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Trabalho de conclusão de curso de Pedagogia
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UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ANGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
INCLUSÃO DIGITAL: O COMPUTADOR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Itaituba/PA 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ANGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
INCLUSÃO DIGITAL: O COMPUTADOR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Trabalho de Conclusão de Curso Apresentado a Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito básico para obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Pedagogia, orientado pela Profª. Msc. Valdenei Tavares Caranha.
Itaituba/PA 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ANGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
INCLUSÃO DIGITAL: O COMPUTADOR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL Avaliado por:_____________________
Orientador(a):_____________________
Nota: ____
Data:___/___/___.
Itaituba/PA 2009
DEDICATÓRIAS
Aos meus pais Epitaciano Conceição Ferreira e Maria Enoi Amaral que
me guiaram desde os primeiros passos. À minha companheira Maria do Socorro que
esteve sempre ao meu lado, a meus filhos Wagner, Giselle e Athina que me deram
forças para prosseguir na luta, a todos os amigos que torceram e influenciaram de
forma positiva nos momentos difíceis e a Professora Valdenei Tavares Caranha
pelas orientações.
Ângela Maria Ferreira Pinheiro
Aos meus filhos Rayssa, Rayra e Felipe por compreenderem e aceitarem
minhas ausências para o estudo sem reclamarem ou se oporem e a todos os amigos
que estiveram ao meu lado durante os anos de estudo.
Cleani Rodrigues Soares
Aos meus pais José Gomes Filho e Maria da Conceição Martins Moraes
pelos esforços ilimitáveis que fizeram por mim, aos meus irmãos: Jétson Ney Feleol
Gomes , Joab Eno Feleol Gomes, Josielton Feleol Gomes, Josael Feleol Gomes e
Jane Zeidy Moraes Gomes pelo apoio incondicional que me prestaram, a meu
querido marido Elisson Acácio Cavalcante pela compreensão, a meu inestimável e
queridíssimo filho Kennedy Murilo Gomes Damasceno que por tantas vezes chorou
ao ver-me partir para os estudos e à Professora Valdenei Tavares Caranha por
comprometer-se em nos orientar da melhor forma possível.
Celi Jandy Gomes Damasceno
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a DEUS sobre todas as coisas, por nos fornecer o fôlego
da vida, e por nos dar força e coragem para superar as barreiras, os obstáculos, as
dificuldades e nos dar a oportunidade de desenvolvimento intelectual e humano
através da graduação e dos amigos conquistados nos períodos estudados.
Às nossas famílias que souberam compreender nossas ausências e
acima de tudo, pelo apoio, a atenção, o carinho, a força e o incentivo que nos
ofertaram.
Aos nossos mestres da Universidade Estadual Vale do Acaraú que nos
ajudaram em nossa formação acadêmica e estimularam a busca por nossos sonhos.
Aos nossos colegas de turma com os quais convivemos e partilhamos
alegrias e tristezas e conjuntamente dividimos bons e maus momentos, travamos
intensos debates e discussões, sempre com o objetivo maior de crescermos e
adquirirmos amadurecimento e conhecimentos.
E por fim a todos os que direta ou indiretamente contribuíram para o
ingresso, permanência e conclusão de nosso curso e a realização deste trabalho.
As Autoras
“Há necessidade de sermos homens e mulheres de nosso tempo que empregam todos os recursos disponíveis para dar o grande salto que nossa educação está a exigir.”
Paulo Freire
RESUMO
Este trabalho intitulado “Inclusão digital: o computador como instrumento
facilitador da aprendizagem nas séries finais do ensino fundamental” aborda a
problemática da falta de acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC‟s) pelos alunos das séries finais do ensino fundamental da Escola Municipal de
Ensino Fundamental Carmem Valente da Silva e tem como principal objetivo
elucidar a importância do acesso às TIC‟s como função social principalmente para
os alunos da rede pública. Para a realização deste trabalho os questionamentos
elaborados foram de caráter aberto e fechado. O universo pesquisado envolveu
quatro docentes das séries finais do ensino fundamental e quatro discentes também
das séries finais do ensino fundamental. Através da análise dos dados observou-se
que cem por cento dos professores acreditam que é importante a realização de
pesquisas tecnológicas como ferramenta pedagógica, entretanto apenas quarenta
por cento dos mesmos tem facilidade em manusear os recursos tecnológicos. Com
referência aos discentes pesquisados apenas trinta e nove por cento afirmam que
sabem manusear tais recursos e destes apenas vinte e cinco por cento os utilizam
com freqüência para auxiliar nas tarefas escolares.
Palavras-chave: Acesso, Inclusão digital, Tecnologias de Informação e
Comunicação, Computador, Internet.
SUMÁRIO
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
CAPÍTULO I...............................................................................................................11
CAPÍTULO II..............................................................................................................20
2.1 - Caracterização do lócus da pesquisa................................................................20
2.2 - Caracterização do perfil da população pesquisada...........................................22
2.2.1- Dos Docentes...................................................................................................22
2.2.2 - Dos Discentes.................................................................................................23
2.3 - Análise de dados................................................................................................23
2.3.1 - Dos Docentes..................................................................................................23
2.3.2 - Dos Discentes.................................................................................................26
CAPÍTULO III.............................................................................................................32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANEXOS
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Atualmente as tecnologias estão presentes na maioria das atividades
diárias, nada mais natural afinal estamos no século XXI, embora a “Era tecnológica”
esteja em constante crescimento o acesso ao mundo digital ainda está restrito para
muitos – indivíduos desprovidos de recursos financeiros ou cuja distância geográfica
impede o acesso - e são justamente estas vítimas da exclusão social os que mais
necessitam da inclusão digital.
A inclusão digital desponta nos dias atuais como a grande esperança de
transformação na vida das populações mais carentes. O acesso às Tecnologias de
Informação e Comunicação (Tic‟s) desde que feito de forma correta e orientada pode
configurar-se em ferramenta de inclusão social, buscando transformar os usuários
em cidadãos plenos aptos a cruzar o grande abismo das desigualdades sociais, uma
vez que na visão do SENAC (2006, p. 7) “o domínio das TIC‟s é tão vital para o
desenvolvimento pessoal nos dias de hoje quanto o domínio da escrita e da leitura, e
a exclusão digital acentua ainda mais a exclusão sócio-econômica.”
Algumas regiões do país já estão sendo contempladas com projetos que
visam proporcionar o acesso ao mundo digital. A cidade de São Paulo é uma delas,
a mesma está experimentando o maior plano de inclusão digital do mundo com a
instalação de Telecentros ou Pontos Eletrônicos de Presença como também são
chamados, por toda a periferia da cidade. Estes locais são salas de computadores
com softwares livres, conectados à internet com acesso público e gratuito para que
desta forma as pessoas de baixa renda possam ter acesso às informações em
tempo real. Todavia o que se percebe é que não basta apenas que sejam
disponibilizados computadores e acesso à internet, é primordial para o sucesso da
inclusão digital que a população tenha uma “Alfabetização digital”, este termo refere-
se ao fato do individuo ser inserido no mundo digital para que desta maneira possa
fazer uso de forma correta dos recursos disponibilizados nestes locais. E como
poderia ser esse uso correto? As mídias tecnológicas nos bombardeiam diariamente
com informações advindas das mais variadas áreas de conhecimento, algumas
dessas informações são úteis e outras não, é exatamente neste ponto que está a
resposta para a questão anteriormente formulada, na concepção de Michelazzo
(2006, p.267) “somente „estar ligado‟ é uma atitude discutível. Precisamos criar uma
seletividade tão grande quanto a massa de informação recebida, ou nosso papel
continuará a ser o de coadjuvante nos acontecimentos do planeta.”
Voltando o olhar para a região Norte, cuja distância cultural a separa dos
grandes centros tecnológicos existentes nas regiões sul e sudeste mais que a
própria distância geográfica, vê-se o quanto a população está necessitada de
acesso às TIC‟s, principalmente aquelas que moram nos interiores A cidade de
Jacareacanga no estado do Pará não está alheia a esta realidade e dois motivos
contribuem para agravar ainda mais as dificuldades da população residente naquela
cidade: a distância, pois esta cidade é a que está localizada mais distante da capital
do estado, são aproximadamente 1.800 km em linha reta que as separam e o fato de
grande parcela da população ser da etnia Munduruku e morar em aldeias, onde até
mesmo o acesso a telefones e à televisão é bastante escasso.
