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TESE Wilson Soares .pdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS – CTG
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC
DOUTORADO EM GEOTECNIA
RADIER ESTAQUEADO COM ESTACAS HOLLOW AUGER EM SOLO ARENOSO
Wilson Cartaxo Soares
Orientador:
Prof. Roberto Quental Coutinho, DSc.
Co-orientador:
Prod. Renato Pinto da Cunha, DSc.
Recife, PE – Outubro de 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – UFPE
CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS – CTG
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL – DEC
DOUTORADO EM GEOTECNIA
RADIER ESTAQUEADO COM ESTACAS HOLLOW AUGER EM SOLO ARENOSO
Wilson Cartaxo Soares
Tese de Doutorado submetida ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Doutor em Engenharia Civil
Orientador:
Prof. Roberto Quental Coutinho, DSc.
Co-orientador:
Prod. Renato Pinto da Cunha, DSc.
Recife, PE – Outubro de 2011
RADIER ESTAQUEADO COM ESTACAS HOLLOW AUGER EM SOLO ARENOSO
Wilson Cartaxo Soares
TESE DE DOUTORADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À
OBTENÇÃO DO TÍTULO DE DOUTOR EM ENGENHARIA CIVIL
APROVADA POR:
Prof. Roberto Quental Coutinho, DSc. - UFPE
Prof. Renato Pinto da Cunha, DSc – UNB
Prof. Alessandro Mandolini, PhD – Universidade de Nápoles – Itália
Prof. Faiçal Massad, DSc. – USP
Profa. Bernadete Ragoni Danziger, DSc.- UERJ
Prof. Alexandre Duarte Gusmão, DSc. – UPE
DEDICATÓRIA
À minha esposa Ana Cristina,
À minha filha Sofia,
Aos meus pais, Valdês e Vânia
Aos meus irmãos, Waldez, Wanessa e Gabriel
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Roberto Quental Coutinho pela orientação, apoio e confiança
empreendidos nesse trabalho e pelo exemplo de conduta e dedicação à pesquisa
científica.
Ao Prof. Dr. Renato Pinto da Cunha, co-orientador do trabalho, pelo incentivo
e esforços depositados e pelas valiosas contribuições ao estudo do radier
estaqueado.
À minha esposa Ana Cristina, que com muito carinho e apoio não mediu
esforços para que eu chegasse até esta etapa de minha vida.
À minha filha Sofia, fonte constante de alegria e inspiração, pelo estímulo que
me promove na renovação da vida, que embora pequena em idade foi grande em
essência, e a quem dedico em especial este trabalho.
Aos meus pais, Valdês e Vânia, que me ensinaram a não temer desafios,
pelo exemplo de vida e educação à família e, sobretudo pelo carinho e amor
dedicados durante toda a minha vida.
Ao meu irmão Waldez, pela amizade e apoio profissional, e minha irmã
Wanessa, pela cumplicidade e orgulho de nossa caminhada.
Ao Prof. Dr. Paulo Albuquerque, pelo trabalho desenvolvido com as
instrumentações, pela atenção e apoio, sempre ofertados com bastante cortesia.
Ao amigo André Campelo, diretor da SEFE Serviços de Fundações
Especiais, pelo apoio na realização das provas de carga, com a tradicional
dedicação, zelo e qualidade, na realização dos serviços em engenharia, e pelo
incentivo, e confiança, à pesquisa científica de Fundações.
Ao amigo Francisjones Marino Lemos, diretor da Incotep, pela doação das
barras de aço, usadas como tirantes na reação das provas de carga.
À CONCRESOLO Consultoria em Concreto e Solos Ltda. e a COPESOLO
Estacas e Fundações Ltda., pelo apoio técnico e financeiro na realização da
pesquisa.
Às empresas que apoiaram e contribuíram com a pesquisa nas diversas
etapas do trabalho: Protendidos Dywidag Ltda., Gusmão Engenheiros Associados
Ltda., Geotec Consultoria e Serviços Ltda., Tecncon Tecnologia do Concreto e
Engenharia Ltda., HBM do Brasil.
Aos amigos Ricardo Marques, Ricardo Severo, Isabela Bello, Karina
Dourado, Ana Patrícia e Isabela Santini pela amizade e companheirismo.
Aos funcionários do Laboratório de Solos e Instrumentação da UFPE
Severino e Francisco, e João Cazuza do Laboratório de Estruturas.
À CAPES e ao Projeto PRONEX/CNPQ/FACEPE pelo suporte financeiro da
pesquisa.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .................................. ................................................................. i
LISTA DE TABELAS .................................. ............................................................ xiv
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .................... ........................................... xviii
LISTA DE SÍMBOLOS ................................. ........................................................... xix
RESUMO ............................................................................................................... xxv
ABSTRACT .......................................... ............................................................... xxvii
1.INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1
1.1. OBJETIVOS DA TESE .................................................................................. 3
1.1.1. GERAIS ............................................................................................................................ 3
1.1.2. ESPECÍFICOS ................................................................................................................. 3
1.2. ESTRUTURA DA TESE ................................................................................ 4
2.FUNDAÇÃO SUPERFICIAL, PROFUNDA E RADIER ESTAQUEAD O ................ 6
2.1. PROJETO DE FUNDAÇÃO ........................................................................... 6
2.2. SISTEMA DE FUNDAÇÃO ............................................................................ 7
2.3. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL .......................................................................... 9
2.3.1. CAPACIDADE DE CARGA............................................................................................. 10
2.3.2. RECALQUES ................................................................................................................. 12
2.4. FUNDAÇÃO PROFUNDA ........................................................................... 16
2.4.1. RIGIDEZ DE UMA ESTACA ........................................................................................... 16
2.4.2. MOBILIZAÇÃO DO ATRITO LATERAL .......................................................................... 21
2.4.3. CAPACIDADE DE CARGA............................................................................................. 22
2.4.3.1. MÉTODO ESTÁTICO – FÓRMULA TEÓRICA .................................................... 22
2.4.3.2. MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS ............................................................................ 27
2.4.3.3. PROVA DE CARGA ............................................................................................. 33
2.4.3.4. MÉTODOS DINÂMICOS ...................................................................................... 33
2.5. GRUPO DE ESTACAS ................................................................................ 34
2.5.1. EFEITO DE GRUPO ...................................................................................................... 34
2.5.2. CAPACIDADE DE CARGA............................................................................................. 34
2.5.3. RECALQUE DE UM GRUPO DE ESTACAS .................................................................. 38
2.6. RADIER ESTAQUEADO ............................................................................. 44
2.6.1. TRABALHOS PIONEIROS ............................................................................................. 48
2.6.2. MECANISMOS DE INTERAÇÃO ................................................................................... 56
2.6.3. ABORDAGENS DE PROJETO ...................................................................................... 61
2.6.4. INDICAÇÕES DE USO .................................................................................................. 63
2.6.5. ETAPAS DE PROJETO ................................................................................................. 64
2.6.6. MÉTODOS DE ANÁLISE ............................................................................................... 66
2.6.6.1. MÉTODOS SIMPLIFICADOS .............................................................................. 68
2.6.6.2. MÉTODOS NUMÉRICOS .................................................................................... 75
2.6.7. DISTRIBUIÇÃO DE CARGA .......................................................................................... 77
2.6.8. FATOR DE SEGURANÇA .............................................................................................. 80
2.7. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS ............................................................. 81
2.7.1. AVALIAÇÃO DA CARGA DE RUPTURA ....................................................................... 83
2.7.2. INSTRUMENTAÇÃO EM PROVAS DE CARGA ............................................................ 85
2.7.3. LEIS DE CAMBEFORT .................................................................................................. 88
2.8. SÍNTESE DO CAPÍTULO ............................................................................ 92
3.EXTENSOMETRIA ............................................................................................... 94
3.1. TÉCNICAS EXTENSOMÉTRICAS .............................................................. 94
3.2. EXTENSOMETRIA ELÉTRICA ................................................................... 95
3.2.1. PRINCÍPIO ..................................................................................................................... 95
3.2.2. HISTÓRICO ................................................................................................................... 96
3.2.3. SISTEMA DE MEDIÇÃO ................................................................................................ 97
3.2.4. TIPOS DE STRAIN GAGES ........................................................................................... 99
3.2.5. TÉCNICA DE APLICAÇÃO .......................................................................................... 100
3.2.6. CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO ................................................................ 104
3.3. SÍNTESE DO CAPÍTULO .......................................................................... 107
4.CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E PRÁTICA DE FUN DAÇÕES.. 108
4.1. LOCALIZAÇÃO, ASPECTOS FÍSICOS E SOCIAIS DE JOÃO PESSOA . 108
4.2. GEOLOGIA DE JOÃO PESSOA ............................................................... 109
4.3. CAMPO EXPERIMENTAL ......................................................................... 116
4.3.1. INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................ 116
4.3.2. LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS GEOLÓGICOS ........................................................... 117
4.3.3. ASPECTOS GEOTÉCNICOS....................................................................................... 118
4.4. PRÁTICA DE FUNDAÇÕES ...................................................................... 123
4.4.1. ESTACAS HOLLOW AUGER ....................................................................................... 124
4.4.1.1. GENERALIDADES ............................................................................................. 124
4.4.1.2. TÉCNICA EXECUTIVA ...................................................................................... 126
4.4.1.3. INDICAÇÕES DE USO E LIMITAÇÕES ............................................................ 129
4.5. SÍNTESE DO CAPÍTULO .......................................................................... 129
5.METODOLOGIA DA PESQUISA.......................... .............................................. 131
5.1. CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DO LOCAL ...................................... 131
5.2. INSTRUMENTAÇÃO ................................................................................. 132
5.3. ESTACAS TESTES ................................................................................... 132
5.3.1. TÉCNICA EXECUTIVA ................................................................................................ 136
5.4. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS LENTAS ............................................ 139
5.4.1. SISTEMA DE REAÇÃO ................................................................................................ 145
5.5. SISTEMA DE MEDIÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO ................................... 151
5.5.1. TÉCNICA DE APLICAÇÃO .......................................................................................... 153
5.5.1.1. APLICAÇÃO DOS STRAIN GAGES NAS BARRAS DE AÇO............................ 153
5.5.1.2. APLICAÇÃO DOS STRAIN GAGES NAS CÉLULAS DE CARGA ..................... 159
5.5.2. CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO ................................................................ 164
5.5.2.1. CALIBRAÇÃO DAS BARRAS INSTRUMENTADAS .......................................... 164
5.5.2.2. CALIBRAÇÃO DAS CÉLULAS DE CARGA ....................................................... 168
5.6. SÍNTESE DO CAPÍTULO .......................................................................... 171
6.APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ..................... ....................................... 172
6.1. PROVAS DE CARGA ................................................................................ 174
6.2. GRUPO DE ESTACAS .............................................................................. 181
6.3. RADIERS ESTAQUEADOS ...................................................................... 181
6.4. GRUPO DE ESTACAS X RADIERS ESTAQUEADOS ............................. 182
6.5. RESULTADOS DA INSTRUMENTAÇÃO EM PROFUNDIDADE DAS ESTACAS .............................................................................................................. 183
6.6. SINTESE DO CAPÍTULO .......................................................................... 187
7.ANÁLISES DOS RESULTADOS ......................... ............................................... 188
7.1. INTERPRETAÇÃO DAS CURVAS CARGA X RECALQUE ...................... 188
7.2. ANÁLISE DAS ESTACAS INSTRUMENTADAS ....................................... 205
7.2.1. TRANSFERÊNCIA DE CARGA ATRAVÉS DO MÓDULO TANGENTE ....................... 205
7.2.2. TRANSFERÊNCIA DE CARGA ATRAVÉS DO MÓDULO SECANTE ......................... 213
7.2.3. PRECISÃO DOS MEDIDORES DE CARGA ................................................................ 215
7.2.4. CARGA DE PONTA DAS ESTACAS INSTRUMENTADAS ......................................... 216
7.2.5. MOBILIZAÇÃO DO ATRITO LATERAL E REAÇÃO DE PONTA DA ESTACA ISOLADA 219
7.3. ANÁLISE DO GRUPO DE ESTACAS ....................................................... 227
7.3.1. DISTRIBUIÇÃO DE CARGA ENTRE ESTACAS .......................................................... 227
7.3.2. EFEITO DE GRUPO .................................................................................................... 231
7.3.3. TAXA DE RECALQUE DO GRUPO ............................................................................. 233
7.4. ANÁLISE DO RADIER ESTAQUEADO ..................................................... 236
7.4.1. DISTRIBUIÇÃO DE CARGA ENTRE ESTACAS E RADIER ........................................ 237
7.4.2. EFICIÊNCIA DOS ELEMENTOS .................................................................................. 243
7.4.3. AUMENTO DA CAPACIDADE DE CARGA DO RADIER ESTAQUEADO (ζPR) .......... 249
7.4.4. FATOR DE SEGURANÇA ............................................................................................ 253
7.4.5. MÉTODO PDR (POULOS, DAVIS & RANDOLPH) ...................................................... 254
7.4.5.1. RETROANÁLISE PDR HIPERBÓLICO .............................................................. 261
7.5. SÍNTESE DO CAPÍTULO .......................................................................... 263
8.CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS ... .................. 265
8.1. CONCLUSÕES ......................................................................................... 265
8.2. SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS .............................................. 271
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................ .............................................. 272
ANEXO I – CALIBRAÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO ............ ............................... 289
ANEXO II – DADOS DAS PROVAS DE CARGA .............. .................................... 296
i
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Sistemas de fundação: (a) Estaca isolada, (b) grupo de estacas, (c) radier estaqueado (BEZERRA, 2003). ................................................................................. 8
Figura 2.2 Superfície potencial de ruptura (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003) ........ 9
Figura 2.3 Curvas típicas tensão x recalque (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003) ... 10
Figura 2.4 Ábaco para os fatores de capacidade de carga (adaptado de Velloso e Lopes, 2004) ............................................................................................................ 11
Figura 2.5 Indice de deformação específica (Schmertmann, 1970, adaptado de Cintra; Albiero & Aoki, 2003) .................................................................................... 13
Figura 2.6 Indice de deformação específica (Schmertmann, 1978, adaptado de Cintra; Albiero & Aoki, 2003) .................................................................................... 14
Figura 2.7 Distorções angulares e danos associados (VELLOSO & LOPES, 2004) 15
Figura 2.8 Curva de rigidez de uma estaca (SALES, 2000) ..................................... 17
Figura 2.9 Recalque estaca cravada em argilas com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m (POULOS, 1989) ...................................................................................................... 19
Figura 2.10 Recalque estaca cravada em areias com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m (POULOS, 1989) ...................................................................................................... 19
Figura 2.11 Recalque estaca escavada em argilas com diâmetro de 0,6 ± 0,1 m (POULOS, 1989) ...................................................................................................... 20
Figura 2.12 Recalque estaca escavada em areias com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m (POULOS, 1989) ...................................................................................................... 20
Figura 2.13 Parcelas de resistência do elemento isolado de fundação profunda (CINTRA e AOKI, 1999) ........................................................................................... 23
Figura 2.14 Coeficiente de adesão α (TOMLINSON, 1957 apud CINTRA e AOKI, 1999) ........................................................................................................................ 24
Figura 2.15 Coeficiente de capacidade de carga Nc (SKEMPTON, 1951 apud SIMONS e MENZIES, 1981) .................................................................................... 25
ii
Figura 2.16 Fator de capacidade de carga Nq* (VESIC, 1967 apud CINTRA e AOKI, 1999) ........................................................................................................................ 26
Figura 2.17 Transferência de carga de uma estaca isolada (ALONSO, 1991) ........ 28
Figura 2.18 Gráfico de eficiência (FLEMING et al., 1992 apud RANDOLPH, 1994) 35
Figura 2.19 Eficiência do grupo de estacas, em areia (Vesic, 1969, apud Freitas, 2010) ........................................................................................................................ 36
Figura 2.20 Ruptura por estaca isolada e por bloco (MANDOLINI, 2007)................ 37
Figura 2.21 Grupo de estacas (CINTRA e AOKI, 1999) ........................................... 39
Figura 2.22 Expoente "w" para estacas escavadas, s/d = 3 (POULOS, 1989) ........ 41
Figura 2.23 Expoente "w" para estacas cravadas, s/d = 3 (POULOS, 1989) ........... 41
Figura 2.24 Relação entre RGmax e R (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005) ........................................................................................................................ 43
Figura 2.25 Relação entre RG e R (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005) ................................................................................................................................. 43
Figura 2.26 Relação entre RDmax e R (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005) ........................................................................................................................ 44
Figura 2.27 Distribuição de carga entre bloco e estacas (Mandolini, 2003) ............. 45
Figura 2.28 Experimentos realizados por Cooke (1986) em grupo de estacas e radier estaqueado em função do espaçamento entre estacas com L/d = 48 (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005) ................................................... 45
Figura 2.29 Relação entre o aumento da capacidade de carga e a razão de espaçamento (MANDOLINI; RUSSO E VIGGIANI, 2005) ........................................ 47
Figura 2.30 Variação da capacidade de carga (medida e prevista) de radiers estaqueados em função da largura do radier (adaptado de COOKE, 1986) ............ 47
Figura 2.31 Modelos de ruptura para radier estaqueado (PHUNG, 1993) ............... 49
Figura 2.32 Efeito do radier no recalque de uma estaca isolada (POULOS, 1968, adaptado por SALES, 2000) .................................................................................... 49
Figura 2.33 Modelo Estaca T (DÉCOURT, ALBIERO E CINTRA,1996) ................. 51
Figura 2.34 Modelo Estapata (DÉCOURT, ALBIERO E CINTRA,1996) ................. 51
Figura 2.35 Fundação do silo de cimento ................................................................ 53
iii
Figura 2.36 Perfil de sondagem SPT e das fundações do Residencial Kadoshi (SOARES e SOARES, 2002) ................................................................................... 54
Figura 2.37 Projeto de fundações Residencial Kadoshi (SOARES e SOARES, 2002) ................................................................................................................................. 54
Figura 2.38 Mobilização de carga com o recalque de uma estaca, flutuante, na situação isolada e associada a um radier (BURLAND, 1995, apud BEZERRA, 2003) ................................................................................................................................. 56
Figura 2.39 Mecanismos de interação em radiers estaqueados (adaptado de HAIN e LEE, 1978) ............................................................................................................... 58
Figura 2.40 Interação estaca-estaca para solo homogêneo e não-homogêneo (HAIN e LEE, 1978) ............................................................................................................ 59
Figura 2.41 Interação estaca-radier / radier-estaca para solo homogêneo e não-homogêneo (HAIN e LEE, 1978) .............................................................................. 59
Figura 2.42 Comportamento do recalque na superfície para ν = 1/2 (BROWN e GIBSON, 1972) ........................................................................................................ 60
Figura 2.43 Comportamento do recalque na superfície para ν = 1/3 (BROWN e GIBSON, 1972) ........................................................................................................ 60
Figura 2.44 Comportamento do recalque na superfície para ν = 0 (BROWN e GIBSON, 1972) ........................................................................................................ 60
Figura 2.45 Estacas posicionadas para redução de recalque (adaptado de RANDOLPH, 1994) .................................................................................................. 62
Figura 2.46 Projeto esquemático da abordagem com estacas redutoras de recalque (adaptado de RANDOLPH, 1994) ............................................................................ 62
Figura 2.47 Abordagens de projeto do radier estaqueado (adaptado de POULOS, 2001a) ...................................................................................................................... 63
Figura 2.48 Gráfico para escolha da abordagem de projeto (adaptado de MANDOLINI, 2003) .................................................................................................. 65
Figura 2.49 Radier equivalente (adaptado de RANDOLPH, 1994) .......................... 70
Figura 2.50 Modelo tri-linear Poulos e Davis (adaptado de POULOS, 2001a) ......... 71
Figura 2.51 Curva carga - recalque do radier estaqueado (adaptado de MANDOLINI, 2003) ........................................................................................................................ 73
Figura 2.52 Curva carga - recalque do radier (adaptado de POULOS, 2001b) ........ 74
iv
Figura 2.53 Representação numérica do radier estaqueado (adaptado de CLANCY e RANDOLPH, 1993) .................................................................................................. 76
Figura 2.54 Exemplo de modelo criado no FLAC3D para análise de radier estaqueado (POULOS, 2001b) ................................................................................ 77
Figura 2.55 Porcentagem de carga no radier com Ag/A>0,83 (Mandolini, Russo e Viggiani, 2005) ......................................................................................................... 77
Figura 2.56 Porcentagem de carga no radier com Ag/A>0,45 (Mandolini, Russo e Viggiani, 2005) ......................................................................................................... 78
Figura 2.58 Relação entre αR e o fator de preenchimento (De Sanctis e Mandolini, 2006) ........................................................................................................................ 79
Figura 2.59 Relação entre ζPR e RM (Conte et al., 2003) .......................................... 80
Figura 2.60 Curva carga - recalque de Van der Veen, 1953 (CINTRA e AOKI, 1999) ................................................................................................................................. 83
Figura 2.61 Carga de ruptura convencional segundo NBR 6122/2010 (CINTRA e AOKI, 1999) ............................................................................................................. 85
Figura 2.62 Apresentação típica de um resultado de transferência de carga em estaca instrumentada (NIYAMA, AOKI e CHAMECKI, 1998) ................................... 86
Figura 2.63 Gráfico módulo tangente (adaptado de FELLENIUS, 2001) ................. 88
Figura 2.64 Leis de Cambefort (adaptado de MASSAD, 1995) ................................ 89
Figura 2.65 Leis de Cambefort Modificadas (MASSAD & LAZO, 1998) ................... 89
Figura 2.66 Curvas teóricas de carga-recalque no topo (MASSAD, 1998) .............. 90
Figura 2.67 Construção gráfica do Método das Duas Retas Modificado (MASSAD, 1998) ........................................................................................................................ 90
Figura 2.68 Ábaco para determinação de k (MASSAD, 1998) ................................. 91
Figura 2.69 Segunda Lei de Cambefort Modificada (FONSECA et al., 2007) ......... 92
Figura 3.1 Esquema elétrico da Ponte de Wheatstone (extraído de Hoffmann, 1989) ................................................................................................................................. 97
Figura 3.2 Leitor digital da Kyowa ............................................................................ 99
Figura 3.3 Classificação dos strain gages ................................................................ 99
Figura 3.4 Configurações de extensômetros (Júnior, s.d.) ..................................... 100
Figura 3.5 Códigos de referência de extensômetros da Kyowa (JÚNIOR, s.d.) ..... 100
v
Figura 3.6 Posicionamento da fita (extraído de JUNIOR, s.d.) ............................... 102
Figura 3.7 Aplicação do adesivo no extensômetro (extraído de JÚNIOR, s.d.) ..... 102
Figura 3.8 Grampo tipo "C" (extraído de JÚNIOR, s.d.) ......................................... 103
Figura 3.9 Repetibilidade do sistema (BENYOSEF, 2006) .................................... 105
Figura 3.10 Não linearidade do sistema (BENYOSEF, 2006) ................................ 105
Figura 3.11 Histerese em um sistema (BENYOSEF, 2006) ................................... 106
Figura 3.12 Parâmetros analisados numa calibração (DANZIGER , 1990, apud JANNUZZI, 2009) ................................................................................................... 106
Figura 4.1 Localização de João Pessoa-PB (MENESES et al., 2009). .................. 109
Figura 4.2 Localização da Bacia Pernambuco-Paraíba (Mabesoone e Alheiros, 1988, apud Tuma, 2004) ........................................................................................ 110
Figura 4.3 Divisões da Bacia Pernambuco-Paraíba (Mabesoone e Alheiros, 1988, apud Barbosa et al., 2003) ..................................................................................... 110
Figura 4.4 Distribuição das unidades geológicas em João Pessoa (SOARES, 2011) ............................................................................................................................... 112
Figura 4.5 Geologia de João Pessoa (GUSMÃO FILHO, 1982) ............................ 115
Figura 4.6 Mapa de bairros de João Pessoa (adaptado de Soares, 2011) ............ 117
Figura 4.7 Vista aérea do local da pesquisa (extraído do Google Earth, 2011) ..... 118
Figura 4.8 Área de testes ....................................................................................... 119
Figura 4.9 Perfil estratigráfico (sem escala) ........................................................... 120
Figura 4.10 Variação do NSPT ................................................................................. 122
Figura 4.11 Valores médios dos NSPT das duas campanhas de sondagem ........... 122
Figura 4.12 Curva granulométrica da camada de areia até 3,0 m de profundidade (SOARES, 2002) .................................................................................................... 123
Figura 4.13 Holow auger (Aragon, on line) ............................................................. 125
Figura 4.14 Perfuratriz hidráulica (Catálogo BS Indústria, s.d.) ............................. 126
Figura 4.15 Trado hollow auger (Catálogo BS Indústria, s.d.) ................................ 127
Figura 4.16 Primeiro segmento de trado com ponta fechada ................................. 127
vi
Figura 4.17 Perfuração com deslocamento lateral do solo (VAN IMPE, 1988, apud ALBUQUERQUE, 2001) ......................................................................................... 128
Figura 5.1 Locação das estacas Hollow Auger no Campo de Testes .................... 133
Figura 5.2 Detalhe genérico do posicionamento dos strain gages nas estacas instrumentadas ....................................................................................................... 134
Figura 5.3 Perfuratriz Hidráulica ............................................................................. 135
Figura 5.4 Dimensões da perfuratriz BS 400 adaptada para hollow auger (Catálogo BS Indústria, s.d.) ................................................................................................... 136
Figura 5.5 Perfuração do solo ................................................................................ 136
Figura 5.6 Término da perfuração (vista interna do trado) ..................................... 137
Figura 5.7 Concretagem da estaca ........................................................................ 137
Figura 5.8 Instalação da barra com sensores nas estacas instrumentadas ........... 138
Figura 5.9 Instalação da barra na camada de concreto ......................................... 138
Figura 5.10 Fôrma e armação do bloco ................................................................. 140
Figura 5.11 Preparação da concretagem com caminhão betoneira ....................... 140
Figura 5.12 Concretagem do bloco ........................................................................ 141
Figura 5.13 Bloco concretado ................................................................................ 141
Figura 5.14 Corte esquemático dos tipos de fundação .......................................... 142
Figura 5.15 Geometria do sistema de fundação (SP 01) ....................................... 142
Figura 5.16 Esquema da instrumentação ............................................................... 143
Figura 5.17 Aparelho de leitura e amplificador ....................................................... 144
Figura 5.18 Cilíndro hidráulico, célula de carga e extensômetros sobre o bloco pré-moldado ................................................................................................................. 145
Figura 5.19 Detalhe do fundo do bloco em grupo de estacas ................................ 145
Figura 5.20 Execução estacas hélice ..................................................................... 146
Figura 5.21 Instalação dos tirantes ........................................................................ 146
Figura 5.22 Conexão dos tirantes com luvas ......................................................... 147
Figura 5.23 Disposição das estacas....................................................................... 148
vii
Figura 5.24 Posicionamento das vigas com caminhão munck ............................... 149
Figura 5.25 Esquema de montagem do sistema de reação ................................... 149
Figura 5.26 Corte esquemático do sistema de reação ........................................... 150
Figura 5.27 Estrutura montada para realização do ensaio ..................................... 151
Figura 5.28 Caixa Amplificadora ............................................................................ 152
Figura 5.29 Aparelho de leitura .............................................................................. 152
Figura 5.30 Diagrama elétrico do sistema de medição .......................................... 153
Figura 5.31 Segmento de aço CA50 ...................................................................... 154
Figura 5.32 Colagem dos strain gages ................................................................... 155
Figura 5.33 Grampo de pressão ............................................................................ 156
Figura 5.34 Curva de cura do adesivo KBR 610 .................................................... 156
Figura 5.35 Colagem dos terminais por sobre a fita isolante ................................. 157
Figura 5.36 Ligações do circuito ............................................................................ 157
Figura 5.37 Amarração do cabo com linha cordonê ............................................... 158
Figura 5.38 Proteção do circuito com borracha de silicone SK .............................. 158
Figura 5.39 Projeto da célula de carga ................................................................... 160
Figura 5.40 Preparação da superfície da célula ..................................................... 161
Figura 5.41 Superfície acabada ............................................................................. 161
Figura 5.42 Aplicação de pressão para cura do adesivo........................................ 162
Figura 5.43 Ligação do circuito em ponte completa ............................................... 162
Figura 5.44 Tubo de aço bi-partido para encamisamento da célula ....................... 163
Figura 5.45 Célula de carga para 1000 kN ............................................................. 163
Figura 5.46 Células de carga para 1000 e 4000 kN ............................................... 164
Figura 5.47 Prensa triaxial ..................................................................................... 165
Figura 5.48 Gráfico calibração barra1 – ciclo 1 ...................................................... 166
Figura 5.49 Gráfico calibração barra 1 - ciclo 2 ...................................................... 166
viii
Figura 5.50 Calibração da célula em prensa de compressão ................................ 168
Figura 5.51 Gráfico calibração Célula 1; 1o ciclo .................................................... 169
Figura 5.52 Gráfico calibração Célula 1; 2o ciclo .................................................... 169
Figura 6.1 Esquema dos ensaios de prova de carga ............................................. 173
Figura 6.2 Curva carga x recalque do radier isolado .............................................. 174
Figura 6.3 Curva carga x recalque da estaca isolada (grupo de uma estaca) ....... 175
Figura 6.4 Curva carga x recalque do radier com uma estaca ............................... 176
Figura 6.5 Curva carga x recalque do grupo de duas estacas ............................... 177
Figura 6.6 Curva carga x recalque do radier com duas estacas ............................ 178
Figura 6.7 Curva carga x recalque do grupo de quatro estacas ............................. 179
Figura 6.8 Curva carga x recalque do radier com quatro estacas .......................... 180
Figura 6.9 Curvas carga x recalque dos grupos de estacas .................................. 181
Figura 6.10 Curvas carga x recalque do radier isolado e radiers estaqueados ...... 181
Figura 6.11 Curva carga x recalque do grupo de uma estaca e do radier com uma estaca ..................................................................................................................... 182
Figura 6.12 Curva carga x recalque do grupo de duas estaca e do radier com duas estacas ................................................................................................................... 182
Figura 6.13 Curva carga x recalque do grupo de quatro estaca e do radier com quatro estacas ........................................................................................................ 183
Figura 7.1 Extrapolação da curva carga x recalque para estaca isolada ............... 190
Figura 7.2 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para estaca isolada ........................ 190
Figura 7.3 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para estaca isolada ........... 191
Figura 7.4 Extrapolação da curva carga x recalque para grupo com duas estacas 191
Figura 7.5 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para grupo com duas estacas ........ 192
Figura 7.6 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para grupo de duas estacas ............................................................................................................................... 192
Figura 7.7 Extrapolação da curva carga x recalque para grupo com quatro estacas ............................................................................................................................... 193
ix
Figura 7.8 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para grupo com quatro estacas ...... 193
Figura 7.9 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para grupo de quatro estacas ............................................................................................................................... 194
Figura 7.10 Extrapolação da curva carga x recalque para o radier isolado............ 194
Figura 7.11 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier isolado ........................ 195
Figura 7.12 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier isolado .......... 195
Figura 7.13 Extrapolação da curva carga x recalque para radier com uma estaca 196
Figura 7.14 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier com uma estaca ......... 196
Figura 7.15 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier com uma estaca ............................................................................................................................... 197
Figura 7.16 Extrapolação da curva carga x recalque para radier com duas estacas ............................................................................................................................... 197
Figura 7.17 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier com duas estacas ...... 198
Figura 7.18 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier com duas estacas ............................................................................................................................... 198
Figura 7.19 Extrapolação da curva carga x recalque para radier com quatro estacas ............................................................................................................................... 199
Figura 7.20 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier com quatro estacas .... 199
Figura 7.21 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier com quatro estacas ................................................................................................................... 200
Figura 7.22 Extrapolação da curva carga x recalque, da fundação em radier isolado, ao recalque de 20,8 mm para definição da carga admissível ................................ 203
Figura 7.23 Extrapolação da curva carga x recalque, da fundação em radier com uma estaca, ao recalque de 20,8 mm para definição da carga admissível ............ 203
Figura 7.24 Gráfico tensão x deformação das estacas instrumentadas dos grupos ............................................................................................................................... 206
Figura 7.25 Módulo tangente (coeficiente angular) da estaca HA6 (grupo de uma estaca) ................................................................................................................... 207
Figura 7.26 Módulo tangente (coeficiente angular) da estaca HA3 (grupo de duas estacas) .................................................................................................................. 207
Figura 7.27 Gráfico tensão-deformação das estacas instrumentadas dos radiers estaqueados ........................................................................................................... 208
x
Figura 7.28 Gráfico tensão-deformação da estaca HA1 (radier uma estaca) ........ 208
Figura 7.29 Gráfico tensão-deformação da estaca HA5 (radier duas estacas) ...... 209
Figura 7.30 Gráfico tensão-deformação da estaca HA13 (radier quatro estacas) . 209
Figura 7.31 Transferência de carga pelo módulo tangente experimental - Estaca HA6 (grupo 01 estaca) ........................................................................................... 211
Figura 7.32 Transferência de carga pelo módulo tangente experimental - Estaca HA3 (grupo 02 estacas) ......................................................................................... 211
Figura 7.33 Transferência de carga pelo módulo tangente calculado- Estaca HA1 (radier uma estaca) ................................................................................................ 212
Figura 7.34 Transferência de carga pelo módulo tangente calculado - Estaca HA5 (radier 2 estacas) ................................................................................................... 212
Figura 7.35 Equação linear do módulo secante – Estaca HA6 (grupo uma estaca) ............................................................................................................................... 213
Figura 7.36 Equação linear do módulo secante – Estaca HA3 (grupo duas estacas) ............................................................................................................................... 214
Figura 7.37 Transferência de carga pelo módulo secante - Estaca HA6 (grupo 01 estaca) ................................................................................................................... 214
Figura 7.38 Transferência de carga pelo módulo secante - Estaca HA3 (grupo 02 estacas) .................................................................................................................. 215
Figura 7.39 Relação PCal/PMed para as estacas instrumentadas ........................ 216
Figura 7.40 Atrito lateral unitário em função do deslocamento médio do fuste (Estaca HA6) ....................................................................................................................... 219
Figura 7.41 Reação de ponta conforme Segunda Lei de Cambefort (Estaca HA6) 220
Figura 7.42 Construção gráfica para determinação do Atrito Lateral na Ruptura (Alr) ............................................................................................................................... 221
Figura 7.43 Resistência lateral por atrito obtida no gráfico de rigidez (estaca isolada) ............................................................................................................................... 223
Figura 7.44 Atrito lateral unitário segundo métodos semi empíricos ...................... 224
Figura 7.45 Resistência de ponta unitária segundo métodos semi empíricos ........ 225
Figura 7.46 Cargas de ruptura estimadas para a estaca HA6 ............................... 226
Figura 7.47 Mobilização da carga individual em cada estaca e da carga total no grupo de duas estacas ........................................................................................... 227
xi
Figura 7.48 Distribuição de carga entre estacas (grupo de duas estacas)............. 228
Figura 7.49 Deslocamento do bloco pré moldado de acordo com posicionamento dos extensômetros (ensaio no grupo de duas estacas) ......................................... 228
Figura 7.50 Mobilização da carga individual em cada estaca e da carga total no grupo de quatro estacas ......................................................................................... 229
Figura 7.51 Distribuição de carga entre estacas (grupo de quatro estacas) .......... 229
Figura 7.52 Deslocamento do bloco pré moldado de acordo com posicionamento dos extensômetros (ensaio no grupo de quatro estacas) ....................................... 230
Figura 7.53 Distribuição de carga entre as quatro estacas (último estágio) ........... 231
Figura 7.54 Cargas para o recalque máximo das fundações em grupos de estacas ............................................................................................................................... 232
Figura 7.55 Fator de eficiência para grupo de estacas em areia (Vesic, 1969, apud Freitas, 2010) ......................................................................................................... 233
Figura 7.56 Determinação dos recalques, nos trechos elásticos, do grupo de duas estacas e da estaca isolada, para a carga de trabalho de 780 kN e carga média de 390 kN, respectivamente ........................................................................................ 234
Figura 7.57 Determinação dos recalques, nos trechos elásticos, do grupo de quatro estacas e da estaca isolada, para a carga de trabalho de 1466,7 kN e carga média de 366,7 kN, respectivamente ................................................................................ 234
Figura 7.58 Comparação entre pontos experimentais RG e equação (2.47) para cálculo de RG .......................................................................................................... 235
Figura 7.59 Pontos de RG encontrados e pontos relatados por Mandolini (adaptado de Mandolini, Russo e Viggiani, 2005) ................................................................... 236
Figura 7.60 Gráfico carga-recalque do radier e estaca (fundação em radier com uma estaca) ................................................................................................................... 237
Figura 7.61 Distribuição de carga entre elementos (fundação em radier com uma estaca) ................................................................................................................... 238
Figura 7. 62 Porcentagem de carga absorvida pelo radier e estaca (fundação em radier com uma estaca) .......................................................................................... 238
Figura 7.63 Gráfico carga-recalque do radier e duas estacas (fundação em radier com duas estacas) ................................................................................................. 239
Figura 7. 64 Distribuição de carga entre o radier e duas estacas (fundação em radier com duas estacas) ................................................................................................. 239
xii
Figura 7.65 Porcentagem de carga absorvida pelo radier e duas estacas (fundação em radier com duas estacas) ................................................................................. 240
Figura 7.66 Gráfico carga-recalque do radier e quatro estacas (fundação em radier com quatro estacas) ............................................................................................... 240
Figura 7.67 Distribuição de carga entre o radier e quatro estacas (fundação em radier com quatro estacas) ..................................................................................... 241
Figura 7.68 Porcentagem de carga absorvida pelo radier e quatro estacas (fundação em radier com quatro estacas) ............................................................................... 241
Figura 7.69 Área do grupo de estacas (AG)............................................................ 243
Figura 7.70 Relação entre αR e o fator de preenchimento ..................................... 245
Figura 7.71 Comparativo entre os pontos encontrados de αR e fator de preenchimento com os resultados de De Sanctis e Mandolini (adaptado de De Sanctis e Mandolini, 2006) ..................................................................................... 246
Figura 7.72 Cálculo da eficiência αPG para grupo de uma estaca .......................... 247
Figura 7.73 Cálculo da eficiência αPG para grupo de duas estacas ....................... 247
Figura 7.74 Cálculo da eficiência αPG para grupo de quatro estacas ..................... 248
Figura 7.75 Cargas admissíveis do grupo e radier com uma estaca ..................... 249
Figura 7.76 Capacidades de carga do grupo e radier com duas estacas .............. 250
Figura 7.77 Capacidades de carga do grupo e radier com quatro estacas ............ 250
Figura 7.78 Relação entre ζPR e RM ...................................................................... 252
Figura 7.79 Relação entre ζPR e RM (adaptado de Conte et al. 2003) ................... 252
Figura 7.80 Rigidez inicial da estaca isolada ......................................................... 255
Figura 7.81 Rigidez inicial do radier isolado ........................................................... 255
Figura 7.82 Método PDR tri-linear aplicado ao radier com uma estaca ................. 256
Figura 7.83 Método PDR tri-linear aplicado ao radier com duas estacas............... 257
Figura 7.84 Método PDR tri-linear aplicado ao radier com quatro estacas ............ 257
Figura 7.85 Análise PDR através do módulo secante para o radier com uma estaca ............................................................................................................................... 258
Figura 7.86 Análise PDR através do módulo secante para o radier com duas estacas ............................................................................................................................... 258
xiii
Figura 7.87 Análise PDR através do módulo secante para o radier com quatro estacas ................................................................................................................... 259
Figura 7.88 Cargas no recalque máximo de 40 mm .............................................. 259
Figura 7.89 Comparativo com a carga admissível experimental ............................ 260
Figura 7.90 Análise PDR hiperbólico ao radier com uma estaca (RR= 0,35; RPG= 0,1) ............................................................................................................................... 261
Figura 7.91 Análise PDR hiperbólico ao radier com duas estacas (RR= 0,7; RPG= 0,3) ............................................................................................................................... 262
Figura 7.92 Análise PDR hiperbólico ao radier com quatro estacas (RR= 0,75; RPG= 0,55) ....................................................................................................................... 262
Figura A.1 Gráfico calibração barra 2 - ciclo 1 ....................................................... 289
Figura A.2 Gráfico calibração barra 2 - ciclo 2 ....................................................... 289
Figura A.3 Gráfico calibração barra 3 - ciclo 1 ....................................................... 290
Figura A.4 Gráfico calibração barra 3 - ciclo 2 ....................................................... 290
Figura A.5 Gráfico calibração barra 4 - ciclo 1 ....................................................... 291
Figura A.6 Gráfico calibração barra 4 - ciclo 2 ....................................................... 291
Figura A.7 Gráfico calibração Célula 2; 1o ciclo ..................................................... 292
Figura A.8 Gráfico calibração Célula 2; 2o ciclo ..................................................... 292
Figura A.9 Gráfico calibração Célula 3; 1o ciclo ..................................................... 293
Figura A.10 Gráfico calibração Célula 3; 2o ciclo ................................................... 293
Figura A.11 Gráfico calibração Célula 4; 1o ciclo ................................................... 294
Figura A.12 Gráfico calibração Célula 4; 2o ciclo ................................................... 294
Figura A.13 Gráfico calibração Célula 5; 1o ciclo ................................................... 295
Figura A.14 Gráfico calibração Célula 5; 2o ciclo ................................................... 295
xiv
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Coeficientes F1 e F2 (AOKI e VELLOSO, 1975) .................................... 29
Tabela 2.2 Coeficientes K e α (AOKI - VELLOSO, 1975) ........................................ 30
Tabela 2.3 Fator característico do solo C (DÉCOURT - QUARESMA, 1978) .......... 31
Tabela 2.4 Coeficiente α e β (DÉCOURT; ALBIERO e CINTRA, 1996): ................. 31
Tabela 2.5 Coeficiente α e β (TEIXEIRA, 1996) ....................................................... 32
Tabela 2.6 Categorias de análise do radier estaqueado (POULOS, 1989) .............. 67
Tabela 4. 1 Principais unidade geológicas de João Pessoa. Fonte: Melo et al. (2001); Martins (2006) ............................................................................................ 111
Tabela 4.2 Geologia do município de João Pessoa (MARTINS, 2006) .................. 116
Tabela 5.1 Disposições das estacas ...................................................................... 132
Tabela 5.2 Resistência dos corpos de prova de concreto ...................................... 135
Tabela 5.3 Provas de carga realizadas .................................................................. 139
Tabela 5.4 Características do extensômetro elétrico KFG 2 120 D16 11............... 151
Tabela 5.5 Valores de cálculo e dimensões das células de carga ......................... 160
Tabela 5.6 Calibração das barras instrumentadas ................................................. 167
Tabela 5.7 Parâmetro repetibilidade da calibração das barras .............................. 167
Tabela 5.8 Calibração células de carga ................................................................. 170
Tabela 5.9 Repetibilidade dos valores de calibração das células de carga ........... 170
Tabela 6.1 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga direta . 174
Tabela 6.2 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em estaca isolada .................................................................................................................... 175
xv
Tabela 6.3 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em radier com estaca isolada................................................................................................. 176
Tabela 6.4 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em grupo de duas estacas ..................................................................................................... 177
Tabela 6.5 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em radier de duas estacas ..................................................................................................... 178
Tabela 6.6 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em grupo de quatro estacas ................................................................................................... 179
Tabela 6.7 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em radier de quatro estacas ................................................................................................... 180
Tabela 6.8 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA6 (grupo 01 estaca) ................................................................................ 184
Tabela 6.9 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA3 (grupo 02 estacas) .............................................................................. 184
Tabela 6.10 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA9 (grupo 04 estacas) .............................................................................. 185
Tabela 6.11 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA1 (radier 01 estaca) ................................................................................ 185
Tabela 6.12 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA5 (radier 02 estacas) .............................................................................. 186
Tabela 6.13 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA13 (radier 04 estacas) ............................................................................ 186
Tabela 7.1 Cargas de ruptura extrapoladas, cargas de recalque máximo e cargas admissíveis das fundações .................................................................................... 201
Tabela 7.2 Recalque médio equivalente as cargas admissíveis das fundações em radier com duas e quatro estacas .......................................................................... 202
Tabela 7.3 Cargas admissíveis dos ensaios e recalques correspondentes ........... 204
Tabela 7.4 Cargas admissíveis adotadas e seus recalques correspondentes ....... 205
Tabela 7.5 Módulo de elasticidade das estacas ..................................................... 210
Tabela 7.6 Média e desvio padrão (Sd) da razão de carga PCal/PMed ..................... 215
Tabela 7.7 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA6 (grupo 01 estaca) .............. 217
xvi
Tabela 7.8 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA3 (grupo 02 estacas) ............ 217
Tabela 7.9 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA1 (radier 01 estaca) .............. 218
Tabela 7.10 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA5 (radier 02 estacas) ............ 218
Tabela 7.11 Atrito lateral unitário máximo e reação de ponta (Estaca HA6) .......... 220
Tabela 7.12 Resultados das análises de transferência de carga para a estaca HA6 ............................................................................................................................... 222
Tabela 7.13 Capacidade de carga (Q) para a estaca HA6 segundo métodos semi-empíricos ................................................................................................................ 225
Tabela 7.14 Fator de eficiência (η) em grupo de estacas ...................................... 232
Tabela 7.15 Taxa de recalque (Rs) para os grupos de estacas ............................. 234
Tabela 7.16 Fator de redução de grupo RG = RS/n ................................................ 235
Tabela 7.17 Distribuição de carga entre o radier e o grupo de estacas ................. 242
Tabela 7.18 Relação de áreas entre grupo de estacas e radier ............................. 243
Tabela 7.19 Parcelas de carga dos elementos combinados .................................. 244
Tabela 7.20 Eficiência do radier (αR)...................................................................... 244
Tabela 7.21 Relação entre eficiência do radier (αR) e fator de preenchimento ...... 245
Tabela 7.22 Eficiência do grupo de estacas (αPG).................................................. 246
Tabela 7.23 Aumento da capacidade de carga das fundações (ζPR) ..................... 251
Tabela 7.24 relação entre ζPR e RM ........................................................................ 251
Tabela 7.25 Fatores de segurança das fundações ................................................ 253
Tabela 7.26 Relação entre os fatores de segurança com o aumento no número de estacas ................................................................................................................... 254
Tabela A1 Leitura da Prova de Carga da Estaca Isolada....................................... 296
Tabela A2 Leitura da Prova de Carga do Grupo 02 Estacas ................................. 297
Tabela A3 Leitura da Prova de Carga do Grupo 04 Estacas ................................. 298
Tabela A4 Leitura da Prova de Carga do Radier Isolado ....................................... 299
xvii
Tabela A5 Leitura da Prova de Carga do Radier 01 Estaca ................................... 300
Tabela A6 Leitura da Prova de Carga do Radier 02 Estacas ................................. 301
Tabela A7 Leitura da Prova de Carga do Radier 04 Estacas ................................. 302
xviii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CPT Cone Penetration Test
HA Estaca Hollow Auger
SP Sondagem SPT
SPT Standard Penetration Test
xix
LISTA DE SÍMBOLOS
α Relação entre atrito lateral unitário e resistência de ponta, medidos no CPT
α Coeficiente das equações semi-empíricas de capacidade de carga das estacas pelos métodos de Décourt (1996) e Teixeira (1996)
α Fator de interação estaca-estaca segundo Hain e Lee (1978)
αR Eficiência do radier
αPG Eficiência do grupo de estacas
αpr Coeficiente que caracteriza o radier estaqueado (MANDOLINI, 2003)
αRP Fator de interação radier-estaca segundo Randolph (1994)
β Coeficiente das equações semi-empíricas de capacidade de carga das estacas pelos métodos de Décourt (1996) e Teixeira (1996)
β Distorção angular
β Relação entre o módulo cisalhante do solo e a taxa de aumento do módulo com a profundidade
βp Fator de interação radier-estaca segundo Hain e Lee (1978)
βs Fator de interação estaca-radier segundo Hain e Lee (1978)
δ Recalque da fundação
δ Ângulo de atrito entre o solo e o material da estaca
δ Deslocamento relativo estaca/solo
δg Recalque do grupo de estacas
δs Recalque da estaca isolada
δult Deslocamento relativo estaca/solo última
∆ρmax Recalque diferencial máximo
∆L Variação da altura
∆R Variação da resistência elétrica
∆w Recalque elástico das estacas no trecho acima do radier equivalente
∆z, ∆l Espessura da camada
ε Deformação específica no nível instrumentado
ε Deformação medida
εz Deformação específica
xx
ϕ, φ Ângulo de atrito do solo
φ* Ângulo de atrito estaca/solo
γ Peso específico do solo
λ Relação entre o módulo de elasticidade da estaca e o módulo cisalhante do solo no nível de ponta da estaca
µ Fator definido por Massad para incorporação da carga residual
µl Compressibilidade da estaca. Parâmetro definido por Randolph e Wroth (1978) para cálculo da rigidez
η Relação entre o raio da base e o raio do fuste
η Fator de eficiência do grupo de estacas
ηs Fator de influência na carga do fuste devido às interações radier-solo-estaca
η1s Fator de influência no atrito lateral das estacas devido às interações estaca-solo-radier
η4s Fator de influência no atrito lateral das estacas devido às interações radier-solo-estaca
ηb Fator de influência na carga da base devido às interações radier-solo-estaca
η1b Fator de influência na resistência de ponta devido às interações estaca-solo-radier
η4b Fator de influência na resistência de ponta devido às interações radier-solo-estaca
η6 Fator de influência na capacidade de carga do radier devido às interações radier-solo-estaca
ν Coeficiente de Poisson
ρ Recalque
ρ Recalque médio do grupo de estacas
ρ Fator de homogeneidade - relação entre o módulo cisalhante médio do solo e o módulo do solo no nível da ponta da estaca
ρa Recalque admissível
ρmáx Recalque máximo
ρs Recalque da estaca isolada
σn Tensão normal
σr Tensão de ruptura (solos de ruptura geral)
σ´r Tensão de ruptura (solos de ruptura local)
τ Tensão cisalhante
ξ Relação entre o módulo cisalhante no nível da ponta da estaca e o módulo cisalhante abaixo da ponta da estaca
ξ* Valor do ξ modificado para o caso de grupo de estacas
xxi
ζPR Coeficiente de aumento da capacidade de carga da fundação devido ao contato do radier com o solo
ζ Relação logarítmica entre o raio máximo de influência e o raio da estaca
ζ* Valor do ζ modificado para o caso de grupo de estacas
a Aderência estaca/solo
A Área do radier
a Coeficiente da equação de Van der Veen
Ab Área da base da fundação na ruptura por bloco
AG Área da projeção do grupo de estacas
Al Área lateral da estaca
Al Área lateral da fundação na ruptura por bloco
Alr Força de atrito lateral na ruptura
Ap Área de ponta da estaca
B Módulo tangente inicial
B Lado da sapata
b Raio da sapata circular
Bg Largura do grupo de estacas
BR Largura do radier
BRcrit Largura crítica do radier
c Coesão do solo
C Fator característico do solo do método Decourt – Quaresma
C1 Fator de correção devido ao tempo
c1, c2, c3 Fatores de correção para cálculo do expoente “e” (cálculo da eficiência do grupo de estacas)
C2 Fator de correção devido ao embutimento
cu Coesão não drenada
d Diâmetro da estaca
D Diâmetro ou lado do fuste da estaca
e Expoente para cálculo da eficiência do grupo de estacas
E Módulo de elasticidade do material da estaca
e1 Fator de correção para cálculo do expoente “e” (cálculo da eficiência do grupo de estacas).
