3
N:\2018\2018_TD\Português\TD23_PORT (Jack).doc 1 Módulo 23 01. “Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua relação com o mundo exterior.” CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334. Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa CORRETA. (A) Os maiores expoentes do Parnasianismo, na poesia e na prosa, ocuparam-se da literatura indianista, na qual exaltavam a dignidade do nativo e a beleza superior da paisagem tropical. (B) Um exemplo de poesia parnasiana é a obra Suspiros poéticos e saudade, de Gonçalves de Magalhães, na qual o poeta anuncia a revolução literária, libertando-se dos modelos românticos, considerados ultrapassados. (C) Os parnasianos consideravam que certos princípios românticos, como a simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultava as verdadeiras qualidades da poesia. (D) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa exemplificam a tendência de uma poesia pura, indiferente às contingências históricas, com sátira à mestiçagem e elogio à nobreza local. 02. Vaso grego Esta, de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse. Alberto de Oliveira. Poesias completas. In: Crítica. Marco Aurélio de Mello Reis. Rio de Janeiro: EDUERJ, 197, p.144. A partir da leitura do soneto Vaso grego, assinale a opção correta a respeito do tratamento estético conferido aos mitos antigos pela poética parnasiana. (A) A recorrência a temas mitológicos atraía o leitor comum e amenizava os efeitos de distanciamento impostos a ele pelo rebuscamento da linguagem parnasiana. (B) Os mitos antigos são atualizados na poesia parnasiana e recebem um significado poético novo, que promove a ruptura efetiva com o passado e a tradição mítica. (C) O tratamento estético dos mitos gregos na poesia parnasiana aproxima o antigo mundo mitológico dos problemas imediatos e concretos da vida social brasileira. (D) A presença de elementos da arte e da mitologia gregas no soneto apresentado está de acordo com uma máxima do Parnasianismo: a arte pela arte. TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: Arte suprema Tal como Pigmalião, a minha ideia Visto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a; E ante os meus olhos e a vaidade fátua Surge, formosa e nua, Galateia. Mais um retoque, uns golpes... e remato-a; Digo-lhe: “Fala!”, ao ver em cada veia Sangue rubro, que a cora e aformoseia... E a estatua não falou, porque era estatua. Bem haja o verso, em cuja enorme escala Falam todas as vozes do universo, E ao qual também arte nenhuma iguala: Quer mesquinho e sem cor, quer amplo e terso, Em vão não e que eu digo ao verso: “Fala!” E ele fala-me sempre, porque e verso. (Júlio César da Silva. Arte de amar. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.) 03. O soneto Arte suprema apresenta as características comuns da poesia parnasiana. Assinale a alternativa em que as características descritas se referem ao parnasianismo. (A) Busca da objetividade, preocupação acentuada com o apuro formal, com a rima, o ritmo, a escolha dos vocábulos, a composição e a técnica do poema. (B) Tendência para a humanização do sobrenatural, com a oposição entre o homem voltado para Deus e o homem voltado para a terra. (C) Poesia caracterizada pelo escapismo, ou seja, pela fuga do mundo real para um mundo ideal caracterizado pelo sonho, pela solidão, pelas emoções pessoais. (D) Predomínio dos sentimentos sobre a razão, gosto pelas ruínas e pela atmosfera de mistério. (E) Poesia impregnada de religiosidade e que faz uso recorrente de sinestesias.

TD23 PORT Jack - editorateth.com.br · 2 04. Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e

  • Upload
    hakien

  • View
    220

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: TD23 PORT Jack - editorateth.com.br · 2 04. Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e

N:\2018\2018_TD\Português\TD23_PORT (Jack).doc

1

Módulo 23

01. “Diferentemente do Realismo e do Naturalismo, que se voltavam para o exame e para a crítica da realidade, o Parnasianismo representou na poesia um retorno ao clássico, com todos os seus ingredientes: o princípio do belo na arte, a busca do equilíbrio e da perfeição formal. Os parnasianos acreditavam que o sentido maior da arte reside nela mesma, em sua perfeição, e não na sua relação com o mundo exterior.”

CEREJA; MAGALHÃES, 1999, p. 334.

Sobre o Parnasianismo, assinale a alternativa CORRETA.

(A) Os maiores expoentes do Parnasianismo, na poesia e na prosa, ocuparam-se da literatura indianista, na qual exaltavam a dignidade do nativo e a beleza superior da paisagem tropical.

