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Associação Geral TEOLOGIA DA ORDENAÇÃO Relatório da Comissão de Estudo Junho de 2014

Teologia Da Ordenação

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Documento da Conferência Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre a ordenação de mulheres

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  • Associao Geral

    TEOLOGIA DA

    ORDENAO Relatrio da Comisso de Estudo Junho de 2014

  • 2

    Esta traduo tem o objetivo de facilitar o acesso aos que no

    tm domnio da lngua inglesa. Para os demais, recomenda-se

    a consulta do relatrio original em ingls, que pode ser baixado

    na pgina: https://www.adventistarchives.org/final-tosc

    Utilizou-se uma traduo oficial das declaraes das 3

    posies. As demais partes foram traduzidas pelos

    colaboradores do site

    http://teologiadaordenacao.blogspot.com.br/

    Foram utilizadas as referncias aos livros de Ellen White de

    acordo com o site do Centro de Pesquisas Ellen G. White

    (Brasil) - http://centrowhite.org.br/ellen-g-white/relacao-de-

    titulos-portugues-ingles-dos-livros-de-ellen-g-white/

    Em alguns lugares as notas de rodap foram inseridas no texto

    entre colchetes.

    PARA MAIS INFORMAES E ARTIGOS EM PORTUGUS

    SOBRE A TEOLOGIA DA ORDENAO E A DISCUSSO

    SOBRE ORDENAO DE MULHERES, ACESSE

    http://teologiadaordenacao.blogspot.com.br/

  • 3

    SEO I

    TERMOS DE REFERNCIA

  • 4

    INTRODUO E ORIENTAES

    A Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao (TOSC, na sigla em ingls) o

    resultado de um pedido feito por um delegado da assembleia da Associao Geral de 2010. A

    administrao da Associao Geral encaminhou esse pedido para o Comit Administrativo da

    Associao Geral para a aprovao do processo de estudo da teologia da ordenao em 20 de

    setembro de 2011.

    O objetivo da Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao seguir

    cuidadosamente, e em esprito de orao, os termos de referncia com o objetivo de atingir o

    consenso no mximo possvel de assuntos.

    A Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao prov para os membros da

    comisso uma ampla perspectiva para permitir que o Esprito Santo ajude a trazer consenso,

    tanto quanto possvel.

    Considerando que uma comisso de estudos, o processo normal de votao no

    usado para colocar posies ou representantes um contra o outro. Pelo contrrio, a

    abordagem de estudo de dar oportunidade para um relatrio de consenso nos itens aceitos

    por consenso. Nos itens nos quais no possvel chegar a um consenso, vrios relatrios so

    preparados para apresentar os diferentes pontos de vista e suas rplicas apropriadas. Atravs

    de sesses intensas de orao, estudo da Bblia, estudo do Esprito de Profecia e das

    cuidadosas discusses resultantes, a Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao deve

    focar em solues que apoiem a mensagem, misso e unidade da Igreja Adventista do Stimo

    Dia.

    Em seu estudo, a Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao colabora com as

    Comisses de Pesquisa Bblica estabelecidas (BRCs, na sigla em ingls) e d assistncia aos

    BRCs com uma agenda abrangente a ser revisada. A Comisso de Estudo da Teologia da

    Ordenao recebe relatrios dos BRCs das divises e pode atribuir trabalhos de pesquisa e

    apresentaes aos membros e no membros da comisso para serem revisados pela Comisso

    de Estudo da Teologia da Ordenao.

    A Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao se reuniu aproximadamente quatro

    vezes, concluindo seu trabalho em junho de 2014. Um comit de direo da Comisso de

    Estudo da Teologia da Ordenao supervisionou o processo. O trabalho da comisso foi

    prover o mximo possvel de informao ao tema atribudo para ser reexaminado pela

    Administrao da Associao Geral em junho de 2014, e ento o relatrio completo provido

    pela Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao foi revisado no Conclio Anual de 2014.

    O Conclio Anual definiu os itens a serem encaminhados para a assembleia da Associao

    Geral de 2015.

  • 5

    TERMOS DE REFERNCIA

    TERMOS DE REFERNCIA AUTORIDADE E RESPONSABILIDADE

    1. Supervisionar o estudo mundial da teologia da ordenao e suas implicaes, revendo e analisando dados da Bblia e do Esprito de Profecia.

    Poder para agir.

    2. Recapitular a histria do estudo da ordenao na Igreja Adventista do Stimo Dia.

    Poder para agir.

    3. Desenvolver uma pauta abrangente no assunto da teologia da ordenao e suas implicaes para prticas na Igreja Adventista do Stimo Dia, incluindo o tema da ordenao da mulher para o ministrio evangelstico.

    Poder para agir.

    4. Receber (at 31 de dezembro de 2013) e discutir os relatrios das Comisses de Pesquisa Bblica das divises sobre seus estudos e concluses, garantindo que as Comisses de Pesquisa Bblica das divises endossem agendas de estudo compreensveis.

    Poder para agir em consulta com as Comisses de Pesquisa Bblica das divises

    5. Requerer estudos ou solicitar relatrios dos membros e/ou no membros da comisso quando estudos adicionais se mostrarem necessrios.

    Poder para agir.

    6. Desenvolver uma teologia adventista da ordenao para recomendar considerao do Conclio Anual de 2014.

    Poder para agir.

    7. Enviar ao Conclio Anual de 2014, atravs da administrao da Associao Geral, o relatrio completo do estudo mundial indicando reas de consenso e reas onde no houve consenso com respeito teologia da ordenao e suas implicaes para prticas da Igreja Adventista do Stimo Dia

    Poder para agir.

    8. Em reas de discordncia, focar em

    potenciais solues que apoiem a

    mensagem, misso e unidade da Igreja

    Adventista do Stimo Dia.

    Recomendar para o Comit Administrativo da Associao Geral.

  • 6

    MEMBROS DO COMIT

    STELE, ARTUR A. - Presidente

    Mbwana, Geoffrey G. - Vice-presidente

    Porter, Karen J. - Secretrio

    Trim, Wendy - Relator

    Arrais, Jonas

    Arrais, Raquel C.

    Batchelor, Doug

    Bauer, Stephen

    Beardsley-Hardy, Lisa M.

    Bischoff, Fred

    Bohr, Stephen

    Brown, Gina S.

    Brunt, John

    Ceballos, Mario E.

    Chang, Shirley

    Clark, Chester V. III

    Costa, Robert

    Damsteegt, Laurel

    Damsteegt, P. Gerard

    Davidson, Jo Ann M.

    Davidson, Richard M.

    De Sousa, Elias B.

    Diop, A. Ganoune

    Donkor, Kwabena

    Doss, Cheryl

    Fagal, William A.

    Finley, Mark A.

    Fortin, Denis

    Gothard, Doris M.

    Haloviak-Valentine,

    Kendra

    Hasel, Michael

    Holmes, C. Raymond

    Howard, James

    Hucks, Willie

    Jankiewiez, Darius

    Kent, Anthony R.

    King, Gregory A.

    Knott, Esther

    Knott, William M.

    Koh, Linda Mei Lin

    Kuntaraf, Kathleen K. H.

    Mackintosh, Don

    McLennan, Patty

    Miller, Nicholas

    Mills, Phillip

    Moon, Jerry

    Morris, Derek J.

    Mueller, Ekkehardt F. R.

    Nelson, Dwight K.

    Nix, James R.

    Oberg, Chris

    Page, Janet

    Page, Jerry N.

    Paulson, Kevin

    Peters, John

    Pfandl, Gerhard

    Poirier, Timothy L.

    Prewitt, Eugene

    Proffitt, Kathryn L.

    Rafferty, James

    Read, David C.

    Reeve, Teresa

    Reid, George

    Roberts, Randall L.

    Rodrguez, ngel M.

    Scarone, Daniel

    Silva, Sandra

    Slikkers, Dolores E.

    Small, Heather-Dawn K.

    Sorke, Ingo

    Timm, Alberto R.

    Trim, David

    Tutsch, Cindy

    Veloso, Mario

    Vin Cross, Tara

    Wahlen, Clinton L.

    Warden, Ivan Leigh

    Zarska, Carol

  • 2

    DOIS REPRESENTANTES DESIGNADOS DE CADA DIVISO

    Coralie, Alain

    Mathema, Zacchaeus

    Diviso Centro Leste Africana

    Biaggi, Guillermo E.

    Zaitsev, Eugene

    Diviso Euroasitica

    Henry, Elie

    Perez, Carmen

    Diviso Interamericana

    Hasel, Frank

    Magyarosi, Barna

    Diviso Intereuropeia

    Bietz, Gordon

    Pollard, Leslie N.

    Diviso Norte-Americana

    Doh, Hyunsok John

    Higashide, Katsumi

    Diviso Pacfico Norte-Asitico

    Schmied Padilla, Lilian

    Siqueira, Reinaldo

    Diviso Sul-Americana

    Musvosvi, Joel Southern

    Ratsara, Paul S.

    Diviso Sul Africana Oceano ndico

    Christo, Gordon E.

    Tlau, Chawngdinpuii

    Diviso Sul-Asitica

    Gayoba, Francisco

    Sabuin, Richard

    Diviso do Pacfico Sul-Asitico

    Oliver, Barry D.

    Roennfeldt, Ray

    Diviso do Sul do Pacfico

    Barna, Jan

    Wiklander, Bertil A.

    Diviso Transeuropeia

    Bediako, Daniel K.

    Nwaomah, Sampson

    Diviso Centro Leste Africana

    EX OFFICIO Wilson, Ted N. C., Presidente

    Ng, G. T., Secretrio

    Lemon, Robert E., Tesoureiro

    DIREO DA COMISSO DE ESTUDO DA TEOLOGIA DA

    ORDENAO

    STELE, ARTUR A., Presidente

    Mbwana, Geoffrey G., Vice-presidente

    Porter, Karen J., Secretrio

    Damsteegt, P. Gerard

    Davidson, Richard

    Fagal, William A.

    Rodrguez, ngel M.

  • 2

    SEO II

    HISTRIA DA TOSC

  • 3

    ESCOPO DA COMISSO

    A Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao (TOSC) formado por membros de

    uma variada gama de opinies. A Comisso composta por 106 membros, incluindo o

    presidente, vice e secretrio; dois representantes de cada uma das 13 divises mundiais; e 74

    membros da Diviso Norte-Americana representando todas as esferas da igreja. A comisso

    inclui membros leigos, pastores, administradores e telogos das principais instituies de

    ensino adventistas. H ainda trs oficiais da Associao Geral (AG) que so membros

    extraoficiais da comisso.

    Um comit de direo de sete membros foi estabelecido, com trs oficiais da

    comisso, dois membros representando aqueles que se opem ordenao de mulheres e trs

    representando aqueles a favor da ordenao de mulheres.

    Considerando que esse uma comisso de estudos, o processo normal de votao

    no utilizado. Em vez disso, a abordagem do estudo resulta em um relatrio de consenso

    sobre a teologia da ordenao. Nos itens em que no se chegar a um consenso, vrios

    relatrios sero elaborados para apresentar os diferentes pontos de vista e suas rplicas

    apropriadas. Uma inovao significativa que se tornou parte deste processo a criao de

    uma pgina da internet no site Arquivos, Estatsticas e Pesquisas

    (www.adventistarchives.org/about-tosc) para todos os artigos e relatrios apresentados ao

    TOSC, assim como aes das sesses da AG, aes dos comits da AG, artigos e relatrios

    das comisses e comits de estudos e outros relatrios comissionados oficiais. Essa pgina de

    internet, pela primeira vez, torna esses documentos histricos disponveis ao pblico.

    TAREFAS COMPLETADAS DA COMISSO

    A TOSC se reuniu quatro vezes, sendo sua ltima reunio em 2 a 4 de junho de 2014.

