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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL Estudo da Construção de Edifício em Alvenaria Estrutural com Blocos Sílico-Calcário numa construtora São Carlense. Juliana da Silva Antunes SÃO CARLOS 2009

TCC2009 Juliana Antunes

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Estudo da Construção de Edifício em Alvenaria Estrutural com Blocos Sílico-Calcário numa construtora São Carlense

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Estudo da Construo de Edifcio em Alvenaria Estrutural com

    Blocos Slico-Calcrio numa construtora So Carlense.

    Juliana da Silva Antunes

    SO CARLOS

    2009

  • Estudo da Construo de Edifcio em Alvenaria Estrutural com

    Blocos Slico-Calcrio numa construtora So Carlense.

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE SO CARLOS

    CENTRO DE CINCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Estudo da Construo de Edifcio em Alvenaria Estrutural com

    Blocos Slico-Calcrio numa construtora So Carlense.

    Juliana da Silva Antunes

    Trabalho de Concluso de Curso

    apresentado ao Departamento de

    Engenharia Civil do Centro de

    Cincias Exatas e de Tecnologia da

    Universidade Federal de So Carlos,

    como parte dos requisitos para a

    obteno do ttulo de Graduao em

    Engenharia Civil.

    SO CARLOS

    2009

  • Dedico este trabalho aos meus pais Izaias e Vilma e aos

    meus irmos Andr e Fabio, que amo muito,

    aos quais sou grata a tudo que sou hoje.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeo Deus, por atender aos meus pedidos, por me acompanhar nessa

    jornada, por me fortalecer e no me deixar desistir, por iluminar minha meus estudos e

    minha vida.

    Aos pais Izaias Antunes e Vilma da Silva, por me proporcionar o melhor

    estudo, por me apoiarem em minhas decises, por darem conselhos nos momentos

    necessrios, por serem meus exemplos de vida, por me guiarem nessa caminhada, pelo

    amor que me dedicam.

    Ao meu irmo Andr Felipe da Silva Antunes por estar por perto quando eu

    precisei, por me ajudar a passar pelos contratempos desse ano, pela companhia, amizade

    e carinho.

    Ao meu irmo Fbio Jlio Antunes, que mesmo longe consegue transmitir

    muito carinho.

    Aos meus familiares, que muitas vezes estenderam as mos para mim.

    As minhas queridas amigas, Andressa, Camila, Kamila, Lvia, Marina, Naiara,

    Taiany e Talita, que me acolheram de forma carinhosa e sempre estiveram dispostas a

    me ajudar em diferentes situaes. Alm daquelas que eu moro, que em muito pouco

    tempo se tornaram grandes amigas e irms.

    A minha orientadora, Professora Dra. Maria Aridenise Macena Fontenelle, pelo

    estmulo e ateno que me concedeu durante a elaborao trabalho.

    Aos meus amigos e companheiros de curso da Universidade Federal de So

    Carlos, pela amizade, incentivo e companhia.

    `

  • i

    RESUMO

    O PAC, Plano de Acelerao do Crescimento tem influenciado na economia da

    construo, sobretudo em edificaes para populao de baixa renda. Os custos dos

    empreendimentos visam vantagens competitivas no mercado da construo, e o sistema

    construtivo de alvenaria estrutural tm se destacado, sendo amplamente utilizado em

    todos os padres de edificaes. A imprensa tem divulgado a carncia no mercado da

    construo de profissionais qualificados e materiais de construo, sobretudo na rea de

    alvenaria estrutural. Percebe-se tambm que o estudo de alvenaria estrutural com blocos

    de slico-clcario pouco explorado, portanto este trabalho visa estudar

    comparativamente alvenaria estrutural com bloco de slico-calcrio e os blocos de

    concreto e cermico, o uso do sistema construtivo em alvenaria estrutural com bloco de

    slico-calcrio em um edifcio residencial numa construtora so carlense, contribuindo

    assim para a formao profissional dos estudantes de engenharia civil e difuso desta

    tecnologia na rea, especialmente na utilizao de blocos slico-clcario. O trabalho

    indicou vantagens do uso do bloco-slico calcrio nos quesitos de resistncia dos blocos,

    que variam de 6 a 35 MPa, conforto e construtiva (por no utilizar armadura e graute

    vertical), porm indicou desvantagens com relao ao peso total da alvenaria, custo

    mais elevado por metro quadrado, no existncia de certificao. A comparao dos

    procedimentos executivos realizados na obra do edifcio A e o recomendado pela

    literatura, refletiu poucas distores que esto apontadas nas consideraes finais deste

    trabalho.

  • ii

    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Dados Tcnicos da Linha SC10 .................................................................... 8

    Figura 2 - Dados Tcnicos da Linha SC15.................................................................... 8

    Figura 3 - Dados Tcnicos da Linha SC15.................................................................... 9

    Figura 4 - Dados Tcnicos da Linha DIN-106 3DF ....................................................... 9

    Figura 5 - Dados Tcnicos da Linha DIN-106 3DF ..................................................... 10

    Figura 6 - Dados Tcnicos da Linha DIN-106 3DF ..................................................... 10

    Figura 7 - Indicao dos blocos chave na execuo de primeira fiada .......................... 15

    Figura 8 - Execuo das seguintes fiadas ..................................................................... 16

    Figura 9 - Embutimento das instalaes eltricas nos blocos slico-calcrio................ 17

    Figura 10 - Execuo do bloco canaleta ..................................................................... 17

    Figura 11 Esquema da elevao dos edifcios ........................................................... 20

    Figura 12- Esquema das reas do pavimento tipo ........................................................ 20

    Figura 13 - Trreo feito em concreto armado convencional- vigas e pilares ................. 21

    Figura 14 Parede de vedao (sem funo estrutural) na caixa de escada do trreo ... 21

    Figura 15 Caixa de escada em vista superior do pavimentos tipo .............................. 22

    Figura 16 Planta da primeira fiada da alvenaria estrutural que inclui poo de elevador

    ................................................................................................................................... 22

    Figura 17- Operrio responsvel pelos cortes de blocos .............................................. 23

    Figura 18- Armazenamento de blocos canaletas .......................................................... 24

    Figura 19- Blocos com caixinhas eltricas embutidas .................................................. 24

    Figura 20- Armazenamento de blocos ......................................................................... 25

    Figura 21- Tubo coletor de entulhos dos pavimentos ................................................... 26

    Figura 22- Disponibilidade de blocos no pavimento para incio da primeira fiada........ 29

    Figura 23- Assentamento dos blocos chave e das primeiras fiadas ............................... 29

  • iii

    Figura 24- Assentamento das demais fiadas com linha de nvel, sem rgua marcada ... 30

    Figura 25 Dimenso das juntas horizontal e vertical ................................................. 30

    Figura 26 Amarrao de nos encontros e cantos de paredes com ganchos de ferro,

    cinta de amarrao da ltima fiada .............................................................................. 31

    Figura 27- Contra-vergas nos vos de janelas e portas executado com blocos canaleta

    grauteados. .................................................................................................................. 31

    Figura 28- Embutimento das instalaes eltricas e algumas excees com erros ........ 32

    Figura 29 Execuo de laje treliada com lajota de concreto .................................... 32

    Figura 30- Laje pronta para a concretagem, com tubos, conduites e caixas posicionadas

    ................................................................................................................................... 33

  • iv

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1- Quadro de Comparao entre os blocos de Alvenaria Estrutural .................... 5

    Tabela 2 - Classe de Blocos e resistncias compresso ............................................. 10

    Tabela 3 Tabela de Composio de preos unitrios/m com blocos tipo 2DF .......... 14

    Tabela 4 Tabela de Composio de preos unitrios/m com blocos tipo 2DF14....... 14

    Tabela 5 Tabela de Custos Globais do Edifcio A ..................................................... 27

  • SUMRIO

    RESUMO .....................................................................................................................i

