Tese Mestrado Paulo Lilaia (02.05.2010).Vfinal2

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PLANO DE NEGCIOS ABSOLUTIS EMPRESA FARMACUTICA DE MEDICAMENTOS GENRICOS

Paulo Miguel Clmaco Lilaia

Projecto de Mestrado em Gesto de Empresas

Orientador Prof. Doutor Vtor Santos, Prof. Convidado, ISCTE Business School

Maio de 2010

medida que a populao europeia envelhece e a procura de cuidados de sade aumenta, os governos enfrentam um cenrio alarmante de rpido aumento dos custos com a sade. O aumento da utilizao de medicamentos genricos desempenha um papel crucial para a soluo deste problema. European Union - Economic Policy Committee

AgradecimentosA concretizao desta tese de mestrado foi a natural consequncia da realizao do Executive MBA no ISCTE Business School, onde tive oportunidade de contactar com professores empenhados e de excelente nvel, colegas de grande camaradagem e conhecimento, que me proporcionaram dois excelentes anos de aprendizagem continua, que considero terem contribudo de forma decisiva para a minha evoluo pessoal e profissional, e aos quais deixo aqui o meu agradecimento. O meu especial agradecimento ao Prof. Vtor Santos, por ter aceite a orientao deste trabalho e pela sua disponibilidade e incentivo permanentes.

I

Indice

Agradecimentos ndice ndice de Quadros ndice de Grficos Glossrio1. Sumrio/ Abstract 2. Sumrio executivo 3. Identificao do promotor e da proposta de plano de negcios 4. Reviso da literatura 4.1. Introduo 4.2. Os medicamentos genricos 4.3. As vantagens dos medicamentos genricos 4.4. A Qualidade, segurana e eficcia dos medicamentos genricos industria farmacutica 4.6. A contribuio dos genricos para a poupana e para os utentes 4.7. A importncia dos genricos para o tratamento das doenas crnicas 4.8. A importncia do sector industrial farmacutico 4.9. A industria farmacutica em Portugal 5. Quadro conceptual de referncia 6. Anlise de mercado 6.1. A envolvente mediata 6.1.1 Envolvente Politico-legal 6.1.2 Envolvente econmica 6.1.3 Envolvente social 6.1.4 Envolvente tecnolgica 6.2. A envolvente imediata 6.2.1 Poder negocial dos fornecedores

I II III IV V1 3 6 8 8 11 12 14 15 17 19 21 23 25 27 27 28 29 30 31 32 32

4.5. A contribuio da industria de genricos para os cuidados de sade e para a

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6.2.2 Barreiras entrada de novos concorrentes 6.2.3 Ameaa de produtos substitutos 6.2.4 Poder negocial dos clientes 6.2.5 Rivalidade entre concorrentes 6.3. Anlise de mercado de genricos 6.3.1. O desenvolvimento inicial do mercado de genricos 6.3.2. Anlise actual do mercado 6.3.3 Perspectivas futuras para o mercado de genricos 7. Anlise interna 7.1 Viso, Misso e Valores 7.2 Variveis qualificadoras 7.3 Variveis diferenciadoras 8. Anlise Swot 8.1. Oportunidades e Ameaas 8.2. Foras e Fraquezas 9. Objectivos do plano de negcios 10. Estratgia de desenvolvimento 11. Politicas de implementao do negcio 11.1. Marketing 11.1.1. Segmentao 11.1.2. Targeting 11.1.3. Posicionamento 11.1.4. Influenciadores da compra 11.1.5. Equipa comercial 11.2 Marketing-Mix 11.2.1. Produto 11.2.2. Preo 11.2.3. Comunicao 11.2.4. Distribuio 11.3. Tecnologia 11.4. Organizao 11.4.1. A estrutura da Sociedade 11.4.2. Contratos de trabalho 11.4.3. Financeira

33 33 34 34 35 36 37 42 43 43 45 46 47 47 47 48 49 50 50 50 51 52 54 55 58 59 62 63 66 67 68 68 70 71

12. Requisitos para a implementao do plano de negcios 13. Avaliao financeira 13.1. Documentos previsionais 13.1.1. Volume de negcios 13.1.2. CMVMC Custos das matrias vendidas e matrias consumidas 13.1.3. FSE Fornecimentos e Servios externos 13.1.4. Custos com o pessoal 13.1.5. Investimento em fundo de maneio necessrio 13.1.6. Investimento 13.1.7. Financiamento 13.1.8. Demonstrao de resultados previsional 13.1.9. Mapa de Cash-flows operacionais 13.1.10. Plano de financiamento 13.1.11. Balano previsional 13.2. Documentos de avaliao 13.2.1. Principais indicadores 13.2.2. Avaliao do projecto 14. Bibliografia 15. Legislao 16. Anexos

72 73 73 73 74 74 75 76 77 78 79 80 80 81 82 82 83 84 86 88

ndice de quadros Quadro 1 Genricos garantia de qualidade Quadro 2 Controlo de qualidade dos genricos Quadro 3 Genricos qualidade, eficcia e segurana Quadro 4 Evoluo dos gastos em I&D nos EUA Quadro 5 Sustentabilidade do sistema de sade em Portugal Quadro 6 A envolvente mediata e imediata Quadro 7 Anlise da envolvente mediata Quadro 8 Principais caractersticas do mercado farmacutico Quadro 9 Factores com influncia na evoluo do mercado de genricos Quadro 10 Desempenho, em valor, do mercado e empresas de genricos Quadro 11 - Desempenho, em unidades, do mercado e empresas de genricos Quadro 12 Cronograma do desenvolvimento do projecto Quadro 13 Segmentao dos clientes das Absolutis Quadro 14 Segmentos alvo da Absolutis Quadro 15 Posicionamento da Absolutis Quadro 16 Processo de influncia da compra de genricos Quadro 17 Distribuio territorial da equipa comercial Quadro 18 Report e controlo da actividade da equipa de vendas Quadro 19 Pases prioritrios para exportao Quadro 20 Variveis do marketing-mix Quadro 21 Portfolio inicial da Absolutis Quadro 22 Politica de preos e descontos Quadro 23 Plano de comunicao Quadro 24 Circuito de distribuio Quadro 25 Organigrama da Absolutis 11 14 15 16 21 27 32 35 36 39 40 49 51 52 53 54 55 57 58 59 60 63 66 67 69

III

ndice de grficos Grfico 1 Projeces quinquenais da populao residente em Portugal Grfico 2 Acessibilidade O Omeprazol e a Sinvastatina Grfico 3 Reduo do preo dos genricos em Portugal Grfico 4 Quota de mercado dos MG , em valor, do mercado total Grfico 5 Quota de mercado dos MG , em unidades, do mercado total Grfico 6 Evoluo do mercado de MG e principais empresas, em valor Grfico 7 Evoluo do mercado de MG e principais empresas, em unidades Grfico 8 Previso da evoluo do mercado de genricos 9 17 18 37 38 41 41 42

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GLOSSRIO A.I.M. Autorizao de Introduo no Mercado Esta autorizao (a que corresponde um nmero inscrito nas embalagens) concedida pelo INFARMED, aps anlise e aprovao do dossier de registo de cada medicamento. APOGEN ASSOCIAO PORTUGUESA DE MEDICAMENTOS GENRICOS Biodisponibilidade Este conceito refere-se velocidade e quantidade com que uma substncia activa (parte da molcula que produz o efeito teraputico), absorvida pelo organismo, a partir de uma determinada forma teraputica (comprimidos, cpsulas, injectveis, supositrios, etc.). Bioequivalncia Considera-se que dois medicamentos so bioequivalentes quando contm a mesma quantidade do mesmo principio activo e a mesma dosagem, produzindo igual efeito biolgico e sem modificao significativa do seu efeito teraputico. Dosagem Dosagem a dose do medicamento, a frequncia da administrao e a durao do tratamento. Entende-se por dose do medicamento, a quantidade capaz de provocar uma resposta teraputica desejada no doente, preferencialmente sem outros efeitos no organismo. DCI Denominao Comum Internacional ster Composto qumico que resulta da aco de cidos orgnicos ou inorgnicos sobre lcoois, com formao de gua. reaco d-se o nome de esterificao. Esta reversvel e ao processo inverso chama-se saponificao.

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EMA EMA - European Medicines Agency, que autoridade da Unio Europeia para o sector dos medicamentos. FDA FDA Food and Drug Administration, que a autoridade para a alimentao e medicamentos dos Estados Unidos da Amrica. Genrico um medicamento, a que se chama genrico, por conter a mesma substncia activa de um produto original e por ser um equivalente teraputico daquele, sendo o seu preo inferior ao do original. GH Significa grupo homogneo. Um grupo homogneo de medicamentos s existe quando existir um MG (Medicamento Genrico). Um grupo homogneo um conjunto de medicamentos (originais e genricos) bioequivalentes entre si. GMP Good Manufacturing Practice. um conjunto de boas normas de produo que so aplicadas s indstrias que ficam sujeitas a inspeces e auditorias regulares. IMS Empresa multinacional de referncia em estudos e anlise de mercado e Consultadoria para a Industria Farmacutica INFARMED AUTORIDADE NACIONAL DO MEDICAMENTO E PRODUTOS DE SADE I.P. MG Significa Medicamento Genrico, esta sigla tem de estar inscrita obrigatoriamente nas embalagens de todos os medicamentos genricos. Medicamento Original/Originador/ou de Referncia um medicamento que foi desenvolvido por um Laboratrio para ser utilizado no

tratamento de uma doena. A investigao e o desenvolvimento da molcula apropriada, levada a cabo por um laboratrio, depois de aprovada e registada, passa a ser comercializada pelo mesmo laboratrio ao abrigo de uma patente. Durante o perodo de vigncia de proteco dessa patente, o laboratrio detm o monoplio da sua comercializao. Patente (de um medicamento) Documento que concede ao autor os direitos exclusivos de explorar o medicamento criado por um determinado perodo de tempo. A patente impede outros de fabricar, utilizar ou vender o medicamento sem a permisso do autor no territrio onde a patente foi emitida. PVA Preo de venda aos armazenistas/ distribuidores PVP Preo de venda ao pblico SNC Sistema Nervoso Central SNS Servio Nacional de Sade

1. Sumrio O presente trabalho de mestrado consiste na elaborao de um plano de negcios, e tem como objectivo a criao de uma nova empresa, que se dedicar em exclusivo comercializao de medicamentos genricos, em Portugal e no estrangeiro, em parceria com uma j existente empresa farmacutica industrial portuguesa. O envelhecimento da populao Portuguesa e europeia, uma esperana de vida crescente, uma economia frgil, aliados a uma elevada expectativa quanto aos servios de sade, levaro inevitavelmente a um aumento de gastos com a sade, que tero de ser de um modo ou outro suportados pelo Estado e pelos Cidados. Com este quadro de envelhecimento da populao e de elevadas expectativas, o consumo de medicamentos, no geral, dever continuar a aumentar significativamente nas prximas dcadas, mas devido aos constrangimentos econmicos e falta de verdadeira inovao em muitos reas teraputicas, o consumo dever crescer fundamentalmente nos medicamentos genricos. desejvel que Portugal reconhea a importncia estratgica de uma forte e moderna industria farmacutica, competitiva a nvel internacional, que permita ao pas ser no s menos dependente da importao de medicamentos, mas tambm tornar-se um sector exportador de referncia, gerador de investimento, criador de emprego qualificado e de riqueza para o pas. Palavras-Chave: 1) Criao de empresa 2) Industria farmacutica 3) Medicamentos genricos 4) Exportao de medicamentos genricos

Codificao JEL: Chemicals, Drugs L65; Startups M13

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Abstract This Masters project consists in a start-up business plan, and aims to create a new Portuguese pharmaceutical company, dedicated exclusively to the commercialization of generic drugs in Portugal and abroad, in partnership with am existing pharmaceutical industry company. The aging of the population , a increasingly life expectancy , a weak economy, coupled together with high expectations regarding health services, will lead almost inevitably to an increase in health spending, which must be in some way or other supported by the State or by the users. With this situation of an aging population and high expectations, consumption of medicines in general will continue to increase significantly in coming decades, but due to economic constraints and lack of true innovation in many therapeutic areas, consumption is expected to grow mainly in generic drugs. It is important for Portugal to recognize the strategic importance of a strong and modern Pharmaceutical industry, internationally competitive, allowing the country to be not only less dependent on imported medicines, but also to become an export sector reference, generator of investment, creator of qualified jobs and wealth for the country.

