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FACULDADE PITÁGORAS DE IPATINGA – MG CURSO DE ADMINISTRAÇÃO Fabiane Assis Bonifácio Kelen Cristina Barros Raphael Vieira Alves Soares Microcrédito produtivo orientado, realidades distintas para um mesmo propósito: um breve relato para o Vale do Aço (MG) Ipatinga - MG 2012

TCC - Microcredito

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FACULDADE PITÁGORAS DE IPATINGA – MG

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

Fabiane Assis Bonifácio

Kelen Cristina Barros

Raphael Vieira Alves Soares

Microcrédito produtivo orientado, realidades distintas para um mesmo propósito: um breve

relato para o Vale do Aço (MG)

Ipatinga - MG

2012

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Fabiane Assis Bonifácio

Kelen Cristina Barros

Raphael Vieira Alves Soares

Microcrédito produtivo orientado, realidades distintas para um mesmo propósito: um breve

relato para o Vale do Aço (MG)

Artigo apresentado ao Curso de Administração da Faculdade Pitágoras de Ipatinga – MG, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Administração. Orientador: Prof. Sávio Tarso Pereira. Coorientador: Gustavo Madureira Cardoso

IPATINGA - MG

2012

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1

AUTORIZO A REPRODUCAO E DIVULGACÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO DE COMUNICAÇÃO OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Faculdade Pitágoras Ipatinga - MG

BONIFÁCIO, Fabiane Assis, BARROS, Kelen Cristina e SOARES, Raphael Vieira Alves.

Microcrédito produtivo orientado, realidades distintas para um mesmo propósito: um breve relato para o Vale do Aço (MG) /Fabiane Assis Bonifácio, Kelen Cristina Barros e Raphael Vieira Alves Soares. Orientador: Sávio Tarso Pereira. Ipatinga – MG, 2012. Trabalho conclusão de curso (obtenção do título de graduado em Administração). Faculdade Pitágoras - Campus de Ipatinga - MG – Profª. Rhubia Ob Silva Nauderer.

1. Microfinanças. 2. Microcrédito produtivo orientado. 3. Banco Popular. 4. Micro e

pequenos empreendedores. 5. Agentes de crédito.

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1

FOLHA DE APROVAÇÃO

Fabiane Assis Bonifácio

Kelen Cristina Barros Raphael Vieira Alves soares

Microcrédito produtivo orientado, realidades distintas para um mesmo propósito: um breve

relato para o Vale do Aço (MG)

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de graduação de Administração da Faculdade Pitágoras Ipatinga MG, como parte dos requisitos para a obtenção do título de graduado em Administração.

Aprovado em:

Banca examinadora

Profª. Rhubia Ob Silva Nauderer. Instituição: Faculdades Pitágoras Campus – Ipatinga - MG Assinatura: ___________________________________ Prof°.: Sávio Tarso Pereira Instituição: Faculdade Pitágoras Campus – Ipatinga - MG Assinatura: ___________________________________

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Microcrédito produtivo orientado, realidades distintas para um mesmo propósito: um breve relato para o Vale do Aço (MG)

Fabiane Assis Bonifácio1 Kelen Cristina Barros

Raphael Vieira Alves Soares Sávio Tarso Pereira2

Resumo: A indústria de microfinanças e, sobretudo, o microcrédito são temas que recentemente estão disseminados no cenário nacional e internacional, mas que possuem grande relevância devido ao seu poder de inclusão social, pois atendem a micro e pequenos empreendedores formais ou informais excluídos ou com acesso restrito ao sistema financeiro tradicional por não possuírem bens como garantia. O presente estudo procurou verificar, através da fundamentação teórica e de um estudo de caso realizado em campo, se o atendimento e o programa de microcrédito produtivo orientado do Banco Popular eram eficazes para garantir o sucesso dos empreendimentos de seus tomadores. Foram realizados questionários e entrevistas estruturadas com ex-clientes da instituição do município de Timóteo-MG, no qual se observou que a atuação dos agentes de crédito foi importante e amplamente seguida pelos micro e pequenos empreendedores, mas faltava o acompanhamento periódico desses profissionais a todos os pesquisados. Constatou-se que o Banco Popular era responsável, parcialmente, pelo sucesso dos empreendimentos de seus tomadores, pois a instituição não atendia equitativamente todos seus clientes. Palavras-chave: Microfinanças; microcrédito produtivo orientado; Banco Popular; micro e pequenos empreendedores; agentes de crédito. Abstract: The microfinance industry and, especially, microcredit are issues that are widespread in recent national and international scene, but which have great relevance due to its power of social inclusion, because it serves to micro and small entrepreneurs formally or informally excluded or with restricted access to traditional financial system, because of lack of assets as an assurance. The present study sought to verify through of research bibliography and a case study conducted in the field, if the service of oriented productive microcredit program of Banco Popular were effective in ensuring the success of their ventures takers. We conducted questionnaires and structured interviews with former clients of the institution of the municipality of Timóteo-MG, in which we observed that the performance of loan officers was important and widely followed by micro and small entrepreneurs, but lacked the periodic monitoring of these professionals at all respondents. It was found that the Banco Popular was responsible, in part, by the success of their ventures makers because the institution did not meet all their customers equally Keywords: Microfinance; oriented productive microcredit; Banco Popular; micro and small entrepreneurs; loan officers.

