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Teoria Geral do Processo Nelson Mery Junior Processo comentado Pretensão x Resistência A lide é formada por um conflito de interesses, a lide dá origem ao processo. Via de regra sem lide não há como existir processo. Processos de jurisdição voluntária, que são consensuais desde a origem são processos onde não há lide (conflito de interesses) Umas das condições da ação é o interesse de agir. Esse interesse pode ser individual, coletivo, difuso etc. Solução dos Conflitos: Autotutela: É o próprio indivíduo lesado ou a coletividade tentando pegar seus direitos com as próprias mãos. Via de regra a autotutela é proibida. O indivíduo não pode com as próprias forças pegar o seu direito, isso é designado ao direito. Art. 345 Código Penal. Exemplos típicos de permissão de autotutela são as excludentes de ilicitude ex legítima defesa, estado de necessidade. Exemplo 2: 77883/89 Lei de Greve Art. 1210 CC Ex o ladrão está furtando sua propriedade você tem o direito de defendê-la proporcionalmente sem exageros. Art 1º CPC Princípios 17.02.2016 Autocomposição Cabimento: são os dois lados resolvendo a lide, sem a participação de terceiros que não sejam os dois envolvidos no conflito. Unilateral: Renuncia da Ação, desistência da ação, reconhecimento do pedido. Sem resolução do mérito. O mérito é o objeto da ação. Bilateral: É o acordo entre as partes, a transação a conciliação. A iniciativa neste caso é de ambas as partes. Plurilateral: São os acordos entre vários interessados, várias partes. Ex: Convenção coletiva de trabalho que é um acordo

Teoria Geral Do Processo

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Teoria Geral do Processo

Nelson Mery Junior Processo comentado

Pretensão x Resistência

A lide é formada por um conflito de interesses, a lide dá origem ao processo. Via de regra sem lide não há como existir processo.

Processos de jurisdição voluntária, que são consensuais desde a origem são processos onde não há lide (conflito de interesses)

Umas das condições da ação é o interesse de agir. Esse interesse pode ser individual, coletivo, difuso etc.

Solução dos Conflitos:

Autotutela: É o próprio indivíduo lesado ou a coletividade tentando pegar seus direitos com as próprias mãos. Via de regra a autotutela é proibida. O indivíduo não pode com as próprias forças pegar o seu direito, isso é designado ao direito. Art. 345 Código Penal.

Exemplos típicos de permissão de autotutela são as excludentes de ilicitude ex legítima defesa, estado de necessidade.

Exemplo 2: 77883/89 Lei de Greve

Art. 1210 CC Ex o ladrão está furtando sua propriedade você tem o direito de defendê-la proporcionalmente sem exageros.

Art 1º CPC Princípios

17.02.2016

Autocomposição

Cabimento: são os dois lados resolvendo a lide, sem a participação de terceiros que não sejam os dois envolvidos no conflito.

Unilateral: Renuncia da Ação, desistência da ação, reconhecimento do pedido. Sem resolução do mérito. O mérito é o objeto da ação.

Bilateral: É o acordo entre as partes, a transação a conciliação. A iniciativa neste caso é de ambas as partes.

Plurilateral: São os acordos entre vários interessados, várias partes. Ex: Convenção coletiva de trabalho que é um acordo firmado em várias partes de um lado os sindicatos profissionais e outro os sindicatos patronais. Prevalece em relação a CLT, devido a sua especificidade.

Heterocomposição : Haverá a participação de um terceiro que não será o interessado no conflito direto.

Mediação: Existe a participação de 3º chamado mediador e esse 3º irá formular propostas de acordo, ou seja, ele propõe. O mediador pode ser qualquer pessoa, as próprias partes podem escolher o mediador, que irá propor uma solução ao conflito.

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Arbitragem: Lei 9.307/96 Também tem a presença de um terceiro, esse terceiro, também chamado de arbitral. O juiz arbitral é também escolhido pelas partes do conflito e pode ter qualquer formação, porem na arbitragem o juiz arbitral impõe a solução ao conflito. A sentença do juiz arbitral é um título executivo judicial. Porém só o poder judiciário tem o poder de Executar a sentença, porém sem alterá-la. O poder judiciário tem poder de polícia. Não cabe recurso à sentença arbitral, o máximo que se pode fazer é entrar com um pedido de nulidade no judiciário. A solução é imposta as partes e executada.