Keywords: 1) Startup business 2) Pharmaceutical industry 3) Generic Medicines 4) Export of generic medicines

Coding JEL: Chemicals, Drugs L65; Startups M13

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2. Sumrio executivo A situao econmica da Europa e de Portugal, com a sua preocupante tendncia de evoluo demogrfica, criar sobre os governantes uma enorme presso sobre como ser possvel prestar servios de sade de elevada qualidade, utilizando as melhores prticas cientificas e cumprindo as expectativas dos cidados, e simultaneamente como tornar e manter sustentvel o servio nacional de sade. Nos pases mais desenvolvidos do mundo, como por exemplo os Estado Unidos da Amrica, Reino Unido, Alemanha, entre outros, a aposta no desenvolvimento do mercado de genricos tem sido uma realidade desde h vrias dcadas, tendo os genricos em todos estes pases uma quota de mercado superior a 50% do mercado total, em unidades. Em Portugal, os medicamentos genricos tm ainda uma fraca presena no mercado, muito abaixo do seu potencial, que tal como nos outros pases da Unio Europeia superior a 50%. Actualmente, a quota de mercado de genricos em Portugal em embalagens de apenas cerca de 16 %, muito longe portanto dos nmeros alcanados noutros pases, com potencial para mais do que triplicar. Os genricos foram introduzidos no mercado nacional apenas na dcada de 90 e s comearam a ter alguma expresso de vendas e utilizao aps o ano 2000, quando o Estado Portugus aprovou nova legislao sobre a matria, incentivando a prescrio e comercializao de genricos, apontando os medicamentos genricos como medicamentos de qualidade, e como um elemento decisivo para alterar a situao desastrosa das contas do Servio Nacional de Sade. Desde ento, os genricos tm conseguido um crescimento gradual, contribuindo em muito para tornar os medicamentos mais acessveis aos doentes e para diminuir a despesa do Servio Nacional de Sade com medicamentos. Esta situao particularmente visvel no tratamento de doenas crnicas, em que o doente tem de adquirir medicamentos regularmente, incorrendo o doente e o Estado em despesas permanentes. Os medicamentos genricos so hoje reconhecidos pela qualidade, segurana e eficcia demonstradas nos milhes de doentes tratados anualmente em todo o mundo. 3

Portugal tem neste aspecto ainda um longo caminho a percorrer, mas indubitvel que a sustentabilidade do Servio Nacional de Sade passa tambm pelo maior desenvolvimento do mercado de genricos, devido sua contribuio para a poupana. Em Portugal, a grande maioria das empresas de genricos so empresas originrias de outros pases, e portanto, a ideia base deste Plano de Negcio a criao de uma nova empresa Portuguesa de Medicamentos Genricos, utilizando o conhecimento e experincia do seu promotor, e aproveitando o potencial actual e futuro do mercado de Genricos em Portugal e no Exterior, atravs da criao de uma empresa dedicada comercializao de Medicamentos Genricos, com capital partilhado entre o promotor e uma j existente empresa farmacutica industrial portuguesa, com o objectivo de reforar a capacidade industrial e a quota de mercado da industria farmacutica em Portugal, e ainda aumentar as exportaes de medicamentos. O promotor da criao desta nova empresa de Medicamentos Genricos tem uma slida experincia na Industria Farmacutica (de Inovao e de Genricos), em grandes empresas multinacionais, onde desempenhou funes de Direco de Marketing e Vendas e desempenha actualmente a funo de Direco Geral, apresentando um percurso profissional de sucesso, demonstrado pela progresso profissional e pela consistncia dos resultados obtidos ao longo dos anos. O promotor considera que a pequena dimenso inicial da empresas a criar, ser compensada com uma gesto rigorosa de custos, leveza de estrutura, flexibilidade organizacional e rapidez de deciso, pelo que ser possvel gradualmente ir-se afirmando no mercado nacional e internacional, criando riqueza para o pas. Em 2011, primeiro ano de vendas da Absolutis, o plano de negcios prev atingir um volume de vendas de 1.488.000, dos quais mais de teros sero realizadas no mercado nacional e o restante no mercado exterior. Nos anos seguintes as vendas crescero a um ritmo elevado, pretendendo-se que no ano 2015 o volume de vendas seja no mnimo de 3.984.000.

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O financiamento inicial do projecto vai ser assegurado por um misto de capitais prprios e de capital alheio. No ano de 2010, ano de criao da Absolutis, os scios contribuiro com 80.000 de capital social, e ser contratado um emprstimo bancrio no valor de 50.000, com garantias reais dadas pelos scios. No ano de 2011 os scios realizaram prestaes suplementares no valor de 200.000 e recorrer-se- a um novo emprstimo bancrio no valor de 130.000. Nos anos seguintes espera-se que o cash-flow das operaes seja suficiente para financiar a actividade da empresa. Os CMVMC ser no ano de 2011 de 524.400 euros, representando 35,2% das vendas, crescendo gradualmente ao longo dos anos, at atingir 39% do valor das vendas no ano 2015, devido s previstas redues de preos dos medicamentos, que no sero totalmente compensadas pela reduo de custos de produo. Em conjunto os FSE e os Custos com o pessoal, sero de 76.583 euros, no segundo semestre de 2010, e de 978.000 euros no ano de 2011, representando 66% do volume de vendas do primeiro ano de vendas. No global prev-se, para o conjunto dos anos 2010 e 2011 um resultado liquido negativo de 138.179, que ser compensado por um resultado lquido positivo de 872.521, no conjunto dos anos de 2012 a 2015. Como principais indicadores do negcio podemos considerar um slido crescimento do volume de vendas, no conjunto dos anos iniciais do projecto, aliado a uns elevados Return on Investment ROI e elevada rendibilidade dos Capitais Prprios. A nvel da avaliao do projecto importante mencionar a concretizao de um VAL Valor Actual Liquido, na ptica da empresa, no valor de 5.669.196 e uma TIR Taxa interna de rentabilidade de 87,08%

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3. Identificao do promotor e da proposta de plano de negcios O promotor tem um percurso de 22 anos na indstria farmacutica, tendo iniciado a sua carreira em 1989 na empresa Boehringer Mannheim, onde desempenhou funes de Delegado de Informao Mdica e de Gestor de Produto. Posteriormente, entre 1992 e 1995 foi Gestor de Produto na empresa Grunhental Eurolabor. O primeiro cargo de Direco foi desempenhado na empresa Madaus-NeoFarmacutica, como Director de Unidade de Negcios, onde trabalhou entre 1995 e o final do ano 1999. No incio do ano 2000 integrou o grupo alemo Merckle, primeiro atravs da empresa sua Mepha, como Director de Marketing e Vendas, onde permaneceu at Outubro do ano 2004, de onde transitou para as funes de Director Geral da Ratiopharm, funo que desempenha at ao momento actual Na base da criao desta nova empresa, est a perspectiva de utilizar a experincia e contactos nacionais e internacionais do seu promotor, e explorar o potencial actual e futuro do mercado de genricos em Portugal e no Exterior. A empresa a criar, em parceria com uma empresa farmacutica portuguesa produtora de medicamentos genricos, dever ser concretizada atravs de uma sociedade com capital do promotor, no mnimo 51%, e da empresa farmacutica industrial, at um mximo de 49%, O objectivo desenvolver uma relao do tipo Win-Win para ambas as empresas, j que este tipo de parceria permitir no s o emergir de uma nova empresa de medicamentos genricos mas tambm a criao de muitos sinergias e complementaridades entre a nova empresa e a empresa industrial j existente, como por exemplo atravs de se atingir uma maior escala de produo, permitindo um menor custo de produto por unidade produzida. reconhecido que o sucesso de uma empresa de genricos depende em grande parte de associar uma elevada competncia e dinmica de Gesto e de Marketing e Vendas, a trs outros aspectos crticos para o sucesso, e que so o Custo de Produto, Portflio e Time-toMarket (data de lanamento), pelo que desde o inicio se desenvolver um trabalho 6

especifico com o objectivo de ter um desempenho de excelncia nestes aspectos fundamentais. O objectivo criar ainda uma empresa com competncias comerciais de excelncia, que se tornem em conjunto com os aspectos acima mencionados, numa vantagem competitiva sustentada da empresa. A estratgia comercial ser um aspecto diferenciador fundamental e a principal vantagem competitiva em relao aos concorrentes, particularmente das empresas multinacionais, que tm uma grande rigidez estratgica e tctica, e que praticam habitualmente uma politica remuneratria demasiado conservadora e rgida, que normalmente no premeia e no remunera adequadamente os melhores, facilitando e quase incentivando a mediania. Devido reduo de pessoal de muitas empresas internacionais de Investigao e Desenvolvimento, ser possvel atrair para a empresa profissionais de experincia e resultados comprovados, com forte esprito empreendedor, e que tenham como objectivo desenvolver uma carreira de sucesso na industria farmacutica de genricos, e que para isso aceitem um rendimento fixo mais baixo que o habitual, mas com potencial de um rendimento varivel elevado em funo do desempenho. A presena no mercado local e noutros pases ser um objectivo desde o primeiro momento, que dever ser desenvolvido consistentemente, garantindo-se uma saudvel diversificao de mercados e clientes, evitando a criao de dependncia que poderiam ser limitadoras do desenvolvimento da empresa a longo prazo.

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4. Reviso da literatura 4.1. Introduo O sector da sade ocupa actualmente, um espao muito visvel na nossa sociedade, seja em termos econmicos, sociais ou meramente mediticos. A anlise do sector da sade e a procura de mecanismos que melhorem o seu funcionamento, satisfazendo da melhor forma as necessidades da populao, pode tambm ser vista de um ponto de vista econmico. Na verdade, tem vindo a crescer o papel da economia da sade como instrumento de compreenso, e at de interveno, no campo da sade e sua organizao (Barros, 2005). As polticas pblicas do sector da sade, bem como as polticas de outros sectores com impacto na sade humana, constituem contributos essenciais para aumentar o potencial de melhoria do estado de sade de uma populao. Boas politicas de sade pblica podem fazer uma enorme diferena na mobilizao de toda a sociedade para as prioridades e questes essenciais para a sade pblica do pas, representando um complemento importante ao principio da cobertura universal e reforma dos sistemas de prestao de cuidados de sade (Ribeiro, 2009). A Misso da Indstria Farmacutica fomentar a inovao e o desenvolvimento de teraputicas que respondam s necessidades de tratamento e preveno de novas patologias, bem como disponibilizar medicamentos que constituam uma melhoria para a sade e qualidade de vida das populaes. Ao levar a cabo a sua misso, a Indstria Farmacutica defende elevados padres ticos e de qualidade, a que se aliam a responsabilidade social e o dever de solidariedade. (APIFARMA, 2010) A utilizao de medicamentos genricos pode garantir um acesso alargado a medicamentos com interesse teraputico, permitindo simultaneamente a reduo da despesa farmacutica, na medida em que apresentam vantagem econmica em relao aos de marca. A promoo da utilizao de Genricos integra-se assim, no objectivo mais vasto da utilizao racional e eficiente, contribuindo para a sustentabilidade do sistema de sade (Maria, 2007).

