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A ORGANIZAÇÃO E SUAS TEORIAS ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA A Escola de Administração Científica iniciou com Frederick Taylor, e seu estudo sobre tempos e movimentos, criado no fim do século XIX, início do século XX.Taylor procurava uma forma de elevar o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse mais em menos tempo sem elevar os custos de produção, sua busca era para organizar o ambiente de trabalho. Ele observou que os sistemas administrativos da época eram falhos. A falta de padronização dos métodos de trabalho, o desconhecimento por parte dos administradores do trabalho dos operários e a forma de remuneração utilizada foram as principais falhas estudadas por Taylor. Assim, em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela primeira vez suas teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo dos tempos e movimentos , onde o trabalho seria todo decomposto em suas etapas até ser definido um método a ser seguido por todos os operários com a padronização de tarefas e das ferramentas. Surge com isso a divisão do trabalho , onde os operários deveriam ser escolhidos com base em suas aptidões para a realização de determinadas tarefas, e então treinados para que executem da melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a remuneração do trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada, pois desta forma, ele teria um incentivo para produzir mais. Com o seu segundo livro” Princípios da Administração Científica”, Taylor apresenta seus estudos, porém com maior ênfase em sua filosofia, e introduz os quatro princípios fundamentais da administração científica: 25/04/2022 1

TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

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A ORGANIZAÇÃO E SUAS TEORIAS ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICAA Escola de Administração Científica iniciou com Frederick Taylor, e seu estudo sobre tempos e movimentos, criado no fim do século XIX, início do século XX.Taylor procurava uma forma de elevar o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse mais em menos tempo sem elevar os custos de produção, sua busca era para organizar o ambiente de trabalho. Ele observou que os sistemas administrativos da época eram falhos. A falta de pa

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A ORGANIZAÇÃO E SUAS TEORIAS

ADMINISTRAÇÃO CIENTIFICA

A Escola de Administração Científica iniciou com Frederick Taylor, e seu estudo sobre tempos

e movimentos, criado no fim do século XIX, início do século XX.Taylor procurava uma forma de

elevar o nível de produtividade conseguindo que o trabalhador produzisse mais em menos tempo

sem elevar os custos de produção, sua busca era para organizar o ambiente de trabalho.

Ele observou que os sistemas administrativos da época eram falhos. A falta de padronização dos

métodos de trabalho, o desconhecimento por parte dos administradores do trabalho dos

operários e a forma de remuneração utilizada foram as principais falhas estudadas por Taylor.

Assim, em 1903, ele publica o livro “Administração de Oficinas” onde expõe pela primeira vez

suas teorias. Taylor propõe a racionalização do trabalho por meio do estudo dos   tempos e

movimentos, onde o trabalho seria todo decomposto em suas etapas até ser definido um método

a ser seguido por todos os operários com a padronização de tarefas e das ferramentas.

Surge com isso a divisão do trabalho, onde os operários deveriam ser escolhidos com base em

suas aptidões para a realização de determinadas tarefas, e então treinados para que executem

da melhor forma possível em menos tempo. Taylor, também, defende que a remuneração do

trabalhador deveria ser feita com base na produção alcançada, pois desta forma, ele teria um

incentivo para produzir mais.

Com o seu segundo livro” Princípios da Administração Científica”, Taylor apresenta seus

estudos, porém com maior ênfase em sua filosofia, e introduz os quatro princípios fundamentais

da administração científica:

Princípio de planejamento – Substituição de métodos empíricos por procedimentos científicos –

sai de cena o improviso e o julgamento individual, o trabalho deve ser planejado e testado, seus

movimentos decompostos a fim de reduzir e racionalizar sua execução.

Princípio de preparo dos trabalhadores – Selecionar os operários de acordo com as suas

aptidões e então prepará-los e treiná-los para produzirem mais e melhor, de acordo com o

método planejado para que atinjam a meta estabelecida.

Princípio de controle – Controlar o desenvolvimento do trabalho para se certificar de que está

sendo realizado de acordo com a metodologia estabelecida e dentro da meta.

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Princípio da execução  – distribuir as atribuições e responsabilidades para que o trabalho seja o

mais disciplinado possível.

A teoria proposta por Taylor e que causou uma verdadeira revolução no sistema produtivo seguiu

sendo aperfeiçoada ao longo dos anos apesar das críticas e é sem dúvida alguma a precursora

da Teoria Administrativa. 

As principais críticas a administração científica de Taylor são:

• Para os críticos a AC transformou o homem em uma máquina. O operário é tratado como

apenas uma engrenagem do sistema produtivo, passivo e desencorajado de tomar iniciativas.

• A padronização do trabalho seria mais uma intensificação deste do que uma forma de

racionalizar o trabalho;

• A super especialização do operário facilita o treinamento e a supervisão do trabalho, porém,

isso reduz sua satisfação e ele adquire apenas uma visão limitada do processo;

• A AC não leva em conta o lado social e humano do trabalhador. A análise de seu desempenho

leva em conta apenas as tarefas executadas na linha de produção;

• A AC propõe uma abordagem científica para a administração, no entanto, ela mesma carece de

comprovação científica e teve sua formulação baseada no conhecimento empírico;

• A AC se restringe apenas aos aspectos formais da organização não abrangendo por exemplo o

conflito que pode haver entre objetivos individuais e organizacionais;

• A AC trata da organização como um sistema fechado sem considerar as influências externas.

Taylor entendia que para garantir maior produção com menor custo era preciso adotar os

seguintes itens:

1-SELECAO CIENTIFICA DO TRABALHADOR- O trabalhador deve desempenhar tarefas

compatíveis com sua capacidade, deveria ser treinado para a função buscando aumento de

produtividade.

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2-TEMPO-PADRAO - cada funcionário deverá produzir um mínimo estabelecido pela empresa,

isto deveria ser rigorosamente controlado, pois ele entendia que se o salário tivesse garantido o

funcionário não se esforçaria.

3-INCENTIVO SALARIAL-seu rendimento seria proporcional a sua produção.

4-GERENTES PLANEJAM, OPERÁRIOS EXECUTAM-o planejamento era exclusivo das

gerências, sem participação dos operários.

5-DIVISAO DO TRABALHO-o trabalho era dividido em várias etapas, buscando através da

simplicidade de cada tarefa, aumento de produtividade e remuneração proporcional ao volume

produzido.

6-TRABALHO EM CONJUNTO - o interesse dos funcionários e da administração podem ser

conciliados (altos salários x baixos custos de produção).

7-SUPERVISÃO-também deve ser dividida por áreas, e acompanhada a produção mínima de

cada operário.

8-ÊNFASE NA EFICIÊNCIA-deveria haver estudos de cada movimento dos operários buscando

a melhor maneira de executar uma tarefa.

9-ENFOQUE MECANICISTA DO SER HUMANO-cada funcionário era considerado como uma

peça de uma máquina, sem levar em consideração sua condição de ser humano.

10-HOMO ECONOMICUS - a administração científica não considera a auto-realização,

reconhecimento pelo trabalho, apenas remunera pela produção.

11- ABORDAGEM FECHADA-a empresa não levava em consideração o mercado, suas

influências diretas e indiretas ao ambiente da empresa.

12-SUPERESPECIALIZAÇÃO DO OPERÁRIO-com a divisão das tarefas, os operários

executavam tarefas repetitivas, monótonas e desvinculadas de um todo.

13-EXPLORAÇÃO DOS EMPREGADOS-apenas os interesses patronais eram levados em

consideração, na época não existiam leis trabalhistas que protegessem os funcionários.

Taylor é normalmente visto como administrador desumano, insensível, tratava os operários

como objeto, preocupava-se apenas em produtividade e aumento de lucros.

Entretanto, por mais que se critique sua conduta, muitas de seus métodos serviram para que

hoje, ainda sejam utilizados e foram fontes de estudos da tecnologia da automação industrial,

onde máquinas fazem os trabalhos repetitivos.

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TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

Realizada por Henry Fayol, Os aspectos organizacionais são analisados de cima para baixo (da

direção, para execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), exatamente ao

contrário da abordagem da administração científica.

Os objetivos tanto da Administração Científica quanto da Teoria Clássica são os mesmo: a busca

da eficiência das organizações.

