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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DECON – DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO PANAMBI LTDA (Trabalho de Conclusão de Curso) Acadêmica: Marlene Beilfuss Profª Orientadora: Ms. Eusélia Paveglio Vieira Ijuí (RS), junho/2010

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tcc curso gestao comercial.

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  • UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

    DECON DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

    CURSO DE CINCIAS CONTBEIS

    GESTO DE CUSTOS E FORMAO DE PREOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E

    EQUIPAMENTOS DE PROTEO PANAMBI LTDA (Trabalho de Concluso de Curso)

    Acadmica: Marlene Beilfuss

    Prof Orientadora: Ms. Euslia Paveglio Vieira

    Iju (RS), junho/2010

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    UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

    DECON DEPARTAMENTO DE ECONOMIA E CONTABILIDADE

    CURSO DE CINCIAS CONTBEIS

    GESTO DE CUSTOS E FORMAO DE PREOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E

    EQUIPAMENTOS DE PROTEO PANAMBI LTDA

    Trabalho apresentado para a obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis, junto a Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.

    Acadmica: Marlene Beilfuss

    Prof Orientadora: Ms. Euslia Paveglio Vieira

    Iju (RS), junho/2010

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    AGRADECIMENTOS

    Agradeo a Deus por me conceder o dom maior, a vida, e pela alegria deste dia: Obrigada Senhor.

    Agradeo a minha famlia, pelo apoio, pelo incentivo diante das dificuldades encontradas durante a minha jornada. A eles muito obrigada pela pacincia e compreenso.

    A todos os professores e professoras, pela dedicao, pelos ensinamentos que levarei comigo. Em especial agradeo minha professora orientadora MSc. Euslia Paveglio Vieira, pela pacincia, dedicao que recebi durante o desenvolvimento deste Trabalho de Concluso do Curso.

    Aos meus colegas e amigos, divertimos, estudamos, lutamos, conquistamos e vencemos mais uma fase, de agora em diante ficar a lembrana e a saudade.

    Enfim, agradeo ao casal proprietrio da empresa pela disponibilidade, cuidado e provimento de dados, que sem isto o trabalho de concluso do curso no seria possvel ser realizado.

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    SUMRIO

    INTRODUO.............................................................................................................9 1 CONTEXTUALIZAO DO ESTUDO ............................................................... 11

    1.1 rea do Conhecimento ................................................................................. 11 1.2 Caracterizao da Entidade ......................................................................... 11 1.3 Problematizao do Tema...........................................................................13 1.4 Objetivos ...................................................................................................... 15

    1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 15 1.4.2 Objetivos Especficos ..................................................................................... 15

    1.5 Justificativa ................................................................................................... 16 1.6 Metodologia .................................................................................................. 16

    1.6.1 Classificao da Pesquisa ............................................................................ 17 1.6.2 Mtodo de Pesquisa Cientfica do Ponto de Vista de sua Natureza ...... 17 1.6.3 Mtodo de Pesquisa do Ponto de Vista dos seus Objetivos ................... 18 1.6.4 Mtodo de Pesquisa do Ponto de Vista dos Procedimentos Tcnicos . 18 1.6.5 Plano de Coleta de Dados ............................................................................ 19 1.6.6 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................ 20 1.6.7 Plano de Anlise e Interpretao dos Dados ............................................. 21

    2 REVISO BIBLIOGRAFICA .............................................................................. 22 2.1 Contabilidade ............................................................................................... 22

    2.1.1 Finalidades da Contabilidade ........................................................................ 23 2.1.2 Aplicao da Contabilidade ........................................................................... 23

    2.2 Contabilidade de Custos .............................................................................. 24 2.2.1 Objetivos da Contabilidade de Custos ........................................................ 26

    2.3 Custos com Mo-de-obra ............................................................................. 27 2.3.1 Mo-de-obra Direta ........................................................................................ 28

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    2.3.2 Mo-de-obra Indireta ...................................................................................... 31 2.4 Classificao dos Custos ............................................................................. 32

    2.4.1 Custos Diretos ou Primrios ......................................................................... 32 2.4.2 Custos Indiretos .............................................................................................. 33 2.4.3 Custos Fixos .................................................................................................... 34

    2.4.3.1 Custos com Depreciao ....................................................................... 36 2.4.4 Custos Variveis ............................................................................................. 38 2.4.5 Custo-padro ................................................................................................... 40

    2.5 Mtodo de Custeio ....................................................................................... 41 2.5.1 Custeio por Absoro ..................................................................................... 42 2.5.2 Custeio Varivel .............................................................................................. 43

    2.6 Formao do Preo de Venda ..................................................................... 46 2.6.1 Formao do Mark-up .................................................................................... 49

    2.7 Apurao da Margem de Contribuio ......................................................... 50 2.8 Ponto de Equilbrio ....................................................................................... 52 2.9 Margem de Segurana Operacional............................................................. 55

    3 GESTO DE CUSTOS E FORMAO DE PREOS NA EMPRESA RECARGA DE EXTINTORES E EQUIPAMENTOS DE PROTEO: Estudo de Caso ............ 56

    3.1 Descrio das Atividades da Empresa ............................................................. 56 3.2 Custo de Aquisio das Mercadorias ............................................................... 59

    3.2.1 Custo de Aquisio dos Produtos para Venda ......................................... 59 3.2.2 Custo de Aquisio das Matrias Primas para os servios ....................... 61

    3.3 Despesas Mensais ........................................................................................... 63 3.3.1 Despesas com Pessoal ............................................................................. 63 3.3.2 Despesas com Depreciao ..................................................................... 64 3.3.3 Total das Despesas Mensais .................................................................... 65

    3.4 Formaes dos Preos de Venda dos Produtos e Servios ............................ 70 3.4.1 Preo de Venda Orientativo ...................................................................... 73 3.4.2 Preo de Venda Mnimo ............................................................................ 75 3.4.3 Comparaes entre Preo de Venda Atual com o Preo Orientativo e o Preo Mnimo ..................................................................................................... 77

    3.5 Anlises da Margem de Contribuio, Ponto de Equilbrio e Margem de Segurana ............................................................................................................. 79

    3.5.1 Margem de Contribuio pelo Preo de Venda Atual................................ 80

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    3.5.1.2 Margem de Contribuio pelo Preo de Venda Orientativo .................. 82 3.5.2 Ponto de Equilbrio .................................................................................... 85

    3.5.2.1 Ponto de Equilbrio pelo Preo de Venda Atual ..................................... 85 3.5.2.2 Ponto Equilbrio pelo Preo de Venda Orientativo .................................. 88

    3.5.3 Margem de Segurana .............................................................................. 90 3.5.3.1 Margem de Segurana Operacional Preo de Venda Atual ................. 90 3.5.3.2 Margem Segurana Operacional Preo de Venda Orientativo ............. 92

    3.6 Levantamentos das Principais Informaes que o Sistema de Custos Proporciona para o Gerenciamento da Organizao ............................................. 94

    3.6.1 Apurao do Resultado baseado Preo Venda Atual .............................. 94 3.6.2 Apurao do Resultado com base Preo Orientativo ................................ 97

    CONCLUSO ......................................................................................................... 100 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 102

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    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1: Numero Maximo de horas a disposio por ano..................... 27 Quadro 2: Base para Clculo do Custo com Pessoal................................................ 28 Quadro 3: Numero de horas que o Trabalhador Oferece Empresa....... 28 Quadro 4: Taxa de depreciao............................................................... 35 Quadro 5: Custeamento Varivel x Custeamento por Absoro............. 43 Quadro 6: Custo de Aquisio dos Produtos........................................... 59 Quadro 7: Custo da Matria Prima dos Servios..................................... 61 Quadro 8: Despesas com Pessoal........................................................... 63 Quadro 9: Despesas com Depreciao................................................... 64 Quadro 10: Despesas Mdias do Perodo................................................ 65 Quadro 11: Preo Venda Atual x Quantidade Venda Mdia Mensal......... 66 Quadro 12: Formao Mark-up.................................................................. 69 Quadro 13: Formao do Preo de Venda Orientativo.............................. 72 Quadro 14: Formao do Preo de Venda Mnimo sem Lucro.................. 74 Quadro 15: Comparao Preo Praticado c/Preo Orientativo e Mnimo.. 76 Quadro 16: Margem de Contribuio Unitria e Total pelo Preo Atual.... 78 Quadro 17: Margem Contribuio pelo Preo Venda Orientativo.............. 80 Quadro 18: Ponto de Equilbrio baseado no Preo Venda Atual............... 82 Quadro 19: Ponto de Equilbrio Baseado Preo venda Orientativo........... 84 Quadro 20: Margem de Segurana Operacional p Preo Venda Atual..... 86 Quadro 21: Margem de Segurana Operacional p Preo Orientativo....... 88 Quadro 22: Apurao Resultado baseado Preo Venda Atual.................. 90 Quadro 23: Apurao Resultado Baseado Preo venda Orientativo......... 93

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    LISTA DE FIGURAS E GRFICOS

    Figura 1: Organograma da Empresa........................................................ 13 Figura 2: Coleta do Dado para Informao............................................... 25 Figura 3: Classificao dos Custos em Diretos e Indiretos...................... 34 Figura 4: Classificao dos Custos........................................................... 40 Figura 5: Fluxograma dos produtos.......................................................... 56 Figura 6: Fluxograma do processo recarga conforme Normas Inmetro... 57 Grfico1: Despesas mdias mensais........................................................ 65

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    INTRODUO

    As organizaes sempre esto em constantes transformaes, batalhando em busca da eficincia e produtividade e, para isso, aliam-se nas informaes proporcionadas pela gesto de custos, onde os gestores retiram informaes preciosas para alcanarem o menor custo possvel para seus produtos e servios, obtendo um retorno que possibilite a sua manuteno e permanncia no mercado competitivo.

    Neste contexto, o objetivo deste de trabalho de concluso de curso foi apresentar uma metodologia de Gesto de Custos e Formao de Preos na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo Ltda, localizada na cidade de Panambi (RS), revendo os custos de seus produtos e servios prestados.