    LISTA DE FIGURAS.................................................................................................ii

    LISTA DE TABELAS................................................................................................iv

    1 INTRODUO .................................................................................................... 1

    2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 2

    3 JUSTIFICATIVAS ............................................................................................... 2

    4 METODOLOGIA ................................................................................................. 3

    5 ALVENARIA ESTRUTURAL ............................................................................. 3

    6 ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS DE SLICO-CALCRIO ........... 6

    6.1 Materiais........................................................................................... 7

    6.2 Custos ............................................................................................. 12

    6.3 Processo Construtivo ...................................................................... 15

    7 ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 18

    7.1 Histricos da Construtora................................................................ 18

    7.2 Descrio da obra estudada e materiais utilizados ........................... 19

    7.3 Custos ............................................................................................. 26

    7.4 Processo Construtivo ...................................................................... 28

    8 CONSIDERAES FINAIS .............................................................................. 33

    8.1 Estudo comparativo do bloco de slico-calcrio com os blocos de

    concreto e cermico................................................................................................. 33

    8.2 Estudo comparativo do uso do bloco slico-calcrio terico e o

    observado na obra estudada ..................................................................................... 35

    9 REFERNCIAS ................................................................................................. 36

  • 1

    1 INTRODUO

    Segundo o IBGE apud Ribeiro (2007), existe um dficit habitacional

    expressivo no Brasil que representa a baixa qualidade de vida da populao do pas.

    A casa prpria um dos bens mais desejveis dos brasileiros, para muitos seria

    uma conquista, alm de ser parmetro da qualidade de vida da populao e progresso

    social do pas (RIBEIRO, 2007).

    Nos ltimos anos tem ocorrido um avano no subsetor da Construo de

    Edificaes tornando os empreendimentos mais diversificados. Para a implantao e

    colocao no mercado, esses produtos devem ser econmicos e desenvolvidos de forma

    eficientes, sempre associados qualidade (PARSEKIAN & FREIRE, 2009).

    O aumento da demanda por obras e a necessidade de agilidade nos processos

    construtivos estimularam a procura por tecnologias que suportem esse crescimento do

    mercado de forma sistemtica e ampla (RIBEIRO, 2007).

    O cenrio econmico do pas propiciou a consolidao da tecnologia da

    alvenaria estrutural, que um sistema construtivo em que as paredes desempenham

    funes de vedao e de suportar as aes verticais e horizontais em uma edificao,

    tendo assim funo estrutural.

    Os empreendimentos em alvenaria estrutural surgem no mercado como

    alternativas de custo e racionalizao construtiva, sendo indispensvel coordenao e

    compatibilizao dos subsistemas para garantir a qualidade da edificao (OHASHI,

    2001).

    O sistema apresenta maior economia e vantagens significativas como reduo

    de armaduras, reduo de formas, eliminao das etapas de moldagem dos pilares e

    vigas, facilidade na montagem da alvenaria, reduo de desperdcios e retrabalho

    (RIBEIRO, 2007).

    Segundo Ribeiro (2007), o desempenho do sistema est diretamente

    relacionado com a qualidade dos componentes, sendo necessria a busca por blocos de

    qualidade.

  • 2

    O uso de alvenaria estrutural teve incio marcado pelas construes de prdios

    e casas de baixa renda. Atualmente possvel encontrar casas e prdios residenciais de

    alto padro, assim como de mdio padro e edifcios comerciais.

    A altura dos edifcios varia de 24 pavimentos at casas trreas, sendo mais

    comuns prdios de 8 a 15 pavimentos. Disponibilizam-se no mercado diversos tipos de

    blocos estruturais, em tamanhos e materiais diferentes. Os materiais se diversificam em

    blocos cermicos, de concreto, slico-calcrio.

    Este trabalho dar maior enfoque no uso de alvenaria estrutural com bloco de

    slico-calcrio.

    2 OBJETIVOS

    Estudar comparativamente alvenaria estrutural com bloco de slico-calcrio e

    os blocos de concreto e cermico.

    Estudar o uso do sistema construtivo em alvenaria estrutural com bloco de

    slico-calcrio em um edifcio residencial numa construtora so carlense.

    Contribuir para a formao profissional dos estudantes de engenharia civil e

    difuso desta tecnologia na rea, especialmente na utilizao de blocos slico-clcario.

    3 JUSTIFICATIVAS

    O PAC, Plano de Acelerao do Crescimento tem influenciado na economia da

    construo, sobretudo em edificaes para populao de baixa renda.

    Custos dos empreendimentos visam vantagens competitivas no mercado da

    construo, e o sistema construtivo de alvenaria estrutural tm se destacado, sendo

    amplamente utilizado em todos os padres de edificaes.

    O estudo de alvenaria estrutural com blocos de slico-clcario pouco

    explorado.

    A imprensa tem divulgado a carncia no mercado da construo de

    profissionais qualificados e materiais de construo, sobretudo na rea de alvenaria

    estrutural.

  • 3

    4 METODOLOGIA

    Desenvolvimento de pesquisa terica por meio de reviso bibliogrfica sobre

    sistema construtivo racionalizado em alvenaria estrutural.

    Estudo do histrico de utilizao do sistema construtivo de alvenaria estrutural

    numa construtora So Carlense que utiliza bloco slico-clcario.

    Estudo de caso realizado atravs de anlise documental, visita de campo,

    observao de procedimentos de execuo da alvenaria estrutural com bloco de slico-

    calcrio.

    Anlise e comparao do sistema construtivo em alvenaria estrutural com

    blocos de slico-calcrio, blocos de concreto e cermico atravs de pesquisas

    bibliogrficas.

    Realizao de estudo comparativo entre o procedimento recomendado na

    literatura e o executado na construtora estudada.

    5 ALVENARIA ESTRUTURAL

    A alvenaria estrutural um dos sistemas de construo mais antigos da

    humanidade, tendo suas origens na pr-histria com paredes de pedras. um processo

    construtivo caracterizado pelo uso de paredes como principal estrutura suporte de

    edifcios, dimensionada atravs de clculo racional.

    No sistema convencional as paredes funcionam somente como fechamento de

    vigas e pilares. Na alvenaria estrutural as paredes tm a funo de receber e distribuir as

    cargas ao longo da estrutura (SILVA et al., 2004), transmitir aes atravs de tenses de

    compresso ( RAMALHO & CORRA, 2003).

    A alvenaria estrutural caracteriza-se pela substituio de dois principais

    sistemas de uma construo: a estrutura de concreto armado e os fechamentos de

    alvenaria, portanto as paredes da edificao so tambm a estrutura que suporta todas as

    cargas: alm do peso prprio, tambm das lajes, coberturas, cargas acidentais devido ao

    uso, alm de fatores externos como o vento.

  • 4

    O uso de alvenaria estrutural pode apresentar limitaes para a realizao

    futura de reformas e mesmo ampliaes na construo, uma alternativa seria j

    considerar eventuais modificaes durante a elaborao do projeto.

    No Brasil o uso de alvenaria estrutural se iniciou em meados da dcada de 60,

    com blocos de concreto, em um edifcio de 4 pavimentos, baseado nas normas

    americanas. Em 1977, foi noticiado os primeiros edifcios em alvenaria no armada, de

    9 pavimentos, executados com blocos slico-calcreos (RAMALHO & CORRA,

    2003). Na dcada de 80 intensificou-se o uso em conjuntos habitacionais,

    principalmente para processos de baixa renda. Na dcada seguinte houve grande

    desenvolvimento como surgimento de novos tipos de blocos, aperfeioamento das

    tcnicas construtivas, normalizao dos processos.

    Durante a fase de adaptao da tecnologia, ocorreu aparecimento de muitas

    patologias, entretanto atualmente a alvenaria estrutural se caracteriza por ser um sistema

    construtivo racionalizado, moderno e de alta qualidade.

    As vantagens desse sistema construtivo em relao s outras formas de

    construo dependem muito se a produo for racionalizada. A proporo de ganhos

    varia especialmente conforme o perfil do projeto estrutural, independentemente desse

    fator, o sistema exige menor diversidade de materiais e modeobra.