Es Módulo de elasticidade (Young) do solo
Es Módulo secante
f, fs Atrito lateral unitário
F1 Coeficiente Aoki - Velloso
F2 Coeficiente Aoki – Velloso
xxii
fc Atrito lateral do ensaio de cone
fck Resistência à compressão característica do concreto
fres Atrito lateral unitário residual
FS Fator de segurança
fs Tensão de atrito lateral mobilizado
fsmed Atrito lateral unitário médio
FSP Fator de segurança do grupo de estacas
FSPR Fator de segurança do radier estaqueado
FSR Fator de segurança do radier isolado
fu Atrito unitário na ruptura
fy Limite de escoamento
Gb Módulo cisalhante do solo abaixo da ponta da estaca
Gl Módulo cisalhante do solo na profundidade z = l
I Fator de influência para o formato da área carregada
Iz Índice de deformação específica
k Coeficiente de empuxo
k Coeficiente de rigidez relativa solo-estaca
K Relação entre a resistência de ponta do cone e o índice de resistência à penetração da sondagem SPT
K Fator de sensibilidade do strain gage
Kp Rigidez da estaca
KPG Rigidez do grupo de estacas
KPGi Rigidez tangente inicial do grupo de estacas
Kpo Rigidez inicial da estaca
KPR Rigidez do radier estaqueado
KR Rigidez do radier isolado
Kr Rigidez estrutural da estaca
KRi Rigidez tangente inicial do radier isolado
L Comprimento da estaca
l Comprimento da estaca
Lo Altura
m Taxa de aumento do módulo cisalhante com a profundidade
N Força aplicada
n Número de estacas
N´c, N´q, N´γ Fatores de capacidade de carga (solos de ruptura local)
Nc, Nq, Nγ Fatores de capacidade de carga (solos de ruptura geral)
Nl Valor médio do índice de resistência à penetração ao longo do fuste
xxiii
Np Valor médio do índice de resistência à penetração na base do elemento estrutural de fundação
Nq* Fator de capacidade de carga com o fator Sq incorporado
NSPT Índice de resistência à penetração
P Carga atuante
P1 Ponto do gráfico tri-linear correspondente à capacidade de carga das estacas (PDR)
Pcal Carga calculada
Ph Carga residual
Pmed Carga medida
PPG Carga absorvida pelo grupo de estacas
PPGult Carga última do grupo de estacas
PR Carga absorvida pelo radier
PRult Carga última do radier
Pt Carga no topo da estaca
Pu Carga última (PDR)
Pup Capacidade de carga do grupo de estacas (PDR)
q Carga aplicada
Q Carga de ruptura
q Sobrecarga
q,q* Tensão vertical efetiva
QBF Capacidade de carga do grupo de estacas na ruptura por bloco
qc Resistência de ponta do ensaio de cone
Ql Resistência lateral por atrito
QP Capacidade de carga da estaca
Qp Resistência de ponta
QPG Capacidade de carga do grupo de estacas
QPR Capacidade de carga do radier estaqueado
QR Capacidade de carga do radier
Qs Capacidade de carga por atrito lateral da estaca isolada
qu Reação de ponta da estaca
Qult Carga de ruptura física pelo critério de Decourt
r Distância horizontal
R Fator de resistência do strain gage
R Razão aparente
R Rigidez
rc Raio médio do radier
Rf Fator hiperbólico
xxiv
RG Fator de redução do grupo
RGmax Limite superior do fator de redução do grupo
Rl Resistência lateral por atrito
rm Raio de influência máximo
RM Relação entre a razão aparente e a relação de áreas de grupo e radier
rmin Raio mínimo
ro Raio da estaca
Rp Resistência de ponta
RPG Fator hiperbólico para o grupo de estacas
RR Fator hiperbólico para o radier isolado
Rs Taxa de recalque do grupo
Rsmax Limite superior da taxa de recalque do grupo
S Deslocamento
s Espaçamento eixo a eixo entre estacas
Sc, Sq, Sγ Fatores de forma da sapata
scrit Espaçamento crítico
Sd Desvio padrão
si Espaçamento entre a enésima e a primeira estaca
t Tempo
U Perímetro da seção transversal do fuste
Vo Tensão de saída
Vs Tensão contínua
w Expoente da taxa de recalque
w Recalque
wa Recalque admissível
wmed Recalque médio
wPR Recalque do radier estaqueado
wR Recalque do radier
wt Deslocamento do topo da estaca
X Proporção de carga absorvida pelo radier
y1 Deslocamento para esgotar o atrito lateral unitário
z Profundidade
xxv
RESUMO
SOARES, W. C. (2011). R adier Estaqueado com Estacas Hollow Auger em Solo Arenoso. Recife, 2011. 310p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Pernambuco.
Este trabalho analisa o comportamento de fundações em grupo de estacas e
radier estaqueados, executados em solo arenoso da área litorânea de João
Pessoa/PB. O local é parte de um campo experimental de fundações, com banco de
dados geotécnico. A região insere-se no contexto geológico dos sedimentos
inconsolidados do Quaternário.
A pesquisa experimental adota estacas do tipo hollow auger, construídas em
escala real, com 300 mm de diâmetro e 4,5 m de comprimento. Executaram-se um
total de 14 estacas distribuídas em grupos, e em radier estaqueados, ambos
configurados em modelos com uma, duas e quatro estacas.
Realizaram-se sete provas de carga estáticas, instrumentadas, sobre os
modelos de fundação, sendo: um ensaio no radier isolado, três ensaios nos grupos
de estacas e três ensaios nos radier estaqueados. A instrumentação é composta por
células de carga, construídas em laboratório, e strain gages instalados em barras de
aço no interior das estacas. O sistema de medição utiliza equipamentos mais
compactos que o usual, como um PocketPC e software de leitura específico.
As medidas dos strain gages permitem avaliar o mecanismo de transferência
de carga em profundidade, nas estacas. A divisão de cargas entre atrito lateral e
reação de ponta da estaca é analisada através das Leis de Cambefort e por
métodos semi-empíricos de cálculo da capacidade de carga de fundações
profundas. Os resultados da Primeira Lei de Cambefort mostram que, os métodos
de Décourt (1996b) e Método das Duas Retas Modificado, têm boa precisão no
cálculo do atrito lateral.
xxvi
O desempenho das fundações é estudado isoladamente e através de
comparações entre grupos de estacas e radier estaqueados. Analisa-se a
capacidade de carga das fundações, o benefício do contato do radier com o solo, as
interações entre elementos (estaca, radier e solo) e seu modo de distribuição de
carga.
As análises de efeito de grupo mostram que: a capacidade de carga do grupo
é maior que, a soma das capacidades de carga das estacas individuais; e o
recalque do grupo de estacas, sujeito a uma carga média por estaca, é maior do
que o da estaca isolada, sob a mesma carga.
Os resultados mostram interações entre o radier e as estacas, com
diminuição da eficiência dos elementos. Em contra partida, o desempenho do
sistema de fundação é favorecido, pois o contato do radier com o solo aumenta sua
capacidade de carga.
Aplicou-se o método PDR (Poulos, Davis e Randolph), segundo abordagem
tri-linear e hiperbólica, na simulação da curva carga–recalque dos radiers
estaqueados. A análise hiperbólica tem resultados mais realistas, nos radiers com
duas e quatro estacas.
Palavras chave : Radier Estaqueado, Estaca Hollow Auger, Prova de Carga
Estática, Instrumentação.
xxvii
ABSTRACT
SOARES, W. C. (2011). Piled Raft with Hollow Auger Piles in Sandy Soils. Recife, 2011. 310p. Thesis (Doctoral) – Federal University of Pernambuco.
This work analyses the behavior of pile groups and piled rafts installed in
sandy soils at coast of João Pessoa-PB, Brazil. It is represented by Quaternary
sediments. The area is part of a foundation experimental field and contains a large
geotechnical database.
The research studies hollow auger piles with 300 mm diameter and 4,5 m
length. 14 piles were executed in isolated groups and in piled rafts; both situations
dealing with one, two and four piles each.
Seven static load tests with instrumentation were performed based on
different foundation models: one isolated raft, three pile groups and three piled rafts.
Instrumentation comprised load cells built in laboratory and strain gages placed in
steel bars inside the piles. Measurement acquisition used more compact equipment
than usual, with a PocketPC and specific reading software.
Foundation performance is studied in an isolated way as well as through
comparison between pile groups and piled rafts. Bearing capacity is analyzed and
also the benefits of raft – soil contact, such as elements interaction (pile, raft and
soil) and load distribution way.
PDR (Poulos, Davis and Randolph) method was applied according to a tri-
linear and hyperbolic load – settlement curve of the pile drafts. Hyperbolic analysis
shows more realistic results for two and four-piled rafts.
Load separation among lateral friction and pile tip resistance is studied trough
Cambefort Laws and semi–empirical methods for calculating pile bearing capacity.
xxviii
Results show interaction between raft and piles with decrease of element
efficiency. In the other hand, foundation system performance is benefited once raft –
soil contact provides a bearing capacity increase.
Key words: Piled Raft, Hollow Auger Pile, Static Load Test, Instrumentation.
1
1. INTRODUÇÃO
Os projetos de fundação convencionais prevêem a transferência de carga ao
solo, através de dois tipos de elementos: a fundação rasa ou a profunda.
Tradicionalmente, os elementos distintos não são envolvidos numa mesma
fundação.
O radier estaqueado é uma abordagem alternativa ao projeto convencional de
fundação. O novo conceito associa, em um mesmo elemento, a fundação rasa com
a profunda e une as vantagens de cada parte, em um novo conjunto.
O desenvolvimento urbano impõe desafios cada vez maiores no
aproveitamento dos espaços e recursos disponíveis. A construção civil demanda de
novos processos construtivos, desde a fase de projeto, com eficiência energética,
uso racional dos recursos e destinação dos resíduos.
O Radier estaqueado apresenta vantagens técnicas e econômicas nas
situações em que seu uso é indicado. Novas pesquisas científicas promovem a
abordagem que atende a várias exigências técnicas atuais.
A cidade de João Pessoa experimenta um progresso na cadeia produtiva de
seu mercado imobiliário. As áreas urbanas de seu litoral, sempre valorizadas,
possuem exigências rígidas, quanto a sua ocupação e ambiência paisagística.
A prática de fundações, na região litorânea, é composta, em sua maioria, por
sapatas apoiadas em terreno melhorado, com estacas de compactação. A técnica,
que é aplicada com sucesso há vários anos em edifícios de diferentes portes, tem
tido algumas restrições em áreas já densamente povoadas, devido ao uso do bate
estaca.
Lançadas inicialmente como uma alternativa ao melhoramento de solo, as
estacas hollow auger hoje ocupam um nicho importante na prática de fundações
local. As estacas, executadas com perfuratrizes hidráulicas, têm boa posição no
2
mercado, principalmente em obras com dificuldades de instalação e operação do
bate estaca.
O subsolo, formado por sedimentos depositados no Quaternário, é
constituído de areias bem classificadas, com contribuição de siltes e argilas. O
índice de resistência à penetração é crescente até profundidades entre 3,0 e 5,0 m.
Nesse ponto o NSPT atinge valores entre 25 e 40 golpes.
As estacas hollow auger são projetadas para atingirem o pico de resistência
do NSPT, conseqüentemente seu comprimento varia entre 3,0 e 5,0 m.
Comprimentos maiores encarecem a solução, acarretando perda de sua
competitividade, em relação a outros tipos de estacas, como a Franki ou hélice
contínua. Geralmente, são usadas em prédios de até 15 pavimentos onde não é
viável a mobilização de máquinas de grande porte.
O desenvolvimento das técnicas executivas e de projeto progrediu para o uso
das estacas hollow auger em concepções de radier estaqueado. A abordagem é
utilizada nas situações favoráveis em que o solo superficial tem boa resistência
permitindo que a transferência de carga ao solo seja dividida entre as estacas e
sapatas.
Os cálculos de projeto ainda dependem muito de conhecimentos empíricos e
as informações disponíveis das estacas hollow auger são pouco divulgadas pelas
firmas executoras. Sua crescente demanda evidencia a necessidade de se
aprofundar os estudos das estacas e do sistema de fundação em radier estaqueado.
A presente pesquisa estuda o comportamento de estacas hollow auger
dispostas em fundações de grupos de estacas e em radier estaqueado. Analisa-se o
mecanismo de transferência de carga ao solo diretamente pelo radier, e pelo fuste e
ponta das estacas, instrumentadas com strain gages.
As análises se basearam nos resultados de ensaios de prova de carga
estáticos realizados no campo experimental de fundações da empresa Copesolo,
localizado na região litorânea de João Pessoa. A região faz parte da faixa costeira
dos depósitos marinhos e insere-se no domínio geomorfológico da Baixada
Litorânea.
3
As estacas foram executadas conforme técnicas locais, com diâmetro de 30
cm e comprimento de 4,5 m.
1.1. OBJETIVOS DA TESE
1.1.1. GERAIS
• Estudar o mecanismo de transferência de carga do radier estaqueado
com estacas hollow auger ao solo, determinando-se o percentual de
carga absorvido pelos elementos (radier e estacas).
• Estudar o mecanismo de transferência de carga nas estacas hollow
auger identificando as parcelas de resistência lateral e de ponta
através de instrumentação ao longo do fuste.
• Realizar provas de carga pioneiras em estacas hollow auger e radier
estaqueados na região, e verificar a aplicabilidade de métodos de
análise, disponíveis na literatura, com as características do solo e o
tipo de radier estaqueado praticado no local.
1.1.2. ESPECÍFICOS
• Caracterizar geotecnicamente a área em estudo com a realização de
ensaios de campo;
• Determinar tipos de parâmetros e correlações geotécnicas mais
adequadas ao uso da técnica estudada.
• Identificar situações favoráveis ao uso do radier estaqueado.
• Verificar a rigidez dos elementos de fundação: sapata, estaca isolada,
grupo de estacas e radier estaqueado.
• Desenvolver recomendações e sugestões para novas abordagens e
filosofias de projeto, relacionados ao tema em questão.
4
1.2. ESTRUTURA DA TESE
A tese é estruturada em oito Capítulos que desenvolvem o tema abordado. O
Capítulo 1 apresenta introdução sobre o assunto, com comentários sobre as
abordagens de projeto em geral, e o uso do sistema de fundação, em radier
estaqueado com estacas hollow auger, na cidade de João Pessoa-PB. Citam-se os
objetivos da pesquisa, bem como a maneira que o tema é apresentado na estrutura
da tese.
O Capitulo 2 contém revisão bibliográfica sobre as fundações superficiais,
profundas (estaca isolada e grupo de estacas) e radiers estaqueados. Conceituam-
se os sistemas de fundação e seus fundamentos teóricos, aborda-se o radier
estaqueado citando-se os trabalhos pioneiros, as metodologias de análise e
indicações de uso. Descreve-se o procedimento de ensaio da prova de carga
estática, sua normatização e o uso de instrumentação.
O Capítulo 3 disserta sobre a extensometria, suas aplicações e principais
técnicas. A extensometria elétrica é mostrada em detalhes. Descreve-se seu
funcionamento, o desenvolvimento da técnica, ao longo dos anos e seus
instrumentos de medição, com ênfase em sua unidade fundamental: o extensômetro
elétrico ou strain gage. Apresentam-se os tipos de sensores (strain gages) e sua
técnica de aplicação. O capítulo ainda contempla a calibração de instrumentos de
medição.
O Capítulo 4 descreve o contexto geológico da cidade de João Pessoa, e
sua prática de fundações. O campo experimental, utilizado neste trabalho, é situado
estratigraficamente em função de sua unidade geológica. Apresenta-se seu histórico
de pesquisas e o resultado dos ensaios geotécnicos realizados no local. As estacas
hollow auger são comparadas com outros tipos de estacas, no cenário local de
fundações. Aborda-se sua técnica executiva, indicações de uso e principais
equipamentos e ferramentas.
O Capítulo 5 apresenta os métodos e procedimentos adotados na realização
das provas de carga instrumentadas. A instrumentação adotada é mostrada, de
maneira detalhada, bem como a execução de estacas testes e de reação.
5
O Capítulo 6 mostra os resultados das provas de carga estáticas, com
instrumentação, realizadas em fundações de grupos de estacas e radiers
estaqueados. A mobilização e distribuição de carga, entre os elementos das
fundações (estaca e radier), são ilustradas em gráficos, em função do recalque.
Apresenta-se o processo de transferência de carga, ao longo do fuste das estacas,
através das medidas de deformação de sensores (strain gages).
O Capítulo 7 contém as análises dos resultados obtidos nos ensaios de
provas de carga instrumentadas. Os estudos avaliam o desempenho das fundações
com a interpretação das curvas carga - recalque. As análises de grupo de estacas
contemplam a eficiência, taxa de recalque e distribuição de carga entre elementos.
A avaliação do radier estaqueado mostra o benefício do contato do bloco com o
solo, seu fator de segurança, eficiência dos elementos e sua distribuição de carga.
O método PDR (Poulos, Davis e Randolph) simula a curva carga - recalque do
radier estaqueado, segundo abordagem trilinear e hiperbólica, com cálculos do
módulo secante. Por fim, estuda-se a estaca isolada, através do mecanismo de
transferência de carga entre atrito lateral e ponta, com o uso das Leis de Cambefort.
Os resultados são comparados com o Método das Duas Retas, o critério de Rigidez
de Décourt e métodos semi-empíricos de cálculo de capacidade de carga de
estacas.
O Capítulo 8 apresenta conclusões do trabalho e sugestões para futuras
pesquisas.
6
2. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL, PROFUNDA E RADIER ESTAQUEADO
Este capítulo mostra os sistemas de fundação adotados neste trabalho, de
acordo com seu elemento estrutural, e sua forma de transmissão de carga ao solo.
Abordam-se os aspectos de ruptura, e recalques das fundações superficiais,
profundas (isolada e grupo de estacas) e radier estaqueado.
Apresenta-se um histórico da técnica de fundação em radier estaqueado e as
principais pesquisas desenvolvidas sobre o tema. O comportamento do sistema é
descrito a partir de seu mecanismo de interação com os elementos da fundação.
Descrevem-se o procedimento de projeto segundo etapas de cálculo e as
ferramentas de análise de acordo com os objetivos almejados e a complexidade da
estrutura e do solo.
O capítulo ainda apresenta detalhes sobre o ensaio de prova de carga
estática, seus objetivos e formas de carregamento. Abordam-se os métodos de
interpretação da curva carga x recalque, para determinação da carga admissível,
em função do tipo de ruptura, se física, extrapolada ou convencional. Descrevem-se
as principais técnicas de instrumentação adotadas em estacas e sua análise teórica
para avaliar a transferência de carga em profundidade com o uso de sensores.
2.1. PROJETO DE FUNDAÇÃO
Tradicionalmente os projetos de engenharia são concebidos para transferir
cargas estruturais ao solo através de dois tipos de fundações: rasas e profundas. As
fundações rasas transmitem carga ao solo pelas tensões distribuídas sob a base de
seu elemento estrutural; as fundações profundas transferem carga ao solo pelo
atrito lateral e ponta da estaca, tendo o bloco apenas o papel estrutural de ligar as
estacas.
7
A abordagem de projeto convencional, que prevalece até hoje, não prevê a
associação dos dois tipos de fundação. Sua escolha é feita com base em critérios
técnicos de capacidade de carga e recalques, sem envolver elementos distintos
numa mesma fundação.
O desenvolvimento dos centros urbanos tem impulsionado a construção civil
e a demanda por um melhor aproveitamento das áreas e recursos disponíveis.
Novos tipos de projetos têm sido explorados na busca de menor custo e melhor
critério técnico, na escolha das fundações.
Uma nova abordagem de projeto, o radier estaqueado, procura a associação
dos elementos radier e estaca numa mesma fundação. Esse novo conceito
apresenta vantagens técnicas e econômicas em relação ao projeto convencional.
Cunha et al. (2006) descrevem o radier estaqueado como um sistema de
fundação profunda, em que parte da carga é absorvida simultaneamente pela
estaca e pelo bloco de coroamento, que tem contato firme com o solo superficial.
A premissa de uso do radier estaqueado é obter vantagem do contato entre o
solo e o bloco. Na nova abordagem, o bloco (radier) pode ser dimensionado, tanto
para aumentar o suporte de carga da fundação, como para reduzir o número de
estacas necessárias no controle de recalques.
2.2. SISTEMA DE FUNDAÇÃO
De acordo com Bezerra (2003), o sistema de fundação é a associação final
criada pela união dos elementos estruturais e o próprio solo que o envolve. A
definição, proposta por Cintra e Aoki (1999), diferencia a fundação do elemento
estrutural de fundação. Segundo os autores, o elemento isolado de fundação é o
sistema composto pelo elemento estrutural, e pelo maciço de solo que o envolve.
“O maciço de solos ou sistema geotécnico é o conjunto formado por certo
número de elementos de solo que ocupam continuamente o espaço físico delimitado
pela superfície do terreno e a superfície do indeformável” (AOKI e CINTRA, 1996).
8
Os tipos de sistemas de fundação variam de acordo com o elemento
estrutural utilizado, e sua forma de transmissão de carga ao solo. A descrição dos
sistemas, adotados nesse trabalho, são listadas abaixo:
• Fundação superficial: elemento de fundação que transmite carga ao
terreno predominantemente pelas pressões distribuídas sob sua base.
Incluem-se as sapatas, radiers e blocos (NBR 6122/2010).
• Estacas isoladas: elemento de fundação profunda, ou seja, transmite
esforços ao maciço pela sua resistência lateral, de ponta ou a
combinação destas. Sua execução é feita com equipamento ou
ferramenta sem descida de operário (NBR 6122/2010).
• Grupos de estacas: associações de diversas estacas interligadas por
um bloco de coroamento, geralmente de grande rigidez, que não tem
contato com o solo (BEZERRA, 2003). O bloco de coroamento é uma
estrutura de volume usada para transmitir às estacas as cargas de
fundação (NBR 6118/2003).
• Radier estaqueado: associações de uma estaca, ou grupo de estacas,
com um elemento de fundação superficial (sapata, radier) ou bloco de
coroamento, com ambas as partes contribuindo na transmissão das
cargas ao maciço de solo.
A Figura 2.1 mostra os sistemas de fundação.
Figura 2.1 Sistemas de fundação: (a) Estaca isolada, (b) grupo de estacas, (c) radier estaqueado
(BEZERRA, 2003).
9
A diferença entre o radier estaqueado e os grupos convencionais de estaca é
que, neste último, o elemento de ligação, bloco de coroamento, não está em contato
com o solo.
2.3. FUNDAÇÃO SUPERFICIAL
O fenômeno de ruptura do solo não ocorre, como um material do estado
sólido, com a quebra de sua estrutura, mas através de um escorregamento interno
do solo (BOTELHO & CARVALHO, 2007).
Vargas (1977) explica que após atingir-se a ruptura, haverá deslizamento do
solo ao longo de superfícies com tensões cisalhantes, iguais à resistência ao
cisalhamento do solo.
Terzaghi (1943) desenvolveu estudo sobre o equilíbrio de forças que agem
nas superfícies de ruptura. Ao combinar conhecimentos da Teoria da Plasticidade
com o cálculo de empuxos passivos, Terzaghi cria sua teoria para capacidade de
carga dos solos (CAPUTO, 1976; VARGAS 1977). A Figura 2.2 mostra esquema da
superfície potencial de ruptura.
Figura 2.2 Superfície potencial de ruptura (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003)
A esquematização do problema apresenta três zonas distintas (I; II; III). A
zona I, abaixo da fundação, tem a forma de uma cunha e se desloca verticalmente
quando solicitada; as zonas II e III são zonas de cisalhamento, produzidas pelo
10
movimento da cunha (CAPUTO, 1976). Nas faces OR e O´R atuam o empuxo
passivo e as forças de coesão (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003).
2.3.1. CAPACIDADE DE CARGA
Craig (2007) define a capacidade última de carga como sendo a tensão que
causa ruptura por cisalhamento do solo de apoio imediatamente abaixo e adjacente
a uma fundação.
Cintra, Albiero & Aoki (2003) explicam que a capacidade de carga do
elemento de fundação depende de características da sapata e de parâmetros do
solo, como a resistência. Por isso, os autores sugerem que a capacidade de carga
refira-se ao sistema sapata-solo, sendo esta denominação mais apropriada.
Terzaghi (1943) define dois modos de ruptura do maciço de solo: ruptura
geral e local (Figura 2.3).
Figura 2.3 Curvas típicas tensão x recalque (CINTRA, ALBIERO & AOKI, 2003)
A curva 1 representa uma ruptura geral do maciço de solo. Ocorre em solos
compactos ou rijos. A ruptura é bem definida e é caracterizada pela abscissa da
tangente vertical à curva.
11
A curva 2 representa uma ruptura local e ocorre em solos fofos ou moles. Sua
ruptura não é bem definida. Terzaghi arbitra a capacidade de carga como sendo a
abscissa do ponto a partir do qual a curva se torna retilínea.
A capacidade de carga para uma sapata corrida, segundo Terzaghi, é dada
pela equação:
γqcr γBN2
1qNcNσ ++= (2.1)
Os três componentes da equação representam a influência da coesão, atrito e
sobrecarga. Os termos adimensionais Nc, Nq e Nγ são os fatores de capacidade de
carga, determinados através da Figura 2.4. A linha contínua representa solos de
ruptura generalizada e a linha traceja representa os solos de ruptura localizada.
Figura 2.4 Ábaco para os fatores de capacidade de carga (adaptado de Velloso e Lopes, 2004)
A equação geral (2.2) considera a forma da sapata no cálculo da capacidade
de carga:
γγcqccr SγBN2
1SqNScNσ ++= (2.2)
Sc, Sq e Sγ representam fatores de forma da sapata. Para solos de ruptura local tem-
se:
12
γγcqccr SγBN´2
1SqN´Sc´N´σ´ ++= (2.3)
Vesic (1975) distingue três tipos de ruptura: generalizada, localizada e por
puncionamento. O autor tem várias proposições para os fatores de capacidade de
carga e fatores de forma, contribuindo significativamente com o cálculo da
capacidade de carga de fundações.
A teoria de Meyerhof (1951, 1963) considera não só a contribuição da
sobrecarga do solo acima da base da fundação, mas também sua resistência ao
cisalhamento.
O método de Skempton (1951) considera o caso de argilas saturadas na
condição não drenada. Nesse caso a expressão de Terzaghi simplifica-se para:
qScNσ ccr += (2.4)
onde c = cu que é a coesão não drenada da argila.
2.3.2. RECALQUES
Velloso e Lopes (2004) separam os métodos para previsão de recalques em
três categorias: racionais, semi-empíricos e empíricos.
Os métodos racionais utilizam parâmetros de deformabilidade, obtidos em
laboratório ou in situ, em modelos teóricos. O recalque “ρ” de uma sapata,
assumindo-se o solo como um corpo elástico (Teoria da Elasticidade), é dado por:
s
2S E
qB).νI(1ρ −= (2.5)
onde “q” é a carga aplicada, “B” o lado da sapata, “Es” o módulo de Young do solo,
“υ” o coeficiente de Poisson e “I” um coeficiente que depende da forma da fundação.
Os métodos semi-empíricos utilizam parâmetros de deformabilidade, obtidos
através de correlações com ensaios in situ, em modelos teóricos ou adaptações
13
destes. Os principais métodos baseiam-se nos ensaios de Sondagem SPT e Cone
Penetration Test (CPT).
Schmertmann (1970) apresentou método baseado no ensaio de cone (CPT).
O autor verificou que a deformação específica (εz), medida abaixo de uma placa,
tem valor máximo na profundidade de B/2, e valor nulo a cerca de 2B. O método
utiliza o índice de deformação específica (Iz = εz E/q), mostrado na Figura 2.5.
Figura 2.5 Indice de deformação específica (Schmertmann, 1970, adaptado de Cintra; Albiero & Aoki,
2003)
O recalque é calculado por:
∑=
=
n
1i is
z*21 ∆z
E
IσCCρ (2.6)
em que C1 e C2 são fatores de correção devido ao embutimento e ao efeito do
tempo, respectivamente. Es é o módulo de deformabilidade e ∆z a espessura da
camada. Os fatores C1 e C2 são iguais a:
0,5σ
q0,51C
*1 ≥−= (2.7)
onde q é a sobrecarga e σ* = σ - q.
14
+=
0,1
tlog0,21C2 (2.8)
em que “t” é o tempo em anos.
O autor propõe correlação em função da resistência de ponta do ensaio de cone (qc)
para determinação do módulo de deformabilidade:
cS q2E = (2.9)
Schmertmann et al. (1978) introduzem modificações no método com o intuito
de se separar os casos de sapata corrida e sapata quadrada. O índice de
deformação específica é obtido pela Figura 2.6:
Figura 2.6 Indice de deformação específica (Schmertmann, 1978, adaptado de Cintra; Albiero & Aoki,
2003)
O módulo de deformabilidade para sapatas circulares e quadradas é
expresso por:
cS q2,5E = (2.10)
15
Já para sapatas corridas o módulo é obtido por:
cS q3,5E = (2.11)
Os métodos de cálculos de recalques empíricos utilizam tabelas de tensões
associadas a recalques, geralmente aceitos em estruturas convencionais. As
tensões são enquadradas de acordo com o tipo de solo e sua compacidade, ou
consistência. Geralmente, apresentam-se na forma de tabelas.
Os valores limites de recalque são tratados em função do tipo de solo, seja
areia, ou argila. O conceito de recalque limite ou máximo (ρmax), refere-se ao
recalque, que ocasiona dano à estrutura, portanto exige uma aplicação de um fator
de segurança à tensão que o provoca (CINTRA; ALBIERO e AOKI, 2003). O
recalque admissível (ρa) é o que a estrutura pode sofrer, com segurança a danos.
Os recalques limites são fixados com base nos recalques diferenciais e
distorções angulares (β), pois estes são usualmente os causadores de danos, nas
construções. Bjerrum (1963) e Vargas e Silva (1973) relacionam danos em
estruturas com distorções angulares, Figura 2.7.
