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1 Apontamentos de aulas por José Roberto Monteiro 07/02/13 Conceito de Contrato Contrato é o feixe de obrigações com o fim de criar, modificar ou extinguir um direito. (Clóvis Beviláqua) “Acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir direitos” Contratos X Obrigações A lei e os contratos são fontes de obrigações. (Carlos Roberto Gonçalves) O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico, sendo a fonte da obrigação o fato que lhe dá origem. Os fatos humanos que o Código Civil brasileiro considera geradores de obrigações são: 1) Os contratos; 2) As declarações unilaterais de vontade; 3) Os atos ilícitos, dolosos e culposos. Natureza Jurídica (Carlos Roberto Gonçalves) O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende para a sua formação de pelo menos duas partes. É, portanto, um negócio jurídico bilateral ou plurilateral. Teoria Geral dos Contratos 5º semestre – 2013

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Apontamentos de aulas por José Roberto Monteiro

07/02/13 Conceito de Contrato

� Contrato é o feixe de obrigações com o fim de criar, modificar ou extinguir um direito.

(Clóvis Beviláqua) � “Acordo de vontades para o fim de adquirir, resguardar, modificar ou extinguir

direitos” Contratos X Obrigações

� A lei e os contratos são fontes de obrigações.

(Carlos Roberto Gonçalves) O contrato é a mais comum e a mais importante fonte de obrigação, devido às suas múltiplas formas e inúmeras repercussões no mundo jurídico, sendo a fonte da obrigação o fato que lhe dá origem. Os fatos humanos que o Código Civil brasileiro considera geradores de obrigações são:

1) Os contratos; 2) As declarações unilaterais de vontade; 3) Os atos ilícitos, dolosos e culposos.

Natureza Jurídica (Carlos Roberto Gonçalves) O contrato é uma espécie de negócio jurídico que depende para a sua formação de pelo menos duas partes. É, portanto, um negócio jurídico bilateral ou plurilateral.

Teoria Geral dos Contratos 5º semestre – 2013

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Acontecimentos

Naturais

Atos humanos

Ordinários (nascimento, morte...)

Extraordinários (terremotos, enchentes...)

Lícitos

Ilícitos

Ato jurídico (stricto sensu)

Negócio jurídico

Unilateral

Bilateral

Esquema da natureza jurídica dos contratos

Todos os contratos são negócios jurídicos bilaterais. Mas há contratos unilaterais.

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� Ato jurídico: tem efeito jurídico que decorre da lei. Quando se muda de endereço, se muda de domicílio.

� Negócio jurídico: é o ato que se pratica com uma finalidade. Como em fazer um testamento, o efeito decorre da vontade. O testamento é um negócio jurídico unilateral, uma vez que tem validade mesmo que não haja concordância, mesmo que haja renuncia posterior. O testamento não é um contrato.

� Dirigismo contratual: o Estado intervindo na autonomia da vontade para proteger a parte mais vulnerável.

14/02/13

Princípios Gerais � Autonomia da vontade

Com quem - Liberdade de contratar O quê Conteúdo . Predisposição das cláusulas � Como nos contratos de adesão � Há limitação quanto ao conteúdo - Limitações . Monopólio Não há como escolher com quem . Oligopólio - Autonomia privada � liberdade de contratar dentro de certas balizas, limitada às normas cogentes.

� Função social dos Contratos (Art. 421, Código Civil)

Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato.

- bem comum - desafia a autonomia da vontade

O contrato é bilateral quando às prestações, correspondem contraprestações.

Princípios Normas Regras

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� Consensualismo - declaração convergente, não necessariamente por escrito (Art. 107, Código Civil)

Art. 107. A validade da declaração de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir.

- Contrato de adesão � também há Consensualismo

� Igualdade entre as partes Formal Abstrata econômica - Hipossuficiência de conhecimento

- Há ferramentas jurídicas para corrigir eventual hipossuficiência econômica ou de conhecimento dirigismo contratual � reequilíbrio

� Intangibilidade - Conservação dos contratos “Pacta sunt servanta” - Preservação dos interesses

� Igualdade entre as partes

Total � Extinção do contrato - Mutabilidade Parcial Aditamento Revisão judicial (iníquo ou injusto)

Revisão judicial

� Ações que postulam revisão Exemplo: Contratos de leasing balizados em dólar, foram alvo de ações revisionais quando o dólar subiu, tornando esses contratos desequilibrados.

Iniquidade: qualidade do que é iníquo, contrário à justiça (Houaiss) � Erro no contrato: vício, dolo, fraude, etc.

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� Relatividade dos efeitos

interna � res inter alios � inter pars - Oponibilidade

Externa � exceção ao princípio da relatividade dos contratos por envolver interesse de terceiros

.

� Boa fé objetiva

Lealdade Necessidade de respeitar os interesses da contraparte

- Princípio introduzido no Código Civil de 2002, por inspiração do diploma alemão e influenciado – em seu caráter axiológico – pela Teoria Tridimensional do Direito, do Prof. Miguel Reale.

Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

19/02/13

Classificação dos contratos

Unilateral: doação pura � uma parte assume a obrigação � Obrigações

Bilateral: sintagmática � ambas as partes assumem a obrigação Gratuitos ou benéficos: só uma parte dispende patrimônio

� Onerosidade Onerosos: as duas partes dispendem patrimônio Aleatório: contrato de risco, as contraprestações não estão claras no contrato. Exemplo: Seguro

� Risco Comutativo: as prestações das partes são claras no contrato

Princípio da Atração das Formas � Se um contrato foi feito por escrito, o aditamento também será por escrito � Se foi lavrada uma escritura, o aditamento também deverá ser por escritura.

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Consensual não depende da tradição, da entrega. Basta a convergência de vontades para ter contrato. Exemplo: Locação, o contrato existe mesmo antes da entrega da posse do imóvel.

� Eficácia Real (res=coisa) Exemplo: mútuo (bens fungíveis), só existe

quando o mutuante entrega a coisa ao mutuário; também no comodato (bens infungíveis) e doação. Por isso a possibilidade de arrependimento até a tradição

Não Solene / Informal

� Forma Solene: para cuja validade a lei indica forma específica. Procuração é um contrato de transferência de poderes Típicos ou nominados: Esta na lei, no CC, etc.