Dada a relevância dos benefícios que o acesso às TIC‟s, em especial o
computador e a internet, pode proporcionar aos usuários, em escala local e nacional,
houve o interesse em pesquisar o tema para averiguar qual o conhecimento dos
docentes e discentes do município de Jacareacanga sobre tais benefícios.
O trabalho intitulado “Inclusão digital: o computador como instrumento
facilitador da aprendizagem” está estruturado em três capítulos assim definidos:
Capítulo I: dá ênfase a fundamentação teórica.
Capítulo II: trata da localização da área de estudo, breve histórico da
Escola Municipal de Ensino Fundamental Carmen Valente da Silva, relata os
resultados da pesquisa, tabulação e análise.
Capítulo III: apresenta a proposta de intervenção.
Capítulo I
O anseio de transformação da realidade social e de inclusão social por
meio do acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação é uma temática
amplamente difundida a partir dos últimos anos, João Paulo Attie em sua tese de
mestrado “A rede mundial de computadores e a escola” defendida em 2001,
destacou:
[...] quanto mais carente é a população atendida maior é a necessidade de a escola proporcionar o acesso à Internet; esse nosso aluno, que, às vezes vem sem uniforme por falta de condições, é que tem muito a aproveitar com a aproximação de um material como esse [...]
No entanto, a inclusão digital que vem sendo exercida no Brasil visa
apenas que os alunos aprendam a utilizar as TIC‟s para inserir-se no mercado de
trabalho, todavia o conceito de inclusão digital é bem mais amplo, vai além do
acesso a equipamentos tecnológicos e à internet, Leandro Durães (2007) em seu
artigo “Inclusão Digital” enfatiza:
[...] acesso não significa apenas conexão física e acesso ao hardware, ou melhor, não é o acesso à tecnologia que promoverá a inclusão, mas sim a forma como essa tecnologia vai atender às necessidades sociais das comunidades locais, com uma apropriação crítica, pois o papel mais importante do processo de inclusão digital deve ser a sua utilidade social. [...] uma mudança na maneira de “ver” a tecnologia, não apenas como um instrumento solucionador imediato de problemas, mas um conjunto de ações integradas e abrangentes que através de uma apropriação crítica provoque mudanças comportamentais perante a própria tecnologia, mostrando como o uso de computadores pode auxiliar no processo de aprendizagem dos alunos.
A inclusão digital deve proporcionar aos indivíduos um olhar crítico sobre
a imensidão de informações que ele recebe quer seja por meio da rede mundial de
computadores e principalmente aquelas que recebem por meio das mídias
audiovisuais, que são as que alcançam o maior número de espectadores, estas
mídias são as que mais conseguem influenciar a população, o seu alto poder pode
ser observado quando acontecem as eleições por várias vezes já foi visto
candidatos que nunca haviam aparecido na mídia ou até mesmo aqueles já
conhecidos da população por conduta irregular serem eleitos graças ao poder da
mídia e das propagandas.
A inclusão digital da população pobre corre o risco de ser apenas um adestramento para o mundo do trabalho contemporâneo. Em lugar de criadores podemos estar criando meros operadores. Isso não rompe a lógica da exclusão e, se me permitem o termo, da exploração. [...] Preparar a população pobre e excluída para ocupar o lugar de observador e operador da tecnologia responde a uma necessidade tradicional do capitalismo: reserva de trabalhadores. E por isso mesmo, sem nenhuma garantia de melhoria de vida ou de emprego. É ao permanecer desempregada que uma parcela treinada dos trabalhadores cumpre sua função no sistema. Sua exclusão é sua inclusão: são excluídos por estarem incluídos na lógica total da sociedade. (Bonassa, 2004)
Por que não há projetos para instituir a obrigatoriedade de aulas de
informática nas escolas públicas de todo o país? O que aconteceria se toda a
população soubesse manusear as TIC‟s e tivesse acesso à internet para poder
informar-se e fiscalizar as ações de nossos governantes e os recursos financeiros
que são disponibilizados para suprir as necessidades do povo? Será que políticos
com índole duvidosa seriam reeleitos a cada quatro anos?
Infelizmente boa parte da população de baixa renda que ocasionalmente
utiliza a rede mundial de computadores o faz apenas para acessar sites de
relacionamentos ou para fazer pesquisas escolares. Inclusão digital é mais que
pesquisa, diversão e entretenimento, para que ela ocorra deve-se sim fazer uso para
auxiliar nas tarefas escolares, mas é necessário que se vá além, a população
precisa saber o que fazer com estas informações obtidas de maneira tão fácil e de
que forma elas podem melhorar a sua qualidade de vida, não somente de forma
individual, mas principalmente de modo coletivo, melhorando a comunidade em que
vivem.
A inclusão digital é mais do que dar acesso ao uso de computadores e Internet. Do mesmo modo que há pessoas que sabem ler e escrever sem ter a capacidade de compreender e interpretar um texto – os chamados “analfabetos funcionais” – há o “usuário funcional” da computação. Ele usa a computação sem compreender e sem dominar a “cultura digital”, a “linguagem” (não a linguagem técnica de computador, mas a forma de pensar digital), as implicações, as oportunidades e os ganhos gerados pelo mundo digital – são os “incluídos digitais funcionais”. (Bonassa, 2004)
Os incluídos digitais funcionais são indivíduos que utilizam os recursos
digitais apenas como meros operadores de máquinas, sem fazer uso dos mesmos
de forma consciente e seletiva, desta maneira acabam por continuar sendo meros
coadjuvantes nos acontecimentos do planeta. E este é o grande desafio da inclusão
digital, é necessário prepará-los para serem seletivos e aptos a tirar o melhor
proveito possível das informações que recebem principalmente quando a questão
são oportunidades de trabalho, Thornburg (2002) apud Michelazzo (2003, p.267) em
seu trabalho “2.020 visões para o futuro da educação” comenta que na virada do
século - agora já passado -, 60% dos empregos existentes iriam requerer
habilidades dominadas por somente 20% da mão-de-obra existente.
Este fenômeno ocorre por que se exige cada vez mais conhecimentos
tecnológicos dos candidatos a vagas e as escolas principalmente as da esfera
pública, não têm infraestrutura adequada e tampouco recursos humanos
qualificados para prepará-los.
(...) inclusão digital significa levar para a área social e para as populações excluídas a capacidade de criar e usar oportunidades, mecanismos, formas de ação, conhecimentos que gerem melhoria de sua qualidade de vida. Significa absorver uma nova forma de compreensão do mundo e de uso das informações. (Moraes, 1998)
Sabe-se que no Brasil a educação não recebe a atenção que merece o
que acaba deixando os alunos alheios às inovações e aos avanços ocorridos pelo
mundo principalmente no que tange ao mundo digital. O uso das TIC‟s pelos alunos,
principalmente àqueles que freqüentam as escolas da rede pública configura-se na
possibilidade de integração a este mundo onde tudo muda constantemente e de
forma muito veloz.
A educação de qualidade é o primeiro caminho para superar esses problemas, e se a tecnologia e os materiais que privilegiam novas leituras do mundo já estão disponíveis nas escolas, não utilizá-los em prol do processo de ensino-aprendizagem e da inclusão é agir na contramão da cidadania, não colaborando para a inclusão digital de uma parcela importante da sociedade. É necessário e urgente que a escola pública inclua em seus currículos conteúdos para obtenção da competência informacional e da inclusão digital, de modo que seus egressos sejam digitalmente incluídos. (Durães 2007, p.65)
A inclusão digital surge para os alunos de baixa renda como um divisor de
águas que lhes permite acesso a novos caminhos que estariam totalmente fora de
suas expectativas uma vez que a aquisição de equipamentos tecnológicos
apresenta-se como uma quimera inatingível, por isso a importância da escola como
mediadora neste processo.