Figura 2.7 Distorções angulares e danos associados (VELLOSO & LOPES, 2004)
16
Uma das maneiras de se limitar o recalque diferencial é limitar o recalque
total. Skempton e MacDonald (1956) sugerem como valores de recalque limite, para
areias, 40 mm (sapatas isoladas) e 40 a 65 mm (radiers). Em argilas os autores
recomendam recalques limites de 65 mm (sapatas isoladas) e 65 a 100 mm
(radiers).
Terzaghi e Peck (1967) recomendam como valores de recalque admissível
(ρa) 25 mm para sapatas em areia.
Teixeira e Godoy (1998) afirmam que teoricamente uma estrutura que sofra
recalques uniformes não apresentaria danos, mesmo para valores exagerados de
recalque total. Burland et al. (1977) relata um grande número de estruturas sem
danos que sofreram recalques maiores que os limites estabelecidos.
Ricceri e Soranzo (1985) apud Mandolini (2003) relatam vários casos de
fundações com medições de recalques, e concluem que recalques máximos
menores que 8 cm não causaram problemas nas estruturas.
Soares et al. (2006) apresentam medições de recalques em grandes
edifícios, na cidade de João Pessoa. As estruturas, com fundações diretas em solos
melhorados, sofreram recalques da ordem de 70 mm; e não se observou nenhum
dano relacionado à ordem de grandeza dos recalques medidos.
2.4. FUNDAÇÃO PROFUNDA
2.4.1. RIGIDEZ DE UMA ESTACA
A rigidez de uma estaca é a relação entre a carga aplicada e seu
deslocamento. É calculada pela seguinte equação:
δ
PK p = (2.12)
onde: Kp = rigidez de uma estaca;
P = carga atuante no topo da estaca;
δ = recalque do topo da estaca para a carga “P”.
17
O conceito de rigidez é representado graficamente pela curva carga –
recalque da estaca, como ilustrado na Figura 2.8.
Figura 2.8 Curva de rigidez de uma estaca (SALES, 2000)
Pelo gráfico nota-se que a rigidez é a reta tangente, ou secante à curva, para
um determinado valor de carga.
A variação da rigidez pode ser determinada segundo o modelo hiperbólico
(POULOS, 1994):
−=
uf0pp P
PR1KK (2.13)
onde: Kp0 = rigidez inicial da estaca;
P = carga atuante na estaca;
Pu = carga última da estaca;
Rf = fator hiperbólico de variação da rigidez da estaca;
Poulos (1989) afirma que Rf define o grau de não linearidade e seu valor varia
de 0 a 1. O autor comenta que diferentes valores de Rf devem ser usados no fuste
e ponta da estaca, e sugere para o fuste valores entre 0 e 0,5, e para a ponta 0,9.
Randolph e Wroth (1978) apresentaram solução aproximada para cálculo da
rigidez no topo da estaca:
18
( )
( ) o
o
tol
t
r
l
µl
µltanh
ξν1
η4
πλ
11
r
l
µl
µltanh
ζ
π2ρ
ξν1
η4
wrG
P
−+
+−
= (2.14)
Pt e wt são a carga e deslocamento, l e ro o comprimento e raio da estaca, Gl o valor
do módulo cisalhante na profundidade z = l. Os demais parâmetros são mostrados a
seguir:
η = rb/ro (para estacas com base alargada)
ξ = Gl/Gb (estaca de ponta)
ρ = Gavg/Gl (fator de homogeneidade)
λ = Ep/Gl (rigidez estaca solo)
ζ = ln(rm/ro) (parâmetro de transferência de carga)
rm = 0,25+ξ[2,5ρ(1-ν)-0,25]l (raio de influência máximo)
( )ol/r/ζµl λ2= (compressibilidade da estaca)
Para estacas longas, com lpo /GE3l/r ≥ , a rigidez da estaca, segundo
Randolph (1994), é:
/ζλ2ρπwrG
P
tol
t ≈ (2.15)
Poulos (1989) sugere usar gráficos em etapas preliminares de projeto para
cálculo de recalque de estacas isoladas, baseadas na solução de Randolph e Wroth
(1978). Os gráficos mostram a relação entre o recalque, no topo da estaca, por
carga unitária (S/P), e o comprimento da estaca, com diâmetros entre 0,4 e 0,7 m
(Figura 2.9 à Figura 2.12).
19
Figura 2.9 Recalque estaca cravada em argilas com diâmetro de 0,5 ±±±± 0,1 m (POULOS, 1989)
Figura 2.10 Recalque estaca cravada em areias com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m (POULOS, 1989)
20
Figura 2.11 Recalque estaca escavada em argilas com diâmetro de 0,6 ± 0,1 m (POULOS, 1989)
Figura 2.12 Recalque estaca escavada em areias com diâmetro de 0,5 ± 0,1 m (POULOS, 1989)
21
2.4.2. MOBILIZAÇÃO DO ATRITO LATERAL
Ao ser submetida a uma carga vertical, uma estaca transmite parte do
carregamento ao solo por atrito lateral, ao longo do fuste; e outra parte, por tensões
de compressão através da ponta.
O atrito lateral depende das tensões de cisalhamento, desenvolvidas no fuste
da estaca, no contato com o solo. Para que a tensão seja mobilizada é necessário
que haja um deslocamento relativo entre a estaca e o solo, ao longo da
profundidade. O atrito lateral mobilizado é representado por:
fs (z) = F(z) . τ(z) (2.16)
onde: z = profundidade;
F(z) = nível de mobilização do atrito lateral;
τ(z) = tensão cisalhante máxima.
A função F(z), para solos com resistência residual próxima do pico, pode ser
representada por:
≥→
<→=
ult
ult
ult
δδ se1
δδ seδ
δ
F(z) (2.17)
onde: δ = deslocamento relativo estaca/solo;
δult = deslocamento relativo estaca/solo correspondente à máxima
mobilização do atrito lateral.
A tensão cisalhante máxima desenvolvida no contato estaca – solo é dada
por:
τ = a + σ´n.tg(φ*) (2.18)
onde: a = aderência estaca/solo (= α.c, onde “c”é a coesão do solo, e “α” um fator
adimensional, que expressa a parcela da coesão considerada como
aderência na superfície da estaca);
σ´n = tensão efetiva normal à superfície da estaca;
φ* = ângulo de atrito estaca/solo
22
A tensão efetiva normal (σn) depende de tensões geostáticas laterais e do
processo de instalação da estaca. O ângulo de atrito (φ*) depende do tipo de solo,
material e rugosidade da estaca.
2.4.3. CAPACIDADE DE CARGA
Cintra e Aoki (1999) definem capacidade de carga do elemento isolado de
fundação, como sendo a carga que provoca a ruptura desse sistema, cujo valor é
limitado pela resistência do elemento estrutural.
A capacidade de carga de elementos de fundação profunda pode ser obtida
por meio de métodos estáticos (fórmulas teóricas ou métodos semi-empíricos),
provas de carga e métodos dinâmicos.
2.4.3.1. MÉTODO ESTÁTICO – FÓRMULA TEÓRICA
As fórmulas teóricas são aplicáveis nos casos particulares de solos
puramente argilosos ou arenosos.
A capacidade de carga na ruptura é dada pela soma de duas parcelas:
Q = Ql + Qp = fs. Al + σr. Ap (2.19)
onde: Ql = resistência lateral por atrito ou adesão ao longo do fuste;
Qp = resistência de ponta;
fs = atrito lateral unitário ou adesão do solo ao elemento estrutural;
Al = área lateral do fuste do elemento estrutural
σr = capacidade de carga do solo
Ap = área da seção transversal da base do elemento estrutural.
As parcelas de resistência do elemento isolado de fundação são ilustradas na
Figura 2.13.
23
Figura 2.13 Parcelas de resistência do elemento isolado de fundação profunda (CINTRA e AOKI, 1999)
Oliveira Filho (1985) comenta sobre a determinação das duas parcelas de
resistência:
• O atrito lateral é considerado positivo no trecho de fuste da estaca ao
longo do qual a estaca tende a recalcar mais que o terreno
circundante. O atrito lateral é considerado negativo, no trecho em que
o recalque do solo tende a ser maior que o da estaca.
• A carga admissível deve ser obtida mediante aplicação de um
coeficiente de segurança recomendado pelo autor da teoria.
A NBR 6122/2010 prescreve o fator de segurança global 2 para a
determinação da carga admissível de estacas sem prova de carga. Já Cintra e Aoki
(1999) recomendam utilizar um coeficiente de segurança não inferior a 3 para
capacidade de carga obtida por cálculo teórico.
Em solos argilosos o atrito unitário ou adesão do solo ao fuste do elemento
estrutural (fs) é dado por:
fs = α c (2.20)
onde: α = coeficiente de adesão solo-elemento estrutural de fundação (Figura 2.14).
c = coesão não drenada da argila.
24
Figura 2.14 Coeficiente de adesão αααα (TOMLINSON1, 1957 apud CINTRA e AOKI, 1999)
A capacidade de carga (σr) de solos argilosos é calculada pela equação de
Skempton (1951):
σr = c. Nc + q (2.21)
em que: c = coesão não drenada da camada de apoio da base do elemento estrutural
de fundação;
Nc = fator de capacidade de carga;
q = tensão vertical efetiva na cota de apoio;
Gusmão Filho (2003) afirma que o valor do coeficiente Nc varia de
aproximadamente 5, para argila normalmente adensada com alta sensibilidade; a
cerca de 10, para argilas pré-adensadas rijas, de baixa sensibilidade. Para
fundações profundas Nc é admitido igual a 9.
Simons e Menzies (1981) sugerem o ábaco da Figura 2.15 para determinar o
valor de Nc, no caso de estacas curtas de grande diâmetro.
1 TOMLISON, 1957, apud CINTRA e AOKI, 1999, p. 11
25
Figura 2.15 Coeficiente de capacidade de carga Nc (SKEMPTON2, 1951 apud SIMONS e MENZIES, 1981)
Em solos arenosos o atrito lateral ao longo do fuste (fs) varia de acordo com a
profundidade. O efeito do arqueamento nas areias faz com que a resistência por
atrito cresça conforme uma parábola, e atinja seu valor máximo a uma profundidade
de 10 ou 20 vezes o diâmetro da fundação (CINTRA e AOKI, 1999).
fs = k. γ. z .tg δ (2.22)
em que: k = coeficiente de empuxo;
γ = peso específico efetivo da areia;
z = profundidade;
δ = ângulo de atrito entre o solo e o material da estaca;
A parcela de resistência lateral (Ql) é calculada com o valor médio do atrito
unitário ao longo do fuste (fs med):
Ql = fs med Al (2.23)
A capacidade de carga (σr) de solos arenosos situados sob a base de um
elemento estrutural de fundação profunda é igual a:
2 SKEMPTON, 1951 apud SIMONS e MENZIES, 1981, p. 70
26
σr = q*.Nq* (2.24)
onde: q* = tensão vertical efetiva. Tem seu valor máximo na profundidade de 15
vezes o diâmetro da estaca.
Nq* =Nq . Sq = fator de capacidade de carga com o fator de forma Sq
incorporado. É obtido pelo gráfico da Figura 2.16.
Figura 2.16 Fator de capacidade de carga Nq* (VESIC3, 1967 apud CINTRA e AOKI, 1999)
A Figura 2.16 mostra diversas soluções para a determinação do fator de
carga Nq* e destaca os mecanismos de ruptura propostos por Terzaghi, Meyerhof,
Skempton e Berezantzev.
A parcela de resistência de ponta é dada por:
3 VESIC, 1967 apud CINTRA e AOKI, 1999, p. 16
27
Qp = q*. Nq*. Ap (2.25)
As fórmulas teóricas, para previsão da carga admissível, conduzem a valores
muito discrepantes entre si. As diferenças entre proposições comprometem o uso
das fórmulas para o cálculo da capacidade de carga de elementos de fundação
profunda em areias (VELLOSO e ALONSO, 2000; CINTRA e AOKI, 1999).
2.4.3.2. MÉTODOS SEMI-EMPÍRICOS
A NBR 6122/2010 denomina de métodos semi-empíricos aqueles em que as
propriedades dos materiais são estimadas, com base em correlações, para
aplicação em fórmulas teóricas adaptadas.
A facilidade de estimativa dos parâmetros proporcionou uma grande
aplicação prática dos métodos semi-empíricos, em relação aos teóricos.
As correlações entre tensões correspondentes a estados limites de ruptura e
dados de resistência à penetração de ensaios in situ, são simples de ser
estabelecidas (DÉCOURT; ALBIERO e CINTRA, 1996).
A estimativa de parâmetros, de resistência e compressibilidade, pode ser feita
com base na resistência à penetração de Sondagens SPT ou na resistência de
ponta do ensaio de penetração estática do cone, (TEIXEIRA e GODOY, 1998).
Aoki e Velloso (1975) apresentaram o primeiro método semi-empírico
brasileiro, para cálculo da capacidade de carga, de elementos de fundação
profunda. O trabalho praticamente impôs uma sistemática para os demais métodos,
que vieram a seguir, baseando-se na estimativa de transferência de carga de uma
estaca, conforme a Figura 2.17 (VELLOSO e ALONSO, 2000).
28
Figura 2.17 Transferência de carga de uma estaca isolada (ALONSO, 1991)
Os métodos estipulam que a carga de ruptura é constituída de duas parcelas:
( ) pu
n
1lupl Aq∆f UQQQ +=+= ∑ (2.26)
onde: Ql = parcela de resistência por atrito lateral ao longo do fuste;
Qp = parcela de resistência de ponta;
U = perímetro da seção transversal do fuste;
fu = tensão média de adesão ou de atrito lateral na camada de espessura ∆l;
qu = resistência de ponta;
Ap = área da seção transversal na ponta da estaca.
Os métodos semi-empíricos diferem entre si pela estimativa dos valores de rl
e rp. Os principais métodos são mostrados a seguir.
a) MÉTODO AOKI - VELLOSO (1975)
Os valores de qu e fu são calculados a partir da resistência de ponta (qc) e do
atrito lateral unitário (fc) medidos pelo ensaio de penetração estática CPT:
1
cu F
qq = (2.27)
29
2
cu F
ff = (2.28)
Os coeficientes F1 e F2 são determinados em função do tipo de estaca. Seus valores
são mostrados na Tabela 2.1.
Tabela 2.1 Coeficientes F1 e F2 (AOKI e VELLOSO, 1975)
Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,50 5,0
Metálica 1,75 3,5
Pré - moldada 1,75 3,5
Aoki (1985) atualiza o valor de F1 para estacas pré-moldadas de concreto:
80,011
DF += (D em metros) (2.29)
em que D é o diâmetro ou lado do fuste da estaca.
Para estacas escavadas Aoki (1975) considera que o valor de F2 varia entre
4,5 e 10,5 (com F2 = 2F1). Alonso (1998) sugere F1 = 3,0 e F2 = 6,0.
Quando não se dispõe de ensaios CPT os valores de fc e qc podem ser
estimados com base em correlações com o índice de resistência à penetração NSPT:
fc = α qc (2.30)
qc = K NSPT (2.31)
Os coeficientes K e α são determinados em função do tipo de solo (Tabela 2.2).
30
Tabela 2.2 Coeficientes K e αααα (AOKI - VELLOSO, 1975)
Tipo de solo K (MPa) αααα (%)
Areia 1,00 1,4
Areia siltosa 0,80 2,0
Areia silto - argilosa 0,70 2,4
Areia argilosa 0,60 3,0
Areia argilo – siltosa 0,50 2,8
Silte 0,40 3,0
Silte arenoso 0,55 2,2
Silte areno – argiloso 0,45 2,8
Silte argiloso 0,23 3,4
Silte argilo – arenoso 0,25 3,0
Argila 0,20 6,0
Argila arenosa 0,35 2,4
Argila areno – siltosa 0,30 2,8
Argila siltosa 0,22 4,0
Argila silto - arenosa 0,33 3,0
Os autores indicam um coeficiente de segurança global mínimo de 2, sobre o
valor médio, da capacidade de carga dos elementos isolados de fundação, para
obtenção da carga admissível.
b) MÉTODO DÉCOURT – QUARESMA (1978)
A estimativa do atrito lateral (rl) é feita com o valor médio do NSPT ao longo do
fuste (Nl):
+= 13N
10f lu (kPa) (2.32)
No cálculo de Nl admite-se como limite inferior Nl = 3 e superior de Nl =15.
O valor de rp é calculado pela equação:
qu = C Np (2.33)
31
em que: Np = valor médio do NSPT na base do elemento estrutural de fundação, obtido
pelos valores correspondentes ao nível da ponta, o imediatamente anterior e
o imediatamente posterior;
C = fator característico do solo Tabela 2.3.
Tabela 2.3 Fator característico do solo C (DÉCOURT - QUARESMA, 1978)
Tipo de solo C (kPa)
Argila 120
Silte argiloso* 200
Silte arenoso* 250
Areia 400
*Alteração de rocha
A carga admissível da fundação é calculada com um coeficiente de
segurança global igual a 2 aplicado sobre o valor médio da capacidade de carga.
Décourt, em 1996, introduz os coeficientes α e β, na fórmula de capacidade
de carga:
Q = αQp + βQl (2.34)
Os valores de α e β são mostrados na Tabela 2.4.
Tabela 2.4 Coeficiente αααα e ββββ (DÉCOURT; ALBIERO e CINTRA, 1996):
Tipo de solo
Tipo de estaca
Escavada em geral
Escavada (bentonita)
Hélice contínua Raiz
Injetada sob altas pressões
αααα ββββ αααα ββββ αααα ββββ αααα ββββ αααα ββββ
Argila 0,85 0,80* 0,85 0,90* 0,30* 1,0* 0,85* 1,50* 1,0* 3,0*
Solos intermediários
0,60 0,65* 0,60 0,75* 0,30* 1,0* 0,60* 1,50* 1,0* 3,0*
Areias 0,50 0,50* 0,50 0,60* 0,30* 1,0* 0,50* 1,50* 1,0* 3,0*
*Valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis
32
c) MÉTODO TEIXEIRA (1996)
O autor propõe expressões com base no NSPT para obtenção do atrito unitário
(fu) e capacidade de carga do solo (qu):
fu = β. Nl (2.35)
qu = α. Np (2.36)
em que Nl e Np são os valores médios do NSPT, medidos ao longo do fuste da
estaca, e no intervalo entre quatro diâmetros acima da ponta da estaca e um
diâmetro abaixo, respectivamente. Os parâmetros α e β são apresentados, na
Tabela 2.5.
Tabela 2.5 Coeficiente αααα e ββββ (TEIXEIRA, 1996)
A carga admissível é obtida com coeficiente de segurança global igual a 2
para as estacas, com exceção das escavadas a céu aberto, em que o autor propõe
o uso de coeficientes de segurança parciais de 4 (parcela de ponta) e 1,5 (parcela
de atrito lateral).
Tipo de solo (4<NSPT<40)
Tipo de estaca
Pré-moldadas de concreto e
metálicas Tipo Franki Escavadas a
céu aberto Estacas
Raiz
αααα* ββββ* αααα* ββββ* αααα* ββββ* αααα* ββββ*
Areia c/ pedregulho 440 4 380 5 310 4 290 6
Areia 400 4 340 5 270 4 260 6
Areia siltosa 360 4 300 5 240 4 220 6
Areia argilosa 300 4 240 5 200 4 190 6
Silte arenoso 260 4 210 5 160 4 160 6
Silte argiloso 160 4 120 5 110 4 110 6
Argila arenosa 210 4 160 5 130 4 140 6
Argila siltosa 110 4 100 5 100 4 100 6
* Valores em kPa
33
2.4.3.3. PROVA DE CARGA
A prova de carga permite estabelecer a capacidade de carga de um elemento
isolado de fundação. O método de ensaio é regido pela NBR 12131 (Estacas -
Prova de carga estática).
A carga admissível, em função da ruptura física, é obtida através do menor
dos dois valores abaixo:
• Carga de ruptura dividida por 2;
• Carga correspondente ao recalque admissível dividida por 1,5.
Ao não se atingir a ruptura física, ou quando a ruptura não fica bem
caracterizada, a capacidade de carga deve ser obtida por meio de métodos
consagrados da Mecânica dos Solos, através da extrapolação da curva carga –
recalque ou critérios baseados num recalque limite, como o método da NBR 6122.
Uma abordagem mais elaborada sobre o tema é apresentada no final deste
capítulo no item 2.7.
2.4.3.4. MÉTODOS DINÂMICOS
São métodos de estimativa da capacidade de carga, de elementos de
fundação profunda, baseados na previsão e/ou verificação do seu comportamento,
sob ação de carregamento dinâmico (NBR 6122/2010).
A avaliação da capacidade de carga pode ser feita pelo ensaio de
carregamento dinâmico, que utiliza instrumentação fundamentada na aplicação da
“Equação da Onda”.
As fórmulas dinâmicas são equações deduzidas a partir da igualdade entre a
energia de queda do martelo e o trabalho gasto durante a cravação da estaca.
Todas elas partem da medição da nega, e de acordo com a NBR 6122/2010, visam
apenas garantir a homogeneidade das fundações.
34
2.5. GRUPO DE ESTACAS
2.5.1. EFEITO DE GRUPO
O efeito de grupo de estacas é o processo de interação das diversas estacas
que constituem uma fundação, ao transmitirem ao solo as cargas que lhe são
aplicadas (OLIVEIRA FILHO, 1985).
O grupo de estaca é usado em pilares, com cargas mais elevadas que a
carga de trabalho de uma única estaca. A ligação do grupo se dá por um bloco de
coroamento no topo das estacas, que devem ser convenientemente espaçadas, em
função do tipo de estaca e do solo.
Espaçamentos pequenos podem causar danos em estacas próximas durante
processos de cravação. Já espaçamentos maiores encarecem o bloco de
coroamento.
A proximidade de estacas provoca fenômenos de interação, cujo efeito,
positivo ou negativo, depende dos tipos de estaca e do terreno (PRESA e
POUSADA, 2004). A superposição de tensões provoca diferenças entre a
capacidade de carga e recalque, de um grupo de estacas, e uma estaca isolada
com a mesma carga unitária.
O efeito de grupo geralmente é calculado por fórmulas de eficiência, para
capacidade de carga, e taxas de recalque, para análise de deformação.
2.5.2. CAPACIDADE DE CARGA
A capacidade de carga de um grupo de estacas é dada pela relação entre o
somatório das capacidades de carga das estacas isoladas e um fator de eficiência:
∑=n
1PPG QηQ (2.37)
onde: QPG = capacidade de carga do grupo;
η = fator de eficiência do grupo;
QP = capacidade de carga de uma estaca isolada;
n = número de estacas do grupo.
35
O fator de eficiência do grupo depende do espaçamento entre as estacas, do
tipo de solo, e do comprimento da estaca.
Randolph (1994) sugere, em uma primeira aproximação, que o valor da
eficiência pode ser obtido em função do número de estacas do grupo:
en −≈η (2.38)
O valor do expoente e varia entre 0,3 a 0,5 para estacas de atrito, e atinge
valores maiores que 0,6 para estacas de ponta.
Para estacas de atrito “e” pode ser determinado pela equação abaixo, em
função da esbeltez e de fatores de correção (indicados em parênteses), propostos
por Fleming et al. (1992):
e = e1(l/d). c1(Ep/G). c2(s/d). c3 (ρ). c4(ν) (2.39)
Os fatores de correção são obtidos da Figura 2.18.
Figura 2.18 Gráfico de eficiência (FLEMING4 et al., 1992 apud RANDOLPH, 1994)
4 FLEMING et al., 1992, apud RANDOLPH, 1994, p. 71.
36
Gusmão Filho (2003) afirma que o fator de eficiência em areias tem valor
maior que 1, ou seja, a capacidade de carga do grupo é superior à soma das
capacidades de carga individuais das estacas.
Vesic5 (1975) apud Gusmão Filho (2003) atribui o aumento da capacidade de
carga à resistência de atrito na areia, que é crescente nas estacas do grupo. O autor
conclui que a eficiência de atrito é igual a 3, enquanto que a da ponta é igual a 1.
Vesic6 (1969) apud Freitas (2010) apresentou gráfico comparando a
eficiência do grupo de estacas, em areia, com o espaçamento relativo (Figura 2.19).
Figura 2.19 Eficiência do grupo de estacas, em areia (Vesic, 1969, apud Freitas, 2010)
Usualmente em areias, admite-se como critério de projeto, o valor da
eficiência igual a 1, para qualquer espaçamento (SIMONS e MENZIES, 1981;
GUSMÃO FILHO, 2003; PRESA e POUSADA, 2004).
5 VESIC, 1975, apud GUSMÃO FILHO, 2003, p. 250.
6 VESIC, 1969, apud FREITAS, 2010, p. 31.
37
Em argilas, geralmente, o efeito de grupo conduz a valores de eficiência
menores que 1. Gusmão Filho (2003) considera a eficiência igual a 1 para estacas,
em um bloco de coroamento, com espaçamento maior do que 3 vezes o diâmetro.
Presa e Pousada (2004) sugerem que a melhor estimativa de eficiência em
argilas é dada pela fórmula de efeito de grupo de Los Angeles:
( ) ( ) ( )( )[ ]n.m
1n1m21mn1nm
π
Φ1η
−−+−+−−=
(2.40)
onde: Φ = arc cotg s/D
m = número de estacas por linha;
n = número de estacas por coluna;
D = diâmetro ou largura da estaca.
Para pequenos espaçamentos, entre estacas, deve-se analisar a
possibilidade de ruptura por bloco. Nesse caso o solo não participa quanto ao atrito
lateral nas estacas internas (PRESA e POUSADA, 2004).
O modelo de ruptura considera que a resistência ao cisalhamento do solo é
mobilizada na superfície vertical do bloco, definida pelo perímetro das estacas. A
carga de ponta é calculada pela área da base do bloco (Figura 2.20).
Figura 2.20 Ruptura por estaca isolada e por bloco (MANDOLINI, 2007)
38
A capacidade de carga do bloco, em argilas, é dada pela fórmula:
slrbB f.Aσ.AR += (2.41)
onde: Ab = área da base do bloco;
σr = capacidade de carga dada pela equação (2.21);
Al = área lateral do bloco;
fs = atrito unitário dado pela equação (2.20).
Cooke (1986) considera que a carga de ruptura do bloco corresponde ao
recalque da ordem de 5 a 10 % da largura do grupo de estacas.
A capacidade de carga do grupo de estacas é o menor dos valores entre a
capacidade de carga pela eficiência e pela ruptura em bloco.
2.5.3. RECALQUE DE UM GRUPO DE ESTACAS
Os métodos de previsão de recalques de grupos de estacas podem ser
classificados como:
a) EMPÍRICOS
Vários métodos calculam o recalque do grupo estabelecendo uma relação
com uma estaca isolada. Entre os sistemas, Skempton (1953) propôs a relação
entre o recalque de um grupo de estacas (δg) de largura Bg e o recalque de uma
estaca (δs), para solos granulares:
2
g
g
s
g
4B
3B4
δ
δ
+
+= (2.42)
b) SIMPLIFICADOS
Os métodos simplificados substituem o grupo por uma fundação mais
simples. É o caso da NBR 6122/2010 que propõe a verificação de recalques
considerando uma sapata de mesmo contorno que o grupo assente a uma
profundidade, acima da ponta das estacas, igual a 1/3 do comprimento de
penetração (F) na camada de suporte (Figura 2.21).
39
Figura 2.21 Grupo de estacas (CINTRA e AOKI, 1999)
c) ANALÍTICOS
Segundo Rezende e Cintra (1998), os métodos analíticos consideram a
interação entre as estacas e o solo circundante (estaca-solo-estaca).
Randolph (1994) apresentou método para cálculo de recalque do grupo a
partir de uma estaca isolada. A solução considera modificações na rigidez do fuste e
da base da estaca em função dos efeitos de interação entre os elementos da
fundação. Para um grupo de “n” estacas o parâmetro de transferência de carga (ζ) é
substituído:
( )∑=
−=n
2ioi /rslnnζ*ζ (2.43)
em que “si” é o espaçamento entre a enésima e a primeira estaca.
A rigidez da base é ajustada substituindo-se o parâmetro ξ por:
+= ∑
=
n
2i i
b
s
r
π
21ξ*ξ (2.44)
A rigidez do grupo é determinada pelos novos parâmetros introduzidos na
equação (2.14).
O recalque do grupo de estacas é relacionado ao recalque de uma estaca
isolada através da taxa de recalque do grupo:
40
isolada estaca da recalquegrupo do recalque
Rs = (2.45)
Estacas de um grupo sofrem interações mútuas, devido à proximidade, que
geralmente causam diminuições na eficiência de cada elemento (estaca). As
interações são responsáveis pela diferença de recalque entre um grupo de estacas
e uma estaca isolada com a mesma carga média.
Mandolini, Russo e Viggiani (2005) explicam que para minimizar a interação
negativa entre os elementos deve-se adotar estacas com maior espaçamento.
Teoricamente para valores de RS iguais a 1, não há interação entre as estacas.
Poulos (1989) sugere a expressão de Fleming et al. (1985) para estimativa de
Rs:
wn≈sR (2.46)
onde “n” é o número de estacas e “w” é um expoente com valor entre 0,4 e 0,6 para
a maioria dos grupos.
O expoente da taxa de recalque (w) é calculado em função do tipo de solo e
características das estacas. Seu valor pode ser determinado em gráficos para
estacas escavadas e cravadas (Figura 2.22 e Figura 2.23).
41
Figura 2.22 Expoente "w" para estacas escavadas, s/d = 3 (POULOS, 1989)
Figura 2.23 Expoente "w" para estacas cravadas, s/d = 3 (POULOS, 1989)
Os valores de “w”, ilustrados nos gráficos, são válidos para grupos, contendo
entre 4 e 25 estacas com diâmetros entre 0,30 e 0,60 m.
42
O recalque da estaca isolada pode ser estimado, através dos gráficos
baseados na solução de Randolph e Wroth (1978) ilustrados da Figura 2.9 à Figura
2.12.
Mandolini, Russo e Viggiani (2005) sugerem as expressões propostas por
Randolph e Clancy (1993) para o cálulo de Rs e seu limite superior (Rsmax):
1,35
ss R.n0,29.
ρ
ρR −== (2.47)
n.R3
11.
R
0,50
ρ
ρR
s
maxmaxs
+== (2.48)
em que ρ é o recalque médio do grupo de estacas, ρs o recalque de uma estaca
isolada, n é o número de estacas e R = (ns/L)0,5 é a razão aparente.
Os autores reportam equação para estimativa do recalque diferencial máximo
(∆ρmax), a partir de dados de casos históricos:
0,35maxmaxD R0,35
ρ
∆ρR == (2.49)
A taxa de recalque do grupo (RS) pode ser determinada através do fator de
redução do grupo (RG = Rs/n). RG é definido por:
sindividuai estacas das rigidezes das somagrupo do rigidez
RG = (2.50)
Mandolini, Russo & Viggiani (2005) explicam que o valor de RG é sempre
menor que um, pois a rigidez de uma estaca, em um grupo, é diminuída pela
proximidade de outras estacas. Os autores afirmam que essa interação negativa
pode ser minimizada, através de projetos racionais que utilizem estacas mais
espaçadas.
As equações (2.47), (2.48) e (2.49) são retratadas nas figuras Figura 2.24,
Figura 2.25 e Figura 2.26, respectivamente, em função do fator de redução do grupo
43
(RG = RS/n). Os gráficos permitem uma avaliação preliminar, dos valores de
recalque mais prováveis, incluindo seu valor máximo, e também do recalque
diferencial máximo.
Figura 2.24 Relação entre RGmax e R (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005)
Figura 2.25 Relação entre RG e R (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005)
44
Figura 2.26 Relação entre RDmax e R (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005)
2.6. RADIER ESTAQUEADO
O termo “radier estaqueado” surgiu para especificar o sistema de fundação
que envolve a associação de um elemento de fundação superficial (bloco, radier ou
sapata) com um elemento de fundação profunda (estaca ou grupo de estacas).
Janda et al. (2009) define radier estaqueado como o sistema de fundação em
que ambos os componentes estruturais (estaca e radier) interagem entre si e com o
solo para suportar carga vertical, horizontal e momentos da superestrutura.
A transferência de carga estrutural se dá ao solo pelo atrito lateral e ponta
das estacas e pelo radier (elemento de fundação superficial), através da tensão de
contato com o solo. Ambos os elementos são responsáveis pelo desempenho da
fundação quanto à capacidade de carga e recalques (SALES, 2000).
Entre os sistemas de fundações, o radier estaqueado pode ser caracterizado
em função da distribuição de carga entre os elementos estaca (QP) e radier
estaqueado (QPR), através do coeficiente αpr, proposto por Mandolini (2003):
PR
n
1iiP,
pr Q
Qα
∑==
(2.51)
αpr = 0 representa uma fundação rasa sem estacas. Já αpr = 1 representa um grupo
de estacas cujo topo não tem contato com o solo. Para 0 < αpr < 1 o sistema
funciona como radier estaqueado, Figura 2.27.
45
Bloco Grupo de estacas
Radierestaqueado
Figura 2.27 Distribuição de carga entre bloco e estacas (Mandolini, 2003)
O autor comenta que toda fundação profunda atua como radier estaqueado,
exceto nos casos em que o elemento horizontal não tem contato com o solo de
apoio, como no caso de estruturas “offshore”.
O comportamento do radier estaqueado é influenciado pelo espaçamento
entre estacas. Cooke (1986) relata, após testes de laboratório com solo argiloso, os
resultados de capacidade de carga de elementos de fundação constituídos por
grupo de estacas e radier estaqueado, Figura 2.28.
Figura 2.28 Experimentos realizados por Cooke (1986) em grupo de estacas e radier estaqueado em função do espaçamento entre estacas com L/d = 48 (adaptado de Mandolini, Russo & Viggiani, 2005)
46
A razão de espaçamento crítico (scrit/d) estabelece o limite teórico do modo de
ruptura em um grupo de estacas. Valores de “s/d” menores que o crítico
correspondem ao modo de ruptura por bloco. Para valores de “s/d” maiores que o
crítico prevalece o modo de ruptura por estaca isolada.
A razão de espaçamento crítico é o valor a partir do qual o contato do radier
com o solo provoca um aumento na capacidade de carga da fundação. O aumento
deve-se ao radier que transfere parte da carga diretamente ao solo ou impõe uma
ruptura por bloco no grupo de estacas. Dessa forma a razão QBF/QPG pode ser
admitida como uma medida do aumento da capacidade de carga devido ao contato
do radier com o solo (MANDOLINI, 2003).
Cooke (1986) afirma que para espaçamentos menores que o crítico, o grupo
de estacas e o radier estaqueado têm a mesma capacidade de carga e recalques
iguais para as mesmas cargas de trabalho. Para espaçamentos maiores que o
crítico, o autor comenta que o grupo de estacas pode ter sua capacidade de carga
muito aumentada se houver o contato do radier com o solo.
Mandolini, Russo e Viggiani (2005) afirmam que os valores de capacidade de
carga do radier estaqueado (QPR), correspondem à curva de ruptura por bloco (QBF)
na Figura 2.28, para valores de “s/d” maiores que “scrit/d”. O critério de ruptura
admitido para o radier estaqueado é o de recalque máximo equivalente a 10 % da
largura do bloco (ρ=10%B).
Os autores introduzem o coeficiente ζPR para verificar o aumento da
capacidade de carga da fundação, devido ao contato do radier com o solo. ζPR é
expresso por:
P
PRPR Q
Qζ = (2.52)
onde QPR é a carga no radier estaqueado e QP a carga nas estacas. A Figura 2.29
mostra a relação entre o aumento da capacidade de carga e a razão de
espaçamento (s/d): o coeficiente ζPR aumenta com o crescimento da razão de
espaçamento e com a redução do número de estacas.
47
Figura 2.29 Relação entre o aumento da capacidade de carga e a razão de espaçamento (MANDOLINI;
RUSSO E VIGGIANI, 2005)
Testes em modelos de estacas realizados por Cooke (1986) indicam que a
capacidade de carga de um radier estaqueado depende mais da largura do bloco
que do espaçamento entre estacas. A Figura 2.30 mostra o aumento de capacidade
de carga (medidas e previstas) em função da largura do radier. O autor comenta
que a contribuição relativa deste é maior, quando o número de estacas é menor, e
quando as estacas são curtas.
Figura 2.30 Variação da capacidade de carga (medida e prevista) de radiers estaqueados em função da
largura do radier (adaptado de COOKE, 1986)
48
Poulos (2000) sugere adotar como capacidade de carga do radier
estaqueado (0 < αPR < 1) o menor dos dois valores:
• A capacidade de carga (QBF) do bloco contendo as estacas mais a
parcela de resistência do radier fora do perímetro do grupo de estacas;
• A soma da resistência do radier (QR) com a resistência do grupo de
estacas (QPG), descrita pela seguinte fórmula geral:
PGPGRRPR Q.αQ.αQ += (2.53)
onde αR e αPG representam respectivamente a eficiência do topo e do grupo de
estacas quando combinados num radier estaqueado.
Os mecanismos de interação entre os elementos da fundação e os métodos
de análise do radier estaqueado serão estudados ao longo do trabalho nas seções
subseqüentes.
2.6.1. TRABALHOS PIONEIROS
A introdução de estacas, em elementos de fundação superficial, foi
originalmente concebida para controle de recalques. Segundo Teixeira (1996) a
técnica de “radier estaqueado” foi desenvolvida por Zeevaert (1957) com a
finalidade de reduzir até um valor desejado os recalques de uma fundação.
A idéia de contribuição dos blocos, para distribuir carga ao maciço, foi
proposta pela primeira vez por Kishida e Meyerhof (1965), que sugeriram adotar a
capacidade do grupo como sendo das estacas mais o bloco (DÉCOURT, ALBIERO,
e CINTRA, 1996; CUNHA, s.d.)
Os autores sugeriram dois modelos de ruptura para o radier estaqueado:
- Para estacas pouco espaçadas, a ruptura seria em bloco. A capacidade de
carga do elemento de fundação é a capacidade do grupo de estacas mais a
capacidade do radier, considerando-se apenas sua área externa à projeção do
grupo (Figura 2.31a)
49
- Para estacas muito espaçadas a capacidade de carga seria a do radier mais
a do grupo, com ruptura localizada na base das estacas (Figura 2.31b).
Figura 2.31 Modelos de ruptura para radier estaqueado (PHUNG, 1993)
Poulos (1968) realizou as primeiras análises racionais estudando a influência
do bloco no recalque de grupo de fundações profundas. O autor apresentou um
gráfico com os recalques de uma estaca com e sem o radier (Figura 2.32).
Figura 2.32 Efeito do radier no recalque de uma estaca isolada (POULOS, 1968, adaptado por SALES,
2000)
Akinmusuru (1973) é um dos pioneiros a analisar, com modelos reduzidos em
areia, o comportamento de sapata isolada, estaca isolada e grupo de estacas com e
sem o contato do bloco com a superfície. O trabalho conclui que a capacidade de
50
carga de uma sapata estaqueada é superior à soma algébrica da mesma isolada e
do grupo de estacas.
Cunha (s.d.) cita os principais trabalhos até o state of art de Randolph (1994):
Ottaviani (1975), Fraser e Wardle (1976), Hain e Lee (1978), Randolph e Wroth
(1979), Akinmusuru (1980), Cooke (1986), Poulos (1991), Chow e Teh (1991),
Poulos (1993).
Pesquisas recentes estudam a associação de um elemento superficial de
fundação com certo número “ótimo” de estacas (CORDEIRO, A., 2007). O
posicionamento estratégico das estacas no bloco, para controle de recalques
diferenciais, é um dos aspectos mais relevantes no projeto de fundações em radier
estaqueado (SOUSA, 2003).
As técnicas de “otimização” são abordagens que visam uma distribuição
eficiente das estacas no bloco. Os métodos levam em conta propriedades físicas e
geométricas do estaqueamento, na busca do melhor desempenho do conjunto. Kim et
al. (2001) apresentam processo de “otimização” para posicionamento das estacas no
bloco, com algumas regras intuitivas em que os diâmetros, comprimento e número de
estacas são pré-definidos.
No Brasil os primeiros casos relatados que consideram a contribuição das
tensões bloco/solo, numa fundação estaqueada, são dos Engenheiros Luciano
Décourt (Estaca T) e Eduardo Cerqueira do Val (Estapata), conforme relata Teixeira
(1996). A diferença entre as duas concepções é o contato da estaca com o bloco. Na
Estaca T as estacas são engastadas na sapata e na Estapata há um disco de
poliestireno expandido, cuja espessura é determinada em função do recalque da
sapata. Nesse caso a estaca passa a receber carga após a ocorrência de uma parcela
do recalque da sapata isolada.