� Previsão Legal Atípicos ou Inominados - não há previsão legal Instantânea: As obrigações se consumam imediatamente

� Execução Diferida: uma das obrigações é postergada para um momento futuro. Ex. fiado (sanduiche de metro: pega amanhã) De Trato sucessivo: Perdura no tempo. Exemplo: locação

Determinado � Prazo

Indeterminado. A denúncia vazia do contrato e a resilição são permitidas nos contratos de prazo indeterminado

Principal: não depende de outros, tem vida própria.

� Dependência Acessória: depende de outro contrato. Exemplo: Fiança.

Personalíssimo: intuitu personae não pode ser

terceirizado, delegado a terceiro. Ex. Fiança, banda musical. � Pessoalidade

Impessoal Preliminar: coloca as condições para estabelecer o definitivo. Ex. Compromisso de compra e venda de imóvel.

� Objetivo Definitivo

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Adesão: tem previsão de clausulas

� Predisposição das Cláusulas Paritário: acordo de vontades

21/02/13 Formação dos Contratos

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;

II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;

III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;

IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.

Art. 429. A oferta ao público equivale à proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.

1. Negociações Preliminares 2. Proposta/Oferta 3. Contrato Preliminar 4. Contratos Definitivos

� Não é obrigatório passar por todas as fases. Ex. Adesão

Negócio preliminar configura contrato? Não, Por que ainda não há declaração de vontade das ambas as partes.

Fases

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1. Negociações preliminares - Estudar objeto/ interesse - Reuniões presenciais (também por telefone, videoconferência), quando a contraparte pode reagir no exato momento. - Convergência de valores

- Minuta

- Previsão legal – Não esta no CC

- Responsabilidade Civil? Sim, extracontratual

- Não obriga os proponentes, não vincula à celebração de contrato

Direta: Vai direto ao contrato definitivo. Formação do contrato Indireta: Passa por mais alguma fase.

2. Proposta Presente (telefone, videoconferência, chat, etc.) Ausentes

� A proposta vincula o proponente a negócio preliminar? Sim.

Exceções - Termos do contrato – Art. 427, Código Civil.

Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos

termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso.

- Natureza do negócio

- Circunstâncias do caso – Art. 428, Código Civil

Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:

I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante; II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente; III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado; IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.

� Retirada da Proposta Art. 428, IV, Código Civil.

Proposta é a declaração unilateral formal dirigida a outra pessoa (solicitante) na qual o emissor ou policitante (proponente) se dispõe a celebrar negócio jurídico nos termos por ele elaborado.

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22/02/13 Formação dos Contratos (fases 1, 2, 3 e 4 – continuação) Oferta / Proposta No caso do CDC (Arts. 35 a 40) � obriga a cumprir. No Código Civil � assume perdas e danos.

� Aceitação da Proposta (Arts. 427, 428, Código Civil)

Conceito Conhecimento Tardio

Proponente � Oblato, a outra parte, o aderente, aceitante

Conhecimento Tardio A parte não colocou prazo para proposta, ou se colocou foi tardio.

A lei determina, que se a proponente recebe de forma tardia a aceitação da proposta por força maior, ele deve fazer saber ao oblato a aceitação tardia e sua desvinculação.

Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.

� Contraproposta

- Aceitação Fora do prazo - Com adições

Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.

Oblato é considerado, pelo direito, como a pessoa a quem é direcionada a proposta de um contrato, que será aceita ou não, dependendo da sua manifestação de vontade. A expressão é sinônimo de aceitante ou aderente, normalmente utilizada em contratos de adesão. A manifestação de aceitação do oblato é necessária ao aperfeiçoamento do contrato, mas consiste somente na aceitação ou não das cláusulas contratuais já propostas e de autoria exclusiva do policitante, uma vez que não são suscetíveis de alteração. No artigo 427 do Código Civil de 2002 vemos a figura do proponente, e, a quem é direcionada a proposta, chamamos de oblato. disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Oblato >. Acesso em 13 de abril de 2013

Policitante ���� Proponente Policitado ���� Oblato

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� Formas de Aceitação - Expressa: Escrita, verbal, gestos.

- Tácita: não é quem cala consente. É ação em direção ao proposto, comportamento.

Necessidade – Costume de aceitação não expressa.

Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.

� Momento e lugar da formação do contrato.

Presentes: quando a proposta recebe a aceitação do oblato Momento

Ausentes: no momento em que o oblato manifesta a sua vontade. Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida, exceto: I - no caso do artigo antecedente; II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta; III - se ela não chegar no prazo convencionado.

Exceções 1. Retratação, junto, ou antes.

2. Proponente se comprometer a esperar 3. Fora do prazo convencionado.

Lugar de formação ���� Determina a lei de regência. Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem. (...) § 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.

Formação dos Contratos (fases 1, 2, 3 e 4 – continuação)

3. Contrato Preliminar

Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.

- Feito com intenção de gerar a obrigação de celebrar um contrato futuro. (pré-contrato, compromisso, etc.)

Maria Helena Diniz e Carlos Roberto Gonçalves dizem que o compromisso de venda e compra não é contrato preliminar.

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� Requisitos Essenciais do contrato preliminar

- Partes Capazes - Objeto lítico, possível, determinado ou determinável.

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei. - Não. Pq não há forma prescrita em lei.

- Forma - o Código Civil não se preocupa com a forma

� Portanto, o princípio da atração da forma, não se aplica.

� Espécies

Unilateral ���� Contrato de opção: estabelece a opção de comprar ações a um preço pré-determinado. Só quem tem a opção pode exercer o contrato.

Bilateral ���� Ambas as partes podem exigir um do outro o cumprimento das obrigações.

� Registro Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive. Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.

Móvel – RTD (registro de títulos e documentos).

Súmula 239 – STJ (anterior á lei)

O direito à adjudicação compulsória não se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.

