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7/31/2019 Teoria Da Posse Ihering
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Capitulo I A posse como objeto de um direito.
A posse o poder fato sobre a coisa, exercido com animus domini. Propriedade o poder de direito sobre a coisa, podendo ser encontradas juntas ou em
separado. A transfernciadapropriedade pode ocorrer de forma justa atravs
da livre manifestao de vontade, ou de forma injusta que quando a posse tomada de forma violenta em razo do proprietrio (posse precria, violenta eclandestina). H na posse uma situao de fato protegida por uma relaojurdica:o direito de possuir.
A posse lcita permite usar, fruir e consumir, pessoalmente ou por intermdio deterceiro, de forma onerosa ou gratuita.
A propriedade no pode ser transmitida sem que ocorra a transmisso da posse,assim, quem no tem posse no tem o poder de receber os frutos advindos de serproprietrio de um bem.
Capitulo II A posse como condio para o surgimento de um
direito.
A condio de PROPRIETRIO no quer dizer que este tem a posse. A posse ocaminho natural para a aquisio da propriedade, como por exemplo ousucapio. A propriedade para fins de utilizao econmica, exigenecessariamente o instituto da posse.
Nos casos de aquisio da propriedade atravs de herana onde no havia posse,mas ocorre essa transferncia tm-se o nico caso em que a posse dispensvelpara que se chegue a propriedade.
Capitulo III A posse como fundamento de direito.
Existe uma proteo contra a turbao ou perda da posse perante o seupossuidor nos casos de posse justa.
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H duas de posse, uma chamada de posse juridicamente protegida e a outra de
posse juridicamente desprovida de proteo. A primeira apossejurdica
civileasegunda,apossenaturalouposse-deteno.
O possuidor juridicamente protegido detm de direitos mais abrangentes emrelao ao possuidor natural atravs do uso das aes possessrias, enquantoque o possuidor injusto no detm de privilgio haja vista a natureza daaquisio da propriedade (injusta).
Capitulo IV Relaes possessrias no protegidas.
A posse no protegida nos casos de posse violenta, precria e clandestina.Ainda, quando o possuidor no adquire a propriedade como quando apenasdetm a coisa sob a condio de transferir ou mesmo guard-la. Isso se d em
razo do detentor no ter animus domini, ao contrrio daquele que cedeu a
posse em tal condio (ex. locador), havendo reconhecimento de que a este
pertence a propriedade. Mas o detentor, embora no tenha a proteo
possessria, no privado de todo o direito, podendo manter-se, por si mesmo,
na posse, mas tais mecanismos de proteo no so, por si mesmos, aes
possessrias.
Capitulo V A razo legislativa da proteo possessria.
A proteo possessria facilita a proteo do direito de propriedade, tendo emvista que a posse a exteriorizao do direito de propriedade e decorre do fato
de ela ser um complemento indispensvel da propriedade.
A posse defensiva aquela que o possuidor defende sua propriedade exigir-lhea prova da propriedade qualific-lo como fora-da-lei e permitir que qualquerum arrebatasse a sua propriedade. J a posse ofensiva, exigir-lhe a posse negar-lhe o direito de propriedade, o que se coaduna com o princpio de que onde apropriedade no possvel, tampouco o a posse.
Assim, podemos dizer que a razo legislativa de proteo possessria decorre dea posse transformar a relao jurdica, pois no foi criada para o proprietrio esim para o possuidor que ostenta essa qualidade, ou seja, ostenta a utilizao
econmica da propriedade, sendo o direito de possuir, portanto, indispensvel,ensejando ao possuidor um caminho propriedade, assentando-se em posio
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defensiva e, finalmente, inexistindo impedimento jurdico de aquisio depropriedade.
Capitulo VI A posse um direito.
Partindo de sua definio de direito subjetivo, segundo a qual aquele ointeresse juridicamente protegido, evidente a natureza jurdica da posse pois um interesse tutelado pelo ordenamento jurdico.