1 Graduandos em Administração, Faculdade Pitágoras de Ipatinga 2 Orientador, Mestre em História Social pela USS – Universidade Severino Sombras (RJ), professor do curso de Administração, da Faculdade Pitágoras/Ipatinga-MG.

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil, muitos empreendedores têm dificuldades em captar recursos financeiros

junto aos bancos em virtude das altas taxas de juros cobradas e da exigência de bens como

garantia. Muitos alegam, também, que há dificuldades para pagar os empréstimos depois de

concretizado o acordo (DORNELAS, 2005). A dificuldade torna-se maior para os micro e

pequenos empreendedores de baixa renda, pois além de não poderem oferecer bens como

garantias, eles necessitam de orientação para otimizar a utilização dos empréstimos.

As instituições microfinanceiras e, sobretudo, as que trabalham com a carteira3 de

microcrédito produtivo orientado, procuram atender os micro e pequenos empreendedores

formais ou informais, utilizando-se de metodologia específica e da ausência de bens reais

como garantia. A metodologia utilizada por tais instituições consiste no crédito assistido ou

orientado, no qual os agentes de crédito fazem o diagnóstico do empreendimento do candidato

ao empréstimo e o orienta sobre a utilização do recurso financeiro.

No Vale do Aço (MG) o Banco Popular atendia milhares de micro e pequenos

empreendedores informais e formalizados e, consequentemente, colaborava também para a

geração de renda e ocupação para diversas pessoas. O banco, assim como os programas de

microcrédito espalhados pelo país e pelo mundo, atendia pessoas excluídas ou com acesso

restrito ao sistema financeiro tradicional, utilizando do agente de crédito como elo entre os

clientes e a instituição.

Além do impacto social do microcrédito, este trabalho apresenta também justificativas

acadêmicas e pessoais. Na justificativa acadêmica, os autores do artigo procuraram obter

conhecimentos empíricos sobre o microcrédito, porque o conceito e a aplicação do tema são

recentes, abrindo espaço para novas interpretações e práticas. No âmbito pessoal, um dos

autores do artigo trabalhou em uma instituição de microcrédito e vivenciou o positivo impacto

social que o programa causou na vida de alguns clientes da organização onde trabalhava.

Porém, a partir do ano de 2011, o Vale do Aço não conta mais com os serviços do

Banco Popular, pois a instituição finalizou o programa de microcrédito produtivo orientado

devido ao alto índice de inadimplência. Tendo em vista o motivo alegado pela instituição para

o seu fechamento, a hipótese parte do pressuposto de que o atendimento e o programa de

microcrédito produtivo orientado do Banco Popular não eram determinantes para o sucesso

3 Em finanças carteira (ou portfólio) representa o conjunto de ativos selecionados por um investidor, seja uma pessoa física, uma instituição financeira, um fundo de investimento etc. (FILHO; ISHIKAWA, 2007). No contexto do microcrédito, carteira representa o conjunto de empréstimos (ativos) realizados aos tomadores.

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dos empreendimentos de seus tomadores. Acredita-se que o Banco Popular não atendia

corretamente e/ou igualitariamente os micro e pequenos empreendedores, deixando-os à

mercê de suas próprias decisões.

Em relação ao objetivo geral, o presente estudo procurou verificar, através da

fundamentação teórica e de um estudo de caso realizado em campo, se o atendimento e o

programa de microcrédito produtivo orientado do Banco Popular eram eficazes para garantir o

sucesso dos empreendimentos de seus tomadores.

Já os objetivos específicos foram: (1) verificar se o Banco Popular atendia as

expectativas de seus ex-clientes; (2) apresentar o grau de conhecimento/instrução dos

tomadores de microcrédito do município de Timóteo-MG; (3) apresentar os fatores que

levaram os tomadores de microcrédito a montarem seus empreendimentos; (4) verificar se os

tomadores adquiriam o recurso financeiro com a finalidade correta; (5) apresentar o elevado

risco de crédito que uma instituição de microcrédito está sujeita; (6) verificar se havia o

acompanhamento realizado pelo agente de crédito aos micro e pequenos empreendedores; e

(7) verificar se o Banco Popular atendia igualitariamente seus clientes.

A pesquisa foi quantitativa e qualitativa, tendo como ferramentas a realização de

questionários e entrevistas estruturadas com seis ex-clientes da instituição do município de

Timóteo-MG.

O trabalho está organizado, além da introdução, da seguinte forma: (1) referencial

teórico; (2) metodologia; (3) resultados e discussão; e (4) considerações finais. A primeira

parte procura apresentar os conceitos e teorias referentes ao tema proposto. A segunda parte

demonstra os procedimentos metodológicos utilizados no estudo de caso e na pesquisa de

campo. A terceira parte explora, discute e relaciona os resultados obtidos com a pesquisa de

campo. Por fim, os autores do artigo demonstram a conclusão e a sugestão para futuras

pesquisas referente ao tema.

