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OPINIÃO SALVADOR DOMINGO 19/1/2014 A2 opiniao @grupoatarde.com.br Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE. Participe desta página: e-mail: [email protected] Cartas: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900 ESPAÇO DO LEITOR Salvador como no deserto Gostaria de entender por que, em Salvador, o termo requalificação de espaços públicos está necessariamente ligado à eliminação de ár- vores e sua substituição por pedra, cimento e asfalto. É um profundo desrespeito às pessoas que aqui vivem e aos visitantes também. Cada dia a cidade fica mais inóspita, o calor au- menta, o vapor sobe do pavimento e a vida mais se assemelha à de um deserto, com uma diferença: nele, as noites são frias. As de Sal- vador são fornos com todo o calor que se acumulou durante o dia. Até onde chegare- mos? ISADORA BROWNE RIBEIRO, SALVADOR (BA), [email protected] Destruição de manguezais Fiz uma visita à ilha de Maria Guarda (Madre de Deus) e fiquei pasma com a situação. Ob- servei que a população está fazendo aterra- mento nos manguezais com entulhos para construir casas e jogando restos de lixo e dejetos humanos no manguezal – acabando com a natureza. Peço que a prefeitura tome uma providência urgente. GISELE DIAS, GI- [email protected] Conexão perdida Voo para Salvador. Partida do Galeão marcada para 15h15. Às 16 horas, o avião lotado ainda está parado na pista. Calor insuportável, tri- pulação batendo papo. Alguém indagou do atraso: o lanche não tinha chegado e sem lanche a nave não podia decolar. Para quem ia fazer conexão em Salvador, pro inferno o lanche. Mas era determinação. O calor exigia água. Lá atrás uma criança de colo berrava sem parar. Chega o lanche. Todos respiram ali- viados. Só que o calor consumiu toda a água e sem água também não era permitido de- colar. Foi quando a mãe da criança que berrava chamou a tripulação de irresponsável. Aí o comandante, isolado em sua cabine, pediu desculpas e prometeu “tirar o atraso”. Che- gada em Salvador: bagagens de dois aviões em uma só esteira, tumulto, empurrões, bate-bo- ca. Perdi a conexão. Mas alguém explicou que era apenas ensaio para a Copa. Então tá... EU- RICO FREITAS, [email protected] Descaso A Coelba mantém total falta de respeito com a população de Praias do Flamengo. Fornece energia em uma rede arcaica que acarreta contratempos: queda de potência, forneci- mento de força em uma só fase e falta total de energia, invariavelmente uma ou duas vezes por mês. Os próprios funcionários da Coelba condenam a fiação obsoleta, danificada pelo salitre. As reclamações não a sensibilizam. A Anel, empresa reguladora, deve o quanto an- tes tomar providencias enérgicas para coibir tais abusos. Mesmo porque trata-se de uma prestadora de serviço público essencial. No dia 14, próximo passado, faltou energia no bairro inteiro a partir das 14 horas, e só re- tornou às 19 horas. JOSÉ HOLLY MENDES VIEI- RA, [email protected] “Rolezinhos” e “rolezões” Muito antes de o Brasil tomar conhecimento dos “'rolezinhos”' em São Paulo, as pessoas de muitas outras grandes cidades devem ter vis- to cenas parecidas em shoppings, nos finais de semana e férias escolares. Porém, de repente, um hábito que parecia inofensivo ganha a mídia depois de um desses grupos de jovens ter sido expulso de um shopping paulista, devido à bagunça que fizeram. A adminis- tração do shopping conseguiu na justiça o direito de impedir os “rolezinhos”'. Nada mais correto, dada a segurança do patrimônio pri- vado e dos que o frequentam. Quando o que deveria ser passeios sadio se transforma em vandalismo, aí a medida certa é proibir. LEO- NARDO CALDAS, SALVADOR (BA), LEONAR- [email protected] Fórmula equivocada A FBF, contando com a leniência dos clubes participantes, repete a fórmula de disputa do campeonato baiano. Na primeira fase, nove clubes, em jogo de ida, disputam apenas oito partidas, sendo que, pasmem, dois clubes, sem a participação de Bahia, Vitória e Vitória da Conquista, serão automaticamente rebai- xados para a 2ª divisão. É um grave equívoco. Ou seja, uma agremiação que tenha somado mais pontos na primeira fase, e que não esteja entre as cinco classificadas, poderá ser re- baixada, enquanto um clube que tenha en- trado na segunda fase permanecerá na elite do futebol baiano mesmo que não tenha so- mado nenhum ponto. No mínino, um con- trassenso. MOACYR RODRIGUES NOGUEIRA, [email protected] Contagem de pontos Em 16/12/2013, o Sr. Wilson Camurugy ques- tionou aqui a decisão dos vencedores dos torneios através de pontos corridos e/ou ma- ta-mata. Não sou favorável a nenhuma dessas propostas e sugiro que a contagem dos pontos se faça pelo número de gols