    Primeiramente o trabalho de concluso de curso demonstra a descrio do estudo que aborda o tema, que se refere a uma metodologia de Gesto de Custos e Formao de Preos na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo Panambi Ltda, seguido da caracterizao da entidade. Posteriormente, apresenta-se o problema do estudo que se direciona em pesquisar como a Gesto de Custos e a Formao de Preos, pode ajudar a empresa na forma de apurar os custos dos produtos por ela comercializados e servios oferecidos, bem como na formao do preo de venda dos mesmos, acompanhado dos objetivos geral e especficos, da justificativa e da metodologia, considerando os aspectos relacionados metodologia a ser aplicada no estudo, a disposio da pesquisa, e os dados coletados.

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    No segundo momento, apresenta-se a reviso bibliogrfica, que d suporte e implementa tudo aquilo exposto na contextualizao do estudo. Iniciando pela contabilidade, gesto de custos, custo dos produtos e custo dos servios oferecidos, quanto classificao dos custos, ao mtodo de custeio, a formao do preo dos produtos vendidos e servios prestados, apurao da margem de contribuio, ponto equilbrio, margem de segurana operacional e depreciao. A contemplao desses conceitos e informaes foi essencial para execuo do estudo aplicado na prtica.

    No captulo terceiro deste relatrio consta o estudo aplicado desenvolvido na empresa, desde a descrio das atividades, ou seja, todo o fluxo do servio de recarga , bem como a entrada dos produtos na Empresa, seguido dos clculos do custo com matria-prima, custo com pessoal, depreciao, apurao despesas mensais, Mark-up, formaes dos preos orientativos, mnimos, comparaes entre o preo praticado e orientativo, anlises das margens de contribuio, ponto equilbrio , margem de segurana operacional e as devidas apuraes de resultado pelo preo praticado e pelo preo orientativo.

    Finalmente, o trabalho apresenta o cronograma das aes aplicadas e a bibliografia consultada na sua realizao.

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    1 CONTEXTUALIZAO DO ESTUDO

    Na contextualizao est relatada a rea do Conhecimento, Caracterizao da Entidade, Problematizao, Objetivos Geral, Objetivos Especficos, Justificativa e a Metodologia.

    1.1 rea do Conhecimento

    Este estudo foi realizado em uma das possibilidades de atuao do bacharel em Cincias Contbeis, que a Contabilidade de custos, tendo como tema a proposio de uma Gesto de Custos e Formao de preos na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo Panambi Ltda.

    1.2 Caracterizao da Entidade

    A empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo Panambi Ltda, iniciou suas atividades no ano de 2007, constituda por dois scios, e o enquadramento fiscal optante pelo simples nacional. No ano de 2007 os scios proprietrios e fundadores, Joares da Silva e Maria Reuter da Silva, iniciaram suas atividades em Panambi, mantendo residncia na cidade prxima de Cruz Alta/RS, de onde diariamente o scio Joares se deslocava at Panambi para gerenciar seu negcio.

    At ento, ambos os scios atuavam apenas como funcionrio de uma empresa na cidade origem, o casal no intuito de ter seu prprio negcio, apostaram na rea da qual j tinha conhecimento e pesquisando o mercado local, concluram a viabilidade do negcio.

    Em julho de 2008 o casal transferiu definitivamente sua residncia para a cidade onde o negcio funciona, agora com auxilio da scia Maria, e mais dois colaboradores o que contribui para o desenvolvimento do negcio da organizao.

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    Com a idia de reinvestir todo valor adquirido dentro da prpria empresa o scio Joares no inicio do segundo semestre de 2008, retorna a ser empregado em outra empresa, na prpria cidade de Panambi /RS, para o sustento familiar, deixando o gerenciamento para sua scia Maria, enquanto ele auxilia aps seu expediente, na organizao e dificuldade encontradas pela equipe que trabalha na organizao.

    O servio principal a recarga de extintores. o que consideram a parte mais lucrativa do negcio, bem como venda de diversos equipamentos de segurana e prevenes de incndio, dos quais se pode destacar os calados de segurana nos diversos nmeros, as luvas e tambm os extintores novos. A empresa mantm um pequeno estoque, j que a logstica atual permite em pouco tempo o pronto atendimento de pedidos para seus clientes.

    O servio de recarga de extintores um processo bem monitorado e liberado somente mediante certificado do Inmetro o que qualifica o servio atravs do selo de qualidade, no qual consta o prazo de validade, todo o servio inicia com a retirada do extintor no cliente, emite-se uma ordem de servio para definir o tipo de manuteno a ser realizada, existe a manuteno 1, 2 e 3 nvel, sendo que a ultima envolve o processo de decapagem do recipiente e posteriormente o teste hidrosttico e pintura com a retirada da presso e do p, que pode ser descartado ou reutilizado conforme a procedncia, ou melhor a empresa adquiriu uma maquina que pode tratar o p para ser reutilizado por mais de 4 anos, uma vez tratado dentro das normas de exigncia do Inmetro, trar maiores lucros no futuro, desde que mantenha os clientes durante esse perodo, aps feito a seleo do p feito a desmontagem do extintor, para conferir e testar as peas reutilizveis, fazer a limpeza e trocar os anis da borracha, somente aps este processo confeccionada a nova recarga que ocorre dentro de uma cabine que controla a umidade do ar, pois a umidade a grande rival do p, e aps a carga efetiva, feito a pesagem em uma balana zerada que pode pesar as diferentes recargas, entre elas 2kg at 14kg conforme a necessidade, e finalmente depois de fechado o extintor pressurizado (colocar presso) que feito em uma maquina que marca com preciso a presso que deve atingir, o que fica registrado no manmetro, ainda existe o extintor que tem mangueira a qual substituda por uma nova, finaliza-se com o teste de qualidade, feito dentro de uma tanque com gua, por um determinado tempo para ver se tem

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    vazamento, o que ento permite a selagem e assim estar pronto para revenda.Todo esse servio s pode ser executado por funcionrios com devido treinamento, o qual inspecionado por um tcnico que o scio Joares, ele, devidamente credenciado pelo Inmetro. A scia Maria tem a funo de assessorar nas atividades da empresa, onde tem mais conhecimento, tanto na parte administrativa como na relacionada as vendas dos produtos e servios.

    Figura 1: Organograma da Empresa Fonte: Dados conforme pesquisa

    Segundo organograma apresentado na figura 1, a empresa composta por um scio gerente, um scio administrador e mais dois colaboradores. A empresa possui um setor compras, vendas, financeiro e servios. Quem administra a empresa so seus scios, sendo Maria mais a nvel operacional e ttico, tendo no estratgico o auxilio do scio Joares.

    1.3 Problematizao do Tema

    A contabilidade de custos uma parte do sistema de informaes contbeis, nela se busca a base para o desempenho administrativo e operacional, onde so calculados e demonstrados os meios viveis para reduzir custos e

    SCIO 1 GERENTE

    SCIO 2 ADMINIST

    SERVIOS FINANCEIRO VENDAS COMPRAS

    FUNCIONARIO INTERNO

    VENDEDOR EXTERNO

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    controlar as despesas, o que possibilita um planejamento, oramento e controle mais coerente na tomada de decises.

    No mercado competitivo, cada vez mais exigida qualidade e tecnologia nos servios, acompanhamento por preos mnimos nas vendas dos produtos, tornado necessrio o aprimoramento contnuo de seus instrumentos de gesto. Nesta anlise, o profissional Contador, precisa ser um assessor para indicar a forma efetiva de apurar custos, tornado estas informaes instrumentos necessrios para melhor gerenciar os custos dos servios e produtos revendidos, estar a par dos preos da concorrncia, para perceber se o preo de venda orientativo, pode ser alterado dentro do orado e planejar estratgias para adaptar sua estrutura de custos e formar preos competitivos no mercado.

    A empresa em estudo Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo Panambi Ltda, no possui um sistema de custos, apura os custos dos produtos revendidos pela compra mais o frete, e sobre esse total aplica-se um percentual direto que resulta no preo de venda, e quanto aos servios seu preo composto pela matria prima, o tempo hora que leva para concluir o servio e sobre o resultado desta adio, aplica-se um percentual determinado pelo empresrio. Neste contexto, observa-se que a forma de clculo est deficiente, tanto na formao do custo dos servios quanto no calculo do preo de venda de seus produtos e servios, sabendo que existem outros fatores a serem considerados.

    A anlise deste caso pretende auxiliar a empresa no sentido de apurar melhor seus custos de servios e dos produtos, bem como, auxiliar na formao de preos de venda. Sendo a contabilidade de custos, uma ferramenta encontrada pela contabilidade para auxiliar no planejamento e anlise desses processos, foi desenvolvido a apurao mediante adoo, dos mtodos de custeio por absoro e custeio varivel, evidenciando os meios de formar o preo de venda ideal, preo de venda mnimo e preos de seus servios, apontando se o servio ou o produto contribuem com a maior margem, alm de ajudar analisar demais informaes, como o ponto de equilbrio, a margem de segurana, entre outros dados que podem contribuir os gestores, no gerenciamento mais seguro e prximo da realidade e que proporcione resultados positivos na organizao.

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    Neste sentido, conforme o exposto questiona-se: Qual a contribuio da gesto de custos e formao de preos para que os gestores tenham subsdios no gerenciamento das atividades da empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo?

    1.4 Objetivos

    Com objetivo da empresa aprimorar seu sistema de custos foi definido o objetivo geral e os objetivos especficos.

    1.4.1 Objetivo Geral

    Propor um modelo de gesto de custos e preos na empresa Recarga de Extintores e Equipamentos de Proteo, que proporcione informaes relevantes para atender a deficincia existente na formulao de seus clculos.

    1.4.2 Objetivos Especficos

    Reviso bibliogrfica referente custos, gesto de custos, formao de preos e anlise do custo, volume lucro;

    Mapear os servios prestados empresa; Apurar o custo de compra de mercadorias; Levantar as despesas operacionais e administrativas da empresa; Calcular o preo de venda orientativo, o preo mnimo e preos para

    negociaes especiais com a analise do custo, volume e lucro; Identificar as informaes que o sistema disponibiliza para qualificar o

    processo de negociaes com clientes e avaliao de desempenho da atividade

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    1.5 Justificativa

    O motivo principal deste estudo foi demonstrar a importncia de um sistema de Gesto de Custos e Formao de Preos de venda, para melhor conduo do negcio, tendo informaes com a devida qualidade para poder atingir um desempenho a um menor custo, ganhando lucratividade e competitividade no mercado.