Mas, compromisso de compra e venda – para muitos doutrinadores – não é contrato preliminar. Então, a súmula vale!

Súmula 413, STF O compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que não loteados, dá direito a execução compulsória, quando reunidos os requisitos legais.

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28/02/13 Formação dos Contratos (fases 1, 2, 3 e 4 – continuação)

4. Contratos definitivos

- Encontro de vontades - Autonomia privada - Contrato aperfeiçoado gera responsabilidade civil contratual

Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado.

Art. 390. Nas obrigações negativas o devedor é havido por inadimplente desde o dia em que executou o ato de que se devia abster.

Art. 391. Pelo inadimplemento das obrigações respondem todos os bens do devedor.

Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por simples culpa o contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem não favoreça. Nos contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as exceções previstas em lei.

Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário, cujos efeitos não era possível evitar ou impedir.

Interpretação dos Contratos - Declaração da vontade - Intenção

Em qualquer fase: negociação preliminar, proposta, contrato preliminar, contrato definitivo.

Na Formação ���� declaração vontade (escrito ou verbal)

� Intenção. Nem sempre a intenção foi bem traduzida na declaração de vontade

� Interpretação Contratos: Resgatar a intenção, se não foi clara por...

� Expressões dúbias � Omissões � Obscuridade

� Finalidade: o bem. Aplicar o contrato também à luz da doutrina e jurisprudência

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� Destinatários: as partes

� Linhas de Interpretação

Subjetiva: Reestabelecer a intenção Objetiva: a “letra fria”, as cláusulas.

- Boa-fé Objetiva - Conservação do contrato (uma cláusula não pode ir conta o espirito Princípios do contrato) Exemplo: Doação com clausula onerosa. - Equilíbrio: buscar sempre o equilíbrio das partes.

���� Situação Brasileira: Híbrido: Subjetivo + Objetivo (com carga maior na interpretação subjetiva)

� Dispositivos Legais – Código Civil - Mais a intenção na declaração de vontade que o sentido literal

Art. 112. Nas declarações de vontade se atenderá mais à intenção nelas consubstanciada do que ao sentido literal da linguagem.

- Boa-fé, usos e costumes Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados conforme a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.

- Adesão: havendo cláusulas ambíguas, favorável ao aderente.

Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.

-Testamento

Art. 1.899. Quando a cláusula testamentária for suscetível de interpretações diferentes, prevalecerá a que melhor assegure a observância da vontade do testador. (testador é quem faz o testamento)

- Negócios Gratuitos

Art. 114. Os negócios jurídicos benéficos e a renúncia interpretam-se estritamente

- Negócio jurídico sobre direitos autorais

Lei 9.610/98 - Art. 4º Interpretam-se restritivamente os negócios jurídicos sobre os direitos autorais

Art. 46, CDC. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.

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� Regras Hermenêuticas

- No conjunto, nunca cláusulas isoladas. - Cláusulas dúbias em benefício de quem não escreveu. - Exemplos orientadores da hermenêutica (pouco usado, mas muito útil).

� Integração

Interpretação integrativa Situação superveniente gera deficiência contratual. Exemplo: Índice de correção monetária por IGP-M. Se deixa de existir, pela integração se aceita outro índice que reflita a inflação.

05/03/13 Contratos Bilaterais

Formação: sempre bilateral – Negócio jurídico bilateral

Unilateral: prestação só de uma parte. Prestações Bilateral: prestação nos dois sentidos.

Prestações correspectivas Crítica Prestações a cargo de uma só parte A doutrina italiana estuda os contratos de prestações correspectivas ou de uma só parte.

Bilaterais = sinalagmáticos

� Bilaterais imperfeitos ou impróprios: na origem são unilaterais, mas por uma particularidade do negocio, a outra parte também passa a ter obrigações.

Doação Onerosa Comodato oneroso

Sinalagma diz respeito a uma correspondência nas prestações. As contraprestações tem correspondência direta. Há sempre nos contratos bilaterais puros, não nos imperfeitos.

Hermenêutica: conjunto de regras e princípios usados na interpretação do texto legal (Dicionário Eletrônico Houaiss)

Unilaterais clássicos: doação pura, mútuo, comodato.

Bilaterais imperfeitos

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Contratos Plurilaterais - com fiador - compra e venda com mais de duas partes

- Consórcio - Clubes

� Exceções do contrato não cumprido: só aplicam aos contratos bilaterais exceptio non adimpleti contractus

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la.

Exceção

- Processual. Exemplo: Vínculo com parte. - Substancial ou Material: não tem natureza processual, é defesa de mérito.

Conceito

Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.

Efeitos: suspensão da execução do contrato Fato impeditivo: - Entregou R$ 10.000,00 para a confecção de roupas - em 30 dias não entregou -Convenção de condomínio? Não -Inadimplemento escolar? Sim Cláusula Resolutiva

• Expressa: está no contrato e opera de pleno direito • Tácita: não está no contrato, depende de interpelação judicial.

Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.

Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos. Cláusula Resolutiva Tácita

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Voluntárias: Imprudência, Negligência, Imperícia. Causas Involuntárias: Caso fortuito, força maior.

� Outras causas de extinção

. Distrato ���� Resilição

Art. 472. O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato. (Princípio da atração das formas)

• Em contratos de locação, em que não forma prescrita em lei, mesmo que o contrato tenha sido escrito, o distrato pode ser verbal

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

Bilateral � Distrato � ex tunc � mesma forma, sem indenização Resilição ���� Desfazimento do contrato pela vontade das partes

Denúncia Unilateral Revogação � faculdade de quem outorga Renuncia � faculdade de quem é outorgado Cheia: motivada � fundamento em lei, não há indenização.

Denúncia ex nunc Vazia: imotivada � sem fundamento em lei, há indenização

. Onerosidade excessiva

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.

. Distrato ou resilição

. Denúncia

. Revogação

. Renúncia

. Onerosidade excessiva

. Rescisão

. Resolução

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� Ao longo do contrato, uma das premissas se alterou de forma desequilibrada. Rebus sic stantibus como exceção ao pacta sunt servanta

. Rescisão. É sempre judicial, o juiz declara o contrato terminado. Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.