As tecnologias da informação e comunicação (TIC) trazem a possibilidade de democratização e universalização da informação com grande potencialidade para diminuir a exclusão social, embora paradoxalmente tenha produzido, nos países não desenvolvidos, um novo tipo de exclusão, a digital. No Brasil, a exclusão digital é um problema social e político, pois é decorrente da escassez de recursos devido à péssima distribuição de renda no país. (Durães 2007, p. 68)
A exclusão digital apresenta-se como problema social, pois a sociedade
nada faz para mudar esta realidade, os indivíduos preocupam-se apenas consigo
mesmos, esta também se apresenta como problema político porque limita a
capacidade que os indivíduos têm de desenvolver seu senso crítico, de perceber o
que há de errado e conseqüentemente lutar por melhorias, dessa forma a realidade
que vivenciamos permanece sem mudanças, a falta de acesso à informação deixa
as pessoas alienadas e vulneráveis a quaisquer influências.
A Internet está explodindo como a mídia mais promissora desde a implantação da televisão. É a mídia mais aberta, descentralizada e, por isso mesmo, mais ameaçadora para os grupos políticos e econômicos hegemônicos. Aumenta o número de pessoas ou grupos que criam na Internet suas próprias revistas, emissoras de rádio ou de televisão sem pedir licença ao Estado ou estar vinculados a setores econômicos tradicionais. Cada um pode dizer nela o que quer, conversar com quem desejar, oferecer os serviços que considerar convenientes. (Moran 1997, p.146)
Estar incluído digitalmente não se caracteriza por estar on-line
conversando no MSN ou navegando nas páginas do ORKUT, a inclusão digital
significa fazer uso das informações para crescer intelectualmente, para adquirir outra
visão de mundo, para descobrir mecanismos que lhes ajudem a fugir do abismo da
pobreza, do caos que é a discriminação social. A história das tecnologias da
informação nos mostra que poderosas formas de manipulação de dados têm
alterado o conhecimento e a forma de realidades físicas, sociais, cognitivas,
culturais, econômicas, possibilitando ações tanto benéficas como negativas.
A distância que separa a população hoje não é principalmente a geográfica, mas a econômica - ricos e pobres - a cultural - acesso efetivo pela educação continuada - a ideológica - diferentes formas de pensar e sentir - e a tecnológica - acesso e domínio ou não das tecnologias de comunicação. Uma das expressões claras de democratização digital se manifesta na possibilidade de acesso à Internet e em dominar o instrumental teórico para explorar todas as suas potencialidades. (Moran 1997, p.146)
No entanto é interessante ressaltar que o as TIC‟s, em especial o
computador e a rede mundial de computadores não podem e nem devem ser
utilizadas de forma aleatória, sem controle e sem supervisão, afinal nem tudo que
está na rede são informações verídicas e fidedignas, a importância da escola para
orientar principalmente às crianças da melhor maneira de utilizar essa nova
ferramenta.
A utilização do computador no cotidiano de parte de nossa sociedade atravessa os muros da escola, trazendo-nos possibilidade de decidirmos o que conhecer e o que aprender mediante as inúmeras informações que nos são oferecidas. Ter acesso às informações não significa que se está adquirindo conhecimento. É necessário haver reflexão sobre o que se está lendo para que possa haver interação de saberes. (Moran, 1997)
A Internet é um enorme depósito de informações, dados, notícias,
opiniões, imagens, sons etc. etc. etc. que são capturados e organizados, de alguma
forma, pelo jovem internauta. Sem uma estrutura de formação própria e organizada,
ou seja, sem educação formal, este internauta está à mercê de uma infinidade de
fragmentos frente a qual estará impossibilitado de avaliar, criticar, depurar, escolher.
Há uma impressão de velocidade e facilidade que é, de certo modo, traiçoeira. O
jovem é um ser humano, um cidadão, na peculiar condição de encontrar-se em
desenvolvimento e com isso o acesso simplesmente facilitado à Internet pode ter o
caráter antipedagógico e anti-formativo, acrítico, sem pensamento. Todavia se por
outro lado o acesso a tal recurso é monitorado e orientado por pessoas capacitadas,
pode-se explorar o máximo possível para que sejam adquiridos inúmeros
conhecimentos que servirão não somente para a vida escolar.
Acreditamos que as Tecnologias de informação e comunicação, e em especial os computadores, possam ser um instrumento a mais na construção de práticas educativas que considerem a importância da pesquisa, já que não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Sendo assim, os laboratórios de informática educativa devem assumir um papel de destaque nesta busca pela novidade. Para além dos mouses, teclados, monitores e impressoras, é preciso desvelar os caminhos que possibilitam a construção de uma idéia sobre o mundo em que vivemos. (Moran, 1997)
Com as Tecnologias da Informação e Comunicação o professor pode
transformar a aula em aula-pesquisa, onde o professor motiva, incentiva, dá os
primeiros passos para sensibilizar o aluno para o valor do que vamos fazer, para a
importância da participação do aluno neste processo. Aluno motivado e com
participação ativa avança mais, facilita todo o trabalho docente. Depois da
sensibilização - verbal, audiovisual, o aluno - às vezes individualmente e outras em
pequenos grupos - procura suas informações.
Todavia, alguns alunos não aceitam facilmente esta mudança na forma de
ensinar e de aprender. Estão acostumados a receber tudo pronto do professor, e
esperam que o mesmo continue "dando aula", como sinônimo deste falar e os
alunos escutarem. Alguns professores também criticam essa nova forma, porque
parece uma forma de não dar aula, de ficar "brincando" de aula e listam várias
dificuldades como: falta de habilidade no manuseio da máquina, falta de tempo para
realizar pesquisas.
Compartilhamos da visão da educação como instrumento de luta para a emancipação dos indivíduos e das classes, e não apenas como mera estrutura de dominação e reprodução das desigualdades sociais. Nesse contexto, os laboratórios de informática educativa das escolas da rede pública de ensino de nosso país devem ser vistos como um instrumento a mais para a promoção desta emancipação que precisa “valorizar o mundo real dos sujeitos, considerá-los como protagonistas de sua história e não como „receptores‟ de mensagens e consumidores de produtos culturais” (Belloni, 2005, p. 21 apud Fernandes, 2007)
A Internet é uma tecnologia que facilita a motivação dos alunos, pela
novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. Essa
motivação aumenta se o professor a faz em um clima de confiança, de abertura, de
cordialidade com os alunos. Mais que a tecnologia o que facilita o processo de
ensino-aprendizagem é a capacidade de comunicação autêntica do professor, de
estabelecer relações de confiança com os seus alunos, pelo equilíbrio, competência
e simpatia com que atua.
O professor do século vinte e um precisa reconhecer a ampliação dos
espaços onde trafega o conhecimento e as mudanças no saber ocasionadas pelos
avanços das tecnologias da informação e suas diversas possibilidades de
associações, o que vem exigindo novas formas de simbolização e de representação
do conhecimento, geradoras de novos modos de conhecer, que desenvolvem muito
mais a imaginação e a intuição. Esses aspectos exigem que os indivíduos sejam
alfabetizados no uso de instrumentos eletrônicos e saibam produzir, utilizar,
armazenar e disseminar novas formas de representação do conhecimento utilizando
linguagem digital, Assumpção (2003, p. 195) afirma que é necessário:
"(...) alfabetizar tecnologicamente as camadas mais pobres da população, abrindo novas oportunidades de acesso à educação e à cultura, de trabalho e de geração de renda.”
Com a chegada dos computadores está mudando a maneira de condução
das pesquisas, de construção do conhecimento, a natureza das organizações e dos
serviços, implicando novos métodos de produção do conhecimento e,
principalmente, seu manejo criativo e crítico. Tudo isso nos leva a reforçar a
importância das instrumentações eletrônicas e o uso de redes telemáticas na
educação, dos novos ambientes de aprendizagem informatizados que possibilitem
novas estratégias de ensino-aprendizagem, como instrumentos capazes de
aumentar a motivação, a concentração e a autonomia, permitindo ao aluno a
manipulação de sua própria representação e a organização do conhecimento.
Partindo desta nova realidade é necessário enfatizar a importância da
capacitação dos professores para o uso do computador no processo ensino-
aprendizagem. Os professores devem receber cursos que os capacitem a utilizar as
ferramentas tecnológicas sabendo adaptá-las ao conteúdo e às necessidades do
educando. A integração entre computador e ensino traz uma mudança no papel do
professor no contexto escolar, pois esse deixa de ser um transmissor de
conhecimentos, para tornar-se um orientador e facilitador da aprendizagem.