Já Décourt, Albiero, e Cintra (1996), afirmam que na Estaca T, o elemento
horizontal simplesmente se apóia sobre a cabeça do elemento vertical, sem que haja
qualquer tipo de engastamento. Os esforços horizontais e momentos fletores são
transferidos pelo topo diretamente ao solo. Um procedimento simplificado é proposto
pelos autores, para o dimensionamento da fundação em Estaca T, que consiste em se
dimensionar a estaca, para trabalhar com 70 % de sua carga de ruptura, e projetar o
51
topo, como um misto de bloco de coroamento e fundação rasa, sendo sua carga a
diferença entre a carga nominal do pilar e a suportada pela estaca ou grupo de
estacas. A Figura 2.33 e Figura 2.34 mostram os dois sistemas.
Figura 2.33 Modelo Estaca T (DÉCOURT, ALBIERO E CINTRA,1996)
Figura 2.34 Modelo Estapata (DÉCOURT, ALBIERO E CINTRA,1996)
Décourt (1994) apresenta as bases de cálculo para as fundações em radier
estaqueado. O autor apresenta alguns softwares para análise de deformação e
momentos fletores induzidos no grupo de estacas e sugere o processo simplificado
de Randolph para cálculo da rigidez do radier estaqueado.
Campos e Sobrinho (1996) realizaram ensaios de prova de carga
instrumentada em elementos de fundação do tipo Estaca T. Décourt (1996a)
52
comenta sobre os resultados dos ensaios. Segundo o autor, no elemento vertical,
composto por uma estaca pré-moldada, atingiu-se a completa plastificação do solo,
ao contrário dos ensaios realizados no conjunto (Estaca T), que apesar das
elevadas cargas aplicadas, não se chegou nem mesmo próximo da ruptura física.
Décourt (1996b) propõe um critério, através do conceito de rigidez, para se
definir a ruptura de uma fundação. Os resultados são mostrados através de gráficos
e, para a Estaca T, o autor comenta que não tem, na prática, condições de se
determinar sua ruptura física, visto que a curva carga x recalque tem uma assíntota
sub-horizontal, de pequeno coeficiente angular.
Cunha e Sales (1998) e Sales, Cunha e Jardim (1999) desenvolvem estudos
de radier estaqueado no campo experimental da UNB em Brasília. Os autores
estudam o solo na condição inundada, e na condição de umidade natural; e
concluem que a colapsibilidade do solo poroso de Brasília afeta consideravelmente
o sistema de fundação.
Sales (2000) propõe novo método de previsão de desempenho de fundações
em radier estaqueado. O autor descreve projetos de importantes obras com a nova
abordagem de fundação, entre elas: Messeturm (Frankfurt); Torhaus (Frankfurt);
Westend St. 1 (Frankfurt); Treptowers (Berlim), todos na Alemanha; QV1 em Perth
na Austrália, e o Edifício Akasaka em São Paulo no Brasil.
Cunha et al. (2000) e Sales et al. (2002) apresentam simulações numéricas
para otimização de projetos de fundação com uso de radier estaqueado.
Analisaram-se as fundações de uma edificação em Taguatinga e um caso histórico
de um hotel em Belgrado na antiga Iugoslávia. Os trabalhos concluem que o
emprego da solução em radier estaqueado é apropriado para reduzir os recalques
de um radier convencional.
Um caso de obra é reportado por Cepollina e Carvalho (1996), sobre o
projeto de fundação de um silo multicâmara de cimento. A solução adotada consistiu
em se conciliar o emprego de sapatas com estacas pré-moldadas, com ambos os
elementos participando da distribuição de carga ao solo. O projeto previa o uso de
placas de isopor, de diferentes espessuras, sobre o topo das estacas como artifício
para se diminuir recalques diferenciais. Os autores explicam que o comportamento
53
da obra seria feito com medição dos recalques durante e após sua construção. A
Figura 2.35 mostra o projeto de fundação com as sapatas circulares, e estacas
agrupadas nas proximidades dos pilares.
Figura 2.35 Fundação do silo de cimento
Soares e Soares (2002) relataram casos de edifícios de grande porte, em
João Pessoa (PB), com fundações em radiers estaqueados; citou-se o caso do
Residencial Kadoshi. A estrutura tem fundações em estacas pré-moldadas com
apenas 3,0 m de comprimento. As análises admitiram uma tensão de contato entre
o bloco e o solo de 0,5 MPa, pois levaram em conta o efeito do melhoramento do
solo arenoso, com a cravação das estacas pré-moldadas. A Figura 2.36 e Figura
2.37 mostram o efeito da instalação das estacas no solo e o projeto das fundações.
54
Figura 2.36 Perfil de sondagem SPT e das fundações do Residencial Kadoshi (SOARES e SOARES, 2002)
Figura 2.37 Projeto de fundações Residencial Kadoshi (SOARES e SOARES, 2002)
O projeto é descrito como uma fundação mista cujas estacas de fundação e
blocos de coroamento trabalham simultaneamente, ambos participando das reações
55
do solo, com o objetivo de reduzir o número de estacas e obter uma solução menos
onerosa.
Marques e Marques (2005) relataram o cálculo de projeto de fundações, em
Maceió, em que o bloco de coroamento é um elemento de transferência de carga ao
terreno. De acordo com os autores, os projetos são elaborados empiricamente em
função do conhecimento prévio da curva carga – recalque do conjunto (bloco-
sapata-estaca) ou dos elementos indivualmente.
Décourt (2006) apresenta caso de obra em que uma revisão de projeto, após
o início da construção, constata valores de carga maiores que o previsto. Após
minucioso estudo, o autor conclui que um reforço no estaqueamento seria
desnecessário, bastando considerar a transferência de parte da carga ao solo pelos
blocos de coroamento.
Massad (2010) apresenta nova maneira de aplicação do Método das Duas
Retas, voltada para a interpretação de provas de carga em radier estaqueado. O
autor comenta a aplicação do método em casos práticos, entre eles, um caso de
estacas longas executadas em Santos, SP. As estacas são assimiladas como um
radier estaqueado, face à existência de camada espessa de areia compacta no topo
da camada profunda de argila mole a média. O autor conclui afirmando que, abre-se
a possibilidade de separar as parcelas de carga de atrito, na “estaca fictícia”, e de
ponta, na “sapata fictícia”, com base na curva carga-recalque do topo.
As novas pesquisas apontam para processos de dimensionamento mais
elaborados, com destaque para o programa de pesquisa desenvolvido pela UnB,
que conta com amplos estudos na área de sistemas estaqueados. Entre os
trabalhos mais recentes citam-se:
• Sousa (2003): analisa o comportamento de sapatas em solo
melhorado, com estacas de compactação, utilizando o conceito de
radier estaqueado.
• Bezerra (2003): apresenta estudo de retroanálise de ensaios,
realizados no campo experimental da UnB, aponta a aplicação de
métodos simplificados de previsão de recalques e introduz o conceito
de “otimização” de sistemas de fundação estaqueada.
56
• Cordeiro, A. (2007): analisa o comportamento de grupo de estacas
danificadas e mostra propostas de reforço com o conceito de radier
estaqueado.
• Lima (2007): implementa uma rotina de otimização, com software
numérico para fundações em radier estaqueado.
2.6.2. MECANISMOS DE INTERAÇÃO
Ao se associar com um radier, uma estaca apresenta uma diminuição em sua
rigidez, em comparação com uma estaca isolada. Burland (1995) estuda a
mobilização de carga, em estacas flutuantes, para o caso do elemento isolado e
associado a um radier (Figura 2.38).
Figura 2.38 Mobilização de carga com o recalque de uma estaca, flutuante, na situação isolada e associada a um radier (BURLAND7, 1995, apud BEZERRA, 2003)
Bezerra (2003) explica que a presença do radier aumenta a capacidade de
carga do sistema, em contrapartida, a estaca tem uma menor resistência pela
diminuição de atrito entre o solo superficial e o fuste da estaca, que se deslocam
quase por igual no primeiro quarto do comprimento da estaca, de cima para baixo.
A presença do radier exerce influência sobre os parâmetros de tensão
cisalhante, no contato estaca-solo, e mobilização do atrito lateral. 7 BURLAND, 1995, apud BEZERRA, 2003, p. 9.
57
“Em uma sapata estaqueada, o contato da sapata com a superfície do solo, se por um lado aumenta as tensões verticais e horizontais na interface estaca/solo [...], por outro, impõe campos de deslocamentos ao solo sob a sapata, o que reduz os deslocamentos relativos estaca/solo, reduzindo, assim a mobilização do atrito lateral. A preponderância de um ou outro fator será função do tipo do solo e o estado do mesmo” (SALES, 2000).
Phung (2010) comenta a influência da pressão de contato do radier sobre o
atrito lateral da estaca, em solos não coesivos. Segundo o autor, o radier, ao entrar
em contato com o solo, aumenta a tensão horizontal atuante no fuste da estaca; e
ao mesmo tempo, o contato força o solo a recalcar. Como resultado o deslocamento
relativo entre o fuste e o solo é reduzido na região próxima ao radier.
A associação de uma radier e uma estaca isolada não significa um somatório
das capacidades de carga de cada elemento do sistema. O comportamento final é
regido por diversas interações, entre os diversos elementos (estaca, radier e solo),
que levam em conta as modificações das tensões normais ao longo da estaca, e os
deslocamentos relativos entre estaca e solo (BEZERRA, 2003).
Cunha et al. (2006) afirma que o comportamento de fundações profundas do
tipo radier estaqueado é distinto do de grupos convencionais de estacas. O projeto
deve levar em conta as reais particularidades do grupo, calculando-o como radier
estaqueado, de forma a se obter diminuição dos esforços nas estacas, economia no
projeto, ou simplesmente sua “otimização”.
As fundações em radier estaqueado precisam ser projetadas com análises
próprias, que contemplem os diversos mecanismos de transferência de carga e
interação entre seus elementos.
Sales (2000) afirma que o mecanismo de transferência de carga e a resposta
carga – recalque, de um radier estaqueado, apresentam natureza muito complexa,
tratando-se de problema eminentemente tridimensional, pois envolve diversos tipos
de interação, entre os elementos constituintes da fundação.
A análise do radier estaqueado requer a consideração da interação entre os
elementos radier, solo e grupo de estacas. Na nova abordagem o sistema é
avaliado como um todo, cujos efeitos da interação são tratados simultaneamente
(CORDEIRO, A., 2007; BEZERRA, 2003). Os mecanismos de interação são
mostrados por Hain e Lee (1978) na Figura 2.39.
58
Figura 2.39 Mecanismos de interação em radiers estaqueados (adaptado de HAIN e LEE, 1978)
O fator de interação estaca-estaca (Figura 2.39a) é definido por:
unitária carga à devido isolada estaca uma de recalqueadjacente estaca uma de unitária carga à devido adicional recalque
α = (2.54)
As interações entre radier - estaca e estaca – radier (Figura 2.39b e Figura
2.39c) são calculadas por:
unitária carga sob estaca da recalqueradier do unitária carga à devido estaca das adicional recalque
=pβ (2.55)
unitária carga sob radier do recalqueestaca na aplicada unitária carga à devido radier do adicional recalque
=sβ (2.56)
Geralmente os fatores de interação são apresentados para um contínuo
homogêneo. Hain e Lee (1978) apresentam fatores para solo com o módulo de
elasticidade crescente com a profundidade, solo de Gibson, (Figura 2.40 e Figura
2.41).
59
Figura 2.40 Interação estaca-estaca para solo homogêneo e não-homogêneo (HAIN e LEE, 1978)
Figura 2.41 Interação estaca-radier / radier-estaca para solo homogêneo e não-homogêneo (HAIN e LEE,
1978)
A interação radier – radier (Figura 2.39d) pode ser avaliada por métodos
tradicionais da mecânica dos solos, como as equações de Mindlin, que tratam da
distribuição de pressões aplicadas, num meio contínuo e homogêneo.
Para solos não homogêneos o efeito da interação pode ser avaliado pelas
expressões de Brown e Gibson (1972). Os autores apresentaram gráficos que
demonstram a influência da não homogeneidade do solo, nos valores de recalques
da superfície.
60
Figura 2.42 Comportamento do recalque na superfície para νννν = 1/2 (BROWN e GIBSON, 1972)
Figura 2.43 Comportamento do recalque na superfície para νννν = 1/3 (BROWN e GIBSON, 1972)
Figura 2.44 Comportamento do recalque na superfície para νννν = 0 (BROWN e GIBSON, 1972)
61
A solução considera o aumento linear do módulo de cisalhamento (G) com a
profundidade. “r” é a distância horizontal e “b”o raio da sapata circular. β = (G0)/m,
onde “m” é a taxa de aumento do módulo com a profundidade.
2.6.3. ABORDAGENS DE PROJETO
Randolph (1994) define três filosofias de projeto para o radier estaqueado:
a) CONVENCIONAL
As fundações são projetadas para atuar como um grupo de estacas que
suportam a maior parte das cargas. Apenas uma pequena parcela da carga é
distribuída pelo elemento horizontal ao solo.
As estacas são distribuídas sob o radier com espaçamentos usuais. Sua
carga de trabalho é bem menor que a capacidade de carga.
b) ESTACAS TOTALMENTE MOBILIZADAS (“CREEP PILING”)
As estacas são projetadas para atuar com cargas de trabalho próxima da
última, geralmente entre 70 a 80 % da carga de ruptura. Originalmente concebida
para solos coesivos moles, a fundação é projetada como um radier, e os recalques
totais são reduzidos pela inclusão de estacas.
As estacas são distribuídas sob o radier com o objetivo de limitar a tensão de
contato, entre o radier, e o solo, para valores menores que sua tensão de pré –
adensamento.
c) CONTROLE DE RECALQUES DIFERENCIAIS
Nas duas primeiras abordagens aqui mencionadas, as estacas são
distribuídas uniformemente sob o radier com o objetivo principal de se controlar os
recalques absolutos. Os recalques diferenciais são controlados como conseqüência.
No terceiro enfoque as estacas são posicionadas estrategicamente no radier
para redução dos recalques diferenciais.
Randolph (1994) mostra que o posicionamento de poucas estacas no centro
do radier, onde há uma concentração de carga, seria suficiente, para reduzir os
recalques diferenciais (Figura 2.45).
62
Figura 2.45 Estacas posicionadas para redução de recalque (adaptado de RANDOLPH, 1994)
A carga resistente das estacas deve ser suficiente para absorver entre 50 a
70 % da tensão média aplicada, em um radier considerado rígido. Ao se posicionar,
as estacas estrategicamente, as tensões de contato de um radier flexível se
comportam como a de um radier rígido, conduzindo a recalques diferenciais
mínimos (Figura 2.46).
Figura 2.46 Projeto esquemático da abordagem com estacas redutoras de recalque (adaptado de
RANDOLPH, 1994)
63
O comportamento das curvas carga – recalque entre as diferentes
abordagens é ilustrado na Figura 2.47.
Figura 2.47 Abordagens de projeto do radier estaqueado (adaptado de POULOS, 2001a)
A curva 0 representa o comportamento do radier apenas, que tem recalques
excessivos, para a carga de projeto. A curva 1 representa a filosofia convencional,
cujo comportamento é governado majoritariamente pelo grupo de estacas; a Curva
2 retrata o caso das estacas totalmente mobilizadas; e a curva 3 o caso das estacas
redutoras de recalque. Trata-se da concepção mais econômica, para a carga de
trabalho com recalque aceitável.
2.6.4. INDICAÇÕES DE USO
A aplicação mais eficaz da fundação em radier estaqueado ocorre quando o
radier apresenta capacidade de carga adequada, mas os valores de recalques
absolutos e/ou diferenciais no radier excedem os limites estabelecidos. Poulos
(2001a) especificou como situação favorável ao uso da técnica, perfis de solo com
argilas relativamente rígidas, ou areias relativamente compactas.
As circunstâncias onde o uso da técnica não é favorável ocorrem nos perfis
de solo fraco, como argila mole ou areia fofa, próximos da superfície ou em
profundidades relativamente rasas, e solos sujeitos a recalques por consolidação ou
solos expansivos.
64
Poulos (2011) comenta que solos argilosos moles não têm as condições,
consideradas ideais, para o radier estaqueado. Entretanto, o autor cita uma possível
solução para adequação ao solo fraco: escavar o terreno, antes ou após, a
execução das estacas, causando um alívio nas tensões verticais do solo, e impondo
ao solo uma condição de pré-adensamento. As cargas subseqüentes, impostas pelo
radier, tendem a causar menos recalques do que a solução sem escavação do solo.
O autor usa o termo fundação em radier estaqueado compensada.
2.6.5. ETAPAS DE PROJETO
RANDOLPH (1994) sugere um procedimento de projeto racional que deve
envolver três estágios:
a) ESTÁGIO PRELIMINAR
Analisa-se a viabilidade de um radier estaqueado. É avaliado o desempenho
do elemento horizontal sem as estacas. Estimativas de carga vertical, lateral,
recalques máximos e diferenciais são feitas com técnicas convencionais. Em função
da carga que o elemento horizontal pode receber é escolhida a abordagem de
projeto. Se o topo (elemento horizontal) isolado contribui com uma pequena
porcentagem da capacidade de carga do elemento de fundação, então a filosofia
adotada, será a abordagem convencional. Já se o topo apresenta resistência
adequada ou próxima da capacidade de carga, mas não satisfaz critérios de
recalque total ou diferencial, então se considera as estacas como redutoras de
recalques ou se adota como totalmente mobilizadas.
Mandolini (2003) elaborou gráfico para definição da abordagem de projeto. A
escolha é baseada em função do recalque, considerado admissível, do radier
isolado, e de seu fator de segurança.
65
Figura 2.48 Gráfico para escolha da abordagem de projeto (adaptado de MANDOLINI, 2003)
O autor especifica uma largura crítica do radier (Brcrit) correspondente ao
recalque admissível considerado como 8 cm. Na zona 1 o radier atende aos critérios
de recalque e capacidade de carga. Na zona 2 o radier isolado não atende ao
critério de capacidade de carga. A abordagem de projeto é a convencional. A zona 3
é uma região de transição, onde o radier apresenta problemas simultâneos de
capacidade de carga, recalque médios e diferenciais. A abordagem também é a
tradicional. As estacas são projetadas como um grupo que suporta a grande maioria
da carga. Na zona 4 o radier isolado apresenta recalques elevados, as estacas
devem ser projetadas para redução de recalque.
Os valores de Brcrit podem ser definidos de acordo com os requisitos de
segurança e de serviço, conforme recomendado pelos códigos e práticas locais.
b) SEGUNDO ESTÁGIO
Avaliam-se as características gerais das estacas e onde estas são necessárias. O
estudo é feito com mais detalhes. As estacas são exigidas, com base no
carregamento do pilar, nas seguintes situações: esforços de momento e
cisalhamento máximos, que excedem o valor estrutural admissível do elemento
66
horizontal; a pressão de contato que o elemento horizontal exerce no solo
ultrapassa seu valor admissível; o recalque total é maior que o valor tolerável.
c) ESTÁGIO FINAL
Nessa fase obtém-se o número, localização e configuração ideal das estacas. É
analisada a distribuição detalhada de recalques, momentos e tensões cisalhantes
no elemento horizontal, e as cargas e momentos nas estacas.
O primeiro e segundo estágios envolvem cálculos relativamente simples. Já o
estágio final necessita de software adequado que leve em conta de maneira
racional, os efeitos da interação entre o solo, as estacas e seu topo. Os efeitos da
superestrutura podem também ser considerados.
2.6.6. MÉTODOS DE ANÁLISE
Décourt (1994) cita que os objetivos a serem alcançados em uma análise de
radier estaqueado são basicamente dois:
• Percentuais da carga transferida pelas estacas e seu topo ao solo
• Rigidez do conjunto (relação entre a carga aplicada e o recalque do
elemento de fundação)
Poulos (2001b) afirma que da mesma forma que qualquer sistema de
fundação, outros itens devem ser considerados no estudo: capacidade de carga
para esforços verticais, laterais e momentos; recalque máximo e diferencial,
momentos e esforços para detalhe estrutural do bloco e estacas.
Poulos (1989) agrupa os procedimentos de projeto e de análise em
categorias dependendo do rigor e nível de sofisticação exigidos (Tabela 2.6).
67
Tabela 2.6 Categorias de análise do radier estaqueado (POULOS, 1989)
Categoria Subdivisão Características Estimativa dos parâmetros
1 - Empírica, não baseada nos princípios da
Mecânica dos Solos
Simples ensaios in situ ou de laboratório com
correlações
2
2A
Baseado em gráficos e teorias. Usa princípios da Mecânica dos Solos e possibilita cálculos manuais. Modelo de solo linear-elástico ou
rígido-plástico. Ensaios in situ de
rotina. Permite correlações.
2B Semelhante à 2A, mas utiliza a teoria não
linear ou elasto-plástica.
3
3A
Baseado na teoria usando análises específicas locais. Usa princípios da Mecânica
dos Solos. Teoria é elástica linear ou rígida plástica Ensaios específicos de
campo e/ou laboratório seguindo trajetórias de tensões apropriadas.
3B Semelhante à 3A, mas a não linearidade é
considera de maneira simplificada
3C Semelhante à 3A , mas a não linearidade é considerada segundo modelos constitutivos
apropriados ao comportamento do solo
A categoria 1 envolve procedimentos simples de análise e de obtenção dos
parâmetros. Lima (2007) afirma serem métodos regionais que não devem ser
extrapolados para fora dos limites aos quais foram criados.
A categoria 2 tem uma base teórica própria, e utiliza uma quantidade maior
de parâmetros. Fazem uso de gráficos e geralmente não necessitam de
computador.
A categoria 3 utiliza procedimentos que envolvem uma análise específica do
solo, com técnicas numéricas ou analíticas relativamente avançadas, tais como
elementos finitos ou de contorno. Na maioria dos casos requerem uso de
computador. Seus procedimentos geralmente fornecem soluções paramétricas e
gráficos de projeto para uso nas análises de categoria 2.
Os diversos métodos de análises podem ser classificados em: métodos
simplificados e métodos numéricos.
68
2.6.6.1. MÉTODOS SIMPLIFICADOS
Os métodos simplificados permitem a caracterização do desempenho da
fundação de maneira rápida, e são geralmente aplicados na primeira etapa de
desenvolvimento do projeto, o estágio preliminar. Consideram-se simplificações na
modelagem do perfil do solo, e nas condições de carregamento do radier.
Os métodos simplificados são divididos em:
• Correlações empíricas (capacidade de carga e recalques);
• Fundações equivalentes;
• Métodos baseados na Teoria da Elasticidade;
• Métodos de Suporte de Reação Constante.
a) CORRELAÇÕES EMPÍRICAS
Existem várias propostas para cálculo da capacidade de carga da fundação
em radier estaqueado. Entre os pioneiros destacam-se os métodos de Kishida e
Meyerhof (1965) e Akinmusuru (1973).
Liu et al. (1985) sugere que a capacidade de carga do radier estaqueado
pode ser determinada por:
RbbssPR Q)Q.ηQ..(ηnQ ++= (2.57)
onde: n = número de estacas
Qs = capacidade de carga por atrito lateral de uma estaca isolada;
Qb = capacidade de carga da ponta de uma estaca isolada;
ηs = fator de influência na carga do fuste devido às interações radier-solo-
estaca;
ηb = fator de influência na carga da ponta devido às interações radier-solo-
estaca;
QR = capacidade de carga do radier.
Phung (1993) generalizou a solução de Liu et al. (1985) e propôs a seguinte
equação para capacidade de carga do radier estaqueado:
69
R6bb4b1sS4s1PR Q.η)Q.η.ηQη..(ηnQ ++= (2.58)
onde: η1s = fator de influência no atrito lateral das estacas devido às interações
estaca -solo-estaca;
η4s = fator de influência no atrito lateral das estacas devido às interações
radier -solo-estaca;
η1b = fator de influência na resistência de ponta devido às interações estaca -
solo-estaca;
η4b = fator de influência na resistência de ponta devido às interações radier -
solo-estaca;
η6 = fator de influência na capacidade de carga do radier devido às interações
radier -solo-estaca;
Os fatores de interação, para ambos os métodos, são determinados através
de gráficos com base nos ensaios realizados pelos autores.
Os cálculos de recalques são geralmente realizados com métodos utilizados
para grupos de estacas. Sales (2000) comenta que tal procedimento é justificado
por diversos autores, baseado no fato de que, na maioria dos casos, é o grupo de
estacas que comanda a fase inicial dos recalques.
b) FUNDAÇÕES EQUIVALENTES
Simplificam o cálculo do radier estaqueado, substituindo-o por um sistema de
fundação, considerado equivalente, a fim de utilizar teorias e correlações
estabelecidas.
Randolph (1994) cita o método do radier equivalente, como uma forma
tradicional de cálculo de recalques, de grupos de estacas. O método considera a
substituição das estacas por uma fundação rasa (radier), e o recalque médio é
calculado por:
∆www Rmed += (2.59)
em que, wR é o recalque do radier e ∆w o recalque elástico das estacas no trecho
acima do radier equivalente.
70
O radier é assente a uma profundidade, na camada de suporte, igual a 2/3 de
sua espessura (Figura 2.49a), ou no nível de fundo de estacas que trabalham
predominantemente por carga de ponta, Figura 2.49b.
Figura 2.49 Radier equivalente (adaptado de RANDOLPH, 1994)
c) MÉTODOS BASEADOS NA TEORIA DA ELASTICIDADE
O comportamento da curva carga-recalque de um radier estaqueado pode ser
avaliada pelo método de Poulos – Davis - Randolph (PDR), que é uma combinação
dos métodos de Poulos e Davis (1980) e Randolph (1994).
Poulos e Davis (1980) apresentam um método simples para cálculo do radier
estaqueado cujo conjunto de estacas seria totalmente mobilizado. Os autores
consideram um modelo tri-linear, para descrever o comportamento da curva carga –
recalque do radier estaqueado, Figura 2.50.
71
Figura 2.50 Modelo tri-linear Poulos e Davis (adaptado de POULOS, 2001a)
O recalque do trecho entre a origem e o ponto “A” é calculado pela rigidez do
radier estaqueado, antes da total mobilização das estacas. No trecho AB assume-se
que toda carga excedente ao valor P1 é absorvida pelo radier e, portanto, o recalque
seria calculado como o de um radier isolado. O trecho BC corresponde a uma
ruptura completa, do sistema de fundação.
Randolph (1994) propôs estimar a rigidez do radier estaqueado pela
expressão:
( )( )G
G
PR2RP
RRPPPR /KKα1
Kα21KK
−
−+= (2.60)
onde: KPR = rigidez do radier estaqueado;
KPG = rigidez do grupo de estacas;
KR = rigidez do radier isolado;
αRP = fator de interação radier – estaca.
A proporção de carga absorvida pelo radier é dada por:
( )( )
Xα21KK
α1K
P
P
RPRP
RPR
T
R =−+
−=
G
(2.61)
O fator de interação radier – estaca pode ser estimado por:
72
( )ζ
/rrln1α 0c
RP −= (2.62)
onde: rc = raio médio do radier (corresponde a uma área igual à área do radier
dividida pelo número de estacas);
r0 = raio da estaca;
Segundo Clancy e Randolph (1992) ao se aumentar o número de estacas do
grupo, o valor do coeficiente αrp mantém-se próximo de 0,8 e independe do
espaçamento entre estacas, comprimento e rigidez relativa, modificando a equação
de rigidez da fundação para a seguinte forma:
( )( ) PG
PGR
PGRPR K
/KK0,641
/KK0,61K
−
−= (2.63)
Da mesma maneira, a relação entre as cargas suportadas pelo topo e pelo grupo de
estacas é expressa por:
( ) PG
R
PGR
R
K
K
/KK0,8.1
0,2
P
P
−=
G
(2.64)
Poulos (2001a) assume que a carga de mobilização das estacas corresponde
à carga total aplicada. Dessa forma o ponto P1 do modelo tri-linear, que
corresponde à capacidade de carga das estacas, pode ser determinado por:
X1
PP up
1 −=
(2.65)
onde: Pup = capacidade de carga do grupo de estacas;
X = proporção de carga absorvida pelo radier Eq. (2.61);
Mandolini (2003) ilustra graficamente o método PDR na Figura 2.51.
73
Figura 2.51 Curva carga - recalque do radier estaqueado (adaptado de MANDOLINI, 2003)
O ponto “A” representa o ponto em que o grupo de estacas é totalmente
mobilizado. A carga é absorvida pelo radier estaqueado. Além dele a carga adicional
é absorvida apenas pelo radier. O recalque é dado por:
R
A
PR
A
K
PP
K
Pw
−+= (2.66)
Mandolini (2003) afirma que o método PDR permite o uso de relações
hiperbólicas, para previsão da curva carga – recalque das estacas e do radier, de
maneira a se obter uma resposta mais realista do comportamento do sistema de
fundação. A rigidez secante das estacas e do radier é expressa por:
−=
ultPG,
PGPGiPG,PG P
P.R1.KK
(2.67)
−=
ultR,
RRiR,R P
P.R1.KK
(2.68)
em que: KPG,i e KR,i são respectivamente a rigidez tangente inicial do grupo de
estacas e radier. RPG e RR são os fatores hiperbólicos. PPG e PR são as cargas
absorvidas pelos elementos (grupo de estacas e radier) e PPG,ult e PR, ult suas cargas
últimas.
74
d) MÉTODO DE SUPORTE DE REAÇÃO CONSTANTE
O método de Burland (1995) destina-se aos casos em que as estacas são
projetadas para atuar como elementos redutores de recalque, e trabalham no limite
de sua capacidade geotécnica.
O processo de cálculo é descrito a seguir:
i. Estima-se a curva carga – recalque do radier isolado (Figura 2.52).
ii. Admite-se um recalque admissível (wa), para o radier e sua carga
correspondente (P1).
iii. O excesso da carga (P0 – P1) é suportada pelas estacas, que têm
resistência de fuste, totalmente mobilizada.
Figura 2.52 Curva carga - recalque do radier (adaptado de POULOS, 2001b)
Poulos (2001b) sugere, para cálculo do recalque, utilizar abordagem de
Randolph (1994):
PRRRPR /KK.ww = (2.69)
onde: wpr = recalque do radier estaqueado;
wr = recalque do radier isolado sujeito à toda carga de projeto;
KR= rigidez do radier;
KPR = rigidez do radier estaqueado.
75
2.6.6.2. MÉTODOS NUMÉRICOS
Poulos (2001a) classifica os métodos de análises numéricas nas seguintes
categorias:
a) Abordagem das “faixas sobre molas”: as seções do radier são representadas
por faixas e as estacas representadas por molas. Poulos (2001b) sugere o
software GASP (Geotechnical Analysis of Strip with Piles) para emprego do
método. O programa permite a consideração da não linearidade de maneira
aproximada limitando a tensão de contato entre as faixas e o solo ao valor da
capacidade de carga.
b) Abordagem das “placas sobre molas”: o radier é representado por uma placa
elástica; o solo por um contínuo elástico; e as estacas por molas interativas.
Poulos (1994) empregou um método de diferenças finitas, para modelar a
placa, e calculou as diversas interações com soluções elásticas aproximadas.
As análises foram realizadas com o software GARP (Geotechnical Analysis of
Raft with Piles).
c) Métodos dos elementos de contorno: o radier e as estacas do sistema são
discretizados. A solução numérica inicia-se no contorno do problema, e utiliza
equações diferenciais fundamentadas nas equações de Mindlin.
Consideram-se as interações entre os elementos e a não linearidade do solo.
d) Métodos combinando análises de elementos de contorno para as estacas e
análises de elementos finitos para o radier: associam ferramentas
matemáticas distintas, unindo suas vantagens, e superando limitações das
análises dissociadas. Uma representação esquemática desse tipo de análise
é mostrada na Figura 2.53.
76
Figura 2.53 Representação numérica do radier estaqueado (adaptado de CLANCY e RANDOLPH, 1993)
e) Análises simplificadas de elementos finitos: o sistema de fundação é
representado por um problema de deformação plana ou axisimétrico. Poulos
(2001b) cita o programa FLAC como uma ferramenta comercial disponível
para realização das análises. O software modela o radier estaqueado
considerando a fundação um problema bi-dimensional.
f) Elementos finitos tri-dimensionais: Os métodos realizam análises tri-
dimensionais completas de um sistema de radier estaqueado. Poulos (2001b)
cita o programa FLAC 3D como ferramenta de cálculo. A Figura 2.54 mostra
exemplo de malha tri-dimensional modelada pelo software.
77
Figura 2.54 Exemplo de modelo criado no FLAC3D para análise de radier estaqueado (POULOS, 2001b)
2.6.7. DISTRIBUIÇÃO DE CARGA
A percentagem de carga que o radier distribui diretamente ao solo depende
da razão entre espaçamento e diâmetro (s/d) e da razão de área (Ag/A). “Ag” é a
área de projeção do grupo de estacas e “A” a área total do radier.
Mandolini, Russo e Viggiani (2005) relatam dados de porcentagem de carga
no radier com estacas distribuídas uniformemente e concentradas sob sua área. A
Figura 2.55 e Figura 2.56 retratam os casos de Ag/A> 0,83 e Ag/A> 0,45,
respectivamente.
Figura 2.55 Porcentagem de carga no radier com Ag/A>0,83 (Mandolini, Russo e Viggiani, 2005)
78
Figura 2.56 Porcentagem de carga no radier com Ag/A>0,45 (Mandolini, Russo e Viggiani, 2005)
De Sanctis e Russo (2008) apresentam casos históricos com relatos da
distribuição de carga, entre estacas e radier. A Figura 2.57 mostra a porcentagem
de carga no radier, em relação ao fator adimensional (Ag/A)/(s/d), definido pelos
autores como fator de preenchimento.
Figura 2.57 Distribuição de carga em função do fator de preenchimento (De
Sanctis e Russo, 2008)
79
Para que o radier seja capaz de transmitir parte da carga diretamente ao solo,
Mandolini (2007) sugere que as estacas tenham espaçamentos maiores que o usual
no caso de Ag/A ≈ 1 (uniformemente distribuídas), ou que se concentrem em uma
pequena área do bloco (Ag/A <1).
De Sanctis e Mandolini (2006), através de estudo paramétrico e análises
numéricas, em solo coesivo, concluem que o fator de preenchimento, igual a 1/3,
corresponde ao valor crítico em que ocorre a transição entre um radier estaqueado
e um grupo de estacas, isto é, o radier não contribui na distribuição de carga ao solo
(αR = 0, eq. (2.53). A Figura 2.58 mostra a relação entre αR e o fator de
preenchimento.
Figura 2.58 Relação entre ααααR e o fator de preenchimento (De Sanctis e Mandolini, 2006)
Conte et al. (2003), após testes em centrífuga com solo arenoso, apresentam
gráfico com a relação entre ζPR (aumento capacidade de carga radier) e RM. Sendo
RM igual a:
=
=
GGM A
A.
L
ns
A
AR
R (2.70)
A relação entre ζPR e RM é mostrada na Figura 2.59.
80
Figura 2.59 Relação entre ζζζζPR e RM (Conte et al., 2003)
De Sanctis e Russo (2008) afirmam que a distribuição de carga entre estacas
e radier é um dado fundamental, na maioria dos recentes trabalhos científicos que
propõem abordagens de projeto novas e avançadas.
2.6.8. FATOR DE SEGURANÇA
De Sanctis e Mandolini (2006) apresentam casos experimentais de fundações
em solos argilosos, e analisam os fatores de segurança para os elementos radier
isolado (FSR), grupo de estacas (FSP) e radier estaqueado (FSPR). A relação entre
os fatores de segurança é dada pelo coeficiente ξPR:
PR
PR
PR
PRPR FSFS
FS
Qξ
+=
+= (2.71)
cujos fatores QPR, QR e QP são as cargas últimas no radier estaqueado, radier
isolado e grupo de estacas respectivamente. FSPR, FSR e FSP são os fatores de
segurança, sendo FSPR = QPR/Q, FSR=QR/Q e FSP=QP/Q. Q é a carga na fundação.
81
Os valores do coeficiente ξPR situam-se entre 0,82 e 1,0. Os autores
recomendam para projetos de radier estaqueado, estimar o fator de segurança pela
equação:
)FS0,8(FSFS PRPR += (2.72)
2.7. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS
A prova de carga é o ensaio de campo que visa determinar, por meios
diretos, as características de deslocamento ou resistência do terreno, ou de
elementos estruturais de fundação (NBR 6121/1986).
Albuquerque (2001) resume os motivos que levam à execução de uma prova
de carga:
• Assegurar que não ocorrerá ruptura para certa carga de trabalho
• Avaliar a integridade estrutural do elemento de fundação
• Determinar a carga de ruptura
• Determinar o comportamento carga x deslocamento de um elemento
de fundação, especialmente para a região da carga de trabalho
Segundo a NBR 12131 (1992), a prova de carga consiste, basicamente, em
aplicar esforços estáticos crescentes à estaca, e registrar os deslocamentos
correspondentes. Os esforços podem ser axiais de tração ou compressão, ou
transversais.
A norma define os carregamentos como lento ou rápido. Uma descrição
sucinta de ambos é mostrada a seguir:
a) CARREGAMENTO LENTO
• Incremento de carga por estágio é de no máximo 20 % da carga de
trabalho prevista.
• Em cada estágio, a carga deve ser mantida até estabilização dos
deslocamentos e por, no mínimo 30 minutos.
82
• Em cada estágio, os deslocamentos devem ser lidos imediatamente,
depois da aplicação da carga e leituras, após 2 min, 4 min, 8 min, 15
min e 30 min, até estabilização dos deslocamentos.
• A estabilização dos deslocamentos é aceitável, quando entre medidas
realizadas nos tempos t e t/2, ocorrer no máximo 5 % do deslocamento
havido no estágio.
• Não se atingindo a ruptura da estaca, a carga máxima deve ser
mantida por, no mínimo, 12 h entre a estabilização dos recalques e
início do descarregamento.
• O descarregamento deve ser feitos em estágios de no mínimo 15 min.
Os estágios são mantidos até estabilização dos deslocamentos.
• Após o descarregamento as leituras continuam até estabilização
b) CARREGAMENTO RÁPIDO
• Incremento de carga por estágio é de, no máximo, 10 % da carga de
trabalho prevista
• Em cada estágio a carga é mantida por 5 minutos
• Os deslocamentos são lidos no início e fim de cada estágio
• Ao se atingir carga máxima do ensaio o descarregamento é feito em
quatro estágios de 5 minutos cada um
• Após 10 minutos do descarregamento é feito leitura final
Para aplicação das cargas utiliza-se um sistema de reação que pode ser em
tirantes, cargueira ou estacas de reação.
A carga admissível do elemento isolado de fundação é obtida de acordo com
dois critérios, sendo um relacionado ao recalque admissível e outro à carga de
ruptura. Seu valor é o menor entre os dois abaixo:
• Carga de ruptura dividida por 2;
• Carga correspondente ao recalque admissível dividida por 1,5
83
2.7.1. AVALIAÇÃO DA CARGA DE RUPTURA
Nos casos em que o ensaio é interrompido antes da ruptura ser atingida, a
carga de ruptura pode ser avaliada através da extrapolação da curva carga –
recalque. Um dos métodos mais utilizados é o de Van der Veen (1953), em que a
curva é representada pela expressão matemática:
P = Q (1-e-a ρ) (2.73)
onde: P = carga atuante;
Q = carga de ruptura;
a =coeficiente que define a forma da curva;
ρ = recalque.
A Figura 2.60 ilustra a curva que é uma assíntota a uma reta vertical caracterizando
a carga de ruptura.
Figura 2.60 Curva carga - recalque de Van der Veen, 1953 (CINTRA e AOKI, 1999)
A utilização do método consiste em se determinar, por tentativas, a partir dos
pontos (P; ρ) da prova de carga, o valor de Q que conduz a melhor regressão linear
pelos pontos [ρ; ln(1-P/Q)].
O método de Van der Veen é também um critério de ruptura. A carga Q
caracteriza uma ruptura física do elemento isolado de fundação, com recalques
teoricamente infinitos.
84
Décourt (1996b) propôs o conceito de rigidez da fundação para caracterizar a
ruptura física. A rigidez de uma fundação é a relação entre a carga aplicada (P) e o
recalque (s) que ela provoca.
Segundo o autor a tendência geral é que a rigidez, de qualquer tipo de
fundação, diminua à medida que os recalques aumentam. Dessa forma, a ruptura
física pode ser definida como sendo a carga correspondente a um valor de rigidez
nulo.
0ss
limQs
=⇒
=∞→
PP (2.74)
Na prática desenha-se um gráfico com os valores de rigidez nas ordenadas e
os valores de carga nas abscissas. Na maioria dos casos uma simples extrapolação
linear indica o valor da rigidez zero, e fornece uma boa estimativa da ruptura física.
O autor conclui que para diversos tipos de fundações como estacas
escavadas, sapatas e Estacas – T, a ruptura física é impossível de ocorrer e que a
ruptura pode ser inferida pela análise do gráfico de rigidez. Processos de separação
de carga entre atrito lateral e ponta são também factíveis de serem obtidos pela
análise de rigidez.
