Upload
binmarder
View
70
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 1/33
1I
IV
V
VI I
M i n i s t e r i o des Neqcctos
eC A M O E S
x
XI
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 2/33
Imagens da Hrs to ria da Lingua
Min i sf f i, r l: l 0 0 ; ; N< J gOc io s
Es t r a n q e ire s
It--.JSTITLJT<::)
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 3/33
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 4/33
Como se chama esta lingua,
que nasceu no recanto onde surgiriam depois
a Galiza e 0 condado portucalense,
que foi levada pelos reconquistadores
para as terras dos arabes
e que foi levada pelos navegadorespara todos os cantos do mundo,
onde se tornou lingua oficial de estados
(Brasil, Mocambique, Angola, ...),
lingua materna de milhocs de pessoas
e lingua segunda de muitos milhoes mais ?
- 0 seu nome vem de Portugal.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 5/33
qemB[O'~,h mgua
Vasco Cabral, Gidne-Bissau
AcoresMade i ra
floresta pariu de novo
o cimento uma alma nova
sinfonia da patchanga
e urn cantico de liberdade!
' . C ab o V e rd e.
Guine-Bissa~ e
E
s tu minha llba e minha Africa forte e
desdenbosa dos que te falam a volta.
Francisco Jose Tenreiro, Sa o Tome c Principe
.1 \ s luzes da cidade brilham no morro.
LUinda hi pouco vinha do morro urn
baticum de candornbles e macumbas. Porern
agora a cidade esta longe e 0 brilho das estre-
las esta muito mais perto deles que as larnpa-
das electricas,
NhaChica, conte-rne
aquela hist6ria
de meus irmaos
hoje perdidos
no mundo grande ...Aotooio Nones, C a bo V e rd e E
ra 0 tempo dos catetes no capirn e das
fogueiras no cacimbo. Das celestes e viti-
vas em gaiolas de bordao a porta de casas de
»au -a-pigue. As buganvilias flariam e havia
no ceu urn-azul tao arrogante que nao se
podia olhar . Era 0 tempo da paz e do silencio
it sornbra de mulembas.
Jorge Amado, Brasil
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 6/33
Aterra treme, a areia salta, 0 suor escorre,
as peles brilham e a voz do chigubo soa.
Sao dois e 0 sangue it volta e 0do chigubo. Os
pes batem e 0 ritmo e bangue, 0 sangue esque-
ce e s6 a danca fica, e sura e ceu. Tata-l'viailau
E 0 pico-avo da minha ilha.
o po r t uque s ,ling u a o fic ia t n o m u ndo
O
portuques e falado, como
lingua oficial, par habitantesde quatro continentes .
. . .
Amedida que as navalhas avanyavam, asvinhas iam perdendo a gra~;l,a forca e a
virgindade. E com esta desolacao morria tam-
bernum pouco da alegriadosvindimadores, que
chegavam da Montanha sern sono, a cantar e
a dancar, e que agora dormiam como lajes.
: rv ii g ud Tb rg a l Portugal
J orge AMADO,fubiabd. Lisbo-, Livros do Brasi l, s .d.
J os e C RA VE IR lN H A, " Ch ig u bo ", Hamina e outros
Con t o; . Lisboa, Caminho, 1997 (2' cd.), pp . 33-37.
Manuel FERREIRA, 50 Poems AfricanoI. Lisboa,
Platano Editora, 1997 (2' ed.) .
F er na nd o S YL VA N , A VozFagueira de Dan Timor.
Lisboa, Edicoes Colibri, 1993.
MigLLelTORGA, Vindimo. Coimbra, 1997 (6' ed.),
Luandino VIEIRA, "0 nascer do sol" , A Cidade e a
Infancia. Lisboa, Edicoes 70-Uniaa dos Escritores
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 7/33
6JCmJjo,a&£ lhil#'¥J < i . . . m g u a Mapa dos crioulos de
base portugueseE·: n ilhas e em faixas cost,:iras de
Africa, da America e da Asia
sobreviveram ate hoje linguas
crioulas formadas a partir da
lingua portuguesa.
Criou lo sA lta G u in e
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 8/33
Venda d e E s pe ci ar ia s
M erca do de A njuna - Ba rde z
j oio : S us an a S ar do
OS crioulos sao linguas naturais, de for-
macae rapida, criadas pela necessidade
de expressao e comunicacao plena entre indi-
viduos inseridos em comunidades multilin-
gues relativamente estaveis.
Chamarn-se de base portuguesa os crioulos
eujo lexico e, na sua maioria, de origem por-
tuguesa. No entanto, do ponto de vista gra-
matical, os crioulos sao linguas diferenciadas
e aut6nomas. Os crioulos de base portuguesa
sao habitualmente classificados de acordo
com urn criterio de ordem predorninante-
mente geogratica embora, em muitos cases,
exista tambern uma correlacao entre a Iocali-
zacao geografica e 0 tipo de linguas de subs-trato em presens:a no momenta da formacao.
Em Africa formaram-se os Crioulos da
Alta Guine (em Cabo Verde, Ouine-Bissau
e Casarnansa) e os do Colfo da Guine (em
S. Tome, Principe e Ano Born).
Classificam -se como Indo-portugueses os
crioulos da India (de Diu, Darnao, Bombaim,
Korlai, Quilorn, Cananor, Tellicherry,
Cochim e Vaipim e da Costa de Coromandel
e de Bengala) e os crioulos do Sri-Lanka,
antigo Ceilao (Trincomalee e Batticaloa,
Mannar e zona de Puttallam).
Na Asia surgiram ainda crioulos de base
portuguesa na Malasia (Malaca, Kuala
Lumpur e Singapura) e em algumas ilhas da
Indonesia (java, Flores, Ternate, Amborn,
Macassar e Timor) conhecidos sob a designa-y:lO de Malaio-portugueses.
Os crioulos Sino-portugueses sao os de
Macau e Hong-Kong.
Na America encontramos ainda urn criou-
1 0 que se podera considerar de base iberica, ja
que 0 portugues partilha com 0 castelhano a
origem de uma grande parte do lcxico (0
Papiamento de Curacau, Aruba e Bonaire, nas
Antilhas) e urn outro crioulo no Suriname, 0
Saramacano, que, sendo de base inglesa,
manifesta no seu lexico uma forte influencia
portuguesa.
D u lc e P er ei ra
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 9/33
~'Z!!ldf)
oo
•oo
A .rvo re g en ea L6g ic a dalin gu a po rtu g ue se
Como muitas outras linguas da
Europa, 0 portuques resultou
da axpansao e da fraqmentacao dalingua falada no Imperio Romano:
o latim vulgar ... " ; ; -
S-be-se ja hi" varios seculos que quando as
lingua~ - t e l ' l Y - grandes parecem;:as entre si
devemos agrupa'las em "familias", co'nside--
rando. que se destacaram progressivamente-
por aifere;ci.a~aa de uma fonte comum, -
Robert A. Hall Jr.
LEGENDA
V a ri ed ad es d o la tim
L in gu as m e die va is d e a sc en ds nc ia la tin a
;"
. C Ibe ro -R om a nc e )- --
I•
U ng ua s a ctu ais d e a sc en de nc ia la tin a
E m pr es t\m o s a l in g ua s n a o'r o_ m an ka s
U n gu a s r O ll) an ic as h oj e e xti nta s
( Ibe ro -Rom ance \.
