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Terreiro de candomblé PAI ADRIANO DE EXU São geralmente conhecidos os templos de candomblé , mas também são chamados de casas, roças, e dependendo da nação pode ser chamado de barracão ou pela tradução da palavra casa, ou seja: Em yoruba terreiro é Egbe ou casa é Ilé normalmente escrevemos Ilê porque é assim que se pronuncia. Notem que os nomes das casas sempre começam por Ilê Axé que é o mesmo que Casa de Axé . Em Fon casa é Kwe e em Angola casa é Inso ou Cazuá. PRIMEIROS TERREIROS DE CANDOMBLÉ 1

Terreiro de candomblé

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Terreiros e a religião do Candomblé.

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Terreiro de candombléPAI ADRIANO DE EXU

São geralmente conhecidos os templos de candomblé, mas também são chamados de casas, roças, e dependendo da nação pode ser chamado de barracão ou pela tradução da palavra casa, ou seja:

Em yoruba terreiro é Egbe ou casa é Ilé normalmente escrevemos Ilê porque é assim que se pronuncia. Notem que os nomes das casas sempre começam por Ilê Axé que é o mesmo que Casa de Axé.

Em Fon casa é Kwe e em Angola casa é Inso ou Cazuá.

PRIMEIROS TERREIROS DE CANDOMBLÉ

A instituição de confrarias religiosas, sob a ordem da Igreja Católica, separava as etnias africanas.

Os negros de Angola formavam a Venerável Ordem Terceira do Carmo, fundada na igreja de Nossa Senhora do Rosário do Pelourinho.

Os daomeanos reuniam-se sob a devoção de Nosso Senhor Bom Jesus

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das Necessidades e Redenção dos Homens Pretos, naCapela do Corpo Santo, na Cidade Baixa. Os nagôs, cuja maioria pertencia a nação Ketu, formavam duas irmandades: uma demulheres, a de Nossa Senhora da Boa Morte, outra reservada aos homens, a de Nosso Senhor dos Martírios.

Através dessas irmandades (ou confrarias), os escravos ainda que de nações diferentes, podiam praticar juntosnovamente, em locais situados fora das igrejas, o culto aos Orixás.

Várias mulheres enérgicas e voluntariosas, originárias de Ketu, antigas escravas libertas, pertencentes à Irmandade deNossa Senhora da Boa Morte da Igreja da Barroquinha, teriam tomado a iniciativa de criar um terreiro de candomblé chamadoIyá Omi Asé Airá Intilé, numa casa situada na ladeira do Berquo, hoje visconde de itaparica.

As versões sobre o assunto são controversas, assim como o nome das fundadoras: Iyalussô Danadana e IyanassoAkalá segundo uns e Iyanassô Oká, segundo outros.

O terreiro situado, quando de sua fundação, por trás da Barroquinha, instalou-se sob o nome de Ilê Iyanassô naAvenida Vasco da Gama, onde ainda hoje se encontra, sendo familiarmente chamado de Casa Branca de Engenho Velho, e noqual Marcelina da Silva (não se sabe se é filha carnal ou espiritual de Iyanassô) tornou-se a mãe-de-santo após a morte de Iyanassô.

O primeiro “toque” deste candomblé foi realizado num dia de Corpus Christi e o Orixá reverenciado foi Oxossi.

PIERRE FATUMBI VERGER

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Pierre Edouard Leopold Verger (Paris, 4 de novembro de 1902 — Salvador, 11 de fevereiro de 1996) foi um fotógrafo e etnólogo autodidata franco-brasileiro. Assumiu o nome religioso Fatumbi.

Era também babalawo (sacerdote Yoruba) que dedicou a maior parte de sua vida ao estudo da diáspora africana - o comércio de escravo, as religiões afro-derivadas do novo mundo, e os fluxos culturais e econômicos resultando de e para a África.

Até a idade de 30 anos, depois de perder a família, Pierre Verger levou a carreira de fotógrafo jornalístico. A fotografia em preto e branco era sua especialidade. Usava uma máquina Rolleiflex que hoje se encontra na Fundação Pierre Verger.

Durante os quinze anos seguintes, ele viajou os quatro continentes e documentou muitas civilizações que seriam apagadas logo através do progresso. Seus destinos incluíram:

Taiti (1933) Estados Unidos , Japão e China (1934 e 1937) Itália , Espanha, Sudão, Mali, Níger, Alto Volta, (atual Burkina

Faso), Togo e Daomé (atual Benim) 1935)

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Índia (1936) México (1937, 1939, e 1957) Filipinas e Indochina (atuais Tailândia, Laos, Camboja e Vietnã,

1938) Guatemala e Equador (1939) Senegal (como correspondente, 1940) Argentina (1941) Peru e Bolívia (1942 e 1946) Brasil (1946).

Suas fotografias foram publicadas em revistas como Paris-Soir, Daily Mirror (com o pseudônimo de Mr. Lensman), Life, e Match.

Na cidade de Salvador, apaixonou-se pelo lugar e pelas pessoas, e decidiu por bem ficar. Tendo se interessado pela história e cultura local, ele virou de fotógrafo errante a investigador da diáspora africana nas Américas. Em 1949, em Ouidah, teve acesso a um importante testemunho sobre o tráfico clandestino de escravos para a Bahia: as cartas comerciais de José Francisco do Santos, escritas no século XIX.