Além dos casos de interrupção prematura do ensaio, a indefinição da ruptura
também está associada ao crescimento contínuo do recalque com a carga. Nesses
casos, a determinação da carga de ruptura é feita por um procedimento
convencional.
Ao contrário da ruptura física, que é caracterizada por recalques teoricamente
infinitos, a definição da ruptura convencional é feita pela imposição de um recalque
arbitrário.
A norma inglesa define a ruptura convencional como sendo a carga
correspondente ao recalque de 10 % do diâmetro do elemento estrutural da
fundação.
Décourt, Albiero e Cintra (1996) definem a ruptura convencional como sendo
a carga correspondente a uma deformação do topo da estaca de 10 % de seu
85
diâmetro, para o caso de estacas de deslocamento e estacas escavadas em argila,
e de 30 % de seu diâmetro no caso de estacas escavadas em solos granulares.
A carga de ruptura convencional, pelo critério da NBR 6122/2010,
corresponde ao ponto de intersecção da reta dada pela expressão (2.75) com a
curva carga - recalque (Figura 2.61).
30D
AEPL
s += (2.75)
em que: P = carga;
L = comprimento da estaca;
A = área da seção transversal da estaca;
E = módulo de elasticidade do material da estaca;
D = diâmetro da estaca.
Figura 2.61 Carga de ruptura convencional segundo NBR 6122/2010 (CINTRA e AOKI, 1999)
2.7.2. INSTRUMENTAÇÃO EM PROVAS DE CARGA
De acordo com Alonso (1998) a prova de carga estática procura reproduzir,
no campo, o comportamento da fundação sob a ação das cargas que lhe serão
impostas pela estrutura.
86
O uso de técnicas de instrumentação possibilita um melhor conhecimento do
comportamento das fundações. O uso de sensores no fuste da estaca permite
avaliar a transferência de carga em profundidade.
Albuquerque (2001) afirma que no Brasil as técnicas mais empregadas de
instrumentação são os medidores de deformação “tell-tale” e extensômetros
elétricos, sendo estes mais empregados pela comunidade acadêmica por fornecer
valores mais confiáveis.
Costa Nunes e Fernandes (1982) comentam que o uso de strain gages ou de
tell-tales, em provas de carga instrumentadas, contribui decisivamente para o
conhecimento dos regimes de tensão, no fuste e ponta da estaca, auxiliando no
diagnóstico sobre a qualidade estrutural do material da estaca.
As técnicas de extensometria medem, nos pontos instrumentados, a
deformação específica do material. Os valores de carga ao longo da estaca são
obtidos através da Lei de Hook:
Q = ε. E. A (2.76)
onde: Q = carga na seção da estaca do nível instrumentado;
ε = deformação específica no nível instrumentado;
E = módulo de elasticidade do material da estaca;
A = área da seção transversal da estaca.
A Figura 2.62 mostra um resultado típico de transferência de carga de uma
estaca instrumentada.
Figura 2.62 Apresentação típica de um resultado de transferência de carga em estaca instrumentada
(NIYAMA, AOKI e CHAMECKI, 1998)
87
A interpretação de uma prova de carga instrumentada requer a determinação
precisa do módulo de elasticidade do material.
Azevedo e Niyama (1990) afirmam ser comum para efeito de análise de
estacas instrumentadas, adotar o valor do módulo de elasticidade (E) da estaca, o
mesmo de seu material constituinte. No caso de estacas de concreto “E” seria em
torno de 21 GPa, o que, segundo os autores, tem produzido erros significativos na
interpretação de provas de carga instrumentada.
O módulo (E) também pode ser determinado em uma prova de carga,
instrumentada, através da análise dos valores de tensão x deformação, obtidos de
um sensor posicionado numa seção da estaca acima do solo.
A seção de referência, como é conhecida, localiza-se próxima ao nível do
terreno, livre da influência do solo, de modo que toda carga aplicada no topo da
estaca seja transferida à seção. O módulo (E) quantificado na seção de referência é
admitido constante ao longo do comprimento da estaca.
Fellenius (2001) afirma que, ao contrário do módulo elástico do aço, o módulo
de elasticidade do concreto não é uma constante; ele varia de acordo com a carga
imposta, ou mais precisamente pela deformação imposta.
De acordo com o autor em uma estaca de concreto sob carregamento, o
módulo tangente (inclinação da reta tensão x deformação) só equivale ao módulo de
elasticidade, nas seções da estaca acima do solo. Ou seja, o módulo tangente é
afetado pela resistência do fuste.
O autor sugere que, para eliminar tais discrepâncias, deve-se determinar o
módulo tangente, em diferentes seções da estaca e, em seguida, obter o módulo
secante. O valor correto de tensão, ou carga, é a deformação multiplicada pelo
módulo secante, sendo este, determinado pela equação:
BAε0,5Es += (2.77)
onde: A = inclinação da reta do módulo tangente;
ε = deformação medida;
B = módulo tangente inicial.
88
Os parâmetros “A” e “B” são obtidos pelo gráfico módulo tangente (valores de
variação de tensão divididos pela variação de deformação) x deformação medida. A
Figura 2.63 mostra um exemplo do gráfico em uma reta ajustada.
Microdeformação
reta ajustada
Mód
ulo
tang
ente
(G
Pa)
nível 1
nível 2
nível 3
nível 4
nível 5
Figura 2.63 Gráfico módulo tangente (adaptado de FELLENIUS, 2001)
Albuquerque et al. (2011) utiliza abordagem do módulo secante, para análise
de dados da intrumentação de estacas. O estudo revela a influência das técnicas
construtivas no comportamento das fundações em estacas do tipo escavadas,
hélice contínua e ômega.
2.7.3. LEIS DE CAMBEFORT
A avaliação da transferência de carga em uma estaca pode ser feita
matematicamente através das Leis de Cambefort (1964). As Leis prevêem relações
do tipo rígido-elástico-plástico, tanto para o atrito lateral, quanto para a reação de
ponta das estacas (MENEZES, CARVALHO e ALBUQUERQUE, 2005). A ilustração
gráfica das Leis é mostrada na Figura 2.64.
89
Figura 2.64 Leis de Cambefort (adaptado de MASSAD, 1995)
Massad (1992, 1993, 1995) sugere modificações sobre as relações de
Cambefort para incorporar a carga residual das estacas na avaliação da curva carga
x recalque. As cargas residuais são resultantes da cravação de estacas ou de um
segundo carregamento em estacas escavadas.
A inclusão da carga residual (Ph) é feita através do fator µ, definido pelo autor
como sendo:
max
11f
f
A
P res
lr
h −=+=µ (2.78)
em que Alr é a força de atrito lateral na ruptura. A ilustração das Leis de Cambefort
Modificadas é apresentada na Figura 2.65.
Figura 2.65 Leis de Cambefort Modificadas (MASSAD & LAZO, 1998)
O autor propõe formas de avaliar os resultados de provas de carga, tanto
para estacas “longas”, quanto para estacas “curtas” ou “rígidas”, envolvendo o uso
90
de construções gráficas simples. As curvas teóricas do método são
mostradas na Figura 2.66.
Figura 2.66 Curvas teóricas de carga-recalque no topo (MASSAD, 1998)
As curvas teóricas carga x recalque representam trechos com formas
matemáticas definidas. Ghilard (2005) descreve os estágios representados nas
curvas:
“ O primeiro estágio (0-3) corresponde ao desenvolvimento da resitência de ponta e do atrito lateral ao longo da parte pseudo-elástica da primeira lei de Cambefort; em particular no ponto 3 tem-se y=y1 e f = fu = fmax. O segundo estágio (3-4) está relacionado à mobilização progressiva da resitência lateral última (fu) do topo (ponto 3) para a ponta (ponto 4). Além desse ponto, temos o terceiro estágio (4-5), onde conforme o carregamento no topo da estaca é aumentado, o solo no nível da ponta reage ao longo da parte pseudo-elástica da segunda lei de Cambefort. Finalmente, no ponto 5 a ruptura é atingida, levando ao quarto estágio (5-6)”.
O ajuste dos trechos à curva experimental permite estimar o valor da força de
atrito na ruptura (Alr). O processo gráfico é mostrado na Figura 2.67.
Figura 2.67 Construção gráfica do Método das Duas Retas Modificado (MASSAD, 1998)
91
O valor de µ.Alr é a coordenada abscissa correspondente ao encontro da reta
Po = 2.Kr.yo com a reta ajustada no trecho 4-5. O valor de 2.Alr é determinado pela
diferença entre a abscissa do trecho 5-6 e a abscissa do encontro da reta RN com
8-9.
As estacas classificam-se em longas ou curtas, em função do coeficiente de
rigidez relativa solo-estaca (k):
1.yKr
Alrk = (2.79)
em que, Kr é a rigidez estrutural da estaca e y1 o deslocamento para esgotar o atrito
lateral unitário.
As estacas são consideradas longas se k ≥ 8, isto é, a estaca precisa se
deformar muito até que o atrito lateral se esgote em sua profundidade. A estaca é
curta para valores de k ≤ 2. Nesse caso, o atrito lateral se esgota quase que
instantaneamente, do topo à base da estaca.
O trecho 3-4 da curva teórica pode ser ajustado por uma parábola para
estacas longas ou intermediárias (2 ≤ k ≤ 8). Para estacas curtas, o trecho curvo
não se desenvolve, e seu formato se assemelha a duas retas que se cruzam.
O valor da rigidez relativa solo-estaca (k) pode ser estimado através do ábaco
proposto por Massad (1998), ilustrado na Figura 2.68.
Figura 2.68 Ábaco para determinação de k (MASSAD, 1998)
92
O método gráfico é alterado por Marques & Massad (2004), incorporando o
termo A ≠ 0 (Figura 2.69). Admite-se o solo de base da ponta, com comportamento
rígido-elástico-plástico. O novo método é denominado Método das Duas Retas
Modificado (MDRM), em Fonseca et al. (2007).
Figura 2.69 Segunda Lei de Cambefort Modificada (FONSECA et al., 2007)
2.8. SÍNTESE DO CAPÍTULO
O projeto convencional de fundações não prevê a associação de uma sapata
com uma estaca. O desenvolvimento dos centros urbanos requer, naturalmente, um
melhor aproveitamento de áreas e dos recursos disponíveis. Novos projetos são
explorados, para atender critérios racionais de economia e técnicas construtivas.
O radier estaqueado é uma abordagem de projeto, que busca a associação
dos elementos radier e estaca numa única fundação. O sistema considera o contato
do radier com o solo na absorção de cargas da superestrutura. Seus benefícios são
o aumento do suporte de carga da fundação como a redução do número de estacas
no controle de recalques.
O radier estaqueado tem comportamento distinto das fundações
convencionais. Seu projeto requer análises próprias que levem em conta suas reais
particularidades e contemple seu mecanismo de transferência de carga e interação
entre elementos.
93
A aplicação mais eficaz da técnica ocorre em solos com camadas superficiais
de boa resistência. O procedimento de projeto indicado adota três etapas distintas,
desde a identificação de sua viabilidade, até otimização no posicionamento das
estacas.
Os métodos de análises utilizam abordagens simplificadas, entre elas a
Teoria da elasticidade, e ferramentas mais complexas através de análises
numéricas com softwares específicos.
As provas de carga estáticas instrumentadas são ensaios de campo, que
descrevem as características de resistência e deslocamento de um elemento de
fundação.
A avaliação da capacidade de carga da fundação, na ausência de ruptura
física, pode ser realizada por métodos de extrapolação e, por critérios de ruptura
convencional.
O uso de instrumentação permite um melhor conhecimento do
comportamento das fundações. Com as técnicas adequadas, conhece-se o
processo de transferência de carga em profundidade.
Os aparelhos mais empregados são os medidores de deformação elétricos
(strain gages). Através deles, é possível calcular os regimes de tensões no fuste e
ponta das estacas. Os valores de carga são encontrados pela Lei de Hook, com o
uso do módulo de elasticidade (tangente ou secante).
94
3. EXTENSOMETRIA
Este capítulo apresenta a técnica de extensometria, usada para medir
deformação em peças estruturais. O enfoque é baseado na extensometria elétrica
com o uso de strain gages. Mostram-se os principais componentes de um sistema
de medição, usados para avaliação da variação na resistência elétrica do circuito.
Os strain gages são descritos, em detalhes, segundo seus tipos e funções. O
esquema de montagem do circuito é definido com base na posição de colagem dos
sensores.
A técnica de aplicação dos strain gages, na instrumentação de fundações, é
relatada em uma série de etapas, desde o preparo do adesivo, à proteção mecânica
do circuito.
Por fim, é mostrado o processo de calibração de um sistema de medição com
os parâmetros estatísticos adotados, para garantir a estabilidade das leituras e
diminuição do erro em seus resultados.
3.1. TÉCNICAS EXTENSOMÉTRICAS
A extensometria é uma técnica para medição experimental de deformação
em peças estruturais. É utilizada, em diversos campos da engenharia, desde
máquinas e equipamentos, a elementos da construção civil.
A medição é feita através de sensores chamados extensômetros, que
permitem avaliar e monitorar, no regime elástico, o estado de deformação do ponto
em que é aplicado.
[...] a extensometria tem por finalidade a determinação prática de tensões em pontos previamente estabelecidos. Para calcular as tensões em um ponto é lida a deformação linear “ε” em três direções que proporciona o cálculo do círculo de Mohr de deformações. Conhecido os valores de “E” (Módulo de elasticidade longitudinal ou módulo de Young) e “υ” (coeficiente de Poisson) será possível
95
definir o correspondente círculo de Mohr de tensões e por conseqüência conhecer o estado de tensão em qualquer plano que passa por esse ponto, podendo-se comparar os valores teóricos e práticos. (ALMEIDA, 2002, p.19).
De acordo com HBM (2006), as técnicas extensométricas podem ser
divididas em três grandes grupos:
a) MECÂNICAS
As leituras são obtidas através de dispositivos mecânicos, como roscas,
molas, etc. (PALMEIRA, 1996). Suas características estruturais limitam seu uso a
grandes objetos.
b) ELÉTRICAS
Medem deformações mecânicas relativas, através da determinação da
variação de resistência elétrica. São resistores elétricos em que a variação da
resistência elétrica é proporcional à variação do comprimento.
c) ÓPTICAS
A avaliação do deslocamento relativo é conseguida por meios ópticos,
através de espelhos e lentes (PORTELA e SILVA, 1996).
A instrumentação adotada, nesta pesquisa, baseou-se e fez uso da
extensometria elétrica, por isso a técnica será apresentada, a seguir, com mais
detalhes.
3.2. EXTENSOMETRIA ELÉTRICA
3.2.1. PRINCÍPIO
Os extensômetros elétricos, “strain gages”, são sensores que medem
deformação através da variação de resistências elétricas. O princípio de
funcionamento é baseado na relação linear entre a variação da resistência elétrica
(∆R/R) e a variação do comprimento (∆L/L) de um fio metálico ou semicondutor
(JÚNIOR, 2006):
96
( )( )∆L/L∆R/R
K = (3. 1)
O valor de K é determinado experimentalmente, e depende do material
condutor. Seu valor varia entre 2,0 e 2,6 para os extensômetros elétricos de
resistência mais empregados.
Os fatores K (sensibilidade) e R (resistência) são fornecidos pelos
fabricantes. Dessa maneira, a deformação ε = (∆L/L), é determinada pela variação
da resistência do circuito elétrico.
A variação da resistência é obtida pela diferença entre a resistência do
extensômetro em repouso, e a resistência do extensômetro solicitado
mecanicamente.
Através da Lei de Hook, que relaciona a tensão aplicada a um material e sua
deformação resultante, é possível avaliar o estado de tensões atuantes.
3.2.2. HISTÓRICO
Charles Wheatstone em 1843 menciona, em seu primeiro artigo sobre circuito
em pontes, os efeitos da variação de resistência de um condutor elétrico devido a
esforços mecânicos. Em 1856 William Thomson (Lord Kelvin) publica alguns
trabalhos relatando que “a resistência elétrica de um condutor aumentava, quando
este era submetido a uma força de tração, e diminuía quando a força de tração
diminuía” (JÚNIOR, s.d., p. 2).
A aplicação técnica do fenômeno só é possível na década de 30, com o
advento do amplificador eletrônico (HOFFMANN, 1989). Nesse período, dois
cientistas trabalhando nos Estados Unidos, de maneira simultânea, porém
independente, usam a idéia do “efeito de Thomson” para medida de deformação.
Edward Simmons (California Institute of Technology) e Arthur Ruge (Massachusetts
Institute of Technology) difundem o strain gage e sua larga aplicação na
extensometria.
97
3.2.3. SISTEMA DE MEDIÇÃO
As deformações medidas com strain gages são normalmente muito
pequenas, consequentemente, a variação relativa da resistência também é muito
pequena, e sua avaliação só é possível com um sistema de medição apropriado. Os
principais componentes desse sistema são:
a) EXTENSÔMETROS ELÉTRICOS
O extensômetro elétrico, ou strain gage, é a unidade fundamental da
instrumentação. São sensores que convertem a deformação mecânica de uma peça
em uma variação da resistência elétrica.
b) CIRCUITO DE MEDIÇÃO
O circuito mais freqüentemente usado e o que possui maior precisão nas
medidas da variação de resistência é a Ponte de Wheatstone, Figura 3.1. Esse tipo
de circuito permite eliminar a influência da temperatura no extensômetro.
Figura 3.1 Esquema elétrico da Ponte de Wheatstone (extraído de Hoffmann, 1989)
A Ponte de Wheatstone é constituída por quatro braços resistivos (strain
gages), uma fonte de tensão contínua (Vs), e um detector de zero, normalmente um
galvanômetro, que mede o sinal de saída (V0).
O sinal de saída é obtido quando a ponte perde sua simetria e se torna
desbalanceada. Isso acontece quando a resistência do strain gage sofre uma
variação devido a uma deformação.
98
De acordo com Kyowa (2005), a voltagem de saída é dada pela equação:
.ER∆R
.41
e= (3. 2)
Que é igual a:
EK.ε..41
e= (3. 3)
Como os valores de K (fator de sensibilidade) e E (módulo de Young) são
conhecidos, para se determinar a deformação (ε), basta medir o sinal de saída (e)
do circuito.
Os esquemas de montagem do circuito em ponte variam em função do
número de extensômetros ativos. ¼ de ponte (um extensômetro ativo), ½ ponte
(dois extensômetros ativos) e ponte completa (quatro extensômetros ativos). Nos
circuitos de ¼ e ½ ponte, são usados extensômetros compensadores, instalados em
uma peça idêntica, sujeita as mesmas variações de temperatura, mas sem
solicitações mecânicas.
Segundo Cintra e Toshiaki (1988), o que define o esquema de montagem é a
posição de colagem dos extensômetros e a ligação do circuito. “Para um mesmo
esquema de colagem, podem-se obter diferentes montagens, variando-se o
esquema de ligação do circuito”, concluem os autores.
c) AMPLIFICADOR
Amplifica a voltagem de saída para um nível adequado para os instrumentos
de leitura.
d) LEITOR
Converte o sinal do amplificador numa interface apropriada para leitura. Nos
aparelhos mais simples a medida é apresentada numa escala voltimétrica. Em
equipamentos digitais, a medida pode ser convertida para unidades como
deformação ou carga (Figura 3.2).
99
Figura 3.2 Leitor digital da Kyowa
3.2.4. TIPOS DE STRAIN GAGES
O mercado oferece diferentes tipos de strain gages. Sua escolha depende de
sua finalidade, tamanho e de algumas características de operação, como
temperatura, umidade, amperagem, durabilidade, etc. Sua classificação, segundo
Andolfato, Camacho e Brito (2004) é mostrada na Figura 3.3.
Figura 3.3 Classificação dos strain gages
A Figura 3.4 mostra as principais configurações de extensômetros.
100
a) Extensômetro axial
b) Extensômetro biaxial
c) Extensômetro triaxial Figura 3.4 Configurações de extensômetros (Júnior, s.d.)
As principais características dos extensômetros são listadas em códigos de
referência pelos fabricantes, de maneira a facilitar sua identificação. A Figura 3.5
mostra o esquema de codificação utilizado pela Kyowa.
Figura 3.5 Códigos de referência de extensômetros da Kyowa (JÚNIOR, s.d.)
3.2.5. TÉCNICA DE APLICAÇÃO
A técnica de instalação do strain gage envolve uma série de etapas para uma
medição adequada da variação da resistência no circuito elétrico. Júnior (s.d.)
afirma que devem ser adotadas técnicas de instalação, que minimizem ou eliminem
efeitos indesejáveis, como a influência da temperatura, umidade ou qualquer outro
fator, na medição da deformação do extensômetro, para que esta seja, tanto quanto
possível, a mesma que a da peça a ser examinada.
De maneira geral, a instalação dos extensômetros compreende as seguintes
etapas:
101
a) PREPARO DO ADESIVO
De acordo com Palmeira (1996) os tipos de adesivos mais comuns são à
base de cianoacrilato e epóxi. Esses tipos de cola são formados por dois
componentes que devem ser misturados imediatamente antes do uso.
b) PREPARO DA SUPERFÍCIE
O preparo da superfície da peça envolve uma rotina de limpeza, que
possibilita a instalação adequada dos extensômetros, e elimina a influência de
agentes externos como impurezas, umidades e imperfeições nas medidas dos
sensores. O extensômetro precisa estar firmemente aderido à superfície, para que
reproduza fielmente todas as micro deformações da peça (EXCEL, s.d.).
A primeira limpeza é feita com solvente (álcool isopropílico), para eliminar
pequenas partículas de gorduras, poeiras e óleos, que não devem existir entre o
extensômetro e a peça (EXCEL, s.d.)
Em seguida usam-se lixas metálicas, para eliminar impurezas grosseiras e
imperfeições. Devem ser traçadas pequenas ranhuras para conseguir uma
superfície abrasiva de boa aderência.
c) LOCAÇÃO DO EXTENSÔMETRO
O ponto exato da colagem do extensômetro deve ser feito por uma
ferramenta de traçado como um riscador, que faz a marcação dos traços de
locação.
d) APLICAÇÃO DE CONDICIONADOR E NEUTRALIZADOR
O condicionador, composto a base a ácido fosfórico, é aplicado com gaze e
tem a função de remover pequenas oxidações superficiais (JÚNIOR, s.d.).
O neutralizador, composto a base de amoníaco, neutraliza a ação da solução
ácida do condicionador.
Palmeira (1996) afirma que a aplicação do condicionador e neutralizador
deixam o pH da superfície próximo de sete.
102
e) APLICAÇÃO DO ADESIVO
O extensômetro, manuseado por pinças, é preso a uma fita adesiva própria
para a técnica de colagem. Ambos são posicionados no local, de maneira a coincidir
os traços de marcação do extensômetro com os traços feitos na peça.
Após o posicionamento, um dos lados da fita deve ser fixo na superfície da
peça e o outro solto, como uma página de livro, permitindo a aplicação do adesivo
no extensômetro sem que este saia da posição de marcação, Figura 3.6.
Figura 3.6 Posicionamento da fita (extraído de JUNIOR, s.d.)
O adesivo utilizado deve ser aplicado na parte inferior do strain gage, para
em seguida ser virado e encostado na peça fixando-se o lado livre da fita, na
superfície de colagem, Figura 3.7.
Figura 3.7 Aplicação do adesivo no extensômetro (extraído de JÚNIOR, s.d.)
f) APLICAÇÃO DE PRESSÃO
A técnica de colagem necessita de uma aplicação de pressão para eliminar o
excesso de adesivo, e eventuais bolhas de ar que se formem sob o extensômetro.
A pressão deve ser aplicada por um dispositivo apropriado com grampos de
mola (Figura 3.8), e almofadas de silicone para ser distribuída de forma homogênea.
103
Mantas de teflon são usadas para isolar o adesivo do que não deve ser colado
(JÚNIOR, s.d.).
Figura 3.8 Grampo tipo "C" (extraído de JÚNIOR, s.d.)
g) CURA DO ADESIVO
Alguns tipos de adesivo exigem uma cura a quente, após sua aplicação.
Dessa forma o extensômetro preparado sob pressão deve ser levado à estufa e
submetido a uma temperatura em um intervalo de tempo de acordo com a curva de
cura de cada adesivo, fornecida pelos fabricantes.
h) INSTALAÇÃO DA FIAÇÃO
Nessa etapa é feita a ligação elétrica do esquema de montagem escolhido.
São instalados os terminais e realizadas as soldagens dos fios nos extensômetros.
i) IMPERMEABILIZAÇÃO
A ligação elétrica deve ser isolada para evitar curtos circuitos e protegida
contra umidade. Para isso é necessário a aplicação de impermeabilizantes
especiais como a borracha de silicone não corrosiva.
j) PROTEÇÃO MECÂNICA
Em experimentos fora do laboratório é importante se proteger as ligações
contra impactos e choques mecânicos. Deve-se usar uma resina epóxi especial,
para isolamento elétrico, que é aplicada em formato de líquido, dentro de um molde,
e endurece após reação química entre seus componentes.
104
3.2.6. CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO
Segundo Silva e Alves (2007), qualquer instrumento de medição, por melhor
que sejam suas características, sempre apresenta erros, e que para uma medição
ser considerada segura, o erro deve ser caracterizado e minimizado através de uma
calibração no instrumento.
“A calibração é um conjunto de operações que estabelece, sob condições
especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição,
e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões” (VIM, 1993
apud SILVA e ALVES, 2007, p. 1) 8.
Moschetti (1997) cita os tipos de variabilidade que podem ocorrer nas
medições. A variação amostral ocorre devido à escolha das amostras; a variação
processual, devido a alterações nos processos; e a variação mensurativa que é
gerada pelo processo de medição empregado.
A calibração assegura a estabilidade das medições, diminuindo-se sua
variação e conseqüentemente o erro de seus resultados.
As medições devem ser avaliadas estatisticamente, de forma que sua
variabilidade possa ser modelada.
Shaap e Zuidberg9 (1982 apud JANNUZZI, 2009, p. 34) citam as grandezas
que devem ser obtidas em uma calibração. Segundo os autores, os principais
parâmetros de análise, além da usual análise de correlação linear, são a
repetibilidade, linearidade, histerese e não retorno ao zero.
A repetibilidade é a capacidade do instrumento de medição fornecer os
mesmos resultados quando submetido aos mesmos carregamentos, Figura 3.9.
( )
−= ↓↑
F.S.
yypico devalor %R ikij
(3. 4)
8 VIM, 1996 apud SILVA e ALVES, 2007, p. 1.
9 SHAAP e ZUIDBERG, 1982 apud JANNUZZI, 2009, p. 34.
105
Figura 3.9 Repetibilidade do sistema (BENYOSEF, 2006)
A linearidade indica a máxima aproximação entre o valor medido e o valor
ideal considerado padrão, Figura 3.10. É indicada em termos de não linearidade.
.100x
∆x%NL
máx
máx
= (3. 5)
Figura 3.10 Não linearidade do sistema (BENYOSEF, 2006)
Histerese é a diferença de mesmas medidas entre fases de carregamento e
descarregamento (Figura 3.11).
( )100.
F.S.
yypico devalor %Histerese ii
−= ↓↑ (3. 6)
106
Figura 3.11 Histerese em um sistema (BENYOSEF, 2006)
O parâmetro de não retorno ao zero é o valor medido, ao se efetuar todo o
descarregamento.
A Figura 3.12 mostra os parâmetros estatísticos avaliados no processo de
calibração. Seus valores são apresentados como porcentagem, em relação ao
fundo de escala.
Figura 3.12 Parâmetros analisados numa calibração (DANZIGER , 1990, apud JANNUZZI, 2009)
107
3.3. SÍNTESE DO CAPÍTULO
A extensometria é uma técnica para medição de deformação em peças
estruturais. Sua classificação pode ser dividida em: mecânica, elétrica e óptica.
A extensometria elétrica utiliza sensores que medem deformação, através da
variação de sua resistência elétrica. Sua avaliação requer um sistema de medição
apropriado. Seus principais componentes são: o extensômetro elétrico, o circuito
elétrico, o amplificador de sinal e o leitor das medições. O sistema precisa ser
calibrado, de modo que apresenta resultados seguros e confiáveis.
A instalação dos sensores é feita com técnica apropriada e com recursos
especiais. O processo segue etapas de: preparo dos adesivos, limpeza da
superfície, aplicação de pressão, cura dos componentes, instalação da fiação e
proteção mecânica do circuito.
108
4. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E PRÁTICA DE
FUNDAÇÕES
Este capítulo apresenta as características da área onde se realizaram as
atividades experimentais da pesquisa. Executaram-se os testes no Campo
Experimental de Fundações, da empresa Copesolo Estacas e Fundações Ltda
situado na cidade de João Pessoa/PB.
O local tem diversos ensaios realizados em testes e pesquisas anteriores. O
banco de dados inclui: sondagens SPT, CPT e provas de carga em placa em solo
melhorado. Os estudos de caracterização geotécnica são mostrados em Soares
(2002).
A cidade é descrita por sua localização aspectos físicos e sociais e por sua
geologia. A prática de fundações na área do campo experimental é relatada, e a
técnica das estacas hollow auger é contextualizada segundo sua técnica executiva e
indicações de uso.
4.1. LOCALIZAÇÃO, ASPECTOS FÍSICOS E SOCIAIS DE JOÃO PESSOA
A cidade de João Pessoa, capital da Paraíba, localiza-se no extremo leste do
estado em sua zona costeira. De acordo com Cordeiro, M. (2007) o município situa-
se entre as coordenadas UTM 303.000E/9.202.000N e 287.000E/ 9.119.000N.
Limita-se ao norte com o município de Cabedelo através do rio Jaguaribe; ao sul
com o Conde e rio Gramame; a leste com o Oceano Atlântico; e a oeste com os
municípios de Bayeux, pelo rio Sanhauá, e de Santa Rita, pelos rios Mumbaba e
Paraíba (Figura 4.1).
109
Figura 4.1 Localização de João Pessoa-PB (MENESES et al., 2009).
A área total do município é de 210,45 km2, sendo 160,76 km2 de ocupação
urbana (atualmente com 64 bairros) e 49,69 km2 de área verde e preservação
ambiental (CORDEIRO, M. 2007).
Com população recenseada pelo IBGE em 2007 de 674.762 habitantes, João
Pessoa apresenta, de acordo com Silva, Filho e Silva (2002), um índice de
urbanização bastante alto, não dispondo de zona rural, uma vez que os vazios
urbanos correspondem praticamente a áreas de preservação (mata atlântica,
manguezais, vegetação de restinga, espelhos d’água) e loteamentos, ainda não
ocupados.
4.2. GEOLOGIA DE JOÃO PESSOA
João Pessoa insere-se no contexto geológico da Bacia Sedimentar
Pernambuco-Paraíba, que se distribui ao longo da faixa litorânea entre os estados
do Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
A Bacia atinge cerca de 40 km de largura e espessura máxima de 400 m. Sua
porção emersa ocupa uma faixa estreita de 9.000 km2 ao longo do litoral,
estendendo-se 24.000 km2 pela plataforma continental (MENESES et al., 2009;
BARBOSA, 2007). Mabesoone e Alheiros (1991) descreveram a estrutura da bacia
como um homoclinal com mergulho suave para leste.
110
A Bacia Pernambuco-Paraíba é delimitada pelas Bacias Sergipe-Alagoas,
próximas à divisa de Pernambuco com Alagoas, e a Bacia Potiguar no Rio Grande
do Norte (Figura 4.2).
Figura 4.2 Localização da Bacia Pernambuco-Paraíba (Mabesoone e Alheiros, 1988, apud Tuma, 2004)
A Bacia Paraíba, parcela da Bacia Pernambuco-Paraíba é dividida em três
sub-bacias: Miriri, Alhandra e Olinda (BARBOSA, 2007). João Pessoa situa-se na
Sub-Bacia Alhandra (Figura 4.3).
Figura 4.3 Divisões da Bacia Pernambuco-Paraíba (Mabesoone e Alheiros, 1988, apud Barbosa et al.,
2003)
A Bacia Paraíba é composta por quatro formações: Beberibe, Itamaracá,
Gramame e Maria Farinha. Do ponto de vista estratigráfico, o desenvolvimento do
111
Grupo ocorreu entre o Cretáceo superior e o Terciário inferior. Toda a seqüência é
capeada pelo pacote de sedimentos da Formação Barreiras (MELO et al., 2001).
Em João Pessoa as principais unidades geológicas presentes são
constituídas, basicamente, de:
• Sedimentos do Grupo Paraíba
Formação Beberibe
Formação Gramame
• Sedimentos da Formação Barreiras
• Sedimentos inconsolidados recentes (Quaternário)
A Tabela 4. 1 apresenta o quadro resumo da situação estratigráfica das
principais unidades geológicas presentes em João Pessoa, segundo Melo et al.
(2001) e Martins (2006). A Figura 4.4 apresenta a distribuição espacial dessas
unidades.
Tabela 4. 1 Principais unidade geológicas de João Pessoa. Fonte: Melo et al. (2001); Martins (2006)
Idade Unidades Geológicas
Quaternário
Sedimentos inconsolidados de origem alúvio-coluvionar
Sedimentos inconsolidados de origem marinha com contribuição fluvial
Sedimentos arenosos inconsolidados (dunas)
Terciário Formação Barreiras: argilas areno-siltosas, arenitos sílticos-argilosos, conglomeráticos grosseiros e fragmentos de couraça laterítica. (±70 metros de espessura)
Cretáceo
Grupo Paraíba:
Formação Gramame: calcários argilosos, calcarenitos, fosfatos (± 80 metros de espessura).
Formação Beberibe: arenitos friáveis brancos e siltitos (200 a 300 metros de espessura).
112
Figura 4.4 Distribuição das unidades geológicas em João Pessoa (SOARES, 2011)
113
A Formação Beberibe iniciou o preenchimento sedimentar da Bacia Paraíba.
Em termos estratigráficos assenta-se diretamente sobre o embasamento cristalino e
apresenta cerca de 200 m de espessura. Beurlen (1967 apud Barbosa et al., 2003,
p. 91)10 cita que a Formação Beberibe é composta por arenitos continentais médios
a grossos variando até arenitos conglomeráticos de ambientes flúvio lacustres.
Em João Pessoa a Formação aflora em uma soleira rochosa que corta
transversalmente o leito do Rio Jaguaribe, na reserva Florestal do Buraquinho
(MELO et al., 2001).
A Formação Gramame tem espessura máxima de aproximadamente 70 m,
com mais de dois terços representados por calcários argilosos cinzentos (ALMEIDA,
2000, apud FURRIER, 2007)11. Na base os calcários são dolomíticos tornando-se
gradualmente cálcicos e mais puros à medida que se aproximam do topo da
seqüência (FURRIER, 2007).
No município de João Pessoa ocorrem alguns afloramentos de calcário da
Formação Gramame, localizados na margem esquerda do rio Gramame, no bairro
de Cruz das Armas e no bairro de Mandacaru, próximo ao rio Paraíba (MARTINS,
2006). Os afloramentos são intensamente explorados por fábricas de cimento e
pedreiras onde o calcário é praticamente retirado sem mecanização e destinado à
construção civil (FURRIER, 2007).
Sobre as formações do grupo Paraíba aparece os sedimentos da Formação
Barreiras. De origem continental e considerada apenas uma cobertura plataformal, a
formação não é componente da Bacia Pernambuco-Paraíba (FURRIER, 2007).
Seus sedimentos depositaram-se de forma discordante, de oeste para leste, sobre o
embasamento cristalino e sobre as Formações Beberibe/Itamaracá, Gramame e
Maria Farinha.
Segundo Tuma (2004) a Formação Barreiras estende-se ao longo da costa
atlântica do Brasil, em faixa praticamente contínua e com largura variável, desde o
Amapá até o Rio de Janeiro.
10 BEURLEN, 1967 apud BARBOSA et al, 2003, p. 91
11 ALMEIDA, 2000 apud FURRIER, 2007, p. 34
114
Gusmão Filho (1982) cita a presença da formação sedimentar em todas as
capitais do Nordeste:
“No limite do continente e resultante do basculamento de sua borda, depositou-se o Grupo Barreiras, consituído de sedimentos de granulometria variada, apresentando em geral, resistência SPT crescente com a profundidade. Sua espessura também é variável e está superposta ao cristalino (Salvador e Fortaleza) ou bacias sedimentares do Cretáceo, constituídas de folhelhos, arenitos ou calcáreos (Aracaju a Natal, e São Luiz)”.
Furrier (2007) afirma que os sedimentos da Formação Barreiras são
resultantes da ação do intemperismo sobre o embasamento cristalino, localizado
mais para o interior do continente, e no caso da Paraíba seriam as rochas cristalinas
do Planalto da Borborema.
Em João Pessoa a Formação Barreiras ocupa mais de 70 % do território do
município. Seu material é heterogêneo e composto de argilas coloridas, arenitos
avermelhados, com níveis de argilito e conglomeráticos, de matrizes arenosas e
reunidas por cimento ferruginoso (MARTINS, 2006; MELO et al., 2001).
O limite da Formação Barreiras com as planícies litorâneas e aluviais
apresenta uma linha de falésias vivas (ativas), atingidas pela erosão marinha, e por
uma linha de falésias mortas (inativas) recuadas da costa e já sem atuação dos
processos marinhos.
As principais unidades de sedimentos inconsolidados recentes (Quaternário)
são: os depósitos aluvionares, os depósitos marinhos com contribuição fluvial e os
depósitos arenosos de origem predominantemente eólica.
Os aluviões fluviais são sedimentos predominantemente arenosos, com
lentes de material siltoso e argilosos, e níveis de cascalho variegado. São
encontrados também áreas de sedimentos argilo-siltosos ricos em matéria orgânica.
Estas unidades ocorrem nos vales das principais drenagens presentes na área de
estudo (Rios Paraíba, Gramame, Jaguaribe, etc.).
Os depósitos marinhos compõem uma estreita faixa costeira, com maior
expressão no extremo nordeste da cidade (região do campo experimental). São
constituídas de areias bem classificadas, de granulação fina a média e contendo
restos de animais marinhos (conchas). Constituem as praias e restingas atuais. Nos
115
estuários das principais drenagens, estes sedimentos recebem contribuição de
material mais fino (silte e argila) e matéria orgânica, podendo ocorrer áreas de
mangues.
Os depósitos arenosos de origem eólica e marinha (material retrabalhado)
são constituídos por areias e ocorrem na forma de bolsões restritos, nas porções
central e leste da área, sobre os platôs, cerca de 40 metros acima do nível de costa
atual (Figura 4.4).
A Figura 4.5 mostra perfil geológico da cidade de João Pessoa, segundo
Gusmão Filho (1982). A Tabela 4.2 apresenta os percentuais das principais
unidades estratigráficas existentes na cidade (MARTINS, 2006).
Figura 4.5 Geologia de João Pessoa (GUSMÃO FILHO, 1982)
116
Tabela 4.2 Geologia do município de João Pessoa (MARTINS, 2006)
Geologia Área (km 2) Percentagem
Aluvião 50,76 24 %
Formação Barreiras 147,59 71 %
Formação Gramame 6,79 3 %
Cobertura Arenosa 3,28 2 %
4.3. CAMPO EXPERIMENTAL
4.3.1. INFORMAÇÕES GERAIS
O campo foi implantado para pesquisas da empresa Copesolo e para projetos
em parceria com universidades. No local já foram realizados ensaios de campo
como SPT, CPT, prova de carga em placa, e ensaios de caracterização
(granulometria). Executaram-se também diversos tipos de estacas para testes de
equipamentos.
As primeiras atividades iniciaram-se em 1997 com testes de estacas
escavadas, sem o uso de lama de estabilização (SOARES, 2002). No mesmo ano
realizaram-se ensaios de CPT elétrico em uma parceria com a UFPB (Universidade
Federal da Paraíba) campus II, atualmente UFCG – Universidade Federal de
Campina Grande.
Em 2001 executaram-se estacas de compactação de areia e brita para se
avaliar a densificação do solo arenoso através da realização de sondagens SPT,
CPT mecânico e provas de carga sobre placa. Estacas metálicas com trilho TR 32
foram cravadas para servir de sistema de reação. O trabalho fez parte de uma
Dissertação de Mestrado da Universidade de São Paulo (Escola de Engenharia de
São Carlos).
No ano de 2002 iniciaram-se testes com estacas hollow auger. Na época
recém lançadas no mercado. O trabalho, realizado em parceria com a empresa de
equipamentos Cló Zironi, verificou as condições de uso no subsolo local e
117
características técnicas dos trados. Os testes indicaram algumas adaptações no
sistema de execução e de encaixes das peças.
Em 2009 iniciaram-se testes de execução de estacas hélice contínua, as
primeiras realizadas na cidade de João Pessoa. Esse tipo de estaca serviu de
reação para os ensaios de prova de carga desta pesquisa.
4.3.2. LOCALIZAÇÃO E ASPECTOS GEOLÓGICOS
O campo tem dimensões 30 x 50 m e situa-se no litoral norte da cidade no
bairro do Bessa. Seu posicionamento é mostrado na Figura 4.6 e Figura 4.7.