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Vasco Maria (2009), Presidente do INFARMED, referiu durante o Workshop online organizado na Unidade de Sade Familiar Al-Gharb, em Faro, no dia 17 de Setembro de 2009 que Os medicamentos genricos aumentam a acessibilidade aos medicamentos, alm de que tm permitido aos utentes poupar nos encargos e ainda frisou que o dinheiro poupado em genricos permite estimular a investigao e o desenvolvimento da prpria inovao. medida que a populao europeia envelhece e a procura de cuidados de sade aumenta, os governos enfrentam um cenrio alarmante de rpido aumento dos custos com a sade. Segundo estudos da Comisso para a Poltica Econmica da UE sobre os "desafios oramentais derivados das populaes envelhecidas", o nmero de cidados em idade activa que contribui para a segurana social est a diminuir rapidamente, enquanto o nmero de cidados idosos est a aumentar. Prev-se que, at 2030, por cada idoso na UE haver pouco mais de dois cidados em idade activa, contrariamente aos actuais quatro. (EPC - Economic Policy Committee, Budgetary Challenges posed by ageing population, 2001) Grfico 1 Projeces quinquenais da populao residente em PortugalValore s e m M ilhare s3000

P roje ce s Q uinque n ais de Pop ulao Re side nte - P ortugal e N UT S II (2001), 2000-2050, ce nrio baixo

2500

P o p u la o co m + 65 a n o s

2000

1500

1000

P o p u la o d o s 0 - 1 4 an o s

500 200 0

2005

20 10

2015

2 020

2025

203 0

2035

20 40

2045

2 050

Fo nte: IN E ( Pr ojec es de Po pula o Re s ide nte Po rtug al e NUTS II - 2000 -20 50, Ed . 200 4)

O aumento do nmero de beneficirios de cuidados de sade pblicos, e a diminuio do nmero de contribuintes esto ligados ao facto dos cidados com mais de 65 anos corresponderem entre 30% a 40% do total de despesas com cuidados de sade muito mais do que qualquer outro grupo etrio.

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"As despesas por pessoa aumentam com a idade, sendo particularmente elevadas nos grupos com idades mais avanadas. O relatrio alerta os decisores da UE de que as despesas pblicas com os cuidados de sade iro aumentar entre 4% a 8% do PIB nas prximas dcadas, e insiste "que o impacto oramental do envelhecimento significativo, tornando difcil aos Estados-membros o cumprimento das obrigaes oramentais impostas pela UEM." (EPC - Economic Policy Committee, Budgetary Challenges posed by ageing population, 2001) No basta colocar medicamentos seguros e eficazes no mercado, necessrio assegurar que a sua prescrio seja adequada s indicaes teraputicas aprovadas, e que a sua utilizao seja segura e que conte com a adeso dos doentes aos tratamentos. (Silva, 2000). O aumento da utilizao de medicamentos genricos desempenha um papel crucial para a soluo deste problema, pois os genricos oferecem um tratamento com menor custo para as doenas crnicas que normalmente afectam os cidados mais idosos. Os medicamentos genricos so equivalentes em termos teraputicos e cumprem todas as normas de segurana, qualidade e eficcia, tal como os respectivos medicamentos de referncia, mas com um preo mais reduzido. (EPC - Economic Policy Committee, Budgetary Challenges posed by ageing population, 2001) Existe hoje uma conscincia generalizada de que a indstria farmacutica, parceira da poltica de sade, responsvel por inovaes teraputicas que trouxeram ganhos de sade aos cidados e geraram riqueza nacional. Em geral, atravs da regulao deste sector, o Ministrio da Sade pretende melhorar o acesso dos cidados a medicamentos seguros, eficazes e acessveis, salvaguardar a sade pblica, incentivar a qualidade da prescrio de medicamentos e promover a prescrio de medicamentos genricos, num quadro de conteno de custos e de melhoria da eficincia dos servios de sade (Campos, 2008).

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4.2. Os medicamentos genricos Os medicamentos genricos so medicamentos com a mesma substncia activa do medicamento de referncia, cujos direitos de propriedade industrial (relativos s respectivas substncias activas ou ao processo de fabrico) caducaram. So por isso equivalentes teraputicos, no s por terem a mesma composio quantitativa e qualitativa, mas tambm por possurem a mesma forma farmacutica. Os medicamentos genricos so aprovados e controlados pelo INFARMED, tal como os medicamentos de referncia, e por isso, a cada um deles atribuda uma A.I.M. (Autorizao de Introduo no Mercado) com o respectivo nmero de registo. Segundo a legislao em vigor relativa ao Estatuto do Medicamento, todos os medicamentos genricos so identificados pela inscrio da sigla MG nas suas embalagens. Quadro 1 - Genricos Garantia de qualidade1. Idnticos na dosagem, forma farmacutica e via de administrao. 2. Bioequivalentes ao produto originador de referncia. 3. Contendo as mesmas substncias activas do originador. 4. Cumprindo os mesmos requisitos de lote referentes a identificao, dosagem, pureza e qualidade. 5. Fabricados segundo os mesmos elevados padres das normas de Boas Prticas de Fabrico (GMP), que so obrigatrias para todos os produtos farmacuticos.

Por lei, estes medicamentos s podem ser comercializados aps o perodo de proteco de patente do medicamento de referncia ter expirado, o que equivale, normalmente, a um perodo de 20 anos. (APOGEN, 2010). Os medicamentos genricos contm o mesmo princpio activo que os medicamentos de referncia e actuam da mesma forma no corpo humano. Os medicamentos genricos 11

equivalentes podem conter princpios no activos diferentes (tais como corantes, amidos, acares, etc.) e podem diferir em termos de tamanho, cor ou forma, mas nenhuma destas diferenas tem qualquer impacto no efeito teraputico, ou seja, no modo como actua no corpo humano. Em alguns casos, o princpio activo dos genricos e dos medicamentos de referncia pode tambm diferir no que diz respeito aos sais e steres. Mesmo quando os fabricantes de medicamentos de referncia alteram princpios no activos dos medicamentos, como sais ou steres, estas alteraes no devem afectar a equivalncia teraputica entre os diferentes medicamentos. (EGA European Generics Association, 2010) Os medicamentos genricos cumprem exactamente as mesmas normas de qualidade, segurana e eficcia que todos os outros medicamentos. So produzidos em fbricas controladas de acordo com as "Boas Prticas de Fabrico" (GMP). E, tal como os medicamentos de referncia, uma vez comercializados, os genricos devem ser controlados pelo fabricante, caso sejam comunicadas reaces adversas. (EGA European Generics Association, 2010) A utilizao de medicamentos genricos (MG) deve ser, para ns mdicos, uma deciso tcnico-cientfica e no apenas econmica. Se esta ideia aceitvel, ento os medicamentos genricos devem ser contextualizados no processo de deciso teraputica (Carneiro, 2009).

4.3 As vantagens dos medicamentos genricos Os medicamentos genricos, e cujas substncias activas se encontram no mercado h vrios anos, e por essa razo, apresentam maior garantia de efectividade e permitem um melhor conhecimento do respectivo perfil de segurana. Apresentam a mesma qualidade do medicamento de referncia, traduzida na demonstrao de bioequivalncia, atravs de estudos de biodisponibilidade. (DecretoLei n. 176/2006, de 30 de Agosto). Inicialmente so 20 ou 35% mais baratos do que o medicamento de referncia, com a mesma forma farmacutica e igual dosagem caso no exista grupo homogneo, o que se torna uma vantagem econmica, para os utentes porque estes medicamentos so 12

substancialmente mais baratos do que o medicamento de referncia, e para o SNS (Servio Nacional de Sade) porque permitem uma melhor gesto dos recursos disponveis. No caso de existir grupo homogneo, o preo de venda ao pblico igual ou inferior ao preo de referncia desse grupo. Em suma, os medicamentos genricos tm a mesma qualidade, eficcia e segurana a um preo inferior ao do medicamento original. (INFARMED, 2010), Numa situao de dificuldades econmicas e financeiras to graves, imperativo massificar a utilizao de medicamentos genricos, para garantir os tratamentos necessrios a preos mais acessveis, com evidentes poupanas para o Estado e para os utentes. Sendo os recursos econmicos limitados, a poupana gerada pela utilizao de medicamentos genricos permite a compra de novos frmacos inovadores, normalmente muito mais caros, existindo portanto uma complementaridade positiva entre os genricos e os medicamentos inovadores (Lilaia, 2009). De acordo com (Maria, 2009) , o que se considera que j passou o tempo de proteco de patente e o investimento j foi devidamente compensado, podendo ento os genricos ser colocados no mercado a um preo razoavelmente inferior. Quando se discute o adjectivo adequado em cuidados de sade admite-se que caracterize o resultado de um processo de deciso que maximiza os ganhos individuais de sade face aos recursos disponveis (Carneiro, 2009). O objectivo dos governos ao promover a prescrio e a utilizao de genricos assegurar a mesma qualidade da teraputica incorrendo em custos menores, quer para o doente, quer para a sociedade. O facto de os recursos serem finitos, aliado necessidade de garantir iguais condies de acesso, independentemente da capacidade de pagar, constitui, por si s, uma forte base racional para a prescrio de medicamentos genricos (Marques, 2006).

4.4. A qualidade, segurana e eficcia dos genricos De acordo com o Decreto-Lei n. 176/2006, de 30 de Agosto, a AIM de medicamentos genricos est sujeita s mesmas disposies legais dos outros medicamentos, estando 13

dispensada a apresentao de ensaios pr-clnicos e clnicos desde que demonstrada a bioequivalncia com base em estudos de biodisponibilidade ou quando estes no forem adequados, equivalncia teraputica por meio de estudos de farmacologia clnica apropriados (estes testes seguem estritamente o disposto nas normas comunitrias) ou outros a solicitar pelo INFARMED. (INFARMED, 2010). Quadro 2 Controlo de qualidade dos genricos

Controlo de Matria Prima

Controlo Microbiolgico

Controlo de Estabilidade

Controlo de Qualidade

Controlo do Processo de Fabrico

Controlo do Produto acabado

Fonte: APOGEN

De acordo com (Bica,2009) Director Tcnico do Laboratrio de Estudos Farmacuticos (LEF) podemos afirmar inequivocamente que se dois medicamentos so bioequivalentes, tero a mesma eficcia e segurana do medicamento originador. De facto, comparando os medicamentos genricos com os medicamentos de referncia pode afirmar-se que a nica diferena o factor preo, uma vez que os medicamentos genricos so disponibilizados a um preo mais acessvel (APOGEN, 2010)

14

Quadro 3 Genricos Qualidade, Eficcia e Segurana

De 2004 a 2009713 Genricos analisados pelo INFARMED

Concluso:

Os MG tm a mesma Qualidade, Eficcia e Segurana que os medicamentos inovadoresFonte: INFARMED 2009

Os medicamentos genricos tm a mesma qualidade, eficcia e segurana, mas com um preo inferior ao originador. Nos ltimos anos, procedendo a uma anlise dos dados disponveis, podemos observar que o numero de no conformidades no significativamente diferente entre genricos e medicamentos originais. Assim, a concluso que podemos tirar a de que os genricos tm a mesma qualidade, eficcia e segurana e um preo inferior ao medicamento original (Maria, 2008). A evidncia cientfica no confirma que os medicamentos de marca utilizados no tratamento das doenas cardiovasculares sejam superiores aos medicamentos genricos, apesar de se verificar um nmero substancial de editoriais que so contra a intermutabilidade dos medicamentos originais face aos genricos. (JAMA, 2008)