2 Das microfinanças ao microcrédito produtivo orientado

As microfinanças surgiram no século XIX, porém, a sua aplicação e difusão é

relativamente recente, pois se tornaram mais conhecidas internacionalmente através da

iniciativa do professor Muhammad Yunus4 e seus alunos de economia, que criaram entre os

anos de 1977 e 1979 o Grameen Bank5 (Banco da Aldeia), em Bangladesh (SINGER, 2002).

4 No ano de 2006, o professor Muhammad Yunus foi Ganhador do prêmio Nobel da Paz (EXAME.COM, 2006). 5 Vide anexo A.

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No Brasil, a indústria de microfinanças teve uma recente alavancada, sobretudo, com a

criação das leis 9.790/99, da lei 10.194/01, e a lei 11.110/05 e diversas medidas provisórias e

resoluções do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central do Brasil (BACEN)

que regulamentam o setor. O Estado atua também no fornecimento de recursos às diversas

instituições.

Segundo BARONE et al (2002), microfinanças é uma modalidade definida “por um

conjunto de serviços financeiros postos à disposição da população de baixa renda. Além do

crédito, poderão ser ofertados aos clientes poupança, depósitos a prazo, seguros, cartões de

crédito, dentre outros”. Para MONZONI (2008) o conceito de microfinanças é frequentemente

confundido com o de microcrédito por causa do “desconhecimento ou quando o único serviço

de uma instituição de microfinanças disponível é o crédito”.

O microcrédito, entretanto, vai além da simples concessão de crédito, sendo

conceituado como:

(...) a concessão de empréstimos de baixo valor a pequenos empreendedores informais e microempresas sem acesso ao sistema financeiro tradicional, principalmente por não terem como oferecer garantias reais. É um crédito destinado à produção (capital de giro e investimento) e é concedido com o uso de metodologia específica. (BARONE et al, 2002, p.11).

Observa-se que o microcrédito destina-se aos empreendedores formais ou informais

que não conseguem captar recursos no sistema financeiro tradicional, por não terem bens

(garantias reais) para oferecerem como contrapartida para obterem o empréstimo. Sendo

assim, as instituições de microcrédito utilizam duas formas para poderem cobrir eventuais

inadimplências: (1) a indicação de um avalista/fiador por parte do tomador; ou (2)

coletivamente, por meio do aval solidário, “que consiste na formação de grupos, geralmente

de três a cinco pessoas, em que cada um é ao mesmo tempo tomador do crédito e avalista dos

demais” (BARONE et al, 2002).

MONZONI (2008) acrescenta que o microcrédito produtivo (utilizado para capital de

giro e investimento), não pode ser confundido com crédito popular que, apesar de

teoricamente ser voltado para a população de baixa renda, é o tipo de empréstimo utilizado

para o consumo e/ou pagamento de dívidas.

Para a concessão do empréstimo é utilizada uma metodologia específica que consiste

no crédito assistido. Em 25 de abril de 2005, por iniciativa do governo federal, foi instituída a

Lei nº 11.110, conhecida como Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado

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(PNMPO), que define o microcrédito produtivo orientado (ou, em outras palavras, crédito

assistido) conforme abaixo:

O microcrédito produtivo orientado é o crédito concedido para o atendimento das necessidades financeiras de pessoas físicas e jurídicas empreendedoras de atividades produtivas de pequeno porte, utilizando metodologia baseada no relacionamento direto com os empreendedores no local onde é executada a atividade econômica (...) (BRASIL, 2005).

Na metodologia do crédito assistido ou orientado não é o prestatário que procura a

instituição financeira, mas sim o agente de crédito, que cumpre o papel de ser o elo entre o

cliente e a instituição de microcrédito (BARONE et al, 2002). Esse profissional avalia as

condições do empreendimento do candidato ao crédito, e o acompanha após e durante a

liberação do crédito.

As orientações fornecidas por um agente de crédito são de suma importância para o

desenvolvimento dos negócios dos micro e pequenos empreendedores, pois seus donos são,

no geral, pessoas de baixa renda, que possuem pouca escolaridade e poucos conhecimentos

sobre como montar e gerir um negócio. Os empreendimentos possuem também como

característica o alto grau de informalidade, sendo que no Brasil as empresas informais

representam 10,3 milhões (ADMINISTRADORES.COM, 2005).

2. 1. Impacto social do microcrédito

O microcrédito tem uma forte orientação social, pois além de democratizar o acesso ao

crédito à camada da sociedade total ou parcialmente excluída do sistema financeiro

tradicional, essa modalidade de crédito ajuda na geração de trabalho e renda para diversas

famílias, melhorando suas condições habitacionais, de consumo, de saúde e do fortalecimento

da própria dignidade. (BARONE et al, 2002).

Devido ao impacto social do microcrédito, que contribui, principalmente, para o

combate à pobreza, o Estado, a sociedade civil e recentemente a iniciativa privada tem atuado

essa carteira de crédito.