~d ion~
Roman c e
Ga lego-Por tugue s
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 10/33
Ibe ro -Rornance
Set en t r ional
Gal e -Romance
Merid iana l
Galo-Romance
Sc t en t r ional
Robert A. HALL,]r., External History o f LanguageChance. Nova Iorque-Londres-Amesterdao, American
Elsevier Publishing Company, Inc., 1974
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 11/33
®JemPcf) , . - iW l i i i Ii i i idu mgua
ca.mpo canto
costa durmoterra vendo
campo canto
costa durmoterra vendo
A fa m ilia ro m an ic a dal in gu a po rtu qu e sa
" s linguas romanicas aproximam-
L'Le e, ao mesma tempo, distan-
ciam-se entre si tanto ao nivel dos
seus sons (fonetica e fonologia),
como ao da estrutura das suas pala-
vras (morfologia), das frases (sinta-
xe) e dos significados associados ao
lexico (semantica),
l_ : ~ " D O R M I O. 'l~~~_~\VL~DO
cumpo canto
costa donne
terra vcndo
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 12/33
Agenese dos dominies lingutsticos rorna-
nicos e 0 resultado de urn processo longo
e complexo. Em certo sentido foi preparada
pela diversidade dos substratos etnicos (povos
ibericos, bloco gala-alpino, povos italicos,
substrato mediterranico, etruscos, etc.). A
essa diversidade juntaram-se depois as dife-
ren~as sociais daqueles que comunicaram 0
latim is populacoes aut6ctones; em algumas
provincias, pertenciam a meios socials infe-
riores e, noutras, jii. pertenciam a meios mais
cultivados. Por outro lado, ao longo dos cinco
seculos de historic comum que os principais
paises romanicos viveram, foram-se desen-
volvendo, em cada urn deles, inovacoes pro-
prias. A desagrega~iio assirn esbocada precipi-
tou-se a partir do seculo III, e sobretudo a
partir do V, data das Grandes Invasoes. A
actuacao dos invasores germanicos consistc,
em parte, em interromper violentamente as
comunicacces entre as diferentes regioes da
Romania; nesta pcrspectiva, funciona. como
urn fen6meno externo, puramente territorial:
separacao do romance balcanico, cisao em
dois do bloco galo-alpino a partir do norte.
Ao cabo de tres seculos de fermentacao con-
secutivos as Grandes Invasoes, as dominios
linguisticos romanicos ja tinham adquirido,
quanto ao esscncial, conrornos relativamente
estaveis,
Walther vonWartburg
Ana Maria MARTINS, e lf /i eo s n a H is to ri a d o
POdugues. Lisbon. Faculdade de Letras do
Universidade de Lisboa, 1994, p. 368.
Michael METZELTIN, "Lc linguerornanzc",Emanuele BANFI (DIg.) , Laformarione deffEurapa
i in gu iS li ca . L c l in gu e d 'E ur op a Ira ta fine d el le la fined el II millennia. Florenca, La Nueva I tal ia, 1993, pp.41-90.
Wilhelm MEYER-LOBKE, Romaniscbes
E t ymo l og is ch e s W i ir tc rB u ch . Heidelberg, Carl Winter
Universirarsverlag, 1935.
Walther vonWARTBURG, La.fragmentation linguis-
tique de fa Romania. Paris, Librairie C. Klinck5ieck,
1967, pp.137, 140.
- Cit e ceasul?-Eora trei,
, Couseivacao da posicao pos-verbal do pronorne pessoal atono
, Conservacao da possibilidade de elisao do complernento directo
• Perda da posicao pes-verbal do pronome pessoal arono• Perda da possibilidade de clisao do complemento directo
- S1, se 1 0 di.
- Lui as-tu donne le
l ivre?- Oui, je Ie lui ai
donne.
! - lea; dat caietul?- D~, I I-am dat.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 13/33
H is td ria d as pa la vra s
po r t u gu e s a s
Ovocabulario do portuques
enriqueceu 0 seu fundo latino
com emprestimos pedidos a linguas
tanto proximas como distantes.
Formas For rnas
faladas-~o ~ulares cuttas-titererias(fun 0 atino) (latim medieval,liumanista ecientifico-erudito)
adro atrio
agosto augusta
atrever auibuir
cadeira catedra
caldo ctiiido
cepo cipo
cheio plena
cooihar coagular
colheito colecta
eomprar comparar
c6nego canonico
delgado aelicado
eire area
entrudo entr6ito
falar fabular
[eito facto
fozfauce
ladino latina
lealdade legalidade
lembrar memotot
limpo limpido
linda legitimo
lagro lucre
olho 6culo
orelho auricula
pace pauicio
redondo rotunda
sanha insonia
5 1 2 sede
selo sigilo
solda s6lfda
Olexico de uma lingua de civilizacao
como a lingua portuguesa e [ ... J extre-
mamente complexo na sua compos i c a o , pois
resulra de urn trabalho multissecular de elabo-
racao e de seleccao, cujos principios se situam
bastante para alem da epoca em que 0 portu-
gues se rnanifesta como instrumento literarionos primeiros documentos escritos [... J .
Como sucede com 0 lexico das demais linguas
de cultura, nunca sera possivel reconstituir
todas as fases por ele percorridas e destrincar
a contribuicao das muitas gerac;:6es que nele
colaboraram ate se constiruir 0magno edificio
que hoje se nos depara nos grandes diciona-
rios modernos. [ ... J Entre as formas faladas-
populates e as cultas-literarlas observa-se
uma permuta continua e fertilizadora, em
ambos os sentidos. Ao caudal vocabular do
primitivo patrim6nio afluiu, em ondas suces-
sivas, uma infinidade de elementos estran-geiros, eurepeus e extra-europeus, entran-
do em linha de conta praticamente todas as
linguas com que os Partugueses, no decorrer
da sua historia, estiveram, directa ou indirec-
tarnenre, em contacto.
Joseph-Maria Piel
E lemen tos E lem e a to H em e n to f : ! emen t o s Elementos E lementos
pre·latin05 germanico arab" frsnceses e afrkanos, italianos,
barranca Vis igo t i smos a c o t e i oprevencats asiaticos e e spa f1 ho is e
ame r i c a nos outrosbezerro aleive aiucar arautobruxa arrear ofucena batalha Afr i c anos Ita l ianos
cabana banda afaagar bilhete ananosag~~J '~aOma escan,ao a acrau blusa bctuque
carrasco esoeto olotve bo~e inhame bancochaparro espio albujeira co's saba g ~ ~ g 1 r ~ap a esporo alcacer chapi!u etc.