(B) Um exemplo de poesia parnasiana é a obra Suspiros poéticos e saudade, de Gonçalves de Magalhães, na qual o poeta anuncia a revolução literária, libertando-se dos modelos românticos, considerados ultrapassados.

(C) Os parnasianos consideravam que certos princípios românticos, como a simplicidade da linguagem, valorização da paisagem nacional, emprego de sintaxe e vocabulário mais brasileiros, sentimentalismo, tudo isso ocultava as verdadeiras qualidades da poesia.

(D) Tomás Antônio Gonzaga e Cláudio Manoel da Costa exemplificam a tendência de uma poesia pura, indiferente às contingências históricas, com sátira à mestiçagem e elogio à nobreza local.

02. Vaso grego

Esta, de áureos relevos, trabalhada De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que a suspendia Então e, ora repleta ora esvazada, A taça amiga aos dedos seus tinia Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas o lavor da taça admira, Toca-a, e, do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa a voz de Anacreonte fosse.

Alberto de Oliveira. Poesias completas. In: Crítica. Marco Aurélio de Mello Reis.

Rio de Janeiro: EDUERJ, 197, p.144.

A partir da leitura do soneto Vaso grego, assinale a opção correta a respeito do tratamento estético conferido aos mitos antigos pela poética parnasiana.

(A) A recorrência a temas mitológicos atraía o leitor comum e amenizava os efeitos de distanciamento impostos a ele pelo rebuscamento da linguagem parnasiana.

(B) Os mitos antigos são atualizados na poesia parnasiana e recebem um significado poético novo, que promove a ruptura efetiva com o passado e a tradição mítica.

(C) O tratamento estético dos mitos gregos na poesia parnasiana aproxima o antigo mundo mitológico dos problemas imediatos e concretos da vida social brasileira.

(D) A presença de elementos da arte e da mitologia gregas no soneto apresentado está de acordo com uma máxima do Parnasianismo: a arte pela arte.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Arte suprema

Tal como Pigmalião, a minha ideia Visto na pedra: talho-a, domo-a, bato-a; E ante os meus olhos e a vaidade fátua Surge, formosa e nua, Galateia.

Mais um retoque, uns golpes... e remato-a; Digo-lhe: “Fala!”, ao ver em cada veia Sangue rubro, que a cora e aformoseia... E a estatua não falou, porque era estatua.

Bem haja o verso, em cuja enorme escala Falam todas as vozes do universo, E ao qual também arte nenhuma iguala:

Quer mesquinho e sem cor, quer amplo e terso, Em vão não e que eu digo ao verso: “Fala!” E ele fala-me sempre, porque e verso.

(Júlio César da Silva. Arte de amar. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1961.)

03. O soneto Arte suprema apresenta as características comuns da poesia parnasiana. Assinale a alternativa em que as características descritas se referem ao parnasianismo.

(A) Busca da objetividade, preocupação acentuada com o apuro formal, com a rima, o ritmo, a escolha dos vocábulos, a composição e a técnica do poema.

(B) Tendência para a humanização do sobrenatural, com a oposição entre o homem voltado para Deus e o homem voltado para a terra.

(C) Poesia caracterizada pelo escapismo, ou seja, pela fuga do mundo real para um mundo ideal caracterizado pelo sonho, pela solidão, pelas emoções pessoais.

(D) Predomínio dos sentimentos sobre a razão, gosto pelas ruínas e pela atmosfera de mistério.

(E) Poesia impregnada de religiosidade e que faz uso recorrente de sinestesias.

Page 2: TD23 PORT Jack - editorateth.com.br · 2 04. Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e

2

04. Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e D. Adelaide.

"- Oh! Não tenho nada novo, uma composição minha. O Bilac - conhecem? - quis fazer-me uma modinha, eu não aceitei; você não entende de violão, Seu Bilac. A questão não está em escrever uns versos certos que digam coisas bonitas; o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja. (...)

- (...) vou cantar a Promessa, conhecem? - Não - disseram os dois irmãos. - Oh! Anda por aí como as "Pombas" do Raimundo."

Lima Barreto. "Triste fim de Policarpo Quaresma".

Parta do trecho lido para marcar a alternativa INCORRETA.