    Em cada encontro um tempo significativo foi usado em oraes e devocionais, elevando os

    pensamentos quele que tem todas as repostas. Em momentos difceis nas discusses, o

    debate foi interrompido para um perodo de orao. Ao concentrar novamente os

    pensamentos e invocar a presena do Esprito Santo, o tom da reunio se mudava e um

    esprito de cordialidade era sentido.

    Por todo o processo, pequenos grupos de discusso foram estabelecidos para dar aos

    membros a chance de expressar suas convices, fazer perguntas, discutir tpicos e ouvir as

    opinies dos outros em um ambiente amigvel.

  • 4

    Primeiro encontro - janeiro de 2013 (trs dias)

    Foi discutido sobre como lidar com questes doutrinrias na igreja e que regras

    bsicas seguir, considerando conselhos das Escrituras e dos escritos de Ellen White.

    Revisitou-se e reafirmou-se o documento intitulado Estudo da Bblia:

    Pressuposies, Princpios e Mtodos que foi votado no Conclio Anual, no Rio de

    Janeiro, em 1986.

    Foi feita a leitura dos artigos sobre a histria da ordenao no cristianismo primitivo e

    na histria da Igreja Adventista do Stimo Dia.

    Gastou-se um tempo significativo examinando-se a teologia da ordenao atual em si

    - independente da questo do gnero. Sentiu-se a necessidade da discusso deste

    ponto antes de se discutir a ordenao da mulher.

    A questo da ordenao foi discutida em grupos pequenos.

    Sucedendo o primeiro encontro, a comisso de direo elegeu um comit relator,

    coordenado por Geoffrey G. Mbwana, para criar uma declarao de consenso sobre a teologia

    da ordenao. Um alto nvel de confiana foi criado entre os membros do grupo relator e um

    profundo esprito de cooperao e disposio para o trabalho em conjunto foi demonstrado.

    Segundo encontro - julho de 2013 (trs dias)

    A primeira ao do segundo encontro foi o voto de uma declarao de consenso sobre

    a teologia da ordenao.

    A comisso ento debruou-se sobre o tpico da ordenao da mulher.

    Houve diversas apresentaes sobre a histria da ordenao da mulher sob ambos os

    pontos de vista (favorvel e contrrio).

    Princpios hermenuticos foram apresentados sob cada ponto de vista, seguido de

    apresentaes sobre 1 Timteo sobre como se aplicar esses princpios.

    Uma viso geral sobre a ordenao da mulher foi apresentada em ambas as

    perspectivas.

    O segundo encontro foi o mais intenso, com 16 artigos apresentados e pouco tempo

    para discusso em grupos pequenos.

    Terceiro encontro - janeiro de 2014 (cinco dias)

    Esse encontro foi mais longo, com 2 dias adicionais.

    Relatrios e concluses foram compartilhados sobre a questo da ordenao da

    mulher de todos as treze Comisses de Pesquisa Bblica das divises.

    Em uma das noites, um painel de apresentadores respondeu questes acerca de

    apresentaes de encontros anteriores.

  • 5

    Duas apresentaes foram feitas, uma de cada ponto de vista, sobre 1 Timteo 3:2

    (marido de uma s mulher), com tempo para discusses em grupos pequenos sobre

    esse assunto.

    Um artigo da sntese da posio de cada lado foi apresentado.

    O grupo favorvel fez uma exegese sobre 1 Corntios 11.

    O grupo contrrio fez uma apresentao sobre hermenutica.

    Foram feitas apresentaes de cada grupo sobre a questo: Para onde o nosso

    posicionamento ir nos levar?.

    Os que tinham uma posio contrria ao ordenamento de mulheres ao ministrio

    evanglico fizeram avaliaes sobre essas apresentaes.

    Grupos pequenos se reuniram para responder as avaliaes das posies atravs do

    estudo de Gnesis 1-3 e 1 Timteo 2 e 3, e sugerir caminhos para se avanar.

    No pr do sol de sexta feira foi feita uma apresentao, Sendo Pacificadores, por

    uma igreja local, e um devocional por Artur A. Stele.

    No sbado, Mark A. Finley desafiou o grupo em seu sermo sobre aes para seguir o

    mtodo da igreja primitiva em lidar com questes difceis, e grupos pequenos se

    reuniram e se ocuparam com o desafio feito pelo pastor Finley.

    Grupos pequenos se reuniram novamente sbado tarde para discutir as seguintes

    passagens: 1 Corntios 11; Glatas 3:26-28 e Joel 2:28-32.

    A reunio se encerrou com um apelo de Geoffrey G. Mbwana para construir pontes e

    avanar juntos, unidos em Cristo.

    Quarto encontro - junho de 2014 (trs dias)

    Foi dado um tempo para a apresentao de uma terceira posio, representando a

    opinio daqueles que tm uma posio mais moderada ou intermediria.

    A maior parte do tempo desses encontros foi gasta em assembleia de grupos, mais do

    que sesses em plenrio, revisando e refinando as trs declaraes das snteses das

    posies e declaraes de caminhos a seguir.

    Apresentaes das declaraes de caminhos a seguir, de cada uma das assembleias de

    grupos das posies, foram feitas a toda a comisso.

    Um voto unnime foi tomado para afirmar que, apesar das diferenas de opinio em

    relao ordenao de mulheres, os membros da Comisso de Estudo da Teologia da

    Ordenao esto comprometidos com a mensagem e a misso da Igreja Adventista do

    Stimo Dia, conforme expressas nas 28 doutrinas fundamentais.

    Uma pesquisa foi feita pedindo a cada membro para que marcasse a posio ou

    posies que fossem mais aceitveis para ele. O resultado da pesquisa o que segue:

  • 6

    VISES DE CONSENSO

    Votos totais: 95; abstenes: 1

    Ordenar/comissionar apenas homens qualificados para o ofcio de pastor/ministro na igreja mundial

    Cada entidade responsvel pelo chamado de pastores/ministros ser autorizada a escolher se ter apenas homens como pastores ordenados ou homens e mulheres como pastores ordenados

    A liderana denominacional de cada nvel ser autorizada a decidir, baseada em princpios bblicos, se tal adaptao [permisso para ordenar homens e mulheres] apropriada para sua rea ou regio

    Primeira opo

    32 40 22

    Segunda opo

    0 12 19

    Terceira opo 2 0 0

    Ted N. C. Wilson agradeceu a comisso por seu trabalho e esboou o processo

    seguinte de levar o relatrio a Reunio de Oficiais, PREXAD, Conclio Anual e ento

    assembleia da Associao Geral em 2015.

    O encontro se encerrou com uma orao de G. T. Ng, secretrio da Associao Geral dos

    Adventistas do Stimo Dia.

  • 7

    SEO III

    APRESENTAES SOBRE ESTE TEMA

  • 8

    As seguintes apresentaes dos encontros da TOSC esto disponveis

    no website dos Arquivos, Estatsticas e Pesquisas da CG. Antigas pesquisas

    e todos os relatrios de estudo e artigos das Cominsses de Pesquisa Bblica

    das divises tambm esto disponveis no mesmo website no item do menu

    Teologia da Ordenao.

    DECLARAES

    Declarao de Consenso sobre uma Teologia da Ordenao Adventista do Stimo Dia

    ARTIGOS DE JANEIRO DE 2013

    Dealing With Doctrinal Issues in the ChurchProposal for Ground Rules, de Paul S.

    Ratsara e Richard M. Davidson.

    The Proper Role of Ellen G. Whites Writings in Resolving Church Controversies, de

    William A. Fagal.

    Ellen G. White on Biblical Hermeneutics, de P. Gerard Damsteegt.

    Ordination in Seventh-day Adventist History, de David Trim.

    The Problem of Ordination: Lessons From Early Christian History, de Darius Jankiewicz.

    Magisterial Reformers and Ordination, de P. Gerard Damsteegt.

    Towards a Theology of Ordination, de ngel M. Rodrguez e outros.

    Estudo da Bblia: Pressuposies, Princpios e Mtodos, Conclio Anual de 1986.

    ARTIGOS DE JULHO DE 2013

    The Ordination of Women in Seventh-day Adventist Policy and Practice, de David Trim.

    Womens Status and Ordination as Elders or Bishops in the Early Church, Reformation, and

    Post-Reformation Eras, de P. Gerard Damsteegt.

    The Ordination of Women in the American Church, de Nicholas Miller.

    The Ordination of Women in the American Church Appendix, de Nicholas Miller.

    Trajectories of Womens Ordination in History, de John W. Reeve.

    Back to Creation: Toward a Consistent Adventist Creation-Fall-Re-Creation Hermeneutic,

    de Jiri Moskala.

  • 9

    Paul, Woman, and the Ephesian Church: An Examination of 1 Timothy 2:8-15, de Carl

    Cosaert.

    Biblical Hermeneutics and Headship in First Corinthians, de Edwin Reynolds.

    Adam, Where are You?, de Ingo Sorke.

    Man and Woman in Genesis 1-3: Ontological Equality and Role Differentiation, de Paul S.

    Ratsara e Daniel K. Bediako.

    Women of the Old Testament: Women of Influence, de Laurel Damsteegt.

    Issues Relating to the Ordination of Women with Special Emphasis on 1 Peter 2:9, 10 and

    Galatians 3:28, de Stephen Bohr.

    Headship, Gender, and Ordination in the Writings of Ellen G. White, de P. Gerard

    Damsteegt.

    Ellen White, Women in Ministry and the Ordination of Women, de Denis Fortin.

    Ellen White, Ordination, and Authority, de Jerry Moon.

    Should Women Be Ordained as Pastors? Old Testament Considerations, de Richard M.

    Davidson.

    Shall the Church Ordain Women as Pastors? Thoughts Toward an Integrated NT

    Perspective, de Teresa Reeve.

    Authority of the Christian Leader, de Darius Jankiewicz.

    ARTIGOS DE JANEIRO DE 2014

    Hermeneutics: Interpreting Scripture on the Ordination of Women, de P. Gerard

    Damsteegt, Edwin Reynolds, Gerhard Pfandl, Laurel Damsteegt e Eugene Prewitt.

    1 Corinthians 11:2-16 and the Ordination of Women to Pastoral Ministry, de Teresa Reeve.

    Leadership and Gender in the Ephesian Church: An Examination of 1 Timothy, de Carl P.

    Cosaert.

    Is Husband of One Wife in 1 Timothy 3:2 Gender-Specific?, de Clinton L. Wahlen.

    Restoration of the Image of God: Headship and Submission, de John W. Peters.

    My Personal Testimony: Some Pastoral Reflections, de Dwight K. Nelson.

  • 10

    Evaluation of Egalitarian Papers, de Gerhard S. Pfandl with Daniel K. Bediako, Steven

    Bohr, Laurel e P. Gerard Damsteegt

    Jerry Moon, Paul S. Ratsara, Edwin Reynolds, Ingo Sorke e Clinton L. Wahlen

    Evaluation of the Arguments Used by Those Opposing the Ordination of Women to the

    Ministry, de ngel M. Rodrguez.

    Moving Forward in Unity, de Barry D. Oliver.

    Women In Ministry: What Should We Do Now?, de C. Raymond Holmes.

    ARTIGOS DE JUNHO DE 2014

    Sntese da Posio #1

    Sntese da Posio #2

    Sntese da Posio #3

    Declarao de Caminho a Seguir #1

    Declarao de Caminho a Seguir #2

    Declarao de Caminho a Seguir #3

    ARTIGO COMISSIONADO E ENVIADO MAS NO

    APRESENTADO

    Seventh-day Adventists On Womens Ordination: A Brief Historical Overview, de Alberto R.

    Timm.

