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1 O resultado a seguir foi extraído do livro “Análise Real”, Vol 1, Elon Lages Lima (veja última página). Teorema 1. Seja (a n ) uma sequência cujos termos são diferentes de zero. Se lim n→∞ |an+1| |an| = L então lim n→∞ n p |a n | = L. Demonstração. Dado ε> 0 fixe constantes positivas K e M tais que L - ε<K<L<M<L + ε. Por hipótese, para ˜ ε = max{L - K, M - L} > 0 temos que existe N 0 N tal que |a n+1 | |a n | - L < ˜ ε, para todo n N 0 . Consequentemente, K L - ˜ ε< |a n+1 | |a n | <L ε M, para todo n N 0 , em particular, para cada n>N 0 temos que K< |a N0+i | |a N0+i-1 | < M, para todo i =1, 2,...,n - N 0 . Multiplicando as n - N 0 desigualdades acima obtemos que K n-N0 < |a n | |a N0 | <M n-N0 , para todo n>N 0 , o que é equivalente a K n (K -N0 |a N0 |) < |a n | <M n (M -N0 |a N0 |), para todo n>N 0 . Extraindo a raíz n-ésima na desigualdade acima obtemos K n q K -N0 |a N0 | < n p |a n | <M n q M -N0 |a N0 |, para todo n > N. (1) Observe que, como N 0 está fixo, lim n→∞ n q K -N0 |a N0 | =1 e lim n→∞ n q M -N0 |a N0 | =1, e portanto dado ¯ ε = min{1 - (L - ε)/K, (L - ε)/M - 1} existem numeros naturais N 1 e N 2 tais que n q K -N0 |a N0 |- 1 < ¯ ε, para todo n N 1

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O resultado a seguir foi extraído do livro “Análise Real”, Vol 1, Elon Lages Lima (veja últimapágina).

Teorema 1. Seja (an) uma sequência cujos termos são diferentes de zero. Se limn→∞|an+1||an| = L

então limn→∞n√|an| = L.

Demonstração. Dado ε > 0 fixe constantes positivas K e M tais que L− ε < K < L < M < L + ε.Por hipótese, para ε̃ = max{L−K,M − L} > 0 temos que existe N0 ∈ N tal que∣∣∣∣ |an+1|

|an|− L

∣∣∣∣ < ε̃, para todo n ≥ N0.

Consequentemente,

K ≤ L− ε̃ <|an+1||an|

< L + ε̃ ≤M, para todo n ≥ N0,

em particular, para cada n > N0 temos que

K <|aN0+i||aN0+i−1|

< M, para todo i = 1, 2, . . . , n−N0.

Multiplicando as n−N0 desigualdades acima obtemos que

Kn−N0 <|an||aN0 |

< Mn−N0 , para todo n > N0,

o que é equivalente a

Kn(K−N0 |aN0|) < |an| < Mn(M−N0 |aN0

|), para todo n > N0.

Extraindo a raíz n-ésima na desigualdade acima obtemos

K n

√K−N0 |aN0 | <

n√|an| < M n

√M−N0 |aN0 |, para todo n > N. (1)

Observe que, como N0 está fixo,

limn→∞

n

√K−N0 |aN0

| = 1 e limn→∞

n

√M−N0 |aN0

| = 1,

e portanto dado ε̄ = min{1− (L− ε)/K, (L− ε)/M − 1} existem numeros naturais N1 e N2 tais que∣∣∣∣ n

√K−N0 |aN0

| − 1

∣∣∣∣ < ε̄, para todo n ≥ N1

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2 ∣∣∣∣ n

√M−N0 |aN0

| − 1

∣∣∣∣ < ε̄, para todo n ≥ N2.

Segue da definição de ε̄ e das desigualdades acima que

L− ε

K< n

√K−N0 |aN0

| e n

√M−N0 |aN0

| < L + ε

M. (2)

Em vista de (1) e (2) e temos que

L− ε < n√|an| < L + ε, para todo n > N,

onde N = max{N0, N1, N2}, o que demonstra a convergência de { n√|an|} a L.

Observação . A recíproca do teorema anterior não é válida. Considere o seguinte exemplo:

an =

{2k3k, se n = 2k

2k3k−1, se n = 2k − 1,(3)

ou seja, a sequência 2, 2 ·3, 22 ·3, 22 ·32, 23 ·32, 23 ·33, . . .. É fácil ver que para n par temos an+1

an= 2 e

para n ímpar an+1

an= 3. Logo, o limite de an+1

annão existe. Por outro lado, para n par n

√an =

√2 · 3

e para n ímpar n√an =

√2 · 3

n2

√2

3. Portanto, limn→∞ n

√an =

√2 · 3.

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