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GEOGRAFIA REGIONAL DO MUNDO II Sabendo que a semi periferia seria um espaço urbano ou econômico cuja importância estaria no nível mediano, entre um centro de negócios principal e espaços quase que totalmente dependentes do seu entorno. Na hierarquia urbana semi periferia seria a cidade média, que ao mesmo tempo em que recebe serviços de uma cidade principal apresenta um mercado mais dinâmico, funcionando também como aporte para outras cidades menores. Neste processo, a cidade média pode não oferecer toda diversidade de serviços e produtos, e sua população pode não desfrutar do mesmo nível de renda das grandes cidades, mas ela funciona como espaço intermediário, onde os habitantes das pequenas cidades vão buscar serviços e produtos não encontrados em seu lugar de origem. Passando para a escala global, a periferia não necessariamente estaria afastada do centro. É só pensarmos na proximidade espacial entre china e Tigres em relação ao Japão, mas o que significa é que o nível de desenvolvimento destes países está acima daqueles classificados como agroexportadores, mas ainda não alcançaram o patamar dos países centrais, principalmente no que se refere à capacidade tecnológica, influência na política e no mercado global (se bem que a China e o Brasil vêm mudando isso) e, principalmente, não apresentam o desenvolvimento social condizente com o crescimento econômico. O principal deles é o processo histórico de muitos países a partir de seu processo de colonização. Do México para

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GEOGRAFIA REGIONAL DO MUNDO II

Sabendo que a semi periferia seria um espaço urbano ou econômico cuja importância estaria

no nível mediano, entre um centro de negócios principal e espaços quase que totalmente

dependentes do seu entorno. Na hierarquia urbana semi periferia seria a cidade média, que ao

mesmo tempo em que recebe serviços de uma cidade principal apresenta um mercado mais

dinâmico, funcionando também como aporte para outras cidades menores. Neste processo, a

cidade média pode não oferecer toda diversidade de serviços e produtos, e sua população pode

não desfrutar do mesmo nível de renda das grandes cidades, mas ela funciona como espaço

intermediário, onde os habitantes das pequenas cidades vão buscar serviços e produtos não

encontrados em seu lugar de origem.

Passando para a escala global, a periferia não necessariamente estaria afastada do centro.

É só pensarmos na proximidade espacial entre china e Tigres em relação ao Japão, mas o que

significa é que o nível de desenvolvimento destes países está acima daqueles classificados

como agroexportadores, mas ainda não alcançaram o patamar dos países centrais,

principalmente no que se refere à capacidade tecnológica, influência na política e no mercado

global (se bem que a China e o Brasil vêm mudando isso) e, principalmente, não apresentam o

desenvolvimento social condizente com o crescimento econômico.

O principal deles é o processo histórico de muitos países a partir de seu processo de

colonização. Do México para baixo (vulgarmente falando), os países hoje existentes foram,

em sua maioria, colonizados pelos países ibéricos (Portugal e Espanha) a partir do processo

conhecido como colonização de exploração. O processo de extração de recursos, a ocupação

do território, os movimentos de emancipação e, talvez, o desenrolar das suas próprias

nacionalidades, que permaneceram dependentes de economias externas cria um passado muito

comum e, para alguns, um presente também. Isso faz desta área, uma região.

Como os três países eram grandes exportadores de produtos primários (commodities), a

crise de 1929 reduziu a exportação de seus produtos forçando-os a buscar novos caminhos

para o sustento de suas economias. Graças ao capital já acumulado devido a este tipo de

comércio e a ascensão, mais ou menos na mesma época,de dirigentes voltados para a

modernização, os países deram os primeiros passos para o processo de industrialização de

seus territórios.

O tripé econômico, formado pela união entre investimentos estatais e privados (nacionais

e externos), não só representou o ingresso de capital nestes países, aumentando a

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possibilidade de instalação de infra-estrutura, como permitiu a complementaridade do parque

industrial através da criação de unidades dos vários setores (bens de capital, bens de consumo

duráveis e bens de consumo não duráveis).

Coréia do Sul, Taiwan, Hong Kong e Cingapura começaram seu processo de

industrialização aproximadamente na década de 1960, em meio à Guerra Fria, quadro

geopolítico protagonizado pela disputa entre o capitalismo estadunidense e o socialismo

soviético. Estes países receberam muitos investimentos de Estados Unidos da América e

Japão. Para estes dois países, eles funcionariam como uma espécie de vitrine capitalista em

meio aos dois gigantes socialistas existentes naquele continente: URSS e China. Era uma

forma de manter o capitalismo no extremo oriente, impedindo, ao mesmo tempo, a expansão

do socialismo naquela região.

Estes países apresentam localização estratégica para a troca de mercadorias entre a Ásia e

América, justamente por estar às margens do Oceano Pacífico. A garantia de economias

capitalistas e de países que serviram como plataforma de exportação naquele espaço

dinamizaria o comércio mundial ao mesmo tempo em que não deixaria o Japão tão vulnerável

em termos econômicos e políticos.

Estatização das formas de produção, investimento em indústria de base, instalação das

comunas populares na agricultura, obrigatoriedade da educação popular e tentativa de

desenvolvimento da área militar promoveram mais igualdade entre os chineses e promoveu o

pleno emprego através de obras de infra-estrutura e construção civil.

O seu isolamento dos demais países socialistas permitiu que a China gerasse um

crescimento autônomo, crescendo às suas próprias custas e com seu próprio modelo, assim,

quando Deng Xiaoping decidiu começar a gerar formas de abertura de mercado, a China

estava já em um processo de crescimento, diferentemente das demais repúblicas socialistas

que decidiram pela abertura de mercado porque já estavam quebradas. Na realidade, para

estas últimas não havia mais alternativa. A entrada de capital externo era a única chance de

salvar suas economias, enquanto para a China a abertura representou um maior dinamismo e

desenvolvimento de sua economia.

Mão de obra superbaixa (quase escrava) e qualificada, facilidade para implantação de fi

liais de multinacionais e de remessas de lucro para os países-sede, leis ambientais menos

rígidas, entre outros.

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A abertura de mercado e as transformações que geraram o crescimento econômico não

atingiram todo o território chinês. As áreas mais desenvolvidas estão localizadas na porção

leste. Assim, temos ao mesmo tempo a desigualdade espacial, confrontando o leste urbano,

moderno e rico, com o oeste agrícola, com a maioria de sua população pobre e sem acesso a

serviços básicos ou uma renda adequada.