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Teoria Geral do Processo I Prof. Marcelo Gondim Índice do Conteúdo Índice do Conteúdo............................................1 Índice das Aulas..............................................2 Bibliografia..................................................3 Disposições Gerais............................................3 Da trilogia estrutural do direito processual – jurisdição, ação e processo........................................................... 3 Características da função jurisdicional.....................3 Do Direito de Ação..........................................4 Teorias Evolutivas do Direito de Ação.....................4 Do Direito Processual.........................................4 Da Divisão do Direito Processual..............................5 Do Direito Processual Constitucional..........................5 Direito de Acesso à Justiça.................................5 Do Devido Processo Legal ou Due Process of Law..............6 Da Norma Processual...........................................6 Da Eficácia da Norma Processual no Tempo e no Espaço..........7 Da Eficácia da Lei Processual no Espaço.....................7 Da Eficácia da Lei Processual no Tempo......................7 Da Integração e Interpretação da Norma Processual.............7 Princípios Gerais e Constitucionais do Processo...............8 Princípio da Imparcialidade do Juiz.........................8 Princípio do Juiz Natural...................................8 Princípio da Igualdade das Partes...........................9 Princípio do Contraditório..................................9 Princípio da Ampla Defesa...................................9 Princípio da Demanda (Princípio da Ação ou da Inércia Jurisdicional).....................................................10 Princípio da Disponibilidade e Indisponibilidade Processual 10 Princípio da Verdade Formal................................10 Princípio da Verdade Real..................................10 Princípio da Motivação.....................................11 Princípio do Impulso Oficial...............................11 Princípio do Livre Convencimento Motivado..................11 Princípio da Publicidade...................................11 Princípio da Lealdade Processual...........................11 Devido Processo Legal......................................11

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Teoria Geral do Processo IProf. Marcelo Gondim

Índice do ConteúdoÍndice do Conteúdo...................................................................................................................1Índice das Aulas.........................................................................................................................2Bibliografia................................................................................................................................3Disposições Gerais.....................................................................................................................3Da trilogia estrutural do direito processual – jurisdição, ação e processo.................................3

Características da função jurisdicional...................................................................................3Do Direito de Ação.................................................................................................................4

Teorias Evolutivas do Direito de Ação...............................................................................4Do Direito Processual................................................................................................................4Da Divisão do Direito Processual...............................................................................................5Do Direito Processual Constitucional.........................................................................................5

Direito de Acesso à Justiça.....................................................................................................5Do Devido Processo Legal ou Due Process of Law.................................................................6

Da Norma Processual................................................................................................................6Da Eficácia da Norma Processual no Tempo e no Espaço..........................................................7

Da Eficácia da Lei Processual no Espaço................................................................................7Da Eficácia da Lei Processual no Tempo................................................................................7

Da Integração e Interpretação da Norma Processual................................................................7Princípios Gerais e Constitucionais do Processo........................................................................8

Princípio da Imparcialidade do Juiz........................................................................................8Princípio do Juiz Natural........................................................................................................8Princípio da Igualdade das Partes..........................................................................................9Princípio do Contraditório.....................................................................................................9Princípio da Ampla Defesa.....................................................................................................9Princípio da Demanda (Princípio da Ação ou da Inércia Jurisdicional).................................10Princípio da Disponibilidade e Indisponibilidade Processual...............................................10Princípio da Verdade Formal...............................................................................................10Princípio da Verdade Real....................................................................................................10Princípio da Motivação........................................................................................................11Princípio do Impulso Oficial.................................................................................................11Princípio do Livre Convencimento Motivado.......................................................................11Princípio da Publicidade......................................................................................................11Princípio da Lealdade Processual.........................................................................................11Devido Processo Legal.........................................................................................................11

Da Jurisdição............................................................................................................................11Do Escopo Jurídico da Função Jurisdicional.........................................................................12Características da Jurisdição................................................................................................12Princípios inerentes à jurisdição:.........................................................................................12

Princípio da Investidura...................................................................................................12Princípio da Aderência Territorial....................................................................................12Princípio da Indelegabilidade...........................................................................................12

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Princípio da Inevitabilidade.............................................................................................13Princípio da Inafastabilidade...........................................................................................13

Espécies de Jurisdição..........................................................................................................13Pelo Critério de Seu Objeto.............................................................................................13Pelo Critério dos Organismos Judiciários que a Exercem.................................................13Pelo Critério da Posição Hierárquica................................................................................13

Organização do Judiciário Nacional.........................................................................................14Da Independência e da Imparcialidade do Poder Judiciário................................................14Da Organização do Judiciário...............................................................................................14

Da Magistratura...............................................................................................................15Do Duplo Grau de Jurisdição............................................................................................15Da Composição dos Juízos...............................................................................................15Da Divisão Judiciária........................................................................................................15Da Época de Trabalhos Forenses.....................................................................................15

Da Estrutura do Judiciário Nacional.....................................................................................16Da Organização das Justiças Estaduais............................................................................16Da Organização da Justiça Federal...................................................................................16Da Organização da Justiça Eleitoral.................................................................................17Da Organização da Justiça Trabalhista.............................................................................17Do Juiz, do Ministério Público e dos Auxiliares da Justiça................................................17

Da Competência em Matéria Processual.................................................................................19Órgãos Jurídicos Diferenciados............................................................................................19Elaboração dos Grupos de Causa.........................................................................................19Dados Referentes a Causa...................................................................................................19Atribuição das Causas aos Órgãos Jurisdicionais.................................................................19

Do Direito de Ação...................................................................................................................20Possibilidade Jurídica do Pedido..........................................................................................20Interesse de Agir..................................................................................................................20Legitimidade para Agir.........................................................................................................20

Apêndices................................................................................................................................20Simulado para a primeira avaliação.....................................................................................20Avaliação P1 aplicada em 29/09/2010................................................................................21Avaliação P2 aplicada em ?..................................................................................................23

Índice das Aulas06/08/2010................................................................................................................................313/08/2010................................................................................................................................420/08/2010................................................................................................................................627/08/2010................................................................................................................................803/09/2010..............................................................................................................................1010/09/2010..............................................................................................................................1117/09/2010..............................................................................................................................1222/10/2010..............................................................................................................................1429/10/2010..............................................................................................................................1505/11/2010..............................................................................................................................1612/11/2010..............................................................................................................................18

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19/11/2010..............................................................................................................................18

06/08/2010

BibliografiaTeoria Geral do Processo, Ada Pellegrini

Disposições GeraisO direito não é suficiente para evitar ou eliminar os conflitos que podem surgir entre os integrantes do pacto social. Esses conflitos caracterizam-se por situações em que uma pessoa, pretendendo para si um determinado bem, não pode obtê-lo, seja porque aquele que poderia satisfazer sua pretensão não a satisfaz.