Figura 4.6 Mapa de bairros de João Pessoa (adaptado de Soares, 2011)
118
Figura 4.7 Vista aérea do local da pesquisa (extraído do Google Earth, 2011)
A região faz parte da faixa costeira dos depósitos marinhos, e insere-se, no
domínio geomorfológico da Baixada Litorânea.
A Baixada corresponde a terrenos relativamente planos de baixa altitude,
formados por sedimentos depositados no Quaternário. Possuem altitudes modestas,
geralmente inferiores a 10 metros, embora ocorram planícies fluviais mais afastadas
da linha de costa, com altitudes superiores (FURRIER, 2007).
4.3.3. ASPECTOS GEOTÉCNICOS
O espaço utilizado, no campo experimental, para realização dos testes
ocupou uma área de 375 m2 (15 x 25 m, conforme Figura 4.8).
119
SP 01
SP 02
A
A'
15,0 m
25,0
m
10,8
0 m
CampoExperimental
ÁREA DE TESTES
SP 04
SP 03
Obs. SP3 e SP4 realizados apósexecução das estacas.
Figura 4.8 Área de testes
Realizaram-se novos ensaios de sondagem SPT para complementar o banco
de dados existente. O perfil estratigráfico da área, elaborado com as novas
sondagens, é apresentado na Figura 4.9.
120
SP 04 (3.85)
11
6
7
8
28
41
23
14
4
3
2
9
11
16
17
18
16
20
19
12
11
14
11
10
13
SP 03 (3.79)
12
7
11
12
30
37
20
12
6
5
4
3
15
18
19
19
16
18
19
13
14
16
13
11
12
12
22.50
19.20
16.40
12.30
10.20
5.50
4.00
0.600.50
2.80
4.30
5.80
10.10
12.00
16.00
19.00
22.00
SEÇÃO - AA'
1.75 1.69
10
27.90
SP 01 (3.82)
13
7
6
5
32
45
25
14
9
5
2
16
9
10
15
19
19
16
25
27
20
17
14
12
12
6
0.50
3.00
4.50
6.20
10.60
12.00
16.80
19.50
23.40
26.75
2.35
SP 02 (3.76)
14
8
7
14
33
42
16
12
9
5
3
9
14
15
10
16
16
14
30
24
18
14
13
11
9
726.95
22.00
18.80
16.00
12.00
10.60
6.00
4.50
3.00
0.50
2.30
26.00
2.201 - ATERRO
2 - AREIA FINA; POUCO COMPACTA A
MEDIANAMENTE COMPACTA (CINZA CLARA)
3 - AREIA FINA POUCO SILTOSA; POUCO
COMPACTA
A MEDIANAMENTE COMPACTA (MARROM)
4 - AREIA MÉDIA POUCO SILTOSA;
COMPACTA
(MARROM ESCURA)
5 - AREIA FINA MUITO SILTOSA; POUCO
COMPACTA A MUITO COMPACTA (CINZA)
6 - SILTE ARENOSO POUCO ARGILOSO COM
MARISCO;
FOFO (CINZA)
7 - AREIA FINA SILTO-ARGILOSA;
MEDIANAMENTE
COMPACTA A COMPACTA (VARIEGADA)
8 - ARGILA SILTOSA; RIJA A DURA
(VARIEGADA)
9 - AREIA GROSSA POUCO SILTOSA;
MEDIANAMENTE COMPACTA A COMPACTA
(VARIEGADA)
10 - AREIA FINA SILTO-ARGILOSA; POUCO
COMPACTA A MEDIANAMENTE COMPACTA
(VARIEGADA)
1 1 1
2 2 2
33 3
44 4
55
5
6 66
7 7 7
8 8 8
9 9 9
10 1010
NA (abr/2008)
NA (jul/2011)
CALCÁRIO
CALCÁRIO
CALCÁRIO Figura 4.9 Perfil estratigráfico (sem escala)
121
De acordo com o perfil estratigráfico a superfície do terreno contém um aterro
com 0,50 m de espessura. Logo abaixo há uma camada formada por areia fina de
cor cinza até profundidades entre 2,20 e 3,0 m. O nível da água apresenta variação,
dependendo da época do ano. As medições indicam profundidades entre 1,69 m
(SP 03 – julho de 2011) e 2,35 m (SP 01 – abril de 2008).
Logo abaixo a areia apresenta granulação fina a média e recebe contribuição
de material siltoso. Na profundidade de 6,0 m o NSPT atinge valores de até 45
golpes.
Entre os 6,0 e 12,0 m de profundidade há um aumento gradual da quantidade
de finos. Aos 10 m de profundidade o material predominante é um silte com valores
de NSPT baixos. A camada, de compacidade fofa, tem cerca de 2,0 m de espessura
e apresenta conchas marinhas.
Abaixo do silte o material torna-se novamente arenoso, de compacidade
medianamente compacta a compacta, até os 16,0 m onde o material é uma argila
siltosa, rija a dura, de cor variegada, com aproximadamente 3,0 m de espessura.
Abaixo dos 19,0 m de profundidade há predominância de camadas arenosas
de compacidade medianamente compacta a compacta. O impenetrável da
sondagem acontece no calcário, aos 26,0 m de profundidade.
A Figura 4.10 mostra variação do NSPT ao longo da profundidade. Os ensaios
SP 03 e SP 04 foram realizados após a execução das estacas hollow auger. A
planta de locação das estacas e ensaios de sondagem é mostrada no Capítulo 5 –
Metodologia da Pesquisa.
122
0
5
10
15
20
25
30
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Pro
fun
did
ad
e (
m)
NSPT
SP 01
SP 02
SP 03
SP 04
Figura 4.10 Variação do NSPT
A Figura 4.11 mostra um comparativo entre as duas campanhas de
sondagem realizadas: a primeira no terreno natural e segunda após a execução das
fundações, no espaço entre estacas. A ilustração representa os valores médios do
NSPT, ao longo da profundidade, para os testes SP1 e SP2 (primeira campanha) e
SP3 e SP4 (segunda campanha).
0
5
10
15
20
25
30
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Pro
fun
did
ad
e (
m)
NSPT
Média SP1 e SP2
Média SP3 e SP4
Figura 4.11 Valores médios dos NSPT das duas campanhas de sondagem
123
A curva granulométrica da primeira camada de areia é mostrada na Figura
4.12.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0,001 0,01 0,1 1 10
Porcentagem que Passa (%)
Diâmetro das Partículas (mm)
Curva Granulométrica
Areia
Grossa
4,820,420,0750,005
Areia
Média
Areia
FinaSilteArgila
Figura 4.12 Curva granulométrica da camada de areia até 3,0 m de profundidade (SOARES, 2002)
4.4. PRÁTICA DE FUNDAÇÕES
O perfil geotécnico do campo experimental representa, de maneira geral, o
subsolo dos depósitos marinhos da faixa costeira. Nessa região grande parte das
fundações prediais é concebida em fundações diretas com melhoramento de solo
superficial.
A técnica provoca a densificação de camadas superficiais de solo arenoso
com estacas de compactação de areia e brita.
As condições do subsolo da região favorecem sua aplicação. A camada de
areia superficial responde muito bem à densificação e atinge tensões admissíveis de
0,5 MPa.
124
O trecho com NSPT elevado (> 40) que ocorre entre 5,0 e 6,0 m serve de
apoio para a base das estacas e confina o solo superficial permitindo sua
densificação.
A técnica tem sido usada tanto para prédios de pequeno porte como para
prédios de até 30 pavimentos. Seu critério de uso é basicamente limitado por dois
fatores: o espaço físico disponível para as sapatas e a análise de deformações do
solo (estudo de recalques), que geralmente atinge seus maiores valores na camada
fofa de silte com mariscos.
Na impossibilidade técnica de uso das fundações diretas geralmente opta-se
por estacas Franki ou hélice contínuas. As estacas Franki têm comprimentos entre
10,0 e 12,0 m na maioria dos casos. Sua base alargada fica apoiada logo abaixo da
camada de silte no trecho de areia compacta.
As estacas pré moldadas e metálicas são utilizadas em áreas com a
presença de argilas moles, conforme relatado por Soares (2005). O autor especifica
locais da cidade, onde ocorrem camadas de solos moles: próximos a rios, mangues
e trechos localizados da beira mar.
O uso das estacas hollow augers aparece como uma opção ao melhoramento
de solo em áreas onde há dificuldades de instalação de um bate estaca ou
limitações quanto à vibração nas estruturas vizinhas.
As estacas possuem comprimento máximo de 5,0 m e são apoiadas na
camada com o NSPT alto em torno de 40 golpes.
Geralmente são usadas em prédios de até 15 pavimentos onde não é viável a
mobilização de máquinas de grande porte.
4.4.1. ESTACAS HOLLOW AUGER
4.4.1.1. GENERALIDADES
O hollow steam auger, na tradução livre “trado helicoidal oco”, é um trado em
forma de tubo, dotado de uma hélice cortante em toda sua extensão. Funciona
125
como uma ferramenta cortante no solo e como um revestimento recuperável. Seu
formato mantém a estabilidade do furo e impede a entrada de água em seu interior.
O hollow auger é aplicado na geotecnia ambiental para investigação de solos,
e na engenharia de fundações para perfuração de estacas.
Nas análises ambientais são usados trados com diâmetros entre 4″ e 7″ para
retirada de amostras e monitoramento de poços (Figura 4.13). Aragon (on line)
afirma que o trado permite realizar sondagens revestidas e evita distúrbios nas
evidências de contaminação por não utilizar fluidos de perfuração.
Figura 4.13 Holow auger (Aragon, on line)
Na engenharia de fundações, o diâmetro do trado (12″) é maior que o
utilizado nas sondagens. Sua finalidade é a execução de estacas de concreto
moldadas in loco. Adotou-se o nome da ferramenta (hollow auger) para caracterizar
o tipo de estaca.
Barreto (2005) define a estaca hollow auger como sendo um tipo de estaca
escavada, moldada in loco, em que segmentos de trado, com comprimentos entre
1,0 e 2,0 m, são introduzidos no terreno até atingir-se a cota de apoio. O autor
afirma existirem semelhanças com o processo executivo da estaca hélice contínua,
e estabelece os principais fatores que diferem entre uma estaca e outra, sendo
estes: uso do trado segmentado, concreto não pressurizado e lançado do nível do
terreno, tubo central com diâmetro interno maior e ausência de monitoramento
durante o processo.
126
A extração do trado sem monitoramento é possível devido à pequena relação
entre a área da seção transversal da estaca e a área do tubo central, completa
Barreto (2005).
As características da estaca hollow auger, citadas por Barreto (2005), se
assemelham ao procedimento executivo da estaca trado vazado segmentado,
estabelecidas pela norma brasileira NBR (6122) Projeto e Execução de Fundações
(2010). Segundo a norma a estaca trado vazado segmentado é definida como:
“[...] uma estaca moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno, por rotação, de um trado helicoidal constituído por segmentos rosqueados com comprimento de cerca de 1,0 m e injeção de concreto pela própria haste central do trado simultaneamente à sua retirada”.
Há uma diferença, entre os dois autores, com relação ao procedimento de
concretagem, das estacas. Segundo Barreto, esta é feita por simples lançamento, a
partir da superfície do solo, e não por injeção como informa a norma brasileira.
4.4.1.2. TÉCNICA EXECUTIVA
A execução das estacas requer equipamento com capacidade de torque
suficiente para rotações acima de 20 rpm. Para tanto são usadas perfuratrizes
hidráulicas de dimensões reduzidas, que permitem trabalhar em espaços pequenos
e com ausência de vibração (Figura 4.14).
Figura 4.14 Perfuratriz hidráulica (Catálogo BS Indústria, s.d.)
127
O trado hollow auger é fabricado em seguimentos metálicos com
comprimentos entre 1,0 e 2,0 m. Seu encaixe é feito por rotação de juntas
contrapinadas ou rosqueadas, sendo estas mais indicadas para execuções abaixo
do nível da água. O diâmetro usual é na faixa dos 30 cm (Figura 4.15).
Figura 4.15 Trado hollow auger (Catálogo BS Indústria, s.d.)
Os tubos são introduzidos no solo sem circulação de água e são
recuperáveis. O primeiro segmento possui uma tampa, com anel de vedação, que
impede a entrada do solo e da água para o interior do tubo (Figura 4.16). A tampa
se abre no instante da colocação do concreto e levantamento simultâneo do tubo.
Figura 4.16 Primeiro segmento de trado com ponta fechada
128
O processo executivo se inicia com a instalação da primeira peça de hollow
auger (com a tampa fechada) no solo com movimentos rotacionais e descendentes
combinados. Em seguida outro seguimento é acoplado e o processo continua até se
atingir a camada de solo desejada com resistência suficiente para a carga aplicada.
Nesse momento tem-se um tubo contínuo, com o mesmo comprimento da estaca,
onde deverá ser lançado o concreto a partir da superfície.
O formato do trado permite uma perfuração, sem retirada de solo, que
permanece comprimido durante a execução da estaca. Tal característica se
assemelha com a estaca ômega que, segundo Van Impe (1988, apud
ALBUQUERQUE, 2001)12, perfura com deslocamento lateral do solo, sem
transportá-lo à superfície (Figura 4.17). De acordo com Bustamante e Gianeselli
(1998, apud ALBUQUERQUE, 2001)13 esse processo melhora, teoricamente, a
resistência por atrito lateral.
Figura 4.17 Perfuração com deslocamento lateral do solo (VAN IMPE, 1988, apud ALBUQUERQUE, 2001)
A segunda fase da execução começa com a concretagem da estaca e
simultânea extração dos tubos (sem rotação), o que provoca a abertura da tampa na
ponta da estaca. Uma coluna de concreto deve permanecer dentro do tubo durante
12 VAN IMPE, 1988, apud ALBUQUERQUE, 2001, p.12
13 BUSTAMANTE e GIANESELLI, 1998, apud ALBUQUERQUE, 2001, p.11
129
sua extração, de forma a impedir a entrada de água no seu interior e o
estrangulamento do fuste.
A extração dos tubos continua simultaneamente com a colocação do
concreto, até a retirada do primeiro seguimento do solo. Nesse instante o concreto
atinge a superfície, e tem-se a estaca pronta.
Em função do tipo de carregamento e dos esforços atuantes na fundação,
pode-se introduzir uma armação na estaca antes da concretagem, logo após o
processo de perfuração.
4.4.1.3. INDICAÇÕES DE USO E LIMITAÇÕES
A estaca hollow auger é mais utilizada em locais onde as construções
vizinhas sejam sensíveis à vibração ou onde os custos de mobilização de
equipamentos mais sofisticados inviabilizam sua aplicação.
As dimensões reduzidas de seu equipamento permitem seu uso em espaços
com limitação de altura, o que as tornam adequadas para serviços de reforço de
fundações.
Por ser uma estaca recém introduzida no mercado, não existem detalhes com
relação a seu comportamento e as informações disponíveis são pouco divulgadas
pelas firmas executoras, o que restringe seu uso a obras de menor vulto.
4.5. SÍNTESE DO CAPÍTULO
A cidade de João Pessoa insere-se no contexto geológico da Bacia
Sedimentar Pernambuco-Paraíba. A Formação Barreiras ocupa mais de 70% de seu
território.
O campo utilizado na pesquisa localiza-se na faixa costeira dos depósitos
marinhos e faz parte do domínio geomorfológico da Baixada Litorânea, com terrenos
relativamente planos de baixa altitude e formados por sedimentos inconsolidados do
Quaternário.
130
A região costeira tem grande parte das fundações prediais em sapatas com
melhoramento do solo superficial. Na impossibilidade técnica do uso de fundações
diretas, geralmente opta-se por estacas Franki ou hélice contínua.
As estacas hollow auger aparecem como uma opção ao melhoramento de
solo em áreas onde há dificuldades de instalação e operação de um bate estacas.
Originário dos ensaios ambientais o trado tipo hollow auger é utilizado, em maiores
diâmetros, para elementos de fundação. Sua técnica executiva é realizada sem
vibração, com o uso de perfuratrizes hidráulicas.
131
5. METODOLOGIA DA PESQUISA
Este capítulo apresenta os métodos e procedimentos adotados para a
realização das provas de carga instrumentadas, em modelos de fundação com
estacas hollow auger, no campo de provas de João Pessoa.
Os modelos, construídos em escalas reais, foram testados em concepções
de grupo de estacas e de radier estaqueado.
Os trabalhos desenvolvidos durante a etapa experimental, após fase de
planejamento, seguiram a seguinte seqüência:
• Caracterização geotécnica;
• Montagem da instrumentação (células de carga e barras de aço);
• Execução das estacas de reação (hélice contínua);
• Execução das estacas testes (hollow auger);
• Concretagem do radier (bloco pré-moldado);
• Realização das provas de carga;
Os detalhes das atividades realizadas são mostrados nas seções a seguir..
5.1. CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DO LOCAL
Uma nova campanha de sondagens SPT foi realizada no local para
complementar o banco de dados existentes e melhorar sua caracterização
geotécnica.
Os resultados dos ensaios são apresentados no Capítulo 4
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO E PRÁTICA DE FUNDAÇÕES.
132
5.2. INSTRUMENTAÇÃO
Para se determinar as parcelas de carga nos elementos de fundação (bloco e
estacas) foram construídas células de carga e barras de aço, instrumentadas com
extensômetros elétricos. Adotaram-se os mesmos tipos de circuito elétrico e modelo
de strain gage para ambos os medidores (célula e barra).
O sistema de medição é formado pelos sensores de deformação elétricos
(strain gages), circuito de medição, amplificador e aparelho de leitura.
A descrição completa do sistema de medição, seus componentes, técnicas
de instalação e calibração é mostrada no final do capítulo.
5.3. ESTACAS TESTES
Para a realização da pesquisa foram executadas catorze estacas testes do
tipo hollow auger com 0,30 m de diâmetro e 4,5 m de comprimento.
As estacas foram divididas em dois tipos de fundação: grupo de estacas e
radier estaqueado. Em cada um criaram-se modelos com uma, duas e quatro
estacas.
A Tabela 5.1 mostra os tipos de fundação e o número de estacas
instrumentadas em cada modelo.
Tabela 5.1 Disposições das estacas
Tipo de fundação Modelo Número de estacas instrumentadas
Grupo de estacas
Grupo com 01 estaca 01
Grupo com 02 estacas 01
Grupo com 04 estacas 01
Radier estaqueado
Radier com 01 estaca 01
Radier com 02 estacas 01
Radier com 04 estacas 01
133
Locaram-se as estacas topograficamente com auxílio de Teodolito. Seus
eixos seguiram um alinhamento pré-definido e suas posições determinadas
conforme coordenadas da superfície do terreno (planialtimetria). O espaçamento
entre estacas (eixo a eixo) é de 1,05 m (3,5Ø). O posicionamento das estacas no
campo de testes é mostrado na Figura 5.1
1,55
1
2
43
5
6
70,63
1,05
NUMERACAO
1. GRUPO DE UMA ESTACA
2. RADIER COM UMA ESTACA
3. GRUPO DE DUAS ESTACAS
4. RADIER COM DUAS ESTACAS
5. GRUPO DE QUATRO ESTACAS
6. RADIER COM QUATRO ESTACAS
7. BLOCO ISOLADO
Estaca Hollow Auger
LEGENDAHA 1
HA 2 HA 3 HA 4 HA 5 HA 6
HA 7 HA 8
HA 9 HA 10
HA 11 HA 12
HA 13 HA 14
SP 1
SP 2
Estaca Hollow AugerInstrumentada
Sondagem SPT
HA - Estaca Hollow Auger
SP - Sondagem SPTSP 4
SP 3
OBS. SP3 e SP4 após execução dasestacas.
ESCALA
1 m 2 m 3 m
Figura 5.1 Locação das estacas Hollow Auger no Campo de Testes
134
Todas as estacas foram arrasadas com 0,50 m de profundidade e não
possuíram armação.
Nas estacas instrumentadas instalou-se uma barra de aço ø 12,5 mm (CA-
50), ao longo do comprimento, para ligação dos strain gages. Posicionaram-se os
sensores no topo e na ponta da estaca (Figura 5.2).
nível doterreno
arrasamentoda estaca0,
50 m
4,50
m
EstacaInstrumentada
Barra de Aço
Strain Gage
Strain Gage
Figura 5.2 Detalhe genérico do posicionamento dos strain gages nas estacas instrumentadas
O concreto das estacas possui fck de 14,0 MPa e é o mesmo utilizado em
obras comuns da região. Seu traço foi dosado experimentalmente para ser auto-
adensável e com trabalhabilidade adequada ao processo executivo das estacas
(slump 15 ± 02 cm). Seu consumo de cimento é da ordem de 400 kg/m3, e o
agregado graúdo utilizado é a brita 1 (dimensão máxima 19,0 mm).
135
A preparação do concreto foi realizada no local da pesquisa através de
betoneira. A resistência dos corpos de prova moldados para o controle tecnológico é
apresentada na Tabela 5.2.
Tabela 5.2 Resistência dos corpos de prova de concreto
Corpo Prova Dias Resistência à compressão (MPa)
01 07 11,8
02 07 10,1
03 28 14,9
04 28 15,9
05 28 14,3
06 28 14,2
Para execução das estacas utilizou-se perfuratriz BS 400 adaptada com torre
de 4,5 m de altura e caixa redutora com deslocamento lateral. A rotação de seu
motor hidráulico é entre 30 e 180 rpm com torque máximo de 14 kN.m. A Figura 5.3
e Figura 5.4 mostram detalhes da perfuratriz utilizada.
Figura 5.3 Perfuratriz Hidráulica
136
Figura 5.4 Dimensões da perfuratriz BS 400 adaptada para hollow auger (Catálogo BS Indústria, s.d.)
5.3.1. TÉCNICA EXECUTIVA
A execução das estacas seguiu o processo descrito no item 4.4.1.2 com
exceção das estacas instrumentadas que sofreram uma adaptação entre as etapas
de perfuração e concretagem, para instalação da barra de aço com os sensores. As
fases de execução das estacas são mostradas nas figuras abaixo.
Figura 5.5 Perfuração do solo
137
Figura 5.6 Término da perfuração (vista interna do trado)
Figura 5.7 Concretagem da estaca
138
Figura 5.8 Instalação da barra com sensores nas estacas instrumentadas
A modificação executiva nas estacas instrumentadas ocorreu logo após a
etapa de perfuração do solo. A extremidade inferior da barra de aço com os
sensores foi introduzida em uma camada de concreto com 0,50 m, lançada
previamente no fundo da estaca. A finalidade da camada foi de manter a barra
centralizada no eixo da estaca e protegê-la durante a retirada dos segmentos
(Figura 5.9).
Figura 5.9 Instalação da barra na camada de concreto
139
A concretagem, e conseqüente retirada dos segmentos, foram feitas de modo
cuidadoso de maneira a evitar danos ao cabo dos sensores, e alterações no prumo
e centralização da barra de aço.
Imediatamente ao término do processo, usou-se um trado cavador para
retirar o excesso de concreto do topo das estacas e deixar seu nível com 0,50 m de
profundidade.
Moveu-se o cabo de sensores para a lateral da estaca deixando o topo livre
para posterior regularização de sua superfície.
5.4. PROVAS DE CARGA ESTÁTICAS LENTAS
Realizaram-se sete ensaios de prova de carga estáticas lentas durante etapa
experimental da pesquisa, sendo três nos modelos em grupo de estacas, três nos
radier estaqueados e uma prova de carga direta (Tabela 5.3).
Tabela 5.3 Provas de carga realizadas
Prova de carga Fundação
01 Bloco pré-moldado (prova de carga direta)
02 Grupo com 01 estaca
03 Radier com 01 estaca
04 Grupo com 02 estacas
05 Radier com 02 estacas
06 Grupo de 04 estacas
07 Radier com 04 estacas
As provas de carga direta e nas estacas foram realizadas conforme NBR
6489 (Prova de carga direta sobre terreno de fundação) e NBR 12131 (Estacas –
Prova de Carga Estática) respectivamente. Os carregamentos à compressão foram
do tipo, lentos e aplicados, em estágios sucessivos.
140
Construiu-se um bloco único, pré-moldado de concreto armado, para atuar
como elemento rígido de transmissão de carga aos modelos de fundação. O modo
de apoio do bloco, apenas nas estacas ou nas estacas e no solo, caracteriza o tipo
de fundação, seja em grupo de estacas ou em radier estaqueado respectivamente.
O bloco com dimensões de 1,55 x 1,55 x 0,85 m teve armação reforçada para
trabalhar em todos os modelos de fundação, inclusive como fundação direta.
As figuras seguintes mostram detalhes de sua concretagem.
Figura 5.10 Fôrma e armação do bloco
Figura 5.11 Preparação da concretagem com caminhão betoneira
141
Figura 5.12 Concretagem do bloco
Figura 5.13 Bloco concretado
Nos modelos em grupo de estacas escavou-se o solo 5,0 cm abaixo da cota
de arrasamento e apoiou-se o bloco pré-moldado no topo das estacas.
Nas fundações em radier estaqueado, escavou-se até o nível de arrasamento
das estacas permitindo o contato do bloco com o solo.
A Figura 5.14 mostra corte esquemático dos dois tipos de fundação.
142
RADIER ESTAQUEADOGRUPO DE ESTACAS
ESTACA HOLLOWAUGER
BLOCOPRÉ-MOLDADO
nível doterreno
arrasamentodas estacas
0,50
m
0,05
m
ESTACA HOLLOWAUGER
BLOCOPRÉ-MOLDADO
nível doterreno
arrasamentodas estacas
0,50
m
0,05
m
concreto deregularização(magro)
Figura 5.14 Corte esquemático dos tipos de fundação
O fundo do bloco pré-moldado encontra-se na profundidade de 0,50 m, na
camada superficial de areia. A cota de ponta das estacas localiza-se na
profundidade de 5,0 m, em uma camada de areia média, pouco siltosa de
compacidade compacta a muito compacta. Um esboço da geometria do sistema de
fundação, segundo a sondagem SP 1, é apresentado na Figura 5.15.
10 20 30 40NSPT Gráfico SPT Prof.
(m)
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
NA
(-)2
,35
m
Classificação do Solo
Aterro arenoso, com metralha; corvariegado0,5
Areia fina; cor cinza claro ( pouco compacta a medianamente
compacta )
Areia fina, pouco siltosa; cor marromescuro
( pouco compacta )4,5 Areia média, pouco siltosa; cor marrom
( compacta a muito compacta )
50
4,5
0
6/30
13/30
7/30
6/30
5/30
32/30
Figura 5.15 Geometria do sistema de fundação (SP 01)
O carregamento, nos ensaios, foi aplicado diretamente sobre o bloco pré-
moldado. Este serviu de elemento rígido para a transferência de carga às estacas
(nas fundações em grupo de estacas) e às estacas e solo (nas fundações em radier
estaqueado).
143
Aplicaram-se as cargas através de macaco hidráulico cilíndrico com curso
máximo de 0,15 m. Sua capacidade é de 5000 kN e acionado por bomba manual.
Mediu-se a carga total aplicada com a célula de 4000 kN, instalada no topo
do bloco. A carga nas estacas foi medida com as células de 1000 kN, instaladas
abaixo do bloco, no topo das estacas.
A Figura 5.16 mostra o esquema de medição de carga nos ensaios
realizados.
VIGA DE REAÇÃOPRINCIPAL
calço
célula 4000 kNmedição carga total
MacacoHidráulico
Chapa de Açocélula 1000 kNmedição carga estaca
BLOCOPRÉ-MOLDADO
ESTACA HOLLOWAUGER
EstacaInstrumentada
Barra de AçoStrain Gage
Strain Gage
Figura 5.16 Esquema da instrumentação
Nos ensaios com radier estaqueado determinou-se a carga no solo pela
subtração do valor da carga total pela carga das estacas.
A carga no topo da estaca instrumentada foi medida pela célula de 1000 kN e
pelo sensor de deformação.
144
A Figura 5.17 mostra o aparelho de leitura utilizado e a caixa amplificadora
dos sinais dos instrumentos.
Figura 5.17 Aparelho de leitura e amplificador
Mediram-se os deslocamentos verticais com quatro extensômetros
mecânicos da marca Mitutoyo, com escala máxima de 50,0 mm e resolução de 0,01
mm. Os aparelhos foram instalados em dois pares opostos e apoiados em
pequenas placas quadradas de vidro coladas no bloco pré-moldado. Utilizou-se
como suporte bases magnéticas articuláveis.
A Figura 5.18 mostra a montagem dos instrumentos acima do bloco e a
Figura 5.19 mostra detalhe do fundo do bloco, sem contado com o solo, com célula
de carga no topo da estaca
145
Figura 5.18 Cilíndro hidráulico, célula de carga e extensômetros sobre o bloco pré-moldado
Figura 5.19 Detalhe do fundo do bloco em grupo de estacas
5.4.1. SISTEMA DE REAÇÃO
O sistema de reação adotado, para os ensaios de prova de carga, foi
composto por vigas, estacas de reação e tirantes Incotep D45.
As estacas foram do tipo hélice contínua com 0,70 m de diâmetro e 15,0 m de
profundidade. Cada estaca foi armada com um tirante D45, em todo o seu
146
comprimento, e foram projetadas para uma carga de tração de 60 tf. A Figura 5.20 e
Figura 5.21 mostram a execução das estacas e instalação dos tirantes.
Figura 5.20 Execução estacas hélice
Figura 5.21 Instalação dos tirantes
147
Os tirantes foram instalados em peças de 6,0 m. Cada estaca recebeu 2,5
peças, conectadas por luvas, para atingir-se o comprimento de 15,0 m (Figura 5.22).
Figura 5.22 Conexão dos tirantes com luvas
As estacas hélice foram dispostas em duas linhas com cinco estacas cada. A
distância entre as duas linhas obedeceu ao comprimento máximo da viga de reação
com 4,35 m, e formou um “corredor”, onde se executou as estacas hollow augers
(Figura 5.23).
148
2,175
1,55
1,40
4,35
4,35
1
2
43
5
6
7
1,05
0,63
NUMERACAO
1. GRUPO DE UMA ESTACA
2. RADIER COM UMA ESTACA
3. GRUPO DE DUAS ESTACAS
4. RADIER COM DUAS ESTACAS
5. GRUPO DE QUATRO ESTACAS
6. RADIER COM QUATRO ESTACAS
7. BLOCO ISOLADO
Estaca Hollow AugerØ 30 cm
Estaca Helice ContinuaØ 70 cm
LEGENDA
1,05
ESCALA
1 m 2 m 3 m
Figura 5.23 Disposição das estacas
Utilizaram-se três vigas dispostas em formato de cruz para reação da carga
aplicada. Suas posições foram deslocadas ao longo do corredor de estacas entre
um ensaio e outro de prova de carga. A Figura 5.24 mostra a montagem das vigas
no local dos ensaios.
149
Figura 5.24 Posicionamento das vigas com caminhão munck
O esquema de montagem do sistema de reação é mostrado na Figura 5.25 e
Figura 5.26.
Figura 5.25 Esquema de montagem do sistema de reação
150
217,5 217,5
Figura 5.26 Corte esquemático do sistema de reação
A Figura 5.27 mostra uma vista da estrutura completa montada para a
realização dos ensaios.
151
Figura 5.27 Estrutura montada para realização do ensaio
5.5. SISTEMA DE MEDIÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO
Os extensômetros elétricos utilizados são do tipo biaxiais (0⁰/90⁰) da marca
Kyowa, modelo KFG 2 120 D16 11, e montados em circuitos de ponte de
Wheatstone completa. A Tabela 5.4 mostra as características do extensômetro
utilizado de acordo com o código de referência da Kyowa.
Tabela 5.4 Características do extensômetro elétrico KFG 2 120 D16 11
Referência (código) Característica
Designação (KFG) Uso geral
Comprimento do gage (2) 2,0 mm
Resistência (120) 120 Ω
Padrão do gage (D16) Biaxial 0°/90°
Compensação de temperatura (11) Aço
O sistema de medição possui uma caixa seletora de fabricação da HBM, que
amplifica a tensão de saída do circuito e manda o sinal para o aparelho de leitura. A
152
caixa seletora possui sete canais, que equivalem, cada um, a uma ponte completa,
(Figura 5.28).
Figura 5.28 Caixa Amplificadora
O aparelho de leitura é constituído por um pocket PC da HP (Figura 5.29),
instalado com o software ADPocket, desenvolvido pela HBM. O aparelho recebe o
sinal amplificado da caixa seletora e manda uma resposta, numa escala voltimétrica,
através da interface do software. A resposta, em µV/V, é convertida em deformação,
e apresentada na unidade µm/m, através de um fator de escala, obtido com a
calibração.
Figura 5.29 Aparelho de leitura
153
O sistema é abastecido por uma fonte de corrente contínua de 12 V e seu
diagrama elétrico é mostrado na Figura 5.30.
Figura 5.30 Diagrama elétrico do sistema de medição
5.5.1. TÉCNICA DE APLICAÇÃO
A instalação dos strain gages nas barras de aço e nas células de carga foi
feita em etapas. O processo segue técnica divulgada pelo Prof. Dr. Paulo
Albuquerqre (UNICAMP) a quem devem-se os devidos créditos. A técnica de
aplicação adotada é descrita a seguir.
5.5.1.1. APLICAÇÃO DOS STRAIN GAGES NAS BARRAS DE AÇO
a) PREPARAÇÃO DA BARRA DE AÇO
A instalação dos extensômetros foi realizada em barras de aço com
seguimentos de 300 mm de comprimento. Cada seguimento foi rosqueado nas
extremidades e, no local de colagem, sofreu usinagem em torno mecânico, para
retiradas das ranhuras do aço CA 50. Nesse trecho a barra teve seu diâmetro
reduzido para 10,0 mm em um comprimento de 50,0 mm, Figura 5.31.
154
Figura 5.31 Segmento de aço CA50
O comprimento dos seguimentos foi definido em função dos equipamentos
disponíveis para cura do adesivo (estufa) e calibração do sistema (prensa).
b) PREPARO DO ADESIVO
Para colagem dos extensômetros utilizou-se o adesivo epóxi bi componente
KBR 610 da Excel Sensores. Seu preparo compreendeu a mistura dos dois
componentes em quantidades iguais, conforme instrução do fabricante, e repouso
por uma hora antes do uso.
c) PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE
O trecho usinado da barra de aço foi lixado com lixa metálica n⁰ 120 para
correção de imperfeições na superfície. Em seguida deu-se um acabamento com
lixa n⁰ 150 e traçaram-se minúsculas ranhuras diagonais para facilitar a aderência
do strain gage.
d) LOCAÇÃO DO EXTENSÔMETRO
O ponto exato de colagem foi marcado por uma broca de furadeira, com
ponta preparada em esmeril. A marcação foi realizada com dois riscos
perpendiculares e repetida no outro lado da barra numa posição diametralmente
oposta. Utilizou-se uma chapa de zinco, como molde, em formato de
semicircunferência, para facilitar a centralização nos lados opostos da barra.
155
e) APLICAÇÃO DE CONDICIONADOR E NEUTRALIZADOR
Realizou-se a aplicação com gaze partindo-se do centro para as laterais,
repetindo-se duas a três vezes até limpeza completa.
f) APLICAÇÃO DO ADESIVO
No local de aplicação posicionou-se o extensômetro, com a base colada em
um pedaço de fita adesiva FK 1, de maneira que as marcações ficassem
centralizadas. Fixou-se um dos lados da fita na superfície da peça, deixando a outra
extremidade livre. Essa técnica permite o manuseio do extensômetro sem retirá-lo
da posição de marcação.
Aplicou-se o adesivo KBR 610, na parte inferior do strain gage que foi virado
e encostado na peça, fixando-se o lado livre da fita na superfície de colagem (Figura
5.32).
Figura 5.32 Colagem dos strain gages
g) APLICAÇÃO DE PRESSÃO
Utilizaram-se grampos de fixação com mola para aplicação de 3,0 kg/cm2 de
pressão uniformemente distribuída sobre os extensômetros (Figura 5.33). Uma
película de teflon e uma borracha de silicone são colocadas entre o extensômetro e
o grampo.
156
Figura 5.33 Grampo de pressão
h) CURA DO ADESIVO
Como o adesivo KBR 610 exige uma cura a quente, levou-se o extensômetro,
preparado sob pressão, à estufa em uma temperatura de 170°C por um período de
2,0 horas. A Figura 5.34 mostra a curva de cura do adesivo utilizado fornecido pelo
fabricante (Excel Sensores).
Figura 5.34 Curva de cura do adesivo KBR 610
157
i) MONTAGEM DO CIRCUITO
Antes do início da montagem do circuito (Ponte de Wheatstone completa),
aplicou-se fita isolante ao redor dos extensômetros para evitar contato dos fios do
strain gage com a barra causando curto circuito no sistema. Por sobre a fita isolante
colaram-se os terminais do tipo TF 7 da Kyowa com cola Superbonder (Figura 5.35).
Figura 5.35 Colagem dos terminais por sobre a fita isolante
Em seguida soldaram-se os fios entre os strain gages de maneira a formar
um circuito em ponte completa. Os fios utilizados são os mesmos do cabo de
transferência de dados, “cabo manga” (IFE EWG 4x26 AWG BT), que é conectado
ao circuito de ponte completa, Figura 5.36.
Figura 5.36 Ligações do circuito
158
Ao final do processo cortaram-se o excesso de fios com alicate e verificaram-
se as ligações elétricas com um voltímetro.
j) PROTEÇÃO DO CIRCUITO
Para evitar o rompimento das conexões amarrou-se o cabo junto à barra com
braçadeiras de plástico e linhas cordonê (Figura 5.37). Em seguida protegeram-se
as ligações contra curto circuito e umidade com a aplicação de resina de silicone RK
e depois com borracha de silicone SK (fita isolante líquida), Figura 5.38.
Figura 5.37 Amarração do cabo com linha cordonê
Figura 5.38 Proteção do circuito com borracha de silicone SK
159
Após secagem da fita isolante protegeram-se as ligações, contra impactos,
com resina para isolamento elétrico da 3M. Para tanto, encamisou-se o circuito com
um segmento de pvc com diâmetro de ¾″, que serviu como molde para aplicação da
resina, sendo retirado após seu endurecimento.
5.5.1.2. APLICAÇÃO DOS STRAIN GAGES NAS CÉLULAS DE CARGA
O processo de instalação dos strain gages nas células de carga segue a
mesma técnica de aplicação nas barras de aço. Pequenas adaptações são
realizadas em função da diferença de dimensões entre a barra e o tarugo de aço
usado como célula.
Construíram-se cinco células, sendo quatro para 1000 kN e uma para 4000
kN. O aço utilizado é o SAE 1045 com módulo de elasticidade (E) 250 GPa e limite
de escoamento (fy) 310 MPa.
Dimensionaram-se as células utilizando-se equações da Teoria da
Elasticidade. De acordo com a Lei de Hook:
0L
∆L
E
σε == (5.1)
como
0L
∆LE
A
Nσ == (5.2)
o valor da força N é igual a:
0L
∆LEAN = (5.3)
no limite máximo a força aplicada restringe-se ao limite de escoamento do material:
.AfN y= (5.4)
igualando-se as duas equações (5.3) e (5.4) tem-se:
160
E
Lf∆L
L
∆LEAAf 0y
0y =⇒= (5.5)
Admitindo-se a altura (L0) igual a 10 cm, de modo a facilitar a instalação dos
circuitos, encontra-se, dessa forma, a variação da altura (∆L).
Com o valor de ∆L entra-se na equação (5.3) e determina-se o raio mínimo
da célula em função da força aplicada. Os valores de cálculo e os raios adotados
para os dois modelos de célula são mostrados na Tabela 5.5.
Tabela 5.5 Valores de cálculo e dimensões das células de carga
Valores Célula tipo 1 Célula tipo 2
Módulo de Elasticidade (E) 250 GPa 250 GPa
Limite de Escoamento (fy) 310 MPa 310 MPa
Força aplicada (N) 1000 kN 4000 kN
Altura (L0) 10 cm 10 cm
Variação da altura (∆L) 0,147 mm 0,147 mm
Raio mínimo (rmín) 3,20 6,41
Raio adotado (r) 5,0 8,0
O projeto da célula e os detalhes da aplicação dos strain gages são
mostrados nas figuras a seguir.
Lo =
10
cm
r
r
A
Figura 5.39 Projeto da célula de carga
161
Figura 5.40 Preparação da superfície da célula
Figura 5.41 Superfície acabada
162
Figura 5.42 Aplicação de pressão para cura do adesivo
Figura 5.43 Ligação do circuito em ponte completa
A proteção do circuito na célula de carga é feita com um encamisamento
metálico com tubo de aço (Figura 5.44).
163
Figura 5.44 Tubo de aço bi-partido para encamisamento da célula
Imagens das células acabadas são mostradas na Figura 5.45 e Figura 5.46.