  • 11

    SEO IV

    DECLARAO DE CONSENSO SOBRE A

    TEOLOGIA DA ORDENAO

  • 12

    RECOMENDA-SE A ADOO DO DOCUMENTO

    "DECLARAO DE CONSENSO SOBRE UMA TEOLOGIA

    DA ORDENAO ADVENTISTA DO STIMO DIA",

    CONFORME SE L A SEGUIR:

    Em um mundo alienado de Deus, a igreja composta por aqueles que Deus conciliou

    consigo e uns para com os outros. Atravs da obra salvadora de Cristo, eles so unidos a Ele

    pela f atravs do batismo (Ef 4:4-6), se tornando assim um sacerdcio real cuja misso

    anunciar as virtudes dAquele que vos chamou das trevas para a Sua maravilhosa luz (1Pe

    2:9). Aos crentes dado o ministrio da reconciliao (2Co 5:18-20), chamados e capacitados

    atravs do poder do Esprito e dos dons que Ele lhes confere para anunciar a Comisso

    Evanglica (Mt 28:18-20).

    Ainda que todos os crentes sejam chamados a usar seus dons espirituais para o

    Evangelho, as Escrituras identificam certas posies de liderana especficas que so

    acompanhadas pelo aval pblico da igreja, de pessoas que correspondem s qualificaes

    bblicas (Nm 11:16-17; At 6:1-6; 13:1-3; 14:23; 1Tm 3:1-12; Tt 1:5-9). Frequentemente tal

    reconhecimento demonstrado pela imposio das mos. Algumas tradues da Bblia

    usam a palavra ordenao para traduzir diversas palavras em grego e hebraico que possuem

    a ideia bsica de selecionar ou apontar que descrevem a atribuio dessas pessoas em seus

    respectivos ofcios. Atravs da histria crist, o termo ordenao adquiriu sentidos alm do

    que essas palavras significavam originalmente. Sob tal pano de fundo, os adventistas do

    stimo dia compreendem a ordenao, em um sentido bblico, como a ao da igreja em

    reconhecimento pblico ao ministrio local e global daqueles a quem Deus chamou e

    capacitou.

    Alm da funo nica dos apstolos, o Novo Testamento identifica as seguintes

    categorias de lderes ordenados: o ancio/ancio supervisor (At 14:23; 20:17, 28; 1Tm 3:2-7;

    4:14; 2Tm 4:1-5; 1Pe 5:1) e o dicono (Fp 1:1; 1Tm 3:8-10). Embora a maioria dos ancios e

    diconos ministrassem em lugares determinados, alguns ancios eram itinerantes e

    supervisionavam territrios maiores com mltiplas congregaes, o que pode ser o caso de

    ministrios de indivduos como Timteo e Tito (1Tm 1:3-4; Tt 1:5).

    No ato da ordenao, a igreja confere autoridade representativa a indivduos para a

    obra especfica do ministrio ao qual eles foram designados (At 6:1-3; 13:1-3; 1Tm 5:17; Tt

    2:15). Isso pode incluir representar a igreja; proclamar o evangelho; administrar a ceia do

    Senhor e batizar; semear e organizar igrejas; guiar e nutrir membros; ensinar contra falsas

    doutrinas; e prover servios gerais congregao (cf. At 6:3; 20:2829; 1Tm 3:2, 4-5; 2Tm

    1:13-14; 2:2; 4:5; Tt 1:5, 9). Embora a ordenao contribua para a ordem da igreja, ela nunca

    atribui qualidades especiais s pessoas ordenadas nem introduz uma hierarquia rgia

    comunidade de f. Os exemplos bblicos de ordenao incluem a distribuio de

    incumbncias, a imposio das mos, orao e jejum, e se empenhar com aqueles que se

    afastaram da graa de Deus (Dt 3:28; At 6:6; 14:26; 15:40).

  • 13

    Indivduos ordenados dedicam seus talentos ao Senhor e Sua igreja num servio

    vitalcio. O modelo de fundao da ordenao o chamado de Jesus aos doze apstolos (Mt

    10:14; Mc 3:13-19; Lc 6:12-16), e o modelo absoluto de ministrio cristo a vida e servio

    de nosso Senhor, que no veio para ser servido, mas para servir (Mc 10:45; Lc 22:25-27; Jo

    13:1-17).

  • 14

    SEO V

    SNTESES DAS POSIES

  • 15

    DELINEAO DA SNTESE DA POSIO #1

    Declarao do resumo

    Introduo

    Trs motivos para nossa posio

    Claramente, a Bblia diz que o ancio deve ser marido de uma s mulher (1Tm 3:2;

    Tt 1:6)

    A Igreja Adventista do Stimo Dia deve continuar fundamentada na Bblia em todas

    as questes de f e prtica

    Permitir mtodos concorrents de interpretao das Escrituras traz grande

    desunidade

    Relacionar a Bblia com a cultura

    Princpios da interpretao bblica

    O padro de interpretao a Bblia, e a Bblia somente

    A Bblia foi escrita para todos

    Devemos aceitar a Bblia tal como ela

    Interpretao e as trs mensagens anglicas

    Aplicao dos princpios bblicos de interpretao em textos-chaves

    Interpretao de 1 Timteo 2 e 3

    1 Timteo 2

    1 Timteo 3

    Implicaes

    Relaionamento de homens e mulheres em 1 Corntios 11

    Glatas 3:26-29

    Igualdade e Diferena entre homem- mulher em Gnesis 1 e 2

    Igualdade entre homem-mulher em Gnesis 1 e 2

    Diferena entre homem-mulher em Gnesis 1 e 2

    Relacionamento do homem e da mulher aps a queda em Gnesis 3

    Ordenaes bblicas

    Antigo Testamento

    Novo Testamento

    Ordenao e imposio das mos

    Ordenao e autoridade

    A autoridade dos ministros

    A autoridade dos ancios

    Ordenao e unidade mundial

    Resumo da ordenao bblica

    Respostas a algumas questes sobre a ordenao

  • 16

    RESUMO DA POSIO #1

    DECLARAO DO RESUMO

    Este documento apresenta as qualificaes bblicas para a ordenao aos ofcios de

    ancio/pastor/ministro e examina se as mulheres no ministrio deveriam atuar nesses ofcios.

    Primeiro, ele apresenta o motivo fundamental porque compreendemos, a partir da

    Escritura, que somente certos homens qualificados podem ocupar esses ofcios. Em seguida,

    discute os princpios de como interpretar a Bblia e como aplicar esses princpios a 1 Timteo

    2 e 3, 1 Corntios 11, Glatas 3 e Gnesis 1 a 3. Ento, apresenta exemplos bblicos da

    ordenao e sua prtica, as diferenas entre os ofcios e os dons e o significado da imposio

    das mos; trata da ordenao e da autoridade, e da ordenao e da unidade da igreja; e oferece

    uma resposta a alguns argumentos em favor da ordenao das mulheres.

    INTRODUO

    Deus chama as mulheres ao ministrio. Seu servio precisa do trabalho delas, e Ele

    honrado quando elas devotam seus talentos para ministrar s necessidades de outros em Seu

    nome. Elas so parte essencial das foras espirituais que Jesus Cristo implementou no mundo

    para conquist-lo para Si.

    Tanto na igreja do primeiro sculo quanto no incio do movimento adventista, as

    mulheres foram importantes para o funcionamento e o crescimento da igreja. As mulheres

    crentes foram chamadas para ocupar papis significativos no ministrio de Jesus: aprender

    lies dEle (Lucas 10:39), prover recursos financeiros para o avano de Seu ministrio

    (Lucas 8:3) e prover encorajamento moral durante a crucial ltima semana (Joo 12:1-8) e,

    no menos importante, pela sua determinada presena aos ps da cruz (Marcos 15:40, 41;

    Joo 19:25). Elas tambm foram Suas testemunhas antes e depois da ressurreio (Lucas 8:1,

    2; 24:9, 10). Jesus pediu a Maria Madalena para levar as novas aos outros discpulos (Joo

    20:15-18) e, juntamente com outras mulheres que foram tumba, ela estava entre as

    primeiras testemunhas de Sua ressurreio (Lucas 24:2-10). Apesar das sensibilidades

    culturais judaicas, Jesus convidou as mulheres para cumprir essas importantes tarefas.

    A Bblia menciona, pelo nome, outras mulheres que trabalharam nas igrejas locais:

    Priscila (At 18:1, 18, 26; 1Co 16:9; Rm 16:3), Febe (Rm 16:1; cf. 15:25-32) e Maria (16:6).

    Junia, com Andrnico, foram bem conhecidos pelos apstolos (v. 7, ESV); Trifena, Trifosa

    e Prside trabalharam arduamente no Senhor (v. 12).1 Porm, no h evidncia clara de que

    quaisquer dessas mulheres alguma vez exerceram uma funo de liderana na igreja. Seus

    trabalhos parecem ter sido o de apoio ao trabalho realizado pelos apstolos e outros homens a

    quem Deus chamou para liderar Sua igreja. Cada obreiro tem um papel importante a cumprir,

    1 Salvo por indicao contrria, as citaes bblicas foram extradas da Nova Verso Internacional.

  • 17

    mas o fato de que Deus quem o capacita ao trabalho faz com que um indivduo no se torne

    mais importante do que o outro. A igualdade no servio no incompatvel com a diferena

    de funes; todos somos servos de Cristo e a glria pertence a Deus pelo crescimento da

    igreja e pela abundante colheita final.

    No movimento do advento, mulheres como Annie Smith, Ellen Lane, S. M. I. Henry e

    Hetty Haskell preencheram papis importantes na publicao e evangelismo, e muitas outras

    serviram em cargos nas associaes e em vrias linhas de trabalho da igreja local. Ellen

    White escreveu que as mulheres so reconhecidas por Deus como necessrias obra do

    ministrio.2 Comete-se um erro quando o fardo do trabalho deixado inteiramente sobre os

    ministros.3 Ela explicou que as mulheres podem fazer em famlias uma obra que os homens

    no podem fazer, obra que alcana o ntimo da vida. Podem aproximar-se do corao

    daqueles a quem os homens no podem alcanar.4 Pelo exerccio do tato feminino e um

    sbio emprego de seu conhecimento da verdade bblica, elas podem remover dificuldades que

    nossos irmos no podem abordar.5 Ainda, ela advogou que as mulheres que dedicam tempo

    integral e talentos no ministrio devem ser pagas a partir do dzimo.6 claro, ento, que Ellen

    White considerou a participao das mulheres na obra do evangelho no meramente como

    uma opo, mas como um mandato divino, cuja negligncia resultaria na diminuio da

    eficincia ministerial,7 em menos converses,8 e em grande perda causa,9 comparado com

    a frutificao dos dons combinados de homens e mulheres no ministrio.

    Este documento enaltece o direito e o dever das mulheres de servirem ativa e

    plenamente a Deus em vrios tipos de ministrio, em harmonia com a orientao bblica para

    a liderana da igreja. Essas diretrizes no devem ser postas de lado ou ignoradas. Estamos

    convencidos de que podemos permanecer unidos, como igreja mundial, somente se

    permanecermos fiis posio bblica de longa data da Igreja.10 Falando de forma simples,

    embora a Bblia e os escritos de Ellen G. White incentivem a participao das mulheres na

    obra da igreja, em nenhuma dessas fontes h qualquer apoio claro para a ordenao das

    mulheres ao ministrio do evangelho. Cremos que a Bblia normativa para todas as partes

    do mundo; assim sendo, no podemos apoiar os apelos culturais das vrias divises mundiais.

    Embora os que mantm outras posies tenham apresentado argumentos aparentemente

    plausveis, no vemos esses argumentos como bem fundamentados biblicamente. Este

    documento explica nossa posio e resume por que no podemos aceitar os argumentos dos

    nossos amigos cuja posio diferente.