Com a evolução do direito, a atividade mediante a qual os juizes estatais examinam as pretensões e resolvem os conflitos, dá-se o nome de jurisdição. É pela jurisdição que os juízes agem em substituição às partes, vedado que está à autodefesa; a jurisdição se exerce através do processo, podendo-se provisoriamente conceituar este como o instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as pessoas conflitantes e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente a cada caso.

Em epítome, a missão do poder judiciário é resolver os conflitos de interesses em tempo adequado a sua natureza.

Segundo a mais avisada doutrina, não é qualquer conflito de interesses que irá ensejar a intervenção estatal, pois conforme a doutrina majoritária, lastreada nos ensinamentos de Carnelutti, somente um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida (lide) é que irá ensejar a interveniência do Estado.

Da trilogia estrutural do direito processual – jurisdição, ação e processoA jurisdição é una e indivisível. Jurisdição é a função do Estado de atuar a vontade concreta do direito objetivo, seja afirmando-a, seja realizando-a praticamente, seja assegurando a efetividade de sua realização prática.

Características da função jurisdicionalBasicamente três são as características da jurisdição: inércia, substitutividade e função declaratória de direito:

Inércia – O Estado só exerce a função jurisdicional mediante provocação, constitindo no princípio da demanda ou da inércia jurisdicional, vide artigo 2º do CPC;

Substitutividade – A atividade do Estado substitui a atividade e vontade do autor e do réu;Função declaratória de Direitos – O Estado, ao exercer a função jurisdicional, não cria direitos,

apenas declara direitos pré-existentes;

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Do Direito de AçãoEm linhas gerais, a ação é o direito que qualquer pessoa tem de exigir do estado que exerca sua função jurisdicional, restabelecendo a ordem social e dando a cada um o que é devido.

Teorias Evolutivas do Direito de AçãoTeoria Civilista ou Imanentista – Teoria segundo a qual a ação é o próprio direito material que,

tendo sido violado, vai a juízo em busca de proteção (não é mais aceita);

Teoria Concreta da Ação ou do Direito Concreto de Agir – A ação é autônoma em relação ao direito material e, para esta teoria, a ação é o direito de obter um pronunciamento judicial favorável (não é mais aceita);

Teoria Abstrata do Direito de Ação – Para esta teoria, ação é o direito de exigir do Estado que exerça sua função jurisdicional, independentemente de deter a posição jurídica de vantagem (o direito alegado);

13/08/2010

Do Direito ProcessualNo desempenho de sua função jurídica, o Estado regula as relações intersubjetivas através de duas ordens de atividades distintas, mas intimamente ligadas.

A primeira é a legislação, que estabelece as normas que, segundo a consciência dominante, deve reger as mais variadas relações, dizendo o que é lícito, atribuindo direitos, poderes, faculdades e obrigações. São normas de caráter genérico e abstrato, ditadas sem destinação particular e a nenhuma situação concreta.

A segunda ordem de atividades jurídicas consiste na jurisdição, que visa à realização prática daquelas normas em caso de conflito entre as pessoas, declarando, segundo o modelo contido nelas, qual é o preceito pertinente ao caso concreto (processo de conhecimento) e desenvolvendo medidas para que esse preceito seja realmente efetuado (processo de execução).

A jurisdição é considerada uma longa manus da legislação, no sentido de que ela tem, entre outras finalidades, a de assegurar a prevalência do direito positivo.

Chama-se de Direito Processual o complexo de normas e princípios que rege tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.

Observação: O que distingue fundamentalmente Direito Material do Direito Processual é que este cuida das relações dos sujeitos processuais, da posição de cada um deles no processo, da forma de proceder aos atos destes, sem nada dizer quanto ao bem da vida que é objeto do interesse primário das pessoas. O processo é um instrumento a serviço da paz social.

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Da Divisão do Direito ProcessualEm face da clássica dicotomia que divide o direito em público e privado, o Direito Processual está claramente incluido no primeiro, uma vez que governa a atividade jurisdicional do Estado, tendo estreita relação com o Direito Constitucional.

Como é na jurisdição, expressão do poder estatal igualmente uno, uno também é o Direito Processual, como sistema de princípios e normas para o exercício da jurisdição.

Contudo, a unidade fundamental do Direito Processual não pode levar à falsa ideia de identidade de seus ramos distintos. Conforme a natureza da pretensão sobre a qual incide o processo, este será Civil ou Penal.

Do Direito Processual ConstitucionalÉ inegável o paralelo existente entre a disciplina do processo e o regime constitucional em que o processo se desenvolve, ou seja, o Direito Processual é fundamentalmente determinado pela Constituição Federal de 1988 em muito de seus aspectos e institutos característicos.

Não se trata de um ramo autônomo do Direito Processual, mas de um ponto de vista metodológico e sistemático, do qual se pode examinar o processo em suas relações com a Constituição Federal de 1988.

O direito processual constitucional abrange, de um lado, a tutela constitucional dos princípios fundamentais da organização judiciária e do processo e, de outro, a jurisdição constitucional. Por jurisdição constitucional entende-se o controle judiciário da constitucionalidade das leis (exercido pelo Superior Tribunal Federal) e a jurisdição constitucional das liberdades através de remédios constitucionais como o habeas-corpus e o mandado de segurança.

A tutela constitucional dos princípios fundamentais da organização judiciária corresponde às disposições constitucionais sobre a distribuição da jurisdição pelos órgãos judiciais. Finalmente, a tutela constitucional do processo, destas a única matéria atinente à Teoria Geral do Processo, deve ser entendida em sua dúplice configuração: direito de acesso à justiça e; direito ao devido processo legal.

Direito de Acesso à JustiçaO direito de ação, tradicionalmente reconhecido no Brasil como direito de acesso à justiça para a defesa de direitos individuais violados, foi ampliado, pela Constituição Federal de 1988, à via preventiva, para englobar a ameaça a direitos (vide art 5º, inc XXXIV, “a”, CF/88 e art 5º, inc XXXV, CF/88).

Art. 5º, XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou

abuso de poder;(...)XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

Para a efetivação desta garantia, a Constituição da República Federativa do Brasil garantiu a assistência judiciária gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos, na figura das Defensorias Públicas.

20/08/2010

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Do Devido Processo Legal ou Due Process of LawEntende-se com essa fórmula, o conjunto de garantias constitucionais que, de um lado, asseguram às partes o exercício de suas faculdades e poderes processuais e, de outro, são indispensáveis ao correto exercício da jurisdição. A Constituição Brasileira expressa esta garantia em seu art. 5º, LVI:

Art. 5º, LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

A garantia envolve diversos direitos e princípios, tais como a garantia do juiz natural, o contraditório, a ampla defesa, a igualdade processual (princípio da isonomia), a publicidade, entre outras.

Vale ressaltar que essas garantias não servem apenas aos interesses das partes, como direito público subjetivo destas, mas que configuram, antes de mais nada, a salvaguarda do próprio processo, objetivamente considerado como fator legitimante do exercício da jurisdição.