maio lav erea alca,ova eharamelo calfaOmorro tuvo alcaide cobarde Asiattcos contraltomouta m ejengra alcatijo colete andor escopetasarna roea a i c a t i o o comboio bengala fachadaseara ufano alcatraz coragem bfombo fiascotojo olcool croquete cho in/gntaria
varzea Ga l i c i smos a ide fa dama ch6vena operaveiga fe uda is d e alecrim duque chita pwnoetc. o r ig em frandca
Ire
file.te leque pitoresco
bastir eres J ,re1 fe pagode sonetoe lmo a nete cas~e xu,le etc.estala
a rreeao/:;Ia
a etc.guerra a 9 ravia Espanho i sguardar alrcarismo rgr.al Amer i c anos auoso
a f fu ida r bata bandarilhauarneeeraPnube li;g~:~mjardim caeou boinaa mece mensagem mandioca cabecilhaco almocreve
soia mange tabaco castelhanotregua almude oboe tapioca caudilhovenda
alqueire palatem etc. cavclheiro
etc. ana/il pa e t6 chistearraial o r o e z a [oina
arrobo pure ganadariaarroz refrao guerrilhaatalaia restaurante etiiondo
ate ru a Ihanoaium segrel mantilhaauge tomeio moroilaazelte trem moreno
azenha trovador muletoazul trovar tetiinia
cha[ariz verqe! tyoloe7;a vwgem trecho
tv ana vilanagem etc.!cavali etc.aranja In%le s e slezfna ifemotfim clubeoxald
futebo!robeco lancherecfe pudimres etc.
tobejetapete HoLande s e szagal amarrarz a t c o bacalhauetc. bombordo
etc.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 14/33
Frequenternente aconteceu que urn voca-
bulo, introduzido por qualquer letrado
na acepcao ou nas acepcoes que tivera nos
autores classicos latinos, ja existia no nucleo
primitivo herdado, transforrnado organice-
mente quanto it forma e tambern quanto ao
sentido. Urn tipo latino ficava desse mododesdobrado em dois - diferenciado ou dis-
sirnilado,
Os Latinos possuiam 0 adjectivo planus
(acompanhado naturalmente do adverbio
plane, da 10cu<;:10adverbial de plano [ ... J e do
adjectivo substantivado planum equivalente de
planicie). Planum e planus - com a acep<;ao
material de lisa, iguiJl, espatmado e a figurada
de claro, manifesto, eoidente, certo, vivern no
portugues chao; de duas silabas cha-o na epoca
arcaica, que possuia tambem 0 adverbio de
pram, perdido posteriormente. Depois planus
foi importado de Castela, na forma lhano coma significas:ao de afaue), De Roma tornou a vir
na forma erudita, inalterada - plano, na acep-
<;ao deprojecto eplanta, - tirada do
Dicionario.
Finalmente entrou pela quarta ou quinta
vez - importado da Italia na forma piano (e
pianissimo) como adjectivo musical, signifi-
cando com r=« fo rra , d ev aga r, d e leoe , e como
nome de instrumen to de musica, com teclas e
cordas.
Carolina Michaelis de Vasconcelos
Joseph Maria PIEL, "Origens e estruturacao historica
do texico pormgugs" 1Estudos de Linguis f1:ca Historica
Galego~Portugu.e5a. Lisbon, IN-CM, 1989, pp 55-60.
Carolina Michae.is de VASCONCELOS, L ic oc s d e
Pi/alogia Portugui' Jac Lisboa, Revista de Portugal,
1946.
Pedro Calapez. 1997
P in tu ra de um con ju nto de
24+24 inclufda n a e x po si ca o
Campo de Sombras
n a F un da ca o P ila r iJoan Mira
e m M a io rc a,
a lk yd s ob re m a de ir a,
39x52x4cm
C ole cca o pa r t icular
J o to : Ma nue l D e lg ado
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 15/33
os mais antiqos textosescritos em portugues
De principios do seculo XIII
eram ja conhecidos dois textos
originais escritos em portuques ~ a
Noticia de Torto e 0 Testamento de
Afonso II . Recentemente foi desco-
berto urn outro documento original,
tambem escrito em portuques, mas
de 1175 ~ a Noticia de Fiadores.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 16/33
1175
Noncia de fiadores discriminando dfvidas de
Pelagio Romeu.
tinha 1
Noticia fecit pelagia romeu de fiadores Stephana
pelaiz, XXI sol idos lee ton. xx'. soldos pelai garcia
xx'. soldos, Gudisaluo Mtener.ldici.vx'. soldos
linha 2
Egeas anr iquici . xxxt" . soldos, petro colaco. x. soldos.
Gudisaluo anriquici, xxxxta s(o)ld(o)s Egeas Monifci.
xx". soldosil-Ihofalne suarici.xxx, ra soldos
Iinha 3
M(enen)do garcia. xxti soldos, petro suarici. xxti
soldos ER(a) Ma.CCaa xijjtia Istos fiadores atan, v;
annes que separtia de isto male q(ue) l i avem
LEGENDA
[ 1 significa conjectura do editor
( ) significa desenvolvimenro de abreviatura
IAN/Tt Mosteiro de Sao Cristovao de Ri o Tinto m aco 2 ,
documento 10; 120x327mm '
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 17/33
1214 Junho 27Testamento de D. Monso II.
Existem dois exemplares deste tes tamento, a e op ia
qu e fa i e nu ia da a o arcebispo de Braga e aque la que
foi emnada ao arcebispo de Santiago.
linha 1
En' 0 nome de Deus. Eu rei don Afonso pel. graciade Deus rei de Portugal, seendo sano e saluo,
ternete 0 dia de mia rnorte, a saude de mia alm a e
a proe de mia rnolier rain a dona
Orraca e de meius) filios e de metus) uassalos e de
todo meu reino fiz mia mad. pler] qtue) de
l inha 2
pos rnia morte rn ia molier e melus) filios e meu
reino e metus) uassalos e todas aq(ue)las
cousas q(ue) Defus) mi deu en poder sten en paz e
en folgacia. P(ri)meiram(enlte mado q(ue) meu
filio infante don Sancho q(ue) ei da raina dona
Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz.
E ssi este for
l inha 3
rnorto sen semrnel, a maier filio q(ue) ouuer da
raina dona Orraca agia 0 reino entegram(en)te e en
paz. E ssi f , U O barD no ouuermos, a maior filiaq(ue) ouuuennos agia'o ... IANJTT. Mitra de Braga, caixa 1, documento 48; 240x495mm
\I
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 18/33
\1
~
IA N/TT, M oste ira do V aira a, rna co 2,
dacumento 40; 315x170mm
1211-1216, c.1214(?)Naticia de Torto - Noticia das malfeitarias de
que fai injustamenre vitima Lourenco Fernandes
da Cunha.
L i n h a 1
D]«] noticia d(e) torte que fecertu) a laurecitus)
fernadiz par plaza qve fee(e) goc.uo
L i n h a 2
ramiriz ant re suos fi lios e loureco fermadiz q(ua)lc
podedes saber: e oue au{e)r d(e ) e -djade]
l i n h a 3
cd au (e)r tato q(uo)mc uno d(e) suos f11i05 d
aq(ua)to podese au(e)r de bona d(e) seuo pater; e
fi o Jj os seu
L i n h a 4
pater e sua mater. E d(e)pois fecertti) plazo nouo c
c o u e uos a saber q(ua)le: in ille seem
Ivo CASTRO, Cursu de hisro ria da Lingua portugue-
sa, Lisbon, Universidade Aberta, 1991, pp.192-240.
Avel ine de Jesus da COSTA, "Os ruai s antigo, docu-
mentes escriros em portugues, Rcvisao d e u r n p r o bl e-
ma historico-lingufstico", Escudos d e C r 0 1w l og ia ,
Diplomatiea , Pal e ogr af i a e I- l is tdr ico-Lingu{sticoJ. Porto,
Sociedade Portugucsa de Esrudos Medievnis 1992,
1 ' 1 " 167-256.
