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OPINIÃOSALVADOR DOMINGO 19/1/2014A2
Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900
ESPAÇO DO LEITORSalvador como no deserto
Gostaria de entender por que, em Salvador, otermo requalificação de espaços públicos estánecessariamente ligado à eliminação de ár-vores e sua substituição por pedra, cimento easfalto. É um profundo desrespeito às pessoasque aqui vivem e aos visitantes também. Cadadia a cidade fica mais inóspita, o calor au-menta, o vapor sobe do pavimento e a vidamais se assemelha à de um deserto, com umadiferença: nele, as noites são frias. As de Sal-vador são fornos com todo o calor que seacumulou durante o dia. Até onde chegare-mos? ISADORA BROWNE RIBEIRO, SALVADOR(BA), [email protected]
Destruição de manguezaisFiz uma visita à ilha de Maria Guarda (Madrede Deus) e fiquei pasma com a situação. Ob-servei que a população está fazendo aterra-mento nos manguezais com entulhos paraconstruir casas e jogando restos de lixo edejetos humanos no manguezal – acabandocom a natureza. Peço que a prefeitura tomeuma providência urgente. GISELE DIAS, [email protected]
Conexão perdidaVoo para Salvador. Partida do Galeão marcadapara 15h15. Às 16 horas, o avião lotado aindaestá parado na pista. Calor insuportável, tri-pulação batendo papo. Alguém indagou doatraso: o lanche não tinha chegado e semlanche a nave não podia decolar. Para quemia fazer conexão em Salvador, pro inferno olanche. Mas era determinação. O calor exigiaágua. Lá atrás uma criança de colo berrava semparar. Chega o lanche. Todos respiram ali-viados. Só que o calor consumiu toda a águae sem água também não era permitido de-colar. Foi quando a mãe da criança que berravachamou a tripulação de irresponsável. Aí ocomandante, isolado em sua cabine, pediudesculpas e prometeu “tirar o atraso”. Che-gada em Salvador: bagagens de dois aviões emuma só esteira, tumulto, empurrões, bate-bo-ca. Perdi a conexão. Mas alguém explicou queera apenas ensaio para a Copa. Então tá... EU-RICO FREITAS, [email protected]
DescasoA Coelba mantém total falta de respeito coma população de Praias do Flamengo. Forneceenergia em uma rede arcaica que acarretacontratempos: queda de potência, forneci-mento de força em uma só fase e falta total deenergia, invariavelmente uma ou duas vezespor mês. Os próprios funcionários da Coelbacondenam a fiação obsoleta, danificada pelosalitre. As reclamações não a sensibilizam. AAnel, empresa reguladora, deve o quanto an-tes tomar providencias enérgicas para coibirtais abusos. Mesmo porque trata-se de umaprestadora de serviço público essencial. Nodia 14, próximo passado, faltou energia nobairro inteiro a partir das 14 horas, e só re-tornou às 19 horas. JOSÉ HOLLY MENDES VIEI-RA, [email protected]
“Rolezinhos” e “rolezões”Muito antes de o Brasil tomar conhecimentodos “'rolezinhos”' em São Paulo, as pessoas demuitas outras grandes cidades devem ter vis-tocenasparecidasemshoppings,nosfinaisdesemana e férias escolares. Porém, de repente,um hábito que parecia inofensivo ganha amídia depois de um desses grupos de jovenster sido expulso de um shopping paulista,devido à bagunça que fizeram. A adminis-tração do shopping conseguiu na justiça odireito de impedir os “rolezinhos”'. Nada maiscorreto, dada a segurança do patrimônio pri-vado e dos que o frequentam. Quando o quedeveria ser passeios sadio se transforma emvandalismo, aí a medida certa é proibir. LEO-NARDO CALDAS, SALVADOR (BA), [email protected]
Fórmula equivocadaA FBF, contando com a leniência dos clubesparticipantes, repete a fórmula de disputa docampeonato baiano. Na primeira fase, noveclubes, em jogo de ida, disputam apenas oitopartidas, sendo que, pasmem, dois clubes,sem a participação de Bahia, Vitória e Vitóriada Conquista, serão automaticamente rebai-xados para a 2ª divisão. É um grave equívoco.Ou seja, uma agremiação que tenha somadomais pontos na primeira fase, e que não estejaentre as cinco classificadas, poderá ser re-baixada, enquanto um clube que tenha en-trado na segunda fase permanecerá na elitedo futebol baiano mesmo que não tenha so-mado nenhum ponto. No mínino, um con-trassenso. MOACYR RODRIGUES NOGUEIRA,[email protected]
Contagem de pontosEm 16/12/2013, o Sr. Wilson Camurugy ques-tionou aqui a decisão dos vencedores dostorneios através de pontos corridos e/ou ma-ta-mata. Não sou favorável a nenhuma dessaspropostas e sugiro que a contagem dos pontosse faça pelo número de gols em cada partida,limitados ao máximo de cinco. Dessa maneiraseria estimulada a marcação de gols e a per-manência de uma equipe numa posição de-penderia da sua capacidade ofensiva e de-fensiva em cada rodada. Também se acabariacom a eliminação prematura de clubes, comoocorre com a contagem de pontos, e a de-finição do vencedor ficaria sempre em sus-pense. JOSÉ IVONILDO RIBEIRO DA SILVA, [email protected]
Paulo Ormindo de AzevedoArquiteto, professor titular da Ufba
E m artigo recente Caetano Veloso la-menta a feiúra das cidades do país.No nosso caso não se trata apenas
do indigesto “virado-paulista-imobiliá-rio”, mas da reiterada destruição da be-leza dos sítios urbanos por grandes obraspúblicas da mais baixa qualidade. Numadas entradas de Salvador o visitante sedepara com uma das estruturas maishorrendas que se pode imaginar em umacidade. É a chamada linha 1 do metrô, quese contorce como uma montanha russasustentada por muletas e cavaletes. Co-mo transporte de massa, o metrô nãopossui articulação com a av. Bonocô, nemcom bairros vizinhos como Brotas, o quecompromete sua sustentabilidade.