Da Norma ProcessualNormas jurídicas de direito material, ou normas substanciais, são aquelas que disciplinam imediatamente a cooperação entre as pessoas e os conflitos de interesses ocorrentes na sociedade, escolhendo qual dos interesses ocorrentes na sociedade, e em que medida, deve prevalecer e qual deve ser sacrificado.

As normas jurídicas instrumentais, formais ou processuais, são aquelas que apenas de forma indireta contribuem para a solução dos conflitos interindividuais, mediante a disciplina da criação e atuação das regras jurídicas gerais ou individuais. As normas jurídicas híbridas são aquelas que possuem dúplice conteúdo, ou seja, os seus efeitos serão irradiados na esfera do direito material, bem como irão projetar os seus efeitos na seara processual. Como exemplo, podemos citar o art. 88 da Lei 9.099/95:

Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.

Entretanto, o que vai definir a natureza da norma (processual, material ou híbrida), não é a sua localização geográfica neste ou naquele corpo de leis, mas sim no seu conteúdo que efetivamente demonstrará a sua natureza.

Da Eficácia da Norma Processual no Tempo e no Espaço

Da Eficácia da Lei Processual no EspaçoToda norma jurídica tem eficácia limitada no espaço, isto é, aplica-se dentro de um determinado território e tais limitações aplicam-se a norma processual. O princípio que regula a eficácia espacial das normas do processo é o da territorialidade (art. 1º Códigos de Processo Penal e Civil), que impõe a aplicação da lex fori.

Art. 1º, CPC: A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.

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No tocante às leis processuais, a aplicação deste princípio justifica-se por duas razões: uma de ordem jurídica, e outra de natureza prática. Juridicamente, a norma processual tem por objeto, precisamente, a disciplina da atividade jurisdicional que se desenvolve através do processo; em sendo a atividade jurisdicional manifestação do poder soberano do Estado, obviamente, não poderia ser regulada por leis estrangeiras.

Em segundo lugar, as dificuldades práticas quase insuperáveis que surgiriam com a movimentação da máquina judiciária de um Estado Soberano mediante atividades regidas por normas e institutos do direito estrangeiro.

Da Eficácia da Lei Processual no TempoA lei processual adotou o Sistema do Isolamento dos Atos Processuais, segundo o qual a lei nova não atinge os atos processuais já praticados, nem seus efeitos, mas se aplica aos atos processuais a praticar, sem limitações relativas às chamadas fases processuais, conforme consubstanciado no art. 1.211 do CPC:

Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicar-se-ão desde logo aos processos pendentes.

Da Integração e Interpretação da Norma ProcessualA interpretação e a integração da lei processual estão subordinadas às mesmas regras que regem a interpretação e integração dos demais ramos do Direito. Expressamente, o Código de Processo Penal afirma, em seu artigo 3º:

Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito

As peculiaridades da lei processual não exigem que se usem cânones especiais de interpretação: basta que sejam convenientemente reveladas, levando-se em consideração as finalidades do processo e sua característica sistemática. Daí o entendimento prevalente entre os processualistas no sentido de acentuar a relevância da interpretação sistemática da lei processual.

27/08/2010

Princípios Gerais e Constitucionais do Processo

Princípio da Imparcialidade do JuizAplicando-se a todos os ramos do Direito Processual, o princípio da Imparcialidade do Juiz afirma que o juiz, ao exercer sua função jurisdicional, deve colocar-se entre as partes e acima delas. Ao se dispor a resolver os conflitos de interesses da sociedade, o Estado fornece aos membros da sociedade o direito de que os resolva. Com objetivo, é essencial que o membro destacado para dizer o direito o faça de

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forma justa e imparcial. Entretanto, os súditos não poderão recusar o Juiz1 que o Estado os designa, pois a regra deve ser que todos sejam imparciais.

Princípio do Juiz NaturalPrincípio segundo o qual ninguém pode ser julgado por um juízo ou tribunal de exceção, ou seja, ninguém pode ser julgado por um órgão constitucional constituído após a ocorrência do fato. Por exemplo, o Tribunal do Júri, art. 5º, XXXVIII, “d”, CF/88, e os Juizados Especiais Cíveis, previstos no art. 98, I, CF/88. Tal princípio constitui verdadeira garantia individual constitucional, a garantia do juiz competente, presente no art. 5º, LIII, CF/88, aplicando-se a todos os ramos do Direito Processual.

Art. 5º, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;

O princípio também engloba a proibição de subtrair o juiz constitucionalmente competente, desdobrando-se em três conceitos:

a) Só são órgãos jurisdicionais os instituídos pela Constituição; b) Ninguém pode ser julgado por órgão constituído após a ocorrência do fato; c) Entre os juízes pré-constituídos vigora uma ordem taxativa de competência que exclui

qualquer alternativa deferida à discricionariedade de quem quer que seja.

Princípio da Igualdade das PartesPrincípio pelo qual as partes e os seus procuradores devem merecer tratamento igualitário, para que tenham as mesmas oportunidades de fazer valer em juízo as suas razões. Em outras palavras, a igualdade perante a lei é premissa para a afirmação da igualdade perante o juiz, vide art. 5º, caput, CF/88.

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

A igualdade não poderá ficar apenas no plano formal, mas da mesma forma deverá se estabelecer no plano material, e a absoluta igualdade jurídica não pode, contudo, eliminar a desigualdade econômica. O Princípio, portanto, preza a igualdade proporcional, a qual significa, em síntese, tratamento igual aos substancialmente iguais, e tratamento desigual dos substancialmente desiguais. Como exemplo, vemos a inversão do ônus da prova estabelecido no Código de Defesa do Consumidor, com o objetivo de equilibrar, na esfera jurídica, a desigual relação consumista. Tal princípio aplica-se a todos os ramos de direito constitucional e constitui garantia constitucional individual.

Princípio do ContraditórioPrincípio que indica a necessidade de que se dê ciência, a cada litigante, dos atos praticados pelo juiz e pelo adversário, pois somente conhecendo-os, poderá se efetivar o contraditório. Tal princípio constitui garantia constitucional individual (art. 5º, LV, CF/88) e aplica-se a todos os ramos do Direito Processual.

Art. 5º, LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes

1 Salvo nos casos de suspeição, impedimento ou incompetência.

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Princípio da Ampla DefesaPrincípio pelo qual se obriga ao Estado a propiciar, a todo e qualquer acusado, a mais ampla defesa, seja técnica (advogado ou defensor público), seja pessoal (autodefesa). Ambas as espécies (defesa técnica e autodefesa) deverão se fazer presentes para que o princípio não seja violado2, e assim todos têm direito a defesa técnica, oferecendo um Defensor Público, o Estado, se a parte não puder pagar e constituir um advogado. Aplica-se a todos os ramos e constitui garantia constitucional individual (art. 5º, LV, CF/88, supra). Exemplo de um dispositivo que objetiva ampliar a ampla defesa está no art. 185, §2, CPP?

Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.