    A alvenaria estrutural apresenta vantagens construtivas pelo planejamento e

    detalhamento de projeto, uso de materiais industrializados, acabamentos regularizados

    (SILVA et al., 2004), alm da reduo significativa nos revestimentos, economia de

    frmas, reduo do desperdcios de materiais e mo-de-obra, reduo da diversidade de

    especialistas, como armadores, carpinteiros (RAMALHO & CORRA, 2003).

    Porm o uso de alvenaria estrutural restringe a possibilidade de mudana no

    projeto arquitetnico pela concepo estrutural, limitando a arquitetura, nmero de

    pavimentos, inibindo a destinao dos edifcios, que conforme Ramalho & Correa

    (2003) para edifcios comerciais e residenciais de alto padro o uso desse sistema

    construtivo desaconselhvel devido necessidade da utilizao de grandes vos. E

    pelo motivo do sistema requerer mo-de-obra especializada, a oferta de trabalhadores

    mais restrita. Para o melhor desempenho e racionalizao da obra, deve haver interao

    entre os projetos arquitetnico, estrutural, eltrico e hidrulico.

  • 5

    Os materiais utilizados se diversificaram em blocos de concreto, cermicos,

    slico-clcareos, e outros, podem ser macios ou vazados, estes so encontrados em

    diferentes tamanhos, modulares e no modulares (blocos especiais), assim como em

    formatos especiais como em jota, em u (bloco canaleta), a Erro! Fonte de

    referncia no encontrada. compara algumas caractersticas dos blocos estruturais

    disponveis no mercado.

    Tabela 1- Quadro de Comparao entre os blocos de Alvenaria Estrutural

    Alvenaria Estrutural

    Bloco Cermico Bloco de Concreto Bloco de Slico-Calcrio

    Bloco considerado 14 x 19 x 39 cm 14 x 19 x 39 cm 14 x 11,3 x 24 cm

    N de Fabricantes no

    estado

    (PINI, 2008)

    11 fabricantes 17 fabricantes 1 fabricante

    Consumo de blocos (PINI, 2008)

    14 blocos/ m 13,1blocos/ m 33 blocos/m

    Consumo de argamassa

    (PINI, 2008) 0,0106 m/m 0,0107 m/m 0,0174 m/m

    Perdas (TCPO- 13a. Edio apud PINI, 2008)

    3% 3% 3%

    Etapas de Execuo

    (PINI, 2008)

    Locao de obra; Execuo da 1a. Fiada;

    Elevao das paredes;

    Vergas e Contravergas;

    Cintas de Amarrao.

    Locao de obra;

    Execuo da 1a. Fiada;

    Elevao das paredes;

    Grauteamento; Vergas e Contravergas;

    Cintas de Amarrao.

    Locao de obra; Locao e Execuo da

    1a. e 2a. Fiadas, com

    definio dos blocos

    chaves; Elevao das paredes;

    Vergas e Contravergas;

    Cintas de Amarrao.

    Controle de Aceitao

    (PINI, 2008) 19 fatores para analisar 14 fatores para analisar 8 fatores para analisar

    Ferramentas e

    equipamentos

    (PINI, 2008)

    23 itens 23 itens 23 itens

    Peso dos blocos (mdia) (*sites de empresas)

    7,4 kg 12 kg 5,5 kg

    Peso total de alvenaria/ m 103,6 kg/m 157,2 kg/m 181,5 kg/m

    Resistncia

    (*sites de empresas) 4,5 a 8 MPa 4,5 a 20 MPa 6 a 35 MPa

    Cotao de preo

    (fornecido por fabricantes) 6 MPa - R$ 1,38/bloco 6 MPa - R$ 1,75/bloco 10 Mpa - R$ 1,07/bloco

    Preo(R$)/ m R$19,32/m R$ 22,93/m R$ 35,31/ m

    Eficincia de resistncia de Prisma

    0,2 a 0,7 0,5 a 0,9 0,7 a 0,9

  • 6

    Certificao

    (PINI, 2008)

    PSQ (Programa

    Setorial da Qualidade)- Anicer (Associao

    Nacional da Indstria

    Cermica)

    PSQ (Programa

    Setorial da Qualidade)- Sinaprocim (Sindicato

    da Indstria de Cimento

    do Estado de So Paulo

    _

    Absoro de gua

    (PINI, 2008) 8% a 22% 10% a 16% 10% a 18%

    Classificao do Resduo

    (PINI, 2008)

    Classe A, possvel

    reutilizao ou reciclagem

    Classe A, possvel

    reutilizao ou reciclagem

    Classe A, possvel

    reutilizao ou reciclagem

    Obs: Os preos de blocos podem variar de acordo com os fretes (distncia da

    fbrica ao local de construo).

    A tabela indica alguns parmetros que servem para anlise de escolha de

    blocos na aplicao de alvenaria estrutural em um empreendimento.

    Os blocos devem atender a alguns requisitos como estabilidade dimensional,

    boa trabalhabilidade, absoro adequada, resistir aos carregamentos de compresso

    (conforme o clculo de dimensionamento) e devem garantir a vedao vertical da

    edificao.

    O termo grauteamento usado na Tabela 1, indica o uso de graute vertical nas

    paredes quando h necessidade de majorar a resistncia do bloco utilizado na

    construo.

    Apesar do livro da PINI (2008) no citar o grauteamento como uma das etapas

    de execuo de alvenaria estrutural com blocos cermicos, obras visitadas pela autora

    apresentam grauteamento vertical na estrutura das paredes, assim como os sites de

    fabricantes indicam o uso do graute para complementar a resistncia do bloco.

    6 ALVENARIA ESTRUTURAL COM BLOCOS DE SLICO-CALCRIO

    As tipologias de edifcios em alvenaria estrutural tendem a ser mais econmica

    do que prdios estruturados, pois se executa a alvenaria e a estrutura em uma s etapa,

    economizando no uso de frmas, reduzindo quantidade de concreto e ferragem,

    produzindo revestimentos menos espessos e fornecendo maior rapidez na execuo

    (SILVA et al., 2004). Alm destes fatores a alvenaria estrutural permite a simplificao

  • 7

    nas instalaes, por evitar rasgos nas paredes reduzindo desta forma o desperdcio de

    material, ou seja, diminuindo custos (SILVA, 2004 apud ROMAN et al., 1999).

    A tecnologia da alvenaria estrutural com bloco slico-calcrio ainda limitada

    pelo fator fabricante, o que dificulta a aplicao e difuso dos conhecimentos tcnicos e

    executivos desse sistema construtivo.

    6.1 Materiais

    Os blocos slico-calcrios so blocos de alvenaria estrutural, fabricados com

    gua, cal e agregados finos de areia, de natureza predominantemente quartzosa. As

    matrias-primas so misturadas e moldadas em peas, pressurizados e compactados,

    com endurecimento sob ao de calor e presso de vapor. Em todo processo no h o

    manuseio por parte de operadores, sendo o controle de qualidade feito na produo.

    Bloco de slico-calcrio tambm pode ser definido como um componente

    prismtico para alvenaria, moldado por presso e compactao, com posterior

    endurecimento sob ao de calor e presso de vapor, em autoclave (PINI, 2008).

    Segundo o manual Tcnico do Fabricane, o processo foi patenteado em 1880, e

    normatizado atravs da DIN-106 (Deutsches Institut fr Normung) na Alemanha.

    Inicialmente os blocos, por terem baixa resistncia, eram utilizados somente

    para vedao sem funo estrutural, Aps a dcada de 40, foi desenvolvido novos

    mtodos de fabricao de blocos, com alta resistncia, possibilitando o uso em

    alvenarias estruturais.