    O estudo para a empresa, trouxe muitos benefcios, pela implantao da forma de apurar o custo unitrio e total de cada tipo produto comercializado, bem como uma maior segurana no calculo do custo dos servios prestados, uma vez que produtos e servios apresentam custos diferenciados. Com essas informaes a empresa tem a possibilidade de determinar o preo de venda do produto, preo dos servios, apurar a margem de contribuio, ponto de equilbrio, contribuindo satisfatoriamente na tomada das decises estratgicas e operacionais da empresa.

    Para mim, enquanto formanda do curso, foi o momento de aplicar a teoria estudada na realidade de uma empresa, e aprofundar os conhecimentos construdos durante os vrios anos em estudo e no exerccio da profisso Contbil

    Para o Curso de Cincias Contbeis da Unijui, um estudo desenvolvido na rea de gesto de custos e formao de preos, aplicado em um tipo de negcio que at ento foi pouco explorado pelos colegas, e poder contribuir com os outros estudantes que tiverem interesse nesse tipo de atividade e nessa rea de conhecimento.

    1.6 Metodologia

    A metodologia do trabalho consiste em detalhar as formas e os processos utilizados na Contabilidade de custos. O estudo foi desenvolvido com o objetivo de propor um sistema de Gesto de custos e formao de preos na empresa em estudo.

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    1.6.1 Classificao da Pesquisa

    Nesta etapa, com o assessoramento, pesquisa e estudo, o trabalho de concluso possibilita desenvolver um relatrio seguro fundamentado pela metodologia de um sistema de apurao de Custos e Formao de Preos de Venda e Servios Prestados para a empresa em estudo.

    Nesse contexto, conforme o artigo 8 do Regulamento do Trabalho de Concluso de Curso da Unijui, citado por Kroetz (2009), o tema deste estudo deu origem a um relatrio tcnico cientfico, decorrentes de estudos e ou pesquisas ligadas envolvendo temas, questes, hipteses ou outras situaes ligadas ao campo do conhecimento contbil.

    1.6.2 Mtodo de Pesquisa Cientfica do Ponto de Vista de sua Natureza

    A pesquisa cientfica do ponto de vista de sua natureza pode ser bsica ou aplicada, conforme Roesch (1999) na pesquisa bsica procura-se entender e explicar os acontecimentos. As questes bsicas de pesquisa surgem de tradies oriundas das disciplinas especficas e as contribuies para a cincia tomam a forma de teorias, que esclarecem o fenmeno sob investigao. Os pesquisadores testam e geram novas teorias, porm, a pesquisa bsica no apropriada para o estgio profissional, pois o objetivo maior um trabalho dirigido para a prtica. Na pesquisa aplicada, os pesquisadores operam com problemas humanos. Entender a natureza de um problema para controlar o ambiente. A origem das questes de pesquisa enfocada em problemas e preocupaes das pessoas com idia voltada para gerar solues possveis para os problemas humanos, com o propsito de entender como lidar com um problema, discuti-lo e utilizar um referencial terico de determinado estudo, para apresentar solues alternativas.

    Quanto ao tema estudado, qualifica-se como pesquisa aplicada, sendo que, a sugesto em estudo, foi indicar a implantao de um sistema de custos de produtos e servios, bem como adotar mtodos eficazes na formao de preo de venda,

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    para a qual houve estudo de aplicao terica - prtica envolvendo a empresa estudada.

    1.6.3 Mtodo de Pesquisa do Ponto de Vista dos seus Objetivos

    Toda e qualquer classificao se faz mediante algum critrio. Assim, possvel classificar com relao ao objetivo da pesquisa em trs grupos: exploratrias, descritivas ou explicativas.

    Conforme Gil (2002), a pesquisa exploratria tem como objetivo ajustar maior familiaridade com o problema, com vistas a torn-los mais claro ou a estabelecer teorias. Afirma-se que, essas pesquisas apresentam como objetivo principal o aperfeioamento de idias ou a descoberta de intuies. Seu planejamento bastante flexvel, de modo que permite realizar as consideraes dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Envolve levantamento bibliogrfico; entrevistas com pessoas que tiveram experincias prticas com o problema pesquisado; e anlise de exemplos que estimulem a compreenso.

    O tema estudado se caracterizou como pesquisa exploratria, pois envolveu levantamento bibliogrfico e entrevistas com pessoas que atuam na prtica com o problema pesquisado.

    1.6.4 Mtodo de Pesquisa do Ponto de Vista dos Procedimentos Tcnicos

    Com relao aos procedimentos tcnicos, a pesquisa pode ser classificada como bibliogrfica documental e estudo de caso.

    Conforme Gil (2002, p.63) a pesquisa bibliogrfica desenvolvida com base em material j elaborado, apresentando principalmente livros e artigos cientficos. Boa parte dos estudos exploratrios pode ser definida como pesquisas bibliogrficas.

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    As pesquisas sobre os vrios assuntos, assim como as que se indicam a avaliar os diversos estilos de um problema, ao mesmo tempo costumam ser ajustadas quase que somente mediante fontes bibliogrficas. A pesquisa documental utiliza-se de materiais que no ganharam ainda um tratamento analtico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Enquanto na pesquisa bibliogrfica as fontes so formadas especialmente por material impresso encontradas nas bibliotecas, na documental, as fontes so mais variadas e espalhadas, localizadas em rgos pblicos e instituies privadas, so exemplos as associaes cientficas, sindicatos, partidos polticos etc.

    Entre os vrios procedimentos tcnicos no qual o trabalho se enquadrou, como sendo uma pesquisa bibliogrfica, documental e estudo de caso.

    1.6.5 Plano de Coleta de Dados

    O levantamento de dados referente custos de produtos, servios e formao de preos, foi colhida atravs de interrogaes na forma de entrevista despadronizada com os gerentes da empresa, para que se construssem os objetivos propostos, a investigao apoiu-se em livros, apostila e internet, durante o perodo de julho/2009 a maio/2010.

    Para Gil (2002) as pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogao direta das pessoas, acerca do problema estudado para mediante anlise quantitativa, obter-se as concluses correspondentes aos dados coletados.

    A entrevista foi necessria para o conhecimento da dificuldade e implantao do projeto, isso resultou em uma anlise da situao atual com a soluo proposta, que pde ser apresentada em forma de relatrios, grficos, tabelas que facilitem a compreenso, visualizao para o desenvolvimento e aplicao da soluo do problema.

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    1.6.6 Instrumentos de Coleta de Dados

    O instrumento de coleta de dados, segundo Roesch (1999) na pesquisa quantitativa os processos de coleta e anlise, ambas esto relacionadas, pois o modo como os dados so coletados define o tipo de anlise que possvel realizar. Os principais instrumentos de forma primria so: observao, entrevista, os testes e o questionrio.

    No caso em estudo, conforme Roesch (1999,) primeiramente foi utilizado instrumento de observao, em intervalos regulares para verificar a situao, os processos e utilizao do tempo em situao de trabalho, o que possibilitou estudar e revisar a alocao dos recursos empenhados. A entrevista foi o segundo instrumento utilizado no estudo e segundo Roesch (1999,) entrevistas so largamente utilizadas em pesquisa de mercado e pesquisa de opinio, o que entra em conformidade com o meio adotado neste estudo, o dilogo foi usado na entrevista, pode-se dizer que ele abre novos horizontes para o pesquisador, e, sobretudo foi realizado com objetivo de coletar toda realidade da funcionalidade da organizao.

    Com o alvo de conhecer todo processo da organizao, aceitvel pronunciar que o instrumento de coleta de dados est sujeito ao objetivo que se pretende alcanar. Tambm utilizou-se da anlise documental, envolvendo notas fiscais, extratos, balancetes sendo a base na coleta dos dados e informaes da organizao.

    A entrevista foi despadronizada, pois pretendeu saber como e por que algo ocorre, atravs de perguntas simples respondidas dentro de um dilogo informal, no existindo um roteiro, apenas questionamentos constantes na medida em que se fez necessrio esclarecimentos para o alcance do objetivo.

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    1.6.7 Plano de Anlise e Interpretao dos Dados

    Conforme Roesch (1999, p.128), o tipo de dado coletado delimita as possibilidades de anlise. Nesta seo sugere-se que o aluno imagine como far a descrio e anlise dos resultados de seu estgio. Poder prever a utilizao de grficos, tabelas e estatsticas. Pensar a anlise ajuda a criticar a prpria coleta de dados.

    O plano de interpretao e anlise dos dados possibilita trabalhar todo material colhido, e deve ser suficiente para dar suporte ao problema exposto. nessa fase que foi demonstrado o resultado do trabalho de concluso de pesquisa, levantando os dados, classificando os mesmos, foi apurado o custo dos produtos e servios, formado o preo de venda ideal, preo de venda mnimo entre outras informaes para a gesto da organizao. Para essa demonstrao foram utilizados grfico, planilhas, etc.

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    2 REVISO BIBLIOGRAFICA

    Neste momento demonstra-se a reviso bibliogrfica, que foi alcanada atravs de pesquisa em obras de diversos autores, nas revistas, artigos e na internet, que conceituassem os diversos campos de atuao da Contabilidade, Contabilidade de Custos e demais temas relacionados ao assunto, para o embasamento e desenvolvimento do projeto.

    Conforme Kroetz (2009, p.39), neste item, o proponente dever elaborar uma pesquisa bibliogrfica contendo os vrios enfoques tericos que fundamentam a rea do conhecimento que embasam a busca de solues problemtica por ele definida no estudo.

    2.1 Contabilidade

    A Contabilidade tem a funo de prestar informaes e sendo um conjunto de conhecimentos precisa coletar, registrar, analisar e resumir para relatar com preciso os diversos dados que interessam a gesto no entendimento econmico/financeiro do negcio.

    Segundo Basso (2000, p.19) entendemos que Contabilidade, como conjunto ordenado de conhecimentos, leis, princpios e mtodos de evidenciao prprios, a cincia que estuda, controla e observa o patrimnio das entidades nos seus aspectos quantitativo(monetrio)e qualitativo(fsico)e que, como conjunto de normas, preceitos e regras gerais, se constitui na tcnica de coletar,catalogar e registrar os fatos que nele ocorrem, bem como de acumular, resumir e revelar informaes de suas variaes e situaes, especialmente de natureza econmico-financeira.

