TEORIA E PRÁTICA CAMBIAL

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TEORIA E PRÁTICA CAMBIALRONALD DA SILVA REIS

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FACULDADE DE CINCIAS ECONMICAS DO TRINGULO MINEIRO

TEORIA E PRTICA CAMBIAL

UBERABA

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2008 FACULDADE DE CINCIAS ECONMICAS DO TRINGULO MINEIRO ADMINISTRAO COM HABILITAO EM COMRCIO EXTERIOR

ADRIANA BARCELOS SALDANHA FRANCISCO BARBOSA OLIVEIRA FILHO RONALD DA SILVA REIS

TEORIA E PRTICA CAMBIALMecanismos de apoio Exportao Financiamento Importao Garantias utilizadas no Comrcio Internacional

Trabalho apresentado disciplina de Teoria e Prtica Cambial, como nota parcial do bimestre. Professor: Sidney Pimenta Alvim

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UBERABA JUNHO / 2008 SUMRIO INTRODUO.............................................................................................................4 1. MECANISMOS DE APOIO S EXPORTAES..................................................5 1.1 Financiamentos exportao................................................................................5 1.1.1 ACC e ACE........................................................................................................5 1.1.2 ACC Indireto......................................................................................................5 1.1.3 Cmbio Travado.................................................................................................6 1.1.4 Export Notes......................................................................................................6 1.1.5 PROEX Programa de Financiamentos s exportaes...................................7 1.1.6 FINAMEX Financiamentos de Mquinas e Equiptos....................................8 1.1.7 Pr-pagamento de Exportao...........................................................................8 1.2 Mecanismos de Financiamento Privado s Exportaes......................................9 1.3 Adiantamento s Exportaes...............................................................................11 1.4 Securitizao das Exportaes..............................................................................11 1.5 SIMPLEX.............................................................................................................11 1.6 Comit de Financiamento e Garantias das Exportaes.......................................12 1.7 Legislao Bsica..................................................................................................13 1.8 Os beneficirios dos financiamentos s Exportaes...........................................14 1.9 Concesso de financiamentos s Exportaes......................................................14 2 FINANCIAMENTOS S IMPORTAES...........................................................15 2.1 Curto e Longo Prazo.............................................................................................15 2.2 Leasing Internacional............................................................................................15 2.3 Aval e Fiana........................................................................................................16 2.4 Cobrana de Importao.......................................................................................16 2.5 Carta de Crdito Internacional..............................................................................17 2.6 Cmbio Manual.....................................................................................................17 2.7 Transferncia Financeira do Exterior....................................................................17 3 GARANTIAS UTILIZADAS NO COMRCIO EXTERIOR................................19

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3.1 Aval.......................................................................................................................19 3.2 Fiana....................................................................................................................19 3.3 LC (Carta de Crdito)...........................................................................................20 3.4 Bid Bond...............................................................................................................21 3.5 Performance Bond................................................................................................21 3.6 Refundment Bond ou Advanced Payment Bond..................................................21 3.7 Retention Payment Bond......................................................................................22 3.8 Maintenance Bond................................................................................................22 3.9 Seguro de Crdito Exportao...........................................................................22 CONSIDERAES FINAIS.........................................................................................24 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS...........................................................................25 ANEXOS.......................................................................................................................27

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INTRODUO A radiografia do comrcio exterior brasileiro revela uma crescente integrao do Pas aos circuitos mundiais de comrcio. Estes ltimos colocam oportunidades e desafios: por um lado, oferecem oportunidades de ampliao das escalas de produo para bens exportveis, bem como possibilidades de aquisio de equipamentos e tecnologias que estejam acompanhando a renovao tecnolgica no exterior; por outro, estabelecem fortes desafios concorrenciais e, em vrios casos, desestimuladores da produo local. Sabendo-se da importncia do comrcio internacional em uma economia globalizada, h diversas formas de financiamento a exportao e a importao, seja por rgos governamentais ou instituies privadas, com o intuito de incentivar cada vez mais as relaes de compra e venda internacionais. Tal processo, muito lucrativo por sinal, tambm h seus riscos, j que no existe nenhuma lei internacional que obrigue o importador pagar sua dvida com o exportador, sendo assim existem diversas formas de garantias de pagamentos utilizadas no comrcio internacional, com o objetivo de torn-lo mais seguro possvel. Este trabalho aborda, portanto, os mecanismos de apoio s exportaes e os financiamentos s importaes e em uma terceira parte as garantias utilizadas no comrcio internacional. Todas as trs abordagens trazem aspectos conceituais e prticos, com reportagens anexas ao final da pesquisa.

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1. MECANISMOS DE APOIO EXPORTAO 1.1 - Financiamentos Exportao Toda empresa tem sua capacidade produtora ou comercial limitada sua capacidade de giro. Quando suas despesas, seja na fase de produo ou na de comercializao, so superiores ao seu capital de giro a empresa lana mo de financiamento, objetivando cumprir seus compromissos comerciais ou financeiros. Dessa forma, todas as empresas participantes do comrcio exterior devem estar administrativamente preparadas para saber onde e como devem recorrer aos financiamentos. O governo disponibiliza aos exportadores brasileiros a possibilidade de obter adiantamentos na rede bancria autorizada por conta de receitas futuras decorrentes de suas vendas ao exterior. Assim, a rede bancria autorizada pode obter linhas de financiamento no exterior lastreadas em entradas futuras de divisas decorrentes de exportaes brasileiras. 1.1.1 - Adiantamento sobre Contrato de Cmbio (ACC) e Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE): As operaes de ACC e ACE so as modalidades mais conhecidas entre os profissionais que atuam nas reas de Cmbio e comercio exterior por se tratarem de mecanismos de financiamento ao exportador brasileiro e representarem os maiores volumes de negcios de mercado. As duas operaes tendem a reduzir os custos financeiros para o exportador brasileiro. O adiantamento possibilita competitividade negocial, junto ao importador estrangeiro, na medida em que concede melhores prazos e reduz custos, em condies compatveis com as praticadas pelo mercado internacional. O financiamento concedido no perodo anterior ao embarque chamado de Adiantamento sobre Contrato de Cmbio (ACC). Neta fase, s existe o contrato de cmbio como lastro de operao, sendo desnecessria a apresentao de qualquer outro documento por parte do exportador. A partir da sada da mercadoria para o exterior, surgem os

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documentos representativos da venda, entre os quais a letra de Cmbio ou saque, como conhecido. O financiamento concedido ps-embarque chamado de Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE). Nada impede que os dois tipos de financiamentos sejam efetuados em uma mesma operao, atravs da transformao de um adiantamento de pr em ps-embarque. O exportador, em geral, dispe de um prazo mximo de antecipao para obteno de adiantamentos de 540 dias, isto at 360 dias para contratao do ACC prvio ao embarque e mais 180 dias posteriores ao embarque de mercadoria ao exterior para fechamento do ACE. Os prazos fixados pelo BACEN so cumpridos pelo banco conforme suas disponibilidades de recursos. 1.1.2 - ACC Indireto Modalidade de financiamento concedido aos fabricantes de matrias-primas, produtos intermedirios e materiais de embalagem, considerados insumos ao processo produtivo de mercadorias a serem exportadas. um produto destinado a fabricantes que forneam seu produto diretamente ao exportador final. Os principais benefcios so: Recebimento antecipado de vendas realizadas a prazo; Maior competitividade ao fabricante, que pode embutir juros menores ao valor cobrado do exportador, em razo dos custos reduzidos do ACC Indireto. 1.1.3 - Cmbio Travado, antes ou aps o Embarque. So operaes de cmbio de exportao, contratadas para liquidao futura, nas quais no ocorre a concesso do ACC ou do ACE, quer por um perodo da operao ou pelo prazo total da mesma, at a liquidao. Significa dizer que, por certo prazo (at a entrega dos documentos, por exemplo) ou at a liquidao do contrato, o contra valor em moeda nacional os reais ficam bloqueados travados no banco. A trava de cmbio nada mais que um tipo de aplicao financeira e como tal, gera o pagamento de uma remunerao prmio pelo banco ao exportador. 1.1.4 - Export Notes