Jurisdição: É um terceiro de tipo e heterocomposição porque tem a participação de terceiros. Esse terceiro é o Judiciário.

Direito Processual

Teoria Unitarista: Diz que é um só direito processual e que os ramos pertencem só a uma vertente que pertencem ao direito processual, os ramos não teriam independência nem autonomia. Justificativa é que todos os ramos do direito processual eles tem uma relação processual igual, Autor – Estado Juiz – Réu.

Teoria Dualista: Os ramos tem independência e tem autonomia.

Ação: Características: É um direito abstrato, é independente do direito material veiculado no processo.

Art. 5º, CF

-Ação se subdivide em:

-1-De conhecimento

1.1 Condenatória ( é toda vez que ação exige uma prestação da parte contrária Ex dar, exigir uma quantia ou fazer ou não fazer), Constitutiva ( vai criar a relação jurídica ou desconstituí-la. Ex divórcio, Ex ação de anulação contratual) e Declaratória (apenas verifica se o direito ou uma relação jurídica, existe ou não. Ex Ação de investigação de paternidade)

-2-De execução: Executa um título pré-definido, o magistrado apenas homologa a execução. Ex executa um contrato. Dificilmente ha defesa, a defesa ataca apenas os vícios do contrato.

-3-Cautelar (tem que ter cautela, tem que ter resguardo do bem jurídico do processo, serve apenas para resguardar o direito) Juntamente com a tutela antecipada ( tutelas satisfativas). Liminares são ações dentro das cautelares (Fumus boni juris fumaça do bom direito e Periculum in mora perigo na demora).

Condições da Ação: Requisitos para que sua ação tenha o poder de provocar a jurisdição.

-Cabimento ( Art. 17, CPC)

Art. 485, LPC: Se não houver os requisitos das condições da ação citados no Art. 485 do CPC, o magistrado extingue o processo sem resolução do mérito.

Interesse de Agir ou Interesse processual: A palavra-chave é Necessidade. Tem que mostrar no seu pedido de ação o seu interesse, a sua necessidade no processo.

Page 3: Teoria Geral Do Processo

-

-

Legitimidade das Partes: Aquela pessoa, que deve assumir um dos lados da lide ( ator/ reu) pode ser ativo ou passivo.

De regra, ninguém pode ir a um processo e reivindicar um direito que não é dele Ex: empregado sozinho processando uma empresa.

Legitimação Ordinária: Possui aquele que está no processo, em nome próprio na defesa de um direito que também é um direito dele.

Legitimação Extraordinária: Está na relação processual em nome próprio, mas em defesa de um direito alheio. (Alguém vai ao processo, para defender o direito de outra pessoa) Ex: Sindicado processa uma empresa na defesa de um direito da categoria, é para o bem de todos. Ex: Ação civil Pública quem entra é o MP entra com uma ação na defesa de um direito coletivo.

Advogado é representante processual, ele está somente representando uma das partes. Ele supre um pressuposto processual. Chama-se capacidade postulatória. Ele não está ali em nome próprio.

Substituição processual1. É a demanda de uma parte para a tutela de direito controvertido de terceira pessoa. Somente

ocorre a substituição nas situações previstas em lei, sendo que, na regra geral, ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.

Sucessão voluntária: 108 CPC

Sucessão: CPC Art. 110.  Ocorrendo a morte de qualquer das partes, dar-se-á a sucessão pelo seu espólio ou pelos seus sucessores, observada o disposto no art. 313, §§ 1 o   e 2 o .

Doutrina majoritária diz que é Legitimação Ordinária, porque há os herdeiros reivindicando um direito próprio.

O réu quando aliena o bem jurídico ele passa de ordinário para extraordinário.

A possibilidade jurídica do pedido Art. 140, CPC,

Art. 140.  O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordenamento jurídico.

Não precisa mais ser examinada nem apreciada, ela não é mais cobrada. Para fazer a inicial era necessária encontrar uma lei para dar amparo ao pedido. Agora basta que a lei não proíba.

Elementos Identificadores da Ação ou também chamado de Causa

Se duas ações iguais impetradas simultaneamente gera o fenômeno da litispendência. É um vicio processual, não pode. Ação impetrada por ultimo vai ser extinta sem resolução do mérito, porque é uma ofensa a coisa julgada. Para serem iguais precisa ter partes, pedido e causa de pedir iguais. Se tiverem apenas dois desses elementos não são iguais.