2. 2. Instituições de microcrédito

As instituições que operam com a carteira de microcrédito no Brasil podem ser

divididas entre aquelas com finalidade lucrativa ou sem finalidade lucrativa, e entre

instituições de primeira linha e instituições de segunda linha (BARONE et al, 2002). Com a

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lei 10.194/01 foi instituída a Sociedade de Crédito ao Microempreendedor (SCM), uma

sociedade empresária com fins lucrativos em que seu funcionamento é autorizado pelo Banco

Central do Brasil, que também exerce a fiscalização desse tipo de instituição. As instituições

financeiras do Sistema Financeiro Nacional (SFN), também podem trabalhar com a carteira de

microcrédito, desde que constituam estrutura própria e habilitem-se no Ministério do Trabalho

e Emprego (BRASIL, 2005).

As organizações sem fins lucrativos de microcrédito são divididas entre pessoas

jurídicas de direito privado (organizações não governamentais) sujeitas à Lei da Usura (que

limitam os empréstimos a uma taxa de doze por cento ao ano), e entre as Organizações da

Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), não sujeito às restrições usurárias.

As instituições de primeira linha são aquelas que trabalham diretamente com a

concessão de empréstimos. Já as instituições de segunda linha são provedoras de recursos

financeiros às instituições de microcrédito. Das instituições que não operam diretamente com

o microcrédito, se destaca o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social

(BNDES) e a atuação dos governos estaduais, através dos bancos de desenvolvimento

estaduais.

2.3. Um breve histórico sobre o Banco Popular

A Associação Comunitária de Crédito do Vale do Aço (MG) conhecido como Banco

Popular, é uma associação civil sem fins lucrativos, enquadrada como OSCIP, fundada no

município de Ipatinga-MG em Junho de 1998. A organização teve o apoio inicial de setores

públicos como à prefeitura de Ipatinga-MG. Ao longo dos anos, a instituição estabeleceu

parcerias com o BNDES, com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

(SEBRAE), com o Banco de Desenvolvimento do Estado de Minas Gerais (BDMG), com a

Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil entre outros.

O Banco Popular esteve presente em 75 municípios mineiros através de 18 pontos de

atendimento localizados na região leste e nordeste do estado de Minas Gerais.

Criado com o objetivo de apoiar o desenvolvimento sustentável dos micro e pequenos

negócios dos setores formais e informais, a instituição ofertava empréstimos para

empreendedores de baixa renda utilizando-se da metodologia do crédito assistido ou

orientado.

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O Banco Popular trabalhava com a concessão de empréstimos que variam de

R$300,00 a R$10.000,00 reais, com linhas de crédito para capital de giro6, capital fixo7,

capital misto8 e crédito rotativo. O crédito rotativo não está ligado ao microcrédito, mas o

banco o ofertava através de uma parceria com a Caixa Econômica Federal. Essa modalidade

de crédito é um serviço de troca de cheques, através da qual o cliente tem a possibilidade de

antecipar suas receitas na forma de cheques pré-datados para o prazo máximo de 60 dias.

O Banco Popular encerrou seu programa de microcrédito produtivo orientado no ano

de 2011, não conseguindo mais se manter no programa, pois segundo seus ex-proprietários, a

instituição possui uma carteira com alto índice de inadimplência.

2.4. O risco de crédito incorrido pelas instituições de microcrédito

Toda instituição que concede empréstimos está sujeita ao risco de crédito que,

segundo ASSAF NETO (2011, p. 134), isso ocorre “pela possibilidade de um devedor deixar

de cumprir com suas obrigações financeiras, seja pela inadimplência no pagamento do

principal da dívida, e/ou na remuneração dos juros”. Em suma, é o risco de não pagamento da

dívida assumida por um devedor (default risk).

Ao contrário das instituições do sistema financeiro tradicional que exigem garantias

reais do tomador para a realização do empréstimo, as instituições de microcrédito trabalham

com a ausência de bens como garantia. Portanto, se o tomador não puder honrar com sua

dívida, a instituição microcreditícia não poderá compensar o prejuízo com algum bem do

tomador.

A confiança entre prestador e prestatário é imperativa para a sobrevivência de um

programa de microcrédito, pois se uma instituição ofertante de crédito falir por causa da

inadimplência, os tomadores ficarão sem os empréstimos da instituição. A confiança é,

portanto, uma condição necessária para a sustentabilidade de um programa de microcrédito.

Cabe a instituição de microcrédito exercer o papel de orientadora, mantendo uma

atuação ativa de seus agentes de crédito, podendo oferecer serviços extras como cursos e

treinamentos, para que os micro e pequenos empreendedores saibam utilizar o recurso

financeiro com a finalidade correta.

6 O capital de giro é o empréstimo utilizado para que uma organização mantenha o funcionamento normal das suas atividades, cobrindo os custos e as despesas do dia a dia da empresa (ROSA, 2007). 7 O capital fixo é o financiamento utilizado para aquisição de bens (máquinas, utensílios, móveis, ferramentas, etc.) para uma empresa (Ibidem). 8 Capital de giro e capital fixo.