SEGUNDO FAYOL A EMPRESA TINHA 6 FUNÇÕES BÁSICAS:

1. Funções Técnicas: relacionadas com a produção de bens ou de serviços da empresa.

2. Funções Comerciais: relacionadas com a compra, venda e permutação.

3. Funções Financeiras: relacionadas com a procura e gerência de capitais.

4. Funções de Segurança: relacionadas com a proteção e preservação dos bens e das

pessoas.

5. Funções Contábeis: relacionadas com inventários, registros, balanços, custos e estatísticas.

6. Funções Administrativas: coordenam e sincronizam as demais funções.

As funções universais da Administração são, segundo Fayol são:

Previsão: envolve avaliação do futuro e aprovisionamento em funções dele. Unidade,

continuidade, flexibilidade e apreciação são os aspectos principais de um plano de ação.

Organização: Proporciona todas as coisas úteis ao funcionamento da empresa e pode ser

dividida em organização material e organização social.

Comando: Leva a organização a funcionar. Seu objetivo é alcançar o máximo retorno de todos

os empregados no interesse dos aspectos globais.

Coordenação: Harmoniza todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e seu

sucesso. Ela sincroniza coidas e ações em suas proporções certas e adapta os meios aos fins.

Controle: Consiste na verificação para certificar se todas as coisas ocorrem em conformidade

com o plano adotado, as instruções transmitidas e os princípios estabelecidos. O objetivo é

localizar as fraquezas e os erros no sentido de retificá-los e prevenir a recorrência.

Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa, isto é, ela se reparte por

todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula. Em outros termos, a

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função administrativa não se concentra exclusivamente no topo da empresa, nem é privilégio dos

diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. À medida que

se desce na escala hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e, à

medida que se sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume das funções

administrativas

A organização pode ser usada com dois significados diferentes:

1. Organização como na unidade ou entidade social, na qual as pessoas interagem entre si para

alcançar objetivos específicos. Ex.: A empresa. Pode ser formal ou informal.

2. Organização como função administrativa e parte do processo administrativo (como a previsão,

o comando, a coordenação e o controle) neste sentido organização significam atos de organizar

e estruturar.

Os 14 princípios gerais, segundo Fayol, são:

1. Divisão do trabalho: Consiste na especialização das tarefas e das pessoas para aumentar a

eficiência.

2. Autoridade e responsabilidade: Autoridade e o direito de dar ordens e o poder de esperar

obediência. A responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de

prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si.

3. Disciplina: Depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos

acordos estabelecidos.

4. Unidade de comando: Cada empregado deve receber ordens apenas de um superior. É o

princípio da autoridade única.

5. Unidade de direção: Uma cabeça e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o

mesmo objetivo.

6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da empresa

devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas.

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7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e

para a organização em termos de retribuição.

8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização.

9. Cadeia escalar: É a linha de autoridade que vai do escalão mais alto ao mais baixo em função

do princípio do comando.

10. Ordem: Um lugar para cada coisa e cada coisa em seus lugar. É a ordem material e humana.

11. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal.

12. Estabilidade pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para a eficiência da

organização. Quanto mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a

empresa.

13. Iniciativa: a capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso.

14. Espírito de equipe: A harmonia entre as pessoas é grande força para a organização.

CONCLUSÕES SOBRE A CAPACIDADE DAS PESSOAS SEGUNDO FAYOL

1. A capacidade principal de um operário é a capacidade técnica.

2. A medida que se eleva na escala hierárquica, a importância relativa da capacidade

administrativa aumenta, enquanto a capacidade técnica diminue.

3. A capacidade principal do diretor é a capacidade administrativa. Quanto mais elevado o nível

hierárquico do diretor, mais essa capacidade domina.

Fayol afirma a necessidade de um ensino organizado e metodológico da Administração, de

caráter geral para formar administradores, a partir de suas aptidões e qualidades pessoais. Em

sua época, essa idéia era uma novidade. A Teoria Clássica concebe a organização como se

fosse uma estrutura, forma e disposição das partes que a constituem, além do inter-

relacionamento entre as partes.

“A divisão do trabalho constitui a base da organização; na verdade, é a própria razão da

organização.” A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas, ou

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seja, à heterogeneidade.A Teoria Clássica ao contrário da Administração Científica se preocupa

com a divisão no nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, com os departamentos,

divisões, seções e unidades.

A divisão do trabalho pode se dar em duas direções:

1. Verticalmente, segundo os níveis de autoridade e responsabilidade. Esta aumenta à medida

que se sobe a hierarquia da Organização.

2. Horizontalmente, segundo os diferentes tipos de atividades desenvolvidas na organização.

Num mesmo nível hierárquico, cada departamento passa a ser responsável por uma atividade

específica e própria. Fayol incluirá a coordenação como um dos elementos da Administração,

enquanto outros autores clássicos a incluem nos Princípios de Administração.A coordenação

indica que há um alvo ou objetivo a alcançar e que deve guiar os atos de todos. A pressuposição

básica era de que quanto maior a organização e quanto maior a divisão do trabalho, tanto maior

será a necessidade de coordenação, para assegurar a eficiência da organização como um todo.

Fayol dava a preferência pela organização linear, que constitui um dos tipos mais simples de

organização. A organização linear se baseia nos princípios de:

1. Unidade de comando e supervisão técnica;

2. Unidade de direção;

3. Centralização da autoridade;

4. Cadeia escalar.

A organização Linear é um tipo de estrutura que apresenta uma forma piramidal.Supervisão

linear, baseada na unidade de comando e que é o oposto da supervisão funcional proposta pela

Administração Científica.Presença de órgãos de staff ou de assessoria: fornecem aos órgãos de

linha serviços, conselhos, recomendações, assessoria e consultoria, que esses órgãos não têm

condições de prover por si próprios.

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TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

George Elton Mayo – cientista social australiano chefiou uma experiência numa fábrica da

Western Eletric Company, situada em Chicago, no bairro de Hawthorne. Foi um movimento de

resposta contrária à Abordagem Clássica da Gestão, considerada pelos trabalhadores e

sindicatos como uma forma elegante de explorar o trabalho dos operários para benefício do

patronato. Essa alta necessidade de se humanizar e democratizar a gestão nas frentes de

trabalho das indústrias aliado ao desenvolvimento das ciências humanas – psicologia e

sociologia, entre outros – e as conclusões da Experiência de Hawthorne fez nascer a Teoria das

Relações Humanas

As principais origens da Teoria das Relações Humanas são as seguintes:

1. A necessidade de se humanizar e democratizar a Gestão , libertando-a dos conceitos rígidos e

mecanicistas da Teoria Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo americano.

2. O desenvolvimento das chamadas ciências humanas, principalmente a psicologia e a

sociologia, bem como a sua crescente influência intelectual e suas primeiras tentativas de

aplicação à organização industrial. Realmente, as ciências humanas, gradativamente, vieram

demonstrar a inadequação dos princípios da Teoria Clássica.

3. As ideias da filosofia pragmática de John Dewey e da Psicologia Dinâmica de Kurt Lewin foram

capitais para o humanismo na Gestão . Elton Mayo é considerado o fundador da escola. Dewey,

indirectamente, e Lewin, mais directamente, também contribuíram enormemente para a sua

concepção.

4. As conclusões da Experiência de Hawthorne, desenvolvida entre 1927 e 1932, sob a

coordenação de Elton Mayo, pondo em xeque os principais postulados da Teoria Clássica da

Gestão.

