de

identidade, que garante a identificação do emissor da mensagem ou de uma

transmissão na rede.

A CE, além de envolver em seu processo a criptografia, associa-se à

utilização dos certificados digitais e assinaturas digitais.

3.4.1 Criptografia

A criptografia, junto com a segurança da informação é a base da certificação

digital, ela proporciona segurança a uma mensagem, sobretudo porque, garante que

apenas pessoas autorizadas tenham acesso ao seu conteúdo original.

Criptografia é uma palavra que vem do grego kryptos e significa oculto, envolto, escondido. Também do grego, graphos significa escrever. Portanto, criptografia é a escrita de mensagem de forma codificada, que só deveria ser compreendida pelo remetente e destinatário. (MAIA, 2010, p.25)

Pode ser entendido como criptografia, de forma prática, o envio de uma

mensagem em códigos, que só poderá ter acesso o próprio remetente e o

Page 27: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

26

destinatário. Terceiros, se receptassem a mensagem no caminho, só teriam acesso

a símbolos aleatórios.

Dentro da criptografia há duas classificações: a criptografia simétrica e

assimétrica.

3.4.1.1 Criptografia Simétrica

Nesta classificação a informação passa do emissor para o receptor através

de uma única chave, ou seja, o emissor cifra a mensagem com a chave “A”, logo, o

receptor decifra a mensagem com a mesma chave “A”. Para que isso ocorra é

necessário que ambos tenham a chave.

A criptografia simétrica, como o nome sugere, baseia-se na simetria das chaves, ou seja, a mesma chave utilizada para criptografar será usada para descriptografar a mensagem, [...]. Essa chave, chamada privada, é previamente trocada entre o emissor e o receptor por um canal de comunicação seguro. (VASQUES E SCHUBER, 2002, p.19)

Este modelo de criptografia é mais indicado para garantir a confiabilidade de

um grande volume de dados, no entanto, não é aconselhado para o

compartilhamento de informações (por apresentar a necessidade de se ter um canal

seguro de compartilhamento das chaves).

No caso da operação estiver sendo executada com uma grande quantidade

de chaves, pode se tornar instável a segurança oferecida pela operação.

(CRIPTOGRAFIA, 2012)

3.4.1.2 Criptografia Assimétrica

Já neste modelo, observa-se que são utilizados dois tipos diferentes de

chave: a pública e a privada. Entretanto, é necessário observar que as chaves

precisam ser do mesmo usuário.

Se o emissor cifrar a mensagem com a chave pública, só quem tem a chave

privada do emissor poderá decifrá-la. Caso a mensagem for cifrada com a chave

privada, qualquer usuário poderá decifrar a mensagem, pois, a chave publica é de

conhecimento de todos. No segundo caso apenas se garante a autenticidade da

mensagem. (VASQUES E SCHUBER, 2002)

Page 28: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

27

Neste sentido, o modelo de criptografia assimétrica, apesar de possuir um

processamento mais lento do que o outro modelo, resolve os problemas de

armazenagem e compartilhamento de chaves do sistema simétrico, por possuir a

chave pública.

Aproveitando a vantagem de cada modelo, o ideal é o uso combinado de

ambos, onde o primeiro modelo (simétrico) é usado para a codificação da

informação e o segundo modelo (assimétrico) é utilizado para o compartilhamento

da chave secreta. (CRIPTOGRAFIA, 2012)

3.4.2 Certificado Digital

Além da criptografia, foi necessária a criação de mais dispositivos de

segurança para transações eletrônicas, sejam elas privadas ou públicas. O

certificado digital é um deles.

Para melhor entendimento, Vasques e Schuber (2002, p.3) conceitua o

certificado digital como:

Um arquivo assinado eletronicamente por uma entidade confiável, chamada Autoridade Certificadora (AC). Um certificado tem o objetivo de associar a chave pública a uma pessoa ou entidade, servindo, assim, como um mecanismo para a divulgação da chave pública (VASQUES E SCHUBER, 2002 p.3)

O certificado digital pode ser comparado com o documento passaporte, no

qual, possui diversas informações que identificam o usuário (dados pessoais,

emissão, número de registro etc.).

Por este lado, observa-se que a entidade responsável pela emissão e

veracidade dos dados apresentados no passaporte é a Polícia Federal, já no caso

do certificado digital, sua entidade de emissão é a Autoridade Certificadora (AC).