    Analisada como um conjunto de informaes a Contabilidade busca por meio da coleta, do registro, da classificao, da anlise, e resumo, revelar a as variaes, em sua extenso econmica e financeira da organizao.

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    2.1.1 Finalidades da Contabilidade

    Considerada como ncleo central do controle patrimonial, onde so registrados os fatos que nele acontecem, a Contabilidade tem a finalidade atravs de relatrios quantitativos e qualitativos prestar informaes de ordem fsica, econmica e financeira para que os gestores possam planejar, prevenir e programar suas decises atingindo as metas estipuladas dentro da organizao.

    Conforme Basso (2000, p.21), a informao, dado relevante que evidencia algo importante no processo decisrio das entidades, preocupao constante de executivos, administradores e demais pessoas que tomam decises no dia-a-dia das organizaes. Hoje, mais do que antes, recai sobre a Contabilidade a tarefa de produzir informaes, especialmente sobre aspectos do seu objeto de estudo, ou seja, sobre o patrimnio e suas variaes.

    As informaes geradas pela Contabilidade devem atender ao diversos interesses de pessoas, com as mais variadas necessidades, de acordo com a sua atividade dentro da organizao, possibilitando uma anlise no sentido de ajustar problemas e gerar solues, obtendo mais segurana e resultado na tomada de decises.

    2.1.2 Aplicao da Contabilidade

    A Contabilidade se aplica quando pode proporcionar aos seus usurios base segura s decises, e atravs das informaes geradas, obter compreenso da condio em que a Empresa se encontra, analisar seu comportamento, seu progresso, riscos e oportunidades.

    A informao contbil se expressa por diferentes meios, como demonstraes contbeis, escriturao ou registros permanentes e sistemticos, documentos, livros, planilhas, listagens, prognsticos, descries, criticas ou quaisquer outros utilizados no exerccio profissional ou previstos em legislao. Os usurios incluem, entre outros, os integrantes do mercado de capitais, investidores, presentes ou potenciais, fornecedores e demais credores, clientes, financiadores de qualquer natureza, autoridades governamentais de diversos nveis, meios de comunicao, entidades que agem em nome de outros, como associaes e sindicatos, empregados, controladores, acionistas ou scios, administradores da prpria Entidade, alm do pblico em geral, (CRCRS, 2006, p.74).

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    Entende-se que a Contabilidade pode ser aplicada nos mais diversos ramos de Empresas de qualquer porte, capaz de ser classificada em: Contabilidade Industrial, Pblica, Bancria, Rural, Cooperativas, Seguradoras, Fundaes, Construtoras, Hospitalar, Condomnios entre outras, cabe, porm ressaltar a Contabilidade Comercial onde o presente estudo est inserido em definio da Contabilidade de Custos.

    2.2 Contabilidade de Custos

    A Contabilidade de custos deve atender principalmente a trs funes dentro de uma organizao, as quais so: determinar o lucro; controlar as operaes; ajudar na tomada de decises e para isso, apia-se nos princpios da contabilidade geral de onde coleta todas as informaes para estabelecer os custos unitrios e totais dos produtos e servios, bem como ajustar as operaes objetivando alcanar uma atividade eficiente e lucrativa.

    Conforme CRCSP (2000) apud Vieira, Rossi e Pocai (2003, p.36) conceitua-se contabilidade de custos da seguinte forma: o processo ordenado de usar princpios da contabilidade geral para registrar os custos de operao de um negcio, de tal maneira que, como os dados da produo e das vendas, se torne possvel administrao utilizar as contas para estabelecer os custos de produo e de distribuio, tanto por unidade, quanto pelo total, para um, ou para todos os produtos fabricados, ou servios prestados e os custos das outras diversas funes do negcio, com a finalidade de obter operao eficiente, econmica e lucrativa.

    Segundo Martins (2006) com o aumento de competitividade na maioria dos mercados, seja industrial, comerciais e servios relevante quando da tomada de decises, o conhecimento dos custos para determinar se dado produto rentvel; ou no rentvel, se possvel reduzi-lo, assim a contabilidade modernizada vem criando sistemas de informaes de custos que podem ser armas para o controle e tomada de decises gerenciais.

    Conforme Leone (2008, p.21), a Contabilidade de Custos uma atividade que se assemelha a um centro processador de informaes, que recebe (ou obtm) dados, acumula-os de forma organizada, analisa-os e interpreta-os, produzindo informaes de custos para os diversos nveis gerenciais.

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    Segundo Leone (2008, p.22), a contabilidade de custos age como um arquivo de dados e informaes para as necessidade de tomada de deciso de todos os tipos, estando a disposio para formulao das principais polticas da organizao.

    A figura 2 demonstra como a Contabilidade de custos pode fornecer relatrios com informaes para os diversos nveis administrativos.

    Figura 2: Coleta do Dado para Informao Fonte: Leone (2008, p.23)

    Conforme Bruni e Fam (2004, p.24), a contabilidade de custos pode ser definida como o processo ordenado de usar princpios da contabilidade geral para registrar os custos de operao de um negcio. Dessa forma, com informaes coletadas das operaes e das vendas, a administrao pode empregar os dados contbeis e financeiros para estabelecer os custos de produo e distribuio, unitrios ou totais, para um ou para todos os produtos fabricados ou servios prestados, alm dos custos das outras diversas funes do negcio, objetivando alcanar uma operao racional, eficiente e lucrativa.

    A contabilidade de custos um ramo da Contabilidade que se destina a fornecer em diversos nveis, informaes que possam fundamentar o planejamento, o desempenho, o controle das operaes visando auxiliar nas decises que possam reduzir custo, objetivando maiores resultados.

    Seleo de Dados Planejamento Treinamento Organizaes

    Coleta de Dados

    Centro processador de informaes Informaes

    Acumulaes Organizao Anlise Interpretao

    Relatrios Gerenciais

    Apoio da Administrao

    Sistemas de custos Critrios Bsicos Procedimentos Registros

    Em conjunto com os usurios

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    2.2.1 Objetivos da Contabilidade de Custos

    O objetivo da contabilidade de custos servir de apoio aos gestores para administrar com informao por ela gerada, para proporcionar e determinar menores custos no desenvolvimento das atividades, e atravs de um planejamento e controle da comercializao de seus produtos e servios, decidir as solues necessrias na busca de maiores resultados.

    Segundo Kroetz e Vieira (2007, p.3) especificamente a Contabilidade de custos objetiva: Avaliao de estoques; Atendimento das exigncias fiscais; Determinao do resultado; Planejamento; Formao do preo de venda; Controle gerencial; Avaliao de desempenho; Controle operacional; Anlise de alternativas; Estabelecimento de parmetros; Obteno de dados para oramentos; Tomada de deciso.

    A contabilidade de custos abrange todos os segmentos em que se divide a empresa ajudando os administradores em suas funes de planejamento, controle e tomada de decises.

    Segundo Leone (2008, p.30) - A contabilidade de custos atua sobre a empresa, seus produtos, seus servios, os componentes operacionais e administrativos que compem sua estrutura funcional e sua estrutura objetiva (normalmente setores ligados ao segmento industrial e ao segmento comercial que, numa empresa tpica constituem suas atividades substantivas), os seus de segmentos distribuio, as atividades especiais, sobre planos alternativos, programas e promoes.

    Com a atual concorrncia no mercado globalizado, fundamental para qualquer gestor obter o mximo de informaes em um menor tempo possvel, para tomar decises controladas e precisas em relao a seus produtos e servios.

    Conforme Martins (2006, p.21 e 22), a contabilidade de custos tem duas funes relevantes: no auxlio ao controle e na ajuda s tomadas de decises. No que diz respeito ao controle, sua mais importante misso fornecer dados para o estabelecimento de padres, oramentos e outras formas de previso e, num estgio imediatamente seguinte, acompanhar o efetivamente acontecido para comparao com os valores anteriormente

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    definidos. No que tange deciso, seu papel reveste-se de suma importncia, pois consiste na alimentao de informaes sobre valores relevantes que dizem respeito s conseqncias de curto e longo prazo sobre medidas de introduo ou corte de produtos, administrao de preos de venda, opo de compra ou produo etc. Ainda em relao a prestao de servios o autor(p.23), nas empresas prestadoras de servios que eventualmente faziam uso de Custos para avaliao dos Estoques de Servios em Andamento, ou seja, para a avaliao dos custos incorridos em projetos ainda no acabados, seu campo alargou-se de maneira formidvel.

    A contabilidade de custos uma ferramenta que fornece informaes a diversos nveis gerenciais, os quais devem compreender o processo, para sugerir melhorias em cada nvel at o final, e com isso possibilitar reduo de custos em segmentos operacionais e administrativos, visando maiores resultados para a entidade.

    Para uma boa gesto de custos, importante conhecer alguns conceitos bsicos da Contabilidade de Custos.

    Gasto: Compra de um produto ou servio qualquer, que gera sacrifcio financeiro para a entidade (desembolso), sacrifcio esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro). Investimentos: Gasto ativado em funo de sua vida til ou de benefcios atribuveis a futuro(s) perodo(s). Despesas: Bem ou servio consumido direta ou indiretamente para a obteno de receitas. Perdas: Bem ou servio consumidos de forma anormal involuntria. Custos: Gasto relativo a bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios, conforme Martins(2006, p.24 a 26)

    2.3 Custos com Mo-de-obra

    Quando se conhece o valor da mo-de-obra aplicada no produto por medio, ela Direta, se existir rateio ou estimativa configura-se para efeito contbil Indireta.

    Conforme Bonfim e Passarelli (2006, p.57), a mo de obra composta por todo trabalho aplicado diretamente na execuo do produto, ou de suas partes e componentes, seja esse trabalho especializado ou no. Por exemplo, o trabalho do tecelo para fabricao do tecido, o trabalho das costureiras na confeco dos vesturios, etc. Ainda conforme o autor (p.109)...a mo-de-obra inclui alm dos custos relativos ao cho da fbrica, que podem ser diretamente ou indiretamente relacionados com o produto, tambm as despesas ligadas s reas de administrao e comercial e s demais reas da empresa.