A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE

1. Primeira Fase da Experiência de Hawthorne

2. Segunda Fase da Experiência de Hawthorne (Sala de Experiência de Montagem de Relés)

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3. Terceira Fase da Experiência de Hawthorne (Programa de Entrevistas)

4. Quarta Fase da Experiência de Hawthorne (Sala de Observações de Montagem de Terminais)

Conclusões da Experiência:

a) Nível de Produção é Resultante da Integração Social: é a capacidade social do trabalhador

que estabelece o seu nível de competência e eficiência; quanto mais integrado socialmente no

grupo de trabalho, tanto maior será a disposição de produzir

b) Comportamento Social dos Empregados: verifica-se que o comportamento do indivíduo

apoia –se totalmente no grupo. Os trabalhadores não agem ou reagem individualmente, mas

como membros de um grupo. Amizade e agrupamento social devem ser considerados aspectos

relevantes para a gestão

c) As Recompensas e Sanções Sociais: são simbólicas e não materiais, porém influenciam

decisivamente a motivação e a felicidade do trabalhador. As pessoas são motivadas pela

necessidade de “reconhecimento”, de “aprovação social” e “participação”. A motivação

económica é secundária na determinação da produção do empregado

d) Grupos Informais: definem as regras de comportamento, as formas de recompensa ou

sanções sociais, punições, objectivos, escala de valores sociais, as crenças e expectativas, que

cada participante vai assimilando e integrando nas suas atitudes e comportamentos

e) As Relações Humanas: são as acções e atitudes desenvolvidas pelos contactos entre as

pessoas e o grupo, permitindo uma atmosfera onde cada pessoa é encorajada a exprimir-se livre

e sadiamente. Cada pessoa procurar se ajustar às demais pessoas do grupo para que seja

compreendida e tenha participação activa, a fim de atender seus interesses e aspirações;

f) A Importância do Conteúdo do Cargo: o conteúdo e a natureza do trabalho têm enorme

influência sobre o moral do trabalhador, tornando-o produtivo ou desmotivado. trabalhos

repetitivos tendem a se tornar monótonos afectando negativamente as atitudes do trabalhador e

reduzindo sua eficiência;

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g) Ênfase nos aspectos Emocionais: é a preocupação com as emoções e sentimentos dos

funcionários. Elementos emocionais, não planeados e até mesmo irracionais do comportamento

humano devem ser considerados dentro da organização.

A Teoria das Relações Humanas preocupou-se intensamente com o esmagamento do homem

pelo impetuoso desenvolvimento da civilização industrializada.Mayo salienta que, enquanto a

eficiência material aumentou poderosamente nos últimos duzentos anos, a capacidade humana

para o trabalho colectivo não manteve o mesmo ritmo de desenvolvimento.O que deve haver é

uma nova concepção das relações humanas no trabalho. Como resultado da Experiência de

Hawthorne, verificou-se que a colaboração na sociedade industrializada não pode ser entregue

ao acaso, enquanto se cuida apenas dos aspectos materiais e tecnológicos do progresso

humano.

“Os métodos de trabalho tendem todos para a eficiência, nenhum para a cooperação…surge o

conflito social nessa sociedade industrial: a incompatibilidade entre os objectivos organizacionais

da empresa e os objectivos pessoais dos empregados…As relações humanas e cooperação

constituem a chave para evitar o conflito social.”

"O conflito é uma chaga social, a cooperação é o bem-estar social.“ Elton Mayo

Depois da Experiência de Hawthone, Elton Mayo defende:

l. O trabalho é uma atividade tipicamente grupal

2. O operário não reage como individuo isolado mas como membro de um grupo social

3. A tarefa básica da Gestão é formar uma elite capaz de compreender e de comunicar, dotada

de chefes democráticos, persuasivos e simpáticos a todo o pessoal

4. A pessoa é motivada essencialmente pela necessidade de "estar junto", de "ser reconhecida",

de receber adequada comunicação

5 . A civilização industrializada trata como consequência a desintegração dos grupos primários

da sociedade, como a família, os grupos informais e a religião, enquanto a fábrica surgirá como

uma nova unidade social que proporcionará um novo lar, um local de compreensão e de

segurança emocional para os indivíduos.

Os trabalhadores são criaturas sociais completas, com desejos, sentimentos e temores. O

comportamento no trabalho é consequência de muitos factores motivacionais, são motivados por

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necessidades e alcançam as suas satisfações primárias por meio dos grupos com os quais

interagem,o comportamento dos grupos pode ser manipulado por meio de um adequado estilo de

liderança e supervisão, as normas do grupo funcionam como mecanismos reguladores do

comportamento dos membros

Motivação no comportamento humano

O comportamento humano não depende só do passado ou do futuro, mas do campo dinâmico

actual e presente. Esse campo dinâmico é o “espaço de vida que contém a pessoa e o seu

ambiente psicológico”

As necessidades humanas básicas

Necessidades fisiológicas – necessidades vitais ou vegetativas relacionadas com a sobrevivência

do individuo, inatas e instintivas, comuns aos animais. Exigem satisfação periódica e cíclica.

Necessidades psicológicas – exclusivas do homem, aprendidas e adquiridas no decorrer da vida.

São raramente satisfeitas na sua plenitude e com o passar do tempo vão desenvolvendo-se e

sofisticando-se (segurança intima, autoconfiança, afeição).

Necessidades de auto realização – são produto da educação e da cultura. São a síntese de

todas as outras necessidades, é o impulso de cada um realizar o seu próprio potencial, continuo

auto-desenvolvimento no sentido mais elevado.

A liderança é a influência interpessoal exercida numa situação, e dirigida através de processos

da comunicação humana à consecução de um ou de diversos objectivos específicos. É um

fenómeno social. É considerada em função dos relacionamentos existentes entre pessoas numa

determinada estrutura social. Como relação funcional, a liderança é uma função das

necessidades existentes numa determinada situação, que consiste numa relação entre um

indivíduo (líder) e um grupo (liderados). È uma influência interpessoal (influência = força

psicológica), na qual uma pessoa age de forma a modificar o comportamento de outra, de modo

intencional.

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Teorias de Traços de personalidade

São as mais antigas, os traços são características distintivas de personalidade, sendo que o

líder é aquele que possui traços específicos que o distingue dos restantes (traços físicos,

intelectuais, so-

ciais, relacionados com a tarefa).

Estudam os estilos de comportamento do líder em relação aos seus subordinados, ou seja ,

orientação de conduta.

Teorias situacionais de Liderança

Procuram explicar a liderança dentro de um contexto mais amplo. Partem do principio que

não existe um único estilo ou características de liderança válida para todas e qualquer

situação. Cada tipo de situação requer um tipo de liderança diferente. São mais atractivas para o

gerente , uma vez que possibilitam a constante mudança da situação e a sua adequação

a um modelo, ou até mesmo á criação de novos modelos de liderança.

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Motivação no comportamento humano

TeorEstilos de Liderança

Autocrática Democrática Liberal

Apenas o líder fixa asdirectrizes, sem qualquerparticipação do grupo.

O líder determina asprovidencias e as técnicaspara a execução das tarefas,uma da cada vez, á medidaque se tornam necessárias ede modo imprevisível para o grupo.

O líder determina qual a tarefaque cada um deve executar.

O líder é dominador e é “pessoal”nos elogios e criticas ao trabalhode cada membro.

As directrizes são debatidas e decididas pelo grupo, estimuladoe assistido pelo líder.

O grupo esboça as providenciase as técnicas para atingir o alvo,solicitando aconselhamento técnicoao líder se necessário, este sugereduas alternativas para o grupo escolher.

A divisão das tarefas fica ao critériodo grupo.

O líder procura ser membro formaldo grupo, em espírito, sem encarregar-semuito de tarefas. É objectivo e limita-se a factos nas suas criticas ou elogios.

Há liberdade completa para asdecisões do grupo ou individuais, com a participação mínima do líder.

A sua participação no debate é limitada, apresentando materiais variados ao grupo, esclarecendo que pode fornecer mais informações, desde que sejam solicitadas.

A divisão das tarefas fica a Cargo do grupo.

O líder não faz nenhuma tentativa deavaliar ou de regular o curso dos acontecimentos. Faz comentáriosirregulares sobre as actividadesquando lhe é perguntado.

Page 13: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Comunicações

Neste sentido, o enfoque das relações humanas criou um efeito que foi conferir aos gestores

assegurar a participação dos escalões inferiores na solução dos problemas da empresa;

incentivar maior franqueza e confiança entre os indivíduos e os grupos nas empresas. A

comunicação é uma atividade administrativa que tem dois propósitos principais:

Proporcionar informação e compreensão necessárias para que as pessoas possam

conduzir as suas tarefas;

Proporcionar atitudes necessárias que promovam a motivação, cooperação e

satisfação nos cargos.

A comunicação é importante no relacionamento entre as posições. Os subordinados devem

receber continuamente dos superiores um fluxo de comunicação capaz de suprimir as suas

necessidades. Os superiores devem receber dos subordinados um fluxo de comunicações

capaz de lhes fornecer uma ideia adequada dos acontecimentos.

Organização Informal

Existem padrões de relações nas empresas que não aparecem no organigrama.