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2.5 O estudo de caso

Tendo em vista a importância da ação orientadora de uma instituição de microcrédito

para com seus clientes e, consequentemente, para a própria sustentabilidade do programa, o

presente trabalho ocupa-se em verificar se o atendimento e o programa de microcrédito

produtivo orientado do Banco Popular eram eficazes para garantir o sucesso dos

empreendimentos de seus tomadores.

Para isso, apresenta-se um estudo de caso com seis micros e pequenos

empreendedores do município de Timóteo, ex-clientes do Banco Popular, para verificar se os

procedimentos adotados pela instituição foram determinantes ou não para o sucesso dos

negócios dos seus tomadores de empréstimos.

3 Metodologia

Inicialmente, o trabalho apoia-se em uma pesquisa bibliográfica com o objetivo de

obter o referencial teórico e, a posteriori, foi realizado um estudo de caso feito em campo.

Foram aplicados entrevistas estruturadas (ou padronizadas) individuais e questionários, cujos

dados e informações coletados serviram de subsídio para o desenvolvimento do estudo de

caso.

Foi utilizado o raciocínio lógico dedutivo, pois a pesquisa procurou verificar se a

teoria estudada aplica-se aos casos particulares (BRASILEIROS; SANTOS, 2007). Dessa

forma, analisou-se a possibilidade de a metodologia do microcrédito produtivo orientado e o

atendimento praticado pelo Banco Popular não ter sido determinante para o sucesso dos

empreendimentos de seus clientes.

Os fins utilizados na pesquisa foram descritivos e explicativos, pois se procurou

descrever sobre um fenômeno e explicar sua ocorrência, além de esclarecer e justificar

diversos fatores (BRASILEIROS; SANTOS, 2007). Ou seja, o estudo procura descrever e

explicar se o atendimento e a metodologia utilizada pelo Banco Popular eram eficazes.

Quanto aos meios, foi utilizado, além da pesquisa bibliográfica, o estudo de caso, que

é um estudo mais detalhado e profundo de uma determinada situação (MARCONI;

LAKATOS, 2001). O estudo de caso partiu de uma lógica dedutiva, porque foi associado o

referencial teórico com o fenômeno pesquisado, contribuindo de forma mais abrangente para

o assunto estudado. Realizou-se, também, a pesquisa de campo, pois os autores do artigo

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utilizaram desse meio para obter informações e/ou conhecimentos para comprovar a hipótese

de que o Banco Popular não atendia corretamente e/ou igualitariamente seus ex-clientes.

A abordagem utilizada foi qualitativa e quantitativa, pois se procurou através da

combinação de questionários e de entrevistas estruturadas individuais, levantar dados

numéricos, buscar informações mais aprofundadas a respeito das opiniões e atitudes dos

entrevistados, o qual foi obtido através da interação entre os autores do artigo e os sujeitos da

pesquisa.

A pesquisa teve como universo os ex-clientes atendidos pelo Banco Popular no

município de Timóteo-MG, e a amostragem é a não probabilística e por julgamento, porque

os sujeitos utilizados são os que estão ao alcance do pesquisador, além de terem sido

escolhidos de acordo com as crenças dos autores do artigo (ACEVEDO; NOHARA, 2006).

A realização da coleta de dados e informações ocorreu no dia 21 de Novembro de

2012, através da aplicação de questionários e de entrevistas individuais com os seis ex-

clientes atendidos pelo Banco Popular. Durante a entrevista e o questionário, não foi

encontrada nenhuma resistência por parte dos entrevistados.

Os sujeitos da pesquisa são micro e pequenos empreendedores informais, que praticam

suas atividades empresárias em camelódromos ou na prestação de serviços no município de

Timóteo-MG, que utilizaram o crédito concedido pelo Banco Popular para aquisição de

mercadorias, investimentos em maquinários, reformas no ponto de venda, dentre outros.

4 Resultados e discussão

Durante a aplicação dos questionários e das entrevistas verificou-se que os

entrevistados são, em sua maioria, homens, representando 66,64% dos pesquisados. Foi

constatado que 83,30% dos pesquisados estão na faixa etária acima de 50 anos, mas apenas

33,32% são aposentados. O gráfico 1 demonstra os motivos alegados para a abertura do

empreendimento segundo os entrevistados. De acordo com o gráfico, percebe-se que 50% dos

micro e pequenos empreendedores utilizam-se do negócio para sustentar suas famílias e/ou

tirar seu sustento particular, sendo que 33,32% abriram o empreendimento porque

identificaram alguma oportunidade de mercado e apenas 16,66% utiliza-se do negócio como

forma de ocupação para aposentadoria.

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Gráfico 1 - Motivos alegados para a abertura do empreendimento

Fonte: Gráfico elaborado pelos autores do artigo

Em relação à escolaridade, 66,64% possuem ensino médio completo e 33,36% estão

com o ensino fundamental incompleto e nenhum possui ensino superior. Dos entrevistados

que possui ensino médio completo, ¾ apresentam também formação em nível técnico.