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    2.3.1 Mo-de-obra Direta

    A mo-de-obra Direta o tempo utilizado no processo de produo, e de forma direta, se haver ociosidade por qualquer motivo, o tempo que deixou de atribuir a determinado produto ser considerado mo-de-obra indireta

    Segundo Martins (2006, p.134), devido ao fato de s poder ser considerada como Mo-de-obra direta a parte relativa ao tempo realmente utilizado no processo de produo, e de forma direta.Se algum deixa, por qualquer razo, de trabalhar diretamente o produto, esse tempo ocioso ou usado em outras funes deixa de ser classificado como Mo-de-obra Direta.Se, por exemplo houver uma ociosidade por razes tais como falta de material, de energia, quebra de mquina etc., dentro de limites normais, esse tempo no utilizado ser transformado em custo indireto para rateio produo. Se por outro lado, tais fatos ocorrerem de forma anormal e o valor envolvido for muito grande, ser esse tempo transferido diretamente para perda do perodo (como no caso de greve prolongada, grandes acidentes etc.).

    O suporte no processo de controle de horas o documento de registro do tempo gasto para desempenhar a atividade.

    Segundo Bonfim e Passarelli (2006, p.70), O primeiro documento de suporte do processo contbil da mo de obra direta o carto ou documento de registro do tempo gasto. O carto ou registro dever indicar o setor responsvel pela execuo do servio.

    No Brasil, o custo horrio da mo-de-obra direta integrado pelo valor contratual e encargos sociais.

    Conforme Martins (2006, p.135 a137), Na situao de nosso pas, ao se optar ento pela incluso dos encargos sociais no prprio montante da Mo-de-obra Direta, precisa-se calcular para cada empresa (ou para cada departamento, se houver variaes significativas entre eles) qual o valor a ser atribudo por hora de trabalho. Sabe-seque decorre da legislao e do contrato de trabalho os repousos semanais remunerados, as frias, o 13 salrio, a contribuio ao INSS, a remunerao dos feriados, as faltas abonadas, por gala, nojo etc., alm de vrios outros direitos garantidos por acordos ou convenes coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais. A quanto monta esse total?. A maneira mais fcil de calcular esse valor verificar o gasto que cabe empresa por ano letivo e dividi-lo pelo nmero de horas em que o empregado efetivamente se encontra sua disposio.

    Para fins de exemplo est demonstrado e calculado uma jornada mxima de trabalho permitida pela Constituio que de 44horas semanais, sem horas extras,

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    no caso a semana de seis dias sem compensao do sbado, ficando a jornada mxima diria de:

    44 / 6 = 7, 3333 horas que equivalem a 7 horas e 20 minutos.

    Pode-se estimar o nmero mximo de horas que um trabalhador pode oferecer a empresa:

    Quadro 1: Nmero Maximo de horas disposio por ano Numero total de dias por ano 365 dias (-) Repousos Semanais Remunerados (*) 48 dias (-) Frias 30 dias (-) Feriados 12 dias (=) N Maximo de dias a disposio empregador

    275 dias

    X jornada mxima diria(em horas) 7,3333horas (=) Nmero Maximo de horas a disposio por ano

    2.016,7horas

    (*)deduzidas quatro semanas j computadas nas frias.

    Fonte: Martins (2006, p.135)

    Para calcular custo da mo-de-obra direta, preciso calcular o valor a ser atribudo por hora de trabalho, baseado na legislao e no contrato de trabalho.

    Conforme Vieira (2008, p.18 e 19), mo-de-obra direta aquela relativa ao pessoal que trabalha diretamente sobre o produto em elaborao, desde que seja possvel a mensurao de quem executou o trabalho, sem necessidade de qualquer apropriao indireta ou rateio. Para calcular o custo da mo-de-obra direta preciso calcular o valor a ser atribudo por hora de trabalho, baseado na legislao e no contrato de trabalho. So direitos do trabalhador: repouso semanal remunerado, frias, 13 salrio, contribuio para o INSS, remunerao dos feriados, faltas abonadas, FGTS, e outros garantidos por acordos ou convenes coletivas de trabalho das diversas categorias profissionais.

    No quadro 2 a demonstrao dos dados que contemplam o custo de mo-de-obra por parte da contratante e, no quadro 3 o nmero de horas que um contratado oferece para a empresa.

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    Quadro 2: Base para Clculo do Custo com Pessoal DESCRIO VALORES Salrio Base (+) Adicionais (+) Insalubridade ou Periculosidade SUB TOTAL (+) Proviso 13 salrio (+) proviso de Frias (+) Proviso 1/3 s/ Frias SUB TOTAL (+) FGTS (+) INSS (+) Outros (+) Previses TOTAL DE CUSTO C/ MOD

    Fonte: Vieira (2008, p.19)

    Quadro 3: Nmero de horas que o trabalhador oferece empresa N total de dias no ano ou ms (-) Repousos semanais remunerados (-) Frias (-) Feriados (=) N mximo de dias disposio do empregador (x) jornada mxima diria (em horas) (=) N mximo de horas disposio por ano ou ms

    Fonte: Martins apud Vieira (2008, p.19)

    importante a empresa munir-se de sistemas de controle de ponto e registro automtico de incio e trmino de ordens, que possibilita saber quanto tempo cada empregado trabalhou por dia diretamente e em quais produtos, e comparando as horas produtivas e no produtivas com o controle de entradas e sadas do funcionrio na empresa.

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    Conforme Martins (2006, p.142), a Mo-de-obra Direta normalmente um custo varivel, pois s se caracteriza como Direta a que foi efetivamente utilizada na produo. Os tempos no trabalhados deixam normalmente de fazer parte da Mo-de-obra Direta, tornando-se Custos Indiretos para rateio aos produtos. Fazem parte da taxa de Mo-de-obra Direta, todos os encargos sociais, frias, 13 salrio, descanso remunerado, feriados etc; a taxa deve ser global, mesmo que alguns pequenos erros existam na previso desses itens. Mas obrigatrio que o mesmo tratamento seja dado pela Contabilidade financeira para se evitar distores.

    2.3.2 Mo-de-obra Indireta

    Envolve gastos no ligados diretamente no processo de elaborao do produto ou servio.

    Segundo Vieira (2008, p.21), se for necessrio rateio sob qualquer critrio para distribuir o custo da mo-de-obra, devemos classific-la como indireta. Considera-se mo-de-obra indireta todo o trabalho que no pode ser perfeitamente identificado como pertencente a determinado produto.

    Segundo Leone (2008, p.58 e 59), o custo indireto como aquele item que precisa de um critrio de rateio para sua identificao ao produto ou objeto cujo custeio desejado.

    De acordo Martins (2008, p.49), com respeito mo-de-obra, entendemos ento o que seja Direta ou Indireta; aquela diz respeito ao gasto com pessoal que trabalha e atua diretamente sobre o produto que esta sendo elaborado; a outra Indireta, relativa ao pessoal de chefia, superviso ou ainda atividades, que apesar de vinculadas produo, nada tem de aplicao direta sobre o produto:manuteno, preveno de acidentes, Contabilidade de Custos, programao e controle de produo etc.

    A diferenciao dos custos em diretos e indiretos necessria para calcular de forma real o custo de qualquer produto ou servio, podendo verificar a rentabilidade individual e eficincia dos vrios setores que envolvem o seu processo dentro da empresa.

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    2.4 Classificao dos Custos

    Alm de seu agrupamento em Diretos e Indiretos, os custos basicamente dividem-se em Fixos e Variveis, que visam identificar a relao entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo.

    Conforme Martins (2008, p.49), alm de seu agrupamento em diretos e indiretos, os custos podem ser classificados de outras formas diferentes. a que leva em considerao a relao entre o valor total de um custo e o volume de atividade numa unidade de tempo. Divide basicamente os custos em Fixos e Variveis.

    Na Contabilidade de Custos existem vrios tipos de custos, tantos quantas forem as necessidades gerenciais, o contador de custos estabelece e prepara tipos que vo atender s diferentes finalidade da administrao.

    De acordo com Bruni e Fam (2004, p.31), os sistemas, formas e metodologias aplicados no controle e gesto de custos podem ser classificados em funo da forma de associao dos custos aos produtos elaborados, de acordo com a variao dos custos em relao ao volume de produtos fabricados, em relao aos controles exercidos sobre os custos, em relao a alguma relao especfica e em funo da anlise do comportamento passado. A forma de associao dos custos com os produtos fabricados, os primeiros podem ser classificados de diferentes formas quanto aplicabilidade.

    2.4.1 Custos Diretos ou Primrios

    Os custos diretos so aqueles diretamente includos no clculo do produto ou servio e que podem ser facilmente identificados, como os materiais diretos e a mo-de-obra direta.

    De acordo com Bruni e Fam (2004 p.31), so aqueles diretamente includos no clculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricao do produto e mo-de-obra direta. Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensurveis de maneira Objetiva. Exemplos: p qumico, salrios dos operrios etc.

    Com a devida identificao do custo, fica alocado cada gasto correspondente ao produto analisado.

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    Custos diretos so gastos facilmente apropriveis s unidades produzidas, ou seja, so aquelas que podem ser identificados como pertencentes a este ou quele produto. Por sua natureza, caractersticas prprias e objetividade de identificao no produto so imputados por medies objetivas ou por controles individuais como ficha tcnica do produto, sem a necessidade de rateios. Correspondem aos gastos especficos do produto ou servio, esses gastos no ocorrem, (WERNKE, 2001, p.13).

    provvel constatar os custos diretos que podem ser apropriados aos produtos, porm deve haver uma medida de consumo, como quilogramas de materiais consumidos, embalagem utilizada, horas de mo-de-obra trabalhadas, com isso ser encontrado o custo exato do produto final.

    2.4.2 Custos Indiretos

    Custo indireto, so gastos que no podem ser atribudos de forma direta, somente atravs de critrios de rateio, so gastos que a empresa tem para exercer atividades no geral e no relacionadas diretamente ao produto ou servio.

    Segundo Wernke (2001, p.14), custos indiretos so gastos que no podem ser alocados de forma direta ou objetiva aos produtos ou a outro segmento ou atividade operacional, e caso sejam atribudos aos produtos, servios ou departamentos, sero mediante critrios de rateio. No caso industrial, so os custos que ocorrem dentro do processo de produo, mas para serem apropriados aos produtos requerem o uso de rateio (so artifcios usados para distribuir os custos que no se consegue determinar com objetividade segurana a quais produtos se referem). So os gastos que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que no tem relao direta com um produto ou servio especfico, pois relacionam-se com vrios produtos ao mesmo tempo.Exemplo o aluguel da fbrica, em que so produzidos diversos produtos em conjunto.Para atribuir uma parcela do custo com aluguel fabril aos produtos necessrio ratear por um critrio especfico.