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As partes têm que ser as mesmas e também a suas legitimidades tem que ser iguais nas duas ações.

Pedido: O pedido pode ser pedido imediato ou mediato.

Pedido imediato é o que deve ser primeiro analisado. É o pedido que autor faz para o estado aceitar a sua demanda.

Pedido mediato é aquele que é feito em relação a parta contrária da lide. É o pedido que faz para o reu. Ex eu quero aquela casa, eu quero aquele carro.. etc

Dois tipos de fundamentação a fundamentação fática que é o fato em si, e a fundamentação jurídica que é qual a infringência da lei que ocorreu, qual é a fundamentação legal. As duas causas de pedidos tem que ser iguais, se uma delas não for igual, as ações não são iguais.

Se as duas forem iguais ocorre a mesmeidade das ações.

07.03.16

Triologia do Direito do Processo é Ação, Processo, Jurisdição.

-Processo x Procedimento

Procedimento é a forma pela qual o processo se desenvolve.

Processo: É o objetivo

Com o novo CPC só existem agora dois tipos de processo:

1- Processo de conhecimento (incluindo a fase de cumprimento de sentença é uma fase de execução, mas não é um processo de execução autônomo)

2- Processo de execução: nota promissória, duplicata etc.

Procedimento: É a forma na qual você alcança esse objetivo. Por esse motivo um processo pode ter vários procedimentos.

No juizado o procedimento é especial (sumaríssimo, porque demanda agilidade, reduz-se drasticamente o número de etapas dele). No fórum o procedimento é comum.

1- Procedimento Comum: Ex; Ação reivindicatória, Ação de Investigação de Paternidade. Procedimento como são todos aqueles que não são especiais. Quando você entra com um processo, normalmente você irá entrar com este tipo de procedimento, a não ser que ele tenha um procedimento especial previsto no cpc : ex ¹

2 Procedimentos Especiais: ex¹ inventário e partilha, juizado especial, usucapião

Relação processual não deve ser confundida com relação jurídica de direito material

De regra a relação processual deve ser formada por esses 3 entes abaixo:

Estado Juiz (Órgão Judicial)

Autor (lado ativo) Réu (lado passivo)

Características:

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1-Unicidade: Significa que a relação processual tem uma unidade que não pode ser quebrada, ela deve ser estável, ela vai permanecer a mesma, mesmo que você altere as partes, sujeitos, pessoas. Ex se alterar o Juiz, permanece o processo naquela vara.

2-Processo Público: O processo é público simplesmente pela participação do Estado. Pode ser privado e ocorrer em segredo de justiça, como alguns casos do processo civil, mas devido à participação do Estado é uma relação pública.

2- A relação processual ela é triangular. Teoria majoritária. A maioria das relações processuais ocorre entre Autor -> Estado -> Réu, mas na relação triangular pode haver relação direta entre as partes. Ex. Pode existir relação entre autor e réu, obedecendo à vontade das partes pode haver acordo, passando pela mão do juiz apenas a homologação. Ex 2 O autor pode suspender o processo.

3- Autonomia da Relação Jurídica Processual quando comparado com a relação jurídica de direito material: A relação processual ela independe do que realmente aconteceu na prática (relação material). A relação Jurídica Processual é autônoma.

Pressupostos Processuais: formam a relação processual, ou então dão eficácia a essa relação processual. Podem ser positivos porque tem que estar presente na relação processual para a relação ser eficaz ou negativo tem que estar ausentes para poder a relação processual ser eficaz. A ausência de um pressuposto positivo causa a extinção do processo sem resolução do mérito. O negativo não tem que estar presente, e se tiver presente causa invalidação do processo.

Cabimento

De constituição (Existência)

-Objetivo

-Subjetivo

De validade

-Subjetivos (positivos)

-Orgão Judicial

Ao Juiz:

As partes:

Capacidade

1

2

3

Legitimidade

Page 6: Teoria Geral Do Processo

14.03.2015

*Pressupostos Processuais 485 Novo CPC

* Pressupostos de Proc. De Constituição: A presença deles é fundamental para a existência da ação, sem eles não tem processo. (aqui a relação processual nem chega a existir)

Quais são os pressupostos que impedem a parte de propor novamente uma ação?