03/09/2010

Princípio da Demanda (Princípio da Ação ou da Inércia Jurisdicional)Princípio pelo qual cabe exclusivamente à parte interessada provocar o exercício da função jurisdicional. A jurisdição é inerte e, para sua movimentação, exige a provocação do interessado, daí o brocardo nemo judex sine actore.

O princípio surgiu da observação de que o juiz que instaura o processo por iniciativa própria acaba ligado psicologicamente à pretensão, colocando-se em posição propensa a julgar favoravelmente a ela (resquícios do chamado processo inquisitivo), colocando flagrantemente em risco o princípio da imparcialidade do juiz.

Princípio da Disponibilidade e Indisponibilidade ProcessualEstes princípios referem-se à capacidade ou incapacidade, das partes, de exercer ou não os seus direitos, apresentando ou não sua pretensão em juízo, da maneira que melhor lhes convier, e ainda renunciar a ela (desistir da ação). Basicamente, alternam-se em prevalência de acordo com a predominância de interesse público e indisponibilidade dos direitos ofendidos ou ameaçados, tornando indisponível a liberdade processual, e a prevalência do interesse privado e disponibilidade dos direitos pretendidos, tornando disponível a liberdade processual.

O princípio que se configura pela possibilidade de apresentar ou não sua pretensão em juízo, bem como renunciar a ela uma vez proposta, é chamado de Princípio da Disponibilidade Processual, e é regra quase absoluta no processo civil, e constitui exceção no processo penal (crimes contra a honra).

O princípio segundo o qual uma vez iniciada a ação em juízo, os órgãos oficiais dela não poderão dispor, é chamado de Princípio da Indisponibilidade Processual, e vigora como regra no processo penal (arts. 173 e 424, CPP), mas exceção no processo civil (por exemplo, na ação de alimentos, pela tutela da infância e adolescência).

2 O que ocorreria, por exemplo, se um réu pudesse ser ouvido e assim não o fosse.3 Art. 17, CPC: “A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito”4 Art. 42, CPC: “O Ministério Público não poderá desistir da ação penal”

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Princípio da Verdade FormalPrincípio que consiste na regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes, quanto às provas e as alegações em que se fundamentará a decisão, ou seja, o juiz pode satisfazer-se com a verdade formal. Aplica-se exclusivamente ao processo civil.

Princípio da Verdade RealPrincípio segundo o qual o juiz está obrigado a buscar a verdade dos fatos como eles realmente aconteceram. Aplica-se exclusivamente ao processo penal. Como exemplo, veja o art. 209, CPP.

Princípio da MotivaçãoPrincípio pelo qual toda e qualquer decisão judicial deve ser fundamentada, vide art. 93, IX, CF. Aplica-se a todos os ramos de direito processual, constituindo garantia individual constitucional absoluta.

Princípio do Impulso OficialPrincípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, mover o procedimento de fase em fase, até a exaurir a função jurisdicional. Do ato que se inicia o processo, até o ato que a encerra – a sentença – é dever do juiz garantir o devido caminhar do processo por suas fases. Aplica-se a todos os ramos do direito processual.

Princípio do Livre Convencimento MotivadoPrincípio segundo o qual o juiz só decide com base nos elementos existentes nos autos, e os avalia segundo critérios críticos e racionais. “O que não está nos autos, não está no mundo”. O juiz, embora livre para formar sua opinião, é, como qualquer outra parte, refém da lei, e só poderá formar juízo a partir das provas que tem à disposição.

Princípio da PublicidadePrincípio segundo o qual todos os atos judiciais são públicos, e devem ser realizados publicamente. Vide art. 93, IX, CF. Aplica-se a todos os ramos do direito processual, e constitui garantia individual constitucional inviolável. A publicidade externa, ou popular, poderá ser excepcionada em situações de tumulto ou para resguardar o direito à intimidade e à imagem.

Princípio da Lealdade ProcessualPrincípio pelo qual as partes dentro do processo, devem agir lealmente, não faltando ao dever de verdade e não empregando meios fraudulentos (art. 14, CPC), cabendo representação por litigância por má-fé.

Devido Processo LegalOs princípios da motivação e da publicidade são os responsáveis por permitir e garantir a observação de todos os demais no processo, e por isso são chamadas garantias de segundo grau, ou garantias de garantias. Apenas com a observação destes dois princípios, e dos demais, é possível garantir, por sua vez, o devido processo legal, ou due process of law, que por isso pode ser entendido não como cláusula, mas como um sistema de freios e contrapesos (checks and balances).

10/09/2010

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Da JurisdiçãoJurisdição é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito que os envolve, com justiça.

Do Escopo Jurídico da Função JurisdicionalO escopo jurídico da jurisdição é a atuação, cumprimento e realização das chamadas normas de direito substancial.

Características da JurisdiçãoAlém das já citadas, inércia, substitutividade e função declaratória de direitos, a Jurisdição possui ainda as seguintes características:

Lide – é a existência do conflito de interesses que leva o interessado a dirigir-se ao juiz e pedir-lhe uma solução. É precisamente a contraposição dos interesses em conflito que exige a substituição dos sujeitos em conflito pelo Estado. Conceito de lide segundo Carnelutti: um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida.

Imparcialidade – o Juiz de Direito não pode possuir nenhum laço estreito com as partes, os seus procuradores ou qualquer outra pessoa que tenha efetivo interesse no deslinde da causa.

Definitividade – Só os atos jurisdicionais são suscetíveis de se tornarem imutáveis, não podendo ser revistos ou modificados, em respeito ao direito adquirido, coisa julgada e ato jurídico perfeito (ver com reservas).

Princípios inerentes à jurisdição:

Princípio da Investidura Princípio segundo o qual a jurisdição só será exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz e no efetivo exercício de suas funções.

Princípio da Aderência TerritorialPrincípio segundo o qual a lei estabelece limitações territoriais à autoridade do Juiz (competência em matéria processual). Segundo Hélio Tornaghi, somente a lei pode delimitar o exercício da função jurisdicional. Ademais, o estabelecimento legal deverá se dar antes da ocorrência do fato.

17/09/2010

Princípio da IndelegabilidadePrincípio segundo o qual é vedado a qualquer dos poderes delegar funções (Judiciário, Legislativo e Executivo). Cada magistrado, exercendo a função jurisdicional, não o faz em nome próprio, e muito menos por um direito público, ele é, aí, um agente do Estado. Vale destacar que a delegação poderá ocorrer dentro do mesmo poder. No Judiciário, a delegação da jurisdição é prevista nos casos de carta precatória e nas delegações a juízes substitutos.

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Princípio da InevitabilidadePrincípio que consiste na impossibilidade das partes evitarem que recaia sobre elas e sobre a sua esfera de direitos a autoridade estatal.

Princípio da InafastabilidadePrincípio segundo o qual nenhuma lesão ou ameaça de lesão a um direito deixará de ser levada ao conhecimento do Judiciário.