Mais adiante, o visitante encontra nocanteiro central da avenida uma subes-tação sob um viaduto, que mais pareceum presídio de interior com muros im-provisados e aramefarpado. Instalaçãosem segurança comuma via pública amontante. Ao se in-teressar em saber so-bre a obra, o turistase dará conta que asestações não têm sa-nitários, nem a linha,abafadores acústicos.Para piorar, deveráser feito no meio daavenida um mons-trengo suspenso paraa articulação com alinha 2.
Quem projetou equem aprovou estacoisa que viola um dosmais belos vale da cidade? Compare-se a av.Centenário, primeira park-way de vale pro-jetada por Diógenes Rebouças e ajardinadapor Guilardo Muniz, com a av. Bonocô,bastarda e apócrifa, compreenderá por quepodemos classificá-la de um estupro ur-bano. Coteje-se o nosso metrô com os deSão Paulo, do Rio e de Brasília e chegamosà mesma conclusão.
Sua continuação, a linha 2, será umaestrada de ferro barulhenta que irá des-truir o canteiro central da av. Paralela ecorrer entre alambrados, dividindo a ci-dade no meio, segregando a populaçãodo Miolo dos condomínios fechados daorla. Ao nível do solo, em 13 km, ne-nhuma passagem, apenas viadutos sempasseios. A Paralela será uma via subur-bana de ligação de Salvador com Itinga,
em Lauro de Freitas, e Abrantes, em Ca-maçari. Com tais agressões será inevi-tável a depreciação de seus imóveis. Cus-taria pouco fazê-lo em trincheira comlaje recoberta por um parque e ciclovia.Por que os moradores e comerciantes daárea não lutam por isto?
Uma segunda violação é recente e sechama via expressa. Uma via portuárianecessária de duas faixas, mas hiperdi-mensionada e com 14 viadutos, que nãoresolveram o problema do Abacaxi e cria-ram outros. Bairros como Soledade, Cai-xa D'Água e Liberdade perderam sua li-gação com Água de Meninos, Baixa dosSapateiros e av. Heitor Dias. A via ex-pressa não é uma avenida urbana, é umaautopista seccionando a cidade com tú-neis e pistas embaralhadas devido a er-ros de locação, sem faixas de desace-leração, zebras, sinalização, nem arbo-rização. É mais uma barreira para separara cidade pobre da rica ensejando maissegregação e violência.
Por onde passou, a via deixou um rastrode destruição que mais parece um bom-bardeio. A ladeira Canto da Cruz e a estradada Rainha desapareceram. A Soledade, sítiohistórico por onde entrou a tropa liber-tadora do país, em 2 de julho de 1823, foi
mutilada e seus belossobrados azulejadosestão escorados e cain-do. O Solar Bandeira,testemunho do ciclodo açúcar, com seujardim à cavaleiro dabaia, está com o telha-do escorado.
Cerca de R$ 420 mi-lhões foram gastosem beneficio do car-ro, que não tem maisfuturo, e nenhumcentavo em favor deoutros modais, do pe-destre, do patrimô-nio histórico, da ar-borização e do trata-mento das feridas
que provocou.Por que São Paulo, Rio e Brasília têm
obras d'arte que são premiadas e nós,projetos ruins e obras mal acabadas? Éque há 50 anos começaram a desmontaros núcleos de planejamento do estado,como a CPE, o Derba com seu laboratórioreferencia nacional e a Conder, como ór-gão de planejamento metropolitano, pa-ra consumirmos os pratos-feitos ofere-cidos por empreiteiras interessadas. So-mos também responsáveis! Precisamosvoltar a lutar por uma Bahia grande ebela, por um planejamento participativode longo prazo e não aceitarmos agres-sões a nossa cidade sob a alegação de sersupostamente o mais barato.