    2 OE 452. 3 FD 86. 4 BS 145. 5 Ev, 491 6 OE 452-453; Ev 492. 7 Ev 491. 8 Ibidem, 472. 9 Ibidem, 493. 10 No h nada que mostre que os primeiros adventistas discutiram o direito de as mulheres batizarem, ministrarem as ordenanas, organizarem igrejas locais nenhuma evidncia de qualquer compromisso para com a ordenao. David Trim, The Ordination of Women in Seventh-day Adventist Policy and Practice, up to 1972, 7, http://www.adventistarchives.org/the-ordination-of-women-in-seventh-day-adventist-policy-and-practice.pdf.

  • 18

    TRS MOTIVOS PARA A NOSSA POSIO

    H trs motivos vitais para a posio que mantemos. Primeiro, a Bblia parece ser

    bem clara na questo da ordenao das mulheres. Segundo, cremos que deveramos seguir

    tendo a Bblia como nossa autoridade suprema em todas as questes da f e da prtica.

    Terceiro, se formos influenciados pela cultura e nos afastarmos de um fundamento bblico

    para nossa prtica nesta rea, teremos a tendncia de nos afastarmos da Escritura em outras

    reas.

    A BBLIA CLARAMENTE DIZ QUE O ANCIO DEVE SER MARIDO DE UMA S

    MULHER (1TM 3:2; TT 1:6)

    Essa instruo foi dada em dois ambientes diferentes, ento no pode ser apenas a

    resposta para um problema local que no se aplica a outras partes. Antes, a instruo para a

    igreja como um todo e para todos os tempos (1Tm 3:15). Ainda, em 1 Timteo, essa

    especificao ocorre apenas cinco versos depois da instruo de impedir as mulheres de certa

    autoridade de ensino na igreja (1Tm 2:12). Visto que o lder da igreja descrito em 3:2

    tambm deve ser capaz de ensinar, a proibio e o requerimento parecem estar

    relacionados. Paulo restringe a liderana das mulheres na igreja com base na prioridade de

    Ado na Criao, bem como os respectivos papis de Ado e Eva antes e depois da Queda

    (2:13, 14). O fundamentar sua instruo nos primeiros captulos de Gnesis indica que a

    questo se relaciona ao plano original de Deus para os seres humanos e no apenas Sua

    resposta ao problema do pecado. H algo fundamental aqui que no devemos rejeitar ou

    ignorar.

    A IGREJA ADVENTISTA DO STIMO DIA DEVE SEGUIR FUNDAMENTADA NA BBLIA

    EM TODAS AS QUESTES DE F E PRTICA

    Embora o mpeto de mudar a prtica de nossa Igreja possa parecer ter surgido no final

    dos anos 40 ou por a, na verdade, ele remonta s mudanas sociais na Amrica que iniciaram

    na metade do sculo 19 mudanas que levaram muitas igrejas protestantes a comear a

    ordenar mulheres ao ministrio durante esse perodo.11 Essa campanha foi decididamente

    rejeitada pelo movimento do advento.12 Nossa igreja, pela primeira vez, se ocupou da questo

    da ordenao das mulheres na Assembleia da Associao Geral em 1881, mas se recusou a

    11 O movimento dos direitos das mulheres, na Amrica, normalmente, reconhecido por uma conferncia realizada no Condado de Seneca, Nova Iorque, em 1848. Uma de suas resolues apelava para mulheres no clero. A primeira mulher ordenada conhecida na Amrica foi Antoinett Louisa Brown, ordenada ao ministrio congregacional, em 1853, e muitas outras se seguiram em muitas denominaes (uma lista parcial: 1853, Primeira Igreja Congregacional; 1863, Igreja Metodista Wesleyana; 1865, Exrcito da Salvao; 1888, Discpulos da Igreja de Cristo; 1895, Conveno Nacional Batista). Embora os documentos de nossa igreja tenham discutido o papel das mulheres no culto, apoiando o direito de as mulheres falarem e participarem no culto, nenhum artigo, durante a vida de Ellen White, advogou a ordenao das mulheres como ancis ou pastoras. Alguns artigos, explicitamente rejeitaram que as mulheres ocupassem essas funes. Nossos pioneiros reconheceram que agir assim no era bblico (ver, ex., D. T. Bourdeau, Spiritual Gifts, RH 21/1, 2 de dezembro de 1862: 6; [J. H. Waggoner,] SOT 4/48, 19 de dezembro de 1878: 380). Nos anos recentes, porm, alguns adventistas assumiram posies alinhadas com o que muitas outras igrejas fizeram. A Igreja Adventista deve agora decidir se essa , de fato, uma nova luz que deve ser seguida. 12 O parecer de que nenhuma mulher foi ordenada com a sano da denominao organizada vai contra a tendncia de muita da historiografia recente sobre a ordenao das mulheres na histria adventista, a qual escrita por proponentes da ordenao das mulheres ao ministrio evanglico. O volume completo pode parecer impressivo. Porm, esse corpo de erudio, na verdade, no prova seu caso devido m interpretao do que os primeiros adventistas apoiaram quanto ao envolvimento das mulheres na igreja. David Trim, The Ordination of Women, apresentado na segunda seo do TOSC, p. 4, http://www.adventistarchives.org/the-ordination-of-women-in-seventh-day-adventist-policy-and-practice. pdf.

  • 19

    fazer uma mudana. Isso no significou que as mulheres adventistas do stimo dia no

    tivessem parte na obra do evangelho. Antes de 1881, bem como depois, as mulheres

    adventistas estavam trabalhando ativamente para Deus em reas como evangelismo, obra

    mdico-missionria e ministrio da beneficncia social. Alegre e entusiasticamente elas

    atuaram nessas funes sem serem ordenadas.

    Na sociedade ocidental hoje, alguns em nossas fileiras, novamente, sentem a presso

    para estar em sintonia com a cultura circundante. Devemos falar de forma significativa para a

    cultura que nos cerca, mas deveria isso nos levar a desconsiderar os princpios bblicos e o

    claro ensinamento da Escritura sobre a liderana da igreja? Cremos que essa mudana teria

    srias implicaes para nossa unidade como igreja. Poderia tambm ter srias consequncias

    para nossa ao evangelstica, como cristos que creem na Bblia e que aceitam a Palavra de

    Deus como a regra infalvel de f e prtica.13

    PERMITIR MTODOS CONCORRENTES PARA A INTERPRETAO DA ESCRITURA

    TRAZ MAIOR DESUNIO

    Geralmente, os Adventistas do Stimo Dia usam o mtodo histrico-gramatical de

    interpretao. Em 1986, o Conclio Anual dos Adventistas do Stimo Dia, no Rio de Janeiro,

    aprovou o documento dos Mtodos de Estudo da Bblia (MBS [sigla em ingls]) que

    apresenta os componentes do mtodo histrico-gramatical. Ele afirma que o estudante deve

    buscar captar o significado simples e mais bvio da passagem bblica que est sendo

    estudada (4c). Ademais, recomenda, Reconhecer que a Bblia sua prpria intrprete e que

    o significado das palavras, textos e passagens mais bem determinado ao, diligentemente,

    comparar verso com verso (4e). Os princpios do mtodo histrico-gramatical, como se

    encontra no MBS no so novos; eles foram usados pelos protestantes, desde os dias da

    Reforma.14

    Recentemente, o NAD Theology of Ordination Report [Relatrio da Teologia da

    Ordenao da Diviso Norte Americana] apresentou um novo mtodo de interpretao da

    Bblia que descrito como um mtodo baseado em princpios, contextual, lingustico e

    histrico-cultural ou, abreviando, uma leitura da Escritura baseada em princpios.15 Um

    dos princpios sobre os quais esse mtodo se baseia da completa confiabilidade e

    integridade da Bblia em termos de sua mensagem salvfica...

    Ademais, o relatrio afirma: Uma estratgia de leitura clara e literal seria suficiente

    para compreender a maior parte da Bblia. No obstante, a comisso cr que h ocasies

    quando deveramos empregar a leitura baseada em princpios, porque a passagem requer uma

    compreenso do contexto histrico e contextual.16 De acordo com o MBS, sempre que

    interpretamos ou fazemos exegese de um texto, devemos levar em considerao o contexto e

    13 Ellen G. White, The Faith that Will Stand the Test, Review and Herald, 10 de janeiro de 1888, par. 11. 14 Esta seo foi adaptada de Gerhard Pfandl, Evaluation of Egalitarian Papers (apresentado na Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao, 22-24 de julho de 2013), 10-11, http://www.adventistarchives.org/evaluation-of-egalitarian-papers.pdf. 15 Ver Theology of Ordination Study Committee Report (Silver Spring, MD: North American Division of Seventh-day Adventists, 2013), 8; ver tambm Kyoshin Ahn, Hermeneutics and the Ordination of Women, in NADTOSC Report, 25.7 16 Ibidem.

  • 20

    as circunstncias histricas. Os adventistas, geralmente, usam esse mtodo quando

    interpretam a Escritura. Ento, por que h necessidade de um novo mtodo? As diferenas

    entre os dois mtodos so duplas. Contrastando o mtodo gramatical-histrico, a leitura da

    Escritura baseada em princpios v a Bblia como confivel e ntegra apenas nas questes

    da salvao e h forte nfase na Escritura como culturalmente condicionada. Com respeito

    ordenao das mulheres, com a ajuda do mtodo da leitura baseada em princpios, todos os

    textos usados para apoiar a viso de longa data da igreja so interpretados para permitir a

    ordenao das mulheres como ancis e pastoras/ministras.17 Em outras palavras, a leitura

    baseada em princpios ajuda a promover o esforo para a ordenao das mulheres. Porm,

    ela o faz ao custo da reinterpretao da Escritura em harmonia com as preferncias culturais

    modernas, o que levanta a questo do relacionar a Bblia cultura.

    RELACIONAR A BBLIA CULTURA

    Com respeito s questes culturais, a Bblia em si nos prov a chave quanto a como

    lidar com elas. Por exemplo, embora alguns cristos evanglicos classifiquem o sbado como

    uma instituio temporria cultural, Gnesis 2:1-3 e xodo 20:11 mostram que ele se

    originou como parte do plano perfeito de Deus para a humanidade e, portanto, se aplica a

    todas as culturas e a todos os tempos. A circunciso iniciou com a ordem de Deus a Abrao.

    Assim como a presena do templo, ela no era uma garantia do favor de Deus sem um devido

    relacionamento de aliana (Jr 4:4; cf. 21:10-12; 22:5). Na verdade, chegaria o tempo em que

    Deus trataria os circuncisos como os incircuncisos (Jr 9:25; cf. 1Co 7:18, 19). O Novo

    Testamento ensina que o batismo (Jo 3:3-8; Cl 2:11-13) representa a realidade simbolizada

    pela circunciso (Dt 30:6; 10:6) uma mudana de corao e o dom do Esprito Santo (At

    15:7-11; Rm 2:28, 29). Diferentemente da circunciso, o batismo para ambos os gneros.

    Ele simboliza o crente sendo lavado do pecado, identificando-se com a morte e a ressurreio

    de Jesus Cristo e aceitando-O como Salvador (Rm 6). Alm disso, a ordem para batizar

    dada em um ambiente universal (todas as naes, Mt 28:19), indicando sua aplicabilidade

    mundial ao longo da histria. Por contraste, a circunciso era o sinal de identidade judaica.

    Em acrscimo, instituies como a escravido e a poligamia, embora toleradas na Escritura,

    nunca foram ordenadas. Em vez disso, com base nos princpios bblicos, essas prticas foram,

    posteriormente rejeitadas pela igreja.