(CRIPTOGRAFIA, 2012)

As Autoridades Certificadoras emitem, gerenciam e distribuem os

certificados digitais, elas garantem que o emissor da mensagem é realmente quem a

enviou. Existem três tipos de AC: raiz, intermediária e emissora.

As Autoridades Certificadoras se comunicam através da cadeia de

certificados. A AC raiz é a primeira autoridade da cadeia, sendo assim, a âncora de

Page 29: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

28

confiança para toda a hierarquia. Como não há nenhum outro nível acima da AC

raiz, o certificado emitido por ela é autoassinado.

Já a AC emissora são as organizações que comercializam os certificados e

a AC intermediária limita-se a se responsabilizar pela veracidade das informações

contidas nos certificados. (CRIPTOGRAFIA, 2012)

Por motivos de segurança, os certificados possuem um prazo para

expiração, desta forma, as AC´s podem fazer um controle prévio da utilização dos

certificados, assim como, atualizar os dados da entidade.

Este prazo de expiração varia de acordo com o tipo do certificado, para

usuários finais o prazo varia de um a três anos, no entanto a qualquer momento

pode ser determinado sua expiração, por meio da revogação. (MAIA, 2010)

3.4.3 Assinatura Digital

A assinatura digital certifica a autenticidade do emissor. Ela “baseia-se no

fato de que apenas o dono conhece a chave privada e que, se ela foi usada para

codificar uma informação, então apenas seu dono poderia ter feito isto.”

(CRIPTOGRAFIA, 2012)

Além de garantir a autenticidade do emissor, a assinatura digital proporciona

segurança à comunicação, no que diz respeito à inalterabilidade do documento

digital, ou seja, comprova que o arquivo não foi modificado.

A assinatura digital faz uso do modelo de criptografia assimétrica, pois utiliza

as chaves privada e pública. A primeira serve para assinar o documento, enquanto

que a segunda serve para verificar a assinatura. (VASQUES E SCHUBER, 2002)

Apesar de ter a mesma função a assinatura digital é diferente da assinatura

manuscrita, independente se ela seja digitalizada ou não. A primeira é um método

matemático aliado a determinados processos tecnológicos seguros (função hash), já

a segunda garante autenticidade apenas de documentos físicos, ao digitalizar esta

assinatura, facilmente poderia ser alterada em programas de edições de imagens.

Page 30: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

29

4 ALTERNATIVAS SUGERIDAS E RESULTADOS ESPERADOS

Os problemas identificados no segundo capítulo do presente relatório (falta

de documentação e o arquivo sem infraestrutura), serão abordados individualmente

neste capítulo, para que assim, sejam propostas as respectivas alternativas de

soluções.

4.1 Primeiro problema: Falta de documentação

É imprescindível a documentação dos processos organizacionais. Desta

forma, um processo documentado irá evitar que informações sejam perdidas ao

longo do tempo.

Se houver uma rotatividade de funcionários, por exemplo, os novos

ingressantes na organização irão adaptar-se mais rapidamente ao processo, pois,

existirá um documento descrevendo todo o trâmite do processo.

Enfatiza-se a documentação dos processos, seguindo a premissa de que, para realizar alguma melhoria no processo, é preciso primeiro conhecê-lo e entendê-lo e que a qualidade de um produto ou serviço é reflexo da qualidade e gerenciamento do processo utilizado em seu desenvolvimento. (BRASIL, 1999, p.8)

Neste sentido, o processo abordado neste relatório foi documentado,

seguido de sua representação gráfica. Para o levantamento de dados foi usado a

técnica de observação pessoal.

D’Ascenção (2001, p.104) comenta que a técnica observação pessoal,

Permite a verificação pessoal e o respectivo registro dos fatores que influenciam ou sofrem influência do processo, tais como: relações interpessoais, comportamento dos que trabalham no processo; interdependência e inter-relação com os demais processos da organização. (D’ASCENÇÃO, 2001, p.104)

Após o levantamento de dados do processo trabalhado, criou-se o

fluxograma correspondente às informações obtidas, assim, tornou-se clara a

visualização por completo do processo. O fluxograma criado para o processo pode

ser visualizado no item 2.2 do relatório.