em cada partida, limitados ao máximo de cinco. Dessa maneira seria estimulada a marcação de gols e a per- manência de uma equipe numa posição de- penderia da sua capacidade ofensiva e de- fensiva em cada rodada. Também se acabaria com a eliminação prematura de clubes, como ocorre com a contagem de pontos, e a de- finição do vencedor ficaria sempre em sus- pense. JOSÉ IVONILDO RIBEIRO DA SILVA, IVO- [email protected] Paulo Ormindo de Azevedo Arquiteto, professor titular da Ufba [email protected] E m artigo recente Caetano Veloso la- menta a feiúra das cidades do país. No nosso caso não se trata apenas do indigesto “virado-paulista-imobiliá- rio”, mas da reiterada destruição da be- leza dos sítios urbanos por grandes obras públicas da mais baixa qualidade. Numa das entradas de Salvador o visitante se depara com uma das estruturas mais horrendas que se pode imaginar em uma cidade. É a chamada linha 1 do metrô, que se contorce como uma montanha russa sustentada por muletas e cavaletes. Co- mo transporte de massa, o metrô não possui articulação com a av. Bonocô, nem com bairros vizinhos como Brotas, o que compromete sua sustentabilidade. Mais adiante, o visitante encontra no canteiro central da avenida uma subes- tação sob um viaduto, que mais parece um presídio de interior com muros im- provisados e arame farpado. Instalação sem segurança com uma via pública a montante. Ao se in- teressar em saber so- bre a obra, o turista se dará conta que as estações não têm sa- nitários, nem a linha, abafadores acústicos. Para piorar, deverá ser feito no meio da avenida um mons- trengo suspenso para a articulação com a linha 2. Quem projetou e quem aprovou esta coisa que viola um dos mais belos vale da cidade? Compare-se a av. Centenário, primeira park-way de vale pro- jetada por Diógenes Rebouças e ajardinada por Guilardo Muniz, com a av. Bonocô, bastarda e apócrifa, compreenderá por que podemos classificá-la de um estupro ur- bano. Coteje-se o nosso metrô com os de São Paulo, do Rio e de Brasília e chegamos à mesma conclusão. Sua continuação, a linha 2, será uma estrada de ferro barulhenta que irá des- truir o canteiro central da av. Paralela e correr entre alambrados, dividindo a ci- dade no meio, segregando a população do Miolo dos condomínios fechados da orla. Ao nível do solo, em 13 km, ne- nhuma passagem, apenas viadutos sem passeios. A Paralela será uma via subur- bana de ligação de Salvador com Itinga, em Lauro de Freitas, e Abrantes, em Ca- maçari. Com tais agressões será inevi- tável a depreciação de seus imóveis. Cus- taria pouco fazê-lo em trincheira com laje recoberta por um parque e ciclovia. Por que os moradores e comerciantes da área não lutam por isto? Uma segunda violação é recente e se chama via expressa. Uma via portuária necessária de duas faixas, mas hiperdi- mensionada e com 14 viadutos, que não resolveram o problema do Abacaxi e cria- ram outros. Bairros como Soledade, Cai- xa D'Água e Liberdade perderam sua li- gação com Água de Meninos, Baixa dos Sapateiros e av. Heitor Dias. A via ex- pressa não é uma avenida urbana, é uma autopista seccionando a cidade com tú- neis e pistas embaralhadas devido a er- ros de locação, sem faixas de desace- leração, zebras, sinalização, nem arbo- rização. É mais uma barreira para separar a cidade pobre da rica ensejando mais segregação e violência. Por onde passou, a via deixou um rastro de destruição que mais parece um bom- bardeio. A ladeira Canto da Cruz e a estrada da Rainha desapareceram. A Soledade, sítio histórico por onde entrou a tropa liber- tadora do país, em 2 de julho de 1823, foi mutilada e seus belos sobrados azulejados estão escorados e cain- do. O Solar Bandeira, testemunho do ciclo do açúcar, com seu jardim à cavaleiro da baia, está com o telha- do escorado. Cerca de R$ 420 mi- lhões foram gastos em beneficio do car- ro, que não tem mais futuro, e nenhum centavo em favor de outros modais, do pe- destre, do patrimô- nio histórico, da ar- borização e do trata- mento das feridas que provocou. Por que São Paulo, Rio e Brasília têm obras d'arte que são premiadas e nós, projetos ruins e obras mal acabadas? É que há 50 anos começaram a desmontar os núcleos de planejamento do estado, como a CPE, o Derba com seu laboratório referencia nacional e a Conder, como ór- gão de planejamento metropolitano, pa- ra consumirmos os pratos-feitos ofere- cidos por empreiteiras interessadas. So- mos também responsáveis! Precisamos voltar a lutar por uma Bahia grande e bela, por um planejamento participativo de longo prazo e não aceitarmos agres- sões a nossa cidade sob a alegação de ser supostamente o mais barato. P. ORMINDO ESCREVE DOMINGO, QUINZENALMENTE Por que S. Paulo, Rio e