    PRINCPIOS DE INTERPRETAO BBLICA

    A BBLIA E A BBLIA SOMENTE COMO NORMA DE INTERPRETAO

    Desde o incio, os adventistas do stimo dia mantiveram o lema: a Bblia e a Bblia

    somente. Na interpretao da Escritura, estamos em harmonia com os reformadores

    protestantes que consideravam a Bblia como a autoridade final na doutrina e na prtica. A

    Bblia diz que Toda a Escritura inspirada por Deus e til para o ensino, para a repreenso,

    17 Ibidem 8.

  • 21

    para a correo e para a instruo na justia, para que o homem de Deus seja apto e

    plenamente preparado para toda boa obra (2Tm 3:16-17).

    Ellen G. White afirma que A Bblia deve ser nosso padro para toda doutrina [...] a

    Palavra do Deus vivo que deve decidir todas as controvrsias.18 Visto que a Bblia o

    padro para cada prtica, isso no nos deixa espao para perguntar quem deve ser ordenado

    para as funes de liderana bblica e se as mulheres se qualificam para os ofcios de anci e

    ministra.

    A BBLIA FOI ESCRITA PARA TODOS. Ao estudar a questo da ordenao,

    importante conhecer o propsito e a audincia da Bblia. Ellen White escreve: A Bblia foi

    dada para fins prticos.19 Ela foi escrita para as pessoas simples, bem como para as eruditas

    e acessvel compreenso de todos.20 A Bblia destina-se ao povo comum; e a

    interpretao que lhe d o povo comum, quando auxiliado pelo Esprito Santo, harmoniza-se

    melhor com a verdade como em Jesus.21

    Certamente, o assunto em questo, referente liderana na igreja e a ordenao para

    ela, est includo nessas declaraes. O sacerdcio de todos os crentes, mencionado por Pedro

    (1Pe 2:9), implica pleno acesso Bblia por todos os crentes e uma capacidade orientada pelo

    Esprito para compreend-la.

    DEVEMOS ACEITAR A BBLIA TAL COMO ELA . Quando os oponentes discutiam com

    Jesus, Ele os questionava a respeito das Escrituras: O que est escrito na Lei?, respondeu

    Jesus. Como voc a l? (Lucas 10:26). Jesus destacou que a forma de lermos as Escrituras

    importante para a compreenso de suas verdades. Ellen White expressa pensamentos

    similares, mostrando como determinar se devemos tomar a palavra, texto ou passagem

    literalmente ou simbolicamente. A linguagem da Bblia deve ser explicada de acordo com o

    seu bvio sentido, a menos que seja empregado um smbolo ou figura.22 O MBS diz:

    Buscar captar o significado simples e mais bvio da passagem que est sendo estudada.23

    INTERPRETAO E AS TRS MENSAGENS ANGLICAS

    Os adventistas interpretam a Bblia pautados por sua compreenso das trs mensagens

    anglicas de Apocalipse 14:6-12. Em 1844, as igrejas protestantes na Amricas rejeitaram a

    mensagem do primeiro anjo com sua advertncia para se prepararem para o Segundo

    Advento. Como resultado dessa rejeio, Jesus direcionou os adventistas para a mensagem do

    segundo anjo e deixou-os saber que Babilnia havia cado, indicando que a queda moral das

    igrejas no adventistas tinha se tornado uma realidade.2424 Desde 1844, quando as igrejas

    rejeitaram a verdade presente, houve um aumento do mtodo crtico-histrico do estudo da

    18 CT 365. 19 ME1 20. 20 RH, 27 janeiro de 1885; CES 23 21 T5 331. 22 GC 599. 23 MBS, seo 4c9. 24 PE 235, 237-240, 247; GC 381, 388-390.

  • 22

    Bblia entre os cristos. Por conseguinte, essas igrejas cadas se afastaram, progressivamente,

    mais e mais da Palavra de Deus.25

    Uma rea desse afastamento envolve uma campanha que surgiu para as mulheres no

    clero, na Amrica, como parte do movimento maior dos direitos da mulher, iniciado em 1848,

    que j mencionamos. Esses fatos histricos, bem como o conselho de Ellen White acima

    mencionado devem ser uma advertncia aos adventistas quanto a serem muito cautelosos para

    adotar ensinos e prticas de fontes no bblicas. Ellen White adverte: Satans usar todas as

    vantagens que puder obter para causar perplexidade e obscurecimento s pessoas em relao

    [1] ao trabalho da igreja, [2] obra de Deus e [3] s palavras de advertncia que tm sido

    dadas atravs dos testemunhos do Seu Esprito, para proteger Seu pequeno rebanho das

    sutilezas do inimigo.26 A questo da ordenao da mulher afeta todas essas trs reas, pondo

    em perigo a misso da igreja remanescente. A gravidade dessa questo ilustrada pelo fato

    de que todos os lados da questo reivindicam o apoio da Bblia e dos escritos de Ellen G.

    White para seus pontos de vista. Essa alegao de igual validade tem o efeito neutralizador

    dessas fontes divinamente inspiradas, levando-nos a pensar que no podemos busc-las como

    soluo. No obstante, como Ellen White nos lembra, a Palavra de Deus deve decidir todas

    as controvrsias.27

    APLICAO DOS PRINCPIOS DA INTERPRETAO

    BBLICA DOS TEXTOS-CHAVE

    INTERPRETAO DE 1 TIMTEO 2 E 3

    No mago do debate da ordenao, encontra-se o conselho de Paulo especfico quanto

    ao gnero em 1 Timteo 2-3. O apstolo decisivamente afirma o propsito por trs de seu

    conselho: Escrevo-lhe estas coisas... para que saiba como as pessoas devem [grego dei]

    comportar-se na casa de Deus, que a igreja do Deus vivo, coluna e fundamento da verdade

    (1 Timteo 3:14-15).

    1 TIMTEO 2. Paulo inicia 1 Timteo 2 indicando que a orao deve ser oferecida por

    todas as pessoas. Ele apresenta vrios motivos: Deus o Salvador de todos; Ele deseja que

    todas as pessoas sejam salvas; e Cristo Se entregou como resgate de todos (2:1-6; 4:10). Essa

    linguagem inclusiva de gnero mostra que em outras partes, quando Paulo discute os

    respectivos papis de homens e mulheres, seu uso dos termos especficos de gnero homem

    (anr) e mulher (gyn) deliberado. Os homens devem liderar a orao e o culto (1Tm

    2:8); as mulheres devem se submeter providncia de Deus, segundo a qual no devem estar

    acima dos homens como autoridade de ensino na igreja (1Tm 2:11, 12). Essas instrues se

    destinam a promover a harmonia no culto ao seguirem a ordem de Deus para a igreja.

    A estrutura de 1 Timteo 2 e 3 inclui claramente sees especficas quanto questo

    de gnero: homens (2:8), mulheres (2:9-15), ancios (3:1-7), diconos (3:8-10), mulheres

    (3:11), diconos (3:12, 13). A ordem de Paulo em 2:11 especfica de gnero: A mulher

    25 Ibidem, 273, 274; GC 389. 26 Manuscrito 72, p. 6; LC 95. Itlico e colchetes numerados acrescentados. 27 1888 45.10.

  • 23

    deve aprender em silncio, com toda a sujeio. Em Atos 22:2 e 2 Tessalonicenses 3:12,

    silncio ou tranquilidade enfatiza o respeito e a humilde busca de paz e harmonia no

    relacionamento. Aqui e em outras partes nos escritos de Paulo (1Co 14:34; Ef 5:21; Cl 3:18;

    Tt 2:5), a sujeio sensivelmente governa as relaes entre homens e mulheres. No

    contexto, ela sempre ocorre na estrutura da autoridade divina e na submisso a Deus; no se

    refere submisso abusiva de todas as mulheres a todos os homens.

    Paulo ento expande sua ordem: No permito que a mulher ensine, nem que tenha

    autoridade sobre o homem. Esteja, porm, em silncio (1Tm 2:12). Em vez de prover

    instruo apenas para uma suposta situao local isolada (em Efsios, onde Timteo estava

    trabalhando), as palavras de Paulo (No permito) revelam a natureza universal da ordem do

    apstolo. Essa proibio contra as mulheres ensinarem no tinha por alvo falsos ensinos,

    como em 1 Timteo 6:3, que usa o termo especfico heterodidaskale, ensinar algo

    diferente. Nas cartas de Paulo, o ensino significa instruo positiva (1Tm 3:2; 4:11; 6:2;

    2Tm 2:2). Paulo no est requerendo o silncio total. As mulheres podem orar e profetizar

    (1Co 11:5) e engajar-se no ministrio pessoal muito necessrio (ex.: quila e Priscila, At

    18:26). Elas tambm so encorajadas a criar filhos religiosos (1Tm 5:10, 14), e as mulheres

    idosas devem instruir as jovens (Tt 2:3-5).

    Visto que a frase grega traduzida como tenha autoridade sobre o homem (1Tm

    2:12) usada apenas uma vez na Bblia, no pode ser definida ao se examinar as ocorrncias

    em outras partes. Mas o contexto imediato deixa claro seu significado:

    ENSINO E APRENDIZAGEM SUBMISSO E AUTORIDADE

    A mulher deve aprender em silncio, com toda a sujeio.

    No permito que a mulher ensine, nem que tenha autoridade sobre o homem.

    Esteja, porm, em silncio.

    Ao colocar a proibio de ensinar e exercer autoridade sobre um homem entre as duas

    admoestaes de silncio claramente pe essas frases em relao uma com a outra. Aprender

    e no ensinar so contrapartes paralelas, como so a submisso e no ter autoridade. O

    complemento lgico do aprendizado das mulheres o ensino dos homens e,

    consequentemente, o complemento da submisso ao plano de Deus para a ordem da igreja

    que as mulheres no tenham autoridade sobre o homem ao ocupar o ofcio de ancio.

    Aqui e em outras partes nos escritos de Paulo (1Co 14:34; Ef 5:21; Cl 3:18; Tt 2:5), a

    submisso rege as relaes homem-mulher, no apenas no lar, mas tambm na igreja, que

    a famlia de Deus (1Tm 3:15). Essa submisso deve ser sempre entendida na estrutura da

    autoridade divina e submisso a Deus; ela no se refere subordinao abusiva de todas as

    mulheres a todos os homens. Em vez de prover instruo apenas para uma suposta situao

    local isolada (em Efsios, onde Timteo estava trabalhando), a frase de Paulo (no

    permito) revela sua aplicao universal.

    No tem como objetivo o falso ensino, como em 1 Timteo 6:3, que usa o termo

    especfico heterodidaskale, ensinar algo diferente. Nas cartas de Paulo, o ensino significa

  • 24

    instruo positiva (1Tm 3:2; 4:11; 6:2; 2Tm 2:2). Ele indica que as mulheres podem orar e

    profetizar (1Co 11:5) e se envolver no ministrio pessoal muito necessrio (ex.: quila e

    Priscila, At 18:26). Assim, elas no so proibidas de toda forma de ensino.28

    Paulo fundamenta os pontos-chave de sua instruo na informao de Gnesis 2 e 3,

    apresentando dois motivos para a liderana dos homens na igreja:

    1. A ordem da criao: Porque primeiro foi formado Ado, e depois Eva (1Tm

    2:13). Ao ir para Gnesis 1 e 2, Paulo baseia seu argumento no princpio universal da

    criao, no na cultura ou na preocupao com a misso. Embora ambos, homem e

    mulher, tenham sido criados imagem de Deus e, portanto, sejam iguais em natureza

    (Gn 1:26, 27), Ado foi criado primeiro (Gn 2:7, 18-24). A mulher foi levada ao

    homem (Gn 2:22) e, subsequentemente, o homem quem deve iniciar a entidade de

    uma nova famlia (Gn 2:24). Deus apresenta Eva a Ado como auxiliadora, e no a

    ordem inversa (Gn 2:18). As dinmicas da criao designadas por Deus traam as

    distines entre o homem e a mulher e, de acordo com essas distines, a diferena de

    papis.29 A igualdade da pessoa nunca esteve em questo, nem tampouco o homem

    recebeu licena para abusar de sua autoridade.