Ana Maria MARTINS, "Ainda -os mais amigo, tex-tos escritos em portugues>/' , Isabel I-Iu b E l\ RJA
(org.), Lind le y C intra . H om enav em ao H om em . (10
M e stre e a o C id ad ao . Lisboa, Edicoes Cosmos -
Faculdade de Let ras da Universidade de Lisboa , 1999,
1 ' 1 " 491-534.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 19/33
o Pai Nosso au Ionqodos seculos
Em latim, em portuques antigo e
em portuques contemporaneo,
o texto do Pai Nosso demonstra bern
a mudanca que uma lingua sofre
com 0 passar do tempo.
Pate r :.J X!!ste r LatimPater noster qui es in czelis
santifieetur nomen tuum
adveniat regnum tuum
fiat voluntas tua
sicut in crelo et in terra
panem nostrum supersubstantialem da nobis
hodie
et dimitte nobis debita nostra
sieut et nos dimittimus debitoribus nostris
et ne nos inducas in tentationem
sed lib era nos a malo
Bi b li a Vu l ga t aLa ti na, IVlt. 6, 9-15
Desconheddo
Torre do Tom bo , LF. 204
f ot o: J o se A nt on io S ilv a
Pad re :.J X !! sso T ra du ca c d o s ec ulo xvPadre nosso 0 qual es em 0 ceeo
o teu nome seja exalcaco e glorioso sobre
to dallas cousas
que ajamos parte em 0 teu regno
seja comprida a tua voorade
em a terra como he em os ceeos
outorganos oge 0 pam (lue a nos he proveyto-
so em cada huu dia
perdoanos os males que fezemos
como nos perdoamos aos que nos errarom
que nom sejamos per tenptacom vencidos
nern mudados
livranos do mal
Infant e D. Pedro e Fr. jcao VERBA ( tr ad. ),
Lioro da Virtuoso Benft i t l )ria, edicdc de Adeline de Almeida
Calado. Coimbra , 1994, pp. 210-211.
Pai :.J X !! SSOTradufiiodo siculoXXPai nosso que estais no ceu
santificado seja 0 Vosso nome
venha a nos 0 Vosso reino
seja feita a Vossa vontade
assim na terra como no ceu
o pao nosso de cada dia nos dai hoje
perdoai -nos as nossas ofens as
assim como nos perdoamos a quem nos tern
ofen dido
e nao nos deixeis cair em tentacao
mas livrai-nos do mal
j 1d i~ m l R om an o, O rd in dr io d a M t 's $t 1. Lisboa,
Comi ssao Epi scopal de L it urg ia, [19691 P ' 115
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 20/33
As le is a o Longodos seculos
As leis sobre difarnacao desde 0
seculo XIVate aos nossos dias.
L ou rd es C a str o
Sorrbra projectada de Rene Bertholo, 1965
Pintura sobre Plexiglass
71x116x4,Scm
CAMJAP Fun d ac a o Ca lo us te Gulbenkian
j ot o: R e in al d o V i eg as
S ecu lo X IVTitulo III dos deostos e das desonrras
Todo orne que meter autro a cabeca ena
lama ou eno ludo ou 0 rosto peyte .C. soldos,
os meos a al rey e os rneos ao quereloso. E se
Ihy no for prouado saluesse como mad a a lee.
Qpal quer que [deostarJ outro ou Ihy disserfalso ou trehedor [ ... J ou cornudo ou erege
[ . .. J , desdigao ante 0 alcayde e ant'os omees
boos ao prazo que Ihy poser 0alcayde e peyte
.CCC. soldos, a meyadade a al rey e a meya-
dade ao quereloso, e se negar ca nona disse e
non ho podere prouar, saluesse como mada a
lee. E se sse saluar no quiser faca a enmenda e
peyte a coomha. E que disser outros deostos
desguisados uenha ante 0 alcayde e anteomees boos e diga ca. lhy mentio de tudo
quanto disse. E se orne doutra ley se tornar
crischaao e algue 0 chamar tornadico, peyte
.X. marauidis a al rey e X. marauidis ao que-
reloso. E se no ouuer unde os peytar caya
naquelha pea que manda a ley.
.MonsoXAfonso X, ForoReal, Jose de Azevedo Ferreira (ed.), vol.I,
I rv . IV , tit. I II. L is bo a, IN IC , 1987, p. 26 5
S ecu lo X VII e dic iio do sec. XIXDas Cartas diffamatorias
Por quanto alguns scriptos de trovas e
outras carras de maldizer se lancao em alguns
lugares, para se darem ou dizerem aquelles, de
que desejao diffamar, mandamos, que se
algum tal scrip to achar aberto, e 0 ler, quelogo 0 rompa de tal maneira, que se nao possa
ler, sem mais fallar, nem publicar 0 que se
nelle achou.
E publicando-o, ou mostrando-o, ou fallan-
do nisso com alguma pessoa, mandamos, que
haja a pena, que haveria 0 que fez.
1. E se 0 tal scripto, ou carta, que assi achar,
for cerrada, e nao tiver sobscripto, a abra, e se
vir que he de rnaldizer, logo a rompa. [ ... ]2. E 0 que fez tal scripto, ou carta, ou trovas
de maldizer, mandamas, que haja maior pena
da que merecia, se publicamente e em presen~a
daquelle, que doesta, ou diffama, 0 dissesse,
havendo-se respeito a qualidade das palavras e
diffamacao, e das pessoas, contra quem os taes
scriptos, ou trovas sao feitas, 0 que queremos,
que seja gravemente castigado.
Ordenacoe« FilipinasO r d e na io e s e lei s do reino de PO'-fugal recopiladas pe r mandado
d o m u i to a lt oc a th o it co &p o de r os o r e i d om P h il ip p e 0 p ri o, ! iv .
y. tit. LXXXIV Lisboa, Pedro Crasbeeck, 1603. Rcedicao:
Co di go p hi li pp in o [ . .. ]. Rio dejaneiro, Typographia do
Instituto Philornarico, 1870 (14' ed.). Reirnprcssao:
"Ordenaioes F i t ipinw/ ' L is bc a, F uo da ca o C al ou ste
Culbenkian, 1985, PI' 1232-1233.
Seculo X X
An° 1800 - Difarnacao
1.Quem, dirigindo-se a terceiro, imputar a
outra pessoa, mesmo sob a forma de suspeita,
urn facto, ou formular sobre ela um juizo,
ofensivos da sua honra ou consideracao, ou
reproduzir uma tal imputacao ou juizo, epunido com pena de prisao ate 6 mcses ou
com pena de multa ate 240 dias. [ ... J
Art" 1810 - Injuria
1. Quem injuriar outra pessoa, imputando-
lhe faetos, mesmo sob a forma de suspeira, ou
diriginda-lhe palavras, ofensivos da sua honra
au consideracao, e punido com pena de prisao
ate 3 meses ou com pena de multa ate 120
dias. [ ... JArt" 1820 - Equiparacao
A difamacao e it injuria verbais sao equipa-
radas as feitas por escrito, gestos, imagens ou
qualquer outro meio de expressao,
Art" 1830
[ . . . J 2. Se 0 crime for cometido atraves de
meio de comunicacao social, 0 agente e puni-
do com pena de prisao ate 2 anos ou com pena
de multa nao inferior a 120 dias.