Brasília têm obras d'arte premiadas e nós, projetos ruins e obras mal acabadas? É que há 50 anos começaram a desmontar os núcleos de planejamento do estado Confiança decisiva A primeira-dama do estado, Fátima Mendon- ça, nunca escondeu de ninguém que a se- nadora Lídice da Matta (PSB) era a preferida dela para ser a candidata da base de apoio do governador Jaques Wagner (PT) ao governo nas eleições deste ano. Na Lavagem do Bonfim do ano passado, Fátima fez campanha aberta pela senadora. Vencida pela conjuntura nacional, que obri- gou o PSB a lançar candidatura desgarrada do PT, e pela vontade do marido, que escolheu o secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), para encabeçar a chapa governista, Fátima parece ter aceitado bem a situação. Em entrevista na Lavagem deste ano, com a sinceridade e a espontaneidade peculiares, admitiu que o fator confiança foi determi- nante para a escolha: – Ele (Wagner) tem que escolher quem é da confiança dele. Não adianta um candidato ser o melhor e não ter a confiança do gover- nador. Ou seja, Rui Costa não conseguiu convencer a primeira-dama de que é o melhor e os outros não se mostraram confiáveis para Wagner. TORCIDA FEMININA – Fátima aproveitou ain- da para fazer coro com quem torce pela es- colha de uma mulher para ser vice na chapa de Rui, que terá ainda o vice-governador Otto Alencar (PSD) como candidato ao Senado. “Eu queria mesmo que fosse uma candidata mu- lher, mas não foi. Mas pode ser que escolham uma para vice”, disse. A sorte do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, e do de- putado federal Mário Negromonte, que plei- teiam a condição de vice, é que o governador parece não dar muita atenção aos conselhos políticos da mulher... O motivo da dispensa As 11 unidades prisionais que serão construí- das ou ampliadas pelo governo nas cidades de Salvador, Itabuna, Vitória da Conquista, Bar- reiras, Irecê, Brumado, Juazeiro e Paulo Afon- so foram contratadas sob o regime de dis- pensa de licitação. Com as obras, o sistema carcerário vai ga- nhar 3.822 novas vagas. As obras serão realizadas pela Verdi Sis- temas Construtivos S/A, conhecida no mer- cado como V-SIS, por um total de R$ 150,9 milhões, com entrega em até oito meses. Segundo o secretário de Administração Pe- nitenciária, Nestor Duarte, a inexigibilidade da licitação foi utilizada porque a empresa tem um método de construção único, o que vai garantir as entregas nos prazos e pelos preços estabelecidos. – Quando eu cheguei no governo, logo que a secretaria foi criada, tivemos uma crise em Vitória da Conquista porque o presídio lá ti- nha cinco anos e sua construção não concluía. O de Eunápolis tinha sete anos e tivemos que tomar para construir – diz. O secretário diz que recebeu recomenda- ções de integrantes do judiciário e de de- putados para usar o método da V-SIS, “em- presa reconhecida no mercado”. Se é assim, agora é só conferir o cumpri- mento dos prazos. Marqueteiro na pauta O secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), pro- mete definir os principais nomes que tra- balharão na campanha dele ao governo ainda este mês. Um dos nomes estudados com mais cui- dado é o do que vai cuidar da imagem do candidato. No popular, o marqueteiro. Diferentemente do que vinha sendo ven- tilado internamente, o publicitário Sidônio Palmeira, responsável pelas últimas campa- nhas do PT no estado, está no páreo. – Estamos conversando com todo mundo. Eu não estou tratando como automático. Pode ser ele? Pode, mas não vai automático – diz Rui. Para explicar a situação, ele usa uma me- táfora do futebol: – Eu gosto muito de futebol. O jogador me- lhora quando tem disputa. Já viu Messi e Ney- mar? De vez em quando vão para o banco. Um palpite: Sidônio vai jogar. Jogada de mestre Politicamente, a nomeação do vereador Ed- valdo Brito (PTB) como secretário extraor- dinário do Conselho de Desenvolvimento Eco- nômico e Social (Codes) ajudou o governador a resolver dois problemas. Primeiro, acomodou o PTB e praticamente anulou a possibilidade de o partido marchar com a oposição. Além disso, a saída de Edvaldo da Câmara dos Vereadores reforça a bancada petista na casa com o retorno de Vânia Galvão. . O Sinpro-BA convoca os docentes da Fa- culdade de Tecnologia e Ciências (FTC), às 7h30 e às 18h30, para discutir o cumpri- mento dos direitos legais dos professores. Donaldson Gomes Jornalista [email protected] TEMPO PRESENTE Violações urbanas Editor Jary Cardoso atarde.com.br/chamegente atarde.com.br/chamegente DESTAQUES DO PORTAL A TARDE Marcos Palmeira ataca de cantor no interior baiano Netinho reitera: notícias sobre sua saúde são falsas Fabrício Gusmão / Point da Mídia Palmeira acompanha Netinho do Forró