Prerempção Litispendencia e Coisa Julgada

Subjetivos: Formado por pessoas, Autor, réu, Estado Juiz (Com a falta de um não temos processo)

Objetivos: É a propositura de e uma demanda, a existência de uma lide.

*Pressupostos Processuais de Validade: Apesar de a relação processual existir ela não terá eficácia.

Subjetivos (Positivos)

-Quanto ao órgão judicial: Competência tribunal, uma vara, cada órgão tem sua competência.

-Quanto ao Juiz (O Juiz tem que ser imparcial, ele não pode ter interesses na ação, direto ou indireto) 144 Novo CPC.

Impedimento Interessa mais ao estado do que as partes é uma questão de ordem pública. As questões de impedimento são vícios mais graves do que a suspeição.

O impedimento pode ser arguido a qualquer momento, a suspeição tem prazo.

É obrigação de o Magistrado dizer se está sob impedimento ou suspeição

Quanto às partes: (positivos porque tem que estar presentes para a relação processual ser válida)

-Capacidade de ser parte: Toda pessoa possui, porque deriva da Capacidade de Direito do Código Civil, qualquer um, inclusive crianças e dementes.

- Capacidade Processual: Capacidade de Fato. Só possui quem possui a capacidade do Código Civil para exercer os atos da vida civil, Seria o mesmo que capacidade jurídica.

- Capacidade Postulatória: Advogado. Capacidade para postular, peticionar.

-Legitimidade (foi explicado em condição da ação)

Objetivos (negativos)

-Externos:

Litispendência

Page 7: Teoria Geral Do Processo

Coisa Julgada

Perempção Art 485, III O juiz não julgará o mérito quando III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias;

Convenção de Arbitragem: Quando as partes escolhem o tribunal de arbitragem para resolver o problema. 485, VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência;

Falta do interesse de agir. 485 VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual;

Internos:

Petição: A petição tem que estar apta, primeiramente a petição inicial. Seu principal vício é a inépcia (quando ela não estiver apta, quando ela apresenta certos vícios como coesão e coerência)

Citação: A citação ela tem que ser válida. Ela tem que preencher todos os requisitos que a lei manda. Ex-citação por edital tem que ser mais que 30 requisitos

16.03.2016

DAS PARTES E DOS PROCURADORES

*Capacidade Processual

Ex interdição retira a capacidade

Cabimento ( Art. 70, CPC);

Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo.

Legitimatio ad processum é a expressão latina utilizada para significar a capacidade para estar em juízo, que se distingue da legitimatio ad causam ou legitimação para a causa, que diz respeito, não ao processo, mas à ação, isto é, legitimidade para propor ou contestar uma determinada ação.No âmbito do Direito Civil, distingue-se a capacidade de ser sujeito de direitos, que é atribuída a todo o ser humano, da capacidade de exercício, que supõe autodeterminação, o que implica inteligência e vontade suficientemente desenvolvidas.

Legitimidade: é um dos pressupostos de validade subjetivos.

-

-

-Irregularidades ( Art. 76, CPC) Qualquer irregularidade ou vício relacionado a capacidade ou a representação dos sujeitos no processo.

Art. 76. Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício.

Page 8: Teoria Geral Do Processo

§ 1o Descumprida a determinação, caso o processo esteja na instância originária:

I - o processo será extinto, se a providência couber ao autor;

II - o réu será considerado revel, se a providência lhe couber; (autor não é revel, a revelia é aplicada para o réu/ revelia não faz automaticamente a extinção do processo / os fatos imputados contra o réu serão considerados verdadeiros/ a revelia é punição para o réu que não regularizar a sua representação)

III - o terceiro será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontre. (se não regularizar a representação, todas as partes podem ser punidas no processo, no caso do terceiro será considerado revel ou excluído)

§ 2o Descumprida a determinação em fase recursal perante tribunal de justiça, tribunal regional federal ou tribunal superior, o relator:

I - não conhecerá do recurso, se a providência couber ao recorrente (recorrente é o autor na fase recursal);

II - determinará o desentranhamento das contrarrazões, se a providência couber ao recorrido. (contra razões é a defesa do recorrido)

O artigo 76 trata das consequências da falta de legitimação para o processo e da irregularidade da representação da parte. Deve o juiz suspender o processo e buscar a sanção do vício. A falta de sanção implica, conforme o caso, a extinção do processo ou o não conhecimento do recurso; a revelia do réu; a exclusão ou revelia do terceiro.