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uma operao casada contendo um doador e um tomador. O doador pode ser pessoa jurdica ou fsica j o tomador tem que ser um exportador. O banco funciona como intermediador da operao buscando um doador e um tomador. realizado atravs de instrumento de crdito e mais uma nota promissria para que o tomador receba o financiamento j com o doador necessrio somente o instrumento. isento de IOF e o IR s incide sobre o lucro em 30 %. melhor que o ACC, pois no h contratao de cmbio e o doador pode fazer um hedge cambial e proteger-se de oscilaes cambiais, e nem os mesmos prazos fixos, amarrados e curtos do ACC. A desvantagem que o export note necessita de um contrato de venda ao exterior formalizado. Como na modalidade ACC, a operao permite a antecipao de recursos para financiamento do processo produtivo mas, diferentemente dos ACCs, requer contrato formal que especifica o bem ou servio a ser exportado. O contrato conta com garantias externas e prazo de at 360 dias, que fixa a taxa de cmbio. Com base nesse contrato, o exportador emite notas para mercado secundrio, cuja liquidez hoje muito reduzida. As operaes no so atraentes porque as taxas no so comparveis com as internacionais, tais como as de ACCs. Apesar de poderem ser lastreadas por vrios bancos e de constiturem ttulos de crdito, as export notes no oferecem a mesma segurana dos ACCs. Contudo, oferecem benefcios para o exportador, que no depende de linhas comerciais bancrias de curto prazo e obtm prazo maior do que o das operaes de ACC, e para o investidor, que assegura hedge em moeda estrangeira. 1.1.5 - PROEX Programa de Financiamento s Exportaes um programa de financiamento voltado venda de bens e servios nacionais ao exterior, a custos compatveis com os praticados no mercado internacional. O Banco do Brasil o agente exclusivo da Unio para o PROEX. Itens Financiveis: Bens: esto definidos em Portaria Ministerial e, atualmente, engloba 85% dos produtos da pauta brasileira de exportaes. Servios: projetos, consultoria, montagem, pacotes turn-key, produes cinematogrficas, softwares, franquia e turismo.

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Modalidades - o programa oferece duas modalidades de apoio s exportaes: PROEX financiamento: financiamento direto ao exportador brasileiro ou ao importador com recursos do Tesouro Nacional. PROEX equalizao: exportao financiada pelas instituies financeiras no pas e no exterior, na qual o PROEX paga parte dos encargos financeiros, tornando-os equivalentes queles praticados no mercado internacional. Condies do PROEX Financiamento: Parcela financiada: 100% do valor da exportao para financiamentos com prazo at 2 anos e limitada a 85% do valor da exportao nos financiamentos com prazos superiores. Qualquer condio de venda negociada (INCOTERMS) pode ser financiada. Prazos: de 60 dias a 10 anos. Os prazos so definidos de acordo com o contedo tecnolgico da mercadoria ou a complexidade do servio prestado. Taxa de juros: equivalente s praticadas no mercado internacional Forma de pagamento pelo importador: em parcelas semestrais, iguais e sucessivas. Nas operaes de curto prazo admite-se pagamento nico no final. Garantias: aval, fiana, carta de crdito de instituio financeira de primeira linha ou Seguro de Crdito Exportao. Condies do PROEX equalizao: As taxas mximas de equalizao so estabelecidas pelo Banco Central do Brasil e revistas periodicamente. O percentual mximo equalizvel de 85% do valor da exportao. Os prazos de equalizao so definidos de acordo com o contedo. 1.1.6 - FINAMEX Financiamento de Mquinas e Equipamentos de Exportao Sendo os recursos do BNDES, financia at 12 anos as exportaes brasileiras desde que o produto seja contemplado pelo programa e que seja no mnimo 60% nacional. Tambm, efetuado com garantia bancria podendo o financiamento ser efetuado na fase pr e ps-embarque. Na fase pr-embarque, o prazo pode ser de at 30 meses e no ps-

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embarque at 12 anos. O pedido efetuado em qualquer agncia bancria, pagando o importador 15% vista e os 85% atravs de desconto dos saques pelo BNDES. 1.1.7 - Pr-Pagamento de Exportao O Banco do Brasil financia as exportaes na fase pr-embarque com anterioridade de at 180 ou 360 dias (conforme o tipo de produto) do embarque das mercadorias para exterior, com recursos obtidos junto s agncias externas do Banco ou junto a banqueiros estrangeiros. Com este servio, o interessado obtm recursos para capital de giro, com custo reduzido e prazo de at 180 dias ou 360 dias antes do embarque do bem a ser exportado. Financiamento exportao com Equalizao de Taxas de Juros PROEX Financia as exportaes de produtos e servios abrangidos pelo pagamento igual ou superior a 360 dias. Com este produto os interessados ganham competitividade no mercado internacional e uma taxa de juros atrativa. 1.2 - Mecanismos de Financiamento Privado a Exportao So considerados mecanismos privados de financiamento a exportaes aqueles que, apesar de regulamentados e supervisionados pelo Banco Central, dependem de agentes privados para obteno de recursos (funding) e para operacionalizao. Basicamente, eses mecanismos so Adiantamentos sobre Contratos de Cmbio ACC e Adiantamentos sobre Cambiais Entregues ACE, pagamentos antecipados de exportaes, export notes e securitizao de recebveis de exportao. Adiantamento sobre Contrato de Cmbio (ACC) e Adiantamento sobre Contrato de Exportao (ou sobre Cambiais Entregues) (ACE) Os Adiantamentos sobre Contrato de Cmbio (ACCs) e Adiantamentos sobre Contratos de Exportao (ou sobre Cambiais Entregues) (ACEs) so as modalidades de financiamento a exportaes mais difundidas no mercado, respondendo historicamente por mais da metade do volume de cmbio contratado. Em ambas as modalidades, o exportador recebe antecipao, parcial ou total, em moeda nacional do valor equivalente quantia em moeda estrangeira comprada a termo pelo banco, descontada a uma taxa de juros internacional qual somado spread que embute o risco da operao. Essa antecipao de recursos representa importante

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incentivo exportao, na medida em que d meios ao exportador para custear o processo de industrializao e de comercializao a taxas inferiores s do mercado domstico. A Circular BACEN 2.632/95, que regula a modalidade, determina que o fim precpuo do mecanismo o apoio financeiro exportao. Apesar de serem modalidades idnticas quanto forma de operao, os ACCs compreendem as operaes pr-embarque (adiantamento at 180 dias antes do embarque, podendo ser estendido a 360 dias, para liquidao do cmbio), ao passo em que os ACEs englobam as operaes ps-embarque (at 60 dias aps o embarque, podendo o prazo ser estendido at 180 dias). Com isto, os ACCs destinam-se ao financiamento da produo, enquanto os ACEs destinam-se quase que exclusivamente gerao de capital de giro. Uma operao conjugada de ACC e de ACE obtm prazo de at 540 dias para liquidao. Importante atrativo do mecanismo a possibilidade de o exportador realizar operaes de arbitragem, captando recursos a taxas internacionais para aplic-los taxa domstica mais elevada. Operaes de arbitragem eram interessantes quando havia uma banda cambial, que limitava o risco de flutuao das divisas, combinada com taxas internacionais reduzidas e taxas domsticas elevadas. A taxa dessas operaes varia em funo do risco de crdito da empresa exportadora, do valor da operao, do pas de destino, das flutuaes nas taxas internacionais, etc., situando-se na faixa de LIBOR + 2,5% a.a. Operaes de ACC e de ACE, apesar de no contarem com nenhuma outra garantia que no o contrato de cmbio, representam crdito preferencial, com precedncia sobre todos os outros crditos, inclusive tributrios, nos termos do Art. 65 da Lei 4.728. Entre os benefcios dos ACCs e ACEs, recebe especial ateno a iseno do Imposto de Renda (renncia fiscal) que incide sobre o pagamento dos juros de operaes de financiamento externo, sempre que a exportao se concretiza ("performa"); outro benefcio a no incidncia de IOF, j que no se trata de operao financeira; finalmente, a norma cambial permite que no seja especificado o bem ou servio objeto da exportao, o que confere flexibilidade ao mecanismo pela compra e venda de "performance" entre bancos e exportadores. Contudo, ACCs podem ser fechados mas no liquidados. ACCs sem lastro, isto , sem a correspondente mercadoria no momento do embarque, so tratados como operao financeira e sujeitos ao recolhimento de IOF. No caso de o ACC ser cancelado, tambm caracteriza-se operao financeira, com o recolhimento de compulsrio de 30% em espcie (conta reservas bancrias) sobre operaes vencidas, compulsrio este que no exigvel de operaes correntes.