Estes desenvolvem-se a partir da interacção imposta e determinada pela organização formal, e

são relações de uma grande variedade (de trabalho, amizade, identificação, Antagonismo…) e

constituem a Organização Informal.

Numa empresa os comportamentos dos grupos sociais está condicionado a dois tipos de

organização: a formal ou racional, e a informal ou natural.

Na sua origem encontram-se factores como:

Os interesses comuns que se desenvolvem entre as pessoas e que as fazem

relacionar mais intimamente.

A interacção provocada pela própria organização formal, através dos contactos e de

relações que se têm que estabelecer no ambiente formal de trabalho

.A flutuação do pessoal dentro da empresa provoca a alteração dos grupos sociais

informais.

Os períodos de lazer permitem uma intensa interacção entre as pessoas permitindo

vínculos Sociais.

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Page 14: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Após o domínio da Teoria das Relações humanas por cerca de mais de uma década, ao final

dos anos 50, entrou em declínio, passando a ser intensamente criticada, a tal ponto que suas

concepções passaram a ser profundamente revistas e alteradas. Citamos a seguir as principais

críticas à teoria:

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Dinâmica de grupo

Características dos grupos

O que caracteriza um grupo humano, é o facto de os seus membros terem um alvo comum, objectivo comum e apresenta-se como:

Uma finalidade, objectivo comum.

Uma estrutura.

Uma organização dinâmica.

Uma coesão interna.

A dinâmica de um grupo é a “soma de interesses”dos componentes do grupo, que é activada porestímulos e motivações, no sentido de maior harmonia e aumento do relacionamento.

Dinâmica de Grupo e MudançasO comportamento, as atitudes, as crenças e os valores dos indivíduos baseiam-senos grupos aos quais pertencem.

Os grupos podem participar num processo de mudança em três perspectivas:

O grupo como instrumento de mudança, ou seja, como fonte de influência sobre os seus membros.

O grupo como meta de mudança, para mudar o comportamento dos indivíduos, pode tornar-se necessário mudar os padrões do grupo , estilo de liderança , padrões emotivos…

O grupo como agente de mudança, de comportamentos que podem ser provocadas por meio de esforços de organização do grupo. A resistência á mudança é um fenómeno geral dos organismos sociais.

Page 15: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Oposição cerrada a Teoria Clássica

Inadequada visualização dos problemas das relações industriais

Concepção ingênua e romântica do operário

Limitação do campo experiental

Parcialidade das conclusões

Enfase nos grupos informais

Enfoque manipulativo das relações humanas

TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

O termo Teoria Neoclássica, pode ser considerado impróprio para alguns. Os principais autores

são: Peter F. Drucker, Ernest Dale, Harold Koontz, Cyril O’Donnell, Michael Jucius, William

Newman, Ralph Davis, George Terry, Morris Hurley, Louis Allen —há também os autores da

escola da Administração por Objetivos — não se preocupavam em se alinhar dentro de uma

visão comum. Na verdade, alguns autores neoclássicos não formam uma escola bem definida,

mas um movimento relativamente heterogêneo que recebe denominações como Escola

Operacional ou Escola do Processo Administrativo. Adequamos pensamentos mais bem

elaborados de alguns desses autores como base. A denominação de teoria se justifica pela

retomada de algumas características da administração clássica, porém mais desenvolvida,

devido a alguns testes, experimentos, antes realizados, o que não foi o caso no Clássico.

Características

As principais características da Teoria Neoclássica são as seguintes:

Ênfase na prática da administração.

Reafirmação dos postulados clássicos.

Ênfase nos princípios gerais de administração.

Ênfase nos objetivos e nos resultados.

Ecletismo nos conceitos.

Ênfase na departamentalização.

Vejamos cada uma dessas características.

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Page 16: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

 Ênfase na prática da administração

A Teoria Neoclássica caracteriza-se por: uma forte ênfase nos aspectos práticos da

Administração, pelo pragmatismo e pela busca de resultados concretos e palpáveis, embora não

se descuide dos conceitos teóricos. Os neoclássicos desenvolvem seus conceitos de forma

prática e utilizável, visando à ação administrativa. A teoria somente tem valor quando

operacionalizada na prática. Quase todos os neoclássicos referem-se a essa prática da

Administração ou a essa ação administrativa, enfatizando aspectos instrumentais da

Administração. A Teoria Neoclássica representa a contribuição do espírito pragmático americano.

Busca de resultados concretos e palpaveis, embora não descuide dos conceitos teoricos, visando

á ação administrativa, enfatizando aspectos instrumentais da administração.

Reafirmação relativa dos postulados clássicos

A Teoria clássica é uma reação à influência das ciências do comportamento no campo da

Administração em detrimento dos aspectos econômicos e concretos que envolvem o

comportamento das organizações. Os neoclássicos retomam grande parte do material

desenvolvido pela Teoria Clássica, redimensionando-o e reestruturando-o de acordo com as

condições da época atual, dando-lhe uma configuração mais ampla e flexível. A estrutura de

organização do tipo linear, funcional e linha staff, as relações de linha e assessoria, o problema

da autoridade e responsabilidade, a departamentalização e toda uma avalanche de conceitos

clássicos são realinhados dentro da nova abordagem neoclássica.

Ênfase nos princípios gerais de Administração

Os neoclássicos definem normas de comportamento administrativo. Os princípios de

Administração, que os clássicos utilizavam como “leis” são retomados como critérios elásticos

para a busca de soluções práticas. O estudo da Administração para alguns autores, como Koontz

e O’Donnell,1 The Haiman e outros, baseia-se na utilização de princípios gerais de como

planejar, organizar, dirigir, controlar etc. Os administradores são essenciais a toda organização

dinâmica e bem-sucedida, pois devem planejar, organizar, dirigir e controlar as operações do

negócio. Os neoclássicos se preocupam em estabelecer princípios gerais da Administração para

orientar o administrador em suas funções. Esses princípios, apresentados sob conteúdos

variados por autor, definem o processo pelo qual o administrador deve planejar, organizar, dirigir

e controlar o trabalho dos subordinados. Alvin Brown chegou a coletar 96 princípios gerais.

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Page 17: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Ênfase nos objetivos e nos resultados

Toda organização existe, não para si mesma, mas para alcançar objetivos e produzir resultados.

É em função dos objetivos e resultados que a organização deve ser dimensionada, estruturada e

orientada. Daí a ênfase colocada nos objetivos organizacionais e nos resultados pretendidos

como forma de avaliar o desempenho das organizações. Os objetivos são valores visados ou

resultados desejados pela organização. A organização espera alcançá-los por meio de sua

operação eficiente. Se a operação falha, os objetivos são parcialmente alcançados ou

simplesmente frustrados. São os objetivos que justificam a existência e operação de uma

organização. Um dos melhores produtos da Teoria Neoclássica é a chamada Administração por

Objetivos (APO), de que trataremos mais adiante.

Ecletismo da teoria neoclássica

Os autores neoclássicos são ecléticos, absorvendo o conteúdo de outras teorias administrativas

mais recentes. A pluralidade de autores e idéias somados às diferentes origens de inspiração faz

da Teoria Neoclássica ampla e diversificada. Trata-se de um movimento de agregação de idéias.

Devido a esse ecletismo, a Teoria Neoclássica se afigura como uma Teoria Clássica atualizada e

dentro do figurino eclético que define a formação do administrador na metade final do século XX.