Curador Especial: 72 cpc

Poderes do Curador Todos os poderes desde que não esteja relacionado a atos de disposição do direito do seu representado. Ele pode praticar tudo que for possível, desde que ele não abra mão do direito de seu representado.

Art. 72.  O juiz nomeará curador especial (defensor público) ao:

I - incapaz, se não tiver representante legal ou se os interesses deste colidirem com os daquele, enquanto durar a incapacidade;

II - réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa (é quando o réu está em lugar incerto e não sabido ou seja não foi o réu que assinou a citação), enquanto não for constituído advogado.

Parágrafo único.  A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei.

Capacidade Processual das Pessoas Casadas:

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Art. 73.  O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. (é a relação processual ativa, é a apenas o consentimento não necessariamente presente)

§ 1o Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: (ambos obrigatoriamente têm que estar presentes)

I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; (é um tipo de capacidade, capacidade das pessoas casadas / litisconsórcio passivo, obrigatório)

II - resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles;

III - fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família;

IV - que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges.

§ 2o Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse (é posse dividida por ambos) ou de ato por ambos praticado.

§ 3o Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos.

Art. 74.  O consentimento previsto no art. 73 pode ser suprido judicialmente quando for negado por um dos cônjuges sem justo motivo, ou quando lhe seja impossível concedê-lo. (se um cônjuge conseguir mostrar para o magistrado que é para o bem/interesse da família, na maioria das vezes é deferido a favor desse cônjuge/ o juiz dar autorização no lugar do cônjuge que se recusou ou está impedido (ex.: coma hospitalar)

Parágrafo único.  A falta de consentimento, quando necessário e não suprido pelo juiz, invalida o processo.

Representação das Pessoas Jurídicas/ Formais: Cabimento

Art. 75.  Serão representados em juízo, ativa e passivamente:

I - a União, pela Advocacia-Geral da União, diretamente ou mediante órgão vinculado;

II - o Estado e o Distrito Federal, por seus procuradores;

III - o Município, por seu prefeito ou procurador;

IV - a autarquia e a fundação de direito público, por quem a lei do ente federado designar;

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V - a massa falida, pelo administrador judicial;

VI - a herança jacente ou vacante, por seu curador;

VII - o espólio, pelo inventariante;

VIII - a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores;

IX - a sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens;

X - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil;

XI - o condomínio, pelo administrador ou síndico.

§ 1o Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte.

§ 2o A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada.

§ 3o O gerente de filial ou agência presume-se autorizado pela pessoa jurídica estrangeira a receber citação para qualquer processo.

§ 4o Os Estados e o Distrito Federal poderão ajustar compromisso recíproco para prática de ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio firmado pelas respectivas procuradorias.

23.03.16

Deveres das partes e procuradores: (Art. 77, CPC)

Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres das partes,de seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem doprocesso:I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando cientes de que sãodestituídas de fundamento;III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou desnecessários à declaraçãoou à defesa do direito;IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória

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ou final, e não criar embaraços à sua efetivação;V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos autos, o endereçoresidencial ou profissional onde receberão intimações, atualizando essa informaçãosempre que ocorrer qualquer modificação temporária ou definitiva;VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou direito litigioso.§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá qualquer das pessoasmencionadas no caput de que sua conduta poderá ser punida como ato atentatórioà dignidade da justiça.§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato atentatório àdignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valorda causa, de acordo com a gravidade da conduta.§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa prevista no§ 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do Estado após o trânsito emjulgado da decisão que a fixou, e sua execução observará o procedimento da execuçãofiscal, revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independentemente daincidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o.§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista no§ 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria Públicae do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2o a 5o, devendo eventualresponsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz determinará orestabelecimento do estado anterior, podendo, ainda, proibir a parte de falar nosautos até a purgação do atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o.§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido a cumprir decisão em seu lugar.

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Todos que participarem da relação processual devem agir com probidade e lealdade envolve também a moral e a ética na relação do processo. E o primeiro ex é falar sempre a verdade.

Na relação processual existe a verdade subjetiva e verdade objetiva.

Subjetiva é aquela verdade externa que os outros veem

A verdade objetiva é aquela que a própria pessoa vê, na concepção dela.