Page 31: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

30

Por último, é importante ressaltar que existem inúmeros processos no setor,

no entanto, apenas um foi trabalhado e julgando pela importância da documentação

de processos, assim como, sua representação gráfica é aconselhado que a

organização inclua no seu próximo edital de concurso, vagas para profissionais

qualificados na área de OSM (Organização, Sistemas e Métodos), caso contrário,

seus processos continuarão, no mínimo, ineficientes.

Com esta implementação de melhoria, o DPF terá uma cadeia de processos

bem estruturados, pois, todos os processos serão minuciosamente descritos e

representados.

Desta forma, além do respaldo que a direção irá possuir, será aumentado o

entendimento e agilidade dos processos por parte dos colaboradores, pois, os

problemas serão consideravelmente reduzidos.

4.2 Segundo problema: Arquivo sem infra-estrutura

Como citado no segundo capítulo, em uma determinada parte do fluxo do

processo, os documentos são enviados para um arquivo. Entretanto, este arquivo

não oferece a infraestrutura necessária para sua utilização na organização.

Vale ressaltar que os documentos envolvidos no processo são digitalizados

antes de serem encaminhados definitivamente para o arquivo, desta forma, se o

trâmite ligado à digitalização fornecesse a segurança e qualidade necessária, não

seria preciso a utilização do arquivo físico.

Neste sentido, visando solucionar os problemas expostos, é sugerida a

utilização da certificação digital. Ora, se houver uma forma de garantir que o servidor

se responsabilize pela veracidade dos documentos digitais, o problema do arquivo

seria solucionado, pois, poderia ser eliminado do processo.

Ao utilizar a certificação digital, o servidor responsável pela digitalização do

documento, atestará que as informações no documento físico são exatamente as

mesmas do arquivo digital.

Ao finalizar a digitalização é feita a assinatura digital do servidor junto ao

documento eletrônico, contendo o número de registro, data da assinatura e

autoridade certificadora responsável, assim, sempre que o documento for consultado

haverá a devida identificação.

Page 32: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

31

Para aumentar ainda mais a segurança, sugere-se que, antes de ser

eliminado, o documento passe por mais um servidor, se tornando automaticamente

co-responsável pela veracidade do documento físico junto ao eletrônico.

No entanto, para eficácia total desta solução, é sugerido que seja feita

licitação de novos equipamentos de scanner, pois, os equipamentos utilizados

atualmente são ultrapassados (lentos, apresentam erros e geram apenas imagens

monocromáticas)

Aplicando a certificação digital, não há a necessidade de se manter o

arquivo físico. Logo, o processo será realizado de forma mais rápida, prática e

operará de forma menos onerosa.

Como Cano (2006, p.4) cita que: “o sucesso da MP [ou AMP] se dá quando

uma atividade crucial possa vir a ser desempenhada melhor, com mais objetividade

e se possível com menos dispêndio de recursos, funcionários e tempo.”

Nota-se que com as sugestões apresentadas, o processo apresentará

melhor desempenho, será mais objetivo e haverá um menor custo empregado, tanto

com os recursos financeiros quanto com os recursos humanos.

Seguindo o movimento da sustentabilidade empresarial, que é baseada nos

três pilares (excelência técnica e gerencial, saúde dos profissionais e

responsabilidade sócio-ambiental), é sugerido, que o pilar responsabilidade sócio-

ambiental do DPF seja melhorado no sentido de ao invés de eliminar os papéis

utilizados no arquivo, os papéis sejam encaminhados a entidades especificas de

reciclagem, através de parcerias.

Já o layout da organização, pode ser revisto, pois, caso a implantação da

melhoria for aceita, o local em que se encontra o arquivo, ficará disponível, podendo

ser utilizado para expandir o setor SINIC ou para qualquer outra finalidade que a

diretora do Instituto Nacional de Identificação decida.

Abaixo se encontra o fluxograma melhorado do processo. Observe que não

constam na representação gráfica os símbolos referentes aos arquivos (provisório e

definitivo), pois, foram retirados do processo:

Page 33: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

32

Fluxograma – Trâmite dos boletins de identificação criminal (Melhorado)

Figura 6: Fluxograma do processo melhorado Fonte: Elaborado pelo autor

PROTOCOLO SINIC GED AFISR

ece

be

o

ma

lote

da

s S

R/

De

leg

acia

s

É B

IC?

SIM

O

En

ca

min

ha

pa

ra o

SIN

IC

A.P

PR

OT

.

A

AR

ece

be

os B

IC´s

Fa

z a

tria

ge

m

do

s B

IC´s

Tip

o 7

ou

0 ?