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A Lei n. 9.529 regulamentou a modalidade de ACCs indiretos, pela qual o adiantamento dado a fornecedores do ciclo de produo, e no ao exportador final. Essa modalidade no se popularizou por envolver duplicatas que dependem do aceite do exportador final, o que compromete o limite de crdito dessa empresa junto ao banco que concede os ACCs sem afetar os limites de crdito individuais dos diferentes fornecedores beneficirios do mecanismo. 1.3 - Adiantamento a Exportaes (pr-pagamento) Na modalidade de adiantamento a exportaes, tambm chamada de pr-pagamento, ou o importador, ou um banco comercial no exterior fornecem os recursos de que necessita o exportador para os ciclos de industrializao e comercializao, mediante a cobrana de taxa de juros. A operao caracterizada pela aplicao de recursos em moeda estrangeira na liquidao de contrato de cmbio de exportao anterior. 1.4 - Securitizao de Exportaes Securitizao de recebveis de exportao so operaes estruturadas que resultam na emisso ttulo de crdito no mercado internacional lastreado em exportaes futuras. Criado pela Circular n. 1.979 do Banco Central, de junho de 1991, o mecanismo permite ao exportador obter financiamento a taxas internacionais inferiores s domsticas com prazos maiores, sendo exigido registro no DECEC. Os ttulos emitidos pelo exportador e por banqueiro internacional (ou sindicato de bancos) so vinculados a collection account no exterior onde sero depositados pagamentos de exportaes da empresa brasileira. Pela montagem complexa e demorada e por envolverem vrias instituies, so operaes caras que exigem que o exportador receba boa avaliao de crdito (rating) de empresas especializadas e que exporte grandes volumes, sem o que os ttulos emitidos no tero liquidez. Pelo preo e por envolver rigorosa avaliao de crdito, os bancos so extremamente seletivos ao oferecer essa modalidade a exportadores brasileiros e o nmero de operaes dessa natureza ainda pequeno. 1.5 - Simplex

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O SIMPLEX uma sistemtica de cmbio simplificado que desburocratiza operaes de exportao de pequenos valores (at US$ 10 mil ou o equivalente em outras moedas), criada pela Circular n. 2.836/98 do BACEN. Soma-se ao Registro de Exportao Simplificado (RES) criado pelo Comunicado DECEX n. 25/98 e Declarao Simplificada de Exportao (DSE) regulada pela Instruo Normativa SRF n. 155/99 no conjunto de medidas adotadas recentemente com o intuito de facilitar o acesso de PMEs a operaes de vendas externas Dispensa tanto a formalizao do contrato de cmbio, que substitudo pelo simples preenchimento do boleto (com reduo do custo operacional, j que prescinde de corretores, por exemplo), quanto a apresentao dos documentos comprobatrios da exportao (que devem ser mantidos por 5 anos), com o que elimina a vinculao do contrato de cmbio ao documento de exportao (RE, RES ou DSE). Pode ser utilizado por qualquer banco autorizado a operar em cmbio. O SIMPLEX pode ser utilizado em duas modalidades: (1) boleto de cmbio (no prazo de 90 dias antes ou depois do embarque), acompanhado de carta ao banco que autoriza a contratao do cmbio simplificado, o crdito do contravalor correspondente e o dbito de despesas incidente; preenchido pelo banco e assinado pelo exportador e (2) carto de crdito internacional emitido no exterior, onde no h fechamento de cmbio com o banco. No caso de cobrana bancria, o cmbio simplificado s ser efetivado aps a liquidao dos documentos colocados em cobrana no exterior. O formulrio no solicita informaes sobre a mercadoria ou servio, nem sobre o importador, e pode ser processado a custo inferior ao dos contratos de cmbio (cerca de US$ 20, contra US$ 100 a US$ 120 para os contratos de cmbio). So trs os documentos envolvidos em uma exportao com SIMPLEX: (a) boleto de cmbio, que informa razo social, nmero no Cadastro Nacional de Pessoas Jurdicas (CNPJ), endereo completo com telefone, agncia e conta corrente, valor em moeda estrangeira; (b) RES, preenchido pelo exportador, processado pelo SISCOMEX com validade de at 5 dias, aps o que cancelado e no pode registrar operaes vinculadas ao regime automotivo, sujeitas incidncia de Imposto de Exportao, sujeitas a procedimentos especiais (Portaria Secex n. 2) e exportaes contingenciadas (tais como txteis) (c) DSE, emitido ou pelo exportador ou seu representante em terminal conectado ao SISCOMEX, ou pelos Correios no caso de remessa postal internacional, ou por empresa de

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transporte internacional no caso de encomenda area internacional, com validade de at 15 dias, aps o que automaticamente cancelada . 1.6 - Comit de Financiamento e Garantia das Exportaes COFIG: Colegiado integrante da Cmara de Comrcio Exterior - CAMEX, do Conselho de Governo, com as atribuies de enquadrar e acompanhar as operaes do Programa de Financiamento s Exportaes - PROEX e do Fundo de Garantia Exportao - FGE, estabelecendo os parmetros e condies para concesso de assistncia financeira s exportaes e de prestao de garantia da Unio. Criado pelo Decreto n 4.993, de 18.02.2004, o COFIG unifica as atribuies que pertenciam ao Comit de Crdito s Exportaes CCEx e ao Conselho Diretor do Fundo de Garantia Exportao CFGE, com o objetivo de examinar, conjuntamente, as operaes de financiamento e garantia para exportao. 1.7 - Legislao Bsica Portaria MDIC n 232, de 04.12.2007 - Divulga a lista de produtos elegveis para o PROEX; Resoluo CAMEX n 35, de 22.08.2007 - Estabelece as diretrizes para a utilizao do Programa de Financiamento s Exportaes - PROEX; Lei n 11.499, de 28.06.2007 - Acrescenta o art. 2-A e altera o art. 3 da Lei n 10.184, de 12 de fevereiro de 2001, que dispe sobre a concesso de financiamento vinculado exportao de bens ou servios nacionais; Decreto n 4.993, de 18.02.2004 - Cria o Comit de Financiamento e Garantia das Exportaes COFIG; Resoluo CMN n 3.219, de 30.06.2004 - Redefine os critrios aplicveis s operaes do sistema de equalizao de taxas de juros do Programa de Financiamento s Exportaes PROEX; Lei n 10.184, de 12.02.2001 - Dispe sobre a concesso de financiamento vinculado exportao de bens ou servios nacionais; Portaria MDIC n 375, de 21.12.1999 - Regulamenta o enquadramento das exportaes de bens na modalidade Financiamento; Portaria MDIC n 374, de 21.12.1999 - Regulamenta o enquadramento das exportaes de bens na modalidade equalizao de taxas;

