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A APLICAÇÃO DA TEORIA NA PRÁTICA ARQUITETÔNICA, A DIFERENÇA ENTRE O MUNDO MATERIAL E O MUNDO TEÓRICO

Teoria e Prática na Arquitetura

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Discussão entre a teoria e pratica arquitetonica, em relação a necessidade de existência de uma sobre a outra

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A APLICAÇÃO DA TEORIA NA PRÁTICA ARQUITETÔNICA, A DIFERENÇA ENTRE O MUNDO MATERIAL E O MUNDO TEÓRICO

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a pesquisa teórica está diretamente ligado ao processo prático.

A partir da década de 1960, iniciou-se uma série de discussões no campo da arquitetura, sendo algumas delas sobre o rompimento com o modernismo e outras de continuidade. Desse debate teórico surgiu o movimento pós-moderno que se baseia na objeção ao estilo internacional, à homogenização, à perda da identidade cultural e à padronização do homem, provenientes do movimento moderno. Nesse contexto são criadas diversas vertentes que debatem a produção arquitetônica e se estabelece a crítica pós-moderna. A teoria arquitetônica desde essa época seguia processos conceituais mais abstratos que foram rejeitados mais tarde, em meados de 2000, pelo movimento pró-prática.

A teoria da arquitetura modernista defendia a transformação da sociedade e seu bem estar promovida pela aplicação de estudos científicos. O movimento da arquitetura moderna tem fim quando se percebe que as previsões dos estudos não se aplicaram à prática e à experiência humana nessa arquitetura. Consequentemente há uma perda de credibilidade da teoria, uma vez que

O texto de Sykes debate duas posições antagônicas relacionadas com a teoria arquitetônica, defendidas por Kate Nesbitt e K. Michael Hays. Nesbitt afirma que é um momento de pluralidade, sem predominância de um ponto de vista, ao contrario de Hays. No contexto da década de 60 procurava-se estabelecer um nicho exclusivo para a arquitetura e conectá-la com outras disciplinas, o que não é mais identificado atualmente. Os movimentos recentes apontam a teoria crítica como dissociada à prática arquitetônica e contestam a sua importância.

Apesar da discussão entre teoria e prática existir há muito tempo, segundo Sykes, o movimento pró-prática tomou força a partir da década passada, assumindo uma postura pragmática baseada na experimentação e na experiência, visando uma aplicação prática ou de um produto concreto, não excluindo totalmente a teoria. Como apontado por Gregotti

Já para Tschumi (1994) “a arquitetura não é uma arte ilustrativa; ela não ilustra teorias”, para ele, a função da teoria está dissociada da prática, e exerce papel de provocação e interpretação, representa uma ideia simbólica que não pode ser ilustrada.

todas as experimentações e produções arquitetônicas desta época, sejam elas funcionais ou não, são de grande valor, não seriam concretizadas caso não houvesse a teoria.

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O atual momento vivido pela teoria é adequadamente exemplificado no texto escrito por Hays e Kennedy no último numero da revista Assemblage . Demonstra a transformação já prevista pelos autores, pela qual a teoria está passando e reafirma sua condição de transformação e não de decadência:

proporcionando instrumentos que permitam reconhecer de maneira ordenada a complexi-dade da realidade. É parte do exercício da arquite-tura idealizar e supor propostas arquitetônicas que considerem tanto a teoria idealizada quanto a prática construtiva.

“A teoria revela aspectos da prática arquitetônica que, embora não sejam úteis ou nem se quer corretos para a construção neste momento, podem se tornar recursos para arquiteturas futuras” (SYKES,2013). Sendo assim, a teoria vai além das limitações demarcadas pela realidade construtiva e impulsiona o desenvolvimento de técnicas atualmente não disponíveis para a concretização de ideais teóricos. Por estar no campo das ideias as possibilidades de produção são infinitas, além de emendar pontos negativos das produções arquitetônicas, como por exemplo o regionalismo crítico que resiste a homogeneização e defende a arquitetura vernacular.

Apesar de estar distante da prática projetual, a teoria arquitetônica deve ser defendida comoembasamento essencial para a evolução da arquitetura, tanto como construção mas princi-palmente como ciência.

O objetivo de uma teoria projetual não é a criação de fórmulas para a resolução de problemas, mas sim a ampliação da prática de projeto e seu campo problemático,

“ […] as várias linhas de fuga da teoria [...] representam os tipos de revisão pelos quais a teoria precisa passar de tempos em tempos: a teoria fazendo seu inventário, ajustando-se ás novas demandas, passando por uma pequena reorganização nescessária, e não encerrando definitivamente suas atividades.”

(HAYS E KENNEDY, 2000)

Capa da primeira edição da revista Assemblage.

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A teoria da arquitetura deve existir simultaneamente à prática, de maneira que a produção arquitetônica seja realizada de modo produtivo e eficiente. É permitida, assim, a renovação constante de ideias e teoremas desenvolvidas a partir das experimentações teóricas. O ofício da teoria e da crítica deve coexistir com a prática de forma que as duas se desenvolvam paralelamente, sem que uma se sobressaia à outra. Não obstante, os processos da

Referências:

NESBITT, Kate (Org). Uma nova agenda para a arquitetura: antologia teórica 1965-1995. São Paulo: Cosac Naify, 2006.

TSCHUMI, Bernard. “Six concepts”. In: Architecture and disjunction. Cambridge: MIT press, 1994.

SYKES, A. Krista (Org). O campo ampliado da arquitetura: antologia teórica 1993-2009. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

Aline GomesIgor Avelar

Luisa SantosMarcos MacedoMelissa Pinheiro

Nicole Vono

linguagem escrita e da prática arquitetônica devem ser ambos considerados modos de verbalizar a arquitetura.

Michael Graves, Charles Gwathmey, Richard Meier e Peter Eisenman. Quatro dos chamados New York Five, expoentes do pós-modernismo, contava também com

a presença de John Hejduk.