A inserção de novas tecnologias na educação no decorrer dos anos tem
mudado o cenário educacional segundo Viviane Andrea Maggi em seu artigo
“Estudo da Aplicação da Informática na Educação Especial”, publicado em 2005,
destacou:
Essas [tecnologias] têm afastado a idéia de educação como instrumento de formação perfeita/acabada, imutável, dando lugar à compreensão da necessidade de uma formação contínua e gradual com vistas a oferecer um ambiente de aprendizagem e social cada vez menos excludente, possibilitando o acompanhamento da evolução do conhecimento produzido entre professores e alunos, atendendo às diferentes necessidades educacionais das pessoas envolvidas no processo ensino-aprendizagem.
Os avanços tecnológicos, a quantidade e velocidade de informações ao
nosso alcance devem ser utilizados para uma melhor qualidade na educação, e não
para declarar a sua falência. A inserção das tecnologias, como a informática,
utilizado como recurso pedagógico resultou num rompimento de paradigma, onde no
lugar do ensino acontece a aprendizagem, e tanto professor quanto aluno assumem
um novo papel.
O aluno torna-se sujeito participativo da sua aprendizagem, possibilitando
o desenvolvimento de sua autonomia. Ele passa a construir o seu próprio
conhecimento, em interação com outros e com o computador, o que lhe possibilita
desenvolver suas potencialidades, obedecendo ao seu próprio ritmo de
aprendizagem.
(...) os avanços tecnológicos possibilitam novas oportunidades de estudo, levando-os a diferentes formas de conhecimentos, o que possibilita diferentes abordagens de ensino e uma ampla oferta de programas que auxiliam no desempenho escolar de acordo com a clientela envolvida. Isso representa uma mudança de paradigma educacional, onde ao invés da promoção do ensino acontece a aprendizagem, sendo o aluno o fundamental responsável pelo seu desempenho escolar, num processo de construção de novos conhecimentos. (Maggi, 2005)
Faz-se necessário que o profissional da educação mude a sua postura de
educador transmissor de conhecimentos para educador facilitador da aprendizagem,
o que não modificará, entretanto, o grau de importância do papel de educador no
desenvolvimento das atividades educativas e formativas, pois ele será o responsável
por encaminhar seus alunos na busca de informações, orientando como melhor
utilizá-las.
Esse novo papel exige maior empenho do professor, algo que não é adquirido em treinamentos técnicos ou em cursos em que os conceitos educacionais e o domínio do computador são trabalhados separadamente, esperando-se que os participantes façam a integração entre ambos. É preciso um processo de formação continuada do professor, que se realiza na articulação entre a exploração da tecnologia computacional, a ação pedagógica com o uso do computador e as teorias educacionais. O professor deve ter a oportunidade de discutir como se aprende e como se ensina. Deve também ter a chance de poder compreender a própria prática e de transformá-la. (ALMEIDA, 1998).
As Tecnologias de Informação e Comunicação surgiram para as
populações menos favorecidas, como mais um instrumento na busca de transpor a
barreira invisível que separa os dois mundos, mas para isso é preciso saber usá-las
de forma correta para que as diferenças existentes a princípio não se tornem
maiores ainda, e com a sociedade atual em que os valores familiares estão sendo
esquecidos é papel de a escola cuidar para que os educandos possam estar
preparados para tais mudanças.
A importância da utilização da tecnologia computacional na área educacional é indiscutível e necessária, seja no sentido pedagógico, seja no sentido social. Não cabe mais à escola preparar o aluno apenas nas habilidades de lingüística e lógico-matemática, apresentar o conhecimento dividido em partes, fazer do professor o grande detentor de todo o conhecimento e valorizar apenas a memorização. Hoje, com o novo conceito de inteligência, em que podemos desenvolver as pessoas em suas diversas habilidades, o computador aparece num momento bastante oportuno, inclusive para facilitar o desenvolvimento dessas habilidades – lógico-matemática, lingüística, interpessoal, intrapessoal, espacial, musical, corpo-cinestésica, naturista e pictórica (TAJRA, 2000).
CAPÍTULO II
2.1 – CARACTERIZAÇÃO IN LÓCUS DA PESQUISA
O lócus da pesquisa foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Carmem Valente da Silva pertencente à rede municipal de ensino, resolução Nº.
211/09 CEE/PA emitida no dia 22/05/09, que autoriza o ensino fundamental de
primeira a oitava a série. Encontra-se localizada à Rua Nova Avenida S/N, bairro
São Pedro, Jacareacanga – PA, CEP 68195-000, o telefone para contato é fornecido
por um orelhão que fica nas dependências da escola, cujo número é (93)3542-1372.
Figura nº. 1 – Vista parcial da Escola Municipal Carmen Valente da Silva
A escola foi fundada em quatro de outubro de dois mil e quatro, atende ao
Ensino Fundamental de segunda a oitava séries e Educação de Jovens e adultos,
primeira a quarta etapas, os turnos de funcionamentos são: matutino, vespertino e
noturno.
Quanto aos recursos humanos pode-se afirmar que o quadro técnico
administrativo está completo, pois é composto pela diretora, vice-diretora,
coordenadora pedagógica e a orientadora educacional; o quadro de professores
está completo, é composto por dezesseis profissionais todos graduados em sua
área específica e alguns já cursando pós-graduação
A escola possui um Projeto Político Pedagógico que foi elaborado pelo
corpo técnico-administrativo juntamente com os professores e demais segmentos da
escola na gestão anterior onde toda escola buscava por em prática os projetos que
ali estavam apresentados, entretanto após a posse da administração municipal no
início deste ano todo o corpo técnico-administrativo da referida escola foi modificado,
o que causou várias mudanças no âmbito escolar, pois vários projetos elaborados
no PPP deixaram de serem postos em prática.
Quanto aos recursos financeiros disponíveis na escola podemos citar
FNDE e PDE, que são recursos vindos diretamente do governo federal para a
escola, para suplementar o montante vindo do governo municipal.
A escola Carmem Valente da Silva é construída em alvenaria e telhas de
barro, tem capacidade para um mil e duzentos alunos, distribuídos em duas turmas
de 2ª. série, quatro turmas de 3ª. série, quatro turmas de 4ª. série, quatro turmas de
5ª. série, quatro turmas de 6ª. série, três turmas de 7ª. série, duas turmas de 8ª.
série, uma turma de 1ª. etapa, uma turma de 2ª. etapa, uma turma de 3ª. etapa e
uma turma de 4ª. etapa. O atendimento à sua clientela dá-se no período matutino,
vespertino e noturno em doze salas de aula, as demais dependências da escola são:
sala de direção, secretaria, sala dos professores, sala de leitura, sala de apoio
pedagógico, cozinha, refeitório e área livre.
Durante a realização da pesquisa, observou-se que se evidenciam duas
tendências, a tradicional e a construtivista, o que permite aos educadores e
educandos desenvolverem atividades que buscam o desenvolvimento de suas
habilidades, entretanto percebeu-se que a escola está deixando a desejar no que
tange às atividades extraclasse, uma vez que, como já foi mencionado
anteriormente, os projetos que constam no PPP por hora foram deixados de lado, o
que se acredita acabou por deixar uma lacuna no processo de ensino-
aprendizagem, pois como Prado (2005) afirma:
Na pedagogia de projetos, o aluno aprende no processo de produzir, levantar dúvidas, pesquisar e criar relações que incentivem novas buscas, descobertas, compreensões e reconstruções de conhecimento.
Essa definição encontra ressonância nas palavras de Valente (2000):
(...) no desenvolvimento do projeto o professor pode trabalhar com [os alunos] diferentes tipos de conhecimentos que estão imbricados e representados em termos de três construções: procedimentos e estratégias de resolução de problemas, conceitos disciplinares e estratégias e conceitos sobre aprender (p. 14).
A escola usa dois métodos para avaliar seus alunos, o quantitativo, feito
através de provas, testes e trabalhos e o qualitativo onde os requisitos avaliados
são: a assiduidade, o interesse, o caderno, o respeito a todos os participantes da
comunidade escolar, o cuidado com os bens da escola e a participação dos
educandos. Sabendo-se que a avaliação dá subsídios ao professor, para que ele
tenha uma reflexão continua sobre a sua prática, a criação de novos instrumentos de
trabalho e a retomada de aspectos que deverão ser revistos ou ajustados. Para o
aluno, o processo avaliativo serve como instrumento de tomada de consciência de
suas conquistas, dificuldades e possibilidades de reorganização de seu aprendizado.