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Resoluo CMN n 2.575, de 17.12.1998 - Redefine os critrios aplicveis aos financiamentos das exportaes brasileiras ao amparo do Programa de Financiamento s Exportaes PROEX; e Resoluo Senado n 50, de 16.06.1993 - Dispe, com base no art. 52, inciso V e VII, da Constituio Federal, sobre as operaes de financiamento externo com recursos oramentrios da Unio. 1.8 - Os beneficirios dos financiamentos exportao Individualmente, os beneficirios dos diferentes tipos de financiamentos exportao so os seguintes: ACC o exportador efetivo da mercadoria seja ele o prprio fabricante, a trading company ou a empresa comercial exportadora. Em outras palavras, o beneficirio aquele que receber o pagamento da exportao efetuado pelo importador; ACE exatamente igual ao ACC; PROEX o exportador efetivo da mercadoria, seja o fabricante, a trading company ou a empresa comercial exportadora; FINAMEX Pr-embarque especial, como regra geral, o fabricante da mercadoria o beneficirio deste financiamento, mas, em situaes especiais, a trading company ou a empresa comercial exportadora tambm podem ser as beneficirias; FINAMEX Pr-embarque, a princpio a empresa fabricante a beneficiria deste financiamento, mas, se a trading company ou a empresa comercial exportadora pertencerem ao mesmo grupo empresarial, alternativamente, podem ser as beneficirias dessa modalidade de financiamento; FINAMEX Ps-embarque, aquele que efetivamente for o exportador da mercadoria, seja o fabricante, a trading company ou a empresa comercial exportadora. 1.9 - A concesso dos financiamentos exportao A concesso dos financiamentos sofre alguma influncia em funo do porte da empresa? No existe qualquer restrio legal condicionando a concesso dos financiamentos exportao ao porte da empresa, seja ela micro, pequena, mdia ou grande empresa. Todavia, os bancos financiadores das operaes tm liberdade para definir critrios individuais quanto a valor mnimo e garantias necessrias viabilizao dos financiamentos exportao, fatores

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que podem restringir a participao das micros, pequenas, mdias e at mesmo grandes empresas exportadoras. 2. FINANCIAMENTOS S IMPORTAES 2.1 - Curto e Longo Prazo Esta modalidade de financiamento indicada para quem pretende importar bens e servios que requerem maior prazo de pagamento, geralmente equipamentos para imobilizao da empresa, mquinas de alta tecnologia, pois as condies esto vinculadas s caractersticas dos produtos; tem por finalidade financiar o importador brasileiro com recursos disponibilizados por organismos internacionais, apoiados por governos e agentes financeiros pblicos. So prazos que vigoram entre 02 (dois) e 10 (dez) anos, e as condies so determinadas pela instituio estrangeira que oferecem essas linhas de crditos, mas, existem no mercado interno instituies experientes que do suporte s empresas que contratam esses financiamentos. Oferece vrios benefcios nas relaes de negociao, utilizado por empresas que viso a ampliao ou renovao, modernizao de seus equipamentos. Os benefcios so custos menores, muitas vezes as taxas so fixas durante todo o financiamento facilitando a gesto financeira da empresa. 2.2 - Leasing Internacional Uma forma de financiamento externo que esta se popularizando, hoje, existem diversas empresas especializadas em comercio internacional que esto disponibilizando esse servio; atendendo a demanda de seus clientes, atravs do leasing, elas adquirem equipamentos e mquinas que as empresas necessitam em seus processos de produo, os prazos mnimos vo de 24 a 36 meses conforme o tempo de vida til do bem, alguns tipos de operao permitem o pagamento de parcelas trimestrais ou semestrais, podendo tambm financiar o frete do transporte . Por meio do leasing, um banco empresta recursos para que empresas aluguem mquinas, avies ou equipamentos importados para uso na produo, podendo a empresa ao final do

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contrato optar por comprar o bem, devolver ao banco negociador da operao ou renovar o contrato. Essa forma de negociao permite maior flexibilidade para as empresas poderem gerenciar seus recursos, seu fluxo de caixa sem que precisem fazer desembolsos, oferecendo convenincia, agilidade e taxas atrativas. 2.3 - Aval e Fiana Garantias que asseguram ao exportador no exterior, o pagamento assumido pelo importador brasileiro, respeitando os prazos e as condies negociadas. Normalmente utilizado por empresas importadoras que necessitam de aval de um banco nacional como garantia, para o financiamento obtido junto ao exportador; permite ao importador fazer negcios com empresas exportadoras que no queiram assumir o risco comercial de seus clientes no Brasil. Modalidades: Pode ser concedido em ttulos de credito emitido pelo exportador, para saque no banco do exportador, ou; Em nota promissria emitida pelo importador. A contratao feita mediante uma taxa contratada no exterior, comisso do banco, mais despesas com remessas de documentos, abertura de carta de crdito e comunicao. 2.4 - Cobrana de importao Este servio segue instrues do banco no exterior, os documentos de embarque so encaminhados diretamente pelo exportador ou atravs de um banqueiro, seu correspondente ao importador, para ser apresentada em cobrana, permitindo a ele comprador efetuar o desembarao das mercadorias importadas. O pagamento pode ser efetuado: Vista, quando a liberao dos documentos ao importador est condicionada ao pagamento (fechamento do contrato de cmbio); Prazo, caso a liberao dos documentos esteja condicionada ao aceite (promessa) do saque pelo importador para pagamento no vencimento.

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Alem da agilidade, essa modalidade de cobrana tem custos bem reduzidos, uma das vantagens em relao carta de crdito, a desvantagem que tem menos segurana, indicada para negociadores tradicionais no mercado, e que possui boa confiabilidade. 2.5 - Carta de Crdito de Importao A Carta de Crdito ou Letter of Credit (LC) uma das formas mais populares de pagamento de transaes internacionais, pois oferece garantia tanto para o importador, como para o exportador. Enquanto este quer segurana de pagamento; o importador quer a certeza de que o pagamento ser efetuado somente aps o embarque das mercadorias especificadas. A Carta de Crdito a garantia de pagamento de uma importao feita pela empresa brasileira (importadora), em favor de uma empresa estrangeira (exportadora) no exterior. Com isso, o recebimento do valor da mercadoria embarcada assegurado, garantias contratadas pelo banco do importador sob os termos e condies estabelecidas na carta, que normalmente emitida por sistemas eletrnicos do banco; ela proporciona agilidade na negociao, segurana e taxas atrativas. 2.6 - Cmbio Manual o ato de trocar fisicamente a moeda de um pas pela de moeda de outro pas, em espcie dinheiro vivo ou atravs de travelers cheques - uma espcie de cheque viagem - usado por turistas empresrios em viagem de negocio no exterior muito utilizado tambm por pessoas fsicas em viagens a tratamento de sade. So concedidos alguns benefcios para quem utiliza esse tipo de servio como por exemplo, manuteno de conta corrente em moeda estrangeira no pas, destinada a pessoas que residem no exterior, fsica ou jurdica, embaixadas, empresas de turismo, de transportes internacionais, organismos governamentais, etc. 2.7 - Transferncia Financeira do exterior So as remessas enviadas ao mercado exterior com a finalidade de quitao de compromissos assumidos por empresas brasileiras ou por pessoas fsicas tambm, tanto pode ser de remessas de moeda estrangeira para o exterior, quando for o caso de importaes feita

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por empresas brasileiras, como pode ser de moeda nacional feita por importador estrangeiro para pagamento de suas compras efetuadas no Brasil. uma operao legal que segue as regras do banco central, e que podem ser feitas com rapidez para qualquer parte do mundo. Normalmente o Banco Central no impem limites de valores a transferir, porm, este valor fica vinculado natureza pela qual est sendo enviada, ou seja, ao valor do documento fatura ou nota de dbito - ser quitado. Os tipos mais comuns de transferncias so: Turismo; Compromissos financeiros; Congressos, cursos, concursos; Fins educacionais, cientficos, culturais e esportivos; Transferncia de patrimnio; Negcios; Heranas; Tratamentos de sade; Aquisio de imveis; Encomendas internacionais, etc.