A pesquisa demonstrou que 83,30% dos entrevistados são casados e 16,66% possui

união estável, sendo que 66,64% residem em moradia própria e os 33,36% restantes moram

em residências cedidas ou alugadas. 50% dos entrevistados moram com 4 a 6 pessoas e os

outros 50% moram com uma a 3 pessoas.

Os micro e pequenos empreendedores ficaram sabendo sobre os serviços do Banco

Popular através da indicação de amigos ou de pessoas próximas (66,64%), por indicação da

prefeitura de Timóteo-MG (16,66%) e por visitas realizadas por agentes de crédito (16,66%).

Percebe-se, segundo a pesquisa, que o Banco Popular não teve uma postura pró-ativa, na qual

a teoria relata que as instituições de microcrédito vão até o local do empreendimento para

ofertar seus serviços.

O gráfico 2 demonstra a finalidade com a qual os micro e pequenos empreendedores

captaram os recursos financeiros. Segundo os entrevistados, eles captaram o empréstimo na

forma de crédito rotativo (50%), capital de giro (16,66%), capital fixo (16,66%) e capital

misto (16,66%) e a média aritmética simples do montante dos recursos financeiros captados

junto ao Banco Popular foi de R$7.583,33 Reais. O prazo médio de pagamento, segundo os

pesquisados, ficou entre 1 a 12 dias (50%) e entre 24 a 36 dias (50%), sendo que a garantia

utilizada foi à indicação de um avalista/fiador em 100% dos casos.

Page 15: TCC - Microcredito

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Gráfico 2 - Finalidade do crédito segundo os micro e pequenos empreendedores pesquisados

Fonte: Gráfico elaborado pelos autores do artigo

Quanto aos empreendimentos, 100% deles são negócios informais, no qual 66,64%

atuam no comércio e 33,34% prestam serviços e, em relação ao número de funcionários∗,

apenas 33,34% empregam de 1 a 3 funcionários. Ou seja, a maioria dos proprietários

pesquisados depende unicamente deles para gestão e para a execução das atividades do

negócio.

Em relação à renda mensal aproximada dos empreendimentos foi observado na tabela

1 que os rendimentos mensais gerados, segundo seus donos, são baixos, no qual foi verificado

que a média aritmética simples mensal entre todos os pesquisados é de aproximadamente

R$2.591,67 Reais. Ao se comparar a média aritmética simples do montante dos recursos

financeiros captados junto ao banco (R$7.583,33 Reais), com a renda média mensal dos

empreendimentos, pode-se inferir que a necessidade por empréstimos dos micro e pequenos

empreendedores é alta. Ou seja, a geração de receitas do negócio é pequena para ser utilizada

para a realização de investimentos no negócio e/ou na utilização para o giro das contas,

fazendo com que haja uma grande necessidade de captar recursos de terceiros.

∗ Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o SEBRAE, 80% dos donos de empresas informais trabalham sozinhos e, em apenas 12,2% dos casos, o proprietário contrata um empregado (ADMINISTRADORES.COM, 2005).

Page 16: TCC - Microcredito

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Empreendedor Renda Mensal Aproximada (R$) (%)

1 2250,00 14,47

2 4000,00 25,72

3 1200,00 7,72

4 4000,00 25,72

5 2900,00 18,65

6 1200,00 7,72

Total 15550,00 100,00

Média 2591,67 16,67

Tabela 1 - Renda mensal dos empreendimentos Fonte: Tabela elaborada pelos autores do artigo

Sobre a atuação dos agentes de créditos do Banco Popular, todos os pesquisados

consideram como boas ou coerentes às orientações destes profissionais e, em 100% dos casos,

os micro e pequenos empreendedores seguiram tais instruções. Ainda segundo os

pesquisados, as orientações recebidas os ajudaram a aplicarem melhor os empréstimos

solicitados. Entretanto, conforme o gráfico 3, somente a metade dos proprietários recebia o

acompanhamento semanal dos agentes de crédito, e o restante recebeu as orientações apenas

na época em que era concedido o empréstimo. Ou seja, as orientações eram válidas, mas os

agentes de crédito não atendiam a todos os pesquisados regulamente.

Gráfico 3 - Micro e pequenos empreendedores que recebiam orientações do agente de crédito.

Fonte: Gráfico elaborado pelos autores do artigo

Page 17: TCC - Microcredito

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Conforme o gráfico 4, o Banco Popular ofereceu cursos e treinamentos para apenas

16,66% dos pesquisados. A oferta de cursos e treinamentos permitiria aos clientes da

instituição obter melhor entendimento sobre como administrar os negócios o que,

consequentemente, os ajudariam a utilizar os empréstimos com maior efetividade.

Gráfico 4 - Oferta de cursos e treinamentos aos pequenos e micros empreendedores

Fonte: Gráfico elaborado pelos autores do artigo

Apesar dos resultados terem demonstrado que não havia o tratamento igualitário com

todos os entrevistados, seja no acompanhamento dos agentes de crédito ou na oferta de cursos

e treinamentos, todos os micro e pequenos empreendedores pesquisados acreditam que o

banco os tratava equitativamente. Para 83,30% dos entrevistados o banco atendia suas

expectativas e que os próprios micro e pequenos empreendedores poderiam fazer mais para

seu negócio. Apenas 16,66% contestaram parcialmente o banco, alegando que os juros

cobrados, apesar de estarem abaixo do mercado, eram elevados para as condições de um

micro e pequeno empreendedor.