Administração como técnica social

Para os neoclássicos, a “Administração consiste em orientar, dirigir e controlar os esforços de um

grupo de pessoas para um objetivo comum. O administrador é aquele que possibilita ao grupo

alcançar seus objetivos com o mínimo dispêndio de recursos e de esforço e com menos atritos

com outras atividades úteis”. A Administração é uma atividade essencial a todo esforço humano

coletivo, seja na empresa industrial ou de serviços, no exército, hospitais, na igreja etc. O ser

humano necessita cooperar com outras pessoas para atingir seus objetivos. A Administração é

basicamente uma técnica social de lidar com pessoas, influenciando-as para conquistar objetivos

e resultados... Conforme as necessidades internas e externas, a organização pode ser

estruturada seguindo uma especialização vertical ou uma especialização horizontal, a saber:

Especialização vertical = maior número de níveis hierárquicos

Especialização horizontal = departamentalização - maior número de órgãos

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Page 18: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Aspectos administrativos comuns às organizações

Todas as instituições são organizações e têm uma dimensão administrativa comum. Cada

organização deve ser considerada sob o ponto de vista de eficácia e de eficiência,

simultaneamente. Eficácia é a medida do alcance de resultados, enquanto eficiência é a medida

da utilização dos recursos nesse processo. Em termos econômicos, a eficácia da empresa

refere-se à sua capacidade de satisfazer uma necessidade da sociedade por meio do suprimento

de produtos (bens ou serviços), enquanto a eficiência é uma relação técnica entre entradas e

saídas. Assim, a eficiência é uma relação entre custos e benefícios, ou seja, uma relação entre

os recursos aplicados e o produto final obtido: é a razão entre esforço e resultado, entre despesa

e receita, entre custo e benefício resultante. Contudo, nem sempre a eficácia e a eficiência

andam de mãos dadas. Uma empresa pode ser eficiente em suas operações e pode não ser

eficaz, ou vice-versa. Pode ser ineficiente em suas operações e, apesar disso, ser eficaz, muito

embora a eficácia fosse bem melhor quando acompanhada da eficiência. Pode também não ser

eficiente nem eficaz. O ideal seria uma empresa igualmente eficiente e eficaz, ao qual se poderia

dar o nome de excelência.

Princípios básicos da organização

Os neoclássicos dão algumas pinceladas adicionais no conceito de organização formal. A

organização consiste em um conjunto de posições funcionais hierárquicas orientado para o

objetivo econômico de produzir bens ou serviços. Os princípios fundamentais da organização

formal são:

Divisão do trabalho.

Especialização.

Hierarquia.

Amplitude administrativa.

Vejamos cada um desses princípios básicos.

Divisão do trabalho

O objetivo imediato e fundamental de toda organização é a produção de serviços. Para ser

eficiente, a produção deve basear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira

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Page 19: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série de pequenas tarefas que o

constituem. A divisão do trabalho começou a ser praticada a partir da Revolução Industrial,

provocando uma mudança radical no conceito de produção pela fabricação maciça por meio da

máquina em substituição ao artesanato e da aplicação da especialização do trabalhador na linha

de montagem. O importante era que cada pessoa produzisse a maior quantidade possível de

unidades dentro de um padrão de qualidade, objetivo que somente poderia ser atingido por uma

relativa automatização na atividade humana baseada na repetição constante da mesma tarefa.

Especialização

Como conseqüência do princípio da divisão do trabalho surge a especialização: cada órgão ou

cargo passa a ter funções e tarefas específicas e especializadas.

Niveis hierárquicos

Outra conseqüência do princípio da divisão do trabalho é a diversificação funcional dentro da

organização. A pluralidade de funções imposta pela especialização exige o desdobramento da

função de comando, cuja missão é dirigir todas as atividades para que elas cumpram

harmoniosamente as respectivas missões. Isso significa que, além de uma estrutura de funções

especializadas, a organização precisa também de uma estrutura hierárquica para dirigir as

operações dos níveis que lhe estão subordinados. Daí o princípio da hierarquia: o princípio

escalar. Em toda organização formal existe uma hierarquia que divide a organização em

camadas ou níveis de autoridade. Na medida em que se sobe na escala hierárquica, aumenta o

volume de autoridade do administrador. Ao mesmo tempo em que diminui a necessidade de

conhecimento técnico-operacional.

Autoridade

Para os clássicos, a autoridade é conceituada como um poder formal, ou seja, o direito de dar

ordens, de comandar outros, para que executem ou deixem de executar algo, da maneira

considerada, pelo possuidor dessa autoridade, como adequada para a realização dos objetivos

da empresa ou do órgão. Fayol dizia que a “autoridade é o direito de dar ordens e o poder de

exigir obediência”, conceituando-a como poder formal e poder legitimado. Assim, como condição

básica para a tarefa administrativa, a autoridade investe o administrador do direito reconhecido

de dirigir subordinados para que desempenhem atividades voltadas ao alcance dos objetivos da

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Page 20: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

empresa. A autoridade formal é um poder concedido pela organização ao indivíduo que nela

ocupa uma determinada posição. Para os neoclássicos, autoridade é o direito formal e legítimo

de tomar decisões, transmitir ordens e alocar recursos para alcançar os objetivos desejados da

organização.

A autoridade se distingue por três características:

1. Autoridade é alocada em posições da organização e não em pessoas. Os

administradores têm autoridade devido às posições que ocupam. Outros administradores

nas mesmas posições têm a mesma autoridade.

2. Autoridade é aceita pelos subordinados. Os subordinados aceitam a autoridade

dos superiores porque acreditam que eles têm o direito legítimo, transmitido pela

organização, de dar ordens e esperar o seu cumprimento.

3. A autoridade flui para baixo através da hierarquia verticalizada. A autoridade flui do

topo até a base da organização, e as posições do topo têm mais autoridade do que as

posições da base.

Responsabilidade

A responsabilidade é o outro lado da moeda. Significa o dever de desempenhar a tarefa ou

atividade para a qual a pessoa foi designada. O grau de autoridade é proporcional ao grau de

responsabilidade assumida pela pessoa. Para os autores neoclássicos, a responsabilidade

provém da relação superior-subordinado e do fato de alguém ter autoridade para exigir

determinadas tarefas de outras pessoas. É a relação contratual pela qual o subordinado

concorda em executar serviços em troca de retribuições ou compensação monetária. A

autoridade emana do superior para o subordinado, enquanto a responsabilidade é a obrigação

exigida do subordinado para que este realize tais deveres. Como se diz, a responsabilidade é

delegada a subordinados, embora o que se delega é a autoridade e não somente a

responsabilidade. Sobre este assunto há muita discussão e controvérsia.

Delegação

Delegação é o processo de transferir autoridade e responsabilidade para posições inferiores na

hierarquia. Muitas organizações encorajam seus gerentes a delegar autoridade aos níveis mais

baixos a fim de proporcionar o máximo de flexibilidade para satisfazer as necessidades do cliente

e se adaptar ao ambiente. As técnicas de delegação de autoridade são as seguintes:

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Page 21: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Delegar a tarefa inteira, O gerente deve delegar uma tarefa inteira a uma pessoa, em vez de

subdividi-la entre várias pessoas. Isso dá a cada indivíduo a responsabilidade completa e

aumenta sua iniciativa, enquanto proporciona ao gerente melhor controle sobre os resultados.

Delegar à pessoa certa. O administrador deve conciliar o talento da pessoa com a tarefa para

que a delegação seja eficaz e avaliar os subordinados que são independentes nas decisões e

que desejam assumir responsabilidades.

Delegar responsabilidade e autoridade. Designar apenas as tarefas não constitui uma delegação

completa. A pessoa deve ter responsabilidade para realizar a tarefa e autoridade para

desempenhar a tarefa da maneira que julgar melhor.

Proporcionar informação adequada. A delegação deve incluir informação sobre o quê, por que,

quando, onde, quem e como. O subordinado deve compreender a tarefa e os resultados

esperados.

Manter retroação. Retroação significa linhas abertas de comunicação com o subordinado para

responder questões e proporcionar orientação, mas sem exercer controle. A retroação dá ao

subordinado a pista certa, e as linhas abertas de comunicação aumentam a autoconfiança.

Avaliar e recompensar o desempenho. O administrador deve avaliar os resultados alcançados e

não apenas os métodos. Quando os resultados não alcançam as expectativas, o gerente deve

mostrar os erros e conseqüências. Quando alcançam ou ultrapassam as expectativas, o gerente

deve recompensar o trabalho bem-feito com orgulho, recompensas financeiras e delegação de

novas atividades.

Quanto maior a organização, maior o número de níveis hierárquicos de sua estrutura. A

nivelação hierárquica representa a especialização da direção, ou seja, a distribuição da

autoridade e responsabilidade nos níveis de organização. A estrutura formal é uma cadeia de

níveis hierárquicos sobrepostos — a cadeia escalar descrita por Fayol — formando uma

pirâmide, tendo a direção (nível institucional) no topo, os executores na base (nível operacional)

e, no nível intermediário, as camadas do meio do campo. Atualmente, as organizações estão

reduzindo seus níveis hierárquicos para enxugar a organização e aproximar a base do topo e

fazê-la mais ágil em um mundo repleto de mudanças.