    No Brasil a tecnologia foi difundida por uma nica empresa, em 1976, numa

    cidade a menos de 90 km da Capital, centro econmico do Estado. Mais de 150.000

    habitaes trreas e multi-andares foram construdas em alvenaria estrutural com blocos

    de slico-calcrio em aproximadamente 30 anos. Pode ser considerado um processo

    construtivo inovador, que proporciona economia.

    Os blocos de resistncia compresso de 6 a 10 MPa supre a grande maioria das

    necessidades de mercado, no entanto tambm fabrica-se sob encomenda blocos de 15,

    20, 25, 30 ou 35 MPa.

    O produto slico-calcrio um material com boas caractersticas contra fogo,

    segundo ensaios realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnolgicas (IPT) de So

  • 8

    Paulo, e por serem prensados possuem elevado coeficiente de reduo acstica e bons

    isolantes trmicos.

    Para alvenaria estrutural armada ou alvenaria aparente utiliza-se a Linha SC,

    que so blocos vazados, modulao de 20cm e Fbk = 10MPa, conforme Figura 1, Figura

    2 e Figura 3.

    Fonte: Site do fabricante

    Figura 1 - Dados Tcnicos da Linha SC10

    Fonte: Site do fabricante

    Figura 2 - Dados Tcnicos da Linha SC15

  • 9

    Fonte: Site do fabricante

    Figura 3 - Dados Tcnicos da Linha SC15

    Para alvenaria estrutural no-armada ou alvenaria aparente utiliza-se a Linha

    DIN-106, que so blocos resistentes, de modulao de 12,5 cm e Fbk de 10 a 15MPa,

    conforme a Figura 4, Figura 5 e Figura 6.

    Fonte: Site do fabricante

    Figura 4 - Dados Tcnicos da Linha DIN-106 3DF

  • 10

    Fonte: Site do fabricante

    Figura 5 - Dados Tcnicos da Linha DIN-106 3DF

    Fonte: Site do fabricante

    Figura 6 - Dados Tcnicos da Linha DIN-106 3DF

    Segundo as caractersticas tcnicas obtidas na NBR 14971-1:2003, as classes e

    resistncias a compresso os blocos so dividas conforme a

    Tabela 2.

    Tabela 2 - Classe de Blocos e resistncias compresso

    CLASSE RESISTNCIA COMPRESSO (Mpa)

    Classe A 4,5

  • 11

    Classe B 6,0

    Classe C 7,5

    Classe D 8,0

    Classe E 10,0

    Classe F 12,0

    Classe G 15,0

    Classe H 20,0

    Classe I 25,0

    Classe J 35,0

    Fonte: NBR 14974-1:2003

    A absoro de gua (AA) do bloco de aproximadamente 13%, atendendo as

    recomendaes da NBR 14974, ou seja, a absoro de gua deve estar entre 10%

    AA18%.

    Na TCPO apud PINI (2008), o consumo mdio de blocos modulares de 12,5cm

    de 33,00 unidade/m de alvenaria, e o consumo de argamassa de 0,0143 m/m, para

    blocos de 11,5 x 11,3 x 24, e 0,0174 m/m para blocos de 14 x 11,3 x 24cm,

    considerando perdas em torno de 3%. O fabricante fornece dados nas Tabela 3 e Tabela

    4 .Os blocos devem ser entregues em forma de paletes protegidos para que no ocorram

    danos no material, recomenda-se que sejam estocados em locais secos, planos, arejados

    e protegidos de intempries.

    Conforme a NBR 15575-1:2008, define a vida til de um edifcio habitacional

    mnimo de 40 anos e superior de 60 anos.

    A classificao dos resduos de blocos slico-calcrios e argamassas, segundo a

    resoluo Conama 307 de 05 de julho de 2002 (Conselho Nacional do Meio Ambiente),

    apud PINI (2008), pode ser consideradas como Classe A, sendo possvel serem

    reutilizados ou reciclados como agregados.

    Como procedimentos tcnicos o fabricante recomenda o trao de argamassa de

    1:1:6 (cimento:pasta de cal: areia) para no terem retrao e no surgirem trincas.

    A alvenaria tambm dispensa reboco, revestimento protetor ou at pintura. Nas

    reas externas pode-se aplicar pintura diretamente sobre a superfcie.

  • 12

    6.2 Custos

    Define-se custo como sendo o gasto relativo a produtos e servios utilizados a

    produo de outros bens e servios (SILVA, 2002 apud CABRAL, 1998).

    Os custos de produo se dividem em diretos, que referem-se aos custos de

    materiais e mo-de-obra diretamente aplicados nos servios executado, e indiretos, que

    so os demais custos sobre os servios, como custos com implantao do canteiro,

    salrio do escritrio administrativo, equipamentos e ferramentas, custos de oramentos e

    cronograma (SILVA et al., 2004, apud ROMAN et al.,2000). Podem ser classificados

    em fixos, aqueles cujo montante no se alteram em funo do volume de produo, e

    variveis, que mudam proporcionalmente ao volume de produo.

    Existe outro autor que separa os custos segundo as dimenses fsicas e

    temporais. Fsica caracteriza comprimento, rea ou volume construdo e temporal

    utilizada para medir durao da obra (dias teis, semanas, meses) (SILVA et al.,2004

    apud Trajano, 1995).

    difcil a comparao de custos na construo civil, pois o setor no produz

    um produto nico e padronizado. Existem muitas diferenas a serem consideradas como

    com relao ao projeto, tamanho, tipo de obra, padro de acabamentos, tempo de

    execuo (SILVA, 2002).

    Um dos principais fatores que intervm nos custos de uma construo o de

    mo-de-obra, devido grande variabilidade conforme a produtividade obtida em obra e

    pagamento dos encargos sociais (SILVA, 2002).

    Os engenheiros, construtores e empreendedores reconhecem as carncias dos

    canteiros, e muitas vezes desconsideram que um canteiro bem planejado e organizado

    pode levar a uma economia de 10% no custo da obra.

    Segundo Camacho (2006), o uso de alvenaria estrutural pode trazer vantagens

    tcnicas e econmicas como reduo de custos (que est relacionada aplicao das

    tcnicas de projeto e execuo), pode chegar at a 30%, principalmente pela economia

    de formas, escoramentos e armadura, e pela simplificao das tcnicas de execuo;

    menor diversidade de materiais, reduzindo a complexidade das etapas de execuo;

    reduo da diversidade de mo-de-obra especializada; rapidez na execuo.

  • 13

    Silva et al. (2004) comparou os custos de um conjunto habitacional finalizado

    em 2002, construdo em alvenaria estrutural de blocos cermicos e blocos de concreto,

    e em concreto armado, no qual concluiu que em relao construo convencional, houve

    economia de 2,56% na construo em alvenaria estrutural de blocos cermicos e 1,39%

    na construo com blocos de concreto.

    A comparao de custos em diferentes sistemas podem ser medidos pelos

    servios de fundao (tipo de estacas, baldrame, blocos de fundao), supraestrutura

    (piso, laje, viga, pilar, escada), paredes de alvenaria, revestimentos (interno e externo), e

    os demais servios so os mesmo para todos os processos construtivos (SILVA, 2002).

    A anlise de custos da alvenaria estrutural est sendo estudada com nfase

    atualmente, entretanto quando se trata de construes de blocos de slico-calcreo no

    se encontram bibliografias para estudo, podendo ser pelo fato de existir somente uma

    empresa no Brasil que fabrica esse tipo de bloco.

    Na execuo, so vrias as fontes de perdas possveis: no recebimento, o

    material entregue pode estar em quantidade menor que o especificado no pedido; na

    estocagem inadequada dos blocos, estes esto propcios a quebrarem mais facilmente; a

    argamassa transportada por equipamentos e trajetos no adequados est sujeita a cair

    pelo caminho; uso incorreto do trao da argamassa pode implicar em sobreconsumos;

    na aplicao de gesso pode ser gerada grande quantidade de sobras quando o material

    endurece (PALIARI et al.,2003).