Figura 5.45 Célula de carga para 1000 kN
164
Figura 5.46 Células de carga para 1000 e 4000 kN
5.5.2. CALIBRAÇÃO DO SISTEMA DE MEDIÇÃO
A etapa final da montagem em laboratório da instrumentação é a calibração
do sistema de medição. Seu objetivo é verificar se o sistema fornece respostas
compatíveis com o esperado e adequadas para sua finalidade, aumentando a
confiabilidade de seus resultados.
5.5.2.1. CALIBRAÇÃO DAS BARRAS INSTRUMENTADAS
O procedimento de calibração consistiu na aplicação de esforços axiais de
compressão nas barras instrumentadas e anotação das deformações sofridas.
Utilizou-se prensa triaxial do laboratório de solos da UFPE com uma adaptação para
a realização da calibração (Figura 5.47). Retirou-se a célula triaxial para encaixe da
barra de aço.
165
Figura 5.47 Prensa triaxial
Os esforços foram aplicados em estágios com incrementos de 0,2 kN e carga
máxima de 2,0 kN para se evitar a flambagem da barra e conseqüente dano à
instrumentação.
A carga axial foi controlada através de anel dinamométrico com capacidade
de 0,3 kN e célula de carga com amostrador digital, para uma maior precisão.
Ambas as leituras coincidiram em todos os estágios.
A calibração estabeleceu a relação entre os valores de deformação indicados
pelo instrumento de medição e os valores correspondentes a uma medida padrão.
A medida padrão estabelecida, que serviu de comparação, é a deformação
calculada pela Lei de Hook através do módulo de elasticidade do aço CA50 (E = 2,1
GPa).
A Figura 5.48 E Figura 5.49 mostram gráfico de calibração de uma das
barras. O anexo I contém a calibração de outras barras. Cada uma foi submetida a
dois ciclos completos de carga e descarga.
166
y = 1,0055x
R² = 0,9994y = 1,0004x - 0,661
R² = 0,9997
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 1 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura 5.48 Gráfico calibração barra1 – ciclo 1
y = 0,9958x
R² = 0,9997y = 0,9838x + 0,4361
R² = 1
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µ
m/m
)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 1 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura 5.49 Gráfico calibração barra 1 - ciclo 2
O resultado da calibração é mostrado na Tabela 5.6 e Tabela 5.7. São
apresentados os valores do coeficiente de correlação, da histerese, não linearidade,
não retorno ao zero e da repetibilidade.
167
Tabela 5.6 Calibração das barras instrumentadas
Barra Ciclo Fase Coeficiente correlação
Histerese (%FSO)
Não linearidade
(%FSO)
Não retorno ao zero (%FSO)
1 1 Carregamento 0,99
2,2 1,35
0,10 Descarregamento 0,99 1,56
1 2 Carregamento 0,99
0,67 1,17
0,39 Descarregamento 1,00 1,19
2 1 Carregamento 0,99
0,52 1,94
0,50 Descarregamento 0,99 1,64
2 2 Carregamento 0,99
1,14 0,56
0,51 Descarregamento 0,99 0,91
3 1 Carregamento 0,99
0,44 5,45
0,20 Descarregamento 0,99 5,41
3 2 Carregamento 0,99
0,74 4,04
0,13 Descarregamento 0,99 4,04
4 1 Carregamento 0,99
0,60 1,84
0,47 Descarregamento 0,99 1,96
4 2 Carregamento 0,99
1,09 3,80
0,11 Descarregamento 0,99 3,87
%FSO = porcentagem em relação ao fundo de escala
Tabela 5.7 Parâmetro repetibilidade da calibração das barras
Barra Ciclo Fase Repetibilidade (%FSO)
1 1
Carregamento 0,92 2
1 1
Descarregamento 1,46 2
2 1
Carregamento 2,32 2
2 1
Descarregamento 2,79 2
3 1
Carregamento 1,44 2
3 1
Descarregamento 1,89 2
4 1
Carregamento 1,96 2
4 1
Descarregamento 2,23 2
%FSO = porcentagem em relação ao fundo de escala
168
5.5.2.2. CALIBRAÇÃO DAS CÉLULAS DE CARGA
As células de carga foram calibradas no Laboratório de Estruturas da UFPE
em uma máquina de ensaio da marca WPM, modelo 265/7-1971, com faixa nominal
de 0-3000 kN. (Figura 5.50).
Figura 5.50 Calibração da célula em prensa de compressão
Aplicaram-se cargas de compressão de 1000 kN e 3000 kN para os dois tipos
de células respectivamente. O carregamento foi realizado em estágios de 10 % da
capacidade da célula.
Os valores de carga fornecidos pela prensa, considerados como padrões,
foram comparados em gráficos de carregamento e descarregamento com os valores
fornecidos pelo sistema de medição das células. A calibração da célula 1 é
mostrada na Figura 5.51 e Figura 5.52. A calibração das demais células é
apresentada no Anexo I.
169
y = 1,0166x
R² = 0,9999
y = 1,0066x + 1,4009
R² = 0,9997
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 1 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura 5.51 Gráfico calibração Célula 1; 1o ciclo
y = 0,9963x
R² = 0,9999
y = 0,9865x + 1,3729
R² = 0,9997
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 1 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura 5.52 Gráfico calibração Célula 1; 2o ciclo
O resultado da calibração é mostrado na Tabela 5.8 e Tabela 5.9. São
apresentados os valores do coeficiente de correlação, da histerese, não linearidade,
não retorno ao zero e da repetibilidade.
170
Tabela 5.8 Calibração células de carga
Célula Ciclo Fase Coeficiente correlação
Histerese (%FSO)
Não linearidade
(%FSO)
Não retorno ao zero (%FSO)
1 1 Carregamento 0,99
1,64 1,96
0,14 Descarregamento 0,99 2,47
1 2 Carregamento 0,99
1,86 0,88
0,18 Descarregamento 0,99 1,69
2 1 Carregamento 0,99
2,44 4,76
0,17 Descarregamento 0,99 2,38
2 2 Carregamento 0,99
2,77 7,01
0,15 Descarregamento 0,99 4,40
3 1 Carregamento 0,99
1,81 1,04
0,15 Descarregamento 0,99 2,19
3 2 Carregamento 0,99
1,92 2,76
0,20 Descarregamento 0,99 4,04
4 1 Carregamento 0,99
2,71 2,75
0,18 Descarregamento 0,99 3,66
4 2 Carregamento 0,99
2,60 2,35
0,21 Descarregamento 0,99 4,06
5 1 Carregamento 0,99
2,18 4,58
0,01 Descarregamento 0,99 5,58
5 2 Carregamento 0,99
2,71 4,23
0,08 Descarregamento 0,99 5,80
%FSO = porcentagem em relação ao fundo de escala
Tabela 5.9 Repetibilidade dos valores de calibração das células de carga
Barra Ciclo Fase Repetibilidade (%FSO)
1 1
Carregamento 2,04 2
1 1
Descarregamento 2,00 2
2 1
Carregamento 2,09 2
2 1
Descarregamento 2,04 2
3 1
Carregamento 2,00 2
3 1
Descarregamento 1,96 2
4 1
Carregamento 1,96 2
4 1
Descarregamento 2,00 2
5 1
Carregamento 1,51 2
5 1
Descarregamento 1,16 2
%FSO = porcentagem em relação ao fundo de escala
171
5.6. SÍNTESE DO CAPÍTULO
Os trabalhos desenvolvidos envolveram etapas de planejamento e
experimental. A caracterização geotécnica do local ocorre simultânea com a
montagem da instrumentação.
A instalação das estacas testes (hollow auger) seguiu técnicas executivas
locais e com os mesmos equipamentos utilizados na prática de fundações da
cidade. O diâmetro e o comprimento adotado das estacas são característicos de
obras executadas na região. O espaçamento eixo a eixo entre estacas (3,5∅) é
maior que o usual, de forma aumentar a área de contato do radier com o solo.
A distribuição das estacas procurou a melhor ocupação da área, de forma a
facilitar o deslocamento dos diversos equipamentos no local, e otimizar os recursos
de materiais e tempo empreendidos nas reações das provas de carga.
Construiu-se bloco pré-moldado para transmissão das cargas aplicadas ao
solo e estacas. O mesmo bloco é aproveitado em todos os ensaios nos grupos de
estacas e nos radiers estaqueados.
Para medição das cargas construíram-se, em laboratório, células de carga
com capacidade de 1000 e 4000 kN. As unidades foram instaladas no topo do
bloco, para medição da carga total, e no topo das estacas, para medição da carga
individual.
A transferência de carga em profundidade, na estaca, é medida com strain
gages, instalados em barras de aço, seguindo técnicas executivas específicas.
O sistema de medição da instrumentação utilizou equipamentos mais
compactos que os usuais. A caixa amplificada conta com sete canais e o aparelho
de leitura é um Pocket PC, com software específico desenvolvido pelo fabricante.
Seu uso mostrou-se bastante simples e prático. Todo o sistema foi submetido à
calibração em laboratório da UFPE.
172
6. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
Apresentam-se neste capítulo os resultados das sete provas de carga
estáticas instrumentadas, do tipo lenta, realizadas nas fundações em grupos de
estacas, radier isolado e radier estaqueado.
Os ensaios, realizados nas condições de umidade natural do solo,
forneceram as seguintes informações:
• Carga total aplicada no sistema e individual em cada estaca;
• Deslocamento no topo do bloco rígido;
Um comparativo entre o desempenho das fundações é realizado através da
junção de resultados em um mesmo gráfico. Apresentam-se em gráficos comuns:
os grupos de estacas, o radier isolado com os radiers estaqueados e os grupos de
estacas com os radiers estaqueados.
Usaram-se células para medição das cargas aplicadas ao sistema (carga
total) e às estacas (carga individual). A instrumentação contou ainda com as
medidas de deformação, obtidas por strain gages, instalados no topo e na ponta das
estacas (uma por cada fundação).
A Figura 6.1 mostra esquema do ensaio com a posição das células de carga,
no topo do bloco e das estacas, e extensômetros mecânicos apoiados no topo do
radier.
173
Figura 6.1 Esquema dos ensaios de prova de carga
A célula montada no topo do radier, com capacidade para 4000 kN, indica a
carga total atuante no sistema. Células de 1000 kN, instaladas abaixo do radier,
medem a carga individual nas estacas. A carga distribuída ao solo, diretamente pelo
radier, é obtida pela subtração da carga total pelos valores das cargas individuais
nas estacas.
As deformações medidas pelos strain gages, instalados em barras de aço
nas estacas, fornecem os seguintes dados:
• Módulo de elasticidade do concreto das estacas;
• Diagrama de transferência de carga das estacas com medição no topo
e na ponta.
174
6.1. PROVAS DE CARGA
Os resultados dos ensaios são mostrados em gráficos individuais, de carga
total x deslocamento médio, para cada sistema de fundação.
Realizou-se uma prova de carga direta no bloco rígido (radier isolado). A
curva carga x recalque é mostrada na Figura 6.2.
Figura 6.2 Curva carga x recalque do radier isolado
Os valores máximos atingidos de carga e deslocamento são apresentados na
Tabela 6.1.
Tabela 6.1 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga direta
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga direta Radier isolado 1200 kN 16,17 mm
175
A curva carga x deslocamento do ensaio realizado na estaca isolada é
mostrada na Figura 6.3.
Figura 6.3 Curva carga x recalque da estaca isolada (grupo de uma estaca)
Os valores máximos de carga e deslocamento atingidos no ensaio são
mostrados na Tabela 6.2.
Tabela 6.2 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em estaca isolada
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga Estaca isolada 560 kN 86,32 mm
O gráfico carga x deslocamento da prova de carga no radier, com uma
estaca, é apresentado na Figura 6.4.
176
Figura 6.4 Curva carga x recalque do radier com uma estaca
Os valores máximos de carga e deslocamento atingidos no ensaio são
mostrados na Tabela 6.3.
Tabela 6.3 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em radier com estaca isolada
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga Radier uma estaca 1200 kN 15,72 mm
A curva carga x deslocamento do ensaio realizado no grupo de duas estacas
é mostrada na Figura 6.5.
177
Figura 6.5 Curva carga x recalque do grupo de duas estacas
Os valores máximos de carga e deslocamento atingidos no ensaio são
mostrados na Tabela 6.4.
Tabela 6.4 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em grupo de duas estacas
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga Grupo duas estacas 1214 kN 47,35 mm
O gráfico carga x deslocamento da prova de carga no radier, de duas
estacas, é apresentado na Figura 6.6.
178
Figura 6.6 Curva carga x recalque do radier com duas estacas
Os valores máximos de carga e deslocamento atingidos no ensaio são
mostrados na Tabela 6.5.
Tabela 6.5 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em radier de duas estacas
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga Radier duas estacas 2392 kN 42,70 mm
O gráfico carga x deslocamento da prova de carga no grupo de quatro
estacas é apresentado na Figura 6.7.
179
Figura 6.7 Curva carga x recalque do grupo de quatro estacas
Os valores máximos de carga e deslocamento atingidos no ensaio são
mostrados na Tabela 6.6.
Tabela 6.6 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em grupo de quatro estacas
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga Grupo quatro estacas 2400 kN 60,44 mm
O gráfico carga x deslocamento da prova de carga no radier de quatro
estacas é apresentado na Figura 6.8.
180
Figura 6.8 Curva carga x recalque do radier com quatro estacas
Os valores máximos de carga e deslocamento atingidos no ensaio são
mostrados na Tabela 6.7.
Tabela 6.7 Valores máximos de carga e deslocamento da prova de carga em radier de quatro estacas
Ensaio Fundação Carga máxima Deslocamento máximo
Prova de carga Radier quatro estacas 3220 kN 49,08 mm
181
6.2. GRUPO DE ESTACAS
As curvas carga x recalque dos ensaios em grupos de estacas são mostradas
na Figura 6.9.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 1 estaca
Grupo 2 estacas
Grupo 4 estacas
Figura 6.9 Curvas carga x recalque dos grupos de estacas
6.3. RADIERS ESTAQUEADOS
As curvas carga x recalque dos ensaios em radier isolado, e radiers
estaqueados, são mostradas na Figura 6.10.
0
10
20
30
40
50
60
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier Isolado
Radier 1 estaca
Radier 2 estacas
Radier 4 estacas
Figura 6.10 Curvas carga x recalque do radier isolado e radiers estaqueados
182
6.4. GRUPO DE ESTACAS X RADIERS ESTAQUEADOS
A Figura 6.11 mostra comparativo entre curva carga x recalque do grupo de
uma estaca e do radier com uma estaca.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
De
slo
cam
en
to (
mm
)Carga (kN)
Grupo 1 estaca Radier 1 Estaca Figura 6.11 Curva carga x recalque do grupo de uma estaca e do radier com uma estaca
A Figura 6.12 mostra as curvas carga x recalque do grupo de duas estacas e
do radier com duas estacas.
0
10
20
30
40
50
60
0 500 1000 1500 2000 2500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 2 estacas Radier 2 Estacas Figura 6.12 Curva carga x recalque do grupo de duas estaca e do radier com duas estacas
183
As curvas carga x recalque das fundações em grupo de quatro estacas e
radier com quatro estacas são mostradas na Figura 6.13.
0
10
20
30
40
50
60
70
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 4 estacas Radier 4 Estacas Figura 6.13 Curva carga x recalque do grupo de quatro estaca e do radier com quatro estacas
6.5. RESULTADOS DA INSTRUMENTAÇÃO EM PROFUNDIDADE DAS ESTACAS
A instrumentação com os sensores de deformação elétricos (strain gages)
permite a análise da transferência de carga em profundidade da estaca. Com as
medições dos sensores, instalados no topo e na ponta da estaca, é possível obter
os valores de atrito lateral (na seção instrumentada), atrito lateral médio (ao longo
do fuste) e o valor da reação de ponta.
Os valores de deformação medidos pelos sensores, no topo e na ponta das
estacas instrumentadas, são mostrados da Tabela 6.8 à Tabela 6.13.
184
Tabela 6.8 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA6 (grupo 01 estaca)
Carga (kN) Tensão (kPa) Deformação εεεε (µµµµm/m)
Topo Ponta
0 0 0 0
84,0 1189,0 52,0 9,0
140,0 1981,6 112,0 30,0
220,0 3113,9 182,0 53,0
270,0 3821,7 228,0 68,0
310,0 4387,8 266,0 87,0
350,0 4954,0 306,0 114,0
390,0 5520,2 337,0 142,0
440,0 6227,9 377,0 183,0
490,0 6935,6 421,0 238,0
520,0 7360,2 444,0 278,0
560,0 7926,4 471,0 341,0
Tabela 6.9 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA3 (grupo 02 estacas)
Carga (kN) Tensão (kPa) Deformação εεεε (µµµµm/m)
Topo Ponta
0 0 0 0
44,0 622,8 12,3 7,5
158,4 2242,0 54,0 21,0
234,0 3312,1 97,0 37,0
319,0 4515,2 137,0 52,0
399,0 5647,6 175,0 70,0
484,5 6857,7 216,0 89,0
531,0 7515,9 262,0 111,0
594,0 8407,6 277,0 141,0
612,0 8662,4 289,0 180,0
185
Tabela 6.10 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA9 (grupo 04 estacas)
Carga (kN) Tensão (kPa) Deformação εεεε (µµµµm/m)
Topo Ponta
0,0 0 * 0
105,0 495,4 * 6,1
140,0 1981,6 * 12,4
480,0 6794,1 * 37,5
642,0 9087,0 * 55,5
722,0 10219,4 * 68,4
780,0 11040,3 * 89,4
796,0 11266,8 * 107,0
* Não se obtiveram dados devido falha nas medições dos sensores
Tabela 6.11 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA1 (radier 01 estaca)
Carga (kN) Tensão (kPa) Deformação εεεε (µµµµm/m)
Topo Ponta
0 0 0 0
0,7 9,9 8,7 0,7
1,2 17,0 22,8 1,2
7,0 99,1 29,0 4,0
33,0 467,1 48,0 11,0
65,0 920,0 72,0 22,0
104,0 1472,0 98,0 33,0
142,0 2009,9 120,0 44,0
176,0 2491,2 143,0 57,0
205,0 2901,6 170,0 76,0
186
Tabela 6.12 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA5 (radier 02 estacas)
Carga (kN) Tensão (kPa) Deformação εεεε (µµµµm/m)
Topo Ponta
0 0 0 0
5,0 70,8 12,4 3,7
1,7 24,1 43,0 20,0
1,6 22,6 63,0 32,0
2,2 31,1 79,0 41,0
2,0 28,3 92,0 49,0
16,2 229,3 110,0 60,0
86,4 1222,9 131,0 73,0
148,0 2094,8 165,0 92,0
212,0 3000,7 199 117,0
286,0 4048,1 233,0 144,0
Tabela 6.13 Carga aplicada e deformação medida nas seções instrumentadas da estaca HA13 (radier 04 estacas)
Carga (kN) Tensão (kPa) Deformação εεεε (µµµµm/m)
Topo Ponta
0 0 0 *
0,5 7,1 4,0 *
1,0 14,2 5,0 *
1,2 17,0 5,2 *
12,0 169,9 18,0 *
64,4 911,5 55,0 *
134,0 1896,7 100,0 *
231,6 3278,1 153,0 *
315,8 4469,9 191,0 *
400,0 5661,7 232,0 *
480,0 6794,1 265,0 *
* Não se obtiveram dados devido falha nas medições dos sensores
187
6.6. SINTESE DO CAPÍTULO
Os primeiros resultados dos ensaios são mostrados em gráficos do tipo carga
– recalque para cada fundação, com informações sobre os valores máximos de
carga e deslocamentos atingidos.
Em seguida, as curvas são apresentadas em gráficos únicos, o que permite
uma melhor ilustração do comportamento das fundações. Elaboram-se os gráficos
para os grupos de estacas, os radiers estaqueados e para os dois tipos de fundação
(grupos e radiers estaqueados).
Ao final do capítulo, mostram-se em tabelas, os valores de deformação dos
strain gages, medidos no topo e ponta das estacas instrumentadas, em função das
cargas aplicadas.
188
7. ANÁLISES DOS RESULTADOS
Este capítulo contém análise das provas de carga realizadas. Mostram-se a
interpretação das curvas carga x recalque dos elementos de fundação ensaiados, e
os métodos de extrapolação e recalque limite utilizados nas análises.
O estudo da estaca isolada é realizado através do resultado da
instrumentação. Avalia-se o mecanismo de transferência de carga em profundidade,
através das Leis de Cambefort, e comparam-se os resultados com os métodos
MDRM e rigidez de Décourt (1996b). As previsões de atrito unitário, e resistência de
ponta da estaca, são calculadas por métodos semi-empíricos de capacidade de
carga.
As relações, entre estacas de um mesmo grupo, são analisadas com base no
efeito de grupo e da taxa de recalque. As medidas de carga, realizadas em cada
estaca, permitem avaliar o modo de distribuição do carregamento nos elementos.
A análise do radier estaqueado mostra a porcentagem de carga dividida entre
os elementos (radier e estaca). A comparação com as fundações isoladas
estabelece a relações de eficiência (η) dos elementos e o aumento de resistência
(ζPR), da fundação devido ao contato do radier com o solo. O final do capítulo mostra
aplicação do método PDR, na previsão do comportamento das fundações em radier
estaqueado.
7.1. INTERPRETAÇÃO DAS CURVAS CARGA X RECALQUE
As curvas carga x recalque obtidas nos ensaios não apresentaram ruptura
física com recalques teoricamente infinitos.
As cargas atingidas nas fundações em grupo de estacas (estaca isolada e
grupo com duas e quatro estacas) provocaram recalques elevados. No caso da
189
estaca isolada o recalque máximo foi de 86,32 mm. Em todos os três ensaios a
curva carga x recalque apresentou um formato mais pronunciado no fim do
carregamento. Uma evidência de que a carga de ruptura estava próxima de ser
atingida.
O formato das curvas experimentais das provas de carga em radier
estaqueado com duas e quatro estacas apresentou um crescimento contínuo do
recalque com a carga sem evidenciar uma ruptura. O trecho final do carregamento
tem declividades menores em relação às curvas dos ensaios em grupo de estacas.
As cargas aplicadas nos ensaios de radier isolado e radier com uma estaca
não foram suficientes para provocar recalques de mesma ordem de grandeza que o
restante dos ensaios devido à limitação do sistema de reação. Ambas as curvas
tiveram formatos muito parecidos com recalque máximos da ordem de 16 mm.
Observa-se uma tendência mais linear do gráfico com declividades maiores no início
do ensaio.
Para avaliação da capacidade de carga dos elementos de fundação, a partir
das curvas carga x recalque, utilizou-se os métodos de extrapolação de Van der
Veen (1953), modificado por Aoki, 1976, e o método de Décourt (1996), baseado no
conceito de rigidez para caracterização da ruptura física. Verificou-se o estado limite
de utilização através da carga (Pρmax) que provoca o recalque máximo (ρmax),
adotado como 40 mm, conforme sugerido por Skempton & MacDonald (1956) para
sapatas isoladas em areia.
As extrapolações das curvas cargas recalques dos ensaios, e seus gráficos
de rigidez e –ln(1-P/Pu), para determinação da carga de ruptura pelos métodos de
Décourt e Van der Veen, respectivamente, são mostrados da Figura 7.1 à Figura
7.21.
190
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
110
0 100 200 300 400 500 600
De
slo
ca
me
nto
(m
m)
Carga (kN)
Estaca Isolada
Pontos Experimentais
Decourt: R = 660 kN
Van der Veen: R=640 kN
Recalque máximo: R=445 kN
Figura 7.1 Extrapolação da curva carga x recalque para estaca isolada
y = -0,0556x + 37
R² = 0,9729
0
50
100
150
200
250
300
0 100 200 300 400 500 600 700
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Estaca Isolada Pontos não considerados na regressão
Pontos considerados na regressão
Regressão linear
Figura 7.2 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para estaca isolada
191
R² = 0,9947
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0R
eca
lqu
e (
mm
)
-ln(1-P/Pu)
Estaca Isolada
500 kN
600 kN
640 kN
700 kN
800 kN
Linear (640 kN)
Figura 7.3 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para estaca isolada
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 2 Estacas
Pontos Experimentais
Decourt: R=1575 kN
Van der Veen: R=1300 kN
Recalque máximo: R=1170 kN
Figura 7.4 Extrapolação da curva carga x recalque para grupo com duas estacas
192
y = -0,0694x + 109,31
R² = 0,9857
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 500 1000 1500 2000 2500
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Grupo 2 Estacas Pontos não considerados na regressão
Pontos considerados na regressão
Regressão linear
Figura 7.5 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para grupo com duas estacas
R² = 0,9997
0
10
20
30
40
50
60
70
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Re
calq
ue
(m
m)
-ln(1-P/Pu)
Grupo 2 Estacas
1100 kN
1200 kN
1300 kN
1400 kN
1500 kN
1600 kN
1700 kN
Linear (1300 kN)
Figura 7.6 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para grupo de duas estacas
193
0
20
40
60
80
100
120
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 4 Estacas
Pontos ExperimentaisDecourt: R=2990 kNVan der Veen: R=2500 kNRecalque máximo: R=2200 kN
Figura 7.7 Extrapolação da curva carga x recalque para grupo com quatro estacas
y = -0,0689x + 206,05
R² = 0,9882
0
20
40
60
80
100
120
140
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Grupo 4 Estacas Pontos não considerados na regressão
Pontos considerados na regressão
Regressão linear
Figura 7.8 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para grupo com quatro estacas
194
R² = 0,9989
0
10
20
30
40
50
60
70
0,0 1,0 2,0 3,0 4,0R
eca
lqu
e (
mm
)
-ln(1-P/Pu)
Grupo 4 Estacas
2300 kN
2400 kN
2500 kN
2600 kN
2700 kN
2800 kN
Figura 7.9 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para grupo de quatro estacas
0
20
40
60
80
100
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier Isolado
Pontos Experimentais
Decourt: R=3236,6 kN
Van der Veen: R=1850 kN
Figura 7.10 Extrapolação da curva carga x recalque para o radier isolado
195
y = -0,0366x + 118,46
R² = 0,9671
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Radier Isolado Pontos não considerados na regressão
Pontos considerados na regressão
Regressão linear
Figura 7.11 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier isolado
R² = 0,9858
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
Re
calq
ue
(m
m)
-ln(1-P/Pu)
Radier Isolado
1200 kN
1700 kN
1850 kN
1950 kN
2050 kN
Linear (1850 kN)
Figura 7.12 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier isolado
196
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 500 1000 1500 2000 2500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier 1 Estaca
Pontos Experimentais
Van der Veen: R=2000 kN
Figura 7.13 Extrapolação da curva carga x recalque para radier com uma estaca
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Radier 1 Estaca
Figura 7.14 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier com uma estaca
197
R² = 0,9686
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0
Re
calq
ue
(m
m)
-ln(1-P/Pu)
Radier 1 Estaca
1500 kN
1750 kN
2000 kN
2250 kN
2500 kN
Linear (2000 kN)
Figura 7.15 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier com uma estaca
0
20
40
60
80
100
120
140
0 1000 2000 3000 4000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier 2 Estacas
Pontos Experimentais
Decourt: R=5280,48 kN
Van der Veen: R=3000 kN
Recalque máximo: R=2325 kN
Figura 7.16 Extrapolação da curva carga x recalque para radier com duas estacas
198
y = -0,0205x + 108,25
R² = 0,9797
0
50
100
150
200
250
300
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Radier 2 Estacas Pontos não considerados na
regressão
Pontos considerados na regressão
Figura 7.17 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier com duas estacas
R² = 0,9989
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Re
calq
ue
(m
m)
-ln(1-P/Pu)
Radier 2 Estacas
2600 kN
2800 kN
3000 kN
3400 kN
3800 kN
Linear (3000 kN)
Figura 7.18 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier com duas estacas
199
0
20
40
60
80
100
120
140
0 1000 2000 3000 4000 5000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier 4 Estacas
Pontos Experimentais
Decourt: R=6475,12 kN
Van der Veen: R=4200 kN
Recalque máximo: R=2950 kN
Figura 7.19 Extrapolação da curva carga x recalque para radier com quatro estacas
y = -0,0205x + 132,74
R² = 0,9102
0
20
40
60
80
100
120
140
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Radier 4 Estacas Pontos não considerados na regressão
Pontos considerados na regressão
Regressão linear
Figura 7.20 Gráfico de rigidez (Décourt, 1996) para radier com quatro estacas
200
R² = 0,9979
0
10
20
30
40
50
60
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0
Re
calq
ue
(m
m)
-ln(1-P/Pu)
Radier 4 Estacas
3500 kN
3800 kN
4200 kN
4500 kN
4800 kN
Linear (4200 kN)
Figura 7.21 Gráfico -ln(1-P/Pu) em função do recalque para radier com quatro estacas
A carga admissível das fundações (Pad) é calculada com fator de segurança
2,0 aplicado às cargas extrapoladas, e fator de segurança 1,5 aplicado às cargas
(Pρmax) que provocam o recalque máximo de 40 mm.
As cargas de ruptura (Q) dos ensaios, obtidas através dos métodos de
extrapolação (Van der Veen e Décourt), e as cargas que provocam o recalque
máximo (Pρmax), bem como suas respectivas cargas admissíveis são mostrados na
Tabela 7.1.
201
Tabela 7.1 Cargas de ruptura extrapoladas, cargas de recalque máximo e cargas admissíveis das fundações
Fundação Van der Veen Décourt Recalque máximo
Q (kN) Pad (kN) Q (kN) P ad (kN) Pρρρρmax (kN) Pad (kN)
Grupo 01 estaca 640 320 665 332,5 445 296,7
Grupo 02 estacas 1300 650 1575 787,5 1170 780
Grupo 04 estacas 2500 1250 2990 1495 2200 1466,7
Radier isolado 1850 925 3236,6 1618,3 - -
Radier 01 estaca 2000 1000 - - - -
Radier 02 estacas 3000 1500 5280,5 2640,2 2325 1550
Radier 04 estacas 4200 2100 6475,1 3237,5 2950 1966,7
O método de extrapolação de Décourt produziu bons ajustes às curvas carga
x recalque de todas as fundações, com exceção do radier com uma estaca, cuja
aplicação não foi possível, pois seu gráfico de rigidez (Figura 7.14) não caracteriza a
carga de ruptura.
As curvas extrapoladas, de Van der Veen, apresentam boa proximidade com
os resultados das provas de carga dos grupos de estacas e nos casos de radier
estaqueado com duas e quatro estacas. Nos casos de radier isolado e radier com
uma estaca realizou-se a extrapolação com os pontos finais do carregamento, pois
os pontos iniciais não se ajustam satisfatoriamente ao modelo exponencial proposto
pelo método. As cargas atingidas em ambos os ensaios foram insuficientes para
uma melhor precisão na extrapolação.
O critério de Décourt previu cargas de ruptura maiores que o critério de Van
der Veen em todos os ensaios. Nos grupos de estacas a diferença de previsão é de
até 16 % (grupo com quatro estacas). Já nos radiers estaqueados a maior variação,
na previsão de carga de ruptura entre os métodos, é de 43,2 % (radier com duas
estacas).
202
Não se determinou a carga para recalque máximo (Pρmax) nas fundações em
radier isolado e radier com uma estaca, pois os recalques atingidos nas provas de
carga, 16,2 e 15,7 mm respectivamente, não alcançaram o valor de 40 mm.
Para esses casos (radier isolado e radier com uma estaca) definiu-se a carga
admissível associando-a diretamente a um recalque considerado admissível (ρad),
isto é, sem aplicação de um fator de segurança à carga que provoca esse recalque.
Estipulou-se como recalque admissível o valor médio correspondente às
cargas admissíveis das fundações em radier com duas e quatro estacas (Tabela
7.2).
Tabela 7.2 Recalque médio equivalente as cargas admissíveis das fundações em radier com duas e quatro estacas
Fundação Pρρρρmax (kN) Pad (kN) ρρρρ (mm)
Radier 02 estacas 2325 1550 20,3
Radier 04 estacas 2950 1966,7 21,3
ρρρρmed = 20,8 mm
Determinou-se a carga admissível do radier isolado e do radier com uma
estaca, com uma extrapolação do trecho final das provas de carga até o recalque de
20,8 mm. Adotou-se como método de extrapolação uma equação do segundo grau,
pois esta se ajustou melhor que os critérios de Van der Veen e Décourt, aos últimos
pontos experimentais.
A Figura 7.22 e Figura 7.23 mostram o trecho extrapolado das duas curvas.
203
20,8
13800
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 500 1000 1500 2000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Figura 7.22 Extrapolação da curva carga x recalque, da fundação em radier isolado, ao recalque de 20,8
mm para definição da carga admissível
20,8
14200
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
0 500 1000 1500 2000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Figura 7.23 Extrapolação da curva carga x recalque, da fundação em radier com uma estaca, ao recalque
de 20,8 mm para definição da carga admissível
As cargas admissíveis (Pad) dos ensaios, segundo os métodos de previsão, e
seus recalques correspondentes (ρ) são mostradas na Tabela 7.3.
204
Tabela 7.3 Cargas admissíveis dos ensaios e recalques correspondentes
Fundação Van der Veen Décourt Recalque máximo
Pad (kN) ρρρρ (mm) Pad (kN) ρρρρ (mm) Pad (kN) ρρρρ (mm)
Grupo 01 estaca 320 15,5 332,5 17,9 296,7 12,1
Grupo 02 estacas 650 10,6 787,5 14,4 780 14,1
Grupo 04 estacas 1250 12,7 1495 14,5 1466,7 16,2
Radier isolado 925 8,6 1618,3 27,3 1380* 20,8
Radier 01 estaca 1000 10,6 - - 1420* 20,8
Radier 02 estacas 1500 17,0 2640,2 48,8 1550 20,3
Radier 04 estacas 2100 21,8 3237,5 48,7 1966,7 21,7
* Carga associada ao recalque admissível de 20,8 mm.
As cargas admissíveis das fundações em radier, obtidas pelo critério de
Décourt, não obedecem a critérios de deslocamentos máximos. Os recalques
variam entre 27,3 e 48,8 mm (radier isolado e radier com duas estacas
respectivamente). Os resultados excedem o limite de 25 mm, recomendado por
Terzaghi & Peck (1967), como recalque admissível (ρad), para fundações diretas em
areia.
Para os objetivos desse trabalho optou-se pelo critério de carga das
fundações em função do recalque máximo (ρmax), tendo em vista a imprecisão do
método de Van der Veen nos primeiros ensaios em radier (isolado e uma estaca) e
o recalque excessivo para a carga admissível das fundações em radier, segundo
Décourt.
A Tabela 7.4 mostra as cargas admissíveis adotadas neste trabalho e seus
recalques correspondentes. Considerou-se fator de segurança de 1,5 aplicado sobre
as cargas equivalentes ao recalque máximo de 40 mm.
205
Tabela 7.4 Cargas admissíveis adotadas e seus recalques correspondentes
Fundação Pρρρρmax (kN) Pad (kN) ρρρρ (mm)
Grupo 01 estaca 445 296,7 12,1
Grupo 02 estacas 1170 780 14,1
Grupo 04 estacas 2200 1466,7 16,2
Radier isolado 2070* 1380 20,8
Radier 01 estaca 2130* 1420 20,8
Radier 02 estacas 2325 1550 20,3
Radier 04 estacas 2950 1966,7 21,7
* Admitiu-se como carga equivalente ao recalque de 40 mm, a
carga correspondente ao recalque admissível de 20,8 mm
multiplicada por 1,5.
7.2. ANÁLISE DAS ESTACAS INSTRUMENTADAS
O resultado da instrumentação, com strain gages, nas estacas, permite
avaliar a carga em suas seções de topo e ponta. A análise da transferência de carga
em profundidade fundamenta-se no valor do módulo de elasticidade (módulo
tangente ou secante) da estaca.
O módulo tangente é quantificado na seção de referência (seção de topo),
através das medidas de carga da célula e da deformação do strain gage. Seu valor
é admitido constante ao longo do comprimento da estaca.
O módulo secante é variável e depende da deformação imposta. Seus
valores são obtidos pela metodologia proposta por Fellenius (2001).
7.2.1. TRANSFERÊNCIA DE CARGA ATRAVÉS DO MÓDULO TANGENTE
Os módulos de elasticidade das estacas são obtidos com os resultados das
instrumentações com strain gages. O módulo tangente é obtido pelo coeficiente
angular, no trecho elástico, do gráfico tensão x deformação do topo da estaca. A
Figura 7.24 mostra os referidos gráficos para as fundações em grupos de estacas.
206
Devido falha no sensor de topo, não são mostrados os resultados para o grupo de
quatro estacas.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Ten
são
(k
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Estaca HA6 (Grupo 01 Estaca)
Estaca HA3 (Grupo 02 Estacas)
Figura 7.24 Gráfico tensão x deformação das estacas instrumentadas dos grupos
O gráfico mostra que a estaca HA6 tem um comportamento mais linear
comparada à estaca HA3. Esta, por sua vez, apresenta uma maior inclinação de seu
diagrama tensão-deformação, e conseqüentemente um maior módulo de
elasticidade. A determinação dos módulos, através de regressão linear, é
apresentada na Figura 7.25 e Figura 7.26.
207
y = 16,598x
R² = 0,9976
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Ten
são
(k
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Grupo 1 Estaca
Figura 7.25 Módulo tangente (coeficiente angular) da estaca HA6 (grupo de uma estaca)
y = 30,643x
R² = 0,9881
0
2000
4000
6000
8000
10000
0 50 100 150 200 250 300 350
Ten
são
(k
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Grupo 2 Estacas
Figura 7.26 Módulo tangente (coeficiente angular) da estaca HA3 (grupo de duas estacas)
Os diagramas tensão-deformação das estacas instrumentadas nas fundações
em radier estaqueado são mostrados na Figura 7.27.
208
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
0 50 100 150 200 250 300
Te
nsã
o (
kP
a)
Deformação (µµµµm/m)
Estaca HA1 (Radier 01 Estaca) Estaca HA5 (Radier 02 Estacas)
Estaca HA13 (Radier 04 Estacas)
Figura 7.27 Gráfico tensão-deformação das estacas instrumentadas dos radiers estaqueados
Os gráficos tensão-deformação, separados por estaca, são iliustrados na
Figura 7.28, Figura 7.29 e Figura 7.30.
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 50 100 150 200
Ten
são
(k
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Radier 1 Estaca
Figura 7.28 Gráfico tensão-deformação da estaca HA1 (radier uma estaca)
209
0
1000
2000
3000
4000
5000
0 50 100 150 200 250
Ten
são
(k
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Radier 2 Estacas
Figura 7.29 Gráfico tensão-deformação da estaca HA5 (radier duas estacas)
0
2000
4000
6000
8000
10000
0 50 100 150 200 250 300
Ten
são
(k
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Radier 4 Estacas
Figura 7.30 Gráfico tensão-deformação da estaca HA13 (radier quatro estacas)
Os diagramas tensão-deformação, da Figura 7.27, têm valores próximos de
zero nos primeiros carregamentos. O comportamento é mais evidente na estaca
HA5, do radier com duas estacas (Figura 7.29), em que o gráfico é praticamente
horizontal até o quinto estágio de carga.
210
O resultado inesperado ocorre apenas nas estacas instrumentas das
fundações em radier estaqueado. Para esses casos desconsiderou-se a medida de
carga das células, por considerá-las não confiáveis. O cálculo do módulo tangente é
realizado em função do fck do concreto de acordo com a equação da Norma NBR
6118/2003 Projeto de Estrutura de Concreto:
2/15600 ckfE = (7.1)
Admitiu-se como fck o valor de 14,8 MPa, equivalente à resistência à compressão
média, do concreto dos corpos de prova das estacas (Tabela 5.2). O módulo de
elasticidade é igual a 21,5 GPa, de acordo com a equação (7.1).
Os módulos tangentes das estacas obtidos experimentalmente (grupos de
estacas) e calculados (radiers estaqueados) são mostrados na Tabela 7.5.
Tabela 7.5 Módulo de elasticidade das estacas
Estaca Fundação Módulo (GPa) R 2
Estaca HA6 Grupo 01 estaca 16,6 (experimental) 0,998
Estaca HA3 Grupo 02 estacas 30,6 (experimental) 0,988
Estaca HA9 Grupo 04 estacas * *
Estaca HA1 Radier 01 estaca 21,5 (calculado) -
Estaca HA5 Radier 02 estacas 21,5 (calculado) -
Estaca HA13 Radier 04 estacas 21,5 (calculado) -
* Falha na instrumentação da seção superior
A transferência de carga em profundidade nas estacas, calculada através do
módulo tangente, é mostrada nos gráficos da Figura 7.31 à Figura 7.34. A carga
total aplicada à fundação é indicada, entre parênteses, no eixo das abscissas. A
distribuição de carga entre estacas é mostrada na seção 7.3 – Análise do Grupo de
Estacas.