    Quando for necessrio usar qualquer fator de rateio para apropriar e no obter medio direta, fica o custo includo como indireto.

    Conforme Bruni e Fama (2004, p.31), custos indiretos necessitam de aproximao, isto , algum critrio de rateio, para serem atribudos aos produtos. Exemplos: seguros, alugueis da fbrica, superviso de diversas linhas de produo;

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    Os custos indiretos dificilmente podem ser identificados diretamente com o produto, com o setor etc., uma vez que exista diversificao de produtos ou servios no mesmo estabelecimento.

    Segundo Bomfim e Passarelli (2006, p.195), essencial ter um padro de medida que permita algum grau de controle da eficincia das operaes. O sistema de custo que melhor se adapta a essa finalidade o sistema de ordem de produo. Esse sistema no s atender elaborao dos oramentos individuais referentes a cada servio, como tambm atuar como sistema de custo de controle, fornecendo as informaes detalhadas das mercadorias vendidas e das despesas operacionais por trabalho executado.

    Dentre as classificaes, os custos podem ser Diretos (ligados diretamente ao produto ou servio) e Indiretos (atribudos em forma de rateio). Segundo Vieira (2008, p.12) a classificao dos custos em Diretos e Indiretos

    Figura 3: Classificao dos Custos em Diretos e Indiretos Fonte: Vieira (2008, p.12)

    2.4.3 Custos Fixos

    Os Custos fixos so aqueles que em determinado perodo de tempo e em certa capacidade instalada, no variam continuam os mesmos, independente do volume de atividade da empresa.

    De acordo com Bruni e Fam (2004, p.32), so custos que, em determinado perodo de tempo e em certa capacidade instalada, no

    DIRETOS Matria-Prima MOD Embalagem

    CUSTOS

    INDIRETOS

    Administrao Honorrios Energia Eltrica gua Depreciao

    Seguros Outros

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    variam, qualquer que seja o volume de atividade da empresa. Existem mesmo que no haja produo. Podem ser agrupados em;Custo fixo de capacidade- custo relativo s instalaes da empresa, refletindo a capacidade instalada da empresa, como depreciao, amortizao etc,; custo fixo operacional relativo operao das instalaes da empresa, como seguro, imposto predial etc.Exemplos clssicos de custos fixos podem ser apresentados por meio dos gastos com alugueis e depreciaes- independentemente dos volumes produzidos, os valores registrados com ambos os gastos sero os mesmos. importante destacar que a natureza de custos fixos ou variveis est associada aos volumes produzidos e no ao tempo.Assim, se uma conta de telefone apresenta valores diferentes todos os meses, porm no correlacionados com a produo, esses gastos devem ser classificados como fixos independentemente de suas variaes mensais.Os custos fixos possuem uma caracterstica interessante: so variveis quando calculados unitariamente em funo das economias em escala.

    Os custos fixos incluem as despesas operacionais do negcio, se esse for de servios, devem estar refletidas no oramento inicial fornecido ao cliente.

    Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.193-194), a fim de que os resultados de cada servio contratado, quando encerrado, possam ser apropriadamente determinado, imperativo que um sistema de contas de controle seja mantido: vendas, mo-de-obra, compras e outras despesas.A conta de compras deve ser separada por atividade, de forma a permitir uma melhor aplicao dos custos.....A questo concernente ao tratamento contbil dos servios em execuo no to complexa neste tipo de atividade como o nas atividades industriais.Isto porque, em sua maioria, os servios so executados rapidamente.A prtica aceitvel no antecipar lucros de servios ainda em execuo,a no ser no caso de servios de grande escala, cujos resultados(receitas e custos), considerados significativos, tenham j ocorrido em sua maior parte.Neste caso usa-se uma proporo para fins de apurao do resultado at aquele determinado perodo.

    O custo fixo mantem-se constante, mesmo existindo oscilao na atividade desempenhada pela empresa.

    Em relao aos custos fixos Wernke (2001, p.14), relata que so aqueles gastos que tendem a se manter constantes nas alteraes de atividades operacionais, independentemente do volume de produo. So os custos que tm seu montante fixado no em funo de oscilao na atividade, ou seja, sem vnculo com o aumento ou a diminuio da produo. Esses custos permanecem no mesmo valor independentemente da quantidade produzida. Relacionam-se com a capacidade instalada que a empresa possui e seu valor independe do volume de produo, existindo independentemente de a empresa estar produzindo ou parada.

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    Pode-se dizer que os custos fixos no tm vnculo com o aumento ou diminuio da produo, comercializao e prestao de servios, permanecendo no mesmo valor independentemente movimentao das atividades do negcio.

    2.4.3.1 Custos com Depreciao

    A depreciao a diminuio do valor dos bens do ativo resultante do desgaste do uso podendo ser considera como custo ou despesa.

    Segundo Basso (2000, p.180), quando corresponder perda do valor dos direitos que tem por objeto bens fsicos, sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ao da natureza ou obsolescncia

    A diminuio da importncia do valor de um bem imobilizado pode ser registrada como custo ou despesa.

    De acordo com Contadez (2009), Regulamento do Imposto de Renda artigo. 305, a depreciao poder ser computada, como custo ou encargo, em cada perodo de apurao, a importncia correspondente a diminuio do valor dos bens do ativo resultante do desgaste pelo uso, ao da natureza e obsolescncia normal.

    A Depreciao o valor deprecivel, amortizvel e exaurvel o custo de um ativo, menos o seu valor residual, (CRCRS, 2006, p.299).

    Conforme Basso (2000, p.180), existem vrios mtodos de depreciao consagrados pela prtica, cujo uso depende da oportunidade e da finalidade dos clculos da depreciao se so para fins contbeis ou para fins gerenciais.

    Segundo Basso (2000, p.181 a 183), antes de escolher o mtodo de depreciao mais conveniente, preciso encontrar o valor do elemento a ser depreciado. A fixao desse valor leva em conta o valor residual do bem, que o seu valor revenda quando j tiver sido sucateado. O valor residual deve ser calculado como um percentual do valor atual corrigido. Trata-se ento de definir esse percentual de valor residual, para diminudo do valor corrigido do bem, e encontrar o seu valor a deprecia, assim:

    A- Mtodo das quotas constantes ou linha reta considera que o bem tem um desgaste constante ms a ms, ano a ano dentro da vida til estimada, o qual representado pela frmula:

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    Depreciao anual = Custo corrigido (-) Valor Residual Nmero de anos da vida til

    B- Mtodo das unidades produzidas - pressupe a existncia de informaes adicionais, como a capacidade de produo da mquina ou equipamento ao longo de sua vida til estimada :

    Taxa de Depreciao Anual = Nmero de unidades estimadas de produo Nmero de unidades produzidas no ano

    C- Mtodo de horas trabalhadas baseia-se nas horas estimadas de vida til do bem, geralmente fornecidas pelo fabricante da mquina ou equipamento, e expresso pela frmula:

    Taxa de depreciao Anual = Nmero de horas estimadas de trabalho Nmero de horas de trabalho no ano

    O saldo da conta Depreciaes transferido, juntamente com as demais despesas do perodo, para a apurao do resultado, enquanto que a conta Depreciao Acumulada permanece com o saldo da contabilizao da depreciao e vai acumulando as depreciaes dos diversos perodos em que o bem estiver no patrimnio da entidade, at que complete cem por cento de depreciao.

    A taxa de depreciao corresponde o percentual de depreciao a ser lanado na escriturao entidade como custo ou despesa operacional, ser definido com base no tempo de vida til dos bens, nas taxas de depreciao vigentes, e observando a deduo do valor residual.

    Quadro 4: Taxa depreciao

    Bem Taxa anual Prazo de vida til depreciao

    Imveis 4% 25 anos Instalaes 10% 10 anos Mquinas e Equipamentos 10% 10 anos Mveis e Utenslios 10% 10 anos Veculos 20% 5 anos Computadores e Perifricos 20% 5 anos Fonte: Contadez, (2009)

    O valor residual o valor pelo qual se conseguiria vender o bem aps o seu prazo de vida til dentro da empresa (depois de totalmente depreciado).

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    Valor residual de um ativo o valor estimado que a entidade obteria com a venda do ativo, aps deduzir as despesas estimadas de venda, caso o ativo j tivesse a idade e a condio esperadas para o fim de sua vida til, (RESOLUO CFC N1.177/09-NBC T 19.1).

    2.4.4 Custos Variveis

    Neste mtodo so alocados os produtos que variam de acordo com o volume de produo. utilizado para fins gerenciais, fornecendo ferramentas que auxiliam no processo de gerenciamento da empresa.

    Segundo Bruni e Fam (2004, p.32), os custos variveis, seu valor total altera-se diretamente em funo das atividades da empresa. Quanto maior a produo, maiores sero os custos variveis.

    Em relao aos custos variveis Wernke (2001, p.14), relata que so os que diretamente relacionados com o volume de produo ou venda. Quanto maior for o volume de produo, maiores sero os custos variveis totais. So os valores consumidos ou aplicados que tm seu crescimento vinculado quantidade produzida pela empresa. Tm seu valor determinado em funo de oscilaes na atividade da empresa, variando de valor na proporo direta do nvel de atividades.

    Na atividade de servios normalmente os custos variveis incluem os custos primrios de material e mo-de-obra.

    Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.194), custos variveis, o custo das mercadorias vendidas do Demonstrativo de Resultado deve refletir os custos primrios (materiais e mo-de-obra) somente dos servios completados, consistentes com a as receitas relatadas no mesmo perodo. O estoque de materiais disponveis ao final do perodo (no armazm, na loja ou nos locais de prestao de servio), deduzido do total das compras e acrescido ao estoque inicial do perodo, usado para determinar o custo das mercadorias ou materiais consumidos nos servios executados durante esse mesmo perodo. Para determinar o custo de mo-de-obra nos trabalhos completados, usa-se o saldo da conta de salrios diferidos no comeo e no fim do perodo. Soma-se o custo de toda mo-de-obra paga durante o perodo e, dessa soma, se deduz o total da conta de salrios diferido no incio e o total pendente diferido no final do perodo. A mo-de-obra pendente o total de mo-de-obra paga ou reservada no final do perodo, referente aos trabalhos em processo de execuo e no faturados at o final do perodo. Outros custos variveis (como transporte, encargos sociais, etc) so tomados por estimativa na elaborao do oramento preparado para o cliente, de forma que, quanto maior o trabalho, maior parcela de alocao dessas despesas variveis receber, alm da alocao dos outros custos fixos operacionais.