4.5. A contribuio da indstria de genricos para os cuidados de sade e para a industria farmacutica A indstria farmacutica constitui um dos sectores mais importantes nas sociedades contemporneas, no s a nvel econmico, mas sobretudo social e cientfico. A misso da Indstria Farmacutica consiste em fomentar a inovao e o desenvolvimento de 15

teraputicas que respondam s necessidades de tratamento e preveno de novas patologias, bem como disponibilizar medicamentos que constituam uma melhoria para a sade e qualidade de vida das populaes. O futuro do sector farmacutico depender certamente das decises polticas que tomemos relativamente inovao e ao acesso ao medicamento em relao aos indicadores da competitividade industrial, criao de uma rede de excelncia em investigao fundamental e clnica, conduo de ensaios clnicos escala europeia (Campos, 2006). Quadro 4 Evoluo dos gastos em I&D nos EUA

Os Genricos influenciam positivamente a o investimento em investigao e desenvolvimento

Fonte: www.egagenerics. com

Numa fase em que as exigncias face aos cuidados de sade so cada vez maiores, os medicamentos genricos representam um importante benefcio para a sociedade, ao garantir o acesso a medicamentos seguros, eficazes e de qualidade, ao mesmo tempo que proporcionam aos doentes e aos sistemas de sade da Unio Europeia (UE) uma poupana anual de mais de 20 mil milhes de euros. A indstria farmacutica de medicamentos genricos encontra-se na vanguarda da disponibilizao destes medicamentos de alta qualidade e de preo acessvel a milhes de pessoas em toda a Europa e outras regies do Mundo. Analisando a Europa como um todo, cerca de 51% de todos os frmacos prescritos anualmente, so genricos. (APOGEN, 2010)

16

Por outro lado, a concorrncia gerada pelos medicamentos genricos cria um forte incentivo para o desenvolvimento de produtos inovadores, por parte dos produtores de medicamentos originadores. Alm disso, as poupanas resultantes do consumo de genricos permitem a libertao de verbas extremamente necessrias, que possibilitam aos governos financiar tratamentos com medicamentos inovadores, mais dispendiosos. (EGA , 2006) Market Review, The European Generic Pharmaceutical Markets, documento interno da EGA, Junho de 2006. 4.6. A contribuio dos Genricos para a poupana e para os utentes Em mdia, na Unio Europeia, os genricos so vendidos a um preo entre 20% a 90% inferior ao medicamento de referncia. Em pases como a Holanda, o Reino Unido e a Sucia, os genricos so responsveis por metade do total de medicamentos dispensados, mas correspondem somente a um quinto das despesas com medicamentos. Este facto garante uma margem de 80% no oramento destinado a frmacos originadores dispendiosos. Existem inmeros exemplos de poupana real e potencial dos medicamentos genricos. (APOGEN, 2010). Em Portugal, tem-se verificado que em algumas reas teraputicas, os medicamentos de referncia baixam o seu preo para se tornarem competitivos com os medicamentos genricos (caso do Omeprazol e da Sinvastatina). Este efeito leva a uma baixa generalizada dos preos e, consequentemente, a um maior acesso Sade. Grfico 2 Acessibilidade O Omeprazol e a SinvastatinaComparao de PreosPreo do O riginador no m anterior ao lanamento do 1 Genrico vs Preo Medicamento Genrico Mais Caro s - Setembro 2009160,00

140,00

135,64

120,00

100,00

-71 % 80,00

86,20

-66 %60,00

39, 53 40,00 29,44

20,00

0,00 Preo Ori inador: DGAE g Preo Genri o M Caro em vigor em c ais Setembro-2009, INFARM ED

Omeprazol (20mg 28c* 2) Fev-90 Ori ginad or (PVP Anterior ao 1 Gen.)

Sin vastatina (20mg 30c* 2) Mar-02 Genri co PVP Actual Mai s Caro (Se t-2009 )

Fonte: do autor

17

O Professor Steven Simoens (2006), da Universidade de Leuven, na Bgica, referiu que "os medicamentos genricos garantem uma enorme poupana aos prestadores de cuidados de sade e estimulam a inovao. No entanto, a UE no est a maximizar todo o seu potencial em medicamentos genricos. possvel alcanar uma poupana na ordem dos 27% a 48% se forem adoptadas as medidas adequadas nos pases da UE. O medicamento genrico fundamental para assegurar um direito universal Sade no sentido em que disponibilizado a um preo mais acessvel que o frmaco de referncia, com total garantia de qualidade, eficcia e segurana. Segundo a legislao em vigor, o PVP do medicamento genrico dever ser inferior, no mnimo, em 35% ao PVP do medicamento de referncia, com igual dosagem e na mesma forma teraputica. No caso de medicamentos com custo inferior a 10 euros, o preo do equivalente genrico tem de ser, no mnimo, 20% mais baixo. Alm disso, as sucessivas redues administrativas de preos impostas pelos sucessivos Governos tm levado a uma reduo gradual e permanente do preo dos medicamentos genricos. Grfico 3 Reduo de preo dos genricos em Portugal

Exe mplo - Redu o de Preo s dos Me di ca m en tos Genri cos em Portug al 120,00 Er oso de Pr eo dos Medicamentos Genricos em Portugal 100,00 120%

100%

100%

80,00

80%

35% 60,00

6%

12%( 6+6%)

60%%

40,00

30%

40%

20,00

20%

0,00

PV P Med.Ref ernci a antes da entr ada do Med.Gen ric o 1 00 ,0 0 100 %

PVP Med icamen to Gen ric o 65,0 0 35 %

Reduo Ge ral PVP Set-20 05 61 ,10 6%

Redu o Geral PVP Ja n-2 007 + Redu o Q.M.'s Ma i-2007 53 ,77 12%

Re du o PVP Me d.Genrico Out-20 08 37 ,64 30%

0%

PV P Red u o (% )

Fonte: do autor

Com o aparecimento do primeiro genrico, verificou-se uma descida dos preos dos medicamentos utilizados para o tratamento deste tipo de patologias (at ento de custo 18

elevado) e 88 mil doentes tiveram a oportunidade de iniciar a teraputica do colesterol com esta substncia. Simultaneamente, diminuram os custos mdios suportados pelos utentes: 19% no grupo dos utilizadores de no genricos (devido introduo do preo de referncia) e 40% entre os utilizadores de genricos. Em mdia, cada um dos 98 mil doentes utilizadores de genricos poupou 100 euros num ano, o que significa que os medicamentos genricos permitem que mais doentes sejam tratados com menor custo. Por parte do Estado, h tambm uma correlao directa entre o aumento da prescrio de medicamentos genricos e a diminuio das despesas pblicas com a sade. Os nveis de poupana gerados podem ser canalizados para o desenvolvimento de novas molculas e terapias inovadoras. O prof. Simoens, da Universidade de Leuven, na Blgica, emanou ainda em 2006, um conjunto de recomendaes politicas para reduzir a despesa com medicamentos, sendo as principais as seguintes: 1. Introduzir uma poltica coerente em termos de medicamentos genricos. 2. Permitir uma maior liberdade na fixao dos preos dos medicamentos genricos e incentivar a concorrncia ao nvel de preos. 3. Divulgar informaes sobre os diferenciais de preos aos mdicos, farmacuticos e doentes. 4. Aumentar a confiana dos mdicos, farmacuticos e doentes em relao aos medicamentos genricos. 5. Dar incentivos aos mdicos para que estes prescrevam medicamentos genricos. 6. Eliminar os desincentivos financeiros para os farmacuticos dispensarem medicamentos genricos. 7. Dar incentivos aos doentes para promover a solicitao de medicamentos genricos.

4.7. A importncia dos medicamentos genricos para o tratamento das doenas crnicas medida que a populao envelhece, torna-se cada vez mais difcil disponibilizar um tratamento sustentvel para determinadas doenas crnicas, que atingem sobretudo as faixas etrias mais avanadas. Na verdade, o rpido envelhecimento da Europa, o aumento da prevalncia de algumas doenas associadas idade e o aumento dos preos 19

dos medicamentos de referncia traduz-se numa procura cada vez maior dos medicamentos genricos. As doenas crnicas tm por norma, elevados custos com medicao, devido essencialmente aos longos perodo de tempo de tratamento. A indstria europeia de genricos j contribui fortemente para este segmento, atravs da disponibilizao de tratamentos com uma ptima relao custo-eficcia. Actualmente, esto disponveis mais de 150 medicamentos genricos diferentes para teraputicas de custo elevado, como so muitas doenas crnicas (depresso, presso arterial, lceras). ainda importante referir que a maioria das pessoas que toma medicamentos para doenas crnicas tem duas caractersticas em comum: polimedicada e reformada. Actualmente, existem 700 000 pessoas, em Portugal, com reformas inferiores a 200 euros. Desta forma, este o pblico que mais beneficia com o crescimento do mercado de genricos, pois consegue obter medicamentos igualmente eficazes a preos mais reduzidos. (EGA, 2010)

Em pases como a Holanda, o Reino Unido e a Sucia, os genricos so responsveis por mais de metade do total de medicamentos dispensados, mas correspondem somente a um quinto das despesas com medicamentos. Este facto garante uma margem de 80% no oramento destinado a frmacos originadores dispendiosos. Existem inmeros exemplos de poupana real e potencial dos medicamentos genricos. Em Portugal as despesa com a sade tem representado uma parte cada vez maior da riqueza do pas, em funo do PIB, e por sua vez tambm os medicamentos representam uma fatia maior dos gastos com sade, o que coloca em causa a sustentabilidade do sistema de sade.

20

Quadro 5 Sustentabilidade do sistema de sade em Portugal

50,0%

E voluoda D pesa T emSa noPIB es otal de Portug (1970 a 2006) al

50,0%

Evolu da Desp a comM icamen s o es ed to n To d D pes N o tal a es a acion emSa al de Portu (1970 a 2006) gal

30,0%

30,0%

10,0% 2,6%

10,2%

10,0%

21,3% 13,4%

-10,0% 1970 2006

-10,0% 1970 2006

Fontes: O ECD Health Data 2008, How Does Port ugal Compare, (Per odo de Referncia 2006) O MPS: Observatrio de Medicament os e Produtos de Sade, I NFARMED , 31.12.08

Na Europa, muitos decisores compreenderam este facto e comeam j a implementar medidas no sentido de promover a utilizao de medicamentos genricos nas doenas crnicas. Por conseguinte, a indstria europeia de medicamentos genricos est a tornarse rapidamente no principal fornecedor de medicamentos na UE. No entanto, possvel fazer muito mais para promover o uso alargado dos medicamentos genricos de modo a garantir a sustentabilidade dos cuidados de sade na Europa.