Codigo PenalCod igo Penal . Aprovado pelo Decreta- Lei nv 48195, de 15
deMarco e actualizado pel . Lei no65/98, de 2 de
Serembro , arts. 180-183.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 21/33
C n:m o lo gia d a l i nguaportuquesa
Joaquim Bravo
Arrepio ou a escolha do rritico, 1989
a cr- lic o s co re te la90xl05em
C AM JA P Fu nda ,a o Ia lo uste G u lbe okia n
f ot o: M a n'o d e O li ve ir a
Elenco dos principais fen6menos
de mudanca ocorridos na
qramatica do portugues europeudesde os tempos medievais.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 22/33
METAFONIA POR lui E Ia!
FINAlS (INICIO DA IDADE
MEDIA)
ovo=] J]vos, elev]e]la
UNIFORMIZA<;Ao DAS
TERMINA<;6ES NASAlS
(sECS. XIII-XV)
Palatalizacao
dos gruposconsonanticos latinos
/pl, kl, f1 !
pa01>pao, corayo01>corayao
SIMPLIFICA<;AoDASAFRICADAS
PRE-DORSO- DENTAIS
(sECS. XIII-XVI)
gra[ ts ]a>graya, fa[dzjer> fazer
plumbuclave
flama
[tsjumbo
[ts] ave[tsjama
ELEVA<;Ao DO VOCALISMO
ATONO FINAL (SECS. XIII-XVI)
outre0]»outr] u], outr]a] >outr[a];
e s s] e ] » e ss ji ] >ess[i]
Secu lo s VIII- IX ;-~--- -
EVOLU<;Ao DAS SEQUENCIAS
VOCAuCAS EMVARIos SENTIDOS
(SECS. XIV-XV)
area-areia, vio-vinho,
iia-uma, 500>50
(
i Enfraquecimento e
i queda da consoanteI liquid a I I I e da nasal I nl
I entre vogaisI
\___
ELEVA<;AODO VOCALISMO
ATONO PRETONICO (SEC. XVII)
reo]gar>r[ u]gar, flaJlar>fl aJlar,
ch[e]gar> ch[i]gar
SIMPLIFICA<;Ao DA AFRICADA
PALATAL SURDA (SEC. XVII)
[tsjarnar- [s]a01ar
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 23/33
DUPLA NEGA<;Ao PASSA DE
OBRIGATORIA A FACULTATIVA
(SEC. XIV) E DEPOIS
TORNA-SE RARA (SEC. XVI)
· Que nehuiiu no scapou (sec.XlV)
CONSTRUC;OES PASSIVASCOM se
DAo ORIGEM A CONSTRU<;OES
~PESSOAIS(SEC.XVI)
· comoJosep se conheceu pelos
irmaaos (sec. XIV)
· exporta-se frutas (sec. xx) ~
exportam-se frutas (sec. xx)
INTERPOLAC;Ao DE
CONSTITUINTES FAASICOS
ENTRE 0 PRONOME PROCLITICO
EO VERBO TORNA-SE
AGRAMATICAL (SEC. XVII)
· Se me Deus enton a morte non
deu (sec.XIII) i: - se Deus entao a
morte nao me deu (sec. xx)
PH.OCLISE DA LUGAR A ENCLISE
NA MAJOR PARTE DAS ORA<;OES
NAo SUBORDINADAS (sEC. XVII)
· E a donzella lhe disse entom que
achara urn mouro doente (sec. XIII)
i: - e a donzela disse-lhe entao que
achara urn mouro doente (sec. xx)
Existencia
de infinitivo flexionado
em oracoessubordinantes
imperativas
Se a lexare
Itregare ille d(e) octtr)a
que Iiplaza
N otfcia de T orto
Ocorrencia do
infinitivo flexionado
apenas em algumas
oracoes subordinadas
Non dizes illestosenon pera non
fazeres 0que te
homenroga
D id lag o5 d e S. Gregorio
Desaparecimento
do infinitivo flexionadoem oracoes
subordinantes
imperativas
"Se quiserem vender,
dizerem-me *Se quiserern vender,
digam-me
Generalizas:aodo infinitivo flexionado
em certas oracoes
subordinadas
Vi-es prenderemo ladrao ~
Vi eles prenderemo ladrao
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 24/33
Manuel Said ALL Gramdtica Histdrica da Lingua
Portuguesa. Sa o Paulo, Melhoramentos, 1931.
Kurt BALDINGER, L a form a,io t} d e las dominies l in-
g Ui st ic o, e n l a P e ni ns ul a I be ri ca , trad. esp. de E. Lledo e
Monserra t Macau. Madrid, Credos, 1972 (2' edicao).Esperanca CARDEIRA,A L ingua Po rt ue u esa na
P rim eim _M e ta de d o SiCIlio X v. Ele me ntos para um a
caracterizatdo doportuguis nu!dio.
Lisboa, Faculdade de 'Letras de Lisboa, 1999.
Ana Maria MARTINS, eN ti co s na H i st or ia do
Portuguis. Lisboa, Faeuldade de Letras da
Universidade de Lisboa, 1994
Id. , "On the Orig in of the Portuguese Inflected
Infinitive: A New Perspective Onan Enduring
Debate", XJVth International Congress of Historical
Linguist ics, Vancouver, Agosto de 1999. (Aetas no
prelo).I d. , " P ol ar ity I t er ns i n Romance> a Diachronic V i ew " ~
Going Romance: 11th Conference On Romance
L a n g u ag e s . G r o n i ge n , Dezembro d e 1 99 7. (Aetas no
pre lo ) .
Rosa Virginia Mat tos e SILVA, a Port u gu e s . d rm i c o.
Morfl logia e Sintaxe. Sa o Pactio, Contexte, 1994.
Paul TEYSSIER, Hisroria da Lingua Portuguesa.
NOMES COM ACENTUA<;::AO
GRAVEETERMINADOS
EM -r, -I,-5 TORNAM-SEINVARIAVEIS QUANTO AO
NUMERO (SEC. XVI)
as simplezes, as arraezes,
as caezes, as ounvezes,
as alferezes>os simples,. . .
as arrais, as ems, as ounves,
as alferes
FORMAS POSSESSIVASFEMININAS
ATONAS DISTINTAS DASTONICAS
PERDEM ESSA DISTIN<;:Ao
(SEC. XVI)
mal mha -rninha> minha,
ta/tua-tua, sa/sua-sua
TERMINA<;:AO - viIE SUBSTITUiDA POR - vel
(SEC. xv)
amavil, rnovil-amavel, m6vel
FORMAS POSSESSIVAS PASSAM
A OCORRER OBRIGATORIAMFNTE
ACOMPANHADAS DE ARTIGO
viu-o viir sabre seu colo (sec. XIV)
* " viu-o vir sabre a seu colo (sec. xx)
LEGENDA
> significa evolucao
- significa alternancia
a senhor - a senhoraa pastor ~ a pastora
a espanhol - a espanhola
a portugues - a portuguesa
a senhoraa pastora
a espanhola
a portuguesa
SjMBOLOS roxertcos
[a ] caber
[i] reeeber
[JJ n6doa
I e l ferro
[ s J pelxe
[a J parra
l e l me do
[oj pOVO
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 25/33
A ntropon im ia a n tiqa emoderna
Lista dos names de baptismo mais
frequentes desde hit 700 anos.