Tempo Presente 19-01-2014

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OPINIÃOSALVADOR DOMINGO 19/1/2014A2

[email protected]

Os artigos assinados publicados nas páginas A2 e A3 não expressam necessariamente a opinião de A TARDE.Participe desta página: e-mail: [email protected]: Redação de A TARDE/Opinião - R. Professor Milton Cayres de Brito, 204, Caminho das Árvores, Salvador-BA, CEP 41822-900

ESPAÇO DO LEITORSalvador como no deserto

Gostaria de entender por que, em Salvador, otermo requalificação de espaços públicos estánecessariamente ligado à eliminação de ár-vores e sua substituição por pedra, cimento easfalto. É um profundo desrespeito às pessoasque aqui vivem e aos visitantes também. Cadadia a cidade fica mais inóspita, o calor au-menta, o vapor sobe do pavimento e a vidamais se assemelha à de um deserto, com umadiferença: nele, as noites são frias. As de Sal-vador são fornos com todo o calor que seacumulou durante o dia. Até onde chegare-mos? ISADORA BROWNE RIBEIRO, SALVADOR(BA), [email protected]

Destruição de manguezaisFiz uma visita à ilha de Maria Guarda (Madrede Deus) e fiquei pasma com a situação. Ob-servei que a população está fazendo aterra-mento nos manguezais com entulhos paraconstruir casas e jogando restos de lixo edejetos humanos no manguezal – acabandocom a natureza. Peço que a prefeitura tomeuma providência urgente. GISELE DIAS, [email protected]

Conexão perdidaVoo para Salvador. Partida do Galeão marcadapara 15h15. Às 16 horas, o avião lotado aindaestá parado na pista. Calor insuportável, tri-pulação batendo papo. Alguém indagou doatraso: o lanche não tinha chegado e semlanche a nave não podia decolar. Para quemia fazer conexão em Salvador, pro inferno olanche. Mas era determinação. O calor exigiaágua. Lá atrás uma criança de colo berrava semparar. Chega o lanche. Todos respiram ali-viados. Só que o calor consumiu toda a águae sem água também não era permitido de-colar. Foi quando a mãe da criança que berravachamou a tripulação de irresponsável. Aí ocomandante, isolado em sua cabine, pediudesculpas e prometeu “tirar o atraso”. Che-gada em Salvador: bagagens de dois aviões emuma só esteira, tumulto, empurrões, bate-bo-ca. Perdi a conexão. Mas alguém explicou queera apenas ensaio para a Copa. Então tá... EU-RICO FREITAS, [email protected]