A condenação por litigância de má fé não implica na perda do processo.

Responsabilidade por dano processual.

Características:

1- Tem que causar um prejuízo tem que ter conduta ou omissão2- Deve haver nexo causal3- Tem que ter conduta ou omissão4- Ela é derivada da responsabilidade civil

Responsabilidade do Servidor Subjetiva.

Responsabilidade do Estado. Objetiva.

O juiz e o promotor não respondem por culpa pelo menos de regra. 143 CPC

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressivamente, por perdas e danos quando:I - no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;II - recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenarde ofício ou a requerimento da parte.Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadasdepois que a parte requerer ao juiz que determine a providência e o requerimentonão for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.Reparação Art. 81Primeiro a multaIndenização a parte contrária por todos os prejuízos que ela tiver tidoArcar com todas as despesas processuais que efetuou.Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé apagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento dovalor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreue a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.

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§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenarácada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamenteaqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá serfixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possívelmensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nospróprios autos.

Calculo: Art 81 CPCArt. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé apagar multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento dovalor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreue a arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.§ 1o Quando forem 2 (dois) ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenarácada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamenteaqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.§ 2o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá serfixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.§ 3o O valor da indenização será fixado pelo juiz ou, caso não seja possívelmensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nospróprios autos.De regra quem calcula é o juiz. Quando o juiz não tiver subsídios de como calcular o valor, ele ira praticar o arbitramento que é chamar um perito para o cálculo. Despesas processuais: Art 82Quem pedir ou quem praticar o ato terá que pagar independentemente se será autor ou réu.Art. 82. Salvo as disposições concernentes à gratuidade da justiça, incumbe

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às partes prover as despesas dos atos que realizarem ou requererem no processo,antecipando-lhes o pagamento, desde o início até a sentença final ou, na execução,até a plena satisfação do direito reconhecido no título.§ 1o Incumbe ao autor adiantar as despesas relativas a ato cuja realização ojuiz determinar de ofício ou a requerimento do Ministério Público, quando suaintervenção ocorrer como fiscal da ordem jurídica.§ 2o A sentença condenará o vencido a pagar ao vencedor as despesas queantecipou.Efeitos Processuais: É o que acontecerá se a parte que deveria pagar não realiza-la.Custas inicias, de regra devem ser pagos pelo autor, Se o autor não paga o processo ficará parado. E processo parado por mais de 30 dias caracterizada negligencia. O processo será extinto sem resolução do mérito.Custas recursais: O não pagamento pelas custas recursais ocasiona o fenômeno da deserção do recurso. A deserção é a desistência do recurso.Princípios que regemPrincípio da Sucumbência Art 85Regra geral quem perde pagaArt. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do Vencedor. (não só os honorários como todas as despesas processuais)

Dica de prova: No art. 91 é aplicado o princípio da sucumbência.Art. 91. As despesas dos atos processuais praticados a requerimento da Fazenda Pública, do Ministério Público ou da Defensoria Pública serão pagas ao final pelo vencido.

Art. 93 É aplicado o princípio da causalidade

Os honorários contratuais não se aplicam ao princípio da sucumbência.

Princípio da Causalidade: Art. 90Art. 90. Proferida sentença com fundamento em desistência, em renúncia ou em reconhecimento do pedido, as despesas e os honorários serão pagos pela parte que desistiu, renunciou ou reconheceu.

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§ 1o Sendo parcial a desistência, a renúncia ou o reconhecimento, a responsabilidade pelas despesas e pelos honorários será proporcional à parcela reconhecida, à qual se renunciou ou da qual se desistiu.§ 2o Havendo transação e nada tendo as partes disposto quanto às despesas, estas serão divididas igualmente.§ 3o Se a transação ocorrer antes da sentença, as partes ficam dispensadas do pagamento das custas processuais remanescentes, se houver.§ 4o Se o réu reconhecer a procedência do pedido e, simultaneamente, cumprir integralmente a prestação reconhecida, os honorários serão reduzidos pela metade. São situações no processo que vc não vai conseguir encontrar um vencedor ou um perdedor ex acordo. Vai pagar as custas processuais aquele que deu causa. Se desiste ou renuncia, não é derrotado fez isso de livre e espontânea vontade

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28/03/16HONORARIOS ADVOCATÍCIOS – é contra prestação pelos serviços advocatícios.Teremos honorário na fase de cognição (conhecimento) na primeira sentença, principio da sucumbência, além desses honorários aplicados na primeira fase. O código novo prever expressamente que se podem cobrar os honorários tanto na fase da sentença quanto na fase recursal (majorado) na execução e incidentes processuais também pode ser cobrado. (Art. 85, §1.°). Reconvenção: pedido do réu pro autor.