4.8. A importncia do sector industrial farmacutico A nvel global o percurso da Industria Farmacutica demonstrou ser claramente bem sucedido, particularmente a partir do final da segunda guerra mundial, em que principalmente a Alemanha e a Suia surgiram como lideres mundiais no fabrico de medicamentos, consolidando a sua tradio de investigao e desenvolvimento. Nas dcadas mais recentes os EUA Estados Unidos da Amrica e as suas empresas farmacuticas tm vindo a ganhar peso no sector e a suplantar as empresas europeias. Alm disso, a globalizao tende a repartir o peso da indstria farmacutica por um 21

maior nmero de regies e pases, com particular destaque para a importncia crescente da China e da ndia. Apesar do enfraquecimento relativo da Europa neste sector face aos EUA e alguns pases asiticos, a industria farmacutica continua a ser um dos sectores mais importantes e competitivos da Europa (Gambardella, 2000). A perda de competitividade da Industria Farmacutica Europeia face aos EUA e a outros pases acompanha o mau desempenho geral da economia europeia, com taxas de crescimentos muito baixas quando comparadas com os EUA e vrios pases asiticos. Nos ltimos anos somente no ano de 2001 a EU Unio Europeia apresentou um crescimento superior aos EUA.. Portugal, neste plano, acentua a tendncia de atraso face aos seus parceiros europeus. Aps um perodo marcado por um crescimento significativo, entre 1995 e 2000, os anos 2000 trouxeram baixos ndices de crescimento do PIB. Para a EFPIA - European Federation of Pharmaceutical Companies and Associations, os dados dos ltimos anos confirmam o crescente enfraquecimento da industria europeia face ao seu principal competidor, os EUA. (Bica, 2006). Actualmente, todos os medicamentos comercializados na Europa, produzidos na Europa ou em pases terceiros, tm obrigatoriamente de ser produzidos em unidades industriais aprovadas pelas autoridades europeias do medicamento, ou por autoridades de pases terceiros com os quais a Europa possua acordos, atravs dos quais reconhece e delega competncias, garantindo a aplicao dos mesmos nveis de exigncia e dos padres de qualidade praticados na Europa. Importa, alis, salientar que cada unidade industrial autorizada e qualificada por perodos de tempo limitados, o que obriga revalidao peridica da sua autorizao sendo, por esta via, alvo de uma vigilncia prxima do seu desempenho. Deste modo, todos os medicamentos fabricados fora do espao europeu sofrem obrigatoriamente, no momento da sua importao, uma reverificao da qualidade, atravs da aplicao de metodologias de Controlo da Qualidade aprovadas pela Autoridade do Medicamento. Adicionalmente, para todos os medicamentos, a informao sobre a qualidade, conjuntamente com a reviso de toda a documentao relativa ao processo de fabrico, embalagem e transporte, entre outros aspectos, 22

utilizada para uma deciso final sobre a libertao de cada lote fabricado para comercializao. Este conjunto de actividades e responsabilidades, aqui descritas de forma simplificada, visam assegurar a qualidade dos medicamentos, genricos ou inovadores, independentemente da localizao geogrfica da sua produo. assim evidente, no contexto global da actividade farmacutica, que a melhor estratgia para garantir e salvaguardar a qualidade reside em privilegiar critrios de competncia, de desenvolvimento tecnolgico, qualificao de recursos humanos e de implementao de prticas efectivas de gesto e garantia da qualidade no fabrico de medicamentos, genricos ou inovadores (Bica, 2009).

4.9. A Industria Farmacutica em Portugal

A Industria Farmacutica em Portugal constitui uma actividade econmica que integra os chamados sectores de elevada intensidade tecnolgica, e tem sido demonstrado que: 1) Estes sectores apresentam taxas de crescimento da produtividade muito acima dos sectores de mdia e baixa tecnologia 2) Enquanto o emprego nos sectores industriais de mdia e baixa tecnologia tem regredido ou permanecido estvel, respectivamente, o inverso se tem verificado com as indstrias de alta tecnologia, que demonstram capacidade de criao de emprego qualificado e mais produtivo (Bica, 2006). Para desenvolver estes sectores de alta tecnologia, muito dinmicos e intensivos em conhecimento avanado, necessrio que as economias apresentem um conjunto de condies favorveis. Em primeiro lugar necessrio um mercado de trabalho onde as qualificaes necessrias se encontrem abundantemente disponveis, e em segundo lugar um enquadramento institucional adequado, o que passa pelo quadro legal e pelos aspectos que condicionam as atitudes e comportamentos dos agentes econmicos. O sector industrial farmacutico possui uma enorme relevncia social, pelo seu impacto na qualidade de vida das populaes, na preveno e no tratamento de doenas, e pela elevada intensidade tecnolgica. 23

O desenvolvimento e o posicionamento internacional do sector industrial farmacutico portugus importante no s para o desenvolvimento industrial e a sua contribuio para as exportaes, mas tambm para a manuteno de um sector estratgico para o pas. No entanto o sector Industrial farmacutico Portugus sofre de um risco de eroso progressiva da sua base produtiva, devido pequena dimenso do mercado e s lgicas de racionalizao nos mercados europeus e mundiais. O desequilbrio nas trocas comerciais tambm um problema estrutural que urge ser resolvido, e um desafio a que as empresas nacionais tm de corresponder. De acordo com o Relatrio Anual de 2008 da APIFARMA, existiam 137 empresas farmacuticas, 343 Armazenistas de medicamentos e 2.666 Farmcias, no final do ano 2008. Na mesma data, a Industria Farmacutica em Portugal empregava 10.581 pessoas, correspondendo a 1,8% de um total de 574.000 da conjunto dos 27 pases da Unio Europeia. No ano de 2007 o total de produo em Portugal de matrias-primas e produtos farmacuticos ascendeu a 1.993.000.000. O valor de importaes, no mesmo ano, atingiu o valor de 1.883.000.000, enquanto o valor de exportaes se cifrou em 396.000.000, verificando-se um enorme desequilbrio entre a entrada e sada de medicamentos, existindo uma clara necessidade de reforar o sector produtivo e a capacidade exportadora.

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5. Quadro Conceptual de Referncia De acordo com a reviso da literatura efectuada, em seguida ir-se-o destacar alguns dos elementos mais importantes para a anlise do contexto terico do projecto. - O envelhecimento da populao Devido ao envelhecimento da populao, ao aumento da esperana de vida, a uma oferta crescente de produtos e servios de sade, conjugados com as elevadas expectativas dos cidados, existe uma clara tendncia de longo prazo para uma maior utilizao de produtos e servios de sade. - O sector da sade O sector da sade assume-se com uma rea cada vez mais importante e visvel, com um grande impacto social e econmico, existindo a necessidade de os decisores polticos e a sociedade em geral, encontrarem solues que garantam o acesso a todos os cidados, num modelo sustentvel a longo prazo. - A sustentabilidade do sistema de sade A seguir a tendncia actual os custos com o sector da sade continuaro a crescer a elevado ritmo nas prximas dcadas, o que se afigura de todo insustentvel. absolutamente necessrio encontrar um modelo de controlo de custos e de financiamento da sade, com um compromisso adequado de custo pblico e privado, que garanta a todos os cidados acesso aos servios e produtos necessrios manuteno da sua boa condio de sade fsica, mental e social. - A importncia da indstria farmacutica A industria farmacutica constitui um dos sectores mais importantes da sociedade, e tem dado, nas ltimas dcadas, um significativo contributo para a melhoria do estado de sade e longevidade dos cidados, atravs de um continuado processo de inovao e de lanamento de novos produtos no mercado, que tm resolvido necessidades dum alargado numero de pessoas.

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- Os medicamentos genricos Os genricos so medicamentos fora de patente, essencialmente similares aos produtos inovadores de referncia que lhes deram origem, e tm de cumprir um conjunto de requisitos e procedimentos que garantam a sua qualidade, eficcia e segurana. - Medicamentos genricos e sustentabilidade da sade Os medicamentos genricos desempenham actualmente e desempenharo ainda mais no futuro um papel fundamental na sustentabilidade do sistema de sade, porque garantem a acesso a medicamentos de qualidade, seguros e eficazes, a um custo mais baixo. - Complementaridade entre medicamentos genricos e inovadores Existe uma importante complementaridade positiva entre os medicamentos genricos e os medicamentos inovadores, j que a poupana gerada por uma maior utilizao de genricos pode gerar a poupana suficiente para permitir comprar medicamentos inovadores, de valor teraputico acrescentado, em relao aos quais no existe alternativa teraputica e que tm normalmente um preo muito elevado. - O sector industrial farmacutico O sector industrial farmacutico tem uma importncia estratgica, e a Europa tem vindo a sofrer um enfraquecimento relativo em relao aos EUA e aos pases emergentes, mas a industria farmacutica continua, apesar disso, a ser um dos sectores mais competitivos e importantes. - Devidamente enquadrado na Unio Europeia, Portugal necessita de manter e desenvolver um forte sector farmacutico, que sendo um sector de alta tecnologia e que possibilita a criao de emprego qualificado e altamente produtivo, contribuir no s para a diminuio das exportaes deste sector e para um aumento das exportao, contribuindo para um melhor equilbrio da balana comercial no sector farmacutico.

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6. ANLISE DE MERCADO No presente captulo ser realizada uma anlise do mercado farmacutico e do mercado de genricos do modo mais abrangente possvel, tentando compreender com rigor todos os aspectos actuais e futuro deste mercado que fossam influenciar o desenvolvimento da Absolutis.

6.1 A Envolvente Mediata Quadro 6 A envolvente imediata e mediata

Envolvente mediata Envolvente imediata

Absolutis

Fonte: do autor

Ir agora proceder-se a uma anlise da envolvente mediata do projecto, para se conhecer com o rigor possvel tudo aquilo que pode influenciar ou produzir alteraes no sector do medicamento e particularmente do medicamento genrico. O mtodo utilizado o modelo PEST, com o objectivo de contextualizar a envolvente politica, econmica, social e tecnolgica que interfiram com a implementao do projecto da empresa.

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6.1.1 Envolvente Politico-legal Do ponto de vista politico o sector da sade, no geral, e o sector do medicamento em particular so actualmente alvo de grande discusso e controvrsia, no s porque fundamental conseguir a sustentabilidade do sector mas tambm porque existe um elevado nvel de expectativas por parte da sociedade e dos cidados em particular, que ambicionam a ter um sistema de sade ao nvel do que de melhor existe, mas com a condicionante de Portugal ser uma economia dbil e estagnada. Nas ultimas dcadas os custos com a sade tem crescido a um ritmo muito superior ao ritmo de crescimento da economia, e isso cria uma situao insustentvel de ser mantida por muito mais tempo, da que seja fundamental que a classe politica avalie e defina um modelo de sade que garanta resultado ao melhor nvel mas com maior sustentabilidade financeira. S nos ltimos anos a industria farmacutica passou a ser considerada um sector estratgico em Portugal e a ter maior ateno e apoio por parte do Estado, que estimulando e facilitando atravs do INFARMED e do Ministrio da Economia e Inovao, que as empresas se agrupem atravs do projecto denominado PharmaPortugal, e que em conjunto desenvolvam uma estratgia comum, ganhem escala de produo e aumentem a produo e exportao de medicamentos. Convm ter presente que os medicamentos so um bem de primeira de necessidade e estrategicamente importantes, pelo que importante no s ter reservas estratgicas de medicamentos localizadas em Portugal, mas tambm desenvolver o sector industrial de modo a termos uma maior independncia do exterior, com o objectivo de Portugal ser mais auto-suficiente em medicamentos e poder ter uma forte industria exportadora, geradora de independncia e riqueza. Neste contexto os medicamentos genricos so a rea onde Portugal se pode desenvolver mais rapidamente e com maior sustentabilidade, j que sendo a base de investigao e inovao cientifica muito reduzida no nosso pais, faz todo o sentido que a aposta seja feita nos produtos farmacuticos fora de patente, onde Portugal inserido no espao europeu pode ser competitivo, devido a um elevado nvel de qualificao, aos custos de produo competitivos e a uma localizao favorvel.