    A proporo de entulho gerado de uma obra em concreto armado de

    aproximadamente 0,6 ton/m, para 0,2 ton/m em alvenaria estrutural. Esses dados

    tambm afetam nos custos finais da obra (

    Acesso em: 23 de novembro de 2008).

    Visando vantagens competitivas no mercado, a anlise de custos um estudo

    indispensvel na implantao dos empreendimentos.

    As Tabela 3 e Tabela 4, fornecidas pelo fabricante de blocos mostra a

    composio de preos unitrios/m de alvenaria estrutural no armada (autoportante)

    com bloco de slico-calcreo de Fbk= 10MPa.

    http://www.netxan.com.br/~eg/alvest.html

  • 14

    Tabela 3 Tabela de Composio de preos unitrios/m com blocos tipo 2DF

    BLOCO/TIPO: 2DF

    Espessura: 11,50 CM

    DESCRIO DO SERVIO COEFIC.UN /M2 PREO/UN. SUB-TOTAL /M

    2

    Bloco/Tipo 2DF 30,50 un. R$ 0,8000 R$ 24,40 /M2

    Bloco 2DF Canaleta 1,50 un. R$ 0,9600 R$ 1,44 /M2

    cimento portland 3,46 kg R$ 0,43 R$ 1,49 /M2

    cal hidratada 1,72 kg R$ 0,38 R$ 0,65 /M2

    areia mdia 0,015 m R$ 75,00 R$ 1,13 /M2

    Graute 0,0013 m R$ 265,00 R$ 0,34 /M2

    ao CA-50 (3/8") para graute 0,3500 kg R$ 4,35 R$ 1,52 /M2

    TOTAL DOS MATERIAIS R$ 30,97 /M2

    DESCRIO DA M. D. O. COEFIC. UN. PREO/H (R$) SUB-TOTAL /M2

    Pedreiro 0,85 h R$ 3,87 R$ 3,29 /M2

    Servente 0,85 h R$ 3,24 R$ 2,75 /M2

    Leis Sociais 127% R$ 7,66 /M2

    TOTAL DA M. D. O. R$ 13,71 /M2

    CUSTO UNITRIO TOTAL DO SERVIO R$ 44,68 /M2

    Fonte: Fabricante do Bloco (maio, 2009)

    Tabela 4 Tabela de Composio de preos unitrios/m com blocos tipo 2DF14

    BLOCO/TIPO: 2DF14

    Espessura: 14,00 CM

    DESCRIO DO SERVIO COEFIC.UN /M2 PREO/UN. SUB-TOTAL /M

    2

    Bloco/Tipo 2DF14 30,50 un. R$ 1,0700 R$ 32,64 /M2

    Bloco 2DF14 Canaleta 1,50 un. R$ 1,2900 R$ 1,94 /M2

    cimento portland 4,13 kg R$ 0,43 R$ 1,78 /M2

    cal hidratada 2,07 kg R$ 0,38 R$ 0,79 /M2

    areia mdia 0,0207 m R$ 75,00 R$ 1,55 /M2

    Graute 0,0015 m R$ 265,00 R$ 0,40 /M2

    ao CA-50 (3/8") para graute 0,3500 kg R$ 4,35 R$ 1,52 /M2

    TOTAL DOS MATERIAIS R$ 40,61 /M2

    DESCRIO DA M. D. O. COEFIC. UN. PREO/H (R$) SUB-TOTAL /M2

    Pedreiro 0,90 h R$ 3,87 R$ 3,48 /M2

    Servente 0,90 h R$ 3,24 R$ 2,92 /M2

  • 15

    Leis Sociais 127% R$ 8,11 /M2

    TOTAL DA M. D. O. R$ 14,51 /M2

    CUSTO UNITRIO TOTAL DO SERVIO R$ 55,12 /M2

    Fonte: Fabricante do Bloco (maio, 2009)

    Cabe salientar que o valor do frete no foi computado nos preos unitrios dos

    blocos, pois este ir incidir diretamente no preo final de acordo com o local da obra.

    Portanto, o preo unitrio do bloco ser o preo de venda na fbrica + frete/unidade

    Paulo.

    O graute mencionado nas Tabela 3 e Tabela 4 o utilizado nas vergas e

    contravergas. A linha DIN-106, representada pelos blocos 2DF e 2DF14 dispensam o

    uso de graute vertical dos blocos, e so utilizados em alvenaria autoportante (no

    armada).

    6.3 Processo Construtivo

    O manual tcnico do fabricante de bloco slico-calcreo recomenda que

    primeiramente deve ser executado o baldrame nivelando-se sua superfcie e

    impermeabilizando-o normalmente. Recomenda tambm que inicie com assentamento e

    nivelamento dos blocos-chave (BC), que so os blocos nos cantos externos e nos

    encontros de paredes internas, conforme a planta de modulao, como indica a Figura 7.

    Fonte: Fabricante do Bloco

    Figura 7 - Indicao dos blocos chave na execuo de primeira fiada

  • 16

    O fabricante aconselha que sejam usadas juntas horizontal e vertical entre os

    blocos de 1 cm. Nos cantos da edificao so colocados rguas, gabaritos de altura,

    preferencialmente marcando cada fiada. No encontro de paredes levantado mais 3

    fiadas, niveladas e mantido o prumo, formando uma escada. Quando as paredes no tm

    amarrao de blocos, utilizam-se ferros de amarrao, a cada 3 fiadas, com dimetro

    previsto em projeto, como mostra a Figura 8. A linha de nvel na aresta dos blocos dos

    escantilhes ir manter alvenaria no nvel e prumo requeridos.

    Fonte: Fabricante do Bloco

    Figura 8 - Execuo das seguintes fiadas

    Nas contra-vergas utilizam-se blocos canaletas que so armados de ferro

    corrido (especificado pelo calculista) e preenchidos com graute. Os blocos canaletas

    devem ter avano mnimo de 1 bloco de cada lado do vo. A verga executada da

    mesma forma que a contra-verga (conforme projeto). indicado pelo Manual Tcnico

    do Fabricante o uso de vergas duplas ou triplas para vos maiores de 1,50 m.

    As instalaes eltricas so embutidas nas paredes, utilizando-se blocos

    especiais, mostrados na Figura 9.

  • 17

    Fonte: Fabricante do Bloco

    Figura 9 - Embutimento das instalaes eltricas nos blocos slico-calcrio

    As instalaes hidrulicas so embutidas em blocos especiais, sem funo

    estrutural ou em shafts, ficam assim livres para cortes.

    Os blocos canaletas so executados com disco de corte, atravs de cortes pelos

    eixos dos furos (Figura 10).

    Fonte: Fabricante do Bloco

    Figura 10 - Execuo do bloco canaleta

  • 18

    No Manual Tcnico do fabricante utiliza-se a blocos inteiros at a ltima fiada,

    correspondente base da laje do piso superior, ou com blocos canaletas com ferro

    corrido e graute.

    Executa-se a montagem das formas para a laje, que pode ser macia,

    protendida, nervuradas, entre outras opes.

    7 ESTUDO DE CASO

    7.1 Histricos da Construtora

    A empresa estudada est atuando no mercado da construo civil h 25 anos,

    porm nos primeiros 15 anos trabalhou com alvenaria convencional, ento aps estudos

    e pesquisas de mercado, visando baixar custos, buscando obras mais racionalizadas,

    otimizar o tempo de construo, inovao tecnolgica, a construtora buscou o nico

    fornecedor do Brasil, que trabalha com blocos de slico-calcrio, e que utiliza tecnologia

    alem na fabricao dos blocos h mais de 30 anos.

    Aps o estudo de custos, foi necessrio viabilizar a concepo estrutural, sendo

    que a construo com blocos de slico-calcrio no normatizada no Brasil, portanto foi

    utilizada a norma alem como parmetro de requisitos estruturais. O uso desse bloco

    restringido pela altura do edifcio (de at 15 pavimentos) e pela altura do p-direito do

    pavimento. O projetista estrutural da construtora recomendou um limite de 10

    pavimentos.