2.2 - CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DA POPULAÇÃO PESQUISADA
2.2.1 Dos Docentes
Foram entrevistadas oito pessoas, sendo quatro professores e quatro
alunos. Os professores estão em na faixa etária que varia entre vinte e cinco e trinta
e cinco anos, os alunos estão na faixa etária de dez a quinze anos.
Os docentes entrevistados aqui identificados como A, B, X e Y, atuam na
Escola Carmen Valente da Silva, onde A tem vinte e sete anos, atua como
professora há sete anos, é graduada em Matemática e Pós-graduada em
Fundamentos da Matemática para o Ensino Médio ambos pela Universidade Federal
do Pará, o professor B, tem trinta e cinco anos, atua na Educação há oito anos, é
graduado em Pedagogia e está cursando Pós-graduação em Psicopedagogia
Clínica e Institucional, o professor X trabalha na educação há dezesseis anos, é
graduado em Pedagogia pela Universidade Federal do Pará, a professora Y é
formada em Letras pela Universidade Federal do Pará e trabalha na Educação há
quatro anos.
2.2.2 - Dos Discentes
Os educandos pesquisados aqui identificados como a, b, c e d, estudam
nas últimas séries do ensino fundamental, na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Carmen Valente da Silva, onde o aluno a tem onze anos e cursa a
quinta série do ensino fundamental, o aluno b tem dezesseis anos e cursa a sexta
série do ensino fundamental, o aluno c tem onze anos e cursa a sétima série do
ensino fundamental e o aluno d tem quinze anos e cursa a oitava série do ensino
fundamental.
2.3 ANÁLISE DE DADOS
2.3.1 Dos Docentes
Neste início de século, estamos vivendo uma nova fase do uso extensivo das tecnologias da informação: a disseminação em larga escala de imensas redes de conexão entre pessoas que podem ter acesso, em tempo real, a bancos de dados e informações e que podem comunicar-se entre si. (Melo, 2004, p.141)
A invasão das Tecnologias da Informação e Comunicação em nossas
vidas é um acontecimento inegável para todos os indivíduos, mesmo aqueles que
acreditam estar alheios a estas inovações por não possuírem um computador ou
mesmo por nunca ter acessado um site na web, o fato é que todos fazem parte de
alguma forma, mesmo que seja apenas com o número do CPF no site da Receita
Federal, desta rede de informações que cresce diariamente de forma vertiginosa,
entretanto apesar deste cenário, o acesso a tais tecnologias ainda é privilégio de
alguns, pois mesmo nas escolas o acesso a estes recursos ainda não é possível a
todos.
Apesar de que neste inicio de século o novo ambiente comunicacional-
cultural surgido a partir da interconexão mundial de computadores exija o total
domínio das TIC‟s em especial o computador e a internet, a realidade que vemos é
totalmente adversa, uma vez que até mesmo os professores – indivíduos dotados de
mais conhecimentos – ao serem questionados sobre a facilidade em manusear tais
recursos admitem não ter domínio sobre estes mecanismos (ver figura 1).
Ao se fazer a analise deste gráfico o que se percebe é que a escola não
está totalmente preparada para formar cidadãos que possam estar inseridos na
sociedade, afinal para que esta inserção ocorra de forma plena é necessário que o
aluno tenha em sua formação conhecimentos que lhe permitam transitar no mundo
de forma crítica e saber utilizar as TIC‟s configura-se em um desses conhecimentos.
(...) a interação aluno-computador necessita da intervenção de um profissional que saiba o significado do processo de aprendizagem baseado na construção do conhecimento. Só assim poderá intervir apropriadamente de modo que auxilie seu aluno. (Valente, 2001, p. 35)
40%
60%
Docentes que tem facilidade em manusear os recursos tecnológicos.
Sim
Não
Figura nº. 1 – Manuseio das TIC‟s (Computador e Internet)
O professor que associa a TIC aos métodos ativos de aprendizagem desenvolve a habilidade técnica relacionada ao domínio da tecnologia e, sobretudo, articula esse domínio com a prática pedagógica e com as teorias educacionais que o auxiliem a refletir sobre a própria prática e a transformá-la... (Almeida, 2001)
Ao serem questionados sobre a importância da aplicação de pesquisas
tecnológicas como ferramenta pedagógica, os docentes foram unânimes em afirmar
que sim, elas são importantes para o processo de ensino-aprendizagem, uma vez
que além de possibilitarem maior número de opções de respostas, também
proporcionam ao aluno a oportunidade de estarem aprimorando suas habilidades no
manuseio das TIC‟s.
A terceira pergunta feita aos docentes diz respeito à influência das TIC‟s
para a entrada dos jovens no mercado de trabalho, os mesmos em sua maioria
concordaram que o conhecimento das Tecnologias da Informação e da
Comunicação auxilia a inserção no concorrido mercado de trabalho, pois com o
advento da globalização exige-se cada vez mais qualificação profissional, entretanto
alguns professores acreditam que dependendo da área de atuação profissional, o
conhecimento tecnológico não apresenta relevância (Figura 2).
“Novos modelos de concorrência estão surgindo baseados em mudanças contínuas de tecnologias, requerendo produtos cada vez mais especializados, tanto nos países mais ricos como naqueles em desenvolvimento. Tudo isso exige maior empenho na busca de uma aprendizagem tecnológica mais acelerada e nos leva a acreditar que o verdadeiro segredo do sucesso dos países em desenvolvimento estará no domínio das possibilidades de crescimento do setor de informações, na informatização crescente da sociedade e na capacidade de coordenação e articulação dos processos de aprendizagem e de desenvolvimento humano associados ao manejo da tecnologia.” (Moraes, 1998)
80%
20%
Docentes que acreditam que o conhecimento das TIC's pelos jovens facilita a entrada dos mesmos
no mercado de trabalho
Sim
Não
Figura nº. 2 – Influência das TIC‟s para a entrada no mercado de trabalho
Esta é a rede mundial de computadores, também chamada de internet ou www, uma miríade de comunicações simultâneas de um com um, de poucos com muitos, de muitos com poucos, de muitos com muitos e de todos com todos, que se cruzam e interagem sem direção preestabelecida... (Melo, 2004, p. 144).
A quarta pergunta apresentada aos docentes diz respeito à inclusão
digital como meio de elevar os alunos ao mesmo nível dos demais, a resposta para
este questionamento também foi unânime, cem por cento dos docentes
entrevistados afirmaram que a inserção ao mundo tecnológico configura em uma
forma de igualar os alunos mais carentes que moram nas regiões menos
privilegiadas aos alunos dos grandes centros urbanos.
Apesar de ser uma ferramenta riquíssima para o desenvolvimento da aprendizagem, sabe-se que a escola pública está em desvantagem em relação à escola particular, a qual se encontra cada vez mais informatizada. Assim como a escola particular, a escola pública tem o dever de encontrar meios que disponibilizem a inclusão digital nos estabelecimentos de ensino para os alunos das classes populares. (Fernandes, 2006)
2.3.2 Dos Discentes
Para completar este trabalho foram aplicados alguns questionamentos
também para a classe dos discentes, visto que estes são os principais alvos de
nossa pesquisa.
A primeira pergunta feita aos alunos diz respeito ao contato que os
mesmos já tiveram com o computador e/ou internet, a resposta apresentada pelos
mesmos esta ilustrada no gráfico abaixo (figura 5), o que se percebe é que a maioria
dos alunos já estabeleceram alguma relação com equipamentos tecnológicos
ligados à rede mundial de computadores, entretanto este contato muitas vezes
restringe-se ao uso do MSN, páginas de jogos que em sua maioria, fazem apologia
à violência e sites de relacionamentos como o Orkut.
A partir destes relatos, observa-se que apesar das dificuldades, os alunos
conseguem navegar no mundo digital, e é dever da escola aproveitar a gama de
informações que pode ser obtida quando da utilização desta ferramenta, no entanto
é necessário que os professores estejam preparados para saber como usá-la.