TIP

O “

0”

B

En

ca

min

ha

pa

ra o

AF

IS

Está

reg

istr

ad

o n

o

SIN

IC?

Inclu

i n

o

Sis

tem

a C

AD

O

Pe

sq

uis

a

no

Sis

tem

a

Bio

grá

fico

SIM

C

Fa

z

co

nfe

rên

cia

min

ucio

sa

BR

ece

be

os B

IC´s

Inclu

i n

a

Ba

se

Bio

tric

a

En

ca

min

ha

pa

ra o

SIN

ICC

Re

ce

be

os

do

cu

me

nto

s

D

D

Hig

ien

iza

os

do

cu

me

nto

s d

o

inte

rio

r d

o lo

te

Fa

z c

on

ferê

ncia

po

r a

mo

str

ag

em

Dig

ita

liza

os

do

cu

me

nto

s

Fim

LE

GE

ND

A

SR

= S

up

erin

ten

ncia

s

BIC

= B

ole

tim

de

Id

en

tifica

çã

o C

rim

ina

l

SIN

IC =

Se

rviç

o N

acio

na

l d

e In

form

açõ

es C

rim

ina

is

TIP

O 7

= S

em

dig

ita

is

TIP

O 0

= C

om

dig

ita

is

AF

IS =

Sis

tem

a A

uto

ma

tiza

do

de

Im

pre

ssõ

es D

igita

is

CA

D =

Pro

gra

ma

de

Ge

ren

cia

me

nto

de

Do

cu

me

nto

s

GE

D =

Ge

ren

cia

me

nto

Ele

trô

nic

o d

e D

ocu

me

nto

s

=

Áre

a m

elh

ora

da

Inclu

i n

o

SIN

IC

Pe

sq

uis

a

na

Ba

se

Bio

tric

a

TIP

O “

7”

Fim

En

ca

min

ha

pa

ra

o G

ED

pa

ra

dig

ita

liza

çã

o

Iníc

io

Cria-s

e o

s lo

tes

Co

nfe

re o

s

do

cu

me

nto

s

Inse

re a

Assin

atu

ra

Dig

ita

l

Pa

ssa

pa

ra o

se

rvid

or

se

gu

inte

Co

nfe

re o

s

do

cu

me

nto

s

Inse

re a

Assin

atu

ra

Dig

ita

l

En

ca

min

ha

o

do

cu

me

nto

pa

ra

a r

ecic

lag

em

Page 34: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

33

Para implementar as melhorias expostas no relatório terá que ser investido

recursos em certificação digital, aquisição de novos equipamentos e de profissionais

de OSM, no entanto, o capital investido será bem empregado.

Já com essas melhorias implantadas, a organização usufruirá de ótimos

resultados, pois, não haverá perca de tempo com a procura manual de documentos

no arquivo, o processo será mais ágil e o custo envolvido será diminuído.

Em Brasília, local onde se encontra a organização, se for feito o

levantamento do valor que custa um espaço do tamanho utilizado pelo arquivo, será

revelado valores altíssimos, portanto, a eliminação do arquivo de início, apresentará

uma redução de custo, justificando portanto, as melhorias sugeridas.

Page 35: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A globalização vem influenciando organizações do mundo inteiro, as regras

do mundo corporativo agora são ditadas em âmbito mundial e quem não se adapta

às rápidas mudanças, naturalmente está fora do contexto.

No entanto, essa interação ocorre de forma mais intensa em organizações

privadas. Já em organizações públicas, o processo de mudança costuma ser mais

demorado.

Desta forma, foi de grande valia poder sugerir uma proposta de melhoria

para uma organização pública, pois, ao final do período de estágio, além de adquirir

conhecimentos de como se realiza uma consultoria, foi possível incomodar os

gestores do DPF quanto à importância que os processos exercem na eficiência da

organização.

A área de Análise e Melhoria de Processos é estruturada de forma completa,

pois, oferece ao administrador a oportunidade de utilizar as principais ferramentas

ensinadas ao longo do curso de Administração. E para total eficácia da AMP,

Cano (2006, p.43) observa que é preciso o empenho de todos envolvidos na

organização:

A Melhoria dos Processos auxilia as organizações a evoluírem na forma como seus métodos de trabalho e tarefas são analisados, planejados e executados com maior eficiência. Porém, para isso, deve haver empenho da organização a fim de se melhorar todos os processos [...]. (CANO, 2006, p.43)

Por último, vale ressaltar que os conhecimentos adquiridos através do

estágio, irão facilitar minha atuação no mercado de trabalho, tanto na área privada

quanto na área pública.