    2. A natureza do engano: E Ado no foi enganado, mas sim a mulher, que,

    tendo sido enganada, tornou-se transgressora (1Tm 2:14). Gnesis 3, ao relatar a

    triste histria da Queda, descreve a derrocada da liderana altrusta masculina: a

    serpente fala mulher como se ela fosse a cabea e representante da famlia; a mulher

    aceita o papel acordado pela serpente.30 Significativamente, foi um questionamento da

    palavra de Deus Foi isto mesmo que Deus disse. (Gn 3:1) que a levou a ser

    enganada. A atividade e iniciativa do homem foram o foco em Gnesis 2, mas agora,

    no captulo 3, a mulher assume a iniciativa. Ela toma uma deciso, pega o fruto

    proibido, come-o e o d a Ado (v. 6). Resumindo, h uma total inverso do princpio

    de liderana com base na ordem da criao. O homem come o fruto em segundo

    lugar, seguindo a iniciativa e exemplo da mulher. Paulo destaca os respectivos papis

    de homens e mulheres estabelecidos na criao e as consequncias decorrentes da

    inverso desse papel de liderana como o fundamento da Escritura para preservar a

    autoridade de ensino do homem na igreja.

    Significativamente, Paulo coloca a responsabilidade pela queda da humanidade sobre

    Ado, e no sobre Eva (Rm 5:12-19; 1Co 15:22), confirmando novamente o papel de

    liderana de Ado. Vrios fatos de Gnesis j apresentam este ponto: a noo da nudez ocorre

    ao par somente depois que o homem come o fruto; Deus busca Ado (Onde est voc?, no

    hebraico de Gnesis 3:9, refere-se apenas ao homem); e Deus considera o homem

    primeiramente responsvel, como Suas perguntas deixam claro (v. 10, 11). O papel de Ado,

    como o cabea do primeiro lar e lder espiritual da famlia humana, reafirmado depois da

    Queda (Gn 3:16). Mesmo depois da cruz, essas estipulaes especficas de gnero

    28 Elas tambm so encorajadas a criarem filhos religiosos (1Tm 5:10, 14), e as mulheres idosas devem instruir as jovens (Tt 2:3-5). 29 T6 236: Abaixo de Deus, deveria Ado desempenhar o papel de cabea da famlia humana. 30 Cf. Con 13-14, amplificando Gnesis 3:5, inclui a questo mais profunda do poder entre as tentaes: a serpente alegou que a proibio foi dada para mant-los [Ado e Eva] nesse estado de subordinao a fim de que no obtivessem conhecimento, que poder.

  • 25

    permanecem intactas: pois o marido o cabea da mulher, como tambm Cristo o cabea

    da igreja, que o seu corpo, do qual ele o Salvador. Assim como a igreja est sujeita a

    Cristo, tambm as mulheres estejam em tudo sujeitas a seus maridos (Ef 5:23, 24). O fato de

    que Paulo fundamenta essa instruo com relao ao homem e mulher antes da Queda

    mostra sua validade tambm para ns hoje.

    A instruo de Paulo salvaguarda a famlia. No contexto da f em Cristo e da

    submisso vontade de Deus, o homem deve exercer um importante papel como

    lderespiritual do lar. Seu ensino e exemplo devem ter uma influncia positiva; ele no deve

    ser ditatorial, aviltante ou indulgente. por isso que Paulo insiste que a elegibilidade do

    homem para a liderana da igreja se baseie nas qualidades-chave do carter e em sua

    liderana espiritual bem-sucedida no lar (1Tm 3:2-5). Em uma poca em que a cultura est

    rapidamente redefinindo o gnero e desafiando exatamente a estrutura da famlia, a igreja

    faria bem em seguir as sbias orientaes da Palavra de Deus nas relaes entre homens e

    mulheres, bem como em todas as outras questes de f e prtica.

    1 TIMTEO 3. Com base nessa compreenso de Gnesis, em 1 Timteo 3, Paulo volta

    questo dos bispos. Esse era um tema importante para ele e mais especialmente para a

    igreja. Em outro lugar, Paulo escreveu a Tito que ele pusesse em ordem o que ainda faltava

    e constitusse presbteros em cada cidade, como eu o instru (Tito 1:5). Foram dadas

    instrues detalhadas a Timteo e a Tito quanto s qualificaes do bispo, que mordomo de

    Deus (Tito 1:7).

    Com respeito ao antecedente histrico dessas instrues, no h evidncia na epstola

    em si ou nas fontes histricas do primeiro sculo para crer que a situao da igreja que

    Timteo enfrentava em feso era algo nico ou que 1 Timteo, principalmente, trata de um

    problema na igreja local. Diferentemente de outras epstolas de Paulo, que claramente so

    endereadas a igrejas individuais e sua situao local, as epstolas a Timteo e a Tito so

    endereadas aos ministros. Esses homens no permaneceram em um lugar para servir a uma

    nica congregao; Paulo esperava que eles aplicassem essas instrues a quaisquer igrejas

    que fossem estabelecidas (Tito 1:5). Se quaisquer das epstolas se destinam a instrues

    gerais para a igreja como um todo, so estas especialmente em vista das orientaes que

    Paulo deu de que sua vida poderia em breve ser tirada (2Tm 4:6).

    Ao longo da discusso sobre os oficiais da igreja em 1 Timteo 3, Paulo usa uma

    linguagem muito especfica. Ele emprega termos tcnicos supervisor (episkopos) e

    dicono (diakonos). Ele tambm usa as palavras homem e mulher em seu sentido mais

    especfico de marido e mulher. Portanto, uma clara progresso pode ser vista em 1

    Timteo 2-3 dos termos gerais (por todos) em 2:1-6 a termos mais especficos (homens e

    mulheres) em 2:8-15, a ainda mais especficos (marido de uma s mulher) em 3:2, 12 (cf.

    Tito 1:6). O supervisor/bispo deve ser (dei . . . einai) o marido de uma s mulher porque ele

    responsvel pela superviso do ensino e da instruo na palavra (3:2; Tito 1:7).

    O uso do genrico algum (tis) no verso 1 no nega a especificao; antes, a

    especificao de gnero marido de uma s mulher limita quem se qualifica. Primeiro,

    Timteo 3:1 fala de um ofcio (episcop) a ser ocupado. Os versos seguintes revelam que

    apenas o homem que satisfaz qualificaes especiais pode ocupar essa posio. A mulher no

    satisfaz a qualificao de gnero e, assim sendo, no pode ser ordenada para o ofcio de

  • 26

    presbtero ou bispo (termos que Paulo usou alternadamente em Tito 1:5-9).31 Se Paulo tivesse

    a inteno de permitir que as mulheres fossem includas entre os bispos, ele poderia ter

    especificado ambas as possibilidades, como o vemos fazendo, extensivamente, em outras

    partes em termos do relacionamento de marido-mulher (1Co 7:1-16). Portanto, marido de

    uma s mulher significa exatamente o que ele diz: que o bispo deve ser homem casado com

    uma nica mulher, conforme mostram 56 de 61 tradues inglesas consultadas (incluindo as

    mais recentes).32 O reconhecimento desse elemento masculino por tantas equipes de

    tradutores ao longo dos anos at o presente um eloquente testemunho de que nesse ponto

    Paulo claro e inequvoco. Apenas quatro tradues, pretendendo a neutralidade de gnero,

    se afastam do significado amplamente aceito e estabelecido da frase marido de uma

    mulher.

    As qualificaes dadas para o ancio em 1 Timteo 3:2-5 se concentram no tipo de

    pessoa que ele em casa, na igreja e na sociedade. Paulo destaca que somente aqueles que

    satisfazem as qualificaes que ele expe devem liderar a igreja de Deus. Essas qualificaes

    so as de que um lder da igreja, especificamente um presbtero ou bispo, deve ser um marido

    fiel de uma s mulher que d evidncia de liderana bem-sucedida em sua famlia, o que o

    qualifica para cumprir o cargo de liderana na casa de Deus, a igreja (1Tm 3:15), que

    formada por muitas famlias. Ainda, ele deve ser irrepreensvel, temperante, sbrio, de bom

    comportamento, hospitaleiro, apto para ensinar, exortar e convencer pela slida doutrina

    aqueles que contradizem, e ter boa reputao entre os de fora, entre outras qualificaes

    apresentadas (1Tm 3:1-7; Tt 1:5-7). bvio que nem todos se qualificam para o sagrado

    chamado de liderana de uma congregao da igreja, mas somente homens que tm registro

    comprovado de liderana bem-sucedida no lar e que tm um elevado compromisso espiritual

    e um estilo de vida moral e religioso. A adequao de um homem para a liderana na igreja

    se baseia em quo bem ele tem administrado seu lar. A meno dos filhos, no final do verso 4

    (tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade) diz igreja onde buscar evidncia

    para apoiar a qualificao na primeira metade do verso (Ele deve governar bem sua prpria

    famlia). Isso importante porque se algum no sabe governar sua prpria famlia, como

    poder cuidar da igreja de Deus? (v. 5).

    verdade que vivemos em um mundo em nada ideal. Isso nos leva a eleger ancios

    que talvez no satisfaam o ideal das qualificaes bblicas. Alguns so menos temperantes

    que outros; alguns se envolvem mais ou menos em bom comportamento; alguns so mais

    ou menos hospitaleiros; etc. Essas qualificaes so avaliadas em graus. Onde esto

    envolvidos graus, no nos seguro traar linhas arbitrrias quando a Escritura no nos deu

    orientao. Mas isso no se refere ao requerimento fundamental de gnero. Os homens no

    so mais ou menos masculinos. O gnero no medido em graus. um requerimento claro e

    sem ambiguidade que no nos deixa espao para concluses errneas ou m interpretao.

    IMPLICAES. Embora 1 Timteo 3:2 exclua as mulheres do ofcio de presbtero ou

    bispo, nada as impede de seguir servindo igreja em muitas funes diferentes, presumindo

    que estejam dispostas a trabalhar em cooperao com a autoridade de liderana que Deus

    estabeleceu para a igreja e no a minar ou question-la. O princpio bblico da liderana

    31 Ver Sorke, Adam, Where Are You? 31, 32, http://www.adventistarchives.org/adam,-where-are-you.pdf. 32 Ver Wahlen, Is Husband of One Wife in 1 Timothy 3:2 Gender-Specific?, 29-30, 35-39.

  • 27

    piedosa do homem, quer no lar quer na igreja, deve ser exercido em servio amoroso sob o

    senhorio de Cristo como convm a quem est no Senhor (Cl 3:18).

    RELACIONAMENTO DE HOMENS E MULHERES EM 1 CORNTIOS 11

    Outro lugar onde Paulo aborda o relacionamento de homens e mulheres na igreja em

    1 Corntios 11, onde o contexto o de diviso e desordem na igreja. Nos captulos anteriores,

    Paulo pede aos corntios para no serem motivo de tropeo igreja de Deus (10:32), e cita a

    si mesmo como modelo (10:33-11:1).