Na Internet encontramos vários tipos de aplicações educacionais: de divulgação, de pesquisa, de apoio ao ensino e de comunicação. A divulgação pode ser institucional - a escola mostra o que faz - ou particular, - grupos, professores ou alunos criam suas home pages pessoais, com o que produzem de mais significativo. A pesquisa pode ser feita individualmente ou em grupo, ao vivo - durante a aula - ou fora da aula, pode ser uma atividade obrigatória ou livre.” (Moran, 1997, p.146)
A comunicação se dá entre professores e alunos, entre professores e professores, entre alunos e outros colegas da mesma ou de outras cidades e países. A comunicação se dá com pessoas conhecidas e
desconhecidas, próximas e distantes, interagindo esporádica ou sistematicamente. (Moran, 1997, p.146)
64,2%
35,8%
Alunos que já tiveram contato com computador e/ou internet
Sim
Não
Figura nº. 3 – Alunos que já tiveram contato com computador e/ou internet
As redes atraem os estudantes. Eles gostam de navegar, de descobrir endereços novos, de divulgar suas descobertas, de comunicar-se com outros colegas. Mas também podem perder-se entre tantas conexões possíveis, tendo dificuldade em escolher o que é significativo, em fazer relações, em questionar afirmações problemáticas. (Moran, 1997, p.146)
É uma questão de sobrevivência de nossa sociedade que a maioria dos indivíduos saiba operar com as novas tecnologias da informação, resolver problemas, tomar iniciativas, se comunicar, usar o computador como prótese da inteligência e prolongamento da mão, como ferramenta de produção do conhecimento, investigação, comunicação, construção, representação, verificação, análise e divulgação do conhecimento. (Moraes, 1998)
Na segunda pergunta feita aos alunos questionou-se aos mesmos se
estes sabem manusear os recursos tecnológicos com facilidade, três quintos dos
alunos afirmaram que não sabem, conforme mostra o gráfico a seguir (figura 4).
39,2
60,8
Alunos que sabem manusear os recursos tecnológicos
Sim
Não
Figura nº. 4 – Alunos que sabem manusear os recursos tecnológicos
Ao se fazer a análise e comparação dos dois gráficos observa-se que
apesar da maioria dos alunos (64,2%) entrevistados afirmarem que já tiveram
contato com o computador e/ou internet, apenas 39,2% destes tem prática com
estes recursos, ou seja grande parte do público pesquisado utiliza estas ferramentas
de forma aleatória, sem ter a devida compreensão da magnitude de possibilidades
que tais instrumentos podem oferecer desde que manipulados de forma correta.
Neste cenário que entra o papel da escola, é ela que deve subsidiar e orientar os
alunos e ofertar para aqueles que ainda não tem acesso à inclusão digital.
Pesquisas desenvolvidas no Brasil e no Exterior (Carraher,1996; Carraher & Schliemann, 1992; Valentini, 1995; Spauding & Lake,1992; Santarosa, 1995; dentre outros) informam que escolas que utilizam computadores no processo de ensino-aprendizagem apresentam melhorias nas condições de estruturação do pensamento do aluno com dificuldades de aprendizagem, compreensão e retenção. Colaboram, também, para melhor aprendizagem de conceitos matemáticos já que o computador pode constituir-se num bom gerenciador de atividades intelectuais, desenvolver a compreensão de conceitos matemáticos, promover o contexto simbólico capaz de desenvolver o raciocínio sobre idéias matemáticas abstratas, além de tornar a criança mais consciente dos componentes superiores do processo de escrita. (Moraes, 1998)
A terceira pergunta direcionada aos alunos questionou-os sobre a
utilização do computador como auxiliar nas tarefas escolares e um em cada quatro
alunos respondeu que não utiliza o computador para ajudar nas tarefas, o que foi
ilustrado no gráfico que segue abaixo (figura 7). Acredita-se que essa situação
aconteça por que dos quatro alunos entrevistados nenhum possua computador e/ou
internet em suas residências e o acesso pago torna-se inviável em decorrência da
situação financeira precária. Esta realidade não é diferente de outras regiões do
país, o que contribui consideravelmente para que o Brasil continue com a má
qualidade de ensino.
25%
75%
Alunos que costumam fazer uso do computador e/ou internet para auxiliar nas tarefas escolares
Sim
NÃO
Figura nº. 5 – Alunos que costuma fazer uso do computador e/ou internet para auxiliar nas tarefas escolares
A Internet está trazendo inúmeras possibilidades de pesquisa para professores e alunos, dentro e fora da sala de aula. A facilidade de, digitando duas ou três palavras nos serviços de busca, encontrar múltiplas respostas para qualquer tema, é uma facilidade deslumbrante, impossível de ser imaginada há bem pouco tempo. Isso traz grandes vantagens e também alguns problemas. (Moran, 1998, p.155)
A quarta e última pergunta direcionada aos alunos pesquisados
questionava sobre a freqüência com que estes fazem uso do computador e/ou
internet nas tarefas escolares, onde a imensa maioria afirmou que nunca faz uso da
internet, os dados podem ser observados no gráfico abaixo (figura 8). Infelizmente
uma parcela irrisória afirmou que quase sempre utiliza, e utiliza sempre os recursos
tecnológicos nenhum dos entrevistados para auxiliar nas tarefas.
75%
10,8%
14,2%
Frequencia com que os alunos costumam fazer uso do computador e/ou internet nas tarefas
escolares
nunca
as vezes
quase sempre
Figura nº 6 – Freqüência de uso das TIC‟s nas tarefas escolares
A escola é um espaço de formação de indivíduos que estão inseridos na
sociedade, a mesma deve está preparada para oferecer aos alunos uma formação
que permita transitar no mundo de forma crítica como propositores de uma nova
ordem do futuro que cada um pode construir hoje.
O mundo atual está a exigir outros conteúdos, naturalmente outras metodologias, para que se atinjam os objetivos maiores de criatividade e cidadania plena. D‟Ambrósio (2001, p.20)
O papel relevante que as novas tecnologias da informação e da comunicação poderão desempenhar no sistema educacional depende de vários fatores. Além de uma infra-estrutura adequada de comunicação, de modelos sistêmicos bem planejados e projetos teoricamente bem formulados, o sucesso de qualquer empreendimento nesta área depende, fundamentalmente, de investimentos significativos que deverão ser feitos na formação de recursos humanos, de decisões políticas apropriadas e oportunas, amparadas por forte desejo e capacidade de realização. (Moraes, 1998)
Estar “antenado” com as novidades oriundas do mundo digital configura-
se atualmente em elemento primordial para o sucesso do processo de ensino-
aprendizagem. A escola para muitos indivíduos é o único espaço que lhes dá
oportunidades, por esta razão faz-se necessário que ela esteja equipada e com
profissionais capacitados para atingir a finalidade esperada pela sua clientela.
CAPÍTULO III
O século vinte e um no futuro certamente será conhecido pelo grande
progresso da medicina, pelo potencial bélico e principalmente pelo avanço das
Tecnologias de Informação e Comunicação. É inegável a comodidade que os
recursos tecnológicos nos proporcionam, a facilidade com que fazemos compras
pela internet ou tiramos dinheiro em um caixa eletrônico seria inimaginável em
meados do século dezoito quando a máquina a vapor surgiu e desencadeou a
revolução industrial, pode-se afirmar que estamos vivendo uma verdadeira revolução
tecnológica neste momento, uma vez que as pessoas que não tem domínio sobre o
computador estão perdendo espaço para àquelas que têm.
Todavia o avanço das mídias eletrônicas aumentou ainda mais o abismo
das desigualdades sociais que dividem nosso país em dois mundos distintos:
aqueles que têm educação de qualidade e, portanto saem das instituições de ensino
prontos para concorrer no mercado de trabalho, daqueles que infelizmente concluem
seus estudos, quando isso ocorre, em escolas públicas precárias, com profissionais
da educação pouco qualificados, que muitas vezes têm aversão ao computador e à
internet.