P. ORMINDO ESCREVE DOMINGO, QUINZENALMENTE
Por que S. Paulo, Rioe Brasília têm obrasd'arte premiadas enós, projetos ruinse obras malacabadas? É que há50 anos começarama desmontaros núcleos deplanejamentodo estado
Confiança decisivaA primeira-dama do estado, Fátima Mendon-ça, nunca escondeu de ninguém que a se-nadora Lídice da Matta (PSB) era a preferidadela para ser a candidata da base de apoio dogovernador Jaques Wagner (PT) ao governonas eleições deste ano.
Na Lavagem do Bonfim do ano passado,Fátima fez campanha aberta pela senadora.
Vencida pela conjuntura nacional, que obri-gou o PSB a lançar candidatura desgarrada doPT, e pela vontade do marido, que escolheu osecretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), paraencabeçar a chapa governista, Fátima pareceter aceitado bem a situação.
Em entrevista na Lavagem deste ano, com asinceridade e a espontaneidade peculiares,admitiu que o fator confiança foi determi-nante para a escolha:
– Ele (Wagner) tem que escolher quem é daconfiança dele. Não adianta um candidato sero melhor e não ter a confiança do gover-nador.
Ou seja, Rui Costa não conseguiu convencera primeira-dama de que é o melhor e os outrosnão se mostraram confiáveis para Wagner.
TORCIDA FEMININA – Fátima aproveitou ain-da para fazer coro com quem torce pela es-colha de uma mulher para ser vice na chapade Rui, que terá ainda o vice-governador OttoAlencar (PSD) como candidato ao Senado. “Euqueria mesmo que fosse uma candidata mu-lher, mas não foi. Mas pode ser que escolhamuma para vice”, disse. A sorte do presidente daAssembleia Legislativa, Marcelo Nilo, e do de-putado federal Mário Negromonte, que plei-teiam a condição de vice, é que o governadorparece não dar muita atenção aos conselhospolíticos da mulher...
O motivo da dispensaAs 11 unidades prisionais que serão construí-das ou ampliadas pelo governo nas cidades deSalvador, Itabuna, Vitória da Conquista, Bar-reiras, Irecê, Brumado, Juazeiro e Paulo Afon-so foram contratadas sob o regime de dis-pensa de licitação.
Com as obras, o sistema carcerário vai ga-nhar 3.822 novas vagas.
As obras serão realizadas pela Verdi Sis-temas Construtivos S/A, conhecida no mer-cado como V-SIS, por um total de R$ 150,9milhões, com entrega em até oito meses.
Segundo o secretário de Administração Pe-nitenciária, Nestor Duarte, a inexigibilidadeda licitação foi utilizada porque a empresatemummétododeconstruçãoúnico,oquevaigarantir as entregas nos prazos e pelos preçosestabelecidos.
– Quando eu cheguei no governo, logo quea secretaria foi criada, tivemos uma crise emVitória da Conquista porque o presídio lá ti-nha cinco anos e sua construção não concluía.O de Eunápolis tinha sete anos e tivemos quetomar para construir – diz.
O secretário diz que recebeu recomenda-ções de integrantes do judiciário e de de-putados para usar o método da V-SIS, “em-presa reconhecida no mercado”.
Se é assim, agora é só conferir o cumpri-mento dos prazos.
Marqueteiro na pautaO secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), pro-mete definir os principais nomes que tra-balharão na campanha dele ao governo aindaeste mês.
Um dos nomes estudados com mais cui-dado é o do que vai cuidar da imagem docandidato.
No popular, o marqueteiro.Diferentemente do que vinha sendo ven-
tilado internamente, o publicitário SidônioPalmeira, responsável pelas últimas campa-nhas do PT no estado, está no páreo.
– Estamos conversando com todo mundo.Eu não estou tratando como automático. Podeser ele? Pode, mas não vai automático – dizRui.
Para explicar a situação, ele usa uma me-táfora do futebol:
– Eu gosto muito de futebol. O jogador me-lhora quando tem disputa. Já viu Messi e Ney-mar? De vez em quando vão para o banco.
Um palpite: Sidônio vai jogar.
Jogada de mestrePoliticamente, a nomeação do vereador Ed-valdo Brito (PTB) como secretário extraor-dinário do Conselho de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (Codes) ajudou o governadora resolver dois problemas.
Primeiro, acomodou o PTB e praticamenteanulou a possibilidade de o partido marcharcom a oposição.
Além disso, a saída de Edvaldo da Câmarados Vereadores reforça a bancada petista nacasa com o retorno de Vânia Galvão.
. O Sinpro-BA convoca os docentes da Fa-culdade de Tecnologia e Ciências (FTC), às7h30 e às 18h30, para discutir o cumpri-mento dos direitos legais dos professores.
Donaldson GomesJornalista
TEMPO PRESENTE Violaçõesurbanas
EditorJary Cardoso
atarde.com.br/chamegente
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