Se legalmente protegido, no h como discordar quanto ao carter de direitoque possui a posse. O direito acrescenta na posse um elemento formal que aproteo jurdica, e por esse modo concorrem todas as condies jurdicas de
um direito.
Capitulo VII Lugar da posse no sistema jurdico.
A posse aparece como uma relao imediata da pessoa com a coisa, pertencendoao direito das coisas. Sendo ela, um complemento de proteo da propriedade.
Com a propriedade devem ser relacionados dois importantes institutos desocorro, o da proteo possessria e a propriedade putativa. Com elasrelacionam-se os direitos reais sobre a coisa alheia, que abraam a coisa no porinteiro, mas somente em direes, denominadas desmembramentos dapropriedade. Ademais, deve ser considerada a insuficincia da propriedade parao reconhecimento da proteo possessria.
Capitulo VIII
Nascimento e extino da posse (existncia
concreta), condio da vontade.
A posse nasce a partir do animus domini, o qual cria um lao entre a coisa e apessoa. No preciso o ato de apreenso pelo possuidor mesmo, porque arelao de fato existe e a vontade do possuidor manifestou-se de anteriormente.Ainda, a deteno no impede o aparecimento do animus domini.
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Capitulo IX A apropriao corprea da coisa.
Posse no a mera deteno fsica, mas sim a exteriorizao de propriedade. Aposse se protege pelo direito para tornar possvel o seu uso econmico e relaos suas necessidades.
Segundo o Direito Romano, a perturbao normal no faz perder a posseimediata, mas somente quando o possuidor a abandonou ou no, na contingnciade restabelecer a relao perturbada com a coisa. Se a consegue, no se reputaperdida a posse. Se as suas diligncias para recobrar-se a posse no conseguembom xito, perde-se a posse. Acontece o mesmo com o esbulho das coisasimveis. Se o possuidor restabelece imediatamente a antiga relao, considera-sea posse como no perdida; se no, perdia-se, salvo ocorresse esbulho violento.
Capitulo X A posse dos direitos.
Na posse, o que se protege o estado de fato que pode ter por base um direito e,
por conseguinte, pode ser considerado como o exerccio ou a exterioridade deum direito.
preciso a existncia de um direito para que se possa admitir apossessio juris,ou, onde no existe o direito no pode existir a posse de direito, em linguagemprocessual: "onde no h petitrio no pode haver possessrio."
A posse das coisas exterioridade da propriedade; a dos direitos aexterioridade dos direitos sobre a coisa alheia. A essa vantagem de se reuniremas duas espcies de posse em uma mesma noo comum se ajuntam outras, queno resultam da noo do poder fsicos.
A exteriorizao do direito cria um lao ntimo entre o fato e o direito, no secontrapondo e se o estado de puro fato tivesse proteo nessa condio, deverias-lo tambm nos casos em que no fosse considerado como o exerccio de umdireito.
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Capitulo XI Transformao da posse no desenvolvimento do
Direito Moderno.
Posse de CoisasA transformao afeta ambos os gneros: de coisas e de direitos. A idiaromanista de que sendo a coisa entregue no interesse do detentor o subordinava falta de proteo, uma vez que houve perda do poder fsico da coisa, mostrou-se em flagrante contradio com os povos modernos.A soluo veio como formade concesso da proteo at mesmo ao mero detentor.Posse de Direitos
A idia diretriz era a seguinte: todo indivduo que se acha no gozo pacifico de umdireito qualquer, ao qual corresponde um exerccio prolongado, e de qualquerespcie que seja o direito, monoplio, privilgio, consistente em um estado defato, em ato daquele que tem o direito, ou em prestaes do obrigado, tais comoo pagamento de rendas, prestaes, deve ser protegido provisoriamente nessegozo quando lhe seja disputado, at que a no-existncia do direito se justifiquejudicialmente.
Capitulo XII A literatura.
So duas as principais obras sobre a posse. A primeira a de Savigny, Tratado daPosse e a segunda a de Burns, O direito da posse na Idade Mdia e em nossostempos.
Para Ihering a obra de Burns conservar seu valor para a cincia enquanto a de
Savigny no passar de mero interesse histrico.