28

6.1.2 Envolvente Econmica Do ponto de vista econmico, Portugal apresenta uma das economias mais fracas da Unio Europeia, e ao contrrio do que eram as normais expectativas, tem continuado a divergir no desenvolvimento, correndo um srio de risco de no conseguir nas prximas dcadas aproximar-se do nvel de vida e do poder de compra da mdia da EU, mesmo considerando o conjunto de pases que mais recentemente aderiram unio e que partiram de um situao muito desfavorvel. Alm disso, Portugal tem um nvel de endividamento externo (pblico e privado) que tem vindo a crescer a um ritmo insustentvel, sendo necessrio aplicar um conjunto de medidas claras e fortes para garantir uma situao financeira sustentvel e controlar os dramticos desequilbrios acumulados. No entanto, qualquer que seja a estratgia a seguir fundamental que tenha em conta o impacto nas condies de vida dos portugueses e no nvel de emprego. De acordo com o Eurostat, Portugal o pas da Unio Europeia que apresenta uma maior desigualdade na distribuio da riqueza e tambm o pas que apresenta uma maior pobreza relativa, necessitando urgentemente de encontrar um novo modelo de desenvolvimento, que permita melhorar a realidade existente e faz-la evoluir a longo prazo para um modelo de desenvolvimento mais avanada, com um maior nvel de produtividade e que permita resolver os graves problemas de pobreza e desigualdade. Para um desenvolvimento econmico sustentado fundamental a existncia de politicas e prticas que fomentem uma maior escolarizao e formao profissional continua, e que possam levar finalmente ao indispensvel aumento de produtividade, j que a competitividade depende da produtividade de cada um e do conjunto de toda a populao activa. Na economia da sade h que ter em considerao que impossvel manter-se um elevado ritmo de aumento da despesa, ainda que em grande parte o investimento em sade seja um investimento em maior produtividade, pelo que fundamental desde j pensar em racionalizar todo o sector sem colocar em causa o Sistema Nacional de Sade e garantir o acesso sade de todos os cidados num sistema que se deseja tendencialmente gratuito, e que tenha em considerao as reais possibilidades econmicas de cada um. 29

6.1.3 Envolvente Social Portugal, de acordo com um estudos e dados publicados pelas fontes da Unio Europeia, nomeadamente o Eurostat, foi apontado como o Estado-membro com maior disparidade na repartio dos rendimentos, ultrapassando mesmo os Estados Unidos nos indicadores de desigualdade. O Relatrio Sobre a Situao Social na Unio Europeia (UE) em 2008 concluiu, no entanto, que os rendimentos se repartem mais uniformemente nos Estados-membros do que nos Estados Unidos, excepo de Portugal. significativo e importante verificar que os indicadores de distribuio dos rendimentos mostram que os pases mais igualitrios na distribuio dos rendimentos so os nrdicos, nomeadamente a Sucia e Dinamarca. Devido ao agravamento recente da situao econmica e do aumento assustador do nmero de desempregados e cidados pobres, h muitas opinies que consideram que Portugal vive uma situao de emergncia social, e que urgente tomarem-se medidas de apoio aos mais desfavorecidos, mas tambm definir uma politica que facilite o desenvolvimento econmico e a criao de emprego e riqueza. De acordo com o ndex de Liberdade Econmica publicado em 2008 pelo New York Times, Portugal classifica-se no 39 lugar, em 41 pases analisados, concluindo-se que Portugal tem muito a progredir em relao s questes laborais, aos entraves s contrataes e despedimentos, verificando-se um elevado grau de rigidez e imobilidade laboral, que poder eventualmente ser contrria ao desenvolvimento social e econmico. Alm disso Portugal referido com um pas muito hierarquizado e formal e com uma elevada distncia ao poder, de acordo com a Fundao Hofstede. Tem ainda um nvel de individualismo muito grande, apenas com uma forte relao entre grupos, em particular com fortes laos de ligao entre familiares. Os ndices de criminalidade, de acordo com os relatrios de segurana interna, so relativamente baixos quando comparados com muitos dos outros pases europeus, o que faz com sejamos percebidos com um pas estvel e seguro, propiciando o favorvel desenvolvimento do turismo e facilite a eventual atraco de investimento. No entanto, com uma situao econmica que continua a demonstrar-se muito frgil e com uma consequente fragilidade de muito cidados portugueses e emigrantes residentes, fundamental garantir-se uma suficiente coeso social, que evite fracturas 30

entre a populao e limite uma escalada de conflito e crime, que poderiam no s ameaar a estabilidade social como levar reduo do investimento por receio de um ambiente no propcio ao desenvolvimento empresarial. Um ambiente seguro e de adequado ambiente social crtico para a atraco de investimento e para o desenvolvimento de empresas.

6.1.4. Envolvente Tecnolgica Ao nvel tecnolgico Portugal encontra-se hoje potencialmente apetrechado ao mesmo nvel dos outros pases europeus, tendo sua disposio todos os equipamentos e tecnologias de ponta, ao nvel do que melhor existe a nvel mundial, ainda que em alguns aspectos, como por exemplo a disseminao da banda larga, ainda haja uma elevada margem de progresso. Os sistemas de informao e novas tecnologias, como a Internet, os computadores e telemveis, encontram-se j em utilizao em todo o pas e tm tendncia para se tornarem de utilizao cada vez mais comum por um nmero cada vez maior de cidados. O Governo Portugus tem ainda, atravs do Programa Ligar Portugal, visado a ampla mobilizao das pessoas e das organizaes para o uso generalizado das Tecnologias de Informao e Comunicao e para o desenvolvimento em Portugal da Sociedade de Informao e da economia baseada no conhecimento. Este programa tem como objectivos melhorar a qualidade de vida dos cidados e desenvolver as condies para a criao de riqueza num mundo cada vez mais competitivo em tecnologias e conhecimento. O desenvolvimento da utilizao das mais modernas tecnologias facilitar promover uma cidadania moderna e informada, e garantir a competitividade das empresas instaladas em Portugal. Para que Portugal a nvel tecnolgico seja verdadeiramente competitivo no panorama internacional, o pas deve assegurar que as capacidades disponibilizadas pelas modernas tecnologias de Informao e Comunicao so totalmente aproveitadas para elevar as estruturas sociais e empresariais portuguesas aos nveis de exigncia, eficincia, competncia e produtividade dos pases mais desenvolvidos, posicionando-nos colectivamente como uma sociedade produtiva e competitiva. 31

6.2 A Envolvente Imediata Para uma compreenso realidade do sector da sade e farmacutico, ir agora realizar-se uma anlise da envolvente imediata do projecto, para se conhecer com o maior rigor o ambiente prximo em que a Absolutis se insere e avaliar as potenciais consequncias no desenvolvimento do projecto. Para a anlise da envolvente imediata da empresa ir-se- utilizar o conhecido modelo das 5 foras de Porter, de Michael Porter, que permitir analisar com clareza e estruturadamente a envolvente competitiva do novo negcio. Quadro 7 Anlise da envolvente mediata

Fonte: Mercator/ Michael Porter

6.2.1

Poder negocial dos fornecedores

O poder negocial dos fornecedores mdio. Existem no sector um conjunto alargado de fornecedores para o sector dos genricos. Em relao ao medicamento e s matrias primas para a sua produo, necessrio estabelecer parcerias de mdio-longo prazo, normalmente com um horizonte mnimo de 5 anos, de modo a garantir que a nvel 32

regulamentar e de produo est tudo de acordo com os dossiers submetidos no INFARMED e evitando alteraes a esses mesmos dossiers, que so normalmente demoradas e dispendiosas. Em relao a todos os outros fornecedores o seu poder negocial ser no mximo mdio, j que existe uma forte concorrncia entre eles e no existe grande dificuldade em trocar de fornecedor, no entanto, no geral importante encontrar parceiros fiveis, cumpridores de prazos e da qualidade estabelecida, de modo a evitar contratempos.

6.2.2

Barreiras entrada de novos concorrentes

A ameaa de entrada de novos concorrentes mdia, principalmente porque j existem muitas empresas no mercado e ainda porque o sector farmacutico e em particular o sector dos medicamentos genricos muito complexo e estruturado, exigindo um profundo conhecimento do mercado e dos vrios stakeholders. A ameaa de novos concorrentes vem principalmente de empresas internacionais de genricos que ainda no esto implantadas em Portugal, e que vm a sua entrada no mercado nacional como uma forma natural de desenvolvimento do seu negcio atravs da expanso geogrfica, ou ento de algumas empresas farmacuticas portuguesas que esto ameaas por perdas de patentes de produtos que lhes esto licenciados por empresas de investigao e desenvolvimento ou que tm sobrevivido fundamentalmente de cpias que esto a sofrer uma forte eroso e transferncia para os genricos, que tm a vantagem de ter bioequivalncia demonstrada.

6.2.3

Ameaa de produtos substitutos

A ameaa de produtos substitutos mdia, j que se um facto que existem algumas reas teraputicas onde a investigao promissora e pode realmente trazer para o mercado produtos inovadores com valor teraputico acrescentado, ou seja, com uma melhor relao custo/ beneficio, numa grande parte das reas teraputicas os medicamentos genricos actuais e futuros resolvem eficazmente a grande maioria das patologias, com um elevado grau de eficcia e segurana, e com a vantagem da confiana dada pelos largos anos de experincia de utilizao. 33

Uma ameaa tambm a ser considerada os produtos life-style que ao facilitarem um melhor estado de sade geral evitaro a utilizao de alguns dos medicamentos genricos ou mesmo eventualmente a sua substituio. Um caso paradigmtico desta situao os produtos reguladores dos nveis de colesterol que se encontram venda nos supermercados.

6.2.4

Poder negocial dos clientes

O poder negocial dos clientes, no geral alto. Na indstria de genricos existem trs clientes chave, os mdicos, as farmcias comunitrias e os distribuidores de medicamentos. Os mdicos tm tradicionalmente e de acordo com lei em vigor, um forte poder de deciso sobre que tipo de medicamento e de que empresa os doentes tomam os medicamentos. Existindo um nmero elevado de empresas de genricos no mercado e sendo por isso a escolha vasta, ser necessrio promover adequadamente a justificao de escolher uma empresa portuguesa, que contribui directamente para a o investimento, criao de emprego e riqueza em Portugal. As farmcias comunitrias tm ganho um poder acrescido na escolha dos medicamentos genricos que os doentes compram, j que numa percentagem significativa o mdico no impe a marca comercial do genrico, ficando ao critrio da farmcia decidir qual o genrico que o doente compra, o que confere farmacia um poder negocial elevado. Por fim os distribuidores tambm tm ganho um maior poder negocial junto das farmacuticas, porque existe j uma importante concentrao no sector, onde trs empresas j detm mais de 60% de quota de mercado, e porque em muitos casos tm ganho poder de influenciar as compras das farmcias, devido principalmente aos descontos oferecidos e aos alargados prazos de pagamento.

6.2.5

Rivalidade entre concorrentes

A rivalidade entre concorrentes elevada, devido a vrios aspectos, mas os fundamentais so o elevado nmero de empresas a actuar em Portugal, principalmente 34

empresas multinacionais, e que gera um agressivo ambiente concorrencial, e ainda a baixa quota de mercado dos genricos em Portugal, o que leva a uma forte disputa por ganhos de quota de mercado. Sendo o ambiente concorrencial forte, verifica-se que habitualmente as empresas multinacionais tm organizaes mais profissionais e estruturadas, mas com uma baixa flexibilidade e lentido de deciso. Ao contrrio, as empresas nacionais so normalmente mais rpidas a decidir e tm uma maior flexibilidade organizacional, mas tm uma organizao menos estruturada e no beneficiam da transferncia de conhecimentos que as empresas internacionais realizam.