(A) Olavo Bilac e Raimundo Correia deram vazão à sensibilidade pessoal, evitando como compromisso único o esmero técnico e produziram uma poesia lírica amorosa e sensual (Olavo Bilac), marcada por uma certa inquietação filosófica (Raimundo Correi.

(B) Bilac (Olavo Bilac), Raimundo (Raimundo Correia) e Alberto de Oliveira formaram a "tríade parnasiana" da literatura brasileira, escrevendo uma poesia de grande qualidade técnica, que concebia a atividade poética como a habilidade no manejo do verso.

(C) O Parnasianismo, pela supervalorização da linguagem preciosa, pela busca da palavra exata, do emprego da rima rica e da métrica perfeita, foi um estilo literário de curta duração que se restringiu à elite literária do Rio de Janeiro.

(D) Assim como Ricardo, que deseja "a palavra que o violão pede", Lima Barreto acreditava que a linguagem literária clássica, formal, não era adequada para o tipo de literatura que produzia: marcada pela visão crítica, pela objetividade da denúncia, pela simplicidade comunicativa.

05. Com relação ao Parnasianismo, são feitas as seguintes afirmações.

I. Pode ser considerado um movimento anti-romântico pelo fato de retomar muitos aspectos do racionalismo clássico.

II. Apresenta características que contrastam com o esteticismo e o culto da forma.

III. Definiu-se, no Brasil, com o livro "Poesias", de Olavo Bilac, publicado em 1888.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I. (B) Apenas II. (C) Apenas I e III. (D) Apenas II e III. (E) I, II e III.

06. O Arcadismo (no século XVIII) e o Parnasianismo (em fins do século XIX) apresentam, em sua caracterização, pontos em comum. São eles:

(A) bucolismo e busca da simplicidade de expressão. (B) amor galante e temas pastoris. (C) ausência de subjetividade e presença da temática e da

mitologia greco-latina. (D) preferência pelas formas poéticas fixas, como o soneto,

e pelas rimas ricas. (E) a arte pela arte e o retorno à natureza.

07. Assinale a alternativa correta a respeito do Parnasianismo:

(A) A inspiração é mais importante que a técnica. (B) Culto da forma: rigor quanto às regras de versificação,

ao ritmo, às rimas ricas ou raras. (C) O nome do movimento vem de um poema de Raimundo

Correia. (D) Sua poesia é marcada pelo sentimentalismo. (E) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com o Barroco.

08. Na esteira da busca ..................., o Parnasianismo tende ao ................... Dessa forma, .................. a possibilidade de vínculo com a realidade.

(A) da impessoalidade / dogmatismo / estabelece (B) da perfeição formal / esteticismo / rejeita (C) da perfeição formal / ilogismo / estabelece (D) do psicologismo / ilogismo / refuta (E) da impassibilidade / descritivismo / recupera

01.

TEXTO I

A pátria

Ama, com fé e orgulho, a terra em que nasceste! Criança! não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! A Natureza, aqui, perpetuamente em festa, É um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que vida há no chão! vê que vida há nos ninhos, Que se balançam no ar, entre os ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera Fecunda e luminosa, a eterna primavera! Boa terra! Jamais negou a quem trabalha O pão que mata a fome, o teto que agasalha... Quem com o seu suor a fecunda e umedece, Vê pago o seu esforço, e é feliz, e enriquece! Criança! não verás país nenhum como este: Imita na grandeza a terra em que nasceste!

BILAC, Olavo. Disponível em: <http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/_documents/

poesias_infantis_de_olavo_bilac-1.htm#APátria>. Acesso em: 10 jul. 2015.

TEXTO II

— Tio, os conceitos de nação mudaram. O que vale agora é o internacionalismo. A multiplicidade. Aqui é um pedacinho. Você soma com os pedacinhos que temos por aí afora. Reservas no Uruguai, na Bolívia, pedação do Chile, na Venezuela. Cada savana na África, quero ser transferido para a África, triplica o soldo e a gente tem casa, comida, economiza.

— Pois é, entregamos o nosso e fomos colonizar outros territórios.

— Não é colonização, tio, é diferente. São reservas multinternacionais. O mundo se globaliza.