Por vezes a classe docente alega falta de políticas publicas que
possibilitem aos mesmos acesso a cursos de qualificação, entretanto deve-se
admitir que os professores devem aprimorar seus conhecimentos constantemente e
essa afirmação vale também para os técnicos da educação e gestores e o domínio
das TIC‟s configura em uma das principais exigências da atualidade. Contudo sabe-
se que apesar de alguns professores demonstrarem interesse em dominar os
recursos tecnológicos o acesso a cursos ainda é bastante restrito, pois na maioria
das vezes os cursos são ministrados fora do domicilio ou via on-line e poucos
professores possuem computadores ou acesso à internet. Por estas razões
apresentam-se as seguintes propostas de intervenção:
Incentivar os professores para que busquem qualificação na área das
Tecnologias da Informação e Comunicação;
Sugerir à Secretaria de Educação que promova cursos de qualificação
na área das Tecnologias da Informação e Comunicação periodicamente para todos
os professores do município;
Fazer parcerias com o MEC para aquisição de equipamentos
tecnológicos e multimidiáticos para que os professores possam usá-los como
recursos de aprendizagem;
Fazer parcerias com o MEC para a construção de laboratórios de
informática nas escolas de educação básica;
Aplicar pesquisa tecnológica para os alunos como ferramenta
pedagógica no ambiente escolar;
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O ser humano está permanentemente em processo de aprendizagem e
evolução, buscando sempre aperfeiçoar e aumentar seu conhecimento, infelizmente
estes avanços não chegam para todos, e aqueles que conseguem alcançá-los, não
o fazem em sua totalidade.
A falta de acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação,
futuramente poderá chegar à mesma gravidade do analfabetismo, hoje se assiste na
mídia televisiva ao anuncio de concursos para gari, onde indivíduos com título de
doutor inscrevem-se para tentar conseguir vaga, ou seja, o mercado de trabalho está
bastante concorrido, pessoas sem qualificação estão sendo marginalizadas pela
sociedade, se não houver a implantação de políticas públicas visando democratizar
o acesso as mídias tecnológicas daqui a alguns anos a mão de obra brasileira será
substituída pela de outros países, onde a população está sendo qualificada para
utilização das TIC‟s.
Na Escola Carmen Valente da Silva o que se evidenciou foi que os
professores tem sim conhecimento sobre os inúmeros benefícios advindos da
correta utilização das Tecnologias de Informação e Conhecimento em especial o
computador, entretanto os mesmos não dispõem deste recurso na escola para poder
explorá-lo juntamente com os alunos.
Os alunos em sua maioria são bastante carentes, filhos de indígenas ou
de pessoas com pouca ou nenhuma educação, sem recursos até mesmo para ir ao
cyber do município, ou seja, a única opção que lhes resta é a escola, para quem fica
toda a responsabilidade em proporcionar conhecimentos.
Como uma forma de reflexão destaca-se alguns pontos:
O conhecimento dos sujeitos investigados ainda não chegou a uma
definição concreta sobre Inclusão digital, pois tanto docentes quanto discentes em
sua maioria acreditam que este termo restringe-se a instalação de laboratórios de
informática nas escolas;
Mesmo com o incentivo dos docentes para que os alunos busquem
aumentar seus conhecimentos através de pesquisas escolares na internet, é
necessário que a escola propicie este ambiente digital;
Entende-se que a escola é o local correto para que o indivíduo aproprie-
se da maior gama de conhecimentos possíveis e esta deve ofertar tais
conhecimentos em sua totalidade para que nosso país possa tornar-se uma nação
soberana. De acordo com Michelazzo (2003, p.266):
[...] existe duas opções para nosso quadro político-educacional-econômico atual: ou tornamo-nos um país “educado”, que propicia à população o conhecimento tecnológico necessário à inclusão do cidadão na sociedade atual, ou iremos servir novamente, como já ocorreu durante tanto tempo, de proletários de outras nações.
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WARSCHAUER, Mark. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em
debate. São Paulo-SP: Editora SENAC São Paulo, 2006.
ANEXOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ANGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
PROJETO DE PESQUISA
Itaituba/PA 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ANGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
INCLUSÃO DIGITAL: O COMPUTADOR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL
Projeto de Pesquisa apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito básico para obtenção do Grau de Licenciatura Plena em Pedagogia, orientado pela Profª. Msc. Valdenei Tavares Caranha.
Itaituba/PA 2009
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ANGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
INCLUSÃO DIGITAL: O COMPUTADOR COMO INSTRUMENTO FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES FINAIS DO
ENSINO FUNDAMENTAL Avaliado por:_____________________ Orientador(a):_____________________ Nota: ____ Data:___/___/___.
Itaituba/PA 2009
1. INTRODUÇÃO
A sociedade pós-moderna está em mudança permanente. O que a meia
dúzia de anos era o modelo a seguir deixou rapidamente de ser. Décadas atrás os
conteúdos que os alunos aprendiam na escola iriam lhes ser úteis durante boa parte
de suas vidas. Nos dias atuais o educandário deve ofertar um conjunto organizado
de conhecimentos que possibilitem ao aluno desenvolver competências e
habilidades para crescer emocional e intelectualmente, dentro deste conjunto de
conhecimentos estão as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC‟s).
Para atender a este propósito faz-se necessário que os docentes estejam
aptos para utilizar este tipo de ferramenta de aprendizagem, é imprescindível que o
professor conheça as diferentes modalidades de uso da informática na educação –
programação, elaboração de multimídia, uso de multimídia, busca de informação e
comunicação na internet - e entender os recursos que ela oferece para a construção
de conhecimento.
Com o uso das Tecnologias da informação e comunicação a escola
estará inserindo os alunos no mundo digital, onde as informações circulam de forma
aleatória e em uma velocidade surpreendentemente rápida, além de impulsionar a
comunicação, o que facilita bastante a aprendizagem, uma vez que a troca de
experiências proporciona aos alunos a aquisição de novos saberes enquanto eles
navegam entre informações e conhecimentos já adquiridos e participam de um
processo de construção colaborativo. Almeida (2005, p. 71) ao se referir a rede de
conhecimentos se expressa:
O homem apreende a realidade por meio de uma rede de colaboração na qual cada ser ajuda o outro a desenvolver-se, ao mesmo tempo em que também se desenvolve. Todos aprendem juntos e em colaboração.
“Ninguém educa ninguém, como também ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. (Freire 1993, p.9)
2. TEMA: INCLUSÃO DIGITAL
3. TÍTULO: “INCLUSÃO DIGITAL: O COMPUTADOR COMO INSTRUMENTO
FACILITADOR DA APRENDIZAGEM NAS SÉRIES FINAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL”.
4. PROBLEMATIZAÇÃO: A FALTA DE ACESSO AS TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC‟s).
5. HIPÓTESES:
5.1. Falta de acesso a laboratórios de informática.
5.2. Dificuldade dos docentes em manusear equipamentos tecnológicos.
5.3. Inexistência de equipamentos tecnológicos e de multimídias para o
professor utilizar como recursos de aprendizagem.
5.4. Carência de professores com formação específica para atender os alunos
nas escolas que dispõem de laboratórios de informática.
5.5. Ausência de mão de obra qualificada para a instalação e assistência
técnica dos equipamentos encaminhados às escolas pelo governo federal.
6. OBJETIVOS
6.1. GERAL
Elucidar a relevância do acesso às Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC‟s) como forma de inserção do individuo na sociedade pós-
moderna, em particular os alunos das séries finais do ensino fundamental.
6.2. ESPECÍFICOS
6.2.1. Apresentar sugestões de equipamentos tecnológicos e técnicas
pedagógicas para o trabalho docente;
6.2.2. Aplicar pesquisa tecnológica como ferramenta pedagógica no ambiente
escolar;
6.2.3. Analisar a qualificação de professores com formação específica para
deferir os alunos nas escolas;
6.2.4. Solicitar profissionais qualificados para instalação e assistência aos
equipamentos encaminhados às escolas pelo governo federal;
6.2.5. Refletir sobre a necessidade de instalar laboratórios de informática nas
escolas carentes.
7. JUSTIFICATIVA:
Segundo Mark Warschauer (2006 p.45):
“A criança como todo ser humano, é um sujeito social histórico e faz parte de uma organização familiar que está inscrito em uma sociedade, com uma determinada cultura e um determinado momento histórico, dentro dessa descrição a criança não pode ficar de fora do mundo digital, pois ela tem sede de comunicação com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo”.