vz toda a nossa historia passar efecti-
vamente diante de nos, ao olharmos para
as listas antroponimicas: os bar6es medievais
com os seus solares (uso da particula de), a
vaidade da sua prosapia (apego aos patronimi-cos); a nobreza, que the sucede, nao menos
orgulhosa de encadeamento de apelidos geo-
gr:ificos, e de outros tidos como raros e sono-
ros. Os descobrimentos trazem-nos directa ou
indirectamente Brasil, Ceita ou Ceuta, indio,
Samorim, Ternate. Quando encontramos as
akunhas ou alcunhas-apelidos de Espadeiro,
Meleiro, Monteiro, evocamos industrias ou
cargos hoje extintos, mas que dcsempenharam
certo pape l na antiga sociedade portuguesa. E
tal a intimidade entre 0 gosto do nome e as
circunstancias poltticas da nacao, que nos
tempos da guerra da Liberdade se escolhiam
os nomes Pedro ou Miguel, consoante a pai-
xao poli tica das respectivas familias; e a
mesma intimidade continua a revelar-se hoje
no regime democratico.
J o se L e ite d e V a sc on ce ll os
3.' Ccnscrvatoria do Regisro Civ il de Lisboa, apud
£ l.Afa m ilia d e C atia V an es sa e p or tu g uc sa c on ce rte za ",
Expresso,29-1-1994.
JUlio DIEGUEZ GONZALEZ, 0 Patroninnco na
O n om d stic a P es so al d os Documentos N ota riais C ale go s e
Portuguese, da Baixa Idade Med ~ a (1250-1500), V o l. I
Univcrs idade de Santiago de Compostela, Faculdade
de Filologia, 2000.
Naidea Nunes NUNES e Dieter KREMER,
Al1trojJonimia Primitioa da Madeira c Repet ton'o
D n om n stic o H ist or ic o d a M a de ira {seculos X Ve X VI).
Tl,bingen, Niemeyer, 1999.
J o s e Leite de VASCONCELLOS,Arz t roparz imia
Portuguesa. Tratado tomparatiuo d a o ri gem , s ig ni ji ca fi iol
Nomes pniprios mais frequentesna primeira metade do seculo XIV· Lisboa
Nomes masculinos g ra fia d a epoco Nomes femininos g ra fia d o e po ca1. 0 Joham Maria
2 .° Martinho Domingas
3 .° Domingos Tareija
4 .° Pero/Pedro Margarida5 .° Afonso Marinha
6.° Esteua Sancha
7. ° Lourenco Clara
8.° Gon c a l o Catalina
9. ° Vicente Cosranca
Nomes _proprios mais frequentesentre fmais do seculo XV e finais do seculo XVI . Madeira
Nomes mascultnos g ra fia d a e po ca Nomes femininos g ra fia d a e po ca
1. 0 Joam Maria
2 .° PeroIPedro Catarina
3 .° Diogo Isabel
4 .° Francisco Breitis
5 ,° Antonio Ana
6 .° Gon~alo Joana
7. ° Alvaro Leaner
8. ° Fernam/Fernando Francisca
9. ° Manuel Ines
10 .° Afonso Antonia
Nomes proprios mais frequentes entre 1960 e 1990 . Lisboa
Names masculines
1960 1970 1980 1990
1 . 0 Jose Paulo Ricardo Joao
2 .° Antonio Jose Pedro Tiago
3 .° Joao Joao Nuno Andre
4 .°Luis Luis
JoaoPedro
5 .° Carlos Carlos Bruno Ricardo
6 ,° Pedro Antonio Carlos Diogo
7. ° Paulo Rui Paulo Fabio
8. ° Fernando Pedro Rui Nuno
9. ° Manuel Nuno Hugo/Luis Bruno
10 .° Rui Jorge Tiago Miguel
Nomes femininos
1960 1970 1980 1990
1.° Maria Maria Ana Ana
2 .0 Ana Ana Carla Joana3 .° Isabel Carla Sonia Sara
4.° Anabela Paula Sandra Andreia
5.° Teresa Sandra Claudia Catia
6 .0 Helena Isabel Susana In e s
7. ° Cristina Anabela Andreia Catarina
8. 0 Elisabete Elisabe te Patricia Claudia
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 26/33
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 27/33
Po rtu qu es e uro pe uc o n tem po ra n e o :
mudanca s Oil desv ios?
C·m urn intervale de cern anos,
os mesmos fen6menos de usa
da lingua nos jornais foram alvo de
comentario enquanto afastamento
em relacao a norma do portuques.
Antonio Candido de FIGUEIREDO, Li foes Pmt icas
de Lingllagem Portugtleza. Cartas de CaturraJr. a reda-
s;:iodo Portuguez, v ol . I . Lisboa, [mprensa Minerva,
1891.
Joao PERES e Telmo M6IA, Areas C ru ie as d a Lingua
Portuguesa. Lisboa, Edi toria l Caminho, 1995.
[Um] jornal affirma:
NM ha dutnda que 0 mtnistr» tem mafaculdade.
Para a outra vez diga assim que nao diz mal:
- Nao hci duuida de que...
o Portugua. 29/11/1 e v o
urn descuido, que ninguem perfilha e que eportanto inoffensivo; registo as formas de
linguagem err6neas que a f o r c a de se terem
repetido inconscientemente, chegaram a
adquirir foros de toleradas e que nao podem
nem devem ter curso em jornaes que toda a
gente supoe discretamente redigidos.
4. [A sintaxe e 0meu fito principal]: cons-
truccoes de frases e periodos, pelo que toeaa solecisrnos e a regencia, concordancia e
uso das palavras.
OPORTUGUEZCandido de Figueiredo
1. Dizem que, entre os elementos de uma
naeionalidade qualquer, occupa a lingua,
urn dos primeiros logares; e se da decaden-
cia da lingua e licito inferir a decadencia da
respectiva naeionalidade, Portugal tern
decaido muito.
2 . Quantos mais jornaes leio, mais me con-
vem;o de que Portugal vae a vela, pelo desa-
mor e pelos desacatos com que a imprensaesta tratando a nossa gloriosa lingua.
3 . N a o registo erros de imprensa, nem ainda
Urn jornal de grande formato e de grande
peso diz ho je : Francamenie , irmds, e m b oa -oe r-
dade u os d ir em o s, q ue d es ai tn ad as a ru la st ei s .. .
P o r u rn c as o d :" ste s, a in da lui I~)UCO 0 Correia da
M a nha n sc r iu de urnas I r a se s do d e pu c id o A rr ia g a,
rlndasteis, - deve sabe1'o toda a gentc, - nao e
coisa que s e d ig a; mas diz-se nuura vcz, por-
que h.i genre fina que nao distingue do prete-
rito pcrfcito do indicative 0 impertcito doconjunctive. [. .. JA confusao esra nisro: como andasses e singu-
lar, c anddsseis e plural, ha quem imagine que
andasteis Cplural, e andastes singular.