5 Considerações finais

O microcrédito é uma alternativa válida e relevante para a inclusão social de micro e

pequenos empreendedores formais ou informais de baixa renda, conforme foi verificado na

literatura e nas experiências internacionais como o caso do Grameen Bank9 de Bangladesh. O

9 O anexo A apresenta brevemente sobre a experiência de microfinanças mais conhecida internacionalmente.

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Banco Popular era no Vale do Aço (MG) uma fonte de recursos financeiros e de orientação

para que muitos micro e pequenos empreendedores pudessem conduzir seus negócios, sendo

amplamente lamentado por eles o fim do programa durante as entrevistas.

No estudo foi constatado que as orientações fornecidas pelos agentes de crédito eram

eficazes e pertinentes, as quais foram amplamente seguidas pelos micro e pequenos

empreendedores. Entretanto, verificou-se que os agentes de crédito do banco não atendiam

regulamente a todos os entrevistados. Percebeu-se também que o banco privilegiava alguns

clientes ao oferecer cursos e treinamento que, se fossem amplamente oferecidos, fariam com

que muitos micro e pequenos empreendedores gerenciassem melhor seus negócios e

utilizassem o crédito com maior efetividade.

Portanto, a hipótese de que o atendimento e o programa de microcrédito produtivo

orientado do Banco Popular não eram determinantes para o sucesso dos empreendimentos,

pois se acreditava que a instituição não atendia corretamente e/ou igualitariamente os micro e

pequenos empreendedores, foi parcialmente refutada. Foi apurado na pesquisa que as

orientações fornecidas pelos agentes de crédito contribuíram para o sucesso dos

empreendimentos dos entrevistados, todavia, não houve o acompanhamento regular desses

profissionais com todos os entrevistados.

Os autores do artigo sugerem que as realizações de pesquisas na área de microfinanças

utilizem como sujeitos as instituições microfinanceiras, pois se acredita que a forma como tal

instituição é gerida contribui para que haja a sustentabilidade de um programa de microcrédito

produtivo orientado.

REFERÊNCIAS

ADMINISTRADORES.COM. Cresce número de empreendedores informais. 20 maio

2005. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/informe-se/informativo/cresce-

numero-de-empreendedores-informais/4059/>. Acesso em 26/11/2012.

ACEVEDO, Cláudia Rosa; NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de Administração: guia completo de conteúdo e forma. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2006. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2011. BARONE, Francisco Marcelo; LIMA, Paulo Fernando; DANTAS, Valdi; REZENDE, Valéria. Introdução ao Microcrédito. Brasília: Conselho da Comunidade solidária, 2002. BANCOPOPULAR.ORG. Quem somos. Disponível em: <http://www.bancopopular.org.br/>. Acesso em 24/11/2012.

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18

BRASIL, Lei nº 11.110, 25 de abril de 2005. Institui o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Lei/L11110.htm>. Acesso em 15/10/2012. BRASILEIRO, Ada Magaly Matias; SANTOS, Viviane Pereira dos. Estilo e Método:

produção de trabalho acadêmico. 1. ed. Ipatinga: Damasceno, 2007. DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: Transformando idéias em negócios. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. EXAME.COM. Muhammad Yunus, criador do microcrédito, ganha o Nobel da Paz. 13 out. 2006. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/muhammad-yunus-criador-do-microcredito-ganha-o-nobel-da-paz-m0114107>. Acesso em 30/10/2012 FILHO, Armando Mellagi; ISHIKAWA, Sérgio. Mercado financeiro e de capitais. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2001. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2002. MONZONI, Mario. Impacto em renda do microcrédito. São Paulo: Peirópolis: GVces – Centro de Estudos em Sustentabilidade – FGV-EAESP, 2008. ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócio. Brasília: SEBRAE, 2007. SINGER, Paul. Introdução à Economia Solidária. 2. ed. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2002.

ANEXO A – A experiência do banco da aldeia

A primeira iniciativa da área de microfinanças surgiu no ano de 1846, no sul da

Alemanha (MONZONI, 2008). Entretanto, foi à experiência do Grameen Bank (Banco da

Aldeia) em Bangladesh, que tornou a nascente indústria microfinanceira mais conhecida em

todo o mundo, além de ter criado a metodologia do crédito assistido (que conta com o

acompanhamento do agente de crédito), e da formação de grupos de aval solidário.

(BARONE et al, 2002).

No ano de 1974, Bangladesh, um dos países mais pobres do mundo, passava por uma

grande crise, na qual a população não tinha dinheiro para conseguir comprar alimentos, apesar

de o país possuir grandes reservas de cereais (SINGER, 2002). O professor Muhammad Yunus

e seus alunos da universidade de Chittagong, em Bangladesh, verificaram em uma aldeia

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próxima que os seus moradores não conseguiam empréstimos com os bancos comerciais por

causa da falta de garantias reais, tendo que recorrer a agiotas.