Page 36: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

35

REFERÊNCIAS

ALECRIM, E. Entendendo a Certificação Digital, [s.l.], 01 de abr. 2011. Disponível em: <http://www.infowester.com/assincertdigital.php>. Acesso em: 08 de out. de 2012 BRASIL, Ministério da Defesa – Exército Brasileiro – Secretaria de Ciência e Tecnologia / Instituto Militar de Engenharia. Análise e Melhoria de Processos. Rio de Janeiro: IME, 1999. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. CANO, I. S. Gerenciamento estratégico e políticas de execução de melhorias dos processos. 2006. 56 f. Monografia (Especialização em Administração de empresas) – Faculdade Carlos Drummond de Andrade, São Paulo, 2006. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/producao-academica/gerenciamento-estrategico-e-politicas-de-execucao-melhoria-dos-processos/165/download/> CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. CHIAVENATO, I. Administração geral e pública. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. COELHO, Daniella Mello. Elementos essenciais ao conceito de Administração Gerencial. Disponível em: <http://www2.senado.gov.br/bdsf/bitstream/id/622/15/ r147-20.pdf>. Acesso em: 24 de set. de 2012 CRIPTOGRAFIA. Criptografia, [s.l], 02 de jun. de 2012. Disponível em: <http://cartilha.cert.br/criptografia/>. Acesso em: 08 de out. de 2012 CURY, A. Organização e métodos: uma visão holística. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2000. D’ASCENÇÃO, L. C. M. Organização, sistemas e métodos: análise, redesenho e informatização de processos administrativos. São Paulo: Atlas, 2001 GONÇALVES, José Ernesto Lima. As empresas são grandes coleções de processos. Rev. adm. empres., São Paulo, v. 40, n. 1, mar. 2000 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-75902000000100002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 02 out. de 2012. HARMON, M. M.; MAYER, R. T. Teoria de la organización para la administración pública. México: Colégio Nacional de Ciências Políticas y Administración Pública A. C./ Fondo de Cultura Económica, 1999.

Page 37: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

36

HISTÓRICO. Histórico da Polícia Federal. Disponível em <http://www.dpf.gov.br/institucional/historia>. Acesso em: 18 de set. 2012 MAIA, M, M, de Q. Aspectos técnicos e legais da certificação digital. 2010. 69 f. Monografia (Especialização em Direito) – Universidade de Fortaleza – UNIFOR, Ceará, 2010. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/77713575/Monografia-Aspectos-Tecnicos-e-Legais-da-Certificacao-Digital> MARTINS, S. P. Instituições de direito público e privado. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. OLIVEIRA, R. P. D. Sistema, organização e métodos: uma abordagem gerencial. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2011 SCARTEZINI, L. M. B. Análise e Melhoria de Processos. Goiânia, 2009. Disponível em: <http://www.aprendersempre.org.br/arqs/GE%20B%20-%20An%E1lise-e-Melhoria-de-Processos.pdf>. Acesso em: 04 de out. de 2012 VASQUES, A,T; SCHUBER, R. P. Implementação de uma VPN em Linux utilizando o protocolo IPSec. 2002. 59 f. Monografia (Especialização em Ciência da Computação) – Centro Universitário do Estado do Pará – CESUPA, Belém, 2002. Disponível em: <http://www.abusar.org.br/manuais/VPN-alan-rafael.pdf> WALDO, D. O estudo da administração pública. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1971.

Page 38: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

37

ANEXOS

Page 39: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

38

ANEXO A – Ilustração do arquivo

Figura 7: Ilustração do arquivo Fonte: Elaborado pelo autor

Page 40: TCC - Melhoria de Processo - Bruce Araujo - Icesp.promove - 2012

39

ANEXO B – Simbologia do fluxograma global

Símbolo Significado

Terminal

Conector

Arquivo

Decisão

Inutilização ou destruição do documento

Demora ou atraso

Documento

Operação

Informação oral

Documentos

Informações orais

Material

Conferência

Figura 8: Simbologia do fluxograma global

Fonte: Adaptado pelo autor. Oliveira (2011, p.277).