DescasoA Coelba mantém total falta de respeito coma população de Praias do Flamengo. Forneceenergia em uma rede arcaica que acarretacontratempos: queda de potência, forneci-mento de força em uma só fase e falta total deenergia, invariavelmente uma ou duas vezespor mês. Os próprios funcionários da Coelbacondenam a fiação obsoleta, danificada pelosalitre. As reclamações não a sensibilizam. AAnel, empresa reguladora, deve o quanto an-tes tomar providencias enérgicas para coibirtais abusos. Mesmo porque trata-se de umaprestadora de serviço público essencial. Nodia 14, próximo passado, faltou energia nobairro inteiro a partir das 14 horas, e só re-tornou às 19 horas. JOSÉ HOLLY MENDES VIEI-RA, [email protected]

“Rolezinhos” e “rolezões”Muito antes de o Brasil tomar conhecimentodos “'rolezinhos”' em São Paulo, as pessoas demuitas outras grandes cidades devem ter vis-tocenasparecidasemshoppings,nosfinaisdesemana e férias escolares. Porém, de repente,um hábito que parecia inofensivo ganha amídia depois de um desses grupos de jovenster sido expulso de um shopping paulista,devido à bagunça que fizeram. A adminis-tração do shopping conseguiu na justiça odireito de impedir os “rolezinhos”'. Nada maiscorreto, dada a segurança do patrimônio pri-vado e dos que o frequentam. Quando o quedeveria ser passeios sadio se transforma emvandalismo, aí a medida certa é proibir. LEO-NARDO CALDAS, SALVADOR (BA), [email protected]

Fórmula equivocadaA FBF, contando com a leniência dos clubesparticipantes, repete a fórmula de disputa docampeonato baiano. Na primeira fase, noveclubes, em jogo de ida, disputam apenas oitopartidas, sendo que, pasmem, dois clubes,sem a participação de Bahia, Vitória e Vitóriada Conquista, serão automaticamente rebai-xados para a 2ª divisão. É um grave equívoco.Ou seja, uma agremiação que tenha somadomais pontos na primeira fase, e que não estejaentre as cinco classificadas, poderá ser re-baixada, enquanto um clube que tenha en-trado na segunda fase permanecerá na elitedo futebol baiano mesmo que não tenha so-mado nenhum ponto. No mínino, um con-trassenso. MOACYR RODRIGUES NOGUEIRA,[email protected]

Contagem de pontosEm 16/12/2013, o Sr. Wilson Camurugy ques-tionou aqui a decisão dos vencedores dostorneios através de pontos corridos e/ou ma-ta-mata. Não sou favorável a nenhuma dessaspropostas e sugiro que a contagem dos pontosse faça pelo número de gols em cada partida,limitados ao máximo de cinco. Dessa maneiraseria estimulada a marcação de gols e a per-manência de uma equipe numa posição de-penderia da sua capacidade ofensiva e de-fensiva em cada rodada. Também se acabariacom a eliminação prematura de clubes, comoocorre com a contagem de pontos, e a de-finição do vencedor ficaria sempre em sus-pense. JOSÉ IVONILDO RIBEIRO DA SILVA, [email protected]

Paulo Ormindo de AzevedoArquiteto, professor titular da Ufba

[email protected]

E m artigo recente Caetano Veloso la-menta a feiúra das cidades do país.No nosso caso não se trata apenas

do indigesto “virado-paulista-imobiliá-rio”, mas da reiterada destruição da be-leza dos sítios urbanos por grandes obraspúblicas da mais baixa qualidade. Numadas entradas de Salvador o visitante sedepara com uma das estruturas maishorrendas que se pode imaginar em umacidade. É a chamada linha 1 do metrô, quese contorce como uma montanha russasustentada por muletas e cavaletes. Co-mo transporte de massa, o metrô nãopossui articulação com a av. Bonocô, nemcom bairros vizinhos como Brotas, o quecompromete sua sustentabilidade.