Yunus descobriu que os pobres necessitavam apenas de pequenas quantias e, com o

próprio capital, começou a emprestar para os micros e pequenos empreendedores da aldeia

que ficava próxima da universidade onde lecionava. Entre os anos de 1977 e 1979, convenceu

o Banco Agrícola a abrir uma agência na vila bengali de Jobra, fundando, então, o Banco da

Aldeia (SINGER, 2002).

O Banco da Aldeia teve uma importância impar na história das microfinanças, pois

conseguiu substituir a garantia real (cobrada pelos bancos), pelo aval solidário, além de ter

introduzido a ação orientadora do agente de crédito. Seu modelo foi exportado para diversos

países e, no ano de 2006, o professor Yunus foi o ganhador do prêmio Nobel da Paz

(EXAME.COM, 2006).

Essa iniciativa conseguiu ajudar boa parte da população pobre de Bangladesh,

ajudando-os a adquirirem ocupação, renda e elevação da autoestima.

ANEXO B – Questionário utilizado na pesquisa de campo

1. Nome: ...............................................................................................................................

2. Sexo:

1 – ( ) Masculino. 2 – ( ) Feminino.

3. Idade:

1 – ( ) De 25 a 30 anos.

2 – ( ) De 31 a 40 anos.

3 – ( ) De 41 a 50 anos.

4 – ( ) Acima de 50 anos.

4. Escolaridade:

1 – ( ) Fundamental.

2 – ( ) Fundamental Incompleto.

3 – ( ) Ensino médio.

4 – ( ) Ensino médio e curso técnico.

5 – ( ) Ensino médio incompleto.

6 – ( ) Superior completo.

7 – ( ) Superior incompleto.

5. Estado civil:

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1 – ( ) Casado.

2 – ( ) Solteiro.

3 – ( ) União estável.

4 – ( ) União Homo afetiva.

6. Você possui moradia:

1 – ( ) Própria.

2 – ( ) alugada.

3 – ( ) Cedida.

4 – ( ) outros: ................................

7. Quantas pessoas moram com você?

1 – ( ) De 1 a 3 pessoas.

2 – ( ) De 4 a 6 pessoas.

3 – ( ) Acima de 6 pessoas.

8. Profissão: ......................................................

9. Como você ficou sabendo sobre os serviços oferecidos pelo Banco Popular?

1 – ( ) Indicação de amigos ou pessoas próximas.

2 – ( ) Através de parentes.

3 – ( ) Por propaganda ou anúncios realizados pelo banco.

4 – ( ) Por visitas realizadas por um agente de crédito.

5 – ( ) Outro(s): ...............................................................................................

10. Finalidade do crédito solicitado:

1 – ( ) Capital de giro.

2 – ( ) Capital Fixo.

3 – ( ) Crédito rotativo.

4 – ( ) Capital misto (Capital Fixo e Capital de giro) .

11. Qual é o montante ou valor aproximado dos empréstimos que você solicitou ao banco?

(em Reais): .............................

12. Garantias oferecidas:

1 – ( ) Avalista/fiador.

2 – ( ) Aval ou grupo solidário.

3 – ( ) Bens.

4 – ( ) Penhor mercantil.

13. Qual era o prazo médio de pagamento dos empréstimos?

1 – ( ) De 1 a 12 dias.

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2 – ( ) De 13 a 23 dias.

3 – ( ) De 24 a 36 dias.

14. Tipo de negócio:

1 – ( ) Indústria.

2 – ( ) Serviços.

3 – ( ) Comércio.

4 – ( ) Artesanato.

15. Atividade:

1 – ( ) Informal.

2 – ( ) Micro empreendedor individual (MEI).

3 – ( ) Micro empresa (ME).

4 – ( ) Empresa de pequeno porte (EPP)

16. Nome da empresa: ..........................................................................................

17. Renda Mensal aproximada do negócio: ................................................

18. Número de funcionários:

1 – ( ) Nenhum.

2 – ( ) De 1 a 3 funcionários.

3 – ( ) Acima de 3 funcionários

ANEXO C – Roteiro da entrevista estruturada

1 Relate sua história de vida e sua estrutura familiar.

2 Qual (IS) ocupação (ES) você exercia antes de abrir seu empreendimento?

3 Relate os motivos que levou o senhor (ou senhora) a abrir o empreendimento.

4 Como o senhor (ou senhora) ou utilizou o empréstimo fornecido pelo Banco Popular?

5 Como você avalia as orientações fornecidas pelo agente de crédito?

6 Você seguia as orientações do agente de crédito?

7 Qual era a periodicidade das visitas realizadas pelo agente de crédito?

8 O Banco Popular oferecia cursos e treinamentos para o senhor (ou senhora)?

9 Você sentia que o tratamento era igual para todos?

10 O banco atendia as suas expectativas?

11 Em sua opinião, o que o senhor (ou senhora) considera que o banco poderia fazer para

garantir o sucesso do seu empreendimento?