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    Os custos, alm de serem diretos e indiretos, classificam os diretos em variveis e os indiretos em fixos e variveis. Conforme Vieira (2008, p.14) segue a classificao dos custos.

    Exemplo: Exemplo: Exemplo: Mo-de-obra Direta Aluguel de fbrica Energia eltrica da fbrica Matria-prima Depreciao do Materiais limpeza fbrica Embalagem prdio da fbrica Figura 4: Classificao dos Custos Fonte: Vieira (2008, p.14)

    Neste sentido, a figura demonstra que os gastos classificados em custos podem ser diretos ou indiretos, quando classificados para fins contbeis. Estes custos, ainda podem ser classificados em fixos e variveis, para fins de gesto, sendo que os custos diretos normalmente so variveis e os indiretos podem ser tanto fixos quanto variveis.

    Portanto, pode-se dizer que os custos diretos so classificados como custos variveis. De forma que se o custo se identifica com o produto ou servio que o consumiu, e tem condies de ser medido, de saber o quanto se gastou ele ser direto.

    Os custos indiretos, so os que no se tem o conhecimento de quanto se gasta para comercializar um produto ou executar um servio. Todos os custos indiretos se classificam em fixos e variveis, os custos fixos so aqueles que sabemos o valor total no ms, eles no apresentam variaes, os custos variveis

    CUSTOS

    DIRETOS

    Variveis

    INDIRETOS

    Fixos Variveis

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    sero determinados conforme o consumo. Tanto os custos indiretos fixos, quanto os custos indiretos variveis, precisam de critrios de rateio para serem alocados aos produtos e servios.

    2.4.5 Custo-padro

    O custo-padro permite comparaes entre previsto e realizado, e anlise das variaes dentro de uma organizao.

    Conforme Leone (2008, p.66) so custos predeterminados. Entretanto, diferentes dos custos estimados e apesar de servirem para o controle, planejamento e tomada de decises, so calculados com base nos parmetros operacionais. Os custos-Padro so aplicados, sobretudo em operaes repetitivas, quando os parmetros ou indicadores fsicos esto perfeitamente definidos e quando os custos mantm uma relao ntima com a variabilidade daqueles dados quantitativos. Em empresas de prestao de servios, cujas atividades sejam realizadas respectivamente, a aplicao dos Custos-Padro no difcil, uma vez que os indicadores ou as relaes de produtividade, desempenho e rendimento j esto definidos. No entanto, nem todos os tipos de custos sero padronizados. Depender sempre da relao estreita e bem-definida entre o comportamento do custo e algum parmetro operacional padronizado. Por isso os custos de material direto e mo-de-obra direta (nesses casos tambm os custos variveis) ou outro tipo qualquer, que seja definido como direto, sero aqueles tratados como Custos-Padro.

    Com uma anlise mais profunda e minuciosa, os gestores encontram nas informaes do custo padro formas mais seguras para determinar seus preos de produtos e servios.

    Segundo Bomfim e Passarelli (2006, p.211), a diferena bsica entre o custo-padro a profundidade de anlise e a qualidade tcnica dos esforos postos em prtica para o desenvolvimento das respectivas informaes. Os custos-padro so baseados em especificaes de engenharia, estudos de tempo e mtodos, anlise da capacidade de produo e do comportamento dos fatores determinantes dos preos de bens e servios. J os custos estimados so derivados de projees baseadas na experincia histrica dos custos reais e geralmente envolvem mdias de desempenhos passados. Envolvendo mais anlise operacional e estudo mais aprofundado dos fatores que afetam as operaes da empresa, os custos-padro oferecem medidas mais seguras para a valorizao dos produtos e para controle da organizao

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    O custo-padro determina o que cada produto ou servio deveria custar em condies normais de atividade, comparando com o que efetivamente ocorreu no processo de seu desenvolvimento.

    De acordo com Bruni e Fam (2004, p.171), custo padro - estabelecido com mais critrio, representa o que determinado produto deveria custar, em condies normais de eficincia do uso do material direto, da mo-de-obra, dos equipamentos, de abastecimento do mercado fornecedor e da demanda do mercado consumidor. O principal objetivo da utilizao do sistema de custeio-padro consiste no controle dos custos, realizado com base em metas prefixadas para condies normais de trabalho. No custo-padro, possvel apurar os desvios do realizado em relao ao previsto, identificar as causas dos desvios, adotar providncias corretivas e preventivas de erros, que permitem a melhoria do desempenho.

    A mais eficaz forma de se planejar e controlar custos a partir da institucionalizao do Custo-Padro, que tanto pode ser usado com o Custeio por Absoro como com o Varivel, (MARTINS, 2008, p.315).

    Segundo Martins (2008, p.315), define Custo-padro como sendo um Custo-padro corrente. Este diz respeito ao valor que a empresa fixa como meta para o prximo perodo para um determinado produto ou servio, mas com a diferena de levar em conta as deficincias sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mo-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia etc. um valor que a empresa considera difcil de ser alcanado, mas no impossvel.

    possvel dizer que o Custo-padro uma tcnica - auxiliar, pois tem como objetivo fixar uma base de comparao entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido.

    2.5 Mtodo de Custeio

    Mtodo diz respeito a forma pela qual se chega a um determinado resultado, sendo que custeio o mtodo usado para apropriao dos custos . Os mtodos de custeio existentes so: Custeio por absoro (utilizado para integrao custos com a contabilidade), custeio varivel ou direto (utilizado para a gesto), custeio padro, ABC, RKW.

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    2.5.1 Custeio por Absoro

    O mtodo de custeio por absoro respeita os Princpios Fundamentais de Contabilidade, aceito pela legislao comercial e pela legislao fiscal, sendo o mais usado no Brasil.

    Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.422), H diversos sistemas de custeio e critrios de avaliao da produo e dos estoques, sendo que, dentro dos princpios fundamentais de contabilidade, consagrado pela Lei n 6.404/1976, pelo Decreto n 3000 e parecer Normativo n6/1979m o mtodo de custo real por absoro o indicado. Isto significa que devem ser adicionados ao custo de produo todos os custos relativos produo, quer sejam diretos ou indiretos.

    Todo custo que envolver diretamente ou indiretamente a sua fabricao deve ser alocado a ele, independente de ser considerado fixo ou varivel.

    Segundo Leone (2008, p.242), custeio por absoro aquele que se faz debitar ao custo dos produtos todos os custos da rea de fabricao, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou variveis, de estrutura ou operacionais. O prprio nome do critrio revelador dessa particularidade, ou seja, o procedimento fazer com que cada produto ou servios absorva parcela dos custos diretos e indiretos, relacionados fabricao.

    No custeio por absoro possvel atribuir parte dos custos indiretos ao produto em fabricao atravs de critrios de rateio.

    De acordo com Wernke (2001, p.20), o custeio por absoro empregado quando se deseja atribuir um valor de custos ao produto, atribuindo-lhe tambm uma parte de custos indiretos. Consiste na apropriao de todos os custos de produo aos produtos, de forma direta e indireta mediante critrios de rateios.

    O mtodo de custeio por absoro segue os Princpios da Contabilidade aceitos no Brasil.

    Segundo Martins (2008, p.37), define custeio por absoro como sendo um mtodo derivado da aplicao dos Princpios de Contabilidade geralmente aceitos. Consiste na apropriao de todos os custos de produo aos bens elaborados, e s os de produo; todos os gastos relativos ao esforo de produo so distribudos para todos aos produtos ou servios feitos.

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    Conforme Leone (2000), Martins (2001) e Bruni e Fam (2004), apud Vieira (2009, p.9) mtodo de custeio por absoro possui as seguintes caractersticas, vantagens e desvantagens:

    Principais Caractersticas: a) Engloba os custos totais: fixos, variveis, diretos e indiretos; b) Em primeiro lugar alocamos os custos indiretos nos centros de custos (auxiliares e produtivos); c) Em segundo lugar alocamos os centros de custos para os produtos; d) Os custos indiretos fixos (CIF) acabam transferindo-se, contabilmente, para a conta de estoques de produtos acabados; e) til nas empresas que tm processo de produo pouco flexvel e poucos produtos; f) Os resultados apresentados sofrem influncia direta do volume de produo.

    Segundo Vieira (2009, p.9), o mtodo de custeamento por absoro falho em muitas circunstncias como instrumento gerencial de tomada de deciso, porque tem como premissa bsica os rateios dos chamados custos fixos, que, apesar de aparentarem lgicos, podero levar a alocaes arbitrrias e at enganosas.

    Principais vantagens a) Atende legislao fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos integrado Contabilidade; b) Considera o total dos custos por produto; c) Forma custos para estoques; d) Permite a apurao dos custos por centros de custos, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada, possibilitam o acompanhamento do desempenho de cada rea; Principais desvantagens a) Pode elevar artificialmente os custos de alguns produtos; b) No evidencia a capacidade ociosa da entidade; c) Os critrios de rateios so sempre arbitrrios, portanto nem sempre justos.

    2.5.2 Custeio Varivel

    O mtodo de custeio varivel assume grande importncia na anlise de decises relacionadas a custo e preos, uma ferramenta auxilia dos gestores para a tomada de decises. Somente os custos identificados com os produtos ou servios vendidos devem ser apropriados. No comrcio o custo varivel refere-se somente ao custo da mercadoria que ser vendida.

    Conforme Leone (2008, p.390 e 391), O custeamento varivel um critrio usado para acumular os custos de qualquer objeto ou segmento da empresa. Normalmente, o custeamento varivel aplicado ao sistema de

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    acumulao de custos das operaes fabris. O critrio pode ser empregado quando o contador desejar determinar o custo de qualquer outro segmento da empresa que no seja o da produo.....O custeamento varivel pode ser aplicado a qualquer sistema de determinao de custos. Ele oferece vantagens quando aplicado ao sistema de custeio por ordens de produo, por processo, pela responsabilidade e, sobretudo, quando a estes sistemas articulado o sistema de custos estimados ou padronizados.