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3. GARANTIAS UTILIZADAS NO COMRCIO INTERNACIONAL Por vrias razes, nem sempre os compradores conseguem crdito junto aos seus fornecedores. Uma forma de viabilizar o negcio ser oferecer ao fornecedor o amparo de uma garantia ou um aval bancrio, de sorte a assegurar-lhe o pagamento da operao. Tais instrumentos de garantia tambm podem ser utilizados para dar proteo ao comprador que antecipa um pagamento e deseja assegurar a devoluo do dinheiro em caso de no embarque. Ou, simplesmente, deseja assegurar o recebimento de uma indenizao no caso de nonperformance de um contrato de fornecimento de bens ou servios. 3.1 - Aval uma obrigao internacional assumida por uma Instituio Financeira, a fim de garantir o pagamento de um ttulo de crdito aceito ou sacado contra o cliente. Assegura ao exportador o pagamento assumido pelo importador, nos prazos e condies negociadas. Consiste na emisso por parte do exportador de um sacado (draft) contra o importador contendo o valor da operao e seu vencimento. O banco do exportador envia-o ao banco do importador que avalizar o mesmo apondo sua assinatura. Ao chegar o saque no banco do exportador, as assinaturas so conferidas e se estiverem de acordo, o exportador envia a mercadoria. Este tipo de garantia possui algumas vantagens, como por exemplo, permitir ao importador fazer negcios com empresas exportadoras que no queiram assumir os riscos comerciais. O aval pode ser concedido em: 1. Ttulo de crdito (saque) emitido pelo exportador. 2. Nota Promissria emitida pelo importador. 3.2 - Fiana

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um contrato atravs do qual o BANCO (neste caso, o fiador) garante o cumprimento da obrigao de seu cliente (o afianado), junto a um credor em favor do qual a obrigao deve ser cumprida (o beneficirio). o mesmo que carta-fiana. Como na existe um padro internacional, o banco do exportador encaminha minuta (modelo) ao banco do importador para anlise e apreciao. Depois de acertados todos os detalhes (entre os bancos), o banqueiro emite a fiana normalmente atravs de Swift, ao receber a fiana, o exportador embarca a mercadoria. Existe ainda um tipo de fiana que podem ser emitidas com carter financeiro por empresas brasileiras a bancos no exterior a fim de que estes concedam crdito a uma subsidiria da empresa. 3.3 - LC (Carta de Crdito) Emitida pelo banco do importador. Contm diversas clusulas envolvendo a negociao da operao que devero ser cumpridas pelo exportador sob pena de comprometer o pagamento. O banco para emiti-la, alm de analisar a capacidade financeira do importador, exige garantias, normalmente hipoteca. O meio de transmisso mais comum da LC via Swift. Podemos dizer de outra forma que uma ordem dada pelo importador ao seu Banco para que este, perante o Beneficirio (exportador) assuma o compromisso de pagar, aceitar ou negociar um efeito com um determinado montante (valor da mercadoria), desde que o Beneficirio apresente os documentos exigidos, em conformidade com todos os termos definidos nesse compromisso (Carta de Crdito). Dirige-se a empresas com atividade exportadora/importadora que necessitem de realizar cobranas ou pagamentos e em que o grau de confiana entre comprador/vendedor seja muito baixo. muito usual porque oferece maiores garantias tanto ao exportador quanto ao importador por ser uma ordem de pagamento condicional. A carta de crdito pode sofrer emendas desde que aceitas por todas as partes envolvidas a saber: banco emissor, banco confirmador, tomador de crdito (importador) e beneficirio (exportador). Vantagens para o importador: Segurana e garantia - recebe a documentao conforme as suas necessidades, realizando-se o pagamento contra a apresentao da documentao solicitada;

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Financiamento Comercial - quando o pagamento a prazo, o importador obtm por esta via financiamento do exportador. Vantagens para o exportador: Segurana e garantia - assegura-se o recebimento na data fixada, no dependendo da vontade do importador, mas sim da apresentao dos documentos nos termos da Carta de Crdito; Financiamento - existe documentao que prova a venda bem como um instrumento que facilita o financiamento bancrio. 3.4 - Bid Bond Fiana internacional emitida pelo Banco que garante a participao do Cliente em concorrncia/licitao internacional (garantia de oferta). requerida na fase de licitao, cujo objetivo cobrir as eventuais perdas, inclusive multas contratuais, causadas por um participante que, ao ter sua proposta aceita, se recusa a ratific-la em contrato, acarretando atrasos ao projeto do importador ou mesmo realizao de uma nova concorrncia. Essa garantia exigida para participao de empresas em concorrncias internacionais. emitida por um banco nacional a favor dos organizadores da concorrncia (no exterior) e acionada caso a empresa solicitante da garantia se recuse a assinar o contrato depois de ganhar a concorrncia. usada para cobrir os gastos referentes ao processo de concorrncia. utilizada, portanto, para manter firmes as propostas, salvaguardando o licitante dos custos decorrentes da no assinatura do contrato pelo vencedor, com a conseqente anulao da concorrncia ou chamada do 2 colocado, ficando garantido pelo seguro, neste caso, o diferencial de preo. Destina-se a empresas prestadoras de servios no exterior e/ou exportadores de mercadorias. 3.5 - Performance Bond Garantia de entrega. a garantia emitida pelo banco do exportador, comprometendo-se que a mercadoria ser entregue ao importador no prazo e condies acertadas. O objetivo

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ressarcir as eventuais perdas causadas pelo fornecedor por falta de cumprimento das obrigaes constantes no contrato de fornecimento (mercantil) pelo garantido, inclusive com relao execuo de servios ou ao fornecimento de bens pelo fornecedor. Normalmente subseqente ao Bid Bond; isso porque a Performance Bond garante agora a execuo do contrato: caso no seja executado ou no executado como o previsto, os contratantes do servio podem exigir o pagamento da garantia. 3.6 - Refundment Bond ou Advanced Payment Bond Garantia cujo objetivo assegurar o reembolso dos pagamentos efetuados pelo importador de forma antecipada, sendo exigida quando houver falta de cumprimento das obrigaes constantes no contrato de fornecimento (mercantil) pelo garantido. Este seguro de Garantia de Adiantamento de Pagamento visa cobrir o risco de adiantamentos de pagamentos liberados pelo Contratante, sem a contrapartida imediata de fornecimento, servios ou obras. Dessa forma, o Contratante exige o seguro pelo valor integral do adiantamento, liberando a aplice quando da compensao do mesmo mediante a aferio de cumprimento da etapa. Ocorrendo novo adiantamento, ento baixado o anterior e includo o novo valor. Este um exemplo de adiantamentos no cumulativos, que ocorrem em regra geral. 3.7 - Retention Payment Bond Ou Reteno de Pagamento ocorre nos contratos de construo, em que tambm comum o Contratante exigir uma reteno sobre cada fatura, objetivando caucionar um determinado valor que lhe permita maior margem de negociao ou mesmo para fazer frente a eventuais reparos ou correes. Garante tambm ao segurado, at o limite da importncia segurada, indenizao pelos prejuzos decorrentes do descumprimento contratual do tomados, decorrentes de substituio de reteno de pagamentos previstas no contrato, pela cobertura do seguro. 3.8 - Maintenance Bond Ou Perfeito Funcionamento ocorre nos casos de fornecimentos, em que ao invs das retenes, exige-se uma garantia para o perfeito funcionamento, pelo prazo definido pelo

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fabricante. O Seguro-Garantia pode ser utilizado nestes casos, por um prazo mximo de at 24 meses aps o fornecimento ou entrada em operao. 3.9 - Seguro de Crdito Exportao Importante instrumento de garantia, o seguro de crdito exportao d ao produto brasileiro maior competitividade no mercado internacional, possibilitando ao exportador, vendas em prazos compatveis com os praticados pelos concorrentes. O seguro de crdito traz a tranqilidade de vender com a certeza de receber. Cada vez mais utilizado em razo de: Riscos comerciais: caracterizados pelo no pagamento da exportao em razo da falncia ou simples mora; Riscos polticos e extraordinrios: caracterizados pela incapacidade do importador de pagamento da operao, em razo de eventos especficos, tais como: moratria, guerras, revolues, etc.

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CONSIDERAES FINAIS Cada vez mais est havendo incentivos ao comrcio internacional e paralelamente a isso tambm esto sendo criadas formas que tornem as relaes cada vez mais seguras, alinhadas com o fluxo de crescimento internacional em uma economia cada vez mais globalizada e interdependente. Ainda h certa dificuldade ao acesso aos financiamentos e ao uso das garantias de pagamento, seja pelo custo ou pela falta de informao, mas a tendncia que isso melhore e diminua proporcionalmente ao crescimento do pas, desde que o governo faa sua parte e divulgue tais prticas, tornando-as mais democrticas e mais acessveis, trabalhando em conjunto com as instituies financeiras privadas, desburocratizando o processo.