Page 3: TD23 PORT Jack - editorateth.com.br · 2 04. Leia o trecho seguinte, de "Triste fim de Policarpo Quaresma", que reproduz um diálogo de Ricardo Coração dos Outros com Quaresma e

3

— Talvez eu seja velho, com ideias antigas na cabeça. Mas queria meu país inteiro, não um mundo de países dentro do meu, como acontece. Eu te contei daquela viagem. Quis chegar a Manaus e nunca cheguei. Não podia ir lá, fui rodeando, tive que voltar. Foi mais difícil atravessar a Rondônia do que conseguir permissão para cruzar a Bolívia.

— Sua visão é limitada, tio. O senhor pensa em termos individuais, restringe-se a um regionalismo superado. Raciocine em termos mais amplos. Nossa economia, por exemplo, nunca esteve tão forte.

— Forte? Ninguém tem dinheiro. O país endividado. Não há mais terras para plantio. Tudo custa os olhos da cara, estamos importando tudo.

— Importamos pouca coisa.

— Pouquíssima. Sal, açúcar, minério de ferro, xisto, feijão, eletricidade, papel, plásticos. Quer a lista inteira?

— Não são importações, são acordos feitos quando das negociações com as terras.

— Como é que você não enxerga? Importamos de nós mesmos. Mandamos buscar ali em cima, onde antes era o norte do Mato Grosso, o Maranhão, o Pará.

— Lembre-se que as concessões não são eternas. Tem um prazo.

— Eu vi. O ano passado esgotou-se o prazo da concessão para a Bélgica. E eles devolveram os trechos que mantinham em Goiás? Não, o Esquema comprou. Comprou uma coisa que seria dele, de graça, este ano.

— Foi diferente. Tinha melhorias, projetos industriais, edifícios, plantações, laboratórios.

— Ruínas, tudo ruínas. BRANDÃO, Ignácio de Loyola.

Não verás país nenhum (memorial descritivo). Rio de Janeiro: Editora Codecri, 1981, pp.73-4.

a) A partir da leitura comparativa dos Textos 1 e 2, determine os distintos sentidos de nação e/ou pátria que aparecem em ambos.

b) Olavo Bilac é tradicionalmente considerado um dos mais importantes representantes do Parnasianismo. Apesar disso, pode-se constatar que o poema “A pátria” não segue rigidamente os pressupostos da estética parnasiana. Comente, com suas próprias palavras, tal afirmação.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

TERCETOS Olavo Bilac.

Noite ainda, quando ela me pedia Entre dois beijos que me fosse embora, Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:

"Espera ao menos que desponte a aurora! Tua alcova é cheirosa como um ninho... E olha que escuridão há lá fora!

Como queres que eu vá, triste e sozinho, Casando a treva e o frio de meu peito! Ao frio e à treva que há pelo caminho?!

Ouves? é o vento! é um temporal desfeito! Não me arrojes à chuva e à tempestade! Não me exiles do vale do teu leito! Morrerei de aflição e de saudade... Espera! até que o dia resplandeça, Aquece-me com a tua mocidade! Sobre o teu colo deixa-me a cabeça Repousar, como há pouco repousava... Espera um pouco! deixa que amanheça!" - E ela abria-me os braços. E eu ficava.

(In: Bilac, Olavo. ALMA INQUIETA, POESIAS. 13ª ed. São Paulo:

Livr. Francisco Alves, 1928, pp. 171-72)

ELA DISSE-ME ASSIM

Lupicínio Rodrigues.

Ela disse-me assim Tenha pena de mim, vá embora! Vais me prejudicar Ele pode chegar, está na hora! E eu não tinha motivo nenhum Para me recusar, Mas aos beijos caí em seus braços E pedi pra ficar. Sabe o que se passou Ele nos encontrou, e agora? Ela sofre somente porque Foi fazer o que eu quis. E o remorso está me torturando Por ter feito a loucura que fiz. Por um simples prazer, fui fazer Meu amor infeliz.

(Samba-canção gravado por José Bispo dos Santos, o Jamelão. Continental, 1959.)

02. Embora seja considerado um dos mais típicos representantes do Parnasianismo brasileiro, cuja estética defendeu explicitamente no célebre poema "Profissão de Fé", Olavo Bilac revela em boa parcela de seus poemas alguns ingredientes que o afastam da rigidez característica da escola parnasiana e o aproximam da romântica. Partindo desta consideração:

a) Identifique duas características formais do poema de Bilac que sejam tipicamente parnasianas.

b) Aponte um aspecto do mesmo poema que o aproxima da estética romântica.