Espécies de JurisdiçãoA jurisdição, como expressão do poder estatal soberano, a rigor não comporta divisões, pois falar em diversas jurisdições no mesmo Estado significaria afirmar a existência de uma pluralidade de soberanias, o que não faria sentido; a jurisdição é, em si mesma, tão una e indivisível quanto o próprio poder soberano.

Porém, a doutrina costuma classificar a jurisdição nas seguintes espécies: pelo critério de seu objeto, pelo critério dos organismos judiciários que a exercem e pelo critério da posição hierárquica dos órgãos jurisdicionais.

Pelo Critério de Seu ObjetoEm todo processo, as atividades jurisdicionais exercidas tem, por objeto, uma pretensão. Essa pretensão, porém, varia de natureza, conforme o direito objetivo material em que fundamenta.

Daí falar-se em jurisdição penal, jurisdição civil e etc., que serão determinadas levando em conta a pretensão deduzida.

Pelo Critério dos Organismos Judiciários que a ExercemLevando em conta as regras de competência estabelecidas na própria Constituição Federal, a doutrina distingue a jurisdição em especial ou comum. Na primeira, estão a Justiça Militar Federal (art. 122 a 124, CF), Eleitoral (art. 118 a 121, CF), do Trabalho (art. 111 a 116, CF) e a Justiça Militar Estadual (art. 106 a 110, CF).

No âmbito das justiças comuns, estão a Justiça Federal e as Justiças Estaduais.

Pelo Critério da Posição HierárquicaÉ da natureza humana o inconformismo perante decisões desfavoráveis, e para que o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição possa ser respeitado, permite-se novo julgamento por juízes de segundo grau.

Chama-se jurisdição inferior, de primeira instância, de primeiro grau, juízo singular ou monocrático aquela exercida pelos juízes que ordinariamente conhecem do processo desde o seu início.

Chama-se de jurisdição superior, segunda instância, de segundo grau, tribunais ou órgãos colegiados a exercida pelos órgãos a que cabe os recursos contra as decisões proferidas pelos juízes inferiores.

22/10/2010

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Organização do Judiciário Nacional

O diagrama acima demonstra a estrutura do Poder Judiciário, estruturado pela Constituição Federal, pelas leis infraconstitucionais, Constituições Estaduais e normas de organização judiciária, possuindo como órgão de cúpula e guardião da Constituição o Supremo Tribunal Federal. Vale destacar que os Tribunais Superiores não devem ser encarados como uma terceira instância jurisdicional.

Da Independência e da Imparcialidade do Poder JudiciárioA posição do Poder Judiciário como guardião das liberdades e direitos individuais, só pode ser preservada através de sua independência e imparcialidade. Essas garantias correspondem à denominada independência política dos órgãos jurisdicionais, que se manifesta através das garantias constitucionais da vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos e na vedação do exercício de determinadas atividades, além de outras encontradas nos estatutos e leis orgânicas dos órgãos.

Da Organização do JudiciárioA organização do judiciário pode ser conceituada como o conjunto de normas que visa a estabelecer as regras sobre a constituição dos órgãos do exercício da jurisdição. A organização judiciária (nacional e estadual) é o regime legal da Constituição orgânica do Poder Judiciário.

O conteúdo da organização judiciária, no que se tange aos problemas referentes à administração da justiça, pode ser distribuído nos seguintes grupos: Magistratura, duplo grau de jurisdição, composição dos juízos, divisão judiciária e épocas de trabalho forense.

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Superior Tribunal Federal (STF)

Superior Tribunal Federal (STF)

Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Tribunal Superior Eleitoral (TSE)

Superior Tribunal Militar (STM)

Superior Tribunal Militar (STM)

Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Superior Tribunal de Justiça (STJ)

Tribunal Superior do Trabalho (TST)

Tribunal Superior do Trabalho (TST)

Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Tribunal Regional Eleitoral (TRE)

Tribunal Regional Eleitoral (TRE)

Justiça EleitoralJustiça Eleitoral

Auditoria Militar Federal

Auditoria Militar Federal

Tribunal Regional Federal (TRF)

Tribunal Regional Federal (TRF)

Tribunal de Justiça (TJ)

Tribunal de Justiça (TJ)

Justiça FederalJustiça Federal Justiça EstadualJustiça Estadual

Tribunal Regional do Trabalho (TRT)

Tribunal Regional do Trabalho (TRT)

Tribunal Militar Eleitoral e Auditoria

Militar Estadual

Tribunal Militar Eleitoral e Auditoria

Militar Estadual

Justiça do TrabalhoJustiça do Trabalho

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Da MagistraturaÉ o conjunto dos juízes que integram o Poder Judiciário nacional. Apenas os juízes togados são considerados magistrados, isto é, juízes de direito, organizados em carreira (art. 93, CF/88). Via de regra, o ingresso na carreira da Magistratura só de dá por meio de concurso público, salvo as exceções na figura do quinto constitucional (um quinto dos tribunais estaduais sendo formado por advogados e membros do Ministério Público, art. 94, CF/88) e a indicação, pelo Presidente da República, para o Supremo Tribunal Federal, com aprovação do Senado Federal.

29/10/2010

Do Duplo Grau de JurisdiçãoA fim de corrigir eventuais erros dos juízes e atender o natural inconformismo do ser humano, os ordenamentos consagram o referido princípio, criando órgãos superiores e inferiores. Apesar dos termos utilizados, não há hierarquia entre os órgãos, exceto para fins administrativos.

Da Composição dos JuízosVigora em regra, no Brasil, os juízos de primeiro grau, primeira instância ou monocráticos; e os juízos de segundo grau, segunda instância ou tribunais. Tal divisão aplica-se igualmente às chamadas justiças especiais (Militar estadual e federal, Eleitoral e do Trabalho).

Da Divisão JudiciáriaExiste para dirimir, da melhor maneira possível, a divisão judiciária, para que as causas sejam conhecidas e solucionadas pelo Poder Judiciário em local próprio e próximo à sua sede, sem contratempos para as partes. Em outras palavras, para permitir o devido acesso à justiça.

Da Época de Trabalhos ForensesAlém da organização judiciária, as normas organizacionais da justiça estadual discriminam a época do ano em que haverá recesso forense dos juízos e tribunais. Com vista a implantar uma atividade jurisdicional ininterrupta, a emenda constitucional nº45/2004 pôs fim às férias forenses e instituiu, em dias em que não houver expediente, juízes em plantão permanente (exceto para o STF e os Tribunais Superiores).

Da Estrutura do Judiciário NacionalFala, a Constituição Federal de 1988, de diversas justiças, através das quais o Estado exerce a função jurisdicional. A jurisdição é uma só, e não Federal ou Estadual; como expressão do Poder Estatal, que é uno e indivisível, ela é expressamente nacional, e não comporta divisões.

Mas para que haja uma divisão racional do trabalho, é conveniente que se institua organismos distintos, outorgando-se, a cada um deles, um setor da grande massa das causas que precisam ser processadas no país.