    Durante o perodo de pesquisa, foi notado que existiam determinadas

    anomalias que surgiam em poucos anos da edificao, como fissuras verticais no trreo,

    fissuras de dilatao trmica no ltimo pavimento, e depois do reestudo de concepo

    estrutural, foi corrigido o projeto e iniciaram as obras com bloco de slico-calcreo.

    Segundo o empreendedor da construtora, as vantagens da construo com esse

    tipo de bloco so devido ao conforto trmico, pois um material refratrio, menor

    absoro de umidade comparando-se com o bloco de concreto, timo conforto acstico,

    alta resistncia dos blocos, dispensando assim o uso de pilares, grautes verticais, cintas

    de amarrao intermediria e armadura (armadura usada somente em contra-vergas e na

    ltima fiada), tm dimenses precisas dos blocos, reduzindo significativamente as

  • 19

    espessuras dos revestimentos. O fabricante complementa que para revestimento externo

    basta aplicar a pintura diretamente sobre a superfcie dos blocos.

    Entretanto existem as desvantagens como difcil contratao de mo de obra,

    que deve ser treinada pelo fabricante, necessidade de contratao de empreiteiros do

    fabricante, que aumenta custos e dificulta a disseminao do uso no mercado, o

    processo construtivo exige prumo perfeito. Alm disso, a fbrica est situada na cidade

    de Jacare, portanto dependendo da distncia do local de entrega, torna-se invivel a

    compra de lotes, pois o frete pode ter custo maior que os prprios blocos. Sendo assim,

    o local da obra pode ser um limitante do uso.

    A empresa j tem um padro de projeto que utilizado desde os primeiros

    edifcios em alvenaria estrutural com bloco de slico-calcrio at as obras em andamento

    atualmente, com algumas diferena como nmero de dormitrios e procurando

    contnuas melhorias 20 obras j concludas em So Carlos.

    7.2 Descrio da obra estudada e materiais utilizados

    Para a execuo da alvenaria necessrio escolher o tipo de bloco a ser

    utilizado, neste caso, bloco de slico-calcrio, que alm de possuir um projeto

    modulado, no admite grandes erros de execuo.

    A obra escolhida para a anlise do processo de trabalho foi o edifcio

    residencial A da construtora so-carlense, composto de duas torres com 7 pavimentos e

    um trreo (Figura 11), sendo 4 apartamentos por andar, com fundaes diretas tipo

    tubulo escavado a cu aberto, com 12 metros de profundidade.

  • 20

    Figura 11 Esquema da elevao dos edifcios

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes)

    Os apartamentos so compostos por 2 quartos, um banheiro, uma sala

    conjugada com cozinha, e lavanderia conjugada com a cozinha, e varanda na sala. A

    rea dos apartamentos e das respectivas reas comuns pode ser identificada na Figura

    12. A empresa constri edifcios com finalidade de venda, e todos possuem

    acabamentos internos iguais.

    Figura 12- Esquema das reas do pavimento tipo

  • 21

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    No subsolo foram realizadas estruturas de concreto armado, dada a necessidade

    deste local ser utilizado em parte como garagem e portanto necessitava de grandes vos

    (Figura 13 ) e fechamento (sem funo estrutural) em alvenaria de cermica (Figura 14),

    e nas caixas de escadas dos pavimentos tipos foi utilizado blocos de slico-calcrio com

    funo estrutural (Figura 15) assim como no poo de elevador, como mostra a planta de

    primeira fiada na Figura 16.

    Figura 13 - Trreo feito em concreto armado convencional- vigas e pilares

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Figura 14 Parede de vedao (sem funo estrutural) na caixa de escada do trreo

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

  • 22

    Figura 15 Caixa de escada em vista superior do pavimentos tipo

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Figura 16 Planta da primeira fiada da alvenaria estrutural que inclui poo de

    elevador

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Os pavimentos so confeccionados em alvenaria estrutural de blocos silico-

    calcreos e laje treliada pr-fabricada. A obra foi iniciada em janeiro de 2008 e com

    previso de entrega em novembro de 2009, foi antecipada para maio de 2009, e

    atualmente o cronograma foi reorganizado para finalizao total em setembro de 2009.

    Na obra visitada, o engenheiro residente garantiu que os projetos de modulao

    utilizado para a primeira fiada e segunda fiada da alvenaria, e os projetos arquitetnicos

  • 23

    estavam em perfeitas condies de uso, e de fcil acesso para o mestre de obras,

    estagirios e tambm para o engenheiro.

    O possvel atraso nesta etapa que poderia ter que modificar o cronograma seria

    a entrega dos blocos. Contudo, a edificao ser entregue dentro do prazo programado.

    A execuo da construo foi feita na sequncia das torres para a periferia, ou

    seja, quando a torre estava feita at o 3 ou 4 pavimento, iniciava-se a execuo das

    periferias.

    O material utilizado para alvenaria estrutural so os blocos de slico-calcrio de

    dimenses 14x11,3x24cm, e blocos de dimenses 11,5x11,3x24cm com resistncia de

    10MPa. A argamassa de assentamento controlada tecnologicamente por laboratrio da

    USP (principais ensaios: resistncia trao e compresso) e confeccionada segundo o

    trao afixado prximo ao local de produo, 1:0,5:5 (cimento: cal: areia). Os blocos

    canaletas e os blocos com caixinhas eltricas so cortados em um local apropriado como

    mostra Figura 17, com cobertura para a serra eltrica, o operrio usa protees de

    ouvido, dos olhos, luvas, avental.

    Figura 17- Operrio responsvel pelos cortes de blocos

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Os blocos canaletas so armazenados em pilhas, conforme Figura 18, em uma

    rea coberta do subsolo.

  • 24

    Figura 18- Armazenamento de blocos canaletas

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Nos locais que vo pontos eltricos, so necessrias caixinhas eltricas, e estas

    so embutidas previamente a execuo do pavimento, como mostra Figura 19, assim

    quando elevada a parede, os blocos j possuem as caixinhas, facilitando a execuo da

    alvenaria.

    Figura 19- Blocos com caixinhas eltricas embutidas

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    O armazenamento de blocos um procedimento deveria corresponder a

    Norma, ou seja, que sejam armazenados em locais limpos, planos, secos arejados e

    protegidos das intempries, e tambm as recomendaes do fabricante, no entanto, esto

  • 25

    expostos s intempries (Figura 19), e outro estoque feito em calada (por falta de

    espao no canteiro de obras), que est parcialmente exposto, coberto com lona (Figura

    20).

    Figura 20- Armazenamento de blocos

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    As armaduras de amarrao so cortadas e dobradas no prprio canteiro e para

    preenchimento das lajes utilizado concreto usinado.

    Para destinao dos resduos existe um tubo coletor que se encontra no

    pavimento e desemboca diretamente na caamba de entulho localizada no trreo (Figura

    21).

  • 26

    Figura 21- Tubo coletor de entulhos dos pavimentos

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Apesar de a obra ser uma construo racionalizada, ainda h considervel

    volume de entulho de madeiras, principalmente decorrente de formas de laje, blocos

    quebrados, pedaos de ferros. Essa perda segundo o engenheiro responsvel era

    prevista, porm no tinha um dado exato da porcentagem de perdas em relao ao custo,

    mas afirma que diminuta.

    O revestimento interno das paredes utilizado foi o gesso, pois atravs de

    pesquisa experiemental, foi concludo que economizariam R$ 3,00/m comparado com

    o reboco comum. E externamente ser aplicado o grafiato. Em reas molhveis ser

    utilizado placa cermica (azulejo). Esses revestimentos seriam dispensveis, porm a

    construtora visou a qualidade esttica, e o padro de obra para a aplicao dos

    acabamentos.