A boa Iinguagem c csra: andaste tn, andastes
9.)( ;5; a n d a s s e s tu, a nd as s e ls ' 1 .. ' 0 .. 1 '. . . ] .
o Pr; rlu.g' t! !' ': . 25/101J 890
Urn jornal, de grand, aucroridade financeira,
diz: 0 tbesouro tem uma Jivida representada em
titulos, qu e sao t ap ei s, t uu lo s de que se pagajuros,
j uro s q ue C T 2..a m, po rq u" as c mtssoe s cre sc em tam-
b em . E lim cronisra laureado observa: S, elle
soubesse qu(mtas p orroe .> d e m 'ria se ro nso tn me ,
quauta existencia se gas/a para 1IIImte,· n'essajblha que Ibe (us/on uma moeda de
n ob re . ..
P ag a- se ju ro s, co nsom e -sc p or(o es de vida, - sao
f6rmas impcssoais, de cunho genuinamcnrc
trancez, rem lim 01 1 outro raro gnmmatico a
abonal'as, mas as formas incontcstavelmente
portuguezas sao cstas: pagam-g juror. como-
m e ni-se p orc oc s d e vida; forrnas que correspon-
dem a csroutras apassivadas: sao p a g o s [uros,s iio c on su m id as J ? crfc es.
Um francez po de dizer:
on fit beaucoup de poemrs; urn portugucz dint:
l em - se m il u os p oe m as , e nao - Ie-\'e muitospoemas.
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 28/33
Todas as variantes rem identico interesse edignidadc enquanto objecros de estudo, uma
vez que todas elas sao sistemas organizados
por uma gramatica, Assim, tanto e uma
variante do portugues com interesse cientifi-
co, por exemplo, aquela em que sistematica-
mente se flexionam as formas de segunda
pessoa do singular do preterite perfeito sim-
ples por analogia com asdo presenre do indi-
cativo - tu [ostes, est iuestes, daurastes - comoaquela em que essa analogia nao intervem,
P U B L I C O}oao Pores e Tclmo Moia
1. Uma lingua de vasta expansao como 0
portugues nao constitui uma entidade uni-
forme, antes se desdobrando numa multi-
plicidade de variantes.
2. As normas linguisticas vao sendo Icnra-
mente moldadas pelas comunidades, nao
pelos especialistas da linguagem.
3. [No entanto] a todo 0momenta depara-
mos com realizacoes linguisticas - orais e
escritas - que possivelmente nunca recebe-
rao de uma comunidade lingulstica 0 esta-
tuto de construcoes regulares.
4. [Julgamos identificar] seis areas da lin-
gua que manifestam sintomas de uma
"crise", quer porgue nelas se verificammovimentos de ruptura em geral prenun-
ciadores de mutacoes de norma - quer por-
que muito facilmente nelas se insinua 0
puro desvio, a sugerir a cxistencia de difi-
culdades (novas ou nao) por parte dos
falantes.
5.As areas criticas seleccionadas sao: estrutu-
ras argumentais, construcoes passivas, cons-
trucoes de elevacao, oracoes relativas, cons-
trucoes de coordenacao e concordiincias.6. 0 material linguistico escolhido para a
analise e constituido por textos jornalisticos
produzidos entre 1986 e 1994.
"Qpase ninguem dnvida que a principal con-
flito no Medic Oriente e urna disputa terri-
torial entre dais povos: os israclitas e ospalestinianos."
i ' , i b i i c Q , 22 10 11199 . 1 , p . 1 2
o ve rba du vida r [ ... ] e ca da ve z m ais u ti-
L izado sem prepos ica o no seu a rg u men to
o ra c io na l (ta l com o gostar, precisar en ece ss it ar ) .
Versao otiemativa
"Qyase ninguem duvida de que 0 principal
conflito no Medio Oriente e uma disputaterritorial entre dois povos: os israelitas e os
palesriuianos."
Uma prirneira distincao relcvante [... J e adistincao entre 0 clitico se apassivante e 0
pronome clitico se impessoal. [ ... ] 0 cliti-
co se apassivante acompanha sempre [or-mas de verbos transitivos, flexionados no
singular au no plural consoante 0 nurnero
gramatical do argumento com que concor-
dam [ ... ]. 0 clitico se impessoal e uma
expressao que indica a existencia de um
sujeito indeterminado numa frase. [ .. . J A
proposito desta qucstao, importa notar que
alguns purisras apenas admitem as constru-
~oesem que 0 clitico se impessoal se com-
bina com verbos intraositrvos, rejeitando,
pois, frases em gue 0 verbo e transitivo e
tern urn segundo argumento nao prcposi-
cionado com que nao concorda, como
acontece nas seguintes frases:
Ouve-se midas durante toda ~1noire,
Recitou-se versos de Pessoa.
Vende-se casas.
Com o a lte rn a tiva a e sta s e stru tu ra s pro-
p6em-se c o n s t r u c o e s pa ss iva s de cli t ico
em qu e 0 ve rbo su rge na fo rm a plu ra l:
Ouviram-se ruidos durante toda a noire.
R ec ita ra rn - se v er so s d e P cs so a .
Vendem-se casas.
N a no ssa opin ia o . am ba s a s cons tru co a s
sao aceitaveis, em bora a dm itam os qu e
se possa pre fe rir um a ou o u tra
p ar r az oe s e sti li stic a s,
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 29/33
Os dialectos doportuques: fronteiras
foneticas
Caractensticas que permitem
distinquir, na fala, um portuques
do Norte de um portuques do Sul.
nais os traces que, sem hesitacao ou
~ase sem ela, urn porrugues do Sul [... Jreconhecera como caracteristicos de urn por-
t u g u e s do Norte?
Parece-rne poder enumera-los do modo
seguinte:
lOa "troca do v pelo b", como e habito
dizer-se - ou, para empregar urn modo dedeserever mais correcto: 0 desaparecimento
da oposicao fono16gica entre os fonemas Ivl e
fbi e a sua fusao num fonema unico fbi, rea-
lizado ora como oclusiva, ora como fricativa
(ou espirante) b ou / 3 .20 a "promincia do s como x ou como l' -
isto e , em termos cientificamente correctos: a
r e a l izacao do fonema /s / e do seu correlativo
sonoro /z/, como fricativas apico-alveolares,
mais ou menos palatalizadas (e a variante
mais pa la t a l i zad a que e vulgarmente conheci-
da pelo nome de s beirao),
30a "pronuncia do ch como tx ou teh" - au,
tambem descrito com mais rigor: a perma-
nencia da distincao fonol6gica em posicao
inicial de silaba entre 0 fonema Ic/, represen-
tado pelo grafema ch e 0 fonema lsi, repre-sentado pe lo grafema x.
40 a "pronuncia de ou como o-u ou Ii-u" , isto
e, como ditongos, ou, mais precisamente, a
co n s e r v a c a o do ditongo /owl, n a s s u as diver-
sas realizacoes possiveis, correspondendo it
Por tuga l Con t inen ta l
1. vinho 2. cinco . seis
4. mouco
Por outro lado, um portugues do Norte [ ... J
nao tera dificuldade em reconhecer como urndos traces mais tipicos da fala de urn portu-
g u e s do Su I , uma ca r ac r e r i s t i c a :
5 0 a "passagem de ei a t' ou, dito mills exacta-
mente, a monotongacao do ditongo ei, que se
con se rva na gra f ia oficial e n a lin gu a fa la da
3. chapeu
5 . L eite
Arquipelaqo d a M adeira c e ifa r . bu sc a r
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 30/33
. 1 &Por to Santo
ce if ia r . bu sc ua r
Mad e i r a
Arqu ip ela go dos A~ores
~Corvo
ce ifia r . bu scu ar
tlores
OS dialectos dos arquipdagos dos Acores
e da Madeira apresentam grande nume-
ro de rracos comuns e alguns dos que tern
sido considerados proprios de urn dos arqui-pelages (ou de algumas das ilhas) estao tarn-
bern presentes no ourro.