Segundo a Constituição, os organismos que compõem a estrutura judiciária brasileira são: Justiça Federal (arts. 106 a 110, CF/88), Justiça do Trabalho (arts. 111 a 117, CF/88), Justiça Eleitoral (arts. 118 a 121, CF/88), Justiça Militar (arts 122 a 124, CF/88), Justiça Estadual (arts. 125 e 126, CF/88), e Justiça Militar Estadual (arts. 125, §3º, CF/88).

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Da Organização das Justiças EstaduaisPara que tenha efetividade o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição, a Justiça Estadual é dividida em primeira e segunda instâncias, cumprindo ao Tribunal de Justiça o exercício da função jurisdicional em segunda instância.

O Tribunal de Justiça é divido em Câmaras, que se reúnem formando Grupos de Câmaras e, a reunião de todas as câmaras de um tribunal leva ordinariamente o nome de Tribunal Pleno. Já os juízes de primeiro grau têm poder de atuação em sua Comarca. Cada comarca abrange um ou mais municípios e distritos. Comarca é tradicionalmente, na justiça estadual, o foro em que um juiz de primeiro grau tem competência.

Levando-se em consideração a organização judiciária de cada estado, as comarcas administrativamente classificam-se em entrâncias. No Estado do Rio de Janeiro, há a primeira e segunda entrâncias, e entrância especial.

A palavra “entrância” não possui o mesmo significado de “instância”, pois a primeira quer dizer grau de classificação administrativo das comarcas, sem estabelecer qualquer hierarquia entre elas.

05/11/2010

Da Organização da Justiça FederalA Justiça Federal é composta pelos juízes federais e pelos Tribunais Regionais Federais, atuando o TRF como órgão jurisdicional de segunda instância.

A justiça federal de 1º grau é dividida no território brasileiro em seções judiciárias, espaço territorial onde juízes federais irão exercer sua função jurisdicional. As seções judiciárias aglutinam-se, formando regiões, que correspondem ao espaço geográfico onde cada Tribunal Regional Federal irá exercer sua competência.

Da Organização da Justiça EleitoralSão órgãos da justiça eleitoral o Tribunal Superior Eleitoral, o Tribunal Regional Eleitoral e as Juntas Eleitorais. O TSE é o órgão máximo desta justiça especial, e tem competência em todo o território nacional.

O Tribunal Regional Eleitoral existe em cada uma das unidades da Federação, tendo competência originária e recursal, referindo-se esta aos processos já julgados pelos juízes e juntas eleitorais. Os juízes eleitorais são os próprios juízes de direito, estaduais vitalícios, que exercerão a função jurisdicional nas zonas eleitorais. Portanto, possuem competência eleitoral civil e penal, além de importantes cargos administrativos referentes às eleições.

Há, ainda, a figura das juntas eleitorais, compostas de um juiz eleitoral e mais dois a quatro cidadãos de notória idoneidade, nomeados pelo presidente do Tribunal Regional.

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Da Organização da Justiça TrabalhistaSão órgãos da justiça do trabalho o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho e as varas trabalhistas. O TST constitui órgão de cúpula desta justiça especial, tendo competência para rever todas as decisões proferidas por um Tribunal Regional do Trabalho no país.

Existe um Tribunal Regional do Trabalho em cada um dos estados da Federação, tendo ele competência recursal para dirimir fatos que já foram julgados por juízes do trabalho em primeira instância. O juiz trabalhista é aquele que irá exercer a função jurisdicional em uma vara trabalhista, ou seja, irá desempenhar as suas funções na primeira instância desta justiça especializada. Constitui de carreira autônoma, com ingresso previsto mediante concurso de provas e títulos.

Do Juiz, do Ministério Público e dos Auxiliares da Justiça

Do JuizA posição do Poder Judiciário, como guardião das liberdades e direitos individuais, só pode ser preservada através das garantias políticas dos magistrados (foro privilegiado por prerrogativa de função, vitaliciedade, inamovibilidade, irredutibilidade de vencimentos, etc.), complementadas pelas garantias do Poder Judiciário.

Ao magistrado cabe exclusivamente o dever de julgar. O juiz subordina-se somente à lei, sendo inteiramente livre na formação de seu convencimento e na observância dos ditames de sua consciência.

Do Ministério PúblicoAs garantias políticas do Ministério Público encontram-se dispostas nos arts. 127 a 130 da CF/88. O MP é considerado como instituição destinada a preservação dos valores fundamentais do Estado enquanto comunidade. O Ministério Público sempre exercerá a função de fiscal da lei, em todos os ramos do direito, e como parte quando a lei determinar.

Segundo a lei, o MP é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais, individuais e indisponíveis. O MP é uma instituição autônoma, que não integra o Poder Judiciário, embora desenvolva as suas funções básicas.

Dois são os princípios basilares do Ministério Público: a unidade e a independência funcional. A unidade, ou indivisibilidade, significa que todos os seus membros fazem parte de uma só corporação, e podem ser substituídos um por outro, em suas funções, sem que com isso haja alguma alteração subjetiva nos processos em que oficiam. A independência significa que cada um de seus membros age segundo a sua própria consciência jurídica, com submissão exclusivamente ao direito, e sem ingerência de quem quer que seja.

O conceito legal do Ministério Público encontra-se no art. 127 da Constituição FederalArt. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do

Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.

12/11/2010

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Dos Auxiliares da JustiçaTodo juízo é constituído, por ditame da própria necessidade de desenvolvimento da atividade, por órgãos principais e auxiliares. O órgão principal é o juiz, em que se concentra a função jurisdicional, mas cuja a atividade isolada, seria insuficiente para a atuação da jurisdição.

É possível conceituar os auxiliares da justiça como todos aqueles de alguma forma participam da movimentação do processo sobre autoridade de juiz colaborando com estes para tornar possível a prestação.

Há, entre pessoas que cooperam com o juiz no processo, aqueles que ocupam cargos criados por lei e com denominação própria: escrivão, oficial de justiça (encarregado das diligências externas ao juízo), distribuidor, contador (cálculo das custas, impostos, etc), partidor e do depositário público (guarda e conservação de bens penhorados, arrestados seqüestrados, em fiança, etc.). Tais pessoas são os auxiliares permanentes da justiça, que serão servidores integrados no quadro do funcionalismo público.

Porém, muitas funções auxiliares são desempenhadas por pessoas que não ocupam cargo público, sendo nomeadas ad hoc pelo juiz, como é o caso do perito (que realizar avaliações dependentes de conhecimento técnico específico), do intérprete (perito em língua estrangeira), do depositário particular, do síndico, do comissário e do inventariante (administradores nomeados para a falência, concordata e inventário, respectivamente).