. Resolução. Fato superveniente que libera as partes do contrato - Impossibilidade física ou jurídica - Caso fortuito ou força maior - Morte - mors omnia solvit - Prescrição e decadência

12/03/13 Efeitos do contrato perante terceiros

� Principio da relatividade dos efeitos

- Em regra o contrato só gera efeitos para as partes, não para terceiros.

- Terceiros: estão fora da relação obrigacional que o contrato vincula.

- Terceiros interessados: podem ser beneficiados pela relação contratual – exceção ao princípio da relatividade dos efeitos.

- Meramente Terceiros, não tem nenhuma relação com o negócio.

Rebus sic standibus fundamenta a Teoria da Imprevisão que constitui uma exceção à regra do Princípio da Força Obrigatória dos Contratos. A Teoria da Imprevisão trata da possibilidade de que um pacto seja alterado, a despeito da obrigatoriedade, sempre que as circunstâncias que envolveram a sua formação não forem as mesmas no momento da execução da obrigação contratual, de modo a prejudicar uma parte em benefício da outra. Há necessidade de um ajuste no contrato. Rebus sic stantibus pode ser lido como "estando as coisas assim" ou "enquanto as coisas estão assim". Em termos contratuais significa dizer que o contrato será cumprido rebus sic stantibus (estando as coisas como estão).

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Estipulação em favor de Terceiro

Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação. Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.

Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.

Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante. Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade.

Modalidade de beneficiamento de terceiros em que as partes concordam em estender a terceiro de certa forma, os benefícios do contrato. Exemplo: seguro de vida, o beneficiário é o terceiro. O estipulante é quem contrata o seguro, o promitente é a seguradora, o terceiro é beneficiário. Estipulante Promitente Beneficiário

� Relativiza-se o principio da relatividade dos efeitos. Se no contrato as partes não tiverem dado ao beneficiário a faculdade de executar a obrigação, ele pode ser exonerado por aditamento. Se sim, não. Na estipulação em favor de terceiro, uma parte – chamada estipulante - contrata em seu próprio nome com outra parte – chamada promitente – que por sua vez se obriga a cumprir determinada prestação em favor de um terceiro – o beneficiário. Promessa de Fato de Terceiro

Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar. Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens. Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

� “Contrato por outrem”

� Perdas e danos

� Cônjuge: se o cônjuge não assinar fiança, não responde.

Na promessa de fato de terceiro, o único sujeito vinculado à obrigação é aquele que promete assumindo a obrigação de fazer, que não sendo executada, resolve-se em perdas em danos que deverão ser satisfeitos pelo promitente.

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Vícios Redibitórios

� Vício? Defeito? Instituto aplicado aos contratos comutativos (contraprestações bem definidas) e doações onerosas. Defeito � Qualquer situação que pode tornar a coisa inútil para sua finalidade ou reduzir seu valor.

. Se reduz apenas o valor, não redibe, não anula, só enseja correção

Vício Redibitório É um instituto do direito contratual relacionado à existência de um defeito oculto no bem objeto de contrato comutativo ou doação onerosa do qual a adquirente ou donatário não poderia tomar conhecimento quando efetuou o negócio e que prejudique seu uso/ destinação, ou diminua-lhe o valor. É, portanto uma garantia legal que protege o adquirente independente de previsão contratual. Proteção cogente.

Compra de uma tela de pintura, um quadro. Vício Redibitório Erro

Tinha fungos. Não era possível perceber

Não era original. Falsa percepção da realidade no momento do contrato.

Requisitos para Vício Redibitório - Contrato comutativo ou doação onerosa - Defeito oculto - Prejudicar utilidade / reduzir valor - Existência atual + percepção superveniente - Boa-fé do transmitente

� Se quem transmite o bem estava de boa-fé, pode haver só o efeito estimatório (ajuste de valor) ou redibitório, anulação.

� Se de má-fé, também por perdas e danos.

Res perit domino A coisa perece para o dono.

Se o fungo aparecer depois e não existia antes, a coisa se perde para o dono.

Se nos contratos consensuais – aqueles que se aperfeiçoam antes da entrega – o vício se apresenta entre a contratação e a entrega, e na contratação não havia o vício...

� Exceto em caso de mora, o vício está com o transmitente até a tradição. Consequências do vício redibitório. Código Civil e Código de Defesa do Consumidor - Ação redibitória (anula o contrato) Código Civil

- Ação estimatória (o transmitente devolve parte do valor) � quanti minoris

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Conserto em 30 dias Código de Defesa do Consumidor Redibir Não consertou em 30 dias Estimar Substituir 14/03/13 Vícios Redibitórios (continuação)

Vício Oculto X Vício aparente Redibir Prazo para Decadencial Estimar

Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.

Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.

Nem sempre por vícios ocultos, já que o 445, caput, diz do vício na tradição por oposição ao §1o

Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.

§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.

§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.

Diferenças Materiais

1. Prestação. Cheque é prestação, prescreve

2. Pretensão. Permanece com o direito material, mas não posso mover ação: perde-se o direito.

Prescrição Decadência Perde a pretensão, o direito de exigir.

Aplica-se ao direito subjetivo, à contraprestação. Perde o Direito. Aplica-se ao direito potestativo, não depende da manifestação da vontade da

contraparte.

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Processuais

3. Ação condenatória, ação constitutiva. Redibitórias

Ações edilícias Estimatórias (quanti minoris) Redibitória anula Estimatória Imprecisão

- Reduz utilidade - Reduz valor reduz preço - Pede ao juiz para condenar a devolução da parte do valor. Por conceito do direito, ações condenatórias têm prazos prescricionais. Mas o 445 aponta o decadencial (prevalece esse)

Prazos 30 dias: móveis 1 ano: imóveis Se o adquirente já tinha posse da coisa na tradição, metade do prazo. Exemplo: comprar apartamento em que morava de aluguel. 180 dias: móveis 1 ano: imóveis - Do conhecimento do vício � Não se aplica metade do prazo Legal – redibitório: Independe de previsão no contrato Contratual: denúncia em 30 dias (art.446)

Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.