Observa-se que nos últimos anos vem se intensificando as preocupações
referentes à falta de acesso às tecnologias de informação e comunicação, pois em
nossa sociedade globalizada as informações circulam de maneira muito rápida e
aqueles que não têm acesso as mesmas acabam ficando à margem do progresso e
alheios a evolução que ocorre constantemente no mundo.
Na esfera educacional a falta de acesso ao mundo digital é gritante, uma
vez que são poucas as escolas públicas que possuem laboratórios de informática e
por vezes quando o possuem não dispõe de profissionais qualificados para fazer uso
dos mesmos, somado ao fato de alguns gestores por medo de ter os equipamentos
danificados acabam por não permitir aos alunos o livre acesso aos equipamentos
tecnológicos.
Voltando-se o olhar para as séries finais do ensino fundamental, podemos
notar a real necessidade da utilização das TIC‟s em especial o computador e a
internet para auxiliar nas aulas e nas pesquisas e colocar o nosso aluno em contato
com novas realidades do mundo tecnológico, levando-se em consideração que essa
é uma exigência do século XXI.
8. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Oportunizar aos alunos de escolas públicas acesso às Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC‟s) constitui-se um meio de inclusão digital e
principalmente, de inclusão social, afinal atualmente a sociedade informatizada ao
extremo, passou a tratar de forma indiferente àqueles que não dominam tais
mecanismos. Mark Warschauer destaca:
Tem-se como certo que o domínio das TIC‟s é tão vital para o desenvolvimento pessoal nos dias de hoje quanto o domínio da escrita e da leitura, e que a exclusão digital acentua ainda mais a exclusão sócio-econômica. (2006, p.7)
No entanto, não é suficiente apenas ofertar computadores e acesso a
internet aos alunos, é necessário que profissionais qualificados especificamente
para este propósito estejam prontos a orientá-los não somente a manusear o
computador ou os recursos de multimídia, tais orientações têm que ir além, é preciso
que os alunos aprendam a fazer uso desses recursos como meio de integração à
sociedade.
[...] a presença ou ausência de equipamentos de informática constitui apenas uma pequena parcela do contexto mais amplo que molda a maneira pela qual as pessoas podem, de fato, utilizar as TIC‟s.[ ...] o que está em jogo não é o acesso às TIC‟s no sentido restrito de haver um computador no local, mas sim o acesso no sentido mais amplo da capacidade de utilizar a TIC para finalidades pessoal ou socialmente significativas.(Warchauer, 2006, p. 56)
Inserir-se na sociedade da informação não quer dizer apenas ter acesso à Tecnologia de informação e comunicação (TIC), mas principalmente saber utilizar essa tecnologia para a busca e a seleção de informações que permitam a cada pessoa resolver os problemas do cotidiano, compreender o mundo e atuar na transformação de seu contexto. (Almeida, p. 71)
Ter acesso à inclusão digital significa não somente estar “conectado” com
o mundo configura acima de tudo, estar no mesmo nível dos demais indivíduos
informatizados, poder competir com igualdade no mercado de trabalho, ter acesso
às mesmas informações em tempo hábil, poder comunicar-se com qualquer pessoa
em qualquer lugar e a qualquer hora. Sérgio Amadeu da Silveira (2003) enfatiza a
importância do acesso às TIC‟s para a igualdade e a inclusão social no mundo atual:
[...] Na sociedade pós-moderna, o ato de comunicar-se é o poder de interagir com redes de informação. Não basta possuir uma mente livre se nossas palavras não podem circular como as palavras dos outros. A maioria da população, ao ser privada do acesso à comunicação por meio do computador, está simplesmente sendo impedida de se comunicar no meio mais flexível, completo e extensivo. Esse apartheid representa o colapso de uma liberdade formal básica da democracia liberal universal. (2001, p.30)
9. METODOLOGIA
O processo metodológico requer a compreensão da pesquisa referencial,
como fonte para emitir a visão dos teóricos na temática em estudo, que
compreenderá as investigações para a formulação de todo o projeto.
Mediante este requisito experimental, as acadêmicas de pedagogia
pretendem desenvolver e demonstrar o projeto através de entrevistas e
questionários. A clientela que participará deste projeto serão 20% dos alunos de
cada turma das séries finais do ensino fundamental no município de Jacareacanga
no estado do Pará, sendo que envolverá professores que atuam nessas séries.
Para a introdução deste projeto utilizou-se como recursos:
9.1. Humanos: acadêmicos, professores e alunos;
9.2. Materiais: Papel A4, computador e tinta para a impressora.
9.3. Financeiros: R$ 182,50.
CRONOGRAMA
ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
PERÍODO
Definição do tema de pesquisa Fevereiro⁄2009
Pesquisa bibliográfica para elaboração do projeto de pesquisa Fevereiro⁄2009
Entrega do projeto de pesquisa Fevereiro⁄2009
Elaboração dos questionários Fevereiro⁄2009
Leitura e fichamento Fevereiro⁄2009
Escrita do primeiro capítulo do TCC Fevereiro⁄2009
Aplicação dos questionários Março a Maio⁄2009
Correção da escrita do TCC Junho⁄2009
Elaboração do II Capítulo do TCC Julho/2009
Elaboração do III Capítulo do TCC (Proposta de Intervenção) Novembro/2009
Entrega do III Capítulo do TCC Novembro/2009
Correção Final do TCC Dezembro/2009
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
AULETE, Caldas. Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2004.
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Integração das Tecnologias na
Educação. Brasília: Ministério da Educação, Seed, 2005.
SERRA NEGRA, Carlos Alberto; Serra Negra, Elizabete Marinho. Manual de
trabalhos monográficos de graduação, especialização, mestrado e doutorado –
2ª. Ed. – São Paulo: Atlas, 2004.
SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Exclusão Digital: a miséria na era da informação.
São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2001.
WARSCHAUER, Mark. Tecnologia e inclusão social: a exclusão digital em
debate. Trad. Carlos Szlak. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2006.
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ÂNGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO
CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
Esta pesquisa tem a finalidade de identificar os benefícios da inclusão
digital para os alunos das séries finais do ensino fundamental.
Questionário para os discentes
Idade:_________ Série:__________
1. Você já teve acesso a computador e/ou a internet?
( )sim ( )não
2. Você sabe manusear estes recursos tecnológicos?
( )sim ( )não
3. Você costuma fazer uso do computador ou da internet para auxiliar nas tarefas
escolares?
( )sim ( )não
4. Com que freqüência?
( )nunca
( )quase sempre
( )as vezes
( )sempre
5. Quais são os mecanismos que a escola oferece para realizar as pesquisas
educativas?
6. Você acredita que as tecnologias (computador, internet, TV,DVD, data show)
facilitam o entendimento e a aprendizagem ?
( )sim ( )não
7. De que forma isso acontece?
8. Você considera importante que toda escola tenha um laboratório de informática?
( )sim ( )não
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA
ÂNGELA MARIA FERREIRA PINHEIRO
CELI JANDY GOMES DAMASCENO
CLEANI RODRIGUES SOARES
Esta pesquisa tem a finalidade de identificar os benefícios da inclusão
digital para os alunos das séries finais do ensino fundamental.
Questionário para os docentes
1. Quais as maiores dificuldades encontradas no processo de ensino aprendizagem
na inclusão digital?
2. A escola oferece algum mecanismo para facilitar nas pesquisas educativas dos
alunos?
( ) sim ( ) não
3. De que forma o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC‟s),
pode ajudar no processo de ensino/aprendizagem, tanto para o professor quanto
para o aluno?
4. Você considera importante aplicar pesquisas tecnológicas como ferramenta
pedagógica no ambiente escolar?
( ) sim ( ) não
5. Você como parte do corpo docente, tem facilidade em manusear os equipamentos
tecnológicos?
( )sim ( )não
6. Como você avalia a possibilidade de instalar laboratórios de informática em todas
as escolas com carência das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC‟s)?
7. Você acredita que os jovens do século XXI que tem conhecimento das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC‟s), têm mais facilidade de entrar no
mercado de trabalho?
( )sim ( )não
8. Você concorda que o acesso a inclusão digital, significa não somente estar
“conectado” com o mundo, mas configura acima de tudo, estar no mesmo nível dos
demais indivíduos informatizados?
( )sim ( )não