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Page 22: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Amplitude administrativa

Em decorrência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade surge o conceito de

amplitude administrativa (ou amplitude de comando ou amplitude de controle): significa o número

de subordinados que o administrador pode dirigir. Quando o administrador tem muitos

subordinados, sua amplitude de comando é grande e ampla. A amplitude média adotada pela

organização determina a configuração geral de sua estrutura organizacional. Uma amplitude

média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma estrutura alta e

alongada. Ao contrário, uma amplitude média larga com poucos níveis hierárquicos produz uma

estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente.

Centralização e descentralização

Enquanto a Teoria Clássica de Fayol defendia a organização linear caracterizada pela ênfase

dada à centralização da autoridade, a Administração Científica de Taylor defendia a organização

funcional caracterizada pela descentralização da autoridade. O problema da centralização versus

descentralização é um assunto amplamente discutido pela Teoria Neoclássica. A centralização e

a descentralização referem-se ao nível hierárquico no qual as decisões devem ser tomadas.

Centralização significa que a autoridade para tomar decisões está centrada no topo da

organização. Com a descentralização, a autoridade de tomar decisões é delegada aos níveis

baixos da organização.

Centralização

A centralização enfatiza as relações escalares, isto é, a cadeia de comando. A organização é

desenhada dentro da premissa de que o indivíduo no topo possui a mais alta autoridade e que a

autoridade dos demais indivíduos é escalada para baixo, de acordo com sua posição relativa no

organograma. A cadeia escalar — ou cadeia de comando — está intimamente relacionada à

unidade de comando.

Vantagens

As decisões são tomadas por pessoas que têm visão global da empresa.

Os tomadores de decisão no topo são mais bem treinados e preparados do que os

dos níveis mais baixos.

As decisões são mais consistentes com os objetivos empresariais globais.

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Page 23: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

A centralização elimina esforços duplicados de vários tomadores de decisão e

reduz custos operacionais.

Funções — como compras e tesouraria — permitem maior especialização e

vantagens com a centralização.

Desvantagens

As decisões tomadas na cúpula estão distanciadas dos fatos locais e das

circunstâncias.

Os tomadores de decisão no topo têm pouco contato com as pessoas e situações

envolvidas.

As linhas de comunicação ao longo da cadeia escalar provocam demoras e maior

custo operacional.

As decisões passam pela cadeia escalar através de pessoas intermediárias e

possibilitam distorções no processo de comunicação das decisões.

Descentralização

A descentralização faz com que as decisões sejam pulverizadas para os níveis mais baixos da

organização. A tendência moderna é descentralizar para dar melhor utilização dos recursos

humanos. O princípio que rege a descentralização é assim definido: a autoridade para tomar ou

iniciar a ação deve ser delegada tão próximo da cena quanto possível. A descentralização é tanto

maior quanto:

As decisões importantes são tomadas nos níveis mais baixos da hierarquia.

Menor a supervisão sobre as decisões tomadas. A descentralização significa

relativa autonomia e independência para tomar decisões. Ocorre quando não há nenhum

controle direto sobre a tomada de decisão.

A descentralização em si não é boa nem má. Ela depende das circunstâncias. Há quatro

elementos que concorrem para aumentar a descentralização:Complexidade dos problemas

organizacionais. O avanço tecnológico, as inovações, a intensificação das comunicações, a

diversificação das linhas de produtos e mercados em desenvolvimento requerem versatilidade,

rapidez e precisão nas decisões, o que é impossível quando a autoridade é concentrada em um

só executivo no topo da organização. Aí, um só pensa, enquanto a totalidade das pessoas

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Page 24: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

trabalha dependendo de suas decisões. A descentralização utiliza todos os cérebros e músculos

da organização.Delegação de autoridade. A organização, como um organismo vivo, deve estar

apta ajustar-se e expandir-se continuamente para sobreviver e crescer. O crescimento é um sinal

de vitalidade e garantia de sobrevivência. Para não atrofiar essa vitalidade com sobrecarga de

trabalho, a delegação de autoridade a resposta correta para aumentar o esforço da organização.

Mudança e incerteza. Quanto maior a necessidade de mudança e de inovação, tanto maior será

a necessidade de descentralização.

Em tempos de estabilidade. A descentralização é preferível em épocas de certeza e

previsibilidade. Em situações de risco, crise ou dificuldade, a autoridade é centralizada no topo,

enquanto durar a emergência, e a descentralização somente voltará quando o perigo for

ultrapassado. Essa visão é criticada. A descentralização é hoje enfatizada em tempos de

mudança e de emergências.

Vantagens

Os gerentes ficam próximos do ponto no qual devem tomar as decisões. A

descentralização corta os atrasos nas decisões causadas pelas consultas à matriz ou a

supervisores distantes. As pessoas que vivem os problemas são as indicadas para

resolvê-los no local, economizando tempo e dinheiro.

Aumenta a eficiência e a motivação, aproveita melhor o tempo e a aptidão dos

funcionários, evitando que fujam à responsabilidade.

Melhora a qualidade das decisões à medida que seu volume e sua complexidade se

reduzem, aliviando os chefes do trabalho decisório. Os altos funcionários concentram-se

nas decisões importantes.

Reduz a quantidade de papelório e os gastos respectivos. Ganha-se tempo: toma-se na

hora uma decisão que levaria vários dias para ser comunicada.

Os gastos de coordenação são reduzidos em face da autonomia para tomar decisões.

Isso requer uma estrutura organizacional definida, com políticas que definam até onde as

unidades podem tomar suas decisões.

Permite a formação de executivos locais ou regionais motivados e mais conscientes dos

seus resultados operacionais. A estrutura descentralizada produz gerentes gerais em vez

de simples especialistas.

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Page 25: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Desvantagens

Falta de uniformidade nas decisões. A padronização e a uniformidade reduzem custos

operacionais. A descentralização provoca perda de uniformidade nas decisões. As

reuniões de coordenação entre o pessoal central e o regional podem reduzir esse

problema.

Insuficiente aproveitamento dos especialistas. Os especialistas de staff(suporte,

assesoria) se concentram na matriz e são mais utilizados, desde que a direção defina as

relações entre a matriz e o campo de atividades para assegurar o equilíbrio.

Falta de equipe apropriada no campo de atividades. A descentralização requer

treinamento e designação paulatina de funções.

Processo Administrativo

As funções do administrador correspondem aos elementos da Administração que Fayol definira

no seu tempo (prever, organizar, comandar, coordenar e controlar), mas com uma roupagem

atualizada. Dentro da linha proposta por Fayol, os autores neo-clássicos adotam o processo

administrativo como núcleo de sua teoria eclética e utilitarista. Cada autor, todavia, desvia-se dos

demais por adotar funções administrativas ligeiramente diferentes. Quando consideradas em um

todo integrado, as funções administrativas formam o processo administrativo. De um modo

geral, aceita-se hoje o planejamento, a organização, a direção e o controle como as funções

básicas do administrador. Essas quatro funções básicas — planejar, organizar, dirigir e controlar

— constituem o chamado processo administrativo. As funções do administrador que formam o

processo administrativo são mais do que uma seqüência cíclica, pois elas estão intimamente

relacionadas em uma interação dinâmica. O processo administrativo é cíclico, dinâmico e

interativo. Toda a literatura neoclássica se assenta no processo administrativo para explicar

como as várias funções administrativas são desenvolvidas nas organizações. Na seqüência

abordaremos cada uma das quatro funções administrativas.

 Planejamento

As organizações não trabalham na base da improvisação. Tudo nelas é planejado

antecipadamente. O planejamento é a primeira função administrativa, por servir de base para as

demais funções. O planejamento é a função administrativa que define quais os objetivos a atingir

e como se deve fazer para alcançá-los. Trata-se de um modelo teórico para a ação futura.

Começa com a definição dos objetivos e detalha os planos para atingi-los da melhor maneira

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Page 26: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

possível. Planejar é definir os objetivos e escolher o melhor curso de ação para alcançá-los. O

planejamento define onde se quer chegar, o que deve ser feito, quando, como e em que

seqüência.

 Estabelecimento de objetivos

O planejamento é um processo que começa com os objetivos e define os planos para alcançá-

los. O estabelecimento dos objetivos a serem alcançados é o ponto de partida do planejamento.

A fixação dos objetivos é a primeira coisa a ser feita: saber onde se pretende chegar para se

saber exatamente como chegar até lá. Objetivos são resultados futuros que se pretende atingir.