Depois de se esgotar a garantia contratada, passa a viger a garantia legal.

AÇÃO EDILÍCIA Também chamada de ação redibitória. O qualificativo advém do direito romano, por ser actio concedida no edito do edil. Criada em Roma, no século II a fim de regulamentar os negócios dos vendedores, muitas vezes estrangeiros, hábeis em dissimular defeitos nos produtos vendidos.

Aparentes

Ocultos

Garantia

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Semoventes (ver no blog do GARBI, o caso do Maltês: http://blogdogarbi.wordpress.com/) Venda de animais, prazos em lei específica ou na falta dessas pelos usos locais. 19/03/12 Evicção

Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.

Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.

Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

Evicção Perda de um bem pelo adquirente, em consequência de reivindicação feita pelo verdadeiro dono, e por cujo resguardo é responsável o alienante, nos contratos bilaterais. (Dicionário Houaiss Eletrônico)

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Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.

Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.

Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

Material: vício redibitório

� Defeito Jurídico: evicção. A impropriedade não está necessariamente no objeto.

Total

� Evicção Parcial A Evicção é um vício jurídico, porque se compra coisa de alguém que aparenta ser dono, mas não é. Acomete a propriedade do transmitente. Se Quando se compra um terreno, se paga, se averba a matrícula, mas havia fraude. O vendedor não era dono. Evicção é a perda da coisa ou a perda do direito sobre a coisa em virtude de sentença judicial, ou outro ato de autoridade pública, que retire a titularidade do objeto, a propriedade da coisa, atribuindo a coisa a outrem por causa jurídica pré-existente do contrato.

� Requisitos:

Oneroso

- Contrato Comutativo

Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

� Se a pessoa sabia que a coisa era alvo de litígio, o contrato é aleatório, não comutativo.

- Atribuição do objeto ao real dono

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- Boa-fé do Transmitente

Partes Adquirente (evicto) – aquele que perde a coisa Alienante (transmitente)- aquele que transfere a ciosa viciada Terceiro (evictor) – aquele que tem a decisão judicial ou tem a apreensão administrativa a seu favor

O Código Civil não se preocupa com a boa-fé do transmitente. Não precisa previsão contratual, não está na lei.

- Responsabilidade do Alienante (Arts. 448 e 449, Código Civil )

Aumentada?

Diminuída?

Afastada?

Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.

Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.

Cláusula non praestaenda evictione ou de irresponsabilidade pela evicção. Mas o alienante tem que pagar caso o evicto não tenha sido informado da possibilidade de evicção

� Direitos do Evicto

Art. 450: Caput X Parágrafo único

Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:

I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;

II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;

III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.

Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.

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Benfeitorias

Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.

Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.

Denunciação à Lide

Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo.

Colide com o Art. 75, II, Código de Processo Civil

II - se o denunciado for revel, ou comparecer apenas para negar a qualidade que Ihe foi atribuída, cumprirá ao denunciante prosseguir na defesa até final;

� Conflito de normas: prevalece a específica - Código de Processo

Civil. 21/03/13 Contratos Aleatórios � Etimologia – Alea – do latim sorte, acaso.

Jogo Por Natureza Aposta

� Aleatórios Seguro Por Vontade Compra e Venda futura

Fábio Ulhôa diz que o contrato de seguro é comutativo, apoiando-se na precisão do cálculo atuarial “(ciência do atuário; parte da estatística ligada a problemas relacionados com a teoria e o cálculo de seguros – Dicionário Eletrônico Houaiss)

As partes por expressão da vontade podem transformar um contrato comutativo em aleatório. Exemplo: Compra e venda futura.

Incerteza da contraprestação

“Alea jacta est”, “A sorte está lançada”, teria dito Júlio César, então apenas um general de Roma,, após cruzar o Rio Rubicão, voltando de uma vitoriosa campanha na Gália e almejando o posto de Imperador.

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EMPTIO SPEI - venda da esperança – Art. 458

� Aleatórios EMPTIO REI SPERATAE - venda da coisa esperada. Art. 459

COISA EXISTENTE

EMPTIO SPEI

A contraprestação é devida, ainda que a prestação não venha a existir, pois o risco é da existência do objeto.

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.

EMPTIO REI SPERATAE Se a coisa não vier a existir, a parte não deve nada.

Parte-se da premissa que o objeto do contrato existirá em qualquer quantidade e portanto o preço é devido independentemente da quantidade maior ou menor esperada.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.

Exemplos: Barco de pesca. - Pago R$100,00 para jogar a rede, o que vier é seu: Art. 458 - EMPTIO SPEI - Pago R$100,00 se vier algo; Se nada vier, nada pago: Art. 459 - EMPTIO REI SPERATAE

- Vieram 3 peixes, mas a rede estava furada: dolo ou culpa, exonera do 458 e 459.

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COISA EXISTENTE

A coisa existe, mas esta sujeita a risco.

Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

Exemplos:

- Compra de bem em litígio; - Compra de produto que esta no porto esperando desembaraço aduaneiro que pode demorar. Vendo para supermercado, sem saber prazo de validade. Supondo compra, assumindo o risco. - FOB (Free on board, modalidade de frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria, assim que ela é colocada a bordo do navio. Por conta e risco do fornecedor fica apenas a obrigação de colocar a mercadoria a bordo, no porto de embarque designado pelo importador.) ... em oposição: - CIF (Cost, insurance and freigth, tipo de frete em que o fornecedor é responsável por todos os custos e riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete. Esta responsabilidade finda quando a mercadoria chega ao porto de destino designado pelo comprador.)

Existe um risco conhecido, pode se materializar:

- Se o que vende sabe que o risco já se materializou, o contrato é anulável, mas de fato é ineficaz. - Se o produto já pereceu e o vendedor não sabia, boa-fé, OK.

26/03/13 Extinção dos Contratos

� Via regular: o cumprimento do contrato se extingue pelo cumprimento das contraprestações.

Exceção: Extinção antes de o contrato ser cumprido por razões anteriores, concomitantes ou supervenientes.