    7.3 Custos

    A construtora estudada trabalha em parceria com o mesmo fornecedor de bloco

    slico-calcreo h mais de 10 anos, e afirma que existem vrios benefcios, como

    exemplo: no utilizado armadura construtiva para edifcios de at 8 pavimentos, fcil

    manuseio dos blocos, alm da economia propiciada pelo sistema, entre outros que sero

    estudados neste trabalho. Porm foi identificado um aspecto negativo com relao ao

    tipo de bloco porque no se fabrica blocos especiais do tipo canaleta e jota, portanto

    deslocado um operrio que fica atarefado de fazer somente cortes nos blocos,

    diminuindo porcentagem de entulho, perdas.

    Visto que a empresa constri geralmente edifcios de 8 pavimentos, obteve-se

    dados de custos do Edifcio A, como mostra Tabela 5, sendo uma edificao de 4

    apartamentos por andar, de 1 dormitrio, sendo a rea total construda de 4007 m, ser

    concludo em novembro de 2009.

    A Tabela 5 demonstra os custos de uma obra de alvenaria estrutural construda

    com bloco slico-calcrio em So Carlos, porm a comparao com construes com

    blocos de concreto e cermicos, ou mesmo com construo em alvenaria convencional

    ficou impossibilitada pelo fato de no ser encontrado edificaes com geometria,

    nmero de cmodos, rea e padres semelhantes ao estudado.

  • 27

    Tabela 5 Tabela de Custos Globais do Edifcio A

    PRODUTOS CUSTO TOTAL

    (R$)

    CUSTO POR M

    CONSTRUDO (R$)

    REPRESENTAO

    NO CUSTO TOTAL (%)

    Servios preliminares 90.844,00 22,67 2,76

    Fundao com tubulo 106.930,00 26,69 3,25

    Pilotis 102.000,00 25,46 3,10

    Laje s e Escadas 370.000,00 92,34 11,25

    Paredes de Alvenaria 672.000,00 167,71 20,44

    Esquadrias 310.805,00 77,57 9,45

    Impermeabilizao 26.440,00 6,60 0,80

    Instalaes Eltricas 244.142,00 60,93 7,43

    Instalaes Hidrulicas 221.160,00 55,19 6,73

    Instalao de Elevadores 149.000,00 37,18 4,53

    Revestimento Interno 275.580,00 68,77 8,38

    Pintura interna e externa 228.200,00 56,95 6,94

    Cobertura 50.167,00 12,52 1,53

    Servios tcnicos 42.300,00 10,56 1,29

    Gastos permanentes 398.000,00 99,33 12,11

    TOTAL 3.287.568,00 820,46 100,00

    Fonte: Construtora de So Carlos

    Sendo servios preliminares abrangendo aterro, corte, nivelamento,

    compactao, sondagem, infraestrutura inicial. Esquadrias seria o conjunto de

    esquadrias metlicas, de madeira e os vidros. Instalaes eltricas inclui a parte de

    telefonia, antena coletiva, interfones, cerca eltrica. Revestimento interno abrange

    chapisco e emboo de reas molhadas, gesso, forro de gesso e azulejo. Pisos internos

    foram utilizados parquet de madeira e piso cermico em reas molhadas.

    Servios tcnicos so as despesas com os projetos Estruturais, Modulao,

    Sondagem, Corpo de bombeiros, Prefeitura, Fundaes, Instalaes Prediais,

  • 28

    Instalaes eltricas. E Gastos permanentes so aqueles no decorrer da obra como

    contas de luz, telefone, gua; funcionrios da empresa: mestre de obras, alguns

    serventes e operadores de guincho.

    A mo de obra teve um custo de 14,40R$/ m e a alvenaria (sem custos de

    mo-de-obra) 35,00R$/m. Conforme Tabela 3, a mo-de-obra tem custo de 13,71R$/m

    e a alvenaria tem custo de 30,97R$/m, o que pode indicar que o custo da alvenaria para

    a construtora est contabilizado o preo do frete e as perdas ocorridas. Na mo-de-obra

    teve uma pequena diferena que pode ser explicada pela regio e pela disponibilidade

    de mo-de-obra especializada.

    A produtividade da execuo de alvenaria de uma equipe de 3 pedreiros e 5

    ajudantes em 15 dias corridos de aproximadamente 250 m (pavimento tipo do

    Edifcio A), segundo o engenheiro responsvel. A produtividade tambm influi nos

    custos, devido ao tempo total da produo e subseqente obteno do lucro aps a

    venda do imvel, ou seja, quanto maior a produtividade, menor tempo de execuo,

    mais rpido ser obtido o lucro (retorno) do investimento.

    7.4 Processo Construtivo

    O regime de contratao adotado pela empresa estudada o contrato por

    servio. A construtora terceiriza o servio de execuo de alvenaria (subempreitada)

    ficando a cargo da empresa terceirizada a contratao dos funcionrios. No canteiro de

    obras existe um quadro de funcionrios que executam outros servios, incluindo os

    pertinentes ao de engenheiro residente e mestre de obras.

    Para o incio do servio a laje piso deve estar limpa e acabada, a argamassa

    deve estar preparada e disponvel no pavimento de execuo da alvenaria, assim como

    blocos mostrado na Figura 22, inclusive os especiais. Os blocos so trazidos ao

    pavimento antes do incio da execuo da alvenaria atravs de jericas, equipamento no

    adequado para transporte e elevador, so distribudos pela laje de acordo com a

    localizao de cada parede. A argamassa tambm trazida por elevadores, transportada

    atravs das jericas at as masseiras.

  • 29

    Figura 22- Disponibilidade de blocos no pavimento para incio da primeira fiada

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Uma vez que os blocos utilizados no possuem modelos especiais (canaleta,

    jota) necessrio que os blocos comuns j estejam cortados (corte executado antes do

    incio do servio), como mostrado anteriormente na Figura 18.

    Inicia-se a primeira fiada usando como referncia o projeto de modulao, e os

    blocos chaves so assentados com auxlio da linha de nvel, como mostrado na Figura

    23, e segue as demais fiadas, porm sem o uso rgua marcada nos cantos (Figura 24).

    Figura 23- Assentamento dos blocos chave e das primeiras fiadas

    (FOTO: Marlon Simoni- 2008)

  • 30

    Figura 24- Assentamento das demais fiadas com linha de nvel, sem rgua marcada

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    As juntas horizontais e verticais tm dimenses de aproximadamente 1cm

    como mostra Figura 25.

    Figura 25 Dimenso das juntas horizontal e vertical

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    A tcnica utilizada de amarrao de alvenaria entre paredes na maior parte a

    amarrao entre blocos, e em alguns casos utiliza-se amarrao com ferro, segundo

    projeto do calculista. Utiliza-se tambm ganchos para melhor amarrao de cantos de

    parede. Finaliza-se a parede de alvenaria estrutural do pavimento (ltima fiada) com os

    blocos cortados em forma de canaleta e amarrados com barras de ferro corrido,

    formando assim a cinta de amarrao (Figura 26) .

  • 31

    Figura 26 Amarrao de nos encontros e cantos de paredes com ganchos de ferro,

    cinta de amarrao da ltima fiada

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    Nos vo de janelas utilizado contra-vergas, com blocos canaletas, grauteados

    e com ferro corrido (Figura 27).

    Figura 27- Contra-vergas nos vos de janelas e portas executado com blocos canaleta

    grauteados.

    (FOTO: Marlon Simoni- 2008)

    As instalaes eltricas so embutidas nos blocos, porm encontra-se alguns

    erros de execuo, como rasgos nas paredes mostrado na (Figura 28).

  • 32

    Figura 28- Embutimento das instalaes eltricas e algumas excees com erros

    (FOTO: Juliana da Silva Antunes- 2008)

    A laje utilizada pr-moldada treliada unidirecional, e preenchida com lajotas

    de concreto ilustrado pela Figura 29.

    Figura 29 Execuo de laje treliada com lajota de concreto

    (FOTO: Marlon Simoni- 2008)

    Aps o posicionamento de caixas eltricas, tubulaes e conduites (Figura 30)

    feito a concretagem e regularizao do piso.