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REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS DISTFANO, Alexandre Rafael. Prticas Cambiais. 1.ed. Balnerio Cambori, Distfano consultoria, 2004. GARCIA, Luiz Martins. Exportar: Rotinas e Procedimentos, Incentivos e Formao de Preos. 8 ed. So Paulo: Aduaneiras, 2004. RUGAI, Vanessa. Estudo das garantias nos contratos mercantis internacionais. Boletim Jurdico, Uberaba/MG, a. 3, n 224. Disponvel em: Acesso em: 31 maio 2008. MINISTRIO DA FAZENDA. Portal. Disponvel em: Acesso em 01 de Junho de 2008. COMIT DO COMRCIO EXTERIOR. Disponvel em: Acesso em 01 de Junho de 2008. NEWSCOMEX. Disponvel em Acesso em 01 de Junho de 2008. MINISTRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDSTRIA E COMRCIO EXTERIOR. Disponvel em: Acesso em 01 de Junho de 2008. FOLHA ONLINE. Disponvel em: Acesso em 01 de Junho de 2008. JORNAL DE UBERABA Disponvel em: . Acesso em 01 de Junho de 2008.

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GAZETA

MERCANTIL.

Disponvel

em:

Acesso em 01 de Junho de 2008. MANUAL DE ORGANIZAO DO SISTEMA FINANCEIRO. Disponvel em: Acesso em 01 de Junho de 2008.

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ANEXOS

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REPORTAGENS SOBRE TEMA 1: MECANISMOS DE APOIO EXPORTAO ENCOMEX quer implantar cultura exportadora na regioJornal de Uberaba 11/08/2005

Realizado ontem o pr-lanamento do Encomex (Encontro de Comrcio Exterior), uma iniciativa para expandir as exportaes das micro, pequenas e mdias empresas, atravs do apoio, orientao e incentivo aos empresrios. Os Encomex so desenvolvidos pela Secex (Secretaria de Comrcio Exterior) do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior, com o apoio da Agncia de Promoo de Exportaes do Brasil - Apex-Brasil. O objetivo principal, segundo o coordenador-geral da Secex, Srgio Nunes de Souza, a sensibilizao do empresrio numa cultura exportadora, estimulando a maior participao do empresariado, em particular do micro e pequeno, no contexto internacional, levando informaes e mostrando mecanismos de apoio exportao e das oportunidades de negcios com o exterior. Os encontros foram criados em 1997, aps o governo federal perceber que a falta de informao existente entre os empresrios traz insegurana para investir no mercado externo. No evento de ontem, foram mostradas as potencialidades do municpio e da regio, pelo diretor-geral da Secretaria de Tecnologia, Cincia e Desenvolvimento, Fernando Marra, que abordou, ainda, a importncia de Uberaba ter conscincia de se tornar plo exportador. Para ele, as maiores vantagens da cidade so a localizao e acessibilidade privilegiada, a posio logstica privilegiada. Para ele, o que o empresrio uberabense e da regio criativo, porm deve transformar a qualidade de trabalho em cifro. "Devemos pensar maneiras de melhorar a exportao, olhar o entorno, mostrar as potencialidades e qualificar as pessoas envolvidas a participar deste sonho", diz. O coordenador-geral do Secex falou sobre as aes de exportao do Ministrio e lembrou que o empresariado objetivo e somente pensa na rentabilidade, por isto os organizadores do encontro, que ser realizado no prximo dia 10 de novembro, devem ser objetivos. Ele lembra que no dia do evento acontecem, alm do seminrio, balco de servios com exposio

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simultnea e show room, para mostrar aos potenciais exportadores as vantagens e caminhos da exportao. Tringulo - O secretrio municipal de Cincia, Tecnologia e Desenvolvimento, Ricardo Saud, diz que o encontro vai incentivar a exportao das micros pequenas e mdias empresas, atravs do apoio, orientao e incentivo aos empresrios. "Queremos com isto implantar a cultura exportadora em nossa regio, estimular as atividades de exportao, levando informao a cerca de seu funcionamento e com mecanismo de apoio exportao". Saud reafirma que pretende que Uberaba volte a ser cidade plo de desenvolvimento da regio, fazendo um tringulo de inovao, que Uberaba, Arax e Uberlndia, trabalhando as trs juntas, para exportar mais que todo o Estado. "Em vez de disputar, vamos integrar e fazer aes conjuntas. Temos um porto seco e vamos ensinar as pessoas a exportar. Hoje, h um desequilbrio na balana entre importao e exportao. Uberaba importa muito mais que exporta. Tambm estamos trabalhando para fazer uma diretoria de comrcio exterior, para orientar as pessoas que no tem como contratar grandes empresas especializadas em exportao. Os Encomex j foram realizados em todas as capitais brasileiras e continuam por cidades de grande potencial produtivo e exportador. Paralelamente s palestras, montado um balco de servios, composto por vrios estandes em que os diferentes agentes que protagonizam o cenrio econmico nacional e regional (empresas, bancos, fundaes etc.) tm a oportunidade de apresentar os servios oferecidos aos potenciais exportadores. Os Encomex abrangem, ainda, despachos executivos; oportunidades de entrevistas individuais para atendimento personalizado; show room, com mostra de produtos da regio j exportados ou com potencial exportador; e encontros setoriais, com discusso de temas pertinentes a setores especficos, de maior importncia para a economia local.

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Expo-MS leva a empresariado estmulos ao comrcio exteriorPortal NewsComex 29/05/2008

Entre os assuntos abordados com os empresrios na Expo-MS industrial esto os instrumentos de apoio e estmulo ao comrcio exterior. A coordenadora da Rede CIN (Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negcios), da Confederao Nacional da Indstria, Sara Saldanha apresentou ontem os Programas de Apoio internacionalizao de empresas por meio do Exporta CIN. De acordo com ela, o foco trabalhar o atendimento individual de cada empresa interessada em ingressar no mercado externo. O Exporta CIN atua desde o planejamento, o acesso ao mercado, prospeco do mercado internacional e a efetuao das vendas, explicou. Sara Saldanha explicou que o Programa Exporta CIN est implantado em empresas do Estado, por meio da Fiems (Federao das Indstrias de Mato Grosso do Sul). Estamos atuando na capacitao empresarial, inteligncia comercial e programas de internacionalizao, acrescentou a coordenadora da Rede CIN. Logo em seguida, o assessor de coordenao de relaes institucionais da Agncia de Promoo de Exportaes e Investimentos (APEX Brasil), Gustavo Brum apresentou o trabalho da Agncia na promoo comercial brasileira. importante numa Feira de Negcios divulgar como a APEX Brasil vem facilitando o acesso das empresas brasileiras ao mercado internacional atravs de servios disponibilizados, explicou Brum acrescentando que a APEX viabiliza os servios atravs de parceria com entidades e associaes de classes setoriais. MDCI

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O coordenador do MDIC (Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior), Miguel Albuquerque, destacou, durante palestra na Expo-MS, os instrumentos de apoio do Governo Federal para as micro, pequenas e mdias empresas exportarem. Ele repassou as informaes sobre a estrutura, o funcionamento e critrios bsicos do comrcio internacional, bem como os mecanismos de apoio exportao e as oportunidades de negcios com outros pases. Miguel Albuquerque disse que um dos maiores entraves ao comrcio exterior principalmente para pequenos negcios o fato de o empresrio no acreditar que seu produto tenha qualidade suficiente e seja competitivo no mercado internacional. Por isso, o Encomex importante para trazer mais confiana ao empresrio e mostrar as ferramentas que temos disponveis para favorecer as exportaes. Participam do Encomex o MDIC, Ministrio da Agricultura, governos locais, federaes de indstria e comrcio, Correios, Inmetro e instituies de fomento, como a Caixa Econmica Federal, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES). Alm de ter conhecimento sobre as regras bsicas do comrcio exterior, os empresrios tm acesso a encontros individualizados - chamados despachos executivos - nos quais o foco so temas especficos de interesse dos donos de pequenos negcios, bem como orientaes mercadolgicas e tecnolgicas. H tambm o balco de servios onde ficam expostos os servios e tcnicas de suporte ao comrcio exterior voltados para as caractersticas da regio. caso de financiamentos do BNDES, o servio Exporta Fcil dos Correios e o Balco de Negcios do BB. A maioria dos encontros ainda monta um show-room com produtos da localidade j vendidos para o exterior ou com potencial exportador.