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Anteriores Concomitantes Supervenientes Ilicitude do objeto Anteriores Capacidade das partes Forma prescrita ou não defesa em lei

Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: I - agente capaz; II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; III - forma prescrita ou não defesa em lei.

� São causas de nulidade � ex tunc

Erro

Vícios da vontade Dolo Coação Estado de necessidade Concomitantes Simulação Vícios sociais Fraude a credores Vícios de consentimento � defeito da manifestação de vontade

� São causas de anulação (não nulidade) � ex nunc Razões de interesse das partes, querem extinguir o contrato. Supervenientes Razões alheias à vontade das partes Morte – mors omnia solvit

Força maior e caso fortuito (devedor só responde se expresso no contrato)

1. Rescisão 2. Resilição 3. Resolução

Simulação absoluta e fraude à lei � ex tunc

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1) Rescisão É o rompimento do vínculo contratual decorrente da ineficácia do negócio jurídico. Dá-se só por decisão judicial que desconstitui o contrato, por nulo ou anulável.

2) Resilição

Extinção do contrato por decisão de partes ou das partes. Denúncia vazia – não precisa motivar. É permitida sem indenização apenas em contratos por prazo indeterminado Unilateral

Denúncia cheia – tem motivo em lei ou no contrato. Quem denuncia não está sujeito a indenizar a outra parte

Despedida: é a denuncia unilateral a um contrato que envolva trabalho humano. Despedir um funcionário. Denúncia Revogação: é a retratação da declaração de vontade como em uma ex nunc procuração. Renúncia: é a abdicação de um direito ou faculdade

Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.

Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos.

� A resilição unilateral pode ser usada em contratos benéficos, por prazo indeterminado, em caso de inadimplemento da outra parte por descumprimento da lei.

Distrato É a resilição bilateral do contrato. Tem efeito ex tunc, salvo vontade das partes. As concessões são mútuas, por isso, em regra, não há indenização

Penhor: Dar bem móvel em garantia de empréstimo. É um instrumento do Direito Civil. Dar em penhor é empenhar. Penhora: É instrumento do Direito Processual Civil

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3) Resolução:

� Impossibilita de continuar o contrato por fatores não imputáveis às partes. - Execução única � ex tunc - Execução continuada � ex nunc

- Impossibilidade física ou jurídica do cumprimento da prestação - Força Maior: eventos previsíveis, mas inevitáveis. Exemplo: Furacão. - Caso Fortuito: eventos imprevisíveis, mas evitáveis. Exemplo: pneu faz bolha e estoura. - Morte – mors omnia solvit - Prescrição e decadência

02/04/13 Revisão Contratual A alteração dos contratos é permitida nos contratos comutativos – amigáveis ou judiciais. Visa reestabelecer o status quo ante, em termos diversos dos originais, mas reestabelecendo o equilíbrio original entre as partes face ao novo cenário. Parte da doutrina começa a aceitar também nos aleatórios. Exemplo: em contrato de seguro-saúde (que é a apólice), o prêmio (o pagamento mensal) é aumentado por faixa de idade. O reajuste tem eu estar dentro da tabela da ANS (Agência Nacional de Saúde). Se o aumento é muito grande, pode-se pedir revisão sob o argumento de onerosidade excessiva,

� Pacta Sunt Servanta

� Contratos Comutativos Aleatórios

� Alteração superveniente da contraprestação Execução Revisão Extinção Previsão da continuidade do contrato

Enriquecimento ilícito: Fundamentos Abuso de direito: se uma das obrigações fica desproporcional Onerosidade Excessiva

� Prevenir enriquecimento ilícito em situação que desequilibra a relação contratual, enriquecendo um e onerando outro excessivamente, evitando abuso de direito pela desproporcionalidade da obrigação.

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Fundamento Legal

Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.

Art. 479. A resolução poderá ser evitada, oferecendo-se o réu a modificar equitativamente as condições do contrato.

Art. 480. Se no contrato as obrigações couberem a apenas uma das partes, poderá ela pleitear que a sua prestação seja reduzida, ou alterado o modo de executá-la, a fim de evitar a onerosidade excessiva.

Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.

Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.

REBUS SIC STANTIBUS Teoria que significa que é implícito a todos os contratos a existência de um dispositivo que estabelece que as obrigações contratuais só podem ser integralmente cumpridas se subsistirem as condições existentes no momento da conclusão do negócio, o contrato. - Cláusula tácita / costumeira - Manutenção das condições - Superveniência imprevista Impossível cumprir Sacrifício extremo - Status quo ante - Tem como fonte os costumes - Não precisa estar explícita no contrato - Caso fortuito e força maior? Antes da 1ª Guerra Mundial, o caso fortuito e a força maior não ensejavam a revisão de contratos. No pós-guerra, com a consequente crise econômica passaram a ser considerados, na:

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Teoria da Imprevisão Teoria que consiste em presumir, nos contratos comutativos, de trato sucessivo e de execução diferida, a existência implícita (não expressa) de uma cláusula, pela qual a obrigatoriedade de seu cumprimento pressupõe a inalterabilidade da situação de fato. Se esta, no entanto, modificar-se em razão de acontecimentos extraordinários (uma guerra por exemplo), que tornem excessivamente oneroso para o devedor o seu adimplemento, poderá este requerer ao juiz que isente da obrigação, parcial ou totalmente. Pela teoria da imprevisão os contratos de trato sucessivo ou de execução diferida podem sofrer modificações decorrentes de evento superveniente imprevisível que modifique a relação contratual. - Pós I Guerra Mundial - Caso Fortuito e força maior? - Evento superveniente e imprevisível - Factum Principis Teoria adaptada e difundida do rebus sic stantibus, que consiste, portanto na possibilidade de desfazimento ou revisão forçada do contrato quando, por eventos imprevisíveis e extraordinários, a prestação de uma das partes tornar-se exageradamente onerosa – que na pratica é viabilizada. Teoria da onerosidade excessiva - Agravamento da contraprestação - Caso fortuito e Força Maior? Requisitos para aplicação:

a) Vigência de um contrato comutativo de execução diferida ou de trato sucessivo;

b) Ocorrência de fato extraordinário e imprevisível;

c) Considerável alteração da situação de fato existente no momento da execução, em confronto com que a existia por ocasião da celebração;

d) Onerosidade excessiva para um dos contratantes e vantagem exagerada para o outro.