    O verso 3 estabelece o princpio: Quero, porm, que entendam que o cabea de todo

    homem Cristo, e o cabea da mulher o homem, e o cabea de Cristo Deus. Na

    sequncia, Paulo coloca o relacionamento de homem e mulher entre a autoridade de Cristo

    sobre o homem e a autoridade de Deus (o Pai) sobre Cristo, indicando que exatamente to

    vlida como os outros dois relacionamentos de liderana. Visto que nenhum desses outros

    dois relacionamentos pode ser desafiado, o relacionamento que Deus estabeleceu entre os

    sexos tambm no pode ser desafiado. Na verdade, 1 Corntios 15:28 mostra que a autoridade

    de Deus sobre Cristo continua, mesmo na nova criao, muito alm do reino do pecado.

    Os versos 4 e 5 destacam que esse princpio se aplica conduta na igreja. Os versos 7-

    9 proveem a justificativa bblica e teolgica para este princpio: o homem imagem e glria

    de Deus; mas a mulher glria do homem. Pois o homem no se originou da mulher, mas a

    mulher do homem. Paulo est aqui destacando a ordem e o propsito na criao do homem e

    da mulher, como o motivo porque o homem o cabea da mulher e porque a aplicao do

    princpio diferente para os homens e para as mulheres. O homem foi criado primeiro, para a

    glria de Deus, enquanto a mulher foi criada em segundo lugar, para a glria do homem,

    como algum que o auxilie e lhe corresponda (Gn 2:18). Portanto, quando as mulheres

    aparecem na presena de Deus, elas devem demonstrar sua reverncia a Deus de forma

    diferente: o cabea de todo homem Cristo, mas o cabea da mulher o homem e, assim

    sendo, o homem no deve cobrir a cabea, que representa Cristo, mas a mulher deve cobrir a

    cabea, como um smbolo de sua submisso liderana e autoridade que Deus estabeleceu na

    igreja. O texto no prov evidncia de motivo local ou cultural para a liderana do homem.

    Embora o respeito pela autoridade possa ter sido expressado de forma diferente nos dias de

    Ado, em Corinto no tempo de Paulo, ou nas sociedades modernas, sempre que o princpio

    for honrado se mostrar respeito para com o plano de Deus para a liderana no lar e na igreja.

    O verso 10 acrescenta um fato importante para o raciocnio dos versos 7 a 9 de que

    a cabea coberta um smbolo de autoridade: Por essa razo a mulher deve ter sobre a

    cabea um sinal de autoridade. Isso esclarece qual a questo: que a mulher age sob a

    autoridade de outra pessoa. O princpio da submisso liderana piedosa na igreja segue

    sendo vlido, ainda que o smbolo exterior da submisso da mulher a essa autoridade de

    liderana (cobrir a cabea) possa ser expresso de forma diferente em muitas culturas hoje.

    Os versos 11 e 12 advertem contra o abuso dos privilgios da liderana, lembrando os

    homens que no so independentes das mulheres, mas apenas que assim como a mulher

    proveio do homem, tambm o homem nasce da mulher. Mas tudo provm de Deus. Essa

    interdependncia diferente do relacionamento no recproco da autoridade masculina, e

    mostra claramente que Paulo no est limitando sua preocupao com maridos e mulheres, no

  • 28

    lar, mas fala de homens e mulheres em geral, visto que o marido no vem existncia atravs

    da esposa, mas o homem vem existncia atravs de sua me.

    Alguns captulos depois, Paulo discute a conduta desordenada na igreja. Devido aos

    que desejam debater sua instruo, ele acrescenta: Se algum pensa que profeta ou

    espiritual, reconhea que o que lhes estou escrevendo mandamento do Senhor. Se ignorar

    isso, ele mesmo ser ignorado (14:37, 38). Dessa forma, Paulo exclui qualquer base para

    desafiar seu ensino.

    GLATAS 3:26-29

    Glatas 3:26-29 trata do relacionamento entre Deus e Seu povo. Cada verso foca

    nessa conexo: Todos vocs so filhos de Deus mediante a f em Cristo Jesus (v. 26). Pois

    os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram (v. 27). No h judeu nem grego,

    escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos so um em Cristo Jesus (v. 28). E, se

    vocs so de Cristo, so descendncia de Abrao e herdeiros segundo a promessa (v. 29). 33

    Paulo no escreve que em Cristo o homem no mais o cabea da mulher ou que

    homens e mulheres podem agora servir como bispos/presbteros na igreja. Essas

    declaraes estariam em conflito com seu prprio testemunho em 1 Corntios 11:3; Efsios

    5:22-33; 1 Timteo 3:1-7 e Tito 1:5-9. A questo de Paulo clara: a etnia, as circunstncias

    econmicas e o gnero no concedem a algum um status privilegiado sobre os demais diante

    de Deus.

    Ademais, a cruz no apagou as distines funcionais estabelecidas por Deus antes do

    pecado. O homem ainda deve cumprir o papel de pai e marido, e a mulher, o papel de me. A

    esposa ainda deve se submeter liderana amorosa de seu marido no Senhor, e os maridos

    ainda devem amar as esposas (Ef 5:22-25). No h aluso em Glatas 3:28 ou em seu

    contexto indicando que Paulo estava tratando dos papis no lar ou na igreja.

    O contexto de Glatas 3 indica que Paulo estava tratando das questes da justificao,

    do batismo em Cristo e do recebimento do Esprito no incio da vida crist, no dos ofcios ou

    posies de liderana na igreja. Se desejarmos saber o que Paulo tinha a dizer a respeito das

    qualificaes para as funes de liderana da igreja, devemos ir aos lugares onde ele trata

    dessas questes especficas nas epstolas pastorais de Primeira Timteo e Tito.

    As passagens do Novo Testamento sobre liderana e as relaes homem-mulher na

    igreja, consistentemente, indicam um plano apontado por Deus para que homens qualificados

    liderem a igreja. Como Ellen White afirma: As Escrituras so claras sobre as relaes e

    direitos de homens e mulheres.34

    IGUALDADE E DIFERENA ENTRE HOMEM-MULHER EM GNESIS 1 A 3

    Como vimos, Paulo estabelece sua compreenso de liderana no lar e na igreja com

    base nos primeiros captulos de Gnesis. Sua interpretao revela uma compreenso inspirada

    quanto ao significado dessas passagens. No reino de Deus, os relacionamentos entre os seres

    33 nfase acrescentada. 34 T1 421.

  • 29

    humanos se destinam a refletir os relacionamentos entre a Divindade e entre os anjos, que so

    caracterizados por igualdade, bem como por diferenas funcionais.35

    Igualdade entre Homem-Mulher em Gnesis 1 e 2. Os primeiros captulos da

    Bblia apresentam o propsito divino para os relacionamentos entre homens e mulheres. O

    primeiro captulo do livro de Gnesis revela que ambos - homem e mulher - foram criados

    imagem de Deus. O registro da Escritura afirma: Ento disse Deus: Faamos o homem

    nossa imagem, conforme a nossa semelhana. [] Criou Deus o homem sua imagem,

    imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn 1:26, 27). Foi-lhes ordenado ser

    frutferos e se multiplicar, povoar a terra e domin-la, e exercer domnio sobre todas as coisas

    vivas (Gn 1:26-28).

    Este captulo mostra que tanto o homem quanto a mulher tm igualdade bsica de

    natureza, essncia ou ser, porque ambos foram criados imagem de Deus. Essa viso est em

    harmonia com o ensino claro do apstolo Paulo com respeito ao valor igual de homens e

    mulheres como herdeiros da salvao (Gl 3:26-29).36

    Gnesis 2 se baseia em Gnesis 1, revelando relacionamento entre homens e mulheres

    piedosos, derivado da forma pela qual Deus criou primeiro o homem e ento criou a mulher

    do homem. Ento o Senhor Deus fez o homem cair em profundo sono e, enquanto este

    dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com carne. Com a costela que havia

    tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a ele. Disse ento o homem:

    Esta, sim, osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela ser chamada mulher, porque

    do homem foi tirada (Gn 2:21-23). Ellen White comenta esse evento:

    O prprio Deus deu a Ado uma companheira. Proveu-lhe uma adjutora

    ajudadora esta que lhe correspondesse a qual estava em condies de ser sua

    companheira, e que poderia ser um com ele, em amor e simpatia. Eva foi criada de

    uma costela tirada do lado de Ado, significando que no o deveria dominar, como a

    cabea, nem ser pisada sob os ps como se fosse inferior, mas estar a seu lado como

    igual, e ser amada e protegida por ele. Como parte do homem, osso de seus ossos, e

    carne de sua carne, era ela o seu segundo eu, mostrando isto a ntima unio e apego

    afetivo que deve existir nesta relao. Porque nunca ningum aborreceu a sua prpria

    carne; antes a alimenta e sustenta. Efsios 5:29. Portanto deixar o varo a seu pai e

    a sua me, e apegar-se- sua mulher, e sero ambos uma carne. Gnesis 2:24.37

    Esta declarao mostra que a mulher deve estar ao lado do homem como igual no

    ser inferior ou superior, mas igual ao homem. Ellen White, ademais, acrescenta: O santo par

    no devia ter nenhum interesse independente um do outro; e no obstante cada um possua

    individualidade de pensamento e de ao.38

    35 PE 167. Para essas diferenas funcionais, ver Jerry Moon, Ellen White, Ordination, and Authority (documento apresentado na Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao, 22-24 de julho de 2013), 3- 6, http://www.adventistarchives.org/ellen-white,-ordination,-and-authority.pdf; Damsteegt, Headship, Gender, and Ordination in the Writings of Ellen G. White (documento apresentado na Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao, 22-24 de julho de 2013), 10-14, http://www.adventistarchives.org/headship,-gender,-and-ordination-in-the-writings-of-ellen-g.-white.pdf. 36 Para uma exposio sobre Glatas 2:28, ver Stephen Bohr, A Study of 1 Peter 2:9, 10 and Galatians 3:28 (apresentado na Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao, 22-24 de julho de 2013), http://www.adventistarchives.org/a-study-of-i-peter-2.9,-10-and-galatians-3.28.pdf. 37 PP 18, 19. 38 T3 484.

  • 30

    A declarao acima sobre a importncia da igualdade tambm introduz o conceito de

    que Ado e Eva tinham diferenas de funo. A primeira declarao de Ellen White, acima

    citada, indica que mesmo no den, antes da Queda, sem qualquer ameaa de dano fsico, uma

    das tarefas de Ado era proteger sua companheira que devia ser amada e protegida por

    ele.39 Em parte alguma h a afirmao de que Eva devia proteger Ado. Por conhecer o

    futuro, Deus trouxe Eva para Ado porque ela foi criada para ele e dele. Isso indica uma

    importante distino de papis entre o homem e a mulher.

    Diferena entre Homem-Mulher em Gnesis 1 e 2. Embora Gnesis 1 indique que

    Deus fez os seres humanos fisicamente diferentes, como homem e mulher,40 o segundo

    captulo explica em detalhes como essa criao, com diferenas funcionais, ocorreu e as

    responsabilidades dadas ao homem antes da mulher ser criada. Ele descreve a formao do

    homem do p (Gn 2:7), o jardim que Deus preparou e a responsabilidade que deu ao homem

    para cuidar dele e cultiv-lo (Gn 2:15), a ordem quanto ao que poderia ser comido (2:16), e

    a advertncia sobre a rvore proibida (2:17). Depois disso, Deus trouxe os animais e as aves e

    deu a Ado a responsabilidade de lhes dar nome: e o nome que o homem desse a cada ser

    vivo, esse seria o seu nome (v. 19). Como resultado, Ado descobriu sua prpria

    necessidade de uma companheira: Todavia no se encontrou para o homem algum que o

    auxiliasse e lhe correspondesse (v. 20). Ento o Senhor Deus fez o homem cair em

    profundo sono e, enquanto este dormia, tirou-lhe uma das costelas, fechando o lugar com

    carne. Com a costela que havia tirado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher e a trouxe a

    ele (v. 21, 22), e deu a Ado o privilgio de tambm dar nome a sua companheira: Ela ser

    chamada mulher, porque do homem foi tirada, ele disse (2:23).