São alvos escolhidos que se pretende alcançar em um certo espaço de tempo, aplicando-se

determinados recursos disponíveis ou possíveis. Assim, os objetivos são pretensões futuras que,

uma vez alcançadas, deixam de ser objetivos para se tornarem realidade.

Abrangência do planejamento

Além da hierarquia de objetivos, existe também uma hierarquia do planejamento. Nesse sentido,

existem três níveis distintos de planejamento: o planejamento estratégico, o tático e o

operacional.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. É o planejamento mais amplo e abrange toda a

organização. Suas características são:

o É projetado no longo prazo e seus efeitos e conseqüências são estendidos

para vários anos (em geral, cinco) pela frente.

o Envolve a empresa como uma totalidade, abrange todos os recursos e

áreas de atividade, e preocupa-se em atingir os objetivos em nível organizacional.

o É definido pela cúpula da organização (no nível institucional) e corresponde

ao plano maior ao qual todos os demais estão subordinados.

PLANEJAMENTO TÁTICO. É o planejamento que abrange cada departamento ou

unidade da organização. Suas características são:

o É projetado para o médio prazo, geralmente para o exercício anual.

o Envolve cada departamento, abrange seus recursos específicos e

preocupa-se em atingir os objetivos departamentais.

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Page 27: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

o É definido no nível intermediário, em cada departamento da empresa.

PLANEJAMENTO OPERACIONAL. É o planejamento que abrange cada tarefa ou atividade

específica. Suas características são:

o É projetado para o curto prazo, para o imediato.

o Envolve cada tarefa ou atividade isoladamente e preocupa-se com o

alcance de metas específicas.

o É definido no nível operacional, para cada tarefa ou atividade.

Tipos de planos

O planejamento produz um resultado imediato: o plano. O plano é o produto do planejamento e

constitui o evento intermediário entre os processos de elaboração e de implementação do

planejamento. Todos os planos têm um propósito comum: a previsão, a programação e a

coordenação de uma seqüência lógica de eventos, os quais deverão conduzir ao alcance dos

objetivos que os comandam. O plano é um curso predeterminado de ação sobre um período

específico que representa uma resposta a uma antecipação ao tempo no sentido de alcançar um

objetivo formulado, O plano descreve um curso de ação para alcançar um objetivo e proporciona

respostas às questões: o quê, quando, como, onde e por quem. Existem quatro tipos distintos

de planos, que podem ser estratégicos, táticos ou operacionais, conforme seu nível de

abrangência:

Procedimentos. São planos relacionados a métodos de trabalho ou de execução. Quase

sempre, os procedimentos são planos operacionais. São representados por gráficos

denominados fluxogramas.

Orçamentos. São planos relacionados a dinheiro, receita ou despesa, dentro de um determinado

espaço de tempo. Os orçamentos são planos estratégicos quando envolvem a empresa como

uma totalidade e abrangem um período longo, como é o caso do planejamento financeiro

estratégico. São planos táticos quando cobrem determinada unidade ou departamento da

empresa por médio prazo, como são os orçamentos departamentais de despesas e que

envolvem o exercício anual, ou os orçamentos anuais de despesas de propaganda etc. São

planos operacionais quando a dimensão é local e sua temporalidade é de curto prazo, como é o

caso do fluxo de caixa (cash flow), dos orçamentos de reparos ou de manutenção etc.

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Page 28: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Programas ou programações. São os planos relacionados a tempo. Os programas se baseiam

na correlação entre duas variáveis: tempo e atividades a serem executadas. Os métodos de

programação variam, indo desde programas simples (nos quais se utiliza um simples calendário

para programar atividades, como uma agenda) até programas complexos (que exigem técnicas

matemáticas avançadas ou processamento de dados por computador para correlacionar

interdependências entre variáveis). A programação — seja simples ou complexa — constitui uma

ferramenta básica no planejamento. O programa mais simples é o cronograma: um gráfico de

dupla entrada no qual as linhas representam as tarefas ou atividades e as colunas definem

espaços de tempo (horas, dias ou meses). Os programas complexos utilizam técnicas

complicadas, como PERT (Program Evaluation Review Technique) — técnica de avaliação e

revisão de programas.

Regras ou regulamentos. São planos operacionais relacionados a comportamentos solicitados

às pessoas. Especificam como as pessoas devem se comportar em determinadas situações.

Visam substituir o processo decisório individual, restringindo o grau de liberdade das pessoas em

determinadas situações previstas de antemão.

Organização

A palavra organização pode assumir vários significados:

Organização como uma entidade social. É a organização social dirigida para objetivos

específicos e deliberadamente estruturada. A organização é uma entidade social porque é

constituída por pessoas. É dirigida para objetivos porque é desenhada para alcançar resultados

— como gerar lucros (empresas em geral) ou proporcionar satisfação social (clubes) etc. É

deliberadamente estruturada pelo fato de que o trabalho é dividido e seu desempenho é atribuído

aos membros da organização. Nesse sentido, a palavra organização significa um

empreendimento humano moldado intencionalmente para atingir determinados objetivos. Essa

definição se aplica a todos os tipos de organizações, sejam elas lucrativas ou não, como

empresas, bancos, financeiras, hospitais, clubes, igrejas etc. Dentro desse ponto de vista, a

organização pode ser visualizada sob dois aspectos:

Organização formal. É a organização baseada em uma divisão de trabalho racional que

especializa órgãos e pessoas em determinadas atividades. É a organização planejada definida

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Page 29: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

no organograma, sacramentada pela direção e comunicada a todos por meio dos manuais de

organização. É a organização formalizada oficialmente.

Organização informal. É a organização que emerge espontânea e naturalmente entre os

ocupantes de posições na organização formal e a partir dos relacionamentos humanos como

ocupantes de cargos. Forma-se a partir das relações de amizade (ou de antagonismos) e do

surgimento de grupos informais que não aparecem no organograma ou em qualquer outro

documento formal.

Organização como função administrativa e parte integrante do processo administrativo.

Nesse sentido, organização significa o ato de organizar, estruturar e integrar os recursos e os

órgãos incumbidos de sua administração e estabelecer suas atribuições e as relações entre

eles.Trataremos aqui da organização sob o segundo ponto de vista, ou seja, a organização como

a segunda função administrativa e que depende do planejamento, da direção e do controle para

formar o processo administrativo.

Assim, organizar consiste em:

Determinar as atividades necessárias ao alcance dos objetivos planejados

(especialização);

Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização);

Designar as atividades às pessoas específicas (cargos e tarefas).

Abrangência da organização

A organização pode ser estruturada em três níveis diferentes:

1. Organização em nível global. É a organização que abrange a empresa como uma

totalidade. É o desenho organizacional que pode assumir três tipos: a organização linear,

a organização funcional e a organização do tipo linha/staff. Os três tipos de organização

serão estudados no próximo capítulo.

2. Organização em nível departamental. É a organização que abrange cada

departamento da empresa. É o chamado desenho departamental ou

departamentalização. Os tipos de departamentalização serão vistos no capítulo

subseqüente.

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Page 30: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

3. Organização em nível das operações. É a organização que focaliza cada tarefa,

atividade ou operação. É o chamado desenho dos cargos ou tarefas. É feito por meio da

descrição e análise dos cargos.

Direção

A direção constitui a terceira função administrativa e vem depois do planejamento e da

organização. Definido o planejamento e estabelecida a organização, resta fazer as coisas

andarem e acontecerem. Este é o papel da direção: acionar e dinamizar a empresa. A direção

está relacionada à ação e tem a ver com as pessoas. Ela está diretamente relacionada à atuação

sobre as pessoas. As pessoas precisam ser dinamizadas em seus cargos e funções, treinadas,

guiadas e motivadas para alcançarem os resultados que delas se esperam. A função de direção

se relaciona à maneira pela qual os objetivos devem ser alcançados por meio da atividade das

pessoas que compõem a organização. A direção é a função administrativa que se refere às

relações interpessoais dos administradores e seus subordinados. Para que o planejamento e a

organização sejam eficazes, eles precisam ser dinamizados pela orientação a ser dada às

pessoas por meio de uma adequada comunicação e habilidade de liderança e de motivação.