De forma geral, não se aplica aos contrato aleatórios, por que envolvem um risco, salvo se o imprevisível decorrer de fatores estranhos ao risco próprio do contrato.

04/04/13 Compra e Venda

� Transferência de domínio Objeto Preço Res, pretium et consensus Consenso

É obrigação. Não depende de tradição.

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Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.

Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.

Natureza Jurídica da compra e venda

� Bilateral � porque ambas as partes assumem obrigações � Oneroso � obviamente � Consensual � é um acordo de vontades que não depende da tradição. (em

oposição ao real, que se consubstancia na tradição) � Comutativo � tem prestações pré-determinadas. Mas também pode ser

aleatório, quando o bem ainda não existe, e envolve risco como em compra de safra futura, bolsa de futuros (BM&F), etc.

� Não solene � Exceto em caso de bens imóveis de valor superior a 30 salários mínimos, que tem forma prescrita em lei (escritura pública)

Legitimados para firmar contratos de compra e venda

� Capazes � Relativamente capazes quando assistidos � Absolutamente incapazes quando representados

Objeto.

Elementos Preço � sério e real, em moeda corrente no país.

Consenso � livre e espontâneo.

� Fixação unilateral implica nulidade

Preço – Arts. 485 a 489, Código Civil

Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.

Adoro latim!

Compra e venda civil X empresarial � a diferença são as partes

Res, pretium et consensus

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Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.

Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.

Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.

Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.

Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.

Objeto

- Existência � atual ou potencial

- Individualizável � determinado ou determinável

- Disponível � res in commercium

Exceção

Bens próprios – não posso comprar algo que é meu

Bens de terceiros – não posso vender algo que não é meu

Do adquirente

Obrigações

Principais Do alienante

Responsabilidade

Efeitos

Divisão de despesas

Secundários

Retenção

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� Os tutores e curadores não podem celebrar contratos de compra e venda com seus tutelados e curatelados.

Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:

I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;

II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;

III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade;

IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.

Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.

Obrigações do adquirente - Pagamento após a entrega - Indenizar as despesas que o vendedor tiver depois da tradição Obrigações do alienante - Entregar a coisa - Garantias legais � vício redibitório (material) e evicção (jurídica) Divisão de despesas - Quem compra assume os impostos - Quem vende assume a entrega Retenção - Na compra e venda à vista a tradição é muito próxima ao contrato. Não há retenção. - No pagamento a prazo ou diferido, há o direito de reter a coisa até o pagamento.

- No silêncio das partes - Não cogente

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09/04/13 Espécies de compra e venda

Ad corpus Ad mesuram

Art. 500. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço.

§ 1o Presume-se que a referência às dimensões foi simplesmente enunciativa, quando a diferença encontrada não exceder de um vigésimo da área total enunciada, ressalvado ao comprador o direito de provar que, em tais circunstâncias, não teria realizado o negócio.

§ 2o Se em vez de falta houver excesso, e o vendedor provar que tinha motivos para ignorar a medida exata da área vendida, caberá ao comprador, à sua escolha, completar o valor correspondente ao preço ou devolver o excesso.

§ 3o Não haverá complemento de área, nem devolução de excesso, se o imóvel for vendido como coisa certa e discriminada, tendo sido apenas enunciativa a referência às suas dimensões, ainda que não conste, de modo expresso, ter sido a venda ad corpus.

� Aplica-se a negócios imobiliários. Se o preço não estiver atrelado à área na escritura, a referência é enunciativa.

� Excesso: o comprador completa ou devolve, à sua escolha (Art. 500, §2º)

Prazo decadencial � 1 ano do registro do título (Art. 501)

Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.

Sob amostra � Art. 484.

Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.

Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.

- Oferecimento mediante mostruário

- Responsabilidade pela qualidade do bem

Art. 500, §1º, Código Civil Art. 500, caput, Código Civil

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- Direito do adquirente � Art. 484, Parágrafo único

Venda conjunta � Art. 503, Código Civil.

Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas.

- Venda de vários itens ao mesmo tempo.

- Não confundir com coisas compostas, uma coisa com vários elementos.

- O vício em um item implica a rejeição apenas deste.

Venda de consumo

- Conceito de consumidor � Art. 2º, Código de Defesa do Consumidor

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

- Em venda fora do estabelecimento há o direito de arrependimento em denúncia vazia em até 7 dias.

Venda aleatória – Arts. 483 e 458 a 461, Código Civil

Emptio spei � risco de existência futura

Emptio rei sperate � risco de quantidade, compra de quantidade mínima

Coisa existente � Exposta a risco, perecimento.

Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.

Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.

Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.

Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.

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Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.

Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.

Venda em condomínio

Voluntaria

Necessária (parede, muro, cerca).

Pro diviso � Comunhão só de direito – bem divisível. Não há como fracionar. Coproprietários somente de partes ideais da coisa – Varias pessoas possuem o mesmo bem.

Pro indiviso � comunhão de direito e de fato – bem indivisível. Divisão de fato. Exemplos: “Essa área do terreno é minha, essa outra é sua”; Condomínio.

- A venda em condomínio é possível, mas nenhum cotitular pode transferir a sua fração ou cota ideal sem oferece-la primeiro aos demais cotitulares, pelo mesmo preço e condições que oferecerá a terceiros.

18/04/13

Venda a “non domino” - não está em nenhum artigo do Código Civil. - Alienação por quem não é proprietário. - Negócio irregular. - Nulo. O adquirente de boa-fé tem o direito de receber o valor pago.

Jurisprudência: Quando se evidencia falta de cautela mínima do adquirente em relação a propriedade por parte do alienante, é muito difícil haver indenização por perdas e danos

Venda a descendente - Art. 496, Código Civil.

Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.

Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.

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- Proteção da sucessão

- Anulável

Contrato estimatório – consignação - Arts. 534 a 537, Código Civil.