19/11/2010

Da Competência em Matéria ProcessualPor causa da quantidade de processos existentes, o exercício da jurisdição é distribuído pela Constituição Federal e pela lei ordinária entre os muitos órgãos jurisdicionais. Para realizar esta distribuição, o legislador procede mediante três operações lógicas:

1. Constituição diferenciada de órgãos judiciários;2. Elaboração da massa de causas em grupos, levando em conta certas características da própria

causa e do processo mediante o qual é apreciada pelo judiciário;3. Atribuição de cada um dos diversos grupos de causas ao órgão mais idôneo para conhecer

destas.

Órgãos Jurídicos DiferenciadosA observação da organização judiciária nacional torna possível determinar os passos através dos quais a jurisdição sai do plano abstrato e chega à realidade:

Competência de jurisdição (qual é a justiça competente?) Competência originária (compete a órgão inferior ou superior?) Competência de foro (qual a comarca ou seção judiciária competente?) Competência de juízo (qual a vara competente?) Competência interna (qual o juiz competente?) Competência recursal (é competente o mesmo órgão ou um superior?)

Elaboração dos Grupos de CausaUma vez estabelecida a distribuição estrutural dos órgãos judiciários é preciso, antes de dizer qual a competência de cada um deles, separar em grupos os possíveis conflitos interindividuais, mediante

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Dados Referentes a CausaToda causa trazida a exame apresenta, necessariamente, uma série de elementos essenciais que a identificam e diferenciam das demais, chamados de elementos da ação: partes (autora e ré), causa de pedir (ou fatos e fundamentos jurídicos) e o pedido. Caso existam duas ações idênticas, ocorrência chamada de litispendência, a mais nova será extinta em detrimento da mais antiga.

Atribuição das Causas aos Órgãos JurisdicionaisNessa distribuição, o constituinte e o legislador visam, preponderantemente, o interesse público da perfeita atuação da jurisdição. As regras básicas que preponderam na solução dos diversos problemas de competência podem ser consideradas nos grupos abaixo:

Competência da Jurisdição, que considera a natureza da relação jurídica controvertida e a qualidade das pessoas envolvidas;

Competência Originária, que em regra será de órgão de primeiro grau, ou excepcionalmente de segundo grau, quando a lei expressamente reservar (e.g. foro privilegiado por prerrogativa de função);

Competência Territorial ou de Foro, considerando o domicílio das partes (processo civil), o local do delito (processo penal) e o foro da prestação de serviço (processo trabalhista);

Competência de Juízo, para a distribuição dos processos entre órgãos judiciários do mesmo foro; Competência Recursal, que avalia o órgão (em regra, um tribunal) que se manifestará na

garantia do duplo grau de jurisdição.

Do Direito de AçãoO direito de ação é o direito público subjetivo que toda pessoa possui de exigir do estado que ele exerça sua função jurisdicional. Assim como a proibição da autodefesa criou o direito de ação para os particulares, a proibição da autoexecutoriedade do direito de punir fez nascer o direito de agir para o Estado.

Cabe ao Magistrado, no seu juízo de prelibação, verificar, no caso em concreto, a efetiva presença das condições da ação, que, segundo a lei, doutrina e jurisprudência, são: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade para agir.

Possibilidade Jurídica do PedidoÀs vezes, determinado pedido não tem a menor condição de ser apreciado pelo judiciário, porque já excluído, de plano, pelo ordenamento jurídico.

Interesse de AgirEsta condição assenta-se na premissa de que, tendo o estado o interesse no exercício da jurisdição, não lhe convém acionar o aparato judiciário sem que dessa atividade se possa extrair algum resultado útil.

Daí a afirmação de que é indispensável, no caso em concreto, comprovar a existência do binômio necessidade e adequação no interesse de agir.

Legitimidade para AgirComo um desdobramento da idéia de utilidade do provimento jurisdicional, existe a regra do art. 6º, CPC, “Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”, ou

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seja, é titular da ação apenas a pessoa que teve seu bem jurídico lesado, podendo ser demandado apenas aquele que seja titular da obrigação correspondente.

Apêndices

Simulado para a primeira avaliação1ª questão - Indique a resposta incorreta e fundamente em no máximo dez linhas:

A- A jurisdição nada mais é que a função do estado de atuar a vontade concreta do direito objetivo, afirmando-o e realizando-o;

B- Podemos afirmar que as características da jurisdição são entre outras a inércia, substitutividade, imparcialidade e função criadora de direitos;

C- Conforme entendimento sedimentado na doutrina e jurisprudência, podemos afirmar que a lei processual adotou como regra geral a denominada teoria abstrata do direito de ação;

D- Podemos afirmar que a tarefa de aplicar o direito material no caso em concreto, é de responsabilidade exclusiva do poder judiciário.

2ª questão - Indique a resposta incorreta e fundamente em no máximo dez linhas:A- Podemos afirmar que o direito material é o conjunto de normas que disciplinam as relações

jurídicas referentes a bens e utilidades da vida;B- Com base na lei maior, podemos afirmar que a garantia do direito de ação, art. 5º, XXXV,

CF/88, visa tutelar todo e qualquer direito violado por um ato praticado por um agente integrante da coletividade ou mesmo pelo próprio estado;

C- O que nos permite lindar uma norma de direito material de outra de direito formal é, segundo a mais avisada doutrina, o seu objeto e não sua localização topográfica

D- No que se refere á aplicação da norma processual no tempo, pode-se afirmar que o direito processual adotou como regra basilar o sistema do isolamento dos atos processuais.

3ª questão - No dia 17/04/2009 o cabeleireiro zezé carlos, foi agredido verbalmente por seu colega de profissão, o também cabeleireiro juju bordoni, no interior do salão onde ambos trabalham. Entretanto, o sr. Huguinho de las penas companheiro do ofendido, ao tomar ciência do ocorrido, contrata um advogado e promove junto ao jecrim de niterói uma ação penal via queixa-crime, subscrita pelo advogado e pelo sr. De las penas. No caso em tela, essa ação penal: (fundamente em no máximo dez linhas)

A- deve prosperar por existir um delito contra a honra;B- deve ter prosseguimento desde que o ofendido manifeste seu desejo de processar seu

ofensor junto com seu companheiro;C- não deve prosperar por estar ausente uma das três condições do direito de açãoD- terá prosseguimento com ou sem consentimento da vítima.

4ª questão - Qual é o efeito processual limitativo no caso de uma ação ser proposta por uma pessoa sem legitimação para o exercício do referido direito? Fundamente.

5ª questão - A decisão prolatada por um juiz de direito, regularmente investido na função e no efetivo exercício de suas funções impede que as partes evitem, por qualquer meio, inclusive por pacto, que recaia sobre elas e sobre sua esfera de direitos a autoridade estatal. Pergunta-se: esta afirmação está correta ou incorreta? Fundamente em no máximo dez linhas.