    O sistema de custeio direto ou varivel prev uma apropriao de carter gerencial, e considera somente os custos variveis do produto vendido, sendo que os fixos ficam afastados e so avaliados como despesas do perodo.

    De acordo Wernke (2001, p.29), este mtodo considera apenas os custos variveis de produo e de comercializao do produto ou servio como matria-prima, mo-de-obra direta, servios de terceiros aplicados ao produto, tributos sobre vendas, comisses de venda etc. Os demais gastos so transferidos para a apurao do resultado como despesas, sem serem apropriados aos produtos fabricados.

    possvel por meio da identificao do custo varivel, proceder uma anlise gerencial em funo do grau de participao de cada componente de custo no valor global da operao ou produto, Vieira (2003, p.6).

    Conforme Vieira (2003, p.5), uma caracterstica importante deste mtodo de custeio a troca do conceito de apurao do lucro bruto pela apurao da margem de contribuio do perodo contbil. Por meio da margem de contribuio obtida pela empresa devero ser cobertos todos os custos fixos apropriados no perodo contbil, identificando-se, assim, o resultado operacional da empresa sem o diferimento de custos fixos pelos produtos acabados em estoques ou atravs daqueles em processo de fabricao.

    No sistema de custeio varivel existem vantagens e desvantagens em adotar esse mtodo de custeio, entre eles citados abaixo.

    Conforme Leone (2000), Martins (2001) e Wernke (2001) apud Vieira (2009, p.p.12-13) destacam-se, em seguida, as vantagens e desvantagens deste mtodo. 1) Principais vantagens a) Destaca o custo fixo (que independe do processo fabril); b) No ocorre a prtica do rateio, por vezes errneo; c) Evita manipulaes; d) Fornece o ponto de equilbrio; e) Enfoque gerencial; f) Os dados necessrios para a anlise da relao custo/volume/lucro so rapidamente obtidos; g) totalmente integrado com o custo padro e oramento flexvel. 2) Principais desvantagens

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    a) No caso dos custos mistos (custos que tm uma parcela fixa e outra varivel) nem sempre possvel separar objetivamente a parcela fixa da parcela varivel. b) No aceito pela auditoria externa das entidades que tem capital aberto e nem pela legislao do imposto de renda, bem como por uma parcela significativa de Contadores, pois fere os princpios fundamentais de contabilidade, em especial aos princpios de realizao de receitas, de confrontao e da competncia. Estes princpios estabelecem que os custos associados aos produtos s podem ser reconhecidos na medida em que so vendidos, j que, somente quando reconhecida a receita (por ocasio da venda), que devem ser deduzidos todos os sacrifcios necessrios sua obteno (custos e despesas). Como o custeio varivel admite que todos os custos fixos sejam deduzidos do resultado, mesmo que nem todos os produtos sejam vendidos, ele violaria tais princpios; c) O valor dos estoques no mantm relao com o custo total; d) Isoladamente, no se aplica para formao do preo de venda.

    O custeio varivel por no atender as exigncias da legislao, age como instrumento gerador de informaes para melhor orientar no processo gerencial.

    As diferenas e semelhanas entre os dois critrios de custeio resultam da seguinte comparao:

    Quadro 5: Diferena entre Custeamento varivel X Custeamento por absoro Custeamento varivel Custeamento por absoro Classifica os custos em fixos e variveis No h preocupao por essa classificao Classifica os custos em diretos e indiretos Tambm classifica os custos em diretos e

    indiretos Debita o segmento, cujo custo est sendo apurado, apenas os custos que so diretos ao segmento e variveis em relao ao parmetro escolhido como base.

    Debita o segmento, cujo custo est sendo apurado, os seus custos diretos e tambm os custos indiretos atravs de uma taxa de absoro.

    Os resultados apresentados sofrem influncia direta do volume de vendas.

    Os resultados apresentados sofrem influncia direta do volume de produo.

    um critrio administrativo, gerencial, interno um critrio legal, fiscal, externo Aparentemente sua filosofia bsica contraria os preceitos geralmente aceitos na contabilidade, principalmente os fundamentos de regime de competncia.

    Aparentemente, sua filosofia bsica alia-se aos preceitos contbeis geralmente aceitos, principalmente do regime de competncia.

    Apresenta a Contribuio Marginal diferena entre as receitas e os custos diretos e variveis do segmento estudado.

    Apresenta a Margem Operacional diferena entre as receitas e os custos diretos e variveis do segmento estudado.

    O custeamento varivel destina-se a auxiliar, sobretudo, a gerencia no processo de planejamento e tomada de decises.

    O custeamento por absoro destina-se a auxiliar a gerncia no processo de determinao da rentabilidade e de avaliao patrimonial.

    Como o custeamento varivel trata dos custos diretos e variveis de determinado segmento, o controle da absoro dos custos da capacidade ociosa no bem explorado.

    Como o custeamento por absoro trata dos custos diretos e indiretos de determinado segmento, sem cogitar de perquirir se os custos so variveis ou fixos, apresenta melhor viso para o controle da absoro dos custos da capacidade ociosa.

    Fonte: Leone (2008, p.405)

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    2.6 Formao do Preo de Venda

    Um dos fatores mais relevantes em uma empresa determinar o preo de venda, que deve levar em considerao o mercado, o custo do produto e o lucro desejado, possibilitando que seja o preo certo, e que satisfaa o mercado consumidor, bem como dono do negcio.

    Conforme Vieira (2009, p.27), O processo de determinao de preos de venda dever merecer a ateno da alta administrao da empresa dado importncia que o assunto representa, inclusive em termos de obteno de resultados, grau de retorno do investimento, fatia de mercado desejado pela empresa e demais fatores de carter empresarial. As decises de preos so diretamente dependentes do volume de vendas, do grau de eficincia do mix em termos de resultado direto, do nvel de despesas de vendas e administrativas, bem como das necessidades financeiras para o atendimento do volume de operao projetada.

    A determinao de preos de vendas de produtos e servios uma tarefa complexa e precisa de tcnicas adequadas e pessoal especializado para assegurar a rentabilidade satisfatria no desempenho do negcio.

    Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.446), com base nos dados de custos do produto a ser estimado e na poltica de lucros da empresa, define-se um preo preliminar. Normalmente, a composio desse preo feita acrescentando-se uma determinada porcentagem ao custo apurado para o produto. Essa porcentagem-conhecida como mark-up via regra inclui, alm de tributos como ICMS, o IPI e o PIS/COFINS, uma parcela para cobertura de despesas no diretamente atribuveis ao produto(como despesas de vendas, administrativas e financeiras) e o nvel de lucro pretendido.Quando se utiliza o sistema de custeio direto, o mark-up deve compreender, ainda, um fator destinado absoro das despesas fixas de fabricao.Esse preo preliminar analisado em funo das condies do mercado, do que se conhece a respeito da mais provvel estratgia de produto e de preos dos principais concorrentes, do poder de compra dos possveis consumidores do produto e de outros fatores relevantes que possam afetar o desempenho das vendas se o preo preliminarmente definido vier a ser praticado. Ainda os autores (p.563) relatam que o essencial do procedimento e controle aplicados pelas empresas comerciais aplica-se tambm a qualquer empresa prestadora de servios e, assim, a determinao do preo e venda parte integrante desse processo

    Para se chegar preo venda no comrcio e na prestao de servios, deve-se verificar o custo total de aquisio da mercadoria e obter demais informaes (impostos e despesas, com venda e a margem de lucro desejada) para formar o ndice mark-up, e aplicar sobre o custo ou seja:

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    Para determinar custo total de aquisio mercadorias e servios verifica-se:

    Valor unitrio na NF (+) IPI (-) ICMS (+) Fretes (seguros) (=) custo aquisio da mercadoria Para determinar a participao do total das despesas com o total do

    faturamento mensal:

    Totais despesas mensais Faturamento mensal (Precisa ser utilizado a mdia de 6 meses no mnimo)

    Com base no custo de compra, mais a participao das despesas com vendas, mais os impostos, taxas e margem de lucro, passa-se a formar o Mark-up que ser o indicador para a formao do preo de venda orientativo. Em resumo a frmula :

    Mark-up=Impostos + despesas +Margem lucro= valor =ndice mark-up 100 Com o ndice do Mark-up aplica-se a frmula sobre o custo apurado e obtm-

    se o preo de venda orientativo, sendo a formula:

    PV= Custo Mark-up

    Pode-se dizer que o preo define a quantidade vendida, ou seja, quanto menor o preo maior a venda e vice-versa.

    Segundo Vieira (2009, p.27-28), no tocante a relao existente entre o preo fixado e o volume obtido em termos de vendas efetivadas deve-se ter sempre presente um princpio bsico em preos que determina: a)quanto maior o preo de venda de um produto um nmero menor de unidades ser comprada; b) Quanto menor o preo de venda de um produto um nmero maior de unidades ser comprado.

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    Existem varias etapas a serem seguidas para uma melhor determinao e formao de preos que aps definidos merecem acompanhamento contnuo.

    Conforme Bomfim e Passarelli (2006, p.434), em sntese a formao de preos de produtos e servios passa, normalmente, pelas seguintes etapas: a)com base nos custos e no objetivo de lucros da empresa, define-se o preo ideal do bem a ser formado.Esse preo ideal inicialmente denominado de preo preliminar b)esse preo preliminar comparado com o chamado preo mximo admitido pelo mercado, estimando-se para ambos(preo preliminar e preo de mercado), os respectivos volumes de vendas. c)outras alternativas de preos e correspondentes vendas e lucros so analisadas, escolhendo-se por fim a alternativa que representar mais lucrativa combinao preo-venda, ou a que melhor atender os objetivos de longo prazo da empresa. d)Caso nenhuma alternativas consideradas se revele satisfatria, decises relativas modificao ou ao cancelamento do produto ou a adoo de um custo-meta a ser perseguido devero ser tomadas. e)uma vez implementado um preo de venda, monitora-se de forma contnua os seus efeitos sobre o faturamento da empresa.O procedimento de acompanhamento contnuo dos preos de venda. Os tributos incidentes sobre as vendas do produto ou servio apreado so de vital importncia na determinao dos preos de venda, j que o seu valor integra o montante a ser desembolsado pelo comprador desse produto ou servio.

    Nem sempre possvel praticar apenas o preo formado pelos mtodos de formao de preos, pois eles precisam ser adequados ao mercado e