Um dos aspectos mais marcantes dos dia-
lectos acorianos e dos dialectos madeirenses e
aquilo a que poderernos chamar a instabil ida-
de da vogal acentuada. Efectivamente 0 tim-
bre da vogal tonica nao e constante, facto que
encontra a sua explicacao em fenomenos de
harrnonizacao vocalica que se produzem nes-
tes dialectos; a vogal acentuada apresenta -se
modificada [... J pelo timbre das vogais e das
semivogais das silabas atonas que a precedem.
A estrurura da silaba acentuada modifica-se
sempre que na s i l aba anterior existem ou exis -
tiram as vogais [i J ou [u J ou a s semivogais (j] ou
[w]. Essa modificacao consiste na insercao,
imediatamente antes da vagal acentuada, de
uma semivogal com a mesma zona de articula-
~ao da vogal 01.1 da semivogal precedente,
dando lugar it formacao de ditongos crescentes.
M. L. Segura doCruz e J. Sac.m.go
3I
c e ifa r . bu sc a r
"GraciOSa
Terce i r a
Pico
Harmen i z ac ao Vocalica
II
•I
G rande in ten sida de do fen6m eno
M edia in te nsida de do fe nc rn en o
Fra ca in te nsida de do fe n6m en o
A use nc ia do fe n6m en o Santa Mar ia ~
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 31/33
Os dialectosefronteiras Iexicais
o territ6rio portuques
continental e insular e variavel
a maneira como se designam os
mesmos conceitos.
Conceitos da vida rural aos quais corres-
pondem as designacoes dos cinco mapas:
1. Extrair, t irar 0 leite das tetas de uma vaca.
2 . Saco onde as vacas tern 0 leite.
3 . Cria da ovelha.
4 . Cria da cabra.
5 . Espiga do milho.
Urn tipo lexical bastante antigo - por vezes
urn dos rnais antigos de entre os que, para
designar uma nocao ou urn objecto, conse-
guem sobreviver na Romania ( m u! ge re , u be r;
agnus, "caprtttus, s pi ca ) - 5 6 consegue manter-
se no noroeste e numa area mais ou menos
extensa, para sul, da parte ocidental de
Portugal. Uma ou varias inovacoes ocupam 0
sui e 0 leste e tentam, com maior ou menor
sucesso, penetrar no sentido do oeste. Por
veze s conseguem interromper a continuidade
da area conservadora, que coincide, de forma
bastante perfeita, com a regiao de populacao
antiga e e s ta v e l. A area das i n ovaco e s [ordenhar,
amojo , cordeiro, borrego , cbibo, mararoca] , essa ja
abrange a parte de Portugal repovoada nos sec-
ulos X II e XIII , [na sequencia da Reconquista
crista]'
1.F Lindley Cintra
1. m ugir . o rde nha r 2. ubere . amorjo
4 . c a brito . chibo
Atlas Ling"frtico-Etnogrrijiw dosArom, vol . 1:A (riri{iiodegado. Centro de Linguistica da Universidade de Lisboa -
Direccao Regional da Culrura (A,ores), (no prelo).
Luis Fil ipe Lindley CINTRA, "Areas lexica isno terrirorio portugues", Bol,tim de Fil%gio, XX, 1962, pp. 273-307;
"Une frontiere lexicale et phonetique dans I t: domaine linguistique portugais", IX Congress» Internacional de
Linguistica Romanica.vlctas. Lisboa, 1959, vel. III, pp . 31-38.Materials ineditos do arquivo do ALEPG (Atlas Linglli ,t ico-Etnogrrijico de Portugal e do Galiza) do Centro de
Linguistic. da Universidade de Lisboa.
3 . anho . corde iro· bo rre go
5. espiga . m a~aroca
Portugal Continental
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 32/33
Os dialectos:fronteiras lexicais
o territ6rio portuques
continental e insular e varia vel
a maneira como se designam as
mesmos conceitos.
Conceitos da vida rural aos quais corres-
pondem as designacoes dos cinco mapas:
1 . Extrair, tirar 0 leite das tetas de uma vaca.
2 . Saco onde as vacas tern ° leite.3 . Cria da ovelha.
4 . Cria da cabra.
5 . Espiga do milho.
Urn tipo lexical bastante antigo - por veze s
um dos mais antigos de entre as que, para
designar uma nocao au urn objecto, conse-
guem sobreviver na Romania ( m ulg e re , u be r,
a gn us , " ca pr it tu s, s pic a) - s6 consegue manter-
se no noroeste e numa area mais ou menos
extensa, para sul, da parte ocidental de
PortugaL Uma ou varias inovacoes ocupam 0
sui e 0 leste e tentam, com maior ou menor
sucesso, penetrar no sentido do oeste. Por
veze sconseguem
i n t e r r ompe ra continuidade
da area conservadora, que coincide, de forma
bastante perfeita, com a regiao de populacao
antiga e e s ta v e l, A area das i n ova co e s [ordenhar,
amojo , corde i ro , borr ego, ch ibo , mafaroca] , e s sa ja
abrange a parte de Portugal repovoada nos sec-
ulos XII e XIII, [na sequencia da Reconquista
crista].
L. F. Lindley Cintra
1. m ug ir . o rd en ha r 2. u be re . am orjo
4. c abrito . chibo
Atlas L in gu( stico -E tn og rlij iw d os Arom, vol . I :A c ri ar ao d e g ad o. Centro de Linguistic. da Universidadc de Lisboa -
Direccao Regional da Cultura (Acores), (no prela).
Luis Fil ipe Lindley CINTRA, "Areas lexicais no tcrri rorio portugucs" , B ol et im d e F i lo lo gi a, XX, 1962, pp. 273-307;
"Une frontiere lexicale et phonetique dans Ie dornaine linguistique portuj-uis", IX Congress» Intanacionol de
L in gu is ti ca R om a ni ca . . dc ta s. Lisboa, 1959, vo l . HI, pp . 31-38.
3 . a nho . c o rde iro · bo rre go
5 . e spiga . rn a ca roca
arquipetaqc na M adeira D es ig na (o es p ara c a ro le da e spig a de rn ilho
5/13/2018 Tempo Da Lingua 2 - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/tempo-da-lingua-2 33/33
pavio
.pP a rto S an to
soca co ro< ;o · c a rrico . ca rrilho
Made ira
Arqu ip ela go d os A~ores Des ignG l ;;oes pa ra b an ha d err etid a
PCorvo
banha . qo rdura . graxa
tFlores
banha . gordura . graxa ~
Gra c i o s a
Faa.
banna . gordura . graxaa nn a . g o rdu ra
Pice
3 3
go rdu ra . g ra xa
Terceira
m an te iga . ba nha
man t e i g a
Santa M aria ~