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Avaliação P1 aplicada em 29/09/20101. Indique a resposta correta

a. A jurisdição nada mais é que a função do Estado de Atuar a vontade concreta do direito formal, afirmando-o e realizando-o;

b. Podemos afirmar que a jurisdição é um longa manus da legislação;c. Conforme entendimento sedimentado na doutrina e jurisprudência, podemos afirmar

que o direito processual integra o denominado direito privado;d. A consideração metodológica e sistemática dos princípios constitucionais do processo

toma o nome de Direito Processual Penal.2. A Teoria Imanentista do Direito de Ação considera este direito como:

a. Autônomo em relação ao direito material, ou seja, é o direito de se obter um pronunciamento judicial favorável;

b. O próprio direito material que, tendo sido violado, vai à juízo em busca de proteção;c. É do direito de se exigir do Estado que exerça a sua função jurisdicional,

independentemente de ter a posição jurídica de vantagem;d. De estar em juízo, em qualquer caso, desde que seja previsto em lei a situação desejada.

3. Indique a resposta correta (QUESTÃO ANULADA):a. O devido processo legal incide apenas nos processos criminais, pois estes versam sobre

a liberdade individual;b. A tutela constitucional do processo é matéria atinente à Teoria Geral do Processo em

sua dúplice configuração: direito de acesso à justiça e direito ao processo;c. O princípio que regula a eficácia espacial das normas do processo é do isolamento dos

atos processuais;d. Direito processual é o conjunto de normas que disciplinam os instrumentos colocados

à disposição do Estado para aplicar o direito material no caso em concreto.4. Sobre o Princípio da Publicidade, podemos afirmar que é incorreto dizer:

a. Trata-se de uma garantia constitucional inviolável;b. Trata-se de um princípio absoluto, não podendo sofrer qualquer restrição;c. Vigora em todos os ramos do Direito Processual;d. Sua violação produz nulidade absoluta.

5. Sobre o Princípio do Contraditório, podemos afirmar que incorreto dizer:a. Vigora em todos os ramos do Direito Processual;b. É conhecido pelo binômio Informação Facultativa e Participação Necessária ou

Obrigatória;c. Se for violado, irá gerar nulidade absoluta, não havendo necessidade de demonstrar o

prejuízo;d. A ampla defesa é corolário natural do contraditório.

6. Uma vez proposta e julgada uma lide condenando o réu, e transitando em julgado esta decisão, podemos afirmar:

a. Que esta poderá ser proposta novamente com base nos mesmos fatos e contra o mesmo acusado, sem ferir a característica principal da jurisdição que é a lide;

b. Fica o acusado sujeito aos efeitos da decisão, tudo em homenagem à definitividade dos atos judiciais;

c. Que o acusado pode recorrer desta decisão, pois lhe é garantido constitucionalmente o denominado duplo grau de jurisdição;

d. Todas as respostas estão corretas.7. Pelo critério dos organismos judiciários, podemos classificar a jurisdição em:

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a. Civil e Penal;b. Especial ou Comum;c. Inferior ou Superior;d. Estaduais e Federais.

8. Sobre o ponto Jurisdição, podemos afirmar que é correto dizer (QUESTÃO ANULADA):a. Que o Princípio da Aderência Territorial é absoluto;b. Que as partes não podem evitar que recaia sobre elas e sobre a esfera de seus direitos a

vontade do Estado, uma vez provocado, por força do Princípio da Indelegabilidade;c. É possível a qualquer dos poderes delegar suas funções, inclusive o Poder Judiciário;d. Cabe ao tribunal o julgamento de todo e qualquer recurso.

9. Assinale a alternativa incorreta (QUESTÃO ANULADA):a. A norma jurídica processual não retroage para alcançar os fatos anteriores a sua

vigência;b. As normas jurídicas materiais são aquelas que disciplinam imediatamente a cooperação

entre pessoas e os conflitos de interesses ocorrentes na sociedade;c. Norma jurídica processual é aquela que contribui indiretamente para a solução dos

conflitos interindividuais;d. Toda e qualquer norma jurídica tem eficácia limitada no tempo e no espaço.

10. Podemos afirmar que a necessidade de que se dê ciência a cada litigante dos atos praticados pelo juiz ou pelas partes consiste no princípio da:

a. Motivação;b. Contraditório;c. Ampla defesa;d. Igualdade das Partes.

Avaliação P2 aplicada em ?1. Todo o complexo sistema do Poder Judiciário coordena-se sob a égide:

a. Da Constituição Federal;b. Do Supremo Tribunal Federal;c. Do Superior Tribunal de Justiça;d. Do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

2. O conjunto de normas que visa estabelecer a organização judiciária é a:a. Lei processual;b. Lei de Organização Judiciária;c. Leis constitucionais e federais;d. Somente as leis constitucionais.

3. O ingresso na carreira da Magistratura em regra se dá por concurso público salvo quanto aos:a. Juízes monocráticos;b. Ministros;c. Juízes trabalhistas;d. Todas as respostas estão erradas.

4. Os organismos que compõem a estrutura judiciária brasileira são:a. Justiça Especial, Justiça Comum, Justiça do Trabalho, Justiça Militar, Justiça Militar

Estadual;b. Justiça Federal, Justiça Estadual, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar

Estadual e Federal;

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c. Justiça Federal, Justiça Comum, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar Estadual e Federal;

d. Justiça Federal, Justiça Especial, Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar Estadual e Federal.

5. As comarcas se classificam em:a. 1ª e 2ª Instâncias e Instância Extraordinária;b. 1ª, 2ª e 3ª Entrâncias e Entrância Especial;c. Seções Judiciárias e Regiões;d. Interior e Capital.

6. As pessoas que, ao lado do Juiz, agem em nome do Estado no processo, ocupando cargo criado pela Lei, são denominadas:

a. Auxiliar eventual da justiça;b. Auxiliar permanente da justiça;c. Testemunhas e informantes da justiça;d. Ministério Público.

7. Toda e qualquer causa trazida a exame do judiciário apresenta necessariamente uma série de elementos que são:

a. Possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimidade de agir;b. Partes, fatos e fundamentos jurídicos, e pedido;c. Possibilidade jurídica do pedido, partes e pedido;d. Interesse de agir, fatos e fundamentos, e pedido.

8. A respeito da competência absoluta, assinale a alternativa incorreta:a. Não se tolera a modificação dos critérios estabelecidos;b. A competência em razão do local não é um de seus exemplos;c. Ela é prorrogável quando houver disposição das partes neste sentido;d. Todas as alternativas estão erradas;

9. O genitor de Simone, maior de dezoito e menor de vinte e um anos de idade, promoveu uma ação indenizatória em face de seu vizinho, pois no mês anterior o mesmo atentou contra a honra de sua filha. Esta ação civil:

a. Deverá ser recebida e ter curso normal até a prolação de decisão de mérito;b. Deverá ser rejeitada por ilegitimidade de parte;c. Deverá ser rejeitada por falta de interesse de agir;d. Deverá ser rejeitada por litispendência.

10. A Teoria Abstrata do Direito de Ação é aplicável:a. Somente no Direito Processual Civil;b. Em qualquer ramo do Direito Processual;c. Somente no Direito Processual Penal;d. Somente nas ações propostas perante as justiças especiais.

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