Mais adiante, o visitante encontra nocanteiro central da avenida uma subes-tação sob um viaduto, que mais pareceum presídio de interior com muros im-provisados e aramefarpado. Instalaçãosem segurança comuma via pública amontante. Ao se in-teressar em saber so-bre a obra, o turistase dará conta que asestações não têm sa-nitários, nem a linha,abafadores acústicos.Para piorar, deveráser feito no meio daavenida um mons-trengo suspenso paraa articulação com alinha 2.

Quem projetou equem aprovou estacoisa que viola um dosmais belos vale da cidade? Compare-se a av.Centenário, primeira park-way de vale pro-jetada por Diógenes Rebouças e ajardinadapor Guilardo Muniz, com a av. Bonocô,bastarda e apócrifa, compreenderá por quepodemos classificá-la de um estupro ur-bano. Coteje-se o nosso metrô com os deSão Paulo, do Rio e de Brasília e chegamosà mesma conclusão.

Sua continuação, a linha 2, será umaestrada de ferro barulhenta que irá des-truir o canteiro central da av. Paralela ecorrer entre alambrados, dividindo a ci-dade no meio, segregando a populaçãodo Miolo dos condomínios fechados daorla. Ao nível do solo, em 13 km, ne-nhuma passagem, apenas viadutos sempasseios. A Paralela será uma via subur-bana de ligação de Salvador com Itinga,

em Lauro de Freitas, e Abrantes, em Ca-maçari. Com tais agressões será inevi-tável a depreciação de seus imóveis. Cus-taria pouco fazê-lo em trincheira comlaje recoberta por um parque e ciclovia.Por que os moradores e comerciantes daárea não lutam por isto?

Uma segunda violação é recente e sechama via expressa. Uma via portuárianecessária de duas faixas, mas hiperdi-mensionada e com 14 viadutos, que nãoresolveram o problema do Abacaxi e cria-ram outros. Bairros como Soledade, Cai-xa D'Água e Liberdade perderam sua li-gação com Água de Meninos, Baixa dosSapateiros e av. Heitor Dias. A via ex-pressa não é uma avenida urbana, é umaautopista seccionando a cidade com tú-neis e pistas embaralhadas devido a er-ros de locação, sem faixas de desace-leração, zebras, sinalização, nem arbo-rização. É mais uma barreira para separara cidade pobre da rica ensejando maissegregação e violência.

Por onde passou, a via deixou um rastrode destruição que mais parece um bom-bardeio. A ladeira Canto da Cruz e a estradada Rainha desapareceram. A Soledade, sítiohistórico por onde entrou a tropa liber-tadora do país, em 2 de julho de 1823, foi

mutilada e seus belossobrados azulejadosestão escorados e cain-do. O Solar Bandeira,testemunho do ciclodo açúcar, com seujardim à cavaleiro dabaia, está com o telha-do escorado.

Cerca de R$ 420 mi-lhões foram gastosem beneficio do car-ro, que não tem maisfuturo, e nenhumcentavo em favor deoutros modais, do pe-destre, do patrimô-nio histórico, da ar-borização e do trata-mento das feridas

que provocou.Por que São Paulo, Rio e Brasília têm

obras d'arte que são premiadas e nós,projetos ruins e obras mal acabadas? Éque há 50 anos começaram a desmontaros núcleos de planejamento do estado,como a CPE, o Derba com seu laboratórioreferencia nacional e a Conder, como ór-gão de planejamento metropolitano, pa-ra consumirmos os pratos-feitos ofere-cidos por empreiteiras interessadas. So-mos também responsáveis! Precisamosvoltar a lutar por uma Bahia grande ebela, por um planejamento participativode longo prazo e não aceitarmos agres-sões a nossa cidade sob a alegação de sersupostamente o mais barato.

P. ORMINDO ESCREVE DOMINGO, QUINZENALMENTE

Por que S. Paulo, Rioe Brasília têm obrasd'arte premiadas enós, projetos ruinse obras malacabadas? É que há50 anos começarama desmontaros núcleos deplanejamentodo estado

Confiança decisivaA primeira-dama do estado, Fátima Mendon-ça, nunca escondeu de ninguém que a se-nadora Lídice da Matta (PSB) era a preferidadela para ser a candidata da base de apoio dogovernador Jaques Wagner (PT) ao governonas eleições deste ano.