    Com base nesse relacionamento divinamente estabelecido entre Ado e Eva, Deus

    indica tambm que no relacionamento conjugal, o homem deve tomar a iniciativa, deixar sua

    famlia e se unir sua esposa (Gn 2:24). Neste momento, Eva considera Ado seu marido

    (Gn 3:6). Ellen White interpreta o termo marido como querendo significar que ele o lao

    de unio da famlia, unindo os membros entre si, da mesma forma que Cristo a cabea da

    igreja, e o Salvador do corpo mstico.41 Assim, a evidncia interna em Gnesis, antes da

    queda de Ado, revela seu papel de liderana e sua responsabilidade para com a mulher.

    Que tipo de relacionamento havia entre o homem e a mulher nessa ocasio? Aqui

    precisamos seguir a importante norma de interpretao ao consultar a Bblia toda para ver se

    h quaisquer outras referncias indicando o relacionamento entre o homem e a mulher em

    Gnesis 2 antes do pecado, porque o Novo Testamento explica o Antigo.42 Voltemos para 1

    Corntios 11, onde Paulo destaca que o relacionamento de Ado e Eva antes da Queda se

    baseava no princpio da autoridade/liderana que j existia na Divindade. No contexto da f,

    Paulo deseja que os crentes saibam que o cabea de todo homem Cristo, e o cabea da

    mulher o homem, e o cabea de Cristo Deus (1Co 11:3).

    O Novo Testamento traz mais evidncias sobre esses relacionamentos. Em 1 Timteo,

    referindo-se a Gnesis 2, Paulo ilustra o princpio da liderana com a criao do homem.

    39 PP 19. 40 A respeito de suas diferenas fsicas, Ellen White Escreve: Eva no era to alta quanto Ado. Sua cabea alcanava pouco acima dos seus ombros. (HR 20). 41 LA 215. 42 Ev 579.

  • 31

    Com respeito ordem na igreja, a casa de Deus, que a igreja do Deus vivo, coluna e

    fundamento da verdade (1Tm 3:15), Paulo escreve que ele no permite que a mulher ensine

    ou tenha autoridade [ARC, nem use de autoridade] sobre o homem (1Tm 2:12), Porque

    primeiro foi formado Ado, e depois Eva (1Tm 2:13).

    A explanao do Novo Testamento para o relacionamento entre o homem e a mulher

    antes do pecado claramente ensina que o homem recebeu a funo de liderana no lar e na

    igreja. Visto que a autoridade e a submisso so princpios no Cu (1Co 11:3), de igual forma

    os seres humanos na Terra foram criados para refletir a imagem de Deus.

    Nas seguintes declaraes, Ellen White confirma o papel de Ado no Jardim do den:

    Sob o controle divino, Ado deveria ser o lder da famlia terrestre, para manter os

    princpios da famlia celestial.43 Ado foi nomeado por Deus como o soberano do mundo,

    sob a superviso do Criador:44 O sbado foi confiado a Ado, pai e representante de toda a

    famlia humana.45 Ado era senhor em seu belo domnio.46

    Embora ambos tivessem recebido o domnio da terra (Gn 1:26, 27), a liderana nesse

    relacionamento foi dada a Ado. Ado foi corado rei no den. A ele foi dado o domnio

    sobre cada ser vivo que Deus criara. O Senhor abenoou Ado e Eva com inteligncia tal que

    no dera a qualquer outra criatura. Ele fez Ado o legtimo soberano sobre todas as obras de

    Suas mos.47 Os papis e ttulos de liderana iguais de Ado e Eva so completamente

    ausentes dos escritos inspirados. Somente Ado designado como o cabea.48

    Tanto a Bblia quanto os escritos de Ellen White apresentam Ado como exercendo o

    papel de liderana em termos do relacionamento homem-mulher e mesmo em termos de seu

    domnio sobre a terra antes da Queda. O que os escritos inspirados nos dizem a respeito de

    seu relacionamento depois da Queda?

    RELACIONAMENTO DO HOMEM E DA MULHER DEPOIS DA QUEDA EM GNESIS 3

    Depois da Queda, o papel de autoridade de Ado se tornou ainda mais destacado. Foi

    somente depois que Ado, como lder, seguiu sua esposa na senda da desobedincia e do

    pecado, que seus olhos foram abertos, e eles entenderam sua condio pecaminosa e a

    resultante nudez (Gn 3:7). Em seguida, Deus vem e pergunta a Ado (no a Eva) como o

    lder responsvel (3:9-12). Ento, Ele se dirige mulher (3:13). Finalmente, Deus pronuncia

    o juzo sobre cada parte, iniciando com a serpente e sua derrota final (3:14, 15). Ado

    recebeu a pena de morte, que consequentemente afetou cada ser vivo (Rm 5:12). Ento ele foi

    expulso do Jardim, e sua esposa o seguiu.

    A Queda de Ado e Eva trouxe uma mudana no relacionamento entre eles. A

    punio de Deus sobre a mulher foi a dor no parto e a de que seu desejo ser para o seu

    marido, e ele a dominar (Gn 3:16). Assim como a dor entrou na experincia do parto como

    resultado do pecado, assim observamos mudana na forma de funcionamento do princpio da

    autoridade. Antes da Queda, havia um relacionamento harmonioso no qual Eva alegre e

    43 RC 43; ver tambm T6 236. 44 White, Marriage in Galilee, BE 28 de agosto de 1899 (cf. ST 29 de abril de 1875). Ver tambm RH 24 de fevereiro de 1874. [Traduo livre.] 45 PP 20. 46 FE 38. 47 White, Redemption; ou a Temptation of Christ, 7; tambm em 1BC 1082. [Traduo livre.] 48 Ver John W. Peters, Restoration of the Image of God: Headship and Submission (apresentado na Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao, 21-25 de janeiro de 2014), 9, http://www.adventistarchives.org/restoration-of-the-image-of-god-headship-and-submission-john-peters.pdf

  • 32

    prontamente aceitava a liderana piedosa de Ado, submetendo-se sem ressentimento ou

    coao. Contudo, uma vez que seu relacionamento foi quebrado e distorcido pelo pecado, foi

    necessrio que Deus impusesse o papel de Ado por meio de comando. O princpio em si no

    havia mudado, mas a mulher devia agora aceitar seu domnio sobre ela (Gn 3:16), embora

    seu novo desejo decorrente do pecado fosse dominar sobre ele (note o significado similar dos

    termos em ntimo paralelo alguns versos depois, em Gn 4:7).49 A mudana no foi em termos

    de duas cabeas pr-Queda serem reduzidas a uma, mas de passar de uma cooperao

    harmoniosa e disposta com a liderana de Ado a um relacionamento diferente que incluiria

    tenso na famlia humana, entre os dois gneros. Como resultado, a harmonia somente

    poderia ser preservada pela submisso (agora no natural) da mulher ao homem, visto que s

    pode haver uma autoridade/lder em qualquer relacionamento. Do contrrio, haveria conflito

    constante e aberto quanto autoridade.

    Essa autoridade no lar (bem como na famlia da f) dada por Deus, mas nunca deve

    ser exigida, usada autocraticamente ou de forma abusiva. Antes, ela deve ser expressa em

    cuidado amoroso da esposa, assim como Cristo amou a igreja e entregou-se a si mesmo por

    ela (Ef 5:25). Essa a natureza da autoridade de liderana, conforme modelada por Deus em

    Cristo (1Co 11:3; Ef 5:22, 33).

    Para Ado, Deus disse: Visto que voc deu ouvidos sua mulher e comeu da rvore

    proibida, a terra ser amaldioada e voc morrer (Gn 3:17,19). Comparando verso com

    verso, notamos que o Novo Testamento tambm ensina que Ado, como lder, foi

    responsvel pela entrada do pecado na raa humana, no Eva, a despeito de haver sido a

    primeira a transgredir a ordem de Deus. Consequentemente, assim como uma s

    transgresso resultou na condenao de todos os homens, assim tambm um s ato de justia

    resultou na justificao que traz vida a todos os homens (Rm 5:18). Claramente, o contraste

    que Paulo faz do papel de Ado com o de Cristo est fundamentado no fato de que Ado era

    o lder responsvel. Embora Ado tenha seguido a liderana de sua esposa em desobedincia,

    a Bblia segue honrando o papel de Ado como a cabea da raa humana e de sua famlia.

    Nas geraes subsequentes, seguindo esse desgnio divino de autoridade, os maridos

    ocuparam papis similares de liderana. Ellen White escreve: Nos tempos primitivos o pai

    era o governador e sacerdote de sua famlia, e exercia autoridade sobre os filhos. [...] Os

    descendentes eram ensinados a consider-lo como seu chefe, tanto em assuntos religiosos

    como seculares.50 Abrao, representante da verdade de Deus e pai dos verdadeiros crentes,

    seguiu esse padro divino. Ellen White acrescenta: Este sistema de governo patriarcal

    Abrao esforou-se por perpetuar, sendo que o mesmo favorecia a conservar o conhecimento

    de Deus.51 Com o xodo de Israel do Egito, Deus estabeleceu a nao de Israel como Seu

    reino na Terra e nomeou homens para liderar Seu povo. A partir da, somos apresentados ao

    conceito de ordenao, que significa colocar homens qualificados para o servio nos ofcios

    de liderana a fim de poderem guiar o povo de Deus sob Sua direo.

    ORDENAO BBLICA

    49 Paul Ratsara e Daniel K. Bediako, Man and Woman in Genesis 1-3: Ontological Equality and Role Differentiation (documento apresentado na Comisso de Estudo da Teologia da Ordenao, 22-24 de julho de 2013), http://www.adventistarchives.org/man-and-woman-in-genesis-one-thru-three. pdf. 50 PP 93. 51 Ibidem.

  • 33

    ANTIGO TESTAMENTO

    O Antigo Testamento registra ocasies de nomeaes especiais liderana. Embora

    as tradues recentes da Bblia no usem os termos ordenar e ordenao, o conceito est

    presente na Escritura. Muitos, incluindo Ellen White, usaram esse termo para se referir a

    essas nomeaes a cargos de autoridade entre o povo de Deus. Ainda que Moiss (e depois

    Josu) desempenhou a responsabilidade principal de liderana em Israel, representando uma

    combinao mpar de papis de liderana religiosa e civil, o ofcio em Israel mais ilustrativo

    para nosso entendimento da ordenao o do sacerdcio. Ao contrrio dos ofcios de

    liderana civil do juiz e, depois, do rei, o sacerdote era o responsvel por liderar Israel em

    adorao e instruo religiosa. Portanto, o sacerdote representa o paralelo mais prximo s

    funes de liderana na igreja do Novo Testamento.52 Pouco depois do xodo do Egito, Deus

    escolheu Aro e seus filhos para conduzir os servios religiosos do santurio. Atravs de uma

    cerimnia especial durante a qual Moiss tambm foi ungido com leo, eles foram

    santificados ou separados e consagrados para ocupar o cargo de sacerdote (x 29:1-37; Lv 8).

    Ainda, havia levitas que eram separados pela imposio das mos (Nm 8:10) e ancios que

    cumpriam papis um pouco inferiores como lderes religiosos.

    Alm desses vrios papis de liderana, o Antigo Testamento identifica vrias

    mulheres que foram influentes em Israel, incluindo as profetisas Miriam, Hulda e Dbora

    (que tambm julgavam53 o povo), e a rainha Ester. Embora nenhuma dessas mulheres tenha

    atuado no ofcio de sacerdotisa ou anci ou tenha sido ordenada, Deus as usou poderosamente

    e elas cumpriram papis vitais em determinados perodos da histria de