As viagens subseqüentes dele são enfocadas nessa meta: a costa ocidental da África e Paramaribo (1948), Haiti (1949), e Cuba (1957). Depois de estudar a cultura Yoruba e suas influências no Brasil, Verger se tornou um iniciado da religião Candomblé, e exerceu seus rituais.

Definição de Verger sobre o Candomblé: "O Candomblé é para mim muito interessante por ser uma religião de exaltação à personalidade das pessoas. Onde se pode ser verdadeiramente como se é, e não o que a sociedade pretende que o cidadão seja. Para pessoas que têm algo a expressar através do inconsciente, o transe é a possibilidade do inconsciente se mostrar".

Durante uma visita ao Benin, ele estudou Ifá (búzios - concha adivinhação), foi admitido ao grau sacerdotal de babalawo, e foi renomeado Fátúmbí ("ele que é renascido pelo Ifá").

As contribuições de Verger para etnologia constituem em dúzias de documentos de conferências, artigos de diário e livros, e foi reconhecido pela Universidade de Sorbonne que conferiu a ele um grau doutoral (Docteur 3eme Cycle) em 1966 — um real feito para alguém que saiu da escola secundária aos 17.

Verger continuou estudando e documentando sobre o assunto escolhido até a sua morte em Salvador, com a idade de 94 anos. Durante aquele tempo ele se tornou professor na Universidade Federal da Bahia em 1973, onde ele era responsável pelo estabelecimento do Museu Afro-brasileiro em Salvador; e serviu como professor visitante na Universidade de Ifé na Nigéria.

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Na entidade sem fins lucrativos Fundação Pierre Verger em Salvador, que ele estabeleceu e continuou seu trabalho, guarda mais de 63 mil fotografias e negativos tirados até 1973, como também os documentos dele e correspondência.

No Brasil, foi homenageado como tema de Carnaval (Rio de Janeiro, 1998) do GRES União da Ilha do Governador, cuja letra fala da Trajetória de Pierre Verger a Fatumbi.

NAÇÕES

Nagô ou Iorubá o Ketu ou Queto (Bahia) e quase todos os estados - Língua

Yoruba (Iorubá ou Nagô em Português)o Efan na Bahia, Rio de Janeiro e São Pauloo Ijexá principalmente na Bahiao Nagô Egbá ou Xangô do Nordeste no Pernambuco,

Paraíba, Alagoas, Rio de Janeiro e São Pauloo Mina-nagô ou Tambor de Mina no Maranhãoo Xambá em Alagoas e Pernambuco (quase extinto).

Bantu , Angola e Congo (Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Rio Grande do Sul), mistura de Bantu, Quicongo e Quimbundo línguas.

o Candomblé de Caboclo (entidades nativas índios) Jeje A palavra Jeje vem do yorubá adjeje que significa

estrangeiro, forasteiro. Nunca existiu nenhuma nação Jeje na África. O que é chamado de nação Jeje é o candomblé formado pelos povos fons vindo da região de Dahomé e pelos povos mahins. Jeje era o nome dado de forma pejorativa pelos yorubás para as pessoas que habitavam o leste, porque os mahins eram uma tribo do lado leste e Saluvá ou Savalu eram povos do lado sul. O termo Saluvá ou Savalu, na verdade, vem de "Savê" que era o lugar onde se cultuava Nanã. Nanã, uma das origens das quais seria Bariba, uma antiga dinastia originária de um filho de Oduduá, que é o fundador de Savê (tendo neste caso a ver com os povos fons). O Abomei ficava no oeste, enquanto Ashantis era a tribo do norte. Todas essas tribos eram de povos Jeje[5],(Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo) - língua ewe e língua fon (Jeje)

o Jeje Mina língua mina São Luiz do Maranhão

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HIERARQUIA

No Brasil, existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi, são separados por tipo de iniciação do sacerdócio.

Culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe. Culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe. Candomblé Ketu inicia Iyawos, entram em transe com Orixá. Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun. Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi. Hierarquia do Candomblé

SACERDOTES

Nas Religiões Afro-brasileiras o sacerdócio é dividido em:

Babalorixá ou Iyalorixá - Sacerdotes de Orixás babalaxé ou Iyalaxé - Sacerdote e lider na sociedade Doté ou Doné - Sacerdotes de Voduns Tateto e Mameto - Sacerdotes de Inkices Babalawo - Sacerdote de Orunmila-Ifa do Culto de Ifá Bokonon - Sacerdote do Vodun Fa Babalosaim - Sacerdote de Ossaim Babaojé - Sacerdote do Culto aos Egungun

GALERIA DE FOTOS

Ilê Axé Iyá Nassô Oká - Terreiro da Casa Branca - casa mais antiga de Salvador Bahia.

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POR : PAI ADRIANO DE EXU

[email protected]

http://adrianoexu.blogspot.com

BIBLIOGRAFIA: AXÉ DE SEU ZÉ PELINTRA

WIKIPÉDIA

CURSO DE UMBANDA

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