Na Lavagem do Bonfim do ano passado,Fátima fez campanha aberta pela senadora.

Vencida pela conjuntura nacional, que obri-gou o PSB a lançar candidatura desgarrada doPT, e pela vontade do marido, que escolheu osecretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), paraencabeçar a chapa governista, Fátima pareceter aceitado bem a situação.

Em entrevista na Lavagem deste ano, com asinceridade e a espontaneidade peculiares,admitiu que o fator confiança foi determi-nante para a escolha:

– Ele (Wagner) tem que escolher quem é daconfiança dele. Não adianta um candidato sero melhor e não ter a confiança do gover-nador.

Ou seja, Rui Costa não conseguiu convencera primeira-dama de que é o melhor e os outrosnão se mostraram confiáveis para Wagner.

TORCIDA FEMININA – Fátima aproveitou ain-da para fazer coro com quem torce pela es-colha de uma mulher para ser vice na chapade Rui, que terá ainda o vice-governador OttoAlencar (PSD) como candidato ao Senado. “Euqueria mesmo que fosse uma candidata mu-lher, mas não foi. Mas pode ser que escolhamuma para vice”, disse. A sorte do presidente daAssembleia Legislativa, Marcelo Nilo, e do de-putado federal Mário Negromonte, que plei-teiam a condição de vice, é que o governadorparece não dar muita atenção aos conselhospolíticos da mulher...

O motivo da dispensaAs 11 unidades prisionais que serão construí-das ou ampliadas pelo governo nas cidades deSalvador, Itabuna, Vitória da Conquista, Bar-reiras, Irecê, Brumado, Juazeiro e Paulo Afon-so foram contratadas sob o regime de dis-pensa de licitação.

Com as obras, o sistema carcerário vai ga-nhar 3.822 novas vagas.

As obras serão realizadas pela Verdi Sis-temas Construtivos S/A, conhecida no mer-cado como V-SIS, por um total de R$ 150,9milhões, com entrega em até oito meses.

Segundo o secretário de Administração Pe-nitenciária, Nestor Duarte, a inexigibilidadeda licitação foi utilizada porque a empresatemummétododeconstruçãoúnico,oquevaigarantir as entregas nos prazos e pelos preçosestabelecidos.

– Quando eu cheguei no governo, logo quea secretaria foi criada, tivemos uma crise emVitória da Conquista porque o presídio lá ti-nha cinco anos e sua construção não concluía.O de Eunápolis tinha sete anos e tivemos quetomar para construir – diz.

O secretário diz que recebeu recomenda-ções de integrantes do judiciário e de de-putados para usar o método da V-SIS, “em-presa reconhecida no mercado”.

Se é assim, agora é só conferir o cumpri-mento dos prazos.

Marqueteiro na pautaO secretário da Casa Civil, Rui Costa (PT), pro-mete definir os principais nomes que tra-balharão na campanha dele ao governo aindaeste mês.

Um dos nomes estudados com mais cui-dado é o do que vai cuidar da imagem docandidato.

No popular, o marqueteiro.Diferentemente do que vinha sendo ven-

tilado internamente, o publicitário SidônioPalmeira, responsável pelas últimas campa-nhas do PT no estado, está no páreo.

– Estamos conversando com todo mundo.Eu não estou tratando como automático. Podeser ele? Pode, mas não vai automático – dizRui.

Para explicar a situação, ele usa uma me-táfora do futebol:

– Eu gosto muito de futebol. O jogador me-lhora quando tem disputa. Já viu Messi e Ney-mar? De vez em quando vão para o banco.

Um palpite: Sidônio vai jogar.

Jogada de mestrePoliticamente, a nomeação do vereador Ed-valdo Brito (PTB) como secretário extraor-dinário do Conselho de Desenvolvimento Eco-nômico e Social (Codes) ajudou o governadora resolver dois problemas.

Primeiro, acomodou o PTB e praticamenteanulou a possibilidade de o partido marcharcom a oposição.

Além disso, a saída de Edvaldo da Câmarados Vereadores reforça a bancada petista nacasa com o retorno de Vânia Galvão.

. O Sinpro-BA convoca os docentes da Fa-culdade de Tecnologia e Ciências (FTC), às7h30 e às 18h30, para discutir o cumpri-mento dos direitos legais dos professores.

Donaldson GomesJornalista

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