Art. 534. Pelo contrato estimatório, o consignante entrega bens móveis ao consignatário, que fica autorizado a vendê-los, pagando àquele o preço ajustado, salvo se preferir, no prazo estabelecido, restituir-lhe a coisa consignada.

Art. 535. O consignatário não se exonera da obrigação de pagar o preço, se a restituição da coisa, em sua integridade, se tornar impossível, ainda que por fato a ele não imputável.

Art. 536. A coisa consignada não pode ser objeto de penhora ou seqüestro pelos credores do consignatário, enquanto não pago integralmente o preço.

Art. 537. O consignante não pode dispor da coisa antes de lhe ser restituída ou de lhe ser comunicada a restituição.

- É contrato real, apesar da compra e venda acorrer, em regra, em contrato consensual. Só se opera quando o bem é entregue para venda ao consignatário.

Mandato Consignação Compra e venda

A consignação se assemelha mais ao mandato ou a compra e venda? � Há controvérsia na doutrina

Consignação ≠ Depósito - Depósito é a entrega para guarda e posterior devolução. - Na consignação o consignatário responde inclusive em caso fortuito e força maior.

Compra e venda internacional

- Lex mercatoria � usos e costumes aplicados desde as grandes navegações. - Convenções internacionais � regram e facilitam o comércio internacional - Incoterms (International Commercial Terms) - FOB (Free on board, modalidade de frete em que o comprador assume todos os riscos e custos com o transporte da mercadoria, assim que ela é colocada a bordo do navio. Por conta e risco do fornecedor fica apenas a obrigação de colocar a mercadoria a bordo, no porto de embarque designado pelo importador.)

- CIF (Cost, insurance and freigth, tipo de frete em que o fornecedor é responsável por todos os custos e riscos com a entrega da mercadoria, incluindo o seguro marítimo e frete.

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Esta responsabilidade finda quando a mercadoria chega ao porto de destino designado pelo comprador.) ... entre outros.

23/04/13 Cláusulas especiais da compra e venda

� Sujeitam o contrato a condição suspensiva / resolutiva

Definitiva. Plena. Está consolidada, não sujeita a condição suspensiva ou resolutiva, termo ou encargo. Não está mais sujeita a alteração

Propriedade Resolúvel. É transitória, dura por determinado tempo, podendo ou não se consolidar. Está sujeita a condição suspensiva ou resolutiva, termo ou encargo.

1. Preferência ou preempção.

Cláusula especial, facultativa, que indica se o adquirente resolver vender, deve oferecer ao alienante Preferência legal de recomprar. Em casos de desapropriação, se depois de desapropriado o bem não for utilizado para fim público e a administração for vender, caberá ao expropriado o direito de preferência. Voluntária – contratual � a preferência consta de cláusula específica Móveis � 180 dias Prazo Imóveis � 2 anos Desobediência? Sanção: perdas e danos. O novo adquirente, se tem conhecimento da perempção, não exige a documentação que o libere é solidário. - Exercível por inteiro. Mesmo se o antigo proprietário era coproprietário - Intransmissível nem a terceiros, sucessores ou herdeiros. É personalíssimo.

2. Retrovenda

� Direito de recomprar bem imóvel. Não se aplica a bens móveis. � Restituição do preço mais despesas (benfeitorias necessárias, escritura). Preço

atual da data da recompra. � Prazo: 3 anos para exercer o direito de retrovenda � Condição resolutiva: o negócio está firme e acabado. Pode ser resolvida por evento

que altere a condição da propriedade. � Cessível e transmissível a herdeiros e legatários pelo alienante (diferentemente da

preempção).

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3. Venda a contento / prova

Subjetivo � contento � Leva o tapete da loja para ver se cabe. Aspecto Objetivo � prova � o mesmo, mas para se gosta.

� Condição suspensiva.

� Silêncio? Não há aceitação tácita. O fornecedor não pode faturar antes do aceite.

Pode notificar e constituir mora.

� Em ambos os casos – contento ou prova – o adquirente assume as obrigações de comodatários até o aceite.

25/04/13 Venda sobre documentos Teve origem na época das navegações, quando a tradição se dava com a entrega de um título (exemplo: vale 100 sacas de algodão). Em paralelo, podemos referenciar com o saque do valor de um cheque. Há determinados negócios em que se exige o documento, por isso a origem.

� Comércio marítimo � Tradição � Pagamento X título

Venda com reserva de domínio

� Aplica-se apenas a contratos de compra e venda de bens móveis. Grava a coisa com ônus.

� Cláusula necessariamente escrita e registrada em cartório. � A propriedade só se dará com a finalização do pagamento.

� Bem móvel individualizável � Registro feito no Registro de Títulos e Documentos e pelo endereço do comprador � Transferência de propriedade só com opagamento. � Forma escrita � Interpelação judicial / Protesto Cobrança

Busca e apreensão � 1º transfere-se a posse � 2º transfere-se a propriedade com a conclusão do pagamento e a quitação do

credor.

� Em caso de inadimplência, o credor (vendedor) pode tanto requerer a busca e apreensão, quanto executar a cobrança.

� No caso de devolução do bem, havendo a desvalorização do bem, o valor será arcado pelo comprador.

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07/05013 Permuta

� É o 1º contrato da história � o mais antigo � pré-moeda � É uma prestação in natura

Permuta, escambo, barganha, ou troca, configuram o contrato mediante o qual uma das partes se obriga a transferir a outra uma coisa, recebendo em contraprestação coisa diversa e diferente de dinheiro.

Art. 533, Código Civil

Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:

I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;

II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.

Consenso

Elementos Coisa diferente de dinheiro

Obrigações � repartição das despesas 9como escritura) com o instrumento da troca

Permuta com descendente � Consentimento dos outros descendentes e cônjuge do alienante. � Anulação se não há consentimento � Ratificação � Pode-se ratificar no futuro.

� Se o valor da coisa que cabe ao ascendente for maior que a do descendente, não é

anulável por falta de consentimento.

� Outorga uxória. É necessária mesmo que o valor dos bens permutados seja igual. (Afinal, esposas nunca concordam que o valor é igual...)