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REPORTAGENS SOBRE O TEMA 2: FINANCIAMENTOS IMPORTAO Queda do dlar impulsiona financiamento importaoGazeta Mercantil 24/10/2007

SO PAULO, 24 de outubro de 2007 - A desvalorizao da moeda norte-americana e a expanso dos investimentos no setor industrial, com o aumento da demanda interna, tm impulsionado o crescimento nas linhas de financiamento de importaes e de crdito imobilirio tomadas pelas empresas, que somaram em setembro R$ 12.488 bilhes. Segundo relatrio de Poltica Econmica e Operaes de Crdito divulgado ontem pelo Banco Central, a linha de financiamento de importaes, que somou R$ 11,5 bilhes em setembro, apresenta no ano crescimento de 37,8%, atrs apenas da linha de hot money, de curto prazo voltada para fluxo de caixa das empresas. Segundo o diretor de mdias e grandes operaes do banco HSBC, Henrique Vianna, os setores de economia em geral tm aumentado a tomada de emprstimos nessa linha, aproveitando o momento favorvel do cmbio para comprar bens de consumo, matrias-primas, mquinas e equipamentos. 'Enquanto as operaes de financiamento de importaes cresceram 29,7% nos ltimos 12 meses o avano na linha de Adiantamento de Contrato de Cmbio (ACC) ficou em 16,3%, refletindo o movimento da balana comercial brasileira', diz. As exportaes somaram neste ano crescimento de 15,6%, em valor, at a terceira semana de outubro, enquanto as importaes registraram avano de 28,9% no perodo somando US$ 93,412 bilhes.S no HSBC o crescimento da carteira dessa linha de crdito ficou acima de 40% nos ltimos 12 meses at setembro deste ano. Vianna ressalta que o aumento da demanda no mercado interno tambm tem incentivado a expanso dos investimentos e tem contribudo para o controle da inflao. Para o economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini, o forte crescimento do setor industrial, que at agosto registrou expanso de 5,3% no ano segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), tem impulsionado o investimento das empresas no mercado domstico. Os

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financiamentos contratados com recursos livres, cuja participao relativa atingiu 70,2% do total de crdito do sistema financeiro, destinados s pessoas jurdicas evoluram 1,4% no ms, alcanando R$304,6 bilhes.O superintendente executivo da rea de middle market do banco ABN Amro Real, Altair Assumpo, destaca que as empresas exportadoras, apesar de terem diminudo a agressividade no mercado externo com a desvalorizao do dlar, que ontem fechou abaixo de R$ 1,80, tm aumentado as suas importaes para diminuir seu custo de produo e recuperar a competitividade no mercado. 'O financiamento s exportaes no apresentaram uma queda acentuada, at porque muitas empresas tm que cumprir seus contratos de venda no mercado externo. O que se v que elas tm buscado alternativas para minimizar suas perdas com o cmbio', diz. O crescimento na linha de financiamento importao de insumos no segmento de middle market no banco registra crescimento de 10% nos ltimos 10 meses e deve alcanar, segundo Assumpo, cerca de 20% at o final do ano. (Silvia Regina Rosa - InvestNews)

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Bladex entra no segmento de leasingGazeta Mercantil - 16/11/2006

O Banco Latino-americano de Exportaes (Bladex) vai investir num novo segmento: o leasing internacional. A primeira operao foi fechada no ms passado, com uma empresa mexicana. O Rubens Amaral, vice-presidente da instituio, revelou que h tambm negociaes bastante adiantadas com um cliente brasileiro. "Bancos locais, mesmo que sejam filiais de estrangeiros, no gostam de assumir o risco do comprador desconhecido em outro pas". Por meio do leasing, um banco empresta recursos para que empresas aluguem mquinas, avies ou equipamentos importados. Sediado no Panam, especializado em financiamentos ao comrcio exterior entre pases da regio, o Bladex tem o Brasil como principal cliente: da carteira total de US$ 3,7 bilhes em crditos (em 31 de outubro), US$ 1,5 bilho, ou cerca de 40%, so brasileiros. O banco deve atingir em dezembro uma carteira de US$ 4 bilhes em crditos; para 2007, a expectativa de um crescimento de 12% a 15%, chegando a US$ 4,5 bilhes, informa Amaral. "Terminadas as eleies presidenciais, os pases da regio voltaro a investir", acredita o executivo, que brasileiro. Em entrevista exclusiva a este jornal, durante a 40 Assemblia Anual da Federao Latino-americana de Bancos (Felaban), o executivo revelou ainda outros planos para o ano que vem. Alm de comear a operar o leasing - financeiro e operacional - o Bladex vai tambm lanar uma plataforma de negociao eletrnica de comrcio exterior entre pases da regio. E investir em treinamento de funcionrios dos bancos associados. Para a plataforma, o Bladex fechou parceria com uma empresa internacional de certificao digital, a Clavex. Segundo Amaral, o acordo vai evitar a ocorrncia de "repdio" (quando um comprador no reconhece a operao realizada pela internet). "A prestao desse tipo de servio reduz os riscos operacionais para os bancos e aumenta as receitas para o

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Bladex", diz. Criado em 1975 como uma associao dos bancos centrais dos pases latino-americanos, o Bladex era destinado a oferecer linhas de crdito de curto prazo para comrcio exterior para instituies financeiras, mudou de foco. Segundo Amaral, depois das perdas com calote dos bancos na Argentina em 2001, o banco precisou reestruturar sua carteira. "O volume emprestado encolheu de US$ 6 bilhes em 2000 para US$ 2,3 bilhes em 2004", lembra. A partir de 2004, o banco decidiu ampliar o leque de produtos, servios e clientes. "Atualmente 60% das receitas do Bladex vm de operaes com empresas", afirma. Em 2004, 85% vinha de bancos. O Bladex, contudo, manteve sua caracterstica principal: 75% da carteira dedicada a operaes de comrcio exterior como leasing, financiamento a importao e a projetos de infra-estrutura, pr-pagamento de exportao e operaes estruturadas (estas ltimas, de prazos mais longos); e 78% de operaes de curto prazo (at um ano e meio). Apesar do foco nas operaes bilaterais - fechadas diretamente com empresas - o Bladex ainda faz emprstimos em parcerias com outros bancos em sindicatos. Hoje, os bancos centrais so donos de 16% do capital do Bladex; 8% est nas mos de bancos estrangeiros privados; e 76%, de acionistas - o Bladex tem aes na Bolsa de Nova York (Nyse) desde 1992. O Bladex divulgou ontem seu lucro lquido no terceiro trimestre do ano. O ganho recuou de US$ 19,9 milhes para US$ 11,2 milhes - como resultado, o acumulado em nove meses do ano caiu de US$ 63,7 milhes em 2005 para US$ 36,8 milhes agora. Segundo Pierre Dulin, assessor da vice-presidncia da instituio, o lucro no caiu - apenas voltou aos patamares normais. No ano passado, estava inchado porque o Bladex incorporou, extraordinariamente, a reverso de provises contra crditos de difcil liquidao da Argentina. "Surpreendentemente, conseguimos recuperar 85% do que tnhamos aplicado l", informa Dulin. As receitas operacionais (ver tabela) aumentaram 27%

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REPORTAGENS SOBRE TEMA 3: GARANTIAS UTILIZADAS NO COMRCIO INTERNACIONAL Embraer negocia venda de jato de R$ 32 milhes a So Tomda Folha Online 20/04/2007

A Embraer negocia com o governo da Repblica de So Tom e Prncipe a comercializao de um jato avaliado em US$ 16 milhes (R$ 32,4 milhes), informou, nesta sexta-feira, uma fonte ligada ao processo de negociao. O assunto havia sido abordado por uma delegao do governo so-tomense que esteve no Brasil no final de maro, e que visitou as instalaes da Embraer, em So Jos dos Campos. De acordo com a fonte, a delegao de So Tom pediu ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social) a abertura de uma linha de crdito para financiar a operao. A configurao do jato e o preo final esto atualmente em discusso entre a empresa brasileira e as autoridades so-tomenses. Depois dessa etapa, ser apresentado o pedido de financiamento ao BNDES. Segundo a mesma fonte, o BNDES estaria disponvel a assumir a operao, mas exigiria a apresentao de garantias de So Tom e Prncipe, principalmente sob a forma de seguros de crdito exportao. Recentemente, uma agncia de notcias de Macau (China), noticiou, citando fonte governamental, que a Petrobras tambm estaria envolvida no processo de aquisio do aparelho, cujo destino seria a STP Airways, nova companhia area estatal so-tomense. De acordo com a matria, caso o crdito fosse concedido, a Petrobras teria direito de participar da explorao de petrleo em So Tom.