6.3 Anlise do mercado de medicamentos genricos Tendo presente, de acordo com o quadro abaixo, as caractersticas do mercado farmacutico portugus, ir-se- avaliar o mercado de medicamentos genricos. Quadro 8 Principais caractersticas do mercado farmacuticoPrincipais caractersticas do mercado farmacuticoLegislao Medidas de controlo de custosa) Reduo administrativa de preos b) Descontos e Preos mximos c) Concurs o de medic. nas Farmcias d) Autorizao para Importaes

Concorrncia Empresas

Business drivers Mdi co s:

de I&D a tentar alongar os perodos das patentes Eroso de preos devido agressividade concorrencial entre empresas de Genricos Novas pequenas empresas a tentar explorar os nichos de mercado e o segmento dos genricos

Mercado Farmacutico

Controlo dos custos com medicamentos Presso para a prescrio de genricos Distribuidores e Farmcias: Presso sobre a indstria para maiores descontos Criao de Centrais de compras

Aumentos do pagamento pelos Utentes Aumento da Medicina privada

Utentes

Fonte: do autor

35

6.3.1 O Desenvolvimento inicial do mercado de genricos Em Portugal, os medicamentos genricos foram autorizados em 1990, com a publicao do decreto-lei n 81/90 de 12 de Maro. Aps um longo perodo de 12 anos sem a publicao de legislao especfica, foram aprovados em 2002 vrios decretos-lei que vieram facilitar a introduo e comercializao dos medicamentos genricos no mercado portugus, como foi o caso da introduo do Sistema de Preos de Referncia. Segundo o decreto-lei n 270/2002 de 2 de Dezembro. A introduo dos preos de referncia na comparticipao dos medicamentos pelo Estado aos utentes do Servio Nacional de Sade visou equilibrar os preos dos medicamentos comparticipados, instituindo um valor mximo a ser comparticipado correspondente participao do medicamento genrico de preo mais elevado de determinado grupo, assegurando ao utente uma alternativa de qualidade garantida e equivalncia teraputica comprovada. Embora noutros pases da Europa e do mundo, os medicamentos genricos j estivessem a ser comercializados h bastante tempo, em Portugal, as vendas s comearam a crescer com a aprovao de legislao especfica. Quadro 9 Factores com influncia na evoluo do mercado de genricos

Redu o de Preo dos Genricos

2,3% de quota de merc ado, e m unidades

134 DCIs com medica mento genrico disponve is em 13 r eas te raputicas Nova Lei obrigando reduo de pre o de vido Q.M. na DCI

25% 17,85% 20% 15% 10% 5% 0% 0% 0% 0% 0% 0% 0%Intr oduo dos Medicamentos Genricos em Portugal Majorao de 1 0% na comparticipao Campanha Informativ a 1,0% de quota de merca do, em unidades Pr eo de Re fer nc ia Fim de Majorao de 1 0%

18,56%

12,65%

15,15%

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

0,13%

2001

0,34%

2002

1,76%

2003

5,65%

Estado reduz compar ticipa o nos preos

Redu o obrigatria de 3 0% no PVP do Genrico (acima 5)

2004

7,90%

2005

2006

2007

2008 Jan-Jul 2009

Quot a de M ado erc

Cam panha do INFA MED, I.P R Comparticipa o de 100 % para pe nsionista s com r endimentos inferiore s a o sa lr io mnimo

Atribui o do PVP s molculas mais importantes bloqueada pela Administrao Portugue sa

Fonte: AP O GE N

17,26%

36

6.3.2. Anlise do Mercado Actual De acordo com os dados disponibilizados pela empresa IMS, o mercado de medicamentos genricos tem-se desenvolvido gradualmente em Portugal, tendo atingido um valor de 437.000.000 a PVA em 2009, com um crescimento de 17,5% em embalagens vendidas, mas com uma perda de 6,8% em valor, devido reduo de 30% dos preos dos genricos em Outubro de 2008. Assim durante uma parte de 2009 verificou-se uma reduo da quota de mercado em valor, para finalmente em comear a crescer novamente a partir de meio do ano de 2009. Se um facto que a reduo de 30% no preo dos medicamentos genricos, provocou no curto prazo uma reduo significativa do valor do mercado total de genricos e da sua quota de mercado, tambm verdade que uma reduo de preos e um maior diferencial para os no genricos, incentiva e cria condies para um maior desenvolvimento do mercado de genricos a mdio e longo prazo, pelo efeito de criar maior acessibilidade aos medicamentos, o que particularmente importante num pas de baixos rendimentos.

Grfico 4 Quota de mercado dos MG, em valor, no mercado totalMAT % Mercado Genericos - ValorSource: IMS Dec 09500.000.000 19,00%

18,3% 18,2% 18,2% 18,1% 18,1% 18,0% 18,0% 18,0% 17,9% 18,00% 17,8% 17,8% 17,7% 17,7% 17,5% 17,5% 400.000.000 17,4% 17,2% 17,2% 17,1% 17,0% 16,9% 16,9% 16,9% 16,9% 16,8% 17,00% 16,7% 16,7% 350.000.000 16,7% 16,6% 16,7% 16,5% 16,3% 16,1% 300.000.000 15,9% 16,00% 15,6% 15,4% 250.000.000450.000.000 15,00% 200.000.000

150.000.000

14,00%

100.000.000 13,00% 50.000.000

0 01.07 02.07 03.07 04.07 05.07 06.07 07.07 08.07 09.07 10.07 11.07 12.07 01.08 02.08 03.08 04.08 05.08 06.08 07.08 08.08 09.08 10.08 11.08 12.08 01.09 02.09 03.09 04.09 05.09 06.09 07.09 08.09 09.09 10.09 11.09 12.09

12,00%

% Generic Market

Market.Generic Yes

No entanto, em embalagens vendidas, o crescimento da quota de mercado dos genricos tem sido praticamente contnuo ao longo dos ltimos anos, tendo passado de uma quota 37

de 9,6% no inicio de 2007 para uma quota de 15,3%, com um total de 41.921.895 embalagens, o que representa um crescimento de 59,4% sobre o ano anterior. Apesar do significativo movimento ascendente importante referir que a quota de mercado de Portugal ainda est muito longe dos 50% da mdia da Unio Europeia e que o mercado portugus de genricos ainda est muito concentrado em relativamente poucos produtos de preos elevado, pelo que importante no s tornar esses produtos mais acessveis como forar as muitas das empresas de genricos a promover toda a sua gama de produtos, e no apenas os de preo mais elevado. Atravs do grfico seguinte tambm se pode observar que o crescimento da quota de mercado tem sido lento, apesar de continuo, o que significa que para se atingir a quota mdia da Unio Europeia necessrio tomar medidas legislativas que incentivem os mdicos e as farmcias a prescrever e dispensar mais genricos, e que envolvam mais os cidado na escolha activa deste tipo de produtos. Grfico 5 Quota de mercado dos MG, em unidades, no mercado total

MAT % Mercado Genericos - UnidadesSoure: IMS Dec 0942.000.000 16,00%

40.000.000

15,3% 15,0% 15,1% 14,9% 14,5% 14,3% 14,0% 13,8% 13,7% 13,5% 13,4% 13,3% 13,1% 13,0% 12,8% 12,4% 12,3% 12,2% 12,2% 12,1% 11,9% 11,8% 11,7% 11,5% 11,4% 11,2% 11,1% 10,8% 10,7% 10,6% 10,5% 10,3% 10,1% 9,9% 9,8% 9,6%

15,00%

38.000.000

36.000.000

14,00%

34.000.000

13,00%

32.000.000

30.000.000

12,00%

28.000.000

11,00%

26.000.000

10,00%

24.000.000

22.000.000

9,00%

20.000.000 8,00% 18.000.000

16.000.000 01.07 02.07 03.07 04.07 05.07 06.07 07.07 08.07 09.07 10.07 11.07 12.07 01.08 02.08 03.08 04.08 05.08 06.08 07.08 08.08 09.08 10.08 11.08 12.08 01.09 02.09 03.09 04.09 05.09 06.09 07.09 08.09 09.09 10.09 11.09 12.09

7,00%

% Generic Market

Market.Generic Yes

Ao analisar-se a relao entre o mercado total e o mercado de genricos, verifica-se que no ltimo ano o mercado de genricos cresceu abaixo do mercado total, devido reduo de preos e provocando uma estagnao ao nvel do mercado total 38

Como se pode verificar a partir do quadro seguinte, que analisa as 30 maiores empresas do sector, o mercado de genricos est bastante fragmentado, existindo mais de 60 empresas a comercializar pelo menos um genrico em Portugal. Apesar da forte fragmentao do mercado e ainda que a maior empresa tenha apenas 10,27% de quota em valor no ano de 2009, verifica-se que as 10 maiores empresas, em conjunto detm 61% do mercado total de genricos, o que significa que h um conjunto relativamente pequeno de empresas com uma posio preponderante no mercado, e depois mais de 50 empresas com baixos volumes de vendas e quotas de mercado. Tambm e interessante verificar que no grupo das trs primeiras empresas, que em conjunto detm quase 30% do mercado, o desempenho bastante diferente, com a ratiopharm e a Generis a crescerem em paralelo com o mercado, mas com a empresas Mylan a ter uma queda muito acentuada.

Quadro 10 Desempenho, em valor, do mercado e das empresas de GenricosMercado Total Mercado genricos RATIOPHARM GENERIS MYLAN MEPHA SANDOZ TETRAFARMA LABESFAL GENERICOS ALTER FARMOZ ACTAVIS CICLUM FARMA TOLIFE CINFA PORTUGAL,LDA PENTAFARMA BIOSAUDE JABA RECORDATI J.NEVES TEVA PHARMA MERCK TECNIMEDE GERMED BLUEPHARMA PHARMAKERN DAQUIMED ATRAL-CIPAN FARMA BALDACCI RANBAXY PORTUGAL GP-GENERICOS PORT GRUNENTHAL ITF FARMA, LDA Ultimos 12 meses 12.09 Valor MS +/-% Rank 2.554.608.527 -0,50% 435.907.311 17,06% -5,80% 44.764.106 10,27% -7,10% 1 43.311.047 9,94% -6,60% 2 40.536.335 9,30% -18,10% 3 29.238.153 6,71% 9,40% 4 25.377.244 5,82% 39,30% 5 20.466.727 4,70% 8,20% 6 18.295.900 4,20% -2,10% 7 16.455.229 3,77% -31,00% 8 13.869.180 3,18% -9,30% 9 13.057.938 3,00% 59,10% 10 12.717.722 2,92% -13,40% 11 12.453.058 2,86% -13,30% 12 11.913.363 2,73% 31,00% 13 11.798.490 2,71% -12,20% 14 10.166.303 2,33% -4,70% 15 8.701.466 2,00% -28,80% 16 8.323.759 1,91% -16,30% 17 8.132.508 1,87% 851,10% 18 7.672.240 1,76% 2,70% 19 7.401.895 1,70% -0,40% 20 7.251.181 1,66% -6,80% 21 5.830.865 1,34% 26,00% 22 5.522.036 1,27% 15,70% 23 5.436.365 1,25% 7,40% 24 5.290.669 1,21% -13,60% 25 5.240.862 1,20% -21,00% 26 4.943.447 1,13% -24,60% 27 4.692.660 1,08% -28,50% 28 4.228.742 0,97% -26,20% 29 3.092.911 0,71% -16,80% 30 Trimestre 09.09 a 12.09 Valor MS +/-% Rank 653.407.654 -0,20% 119.738.837 18,33% 2,80% 11.815.810 9,87% -3,40% 2 11.834.972 9,88% -4,80% 1 10.576.796 8,83% -14,70% 3 7.931.632 6,62% 31,90% 4 6.933.542 5,79% 23,50% 5 5.962.457 4,98% 27,60% 6 5.144.797 4,30% 14,80% 7 3.698.844 3,09% -29,20% 10 4.205.319 3,51% -8,60% 8 3.968.433 3,31% 43,90% 9 3.669.415 3,06% 2,60% 12 3.344.647 2,79% -17,10% 13 3.672.925 3,07% 22,40% 11 3.069.122 2,56% -6,70% 14 2.708.736 2,26% 7,90% 16 2.433.269 2,03% 8,20% 17 2.281.193 1,91% -22,50% 19 2.946.590 2,46% 599,00% 15 2.237.420 1,87% 16,40% 20 2.427.873 2,03% 21,50% 18 1.520.725 1,27% -19,10% 23 1.624.902 1,36% 32,90% 21 1.553.121 1,30% 43,40% 22 1.444.930 1,21% 24,60% 24 1.344.422 1,12% -11,10% 26 1.431.323 1,20% -12,00% 25 1.127.495 0,94% -37,80% 27 951.955 0,80% -17,70% 29 1.010.527 0,84% -16,80% 28 802.271 0,67% -13,40% 30 12.09 Valor MS +/-% Rank 208.129.262 -2,30% 35.958.456 17,28% 10,60% 3.951.795 10,99% 28,00% 1 3.269.710 9,09% 0,90% 2 3.133.408 8,71% -3,00% 3 2.200.815 6,12% 5,10% 4 1.632.612 4,54% 35,50% 7 2.044.480 5,69% 39,30% 5 1.664.303 4,63% 25,80% 6 1.164.407 3,24% -12,40% 9 1.225.241 3,41% -34,70% 8 861.303 2,40% 30,60% 17 1.063.216 2,96% 8,70% 11 892.351 2,48% -29,10% 15 1.159.036 3,22% 18,00% 10 948.751 2,64% 3,30% 14 884.481 2,46% 8,70% 16 756.928 2,11% 27,90% 18 744.491 2,07% -6,00% 19 984.712 2,74% 687,60% 13 733.031 2,04% 27,40% 20 1.017.913 2,83% 94,90% 12 360.649 1,00% -28,50% 26 459.188 1,28% 60,70% 23 427.612 1,19% 12,80% 24 485.369 1,35% 41,10% 22 395.616 1,10% -8,70% 25 486.105 1,35% 8,40% 21 328.325 0,91% -36,70% 28 217.515 0,60% -39,40% 32 331.614 0,92% -8,30% 27 204.630 0,57% -21,40% 33

Fonte: IMS

J em unidades a situao bastante diferente, com uma dinmica muito mais positiva por parte dos Genricos, que crescem significativamente mais do que o mercado total e com tendncia de se aproximar dos 20% de quota de mercado.