CABIMENTO (Art. 85, cpc/2015)

Incidentes processuais – são decisões interlocutóriasArt. 85, §6.°)O código antigo Condenatorias agora o código novo é aberto, ou seja, independentemente do conteúdo da ação.Recursos

CALCULO (Fatores) Art. 85 §2.°) - Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa, atendidos: o novo código permite o juiz fixar novos valores.

I - o grau de zelo do profissional II - o lugar de prestação do serviço; III - a natureza e a importância da causa; IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o seu serviço.

Parágrafos. §3, 10, 14.FAZENDA PÚBLICA – o código antigo não fazia referencia a

EXECUÇÃO DOS HONORÁRIOS – os honorários são cobrados no comprimento da sentença, corresponde a uma verba autônoma em relação ao valor ou bem jurídica conquistada pelo seu cliente. Ainda pode cobrar mesmo que seu cliente renuncie.

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Honorários contratuais – como um contrato já é titulo executivo extrajudicial sua cobrança será feita diretamente pelo um processo de execução ou ação de execução autônoma.

Natureza (Alimentos):MANDATO/SUBSTITUIÇÃO DOS PROCURADORES: Art. 103, 104, 105, 111,112 cpc. Art. 313, §3.°

MANDATO: CABIMENTO:

SUBSTITUIÇÃO Revogação Renuncia Morte

DIREITOS/DEVERES (Art. 107, caput e seus incisos)

Assuntos posterioresLites consórcios Art. 113Conceito:O litisconsórcio é a pluralidade de partes no polo ativo, no passivo, ou em ambos, do mesmo processo. Daí falar-se, respectivamente, em litisconsórcio ativo, passivo e misto (ou bilateral). Haverá um único processo. com mais de um autor ou de um réu. Trata-se de fenômeno bastante comum no processo civil, que ocorre talvez na maior parte dos processos.Cabimento Ativo e PassivoInicial ou primário – quando é formado desde o inicio do processo.Incidental – é formado depois que o processo é iniciado (Ex. anuência para troca de sujeitos no processo)Pelo principio da estabilidade subjetiva da lide os sujeitos (as partes) que iniciaram o processo não podem ser substituídos em regra. O órgão judicial também, porem o juiz não tem essa obrigatoriedade. Exceto sucessão processual.

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Unitário – Art.116 cpc,O litisconsórcio será necessário e unitário quando o processo versar sobre relação una, incindível e com vários titulares, caso em que todos terão de participar, e o resultado terá de ser o mesmo para todos.

SimplesO litisconsórcio será necessário e simples quando for necessário exclusivamente por força de lei, sem que no processo se discutam relações jurldicas unas e indivislveis. Exemplo: ação de usucapião.

Tipos

LITISCONSÓCIO FACULTATIVOÉ aquele cuja formação é opcional: no momento da propositura da demanda, o autor tinha a opção entre formá-lo ou não. Art. 113, I, cpc (exemplo: condomínioNECESSÁRIOÉ aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir e o juiz não pode julgar validamente, se não estiverem presentes todos os litisconsortesnecessários.CabimentoComunhãoConexão - AfinidadeLITISCONSÓCIO MULTITUDINÁRIO -

LITISCONSÓCIO NECESSÁRIOCabimentoLegalQuanto a natureza da relaçãoNECESSÁRIO:É aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir e o juiz não pode julgar validamente, se não estiverem presentes todos os litisconsortes necessários.CABIMENTO: (Art. 114, cpc)

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Por disposição legal - é quando a lei impõe.Pela natureza da relação jurídica – tem que identificar se é possível ou não em um caso concreto (ação de anulação contratual.). De regra quando for pela relação da natureza jurídica ele é unitário.

Pedido de anulação de um casamento feito pelo MP como fiscal da lei é exemplo de LITISCONSÓCIO NECESSÁRIO pela natureza da relação jurídica.Formação do LITISCONSÓCIO NECESSÁRIO