Abrangência da direção

Dirigir significa interpretar os planos para os outros e dar as instruções sobre como executá-los

em direção aos objetivos a atingir. Os diretores dirigem os gerentes, os gerentes dirigem os

supervisores, e os supervisores dirigem os funcionários ou operários. A direção pode se dar em

três níveis distintos:

1. Direção em nível global. Abrange a organização como uma totalidade. É a direção

propriamente dita. Cabe ao presidente da empresa e a cada diretor em sua respectiva

área. Corresponde ao nível estratégico da organização.

2. Direção em nível departamental. Abrange cada departamento ou unidade da

organização. É a chamada gerência. Envolve o pessoal do meio do campo, isto é, do

meio do organograma. Corresponde ao nível tático.

3. Direção em nível operacional. Abrange cada grupo de pessoas ou de tarefas. É a

chamada supervisão. Envolve o pessoal da base do organograma. Corresponde ao nível

operacional da organização.

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Page 31: TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO

Controle

A palavra controle pode assumir vários significados em Administração, a saber:

Controle como função restritiva e coercitiva. Utilizado no sentido de coibir ou limitar

certos tipos de desvios indesejáveis ou de comportamentos não-aceitos. Neste sentido, o

controle apresenta um caráter negativo e limitativo, sendo muitas vezes interpretado

como coerção, delimitação, inibição e manipulação. Éo chamado controle social aplicado

nas organizações e na sociedade para inibir o individualismo e a liberdade das pessoas.

Controle como um sistema automático de regulação. Utilizado no sentido de

manter automaticamente um grau constante de fluxo ou funcionamento de um sistema,

como o controle automático de refinarias de petróleo, indústrias químicas de

processamento contínuo e automático. O controle detecta desvios e proporciona

automaticamente ação corretiva para voltar à normalidade. Quando algo está sob controle

significa que está dentro do normal.

Controle como função administrativa. É o controle como parte do processo

administrativo, como o planejamento, a organização e a direção.

Tratar-se-á, aqui, do controle sob o terceiro ponto de vista, ou seja, o controle como a quarta

função administrativa do processo administrativo. A finalidade do controle é assegurar que os

resultados do que foi planejado, organizado e dirigido se ajustem tanto quanto possível aos

objetivos previamente definidos. A essência do controle reside em verificar se a atividade

controlada está ou não alcançando os objetivos ou resultados desejados. O controle consiste

fundamentalmente em um processo que guia a atividade exercida para um fim previamente

determinado. Como processo, o controle apresenta quatro fases.

Fases do controle

O controle é um processo cíclico composto por quatro fases, a saber:

1. Estabelecimento de padrões ou critérios. Os padrões representam o desempenho

desejado. Os critérios representam normas que guiam as decisões. São balizamentos

que proporcionam meios para se definir o que se deverá fazer e qual o desempenho ou

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resultado a ser aceito como normal ou desejável. São os objetivos que o controle deverá

assegurar. Os padrões são expressos em tempo, dinheiro, qualidade, unidades físicas,

custos ou de índices. A Administração Científica preocupou-se em desenvolver padrões,

como o tempo padrão no estudo dos tempos e movimentos. Custo padrão, padrões de

qualidade, padrões de volume de produção são exemplos de padrões ou critérios.

2. Observação do desempenho. Para se controlar um desempenho deve-se pelo

menos conhecer algo a respeito dele, O processo de controle atua no sentido de ajustar

as operações a determinados padrões previamente estabelecidos e funciona de acordo

com a informação que recebe. A observação ou verificação do desempenho ou do

resultado busca obter informação precisa a respeito daquilo que está sendo controlado.

3. Comparação do desempenho com o padrão estabelecido. Toda atividade

proporciona algum tipo de variação, erro ou desvio. Deve-se determinar os limites dentro

dos quais essa variação será aceita como normal. Nem toda variação exige correções,

mas apenas as que ultrapassam os limites da normalidade. O controle separa o que é

excepcional para que a correção se concentre unicamente nas exceções ou nos desvios.

Para tanto, o desempenho deve ser comparado ao padrão para verificar eventuais

desvios. A comparação do desempenho com o padrão estabelecido é feita por meio de

gráficos, relatórios, índices, porcentagens, medidas estatísticas etc. Esses meios de

apresentação supõem técnicas à disposição do controle para que este tenha maior

informação sobre aquilo a ser controlado.

4. Ação corretiva. O objetivo do controle é manter as operações dentro dos padrões

definidos para que os objetivos sejam alcançados da melhor maneira. Variações, erros ou

desvios devem ser corrigidos para que as operações sejam normalizadas. A ação

corretiva visa fazer com que aquilo que é feito seja feito exatamente de acordo com o que

se pretendia fazer.e uma função importante......

Abrangência do controle

Enquanto o planejamento abre o processo administrativo, o controle serve de fechamento. A

abrangência do controle pode ser em nível global, departamental ou operacional,

respectivamente, dentro dos planos estratégico, tático e operacional .

Apreciação crítica da teoria Neoclássica

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A literatura neoclássica se assenta no processo administrativo para explicar como as funções

administrativas devem ser desenvolvidas nas organizações. A velha concepção de Fayol —

administrar é prever, organizar, comandar, coordenar e controlar passou incólume por décadas e

continua firme, apesar das mudanças de conteúdo e de significado. Hoje se fala em processo

administrativo: planejar, organizar, dirigir e controlar. As funções administrativas — como

planejamento, organização, direção e controle — são universalmente aceitas, porém sem tantos

princípios prescritivos e normativos que as tornam rígidas e invariáveis. Em um mundo em

constante mudança e transformação, o processo administrativo se mostra flexível, maleável e

adaptável às situações variadas e circunstâncias diferentes. Conclui-se que o processo

administrativo não é somente o núcleo da Teoria Neoclássica, mas o fundamento da moderna

Administração. Nenhuma concepção mais avançada conseguiu ainda deslocá-lo dessa posição

privilegiada.

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Resumo

ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA

Taylor pretendia definir princípios científicos para a administração das empresas. Tinha por objetivo

resolver os problemas que resultam das relações entre os operários, como conseqüências

modificam-se as relações

humanas dentro da empresa, o bom operário não discute as ordens, nem as instruções, faz o que

lhe mandam fazer. A gerência planeja e o operário apenas executa as ordens e tarefas que lhe são

determinadas.

TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol. Caracteriza-se pela ênfase na

estrutura organizacional, pela visão do homem econômico e pela busca da máxima eficiência.

TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

As novas idéias trazidas pela Escola de Relações Humanas trazem uma nova perspectiva para a

recuperação das empresas de acordo com as preocupações de seus dirigentes e começa a tratar de

forma mais complexa os seres humanos. Essas teorias criaram novas perspectivas para

a administração, visto que buscavam conhecer as atividades e sentimentos dos trabalhadores e

estudar a formação de grupos.

TEORIA NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

Nome dado a um conjunto de teorias que surgiram na década de 50 e que propõem uma retomada

das abordagens clássica e científica da administração.  Dentre os principais conceitos abordados por

essa teoria, destacam-se:ênfase na prática da administração; reafirmação relativa das proposições

clássicas; ênfase nos princípios gerais de gestão; ênfase nos objetivos e resultados.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Administrativas. São Paulo: Editora Pioneira, 1976.

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V. Também: William H. Newman, Ação Administrativa. As Técnicas de Organização e

Gerência. São Paulo: Ed. Atlas, 1972; MichaelJ. Jucius e William F. Schlender, Introdução à

Administração — Elementos de Ação Administrativa. São Paulo: Ed. Atlas, 1972; Ernest Dale

e L. C. Michelon, Gerência Empresarial — Métodos Modernos. Rio de Janeiro: Edições

Bloch, 1969.

COELHO. José Márcio; GONZAGA. Ricardo Martins; Administração Científica de Taylor:

Acessado em: http://www.administradores.com.br

LLATAS. Dra. Maria Virginia; Administração Científica de Taylor. Acessado

em: Administração Científica de Taylor.ppt

www.vidadura.org/.../tga2/teoria_cientifica_classica.doc

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Campus, 2000.

FAYOL, Henri. Administração Industrial e Geral: previsão, organização, comando,

coordenação e controle. 10 ed. São Paulo: Atlas, 1989.

CARVALHO, Rui; SILVEIRA, Pedro.

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THAISE MARINA BENONI BEZERRA R.A. 100235 2º TERMO DE ADMINISTRAÇÃO

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