39

Sabendo-se que a quota de mercado dos genricos, em unidades, na Unio Europeia superior a 50%, absolutamente normal que se tenha verificado um forte crescimento em 2009 e que esse ritmo se mantenha nos anos seguintes. Como se pode verificar a partir do quadro seguinte, que analisa em unidades as 30 maiores empresas do sector, o mercado de genricos est bastante fragmentado, tal como em valor. Apesar da forte fragmentao do mercado, verifica-se que em unidades a maior empresa tem aqui uma posio mais relevante, com 16,17% de quota, e que o conjunto das 10 maiores empresas detm 65,8% do mercado total de genricos, o que significa que h, em unidades, um conjunto reduzido de empresas com uma posio preponderante no mercado, e depois muitas empresas com volumes de vendas reduzidos. Esta anlise da relao valor/ volume permite concluir que existe um nmero alargado de empresas que tem a sua actividade focada nos produtos de preo elevado e que deles dependem em demasia, correndo o risco de enfrentar srios problemas de sobrevivncia se por via administrativa ou por via da concorrncia, os preos desses produtos descerem significativamente. Quadro 11 Desempenho, em unidades, do mercado e das empresas de GenricosMercado Total Mercado genricos RATIOPHARM GENERIS MYLAN SANDOZ MEPHA LABESFAL GENERICOS CINFA PORTUGAL,LDA ALTER JABA RECORDATI CICLUM FARMA TETRAFARMA FARMOZ ACTAVIS TOLIFE PENTAFARMA PHARMAKERN BLUEPHARMA MERCK J.NEVES ATRAL-CIPAN FARMA GERMED TEVA PHARMA TECNIMEDE BIOSAUDE BALDACCI GP-GENERICOS PORT RANBAXY PORTUGAL WINTHROP GRUNENTHAL DAQUIMED Ultimos 12 meses 12.09 Unidades MS +/-% Rank 273.292.124 0,90% 41.921.895 15,34% 17,50% 6.779.086 16,17% 13,90% 1 5.076.828 12,11% 14,70% 2 3.800.983 9,07% 3,40% 3 2.982.651 7,11% 67,10% 4 2.207.376 5,27% 37,50% 5 1.871.629 4,46% 15,40% 6 1.286.163 3,07% 56,50% 7 1.230.238 2,93% -5,90% 8 1.188.723 2,84% -6,90% 9 1.152.395 2,75% 20,70% 10 1.142.310 2,72% 37,10% 11 1.106.697 2,64% 6,70% 12 1.090.802 2,60% 77,60% 13 824.607 1,97% 14,70% 14 808.465 1,93% 13,40% 15 757.012 1,81% 161,10% 16 686.695 1,64% 95,00% 17 683.834 1,63% 10,80% 18 681.452 1,63% 2,10% 19 672.841 1,60% 3,70% 20 588.047 1,40% -0,10% 21 578.778 1,38% 780,00% 22 563.906 1,35% 14,40% 23 535.672 1,28% 19,50% 24 415.262 0,99% -3,50% 25 405.205 0,97% -22,00% 26 368.398 0,88% -8,10% 27 363.618 0,87% -7,30% 28 326.990 0,78% -5,90% 29 280.226 0,67% 34,90% 30 Trimestre 09.09 a 12.09 Unidades MS +/-% Rank 70.712.413 -0,30% 11.543.657 16,32% 7,00% 1.847.984 16,01% 8,00% 1 1.334.966 11,56% -7,20% 2 1.000.184 8,66% -7,50% 3 807.222 6,99% 30,80% 4 601.231 5,21% 29,80% 5 518.876 4,49% 13,10% 6 417.147 3,61% 39,20% 7 283.871 2,46% -23,30% 14 325.944 2,82% 4,40% 10 341.409 2,96% 18,90% 8 328.083 2,84% 28,30% 9 316.044 2,74% -15,20% 12 324.223 2,81% 38,40% 11 223.235 1,93% -12,60% 15 212.585 1,84% -2,60% 16 301.225 2,61% 268,80% 13 192.943 1,67% 60,30% 18 179.537 1,56% -5,40% 20 184.670 1,60% -22,40% 19 174.833 1,51% -4,20% 21 126.036 1,09% -19,80% 24 209.456 1,81% 530,90% 17 164.866 1,43% -0,10% 22 141.343 1,22% 4,50% 23 112.224 0,97% -10,80% 25 86.383 0,75% -15,30% 27 79.141 0,69% -41,00% 29 92.738 0,80% -22,50% 26 80.422 0,70% -15,10% 28 73.861 0,64% 20,00% 30 11.09 Unidades MS +/-% Rank 22.125.108 -5,20% 3.453.266 15,61% 11,30% 630.691 18,26% 31,00% 1 343.506 9,95% -15,50% 2 298.611 8,65% 1,20% 3 190.994 5,53% 37,10% 4 166.711 4,83% 3,10% 5 166.549 4,82% 18,60% 6 127.439 3,69% 25,70% 7 89.550 2,59% -6,20% 12 101.297 2,93% 8,60% 9 99.254 2,87% 24,20% 10 111.067 3,22% 35,40% 8 87.076 2,52% -42,10% 13 76.126 2,20% 35,50% 14 59.413 1,72% -24,10% 19 67.922 1,97% 7,70% 16 94.104 2,73% 222,60% 11 52.491 1,52% 81,20% 22 59.409 1,72% 6,40% 20 61.274 1,77% -2,20% 18 53.522 1,55% 0,20% 21 31.207 0,90% -28,90% 26 71.793 2,08% 647,50% 15 61.494 1,78% 33,70% 17 45.468 1,32% 2,30% 23 38.427 1,11% -0,50% 24 21.496 0,62% -32,40% 30 21.659 0,63% -45,70% 29 34.278 0,99% -5,20% 25 26.455 0,77% -5,50% 27 24.783 0,72% 29,10% 28

Fonte: IMS Numa leitura visual facilitada pelo seguinte grfico de linhas, podemos verificar que nos ltimos trs anos, em valor, o mercado de genricos tem sofridos altos e baixos, devido s sucessivas redues de preos impostas pelo Governo. 40

Grfico 6 Evoluo do mercado de MG e principais empresas, em valorMercado Genericos- TOP 10 Companies (rolling quarters)Data: IMS Trimestre Dec 09 - Euros16.000.000 130.000.000 120.000.000 14.000.000 110.000.000 100.000.000 90.000.000 10.000.000 80.000.000 70.000.000 8.000.000 60.000.000 50.000.000 40.000.000 4.000.000 30.000.000 20.000.000 2.000.000 10.000.000 0 QTR 03.07 QTR 06.07 QTR 09.07 QTR 12.07 QTR 03.08 QTR 06.08 QTR 09.08 QTR 12.08 QTR 03.09 QTR 06.09 QTR 09.09 QTR 12.09 0

12.000.000

6.000.000

RATIOPHARM SANDOZ FARMOZ

GENERIS TETRAFARMA ACTAVIS

MYLAN LABESFAL GENERICOS MERCADO GX

MEPHA ALTER

J em unidades, verificou-se a-se que apesar de algumas oscilaes, o movimento ascensional claro e consistente. Grfico 7 Evoluo do mercado de MG e principais empresas, em unidadesMercado Genericos - TOP 10 Companies (rolling quarters)Data: IMS Trimetre QTR Dec 09 - Unidades2.100.000 13.000.000 12.000.000 1.800.000 11.000.000 10.000.000 1.500.000 9.000.000 8.000.000 1.200.000 7.000.000 6.000.000 900.000 5.000.000 4.000.000 3.000.000 2.000.000 1.000.000 0 QTR 03.07 QTR 06.07 QTR 09.07 QTR 12.07 QTR 03.08 QTR 06.08 QTR 09.08 QTR 12.08 QTR 03.09 QTR 06.09 QTR 09.09 QTR 12.09 0

600.000

300.000

RATIOPHARM MEPHA JABA RECORDATI

GENERIS LABESFAL GENERICOS CICLUM FARMA

MYLAN CINFA PORTUGAL,LDA MERCADO GX

SANDOZ ALTER

41

6.3.3 Perspectivas Futuras para o mercado de genricos A situao econmica difcil, o envelhecimento da populao, e a necessidade de tratar adequadamente todos os cidados leva a que haja uma opinio quase unnime em relao ao crescimento futuro do mercado farmacutico na sua globalidade, mas em especial do mercado de genricos, que ser alavancado pelo aumento das quotas de mercado dos produtos actuais e tambm pela entrada de novos produtos genricos, devido perda de patente nos prximos anos, de produtos de elevado volume de vendas, de que so exemplo a Atorvastina, a Quetiapina e a Olanzapina, e ainda alguns produtos biolgicos de elevado preo, como a Eritropoetina.

Grfico 8 Previso da evoluo mundial do mercado de Genricos, em 000

f

120.000.000 110.000.000 100.000.000

80.000.000 60.000.000 60.000.000

40.000.000

20.000.000

0 Ano report Fonte: IMS/ Teva annual2008 2009 Ano 2015

Em Portugal o crescimento do mercado de genricos depende, como em quase todo o mundo, de decises politicas que o impulsionem, mas aceitvel pensar que teremos de convergir rapidamente com a mdia da Unio Europeia, ou seja, expectvel que at ao ano 2015 a quota de mercado dos MG se v aproximando gradualmente de 50% do mercado total.

42

7. ANLISE INTERNA Neste captulo pretende-se fazer uma anlise interna da empresa e da sua relao com o mercado, e estabelecer quais sero a Viso, Misso e Valores da Absolutis, como linhas orientadoras de todo o desenvolvimento do projecto.

7.1 Viso, Misso e Valores VISO Ser e ser reconhecida como a melhor empresa de medicamentos genricos a operar em Portugal e no estrangeiro, com um nvel mpar de servio e ateno aos clientes, merecendo a preferncia natural destes, e ser uma referncia na qualidade dos produtos servios que disponibilizamos ao mercado. MISSO Proporcionar sade e bem-estar s pessoas, atravs de uma oferta abrangente de medicamentos genricos produzidos em Portugal, e ser uma empresa de referncia tanto em Portugal como no estrangeiro. Acreditamos que s oferecendo produtos de excelente e reconhecida qualidade, poderemos levar a cabo com sucesso a nossa misso, obter a preferncia e fidelidade dos nossos clientes, o reforo continuado da aliana com os nossos colaboradores e parceiros, bem como a criao de valor para os accionistas.

VALORES Compromisso Assegurar que o cliente est sempre em primeiro lugar, privilegiando uma relao personalizada, escutando e dando respostas s preocupaes e necessidades, oferecendo sempre um servio de excelncia profissional, fundado em elevados padres de comportamento tico.

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