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A hora e a vez da agncia de crdito exportao do BrasilNewsComex 12/12/2007

As empresas transnacionais (ETNs) brasileiras, em 2006, segundo a Conferncia das Naes Unidas sobre Comrcio e Desenvolvimento (Unctad), registraram um fluxo de sada recorde do Investimento Brasileiro Direto (IED) de US$ 28 bilhes. A aquisio da Inco do Canad pela Vale respondeu por US$ 17 bilhes e as aquisies dos ativos do Bank of Boston, pelo Ita, e da American Express, pelo Bradesco, contriburam com US$ 2,1 bilhes. O fluxo de entrada de IED foi de cerca de US$ 20 bilhes, com destaque para a aquisio do Banco Pactual pelo UBS, no valor de US$ 2,6 bilhes, revertendo os fluxos de sada do setor financeiro. Recentemente, o volume de Initial Pblico Offering (IPO) da Bovespa e o ciclo atual para o IPO da BM&F confirmaram pelo mercado a classificao do Fundo Monetrio Internacional (FMI): o sistema financeiro do Brasil moderno e eficiente. Seu status de Tecnologia da Informao e Sistema de Pagamentos est frente da Rssia, ndia e China. O choque sistmico dos subprimes americanos e a crise do crdito apontam para um novo papel das economias emergentes, que poderiam compensar o potencial hiato dos EUA no comrcio internacional, representando este momento uma oportunidade estratgica para sua maior insero. A integrao brasileira com a Amrica Latina nos projetos de infra-estrutura vem crescendo e a atuao do BNDES-Exim na exportao de project finance tem sido expressiva. O governo Lula acertou com a reaproximao dos pases africanos: nossos laos com Angola e Moambique so oportunidades confirmadas pela recente reconquista da frica

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do Sub-Saara, com o retorno gradual da mother country (Portugal) e dos bancos globais s colnias do ultramar. O melhor agente para operar as polticas pblicas do comrcio exterior poderia ser uma Agncia de Crdito Exportao (ECA - Export Credit Agency) que possa concentrar e articular em uma nica instituio governamental a misso de estabelecer uma poltica pblica centralizadora para o comrcio exterior, em atendimento ao trinmio bsico garantias, financiamento e seguros. A ECA pode operar segundo um modelo de Banco de Exportao (Eximbank) ou de um Departamento Administrador de Garantias. Os exemplos so os gestores de garantias do Reino Unido (ECGD - Export Credits Guarantee Department) ou da Alemanha. Este ltimo terceirizou para a iniciativa privada, por mandatos, a gesto de garantias dos emprstimos Euler Hermes e a administrao das garantias dos investimentos PriceWaterhouse Coopers AEG. A aquisio, pela Compagnie Franaise dAssurance pour le Commerce Extrieur (Coface), das participaes privadas em andamento na Sociedade Brasileira de Crdito Exportao (SBCE), poderia pressionar as autoridades brasileiras a resgatar o conceito de adicionalidade e assumir seu papel na modernizao, via centralizao do sistema de financiamento, garantias e seguros do comrcio exterior brasileiro. A questo das garantias ao investimento brasileiro no exterior foi muito destacada no affair do gs Petrobras versus Bolvia, tanto pela ausncia delas como pelas falhas das autoridades brasileiras nas negociaes com o governo boliviano. Mas, Bolvia e Brasil, como membros das instituies de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial), poderiam a qualquer momento do stress acionar o Centro Internacional para a Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (Ciadi), do Banco Mundial. Um conflito entre governos seria mais facilmente gerido na cmara de arbitragem do Banco Mundial. O que as ETNs brasileiras privadas demandam, no entanto, um seguro de risco poltico, concedido pelo governo, por uma agncia de exportao centralizadora. Outro ponto a destacar seria a utilizao das reservas internacionais. O BNDES, tcnica e justamente, est solicitando uma pequena parcela (US$ 5 bilhes) para financiar os projetos de infra-estrutura, mas outra adicionalidade para a utilizao das reservas seria a constituio

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de um fundo que poderia fortalecer as ETNs brasileiras, com atendimento ao escopo do trinmio bsico acima destacado, talvez mais concentrado na garantia do risco poltico. A ECA tambm poderia agregar valor hospedando o fundo soberano - a China, afinal, utiliza seu Banco de Comrcio Exterior para aquisies estratgicas, a exemplo da compra do stake de aes do Barclays Bank, do Reino Unido. Estas diretrizes da ECA tambm estariam harmonizadas com as estruturas dos agentes atuais, conservando a tecnologia, o estoque de conhecimento e seus recursos humanos. O conceito de condicionalidade procura atender a pelo menos uma das seguintes situaes: a ausncia de alternativas de financiamento por parte do setor privado e, por outro lado, uma concorrncia das ECAs nas alternativas de longo prazo para a transao considerada. A adicionalidade pode ser o grande catalisador. Sua introduo remete ao plano Marshall: Se os governos no garantissem alguns riscos, o setor privado dos bancos e seguradoras no teriam como aceit-los. Os agentes atuais (exportadores e bancos comerciais) com o apoio do BNDES-Exim, IRB e SBCE, podemos dizer que tm cumprido o seu papel para as operaes tradicionais: financiamento pr-embarque, ps-embarque, financiamento de mdio e longo prazo e seguro de crdito para os riscos poltico e comercial. Acreditamos que, com o crescimento da carteira, o BNDES-Exim teria maior participao dos crditos dos financiamentos exportao nos ativos do BNDES. A sua tendncia, ento, seria transformar-se em Eximbank, se a modelagem da poltica do comrcio exterior caminhar nesta linha. Outra modelagem que poderia corrigir a distoro do pouco uso do seguro no comrcio exterior seria o de ECA inglesa: uma agncia estatal de garantias, subordinada a um conselho de administradores da iniciativa privada, sem vnculo com nenhuma instituio, reportando aos ministrios envolvidos (Fazenda e Desenvolvimento, Indstria e Comrcio). Um conselho respondendo a dois ministrios aportaria maior governana e accountability (prestao de contas mais transparente) e, sem dvida, poderia harmonizar potenciais disputas do fogo amigo. A responsabilidade deste conselho seria a gesto profissional macroeconmica dos financiamentos, seguros e resseguros do comrcio exterior, e a determinao de limites de

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risco por produto/ rea geogrfica estendidos ao setor privado. O governo ampliaria, desta maneira, o seu papel, hoje limitado s dotaes oramentrias do Proex. O escopo dos servios de uma ECA no competir com o setor privado, mas agir como facilitador, gerir garantias, apoiar o investimento direto do pas no exterior e otimizar as alternativas das estruturas dos agentes privados e governamentais atuais, alm de suprir com os produtos e servios complementares no fornecidos pelo setor privado quando necessrio seja financiamento ou seguro e resseguro -, e, para ser mais moderno, tambm gerir o seu fundo soberano. William Delphos destaca, com propriedade, que as finanas e o sistema de gesto operados pelas ECAs podem ser considerados o lubrificante do comrcio internacional. Modernizar essas instituies pode estar no horizonte da Secretaria de Planejamento e Longo Prazo.