  • 33

    Figura 30- Laje pronta para a concretagem, com tubos, conduites e caixas

    posicionadas

    (FOTO: Marlon Simoni- 2008)

    Regularizado a laje piso, inicia-se novamente a elevao de alvenaria, tomando

    os devidos cuidados, melhorando o processo produtivo, aperfeioando as tcnicas.

    A empresa possui um caderno de Procedimento de Execuo de Servios

    (PES), em que todos os equipamentos, materiais e modo de execuo dos servios so

    descritos. A construtora tambm trabalha com Ficha de Verificao de Servio (FVS),

    que inspeciona os procedimentos dos servios executados em obra.

    8 CONSIDERAES FINAIS

    8.1 Estudo comparativo do bloco de slico-calcrio com os blocos de

    concreto e cermico

    A Erro! Fonte de referncia no encontrada. exprime alguns dados

    comparativos entre os blocos cermicos, de concreto e de slico-calcrio, de onde pode-

    se entender que os blocos de slico-calcrio, possuem maiores resistncias, incluindo os

    blocos sob encomenda. A construo do edifcio estudado, com blocos de slico-calcrio

    de 14 x 11,3 x 24cm alvenaria estrutural autoportante, ou seja, no demandou uso de

    graute vertical dos blocos, nem armaduras verticais, o que evidencia a sua estabilidade

    estrutural e alta resistncia do bloco.

    O uso do graute desnecessrio pela prpria geometria do bloco, sendo baixo

    ndice de vazios. Por serem prensados e possuir baixo ndice de vazios apresentam

  • 34

    coeficiente de reduo sonora maior que os demais materiais, sendo assim so cerca de

    30 % mais isolantes acsticos que os blocos cermicos e de concreto.

    Os blocos slico-calcrio so menores e mais leves, portanto, segundo o

    engenheiro de obras conseguem atingir maior produtividade comparando-se com os

    blocos de concreto e os blocos cermicos, mesmo levando em considerao que maior

    o nmero de blocos por metro quadrado. Afirmao contestvel, pois seria necessrio o

    estudo mais aprofundado na produtividade de alvenaria com os demais blocos.

    Os aspectos positivos podem ser encontrados no site do fabricante dos blocos

    de slico-calcrio, que afirma possuir duas vezes mais isolamento trmico que os blocos

    de concreto e uma vez e meia que os blocos cermicos.

    Porm, a estrutura com blocos de slico-calcrio chega a ser em torno de 75%

    mais pesada que a estrutura com blocos cermicos e pouco mais de 15% mais pesada

    que a de concreto, por metro quadrado. Aumentando assim a carga permanente da

    estrutura, e possivelmente o dimensionamento da resistncia necessria dos blocos.

    O preo por metro quadrado de bloco tambm foi mais elevado cerca de 83%

    mais que blocos cermicos e 54% mais que blocos de concreto. Ressaltando que a

    comparao de blocos de 10 MPa (slico-calcrio) e 6 MPa (cermico e de concreto).

    Pode-se observar que para o assentamento de blocos slico-calcrio

    necessrio aproximadamente 64 % maior quantidade de argamassa por metro quadrado,

    acentuando assim a diferena de custo total da elevao da alvenaria por metro

    quadrado.

    Essa grande diferena pode ser diluda ou at equiparada quando contabilizado

    o uso de graute (vertical) necessrio, por exemplo, para a construo de um edifcio com

    8 pavimentos com os blocos de concreto e cermico com resistncia de 6 MPa, at

    mesmo a necessidade do uso de armadura construtivas, ou ainda seria necessrio uso de

    blocos de maior resistncia.

    J para edifcios de menos pavimentos, ou casas, a relao do preo/ bloco

    utilizado apresentaria menores vantagens para o bloco slico-calcrio.

    Outro fator que implica desvantagem no emprego do bloco slico-calcrio a

    existncia de apenas 1 fabricante em todo o pas, o que dificulta a difuso do uso deste

    produto, pois dependendo da regio do pas ou melhor, no estado, tornaria-se invivel o

  • 35

    custo do frete do material. J os demais materiais (cermicos e concreto) existem opes

    em vrias localidades do estado.

    Apesar dos blocos possurem avaliao e aprovao pelo IPT (Instituto de

    Pesquisas Tecnolgicas de So Paulo, de acordo com o Relatrio Tcnico n 61.392,

    no h certificao de qualidade aprovado pelo PSQ (Programa Setorial de Qualidade),

    mostrado na Tabela 1.

    Comparando-se tipos dos blocos, pela geometria, destacam-se os blocos

    canaletas, que para os de slico-calcrio devem ser cortados, com serra, ou melhor

    dizendo, desloca-se um funcionrio para fabricar os blocos canaletas, enquanto que os

    blocos cermicos e de concreto encontram-se disponveis no mercado modelos que no

    necessitam de cortes.

    Sendo assim, dependendo da finalidade, do nmero de pavimentos, do padro,

    dos requisitos de conforto, localidade, e das disponibilidade de recursos, necessrio a

    avaliao de qual dos materiais de blocos estruturais seria o mais indicado.

    8.2 Estudo comparativo do uso do bloco slico-calcrio terico e o

    observado na obra estudada

    A maioria dos processos executivos apresentados na parte terica so

    realizados no canteiro de obras estudado.

    Existem algumas excees que foram observadas durante a pesquisa de estudo

    de caso, entre elas pode-se citar a diferena no trao da argamassa, em que o fabricante

    recomenda o trao 1:1:6 (cimento, cal e areia) e a empresa utiliza 1:0,5:5, uma

    diferena significante que a construtora alegou ter feito estudos prvios ( testada

    tecnologicamente nos laboratrios da USP) e por isso adaptou o trao que foi

    recomendado.

    Outra diferena notada foi a no utilizao de rgua marcada nos cantos de

    paredes, o engenheiro que no explica h necessidade de uso pela elevada experincia

    dos funcionrios executores.

    O armazenamento de blocos um procedimento que corresponde parcialmente

    s sugestes do fabricante que fala que as pilhas devem ser feitas em locais limpos e

    secos, sobre base de areia compactada ou piso cimentado, e em pocas de chuvas,

    devem ser cobertas com lonas plsticas, enquanto que a Norma, menciona que os blocos

  • 36

    devem estar em locais limpos, planos, secos, arejados e protegidos das intempries.

    Alm dos blocos serem estocados nas calada, local inapropriado, no est totalmente

    protegido das intempries.

    As instalaes eltricas apresentaram em alguns lugares rasgos nas paredes,

    onde teoricamente deveriam estar embutidas nos blocos sem o procedimento de quebras

    de blocos, tendo como conseqncia aumento de perdas, retrabalho, desperdcio de

    tempo.

    Observou-se no estudo realizado que ocorreu significativa diferena entre o

    custo obtido pela obra A e o indicado pelo fabricante com relao ao custo de mo de

    obra, que teve custo de 14,40R$/ m e a alvenaria 35,00R$/m enquanto que o fabricante

    indicou um custo de mo-de-obra a 13,71R$/m e a alvenaria a 30,97R$/m. Essa

    diferena pode ser explicada pelo fato do fabricante no ter considerado os custos de

    frete, e perdas, assim como a mo-de-obra tem variaes conforme a regio, oferta e

    demanda do mercado.

    9 REFERNCIAS

    Alternativas tecnolgicas para edificaes, volume 1/ PINI. _ So Paulo: Pini, 2008.

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    2009.

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    Alvenaria Estrutural no-armada. In: 5 INTENATIONAL SEMINAR ON

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    Comparativa entre 12 prdios com Estrutura em Blocos Cermicos, 3 prdios em

    Blocos de Concreto e 8 prdios com Estrutura Convencional de Concreto Armado. In: 1

    CONFERNCIA LATINO-AMERICANA DE CONSTRUO SUSTENTVEL. 10

    ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUDO. So

    Paulo. 2004.

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