211
61 131 213 267 312 359 395 442 494 521 552
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Pro
fun
did
ad
e (
m)
Carga (kN)
Figura 7.31 Transferência de carga pelo módulo tangente experimental - Estaca HA6 (grupo 01 estaca)
Figura 7.32 Transferência de carga pelo módulo tangente experimental - Estaca HA3 (grupo 02 estacas)
212
Figura 7.33 Transferência de carga pelo módulo tangente calculado- Estaca HA1 (radier uma estaca)
Figura 7.34 Transferência de carga pelo módulo tangente calculado - Estaca HA5 (radier 2 estacas)
Não há representação gráfica da transferência de carga em profundidade do
grupo e radier com quatro estacas devido à falha na medida dos sensores. Para o
grupo de quatro estacas a falha ocorre na instrumentação de topo. Já para o radier
com quatro estacas a falha ocorreu nos sensores de ponta.
213
7.2.2. TRANSFERÊNCIA DE CARGA ATRAVÉS DO MÓDULO SECANTE
O cálculo do módulo secante das estacas seguiu a proposta de Fellenius
(2001). Os valores do módulo são encontrados a partir das deformações medidas,
através da equação:
BAε0,5Es += (7.2)
em que “A” e “B” são os coeficientes angular e linear da reta ajustada aos pontos do
gráfico módulo tangente-deformação (ε). As regressões lineares e seus respectivos
coeficientes, das fundações em grupos de estacas, são mostrados na Figura 7.35 e
Figura 7.36. Nas fundações em radier estaqueado, o valor do módulo secante é o
mesmo do módulo tangente, pois este, adotado com base no fck do concreto, é
constante, e não varia com a deformação.
y = 0,0089x + 14,335
R² = 0,3595
0
5
10
15
20
25
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500
Mó
du
lo T
an
ge
nte
(G
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Figura 7.35 Equação linear do módulo secante – Estaca HA6 (grupo uma estaca)
214
y = -0,0474x + 36,32
R² = 0,5947
0
20
40
60
0 50 100 150 200 250 300 350
Mó
du
lo T
an
ge
nte
(G
Pa
)
Deformação (µµµµm/m)
Diagrama Módulo Tangente
Figura 7.36 Equação linear do módulo secante – Estaca HA3 (grupo duas estacas)
Os resultados da transferência de carga em profundidade das estacas
instrumentadas são mostrados da Figura 7.37 à Figura 7.38. Os gráficos
representam as cargas calculadas pelo módulo secante (FELLENIUS, 2001) em
função da profundidade.
53 117 195 247 292 339 377 426 482 511 547
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 550 600
Pro
fun
did
ad
e (
m)
Carga (kN)
Figura 7.37 Transferência de carga pelo módulo secante - Estaca HA6 (grupo 01 estaca)
215
Figura 7.38 Transferência de carga pelo módulo secante - Estaca HA3 (grupo 02 estacas)
7.2.3. PRECISÃO DOS MEDIDORES DE CARGA
A precisão das cargas calculadas pelos strain gages (PCal) é avaliada em
função da carga medida pela célula (PMed), considerada padrão. O comparativo,
realizado na seção de topo, mostra a razão de cargas Pcal/Pmed, considerando-se os
módulos tangentes e secantes (Tabela 7.6).
Tabela 7.6 Média e desvio padrão (Sd) da razão de carga PCal/PMed
Estaca Fundação Calculo Mód. Tang. Cálculo Mod. Secante
PCal/PMed(1) Sd PCalc/PMed
(1) Sd
Estaca HA6 Grupo 01 estaca 0,97 0,08 0,91 0,10
Estaca HA3 Grupo 02 estacas 0,91 0,14 0,95 0,11
Estaca HA9 Grupo 04 estacas --- --- --- ---
(1) PCal/PMed: Média dos estágios de carga.
Obs. Estaca HA9 sem valores, pois não possui dados de instrumentação na seção superior.
216
A ilustração gráfica da análise é apresentada na Figura 7.39. O estudo não
contempla as fundações em radier estaqueado, pois suas medições de célula foram
desconsideradas.
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
HA6 HA3 HA9
Pca
l/P
me
d
Estaca
Módulo Tangente Módulo Secante
Figura 7.39 Relação PCal/PMed para as estacas instrumentadas
A razão de cargas Pcal/Pmed tem valores próximos de um nas fundações
analisadas. Os melhores resultados da comparação ocorrem nas estacas HA6
(módulo tangente) e HA3 (módulo secante). Ambas têm precisão superior a 95%,
sobre a carga medida.
A dispersão dos valores, analisada pelo desvio padrão, é considerada baixa.
Os resultados mostram que há consistência entre as medidas realizadas pelos
strain gages e as medidas da célula de carga para os grupos de estacas.
7.2.4. CARGA DE PONTA DAS ESTACAS INSTRUMENTADAS
As parcelas de carga relativas à resistência de ponta, calculados através dos
strain gages, são mostradas da Tabela 7.7 à Tabela 7.10.
217
Tabela 7.7 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA6 (grupo 01 estaca)
Carga (Mod. Tangente) Carga (Mod. Secante) % Ponta
Topo (kN) Ponta (kN) Topo (kN) Ponta (kN)
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
61,0 10,6 53,5 9,3 17,3%
131,4 35,2 117,3 31,4 26,8%
213,4 62,2 194,7 56,7 29,1%
267,4 79,7 247,2 73,7 29,8%
312,0 102,0 291,5 95,4 32,7%
358,9 133,7 339,2 126,4 37,3%
395,2 166,5 376,9 158,8 42,1%
442,1 214,6 426,4 207,0 48,5%
493,7 279,1 481,9 272,5 56,5%
520,7 326,0 511,5 320,3 62,6%
552,4 399,9 546,6 395,7 72,4%
Tabela 7.8 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA3 (grupo 02 estacas)
Carga (Mod. Tangente) Carga (Mod. Secante) % Ponta
Topo (kN) Ponta (kN) Topo (kN) Ponta (kN)
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
26,6 16,2 31,3 19,1 61,0%
116,7 45,4 133,7 52,0 38,9%
209,7 80,0 233,3 89,0 38,1%
296,2 112,4 320,4 121,6 38,0%
378,3 151,3 398,2 159,3 40,0%
467,0 192,4 476,8 196,5 41,2%
566,4 240,0 558,3 236,5 42,4%
598,8 304,8 583,4 297,0 50,9%
624,8 389,1 602,9 375,5 62,3%
218
Tabela 7.9 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA1 (radier 01 estaca)
Carga (Mod. Tangente) Carga (Mod. Secante) % Ponta
Topo (kN) Ponta (kN) Topo (kN) Ponta (kN)
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
1,7 0,5 1,7 0,5 26,1%
13,2 1,1 13,2 1,1 8,0%
34,6 1,8 34,6 1,8 5,2%
44,1 6,1 44,1 6,1 13,8%
72,9 16,7 72,9 16,7 22,9%
109,4 33,4 109,4 33,4 30,6%
148,9 50,1 148,9 50,1 33,7%
182,3 66,8 182,3 66,8 36,7%
217,2 86,6 217,2 86,6 39,9%
258,2 115,4 258,2 115,4 44,7%
Tabela 7.10 Cargas nas seções instrumentadas, segundo os módulos tangente e secante, e porcentagem de ponta para a estaca HA5 (radier 02 estacas)
Carga (Mod. Tangente) Carga (Mod. Secante) % Ponta
Topo (kN) Ponta (kN) Topo (kN) Ponta (kN)
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
18,9 5,6 18,9 5,6 29,5%
65,3 30,4 65,3 30,4 46,5%
95,7 48,6 95,7 48,6 50,8%
120,0 62,3 120,0 62,3 51,9%
139,7 74,4 139,7 74,4 53,3%
167,1 91,1 167,1 91,1 54,5%
199,0 110,9 199,0 110,9 55,7%
250,6 139,7 250,6 139,7 55,8%
302,3 177,7 302,3 177,7 58,8%
353,9 218,7 353,9 218,7 61,8%
As reações de ponta das estacas aumentam gradativamente com os
sucessivos estágios de carregamento. Observa-se que, no último estágio, as
219
parcelas de ponta são maiores que as parcelas de atrito lateral. À exceção da
estaca HA1, que apresenta o menor valor de carga recebida (258,2 kN) entre as
estacas instrumentadas.
A estaca isolada (HA6) apresenta parcelas relativas de resistência de ponta
de 48,9% e 31,7%, para a carga de recalque máximo (Pρmax) e carga admissível
(Pad), respectivamente.
7.2.5. MOBILIZAÇÃO DO ATRITO LATERAL E REAÇÃO DE PONTA DA ESTACA
ISOLADA
O comportamento de uma estaca vertical pode ser analisado com base nas
Relações de Cambefort para atrito lateral e reação de ponta.
A Figura 7.40 mostra o gráfico do atrito lateral unitário em função do
deslocamento médio do fuste (1ª Lei de Cambefort) para a Estaca HA6 (grupo de
uma estaca).
Realizou-se a análise apenas com a estaca isolada, pois para a comparação
do atrito lateral e reação de ponta, com o deslocamento médio, são necessários os
valores de recalque medidos no topo da estaca. Tal condição não ocorre nas outras
fundações, que tiveram as medidas de recalque efetuadas no topo do bloco.
Figura 7.40 Atrito lateral unitário em função do deslocamento médio do fuste (Estaca HA6)
220
O gráfico de reação de ponta em função do deslocamento acumulado da
ponta é mostrado na Figura 7.41.
Figura 7.41 Reação de ponta conforme Segunda Lei de Cambefort (Estaca HA6)
A análise da Figura 7.40 e Figura 7.41 indica situações diferentes quanto ao
formato das curvas. Na primeira Lei de Cambefort (Figura 7.40) percebe-se que o
atrito lateral unitário médio é plenamente mobilizado, com a estabilização da curva
na horizontal. Tal comportamento não ocorre na Segunda Lei de Cambefort (Figura
7.41), visto o formato ascendente da curva.
O valor máximo de atrito lateral unitário e a reação de ponta atingida durante
o ensaio de prova de carga na estaca isolada são apresentados na Tabela 7.11.
Tabela 7.11 Atrito lateral unitário máximo e reação de ponta (Estaca HA6)
Estaca Atrito lateral (f u) Reação de ponta (q P)
Estaca HA6 52 kPa 5531 kPa
O valor limite do atrito lateral é de 52 kPa e ocorre com o deslocamento da
estaca da ordem de 18,7 mm.
O deslocamento da estaca não foi suficiente para atingir o limite da reação de
ponta. O gráfico da Figura 7.41 mostra que a reação aumenta com os
221
carregamentos e seu valor máximo (5531 kPa) é alcançado no último estágio de
carga.
Analisou-se a transferência de carga na estaca através do “Método das Duas
Retas Modificado” (FONSECA et al., 2007) na interpretação de provas de carga em
estacas “curtas”. A construção gráfica do método, para estacas escavadas, aplicado
à estaca HA6 é mostrada na Figura 7.42.
Po = 292,5 + 3,82yo
Po = 20,8yo +82,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 100 200 300 400 500 600
De
slo
cam
en
to y
o (
mm
)
Carga Po (kN)
Figura 7.42 Construção gráfica para determinação do Atrito Lateral na Ruptura (Alr)
Com o módulo de elasticidade obtido através da instrumentação, E = 16,6
GPa, determina-se a rigidez estrutural da estaca Kr:
kN/mm 260,6Kh
ESK rr =⇒=
(7.3)
em que “S” e “h” são a seção e comprimento da estaca, respectivamente.
A partir do gráfico da Figura 7.42 têm-se as equações das retas dos trechos
2-3 (P0 = 82,3 + 20,8y0) e 4-5 (P0 = 292,5 + 3,82y0). O parâmetro RSp é calculado
pela equação:
222
rp2 K
1
RS
1
d
1+=
(7.4)
onde d2 é o coeficiente angular da equação da reta do trecho 4-5 (d2 = 3,82).
Cálculos interativos entre β´3, z e λ (rigidez relativa estaca-solo), leva a: λ =
0,06; β´3 = 0,31; z = 0,26. O parâmetro k, também obtido interativamente, é igual a
0,0675. As fórmulas dos parâmetros são descritas no item 2.7.3 do Capítulo 2.
O coeficiente w2 = [1/(cosh(z)+senh(z)] e AS = (c1/w2) são, respectivamente,
iguais a 1,05 e 78,5 kN. O valor de µAlr é calculado pela equação:
r
2
1lr
2K
d1
dASµA
−=+
(7.5)
como µ =1, por ser estaca escavada, Alr é igual a 216,2 kN.
O deslocamento para mobilização do atrito (y1) é determinado pela equação:
zc
Ay lr
´3
21
βµµ =
(7.6)
A Tabela 7.12 mostra os resultados obtidos pelas Leis de Cambefort e pela
construção gráfica (Método das Duas Retas Modificado). Indicam-se os seguintes
parâmetros: força de atrito lateral na ruptura (Alr), parâmetro de Cambefort R (na
forma RSp) e y1, e o coeficiente de rigidez relativa estaca solo k.
Tabela 7.12 Resultados das análises de transferência de carga para a estaca HA6
Parâmetros Cambefort Duas Retas
Alr 220,4 kN(1) 216,2 kN
RSp 4,4 kN/mm(2) 3,9 kN/mm
k - 0,0675
y1 18,7 mm 12,3 mm (1) Força equivalente ao atrito lateral de 52 kPa (2) RSp equivalente a R = 64 kPa/mm
223
O Método das Duas Retas Modificado (MDRM) mostra que o atrito lateral é
menor, que a análise de Cambefort, e que sua mobilização ocorre com menos
deslocamento. A análise MDRM indica que Alr equivale a 98%, e y1 a 66%, dos
resultados obtidos por Cambefort. O desempenho da reação de ponta, expresso por
RSp, também é inferior na análise MDRM.
A rigidez relativa estaca solo encontrada (k = 0,0675 < 2) indica que a estaca
é “rígida” ou “curta”.
A mobilização plena do atrito lateral pode ser estimada pelo gráfico rigidez x
carga segundo Décourt (1996b). De acordo com o autor, o ponto onde a curva
torna-se sub-horizontal indica aproximadamente, quando a transferência de carga
da estaca ao solo passa a se fazer apenas por ponta. A Figura 7.43 mostra a
resistência lateral por atrito (QL) obtida graficamente pelo critério de ruptura de
Décourt.
Ql =220 kN
0
50
100
150
200
250
300
0 100 200 300 400 500 600
Rig
ide
z (k
N/m
m)
Carga (kN)
Estaca Isolada
Figura 7.43 Resistência lateral por atrito obtida no gráfico de rigidez (estaca isolada)
A análise gráfica mostra que a resistência lateral (Ql) é de 220 kN e a
resistência de ponta é 445 kN. O atrito lateral unitário (fu) e resistência de ponta (qu)
unitária são 51,9 kPa e 6303,1 kPa, respectivamente. O valor do atrito lateral
224
unitário na ruptura (fu = 51,9 kN) é muito próximo do valor indicada pela Primeira Lei
de Cambefort (fu = 52 kN).
A Figura 7.44 e Figura 7.45 mostram o atrito lateral unitário (fu) e reação de
ponta (qu) na ruptura segundo métodos semi-empíricos de cálculo da capacidade de
carga de estacas. Os métodos, baseados em ensaios de campo (NSPT médios), são
os seguintes: Aoki – Velloso (1975), Decourt – Quaresma (1978) e Teixeira (1996).
Considerou-se a estaca hollow auger como uma estaca escavada, para os
cálculos semi-empíricos de capacidade de carga. Adotaram-se os valores de F1 =
3,0 e F2 = 6,0 (sugeridos por Alonso, 1998) no Método Aoki – Velloso e
consideraram-se os coeficientes α e β no Método Décourt – Quaresma para o caso
de estaca escavada em geral (DÉCOURT, ALBIERO E CINTRA, 1996).
21,623
37
52
0
10
20
30
40
50
60
Aoki-Velloso Decourt-Quaresma Teixeira Cambefort
f u(k
Pa
)
Método
Figura 7.44 Atrito lateral unitário segundo métodos semi empíricos
225
8666,7
6840 6840
5531
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
Aoki-Velloso Decourt-Quaresma Teixeira Cambefort
qu
(kP
a)
Método
Figura 7.45 Resistência de ponta unitária segundo métodos semi empíricos
Os valores do atrito lateral na ruptura, calculados pelos métodos semi-
empíricos, estão abaixo do valor calculado pela Primeira Lei de Cambefort (52 kPa).
O método de Teixeira apresenta o resultado mais próximo (37 kPa). A Segunda Lei
de Cambefort produz o menor valor de resistência de ponta. Ressalta-se que seu
limite não é atingido, conforme mostrado no gráfico da Figura 7.41 (qp versus
deslocamento).
A Tabela 7.13 apresenta os valores de capacidade de carga, da estaca HA6
segundo os métodos semi-empíricos. Consideraram-se os valores médios de NSPT,
da primeira campanha de sondagem (SP1 e SP2). A Figura 7.46 mostra a ilustração
gráfica dos resultados entre os métodos semi-empíricos e as cargas de ruptura
extrapoladas.
Tabela 7.13 Capacidade de carga (Q) para a estaca HA6 segundo métodos semi-empíricos
Método f u (kPa) q u (kPa) Q (kN)
Aoki - Velloso 21,6 8666,7 703,8
Decourt - Quaresma 23 6840 578,9
Teixeira 37 6840 640,1
226
640665
611
703,8
578,9
640,1
0
100
200
300
400
500
600
700
800
Ca
rga
de
Ru
ptu
ra (
kN
)
Método
Figura 7.46 Cargas de ruptura estimadas para a estaca HA6
O método de Teixeira (1996) destaca-se, entre os métodos semi-empíricos
analisados, pelos resultados próximos de carga de ruptura, com os critérios de
extrapolação. A capacidade de carga prevista pelo método corresponde a 96,2% da
carga extrapolada de Décourt (Rigidez). Em relação ao critério de Van der Veen,
pode-se afirmar que há uma coincidência entre os valores.
A carga de ruptura estimada pelo método Aoki – Velloso é 5,8% maior que a
carga indicada por Décourt (Rigidez), e 9,9% que a carga indicada por Van der
Veen.
O método Décourt – Quaresma apresenta cargas de ruptura menores que os
critérios de extrapolação. Seu resultado é mais conservador e a favor da segurança.
A capacidade de carga estimada pelo método equivale a 90% da carga de Van der
Veen, e a 87% da carga de Décourt (Rigidez). Trata-se da maior diferença entre
cargas, prevista e extrapolada, entre os métodos semi-empíricos adotados.
Para o cálculo de carga, segundo as relações de Cambefort, não se
considerou a resistência plena de ponta, pois seu limite não é atingido no ensaio.
Mesmo assim, a diferença de previsão, com Van der Veen, é menor que 5%.
227
7.3. ANÁLISE DO GRUPO DE ESTACAS
O estudo do grupo avalia a distribuição da carga entre estacas, com as
medidas das células, e com os deslocamentos sofridos pelo bloco, medidos pelo
extensômetros mecânicos. Os efeitos da proximidade, entre estacas, são
interpretados através do fator de eficiência e da taxa de recalque do grupo.
7.3.1. DISTRIBUIÇÃO DE CARGA ENTRE ESTACAS
Mediu-se a carga aplicada, no topo das estacas, de um mesmo grupo,
através de células individuais, com capacidade para 1000 kN, instaladas abaixo do
bloco pré-moldado.
A mobilização da carga individual, em cada estaca, e da carga total, em
função do deslocamento médio para o grupo de duas estacas é mostrado na Figura
7.47.
Figura 7.47 Mobilização da carga individual em cada estaca e da carga total no grupo de duas estacas
A distribuição de carga entre as estacas do grupo em função do
deslocamento médio é mostrada na Figura 7.48.
228
Figura 7.48 Distribuição de carga entre estacas (grupo de duas estacas)
Os deslocamentos medidos no bloco pré moldado, usado para transmitir a
carga total às estacas, são mostrados na Figura 7.49.
Figura 7.49 Deslocamento do bloco pré moldado de acordo com posicionamento dos extensômetros
(ensaio no grupo de duas estacas)
229
A mobilização da carga individual, em cada estaca, e da carga total, em
função do deslocamento médio para o grupo de quatro estacas é mostrado na
Figura 7.50.
Figura 7.50 Mobilização da carga individual em cada estaca e da carga total no grupo de quatro estacas
A distribuição de carga entre estacas do grupo em função do deslocamento
médio é mostrada na Figura 7.51.
Figura 7.51 Distribuição de carga entre estacas (grupo de quatro estacas)
230
Os deslocamentos medidos no bloco pré-moldado, usado para transmitir a
carga total às estacas, são mostrados na Figura 7.52.
Figura 7.52 Deslocamento do bloco pré moldado de acordo com posicionamento dos extensômetros
(ensaio no grupo de quatro estacas)
A Figura 7.48 mostra que, as duas estacas do grupo, têm um comportamento
uniforme na absorção do carregamento, a partir do segundo estágio. Nota-se uma
tendência, com o desenvolvimento do ensaio, de equilíbrio na distribuição de carga
entre as estacas. No último estágio do teste, a estaca HA3 recebe 51,5% do
carregamento e a estaca HA2 48,5%.
A medição dos extensômetros mostra que o bloco sofreu desníveis durante o
carregamento (Figura 7.49). Os extensômetros 3 e 4, posicionados próximos à
estaca HA3, indicaram deformações maiores que os extensômetros 1 e 2, próximos
da estaca HA2. O desnível máximo do bloco, durante os estágios de carga, é de 5,6
mm.
O carregamento inicial no grupo de quatro estacas tem a maior parte da
carga absorvida por três estacas: 43 % (estaca HA9), 25 % (estaca HA8) e 31 %
(estaca HA10). No segundo estágio observa-se uma diminuição na carga da estaca
HA9 e um aumento nas estacas HA7, HA8 e HA10. Ao final do carregamento a
231
distribuição de carga é mais equilibrada entre as estacas. A porcentagem absorvida
por cada estaca, no último estágio, é mostrada na Figura 7.53.
HA7; 32%
HA8; 18%HA9; 25%
HA10; 25%
Distribuição carga entre estacas - último estágio
Figura 7.53 Distribuição de carga entre as quatro estacas (último estágio)
O bloco apresenta variações nos desníveis com mudanças de direção
durante o carregamento (Figura 7.52). O desnível médio atingiu 9,1 mm no
penúltimo estágio do carregamento gerando rotação na direção das estacas HA7 e
HA9.
7.3.2. EFEITO DE GRUPO
Calculou-se o efeito de grupo das estacas hollow auger através do fator de
eficiência, dado pela relação entre a capacidade de carga do grupo e de uma estaca
isolada:
∑=n
1PPG QηQ (7. 7)
A Figura 7.54 mostra as curvas carga-recalque dos grupos de estacas, e a
carga correspondente ao recalque máximo de 40 mm.
232
445
1170 22000
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 2200 2400
De
slo
cam
en
to (
mm
)Carga (kN)
Grupos de Estacas
Grupo 1 Estaca
Grupo 2 Estacas
Grupo 4 Estacas
Figura 7.54 Cargas para o recalque máximo das fundações em grupos de estacas
A Tabela 7.14 apresenta os fatores de eficiência (η) dos grupos de estacas,
em função da capacidade de carga das fundações (Q) - calculadas pelos métodos
de extrapolação - e da carga equivalente ao recalque máximo (Pρmax).
Tabela 7.14 Fator de eficiência (ηηηη) em grupo de estacas
Fundação Van der Veen Décourt Recalque máximo
Q (kN) ηηηη Q (kN) ηηηη Pρρρρmax (kN) ηηηη
Grupo 01 estaca 640 - 665 - 445 -
Grupo 02 estacas 1300 1,02 1575 1,18 1170 1,31
Grupo 04 estacas 2500 0,98 2990 1,12 2200 1,24
Os resultados mostram que a capacidade de carga do grupo é superior a
soma das capacidades de carga individuais das estacas, à exceção do grupo de
quatro estacas, calculado por Van der Veen. O valor da eficiência maior que um é
esperado para solos arenosos (GUSMÃO FILHO, 2003).
Os valores de eficiência, para o grupo com quatro estacas, situam-se entre
0,98 e 1,24. O resultado é próximo do relatado por Vesic14 (1969) apud Freitas
14 VESIC, 1969, apud FREITAS, 2010, p. 31
233
(2010). De acordo com o autor, a eficiência do grupo de quatro estacas, em areia,
para o espaçamento de 3,5∅, é em torno de 1,30 (Figura 7.55).
Figura 7.55 Fator de eficiência para grupo de estacas em areia (Vesic, 1969, apud Freitas, 2010)
7.3.3. TAXA DE RECALQUE DO GRUPO
A taxa de recalque do grupo (Rs) relaciona o recalque do grupo (ρ) com o
recalque da estaca isolada (ρs), ambos no trecho elástico:
SsR
ρρ
= (7.8)
em que ρs é o recalque da estaca isolada para a carga média de trabalho do grupo
(P/n).
A obtenção dos recalques, dos grupos e da estaca isolada, nos trechos
elásticos, é mostrada na Figura 7.56 e Figura 7.57.
234
Figura 7.56 Determinação dos recalques, nos trechos elásticos, do grupo de duas estacas e da estaca
isolada, para a carga de trabalho de 780 kN e carga média de 390 kN, respectivamente
Figura 7.57 Determinação dos recalques, nos trechos elásticos, do grupo de quatro estacas e da estaca isolada, para a carga de trabalho de 1466,7 kN e carga média de 366,7 kN, respectivamente
Os valores de Rs, correspondentes às cargas admissíveis, para os grupos de
estacas são mostrados na Tabela 7.15.
Tabela 7.15 Taxa de recalque (Rs) para os grupos de estacas
Fundação Pad (kN) Pmédia (kN) ρρρρs (mm) ρρρρ (mm) Rs
Grupo 02 estacas 780 390 12,4 15,3 1,23
Grupo 04 estacas 1466,7 366,7 12,5 14,1 1,13
235
Os valores de RS, maiores que um, indicam que, as estacas de um mesmo
grupo, sofrem interações mútuas. Os resultados mostram que o recalque do grupo
de estacas, sujeito a uma carga média por estaca, é maior do que o da estaca
isolada, sob a mesma carga.
Os valores dos fatores de redução de grupo RG são apresentados na Tabela
7.16.
Tabela 7.16 Fator de redução de grupo RG = RS/n
Fundação Rs R G
Grupo 02 estacas 1,23 0,62
Grupo 04 estacas 1,13 0,28
A Figura 7.58 mostra os pontos experimentais do fator de redução de grupo
RG comparando-o com a equação (2.51) para cálculo de RG.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,1 1,0 10,0 100,0
RG
Razão aparente (R)
Equação
Grupo 2 Estacas
Grupo 4 Estacas
Figura 7.58 Comparação entre pontos experimentais RG e equação (2.47) para cálculo de RG
Os valores de RG encontrados seguem resultados da literatura técnica (RG
sempre é menor que a unidade). Um comparativo entre os casos documentados por
Mandolini e os valores de RG encontrados é apresentado na Figura 7.59.
236
Figura 7.59 Pontos de RG encontrados e pontos relatados por Mandolini (adaptado de Mandolini, Russo
e Viggiani, 2005)
Os pontos de RG encontrados situam-se na distribuição de pontos relatados
por Mandolini e próximos da curva que representa a equação para cálculo de RG em
função da razão aparente R = (ns/L)0,5.
7.4. ANÁLISE DO RADIER ESTAQUEADO
O estudo das fundações em radier estaqueado analisa a distribuição de carga
entre seus elementos (estacas e radier) e seus respectivos fatores de eficiência -
comparação de desempenho de cada elemento entre as situações isoladas e
associadas (radier estaqueado). Avaliam-se o aumento da capacidade de carga,
devido ao contato do radier com o solo, e as relações entre fatores de segurança
dos elementos. Por fim, simula-se o comportamento do radier estaqueado através
do método PDR – Poulos, Davis & Randolph.
237
7.4.1. DISTRIBUIÇÃO DE CARGA ENTRE ESTACAS E RADIER
A análise das estacas instrumentadas (seção 7.2 da Tese) mostrou um
comportamento anômalo, nas medições de carga das células individuais
(capacidade de 1000 kN), nos casos de radier estaqueado.
Em função disso, avaliou-se a distribuião de carga nas estacas – do radier
estaqueado – com as medidas de deformação dos strain gages (instalados na
estaca instrumentada de cada fundação).
Considerou-se o módulo tangente de 21,5 GPa, conforme cálculo em função
do fck (seção 7.2.1), e admitiu-se uma distribuição de carga equilibrada entre as
estacas do elemento de fundação.
A carga absorvida pelo radier, e distribuída diretamente ao solo, é obtida pela
subtração da carga total (medida no topo do radier - célula de 4000 kN) pelas
cargas absorvidas nas estacas (medidas pelos strain gages).
A Figura 7.60 mostra as cargas totais, e divididas entre os elementos, em
função do recalque médio da fundação em radier com uma estaca.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier estaqueado (carga total)
Estaca (carga individual)
Radier (subtração das cargas)
Figura 7.60 Gráfico carga-recalque do radier e estaca (fundação em radier com uma estaca)
238
Os gráficos de distribuição de carga entre os elementos (estacas e radier), da
fundação em radier com uma estaca, são apresentados na Figura 7.61 e Figura 7.
62.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
De
slo
cam
en
to (
mm
)Carga Distribuída (%)
Estaca Radier Figura 7.61 Distribuição de carga entre elementos (fundação em radier com uma estaca)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
12
0
24
0
36
0
48
0
60
0
72
0
84
0
96
0
10
80
12
00
Po
rce
nta
ge
m (
%)
Carga (kN)
Radier
Estaca
Figura 7. 62 Porcentagem de carga absorvida pelo radier e estaca (fundação em radier com uma estaca)
239
A Figura 7.63 mostra as cargas totais, e divididas entre os elementos, em
função do recalque médio da fundação em radier com duas estacas.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 500 1000 1500 2000 2500 3000
De
slo
cam
en
to (
mm
)Carga (kN)
Radier estaqueado (carga total)
Estacas (soma cargas individuais)
Radier (subtração das cargas)
Figura 7.63 Gráfico carga-recalque do radier e duas estacas (fundação em radier com duas estacas)
Os gráficos de distribuição de carga entre os elementos (estacas e radier), da
fundação em radier com uma estaca, são apresentados na Figura 7. 64 e Figura
7.65.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga Distribuída (%)
Estacas Radier Figura 7. 64 Distribuição de carga entre o radier e duas estacas (fundação em radier com duas estacas)
240
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
24
0
46
0
71
7
95
6
11
96
14
35
16
74
19
13
21
52
23
92
Po
rce
nta
ge
m (
%)
Carga (kN)
Radier
Estacas
Figura 7.65 Porcentagem de carga absorvida pelo radier e duas estacas (fundação em radier com duas
estacas)
A Figura 7.66 mostra as cargas totais, e divididas entre os elementos, em
função do recalque médio da fundação em radier com quatro estacas.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier Estaqueado (carga total)
Estacas (soma cargas individuais)
Radier (subtração das cargas)
Figura 7.66 Gráfico carga-recalque do radier e quatro estacas (fundação em radier com quatro estacas)
241
Os gráficos de distribuição de carga entre os elementos (estacas e radier), da
fundação em radier com uma estaca, são apresentados na Figura 7.67 e Figura
7.68.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100D
esl
oca
me
nto
(m
m)
Carga Distribuída (%)
Estacas Radier Figura 7.67 Distribuição de carga entre o radier e quatro estacas (fundação em radier com quatro
estacas)
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
32
2
64
4
96
6
12
88
16
10
19
32
22
54
25
76
28
98
32
20
Po
rce
nta
ge
m (
%)
Carga (kN)
Radier
Estacas
Figura 7.68 Porcentagem de carga absorvida pelo radier e quatro estacas (fundação em radier com
quatro estacas)
242
Os gráficos mostram que, a divisão de carga entre os elementos, tende a se
estabilizar, nos últimos estágios (nono e décimo) dos ensaios. A distribuição final do
carregamento, entre o radier (PR) e as estacas (PPG), é mostrada na Tabela 7.17.
Tabela 7.17 Distribuição de carga entre o radier e o grupo de estacas
Fundação P R (%) PPG (%)
Radier 01 estaca 80 20
Radier 02 estacas 70 30
Radier 04 estacas 50 50
O radier absorve a maior parte do carregamento, à exceção da combinação
com o grupo de quatro estacas, em que, ao final do ensaio, a carga é dividida
igualmente entre os elementos (50% no grupo e 50% no radier).
A Tabela 7.17 mostra um crescimento de PPG com o aumento do número de
estacas. A tendência observada indica que, grupos de cinco ou mais estacas,
devem absorver a maior parte do carregamento entre os elementos.
O desempenho superior do radier, na absorção de carga, pode ser explicado
pelas características geotécnicas da camada de apoio e pelas relações de áreas
entre o grupo e o radier (AG/A).
A camada de assentamento do radier é classificada como uma areia,
medianamente compacta. De acordo com o perfil estratigráfico traçado (Figura 4.9),
a um metro de profundidade, o valor do NSPT varia entre 11 e 14 golpes. Tais
condições favorecem a absorção de carga no radier.
A relação de área, entre o grupo de estacas e radier (AG/A), influencia a
distribuição de carga entre os elementos. Os valores de AG/A, adotados nas
fundações, beneficiam o desempenho do radier, na absorção dos carregamentos.
As relações de área são mostradas na Tabela 7.18.
243
Tabela 7.18 Relação de áreas entre grupo de estacas e radier
Fundação A G (m2) A (m 2) AG/A (m 2)
Radier 01 estaca 0,07 2,40 0,03
Radier 02 estacas 0,32 2,40 0,17
Radier 04 estacas 1,10 2,40 0,46
AG = área do grupo de estacas; A = área do radier
A área do grupo (AG) é a área entre eixos das estacas (Figura 7.69a). Para o
radier com duas estacas, considerou-se o diâmetro da estaca, como largura da área
do grupo (Figura 7.69b).
1,55 m
1,05
m
1,55 m1,
05 m
Figura 7.69 Área do grupo de estacas (AG)
7.4.2. EFICIÊNCIA DOS ELEMENTOS
A capacidade de carga de um radier estaqueado pode ser obtida pela soma
da resistência dos elementos (radier e estacas) considerando seus respectivos
fatores de eficiência.
A eficiência é a relação entre a parcela de carga do elemento (radier ou
estaca) na ruptura, quando combinado em um radier estaqueado, pela carga de
ruptura do elemento isolado:
244
PGPGRRPR Q.αQ.αQ += (7.9)
As parcelas de carga dos elementos combinados são determinadas através
dos gráficos de distribuição de carga entre o radier e estacas (Figura 7.61, Figura 7.
64 e Figura 7.67). Seus valores, em termos percentuais e absolutos, para as cargas
correspondentes ao recalque máximo de 40 mm, são mostrados na Tabela 7.19.
Tabela 7.19 Parcelas de carga dos elementos combinados
Fundação PR PPG
(%) (kN) (%) (kN)
Radier 01 estaca 80 1704 20 426
Radier 02 estacas 70 1627 30 698
Radier 04 estacas 50 1475 50 1475
Os fatores (αR, αPG) representam a eficiência do radier isolado e do grupo de
estacas quando combinados num radier estaqueado. Os valores de αR,
correspondentes à carga de recalque máximo (Pρmax), do radier isolado (2070 kN),
são apresentados na Tabela 7.20.
Tabela 7.20 Eficiência do radier (ααααR)
Fundação Carga Radier (kN)
ααααR Combinado Isolado
Radier 01 estaca 1704 kN 2070 kN 0,82
Radier 02 estacas 1627 kN 2070 kN 0,78
Radier 04 estacas 1475 kN 2070 kN 0,71
Os valores de αR estão dentro do intervalo esperado entre 0,4 a 1,0,
conforme relatado por De Sanctis e Mandolini (2006). Os resultados da eficiência
αR, das fundações analisadas, estão coerentes com as relações de áreas entre
245
grupo e radier. O maior valor de αR ocorre no radier com uma estaca (AG/A = 0,03),
e o menor valor de αR ocorre no radier com quatro estacas (AG/A = 0,46).
A relação entre a eficiência do radier (αR) e o fator de preenchimento
(AG/A)/(s/d) são mostrados na Tabela 7.21 e Figura 7.70.
Tabela 7.21 Relação entre eficiência do radier (ααααR) e fator de preenchimento
Fundação ααααR s/d A G (m2) A (m 2) (AG/A)/(s/d)
Radier 02 estacas 0,78 3,5 0,32 2,40 0,04
Radier 04 estacas 0,71 3,5 1,10 2,40 0,13
AG = área do grupo de estacas; A = área do radier
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
0,00 0,05 0,10 0,15
αα ααR
(Ag/A)/(s/d)
Radier 2 Estacas Radier 4 Estacas
Figura 7.70 Relação entre ααααR e o fator de preenchimento
Um comparativo, entre os valores de αR obtidos e dos fatores de
preenchimento adotados, com os resultados de De Sanctis e Mandolini (2006) é
mostrado na Figura 7.71.
246
Figura 7.71 Comparativo entre os pontos encontrados de ααααR e fator de preenchimento com os resultados
de De Sanctis e Mandolini (adaptado de De Sanctis e Mandolini, 2006)
Os dois pontos obtidos indicam a tendência de αR aumentar conforme
aumento do fator (s/d)/(AG/A). Esse resultado é consistente com o relato de
Mandolini, Russo e Viggiani (2005). Ambos os pontos, determinados
experimentalmente, estão próximos da tendência, apresentada pelos autores
Os valores de eficiência do grupo de estacas (αPG), correspondentes à carga
de recalque máximo (Pρmax), são mostrados na Tabela 7.22 e ilustrados na Figura
7.72, Figura 7.73 e Figura 7.74
Tabela 7.22 Eficiência do grupo de estacas (ααααPG)
Fundação Carga Grupo Estaca (kN)
ααααPG Combinado Isolado
Grupo 01 estaca 426 kN 445 kN 0,95
Grupo 02 estacas 698 kN 1170 kN 0,60
Grupo 04 estacas 1475 kN 2200 kN 0,67
247
445
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
0 100 200 300 400 500 600
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Estaca Isolada Estaca associada ao radier
Figura 7.72 Cálculo da eficiência ααααPG para grupo de uma estaca
1170
698
0
10
20
30
40
50
60
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 2 Estacas (Isoladas)
Figura 7.73 Cálculo da eficiência ααααPG para grupo de duas estacas
248
2210
14750
10
20
30
40
50
60
0 500 1000 1500 2000 2500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 4 Estacas (Isoladas)
Figura 7.74 Cálculo da eficiência ααααPG para grupo de quatro estacas
Os gráficos mostram que as estacas associadas apresentaram diminuição da
rigidez e uma menor mobilização de sua resistência, devido aos efeitos da interação
com o radier.
O radier exerce influência de maneiras distintas nos grupos de estacas. Para
o grupo de uma e quatro estacas, o efeito da interação é maior nos carregamentos
iniciais. As estacas recuperam a mobilização de carga com o desenvolvimento dos
recalques e as curvas “associadas e isoladas” apresentam semelhanças no formato.
O grupo de duas estacas reage de maneira diferente, à presença do radier.
O gráfico carga-recalque tem um formato mais linear e um comportamento mais
uniforme.
O valor de αPG aumenta com os deslocamentos medidos, entre os casos
analisados, até o recalque de 40 mm. Para esse nível o grupo com uma estaca tem
o maior valor de eficiência (αPG = 0,95).
249
7.4.3. AUMENTO DA CAPACIDADE DE CARGA DO RADIER ESTAQUEADO (ζζζζPR)
O ganho de capacidade de carga da fundação devido ao contato do radier
com o solo é dado por:
P
PRPR Q
Q=ζ (7.10)
A seguir apresenta-se um comparativo das curvas carga x recalque, das
fundações em grupo de estacas e radier estaqueado, com indicação de seus
respectivos valores de capacidade de carga (Figura 7.75 à Figura 7.77).
4450
10
20
30
40
50
60
70
80
0 500 1000 1500 2000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 1 estaca
Radier 1 Estaca
Figura 7.75 Cargas admissíveis do grupo e radier com uma estaca
Não se indicou a capacidade de carga do radier com uma estaca no gráfico
da Figura 7.75, pois o ensaio não atingiu o recalque de 40 mm.
250
1170 23250
10
20
30
40
50
60
0 500 1000 1500 2000 2500
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 2 Estacas Radier 2 Estacas
Figura 7.76 Capacidades de carga do grupo e radier com duas estacas
2210 29500
10
20
30
40
50
60
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Grupo 4 Estacas Radier 4 Estacas
Figura 7.77 Capacidades de carga do grupo e radier com quatro estacas
O aumento da capacidade de carga das fundações (ζPR) é mostrado na
Tabela 7.23.
251
Tabela 7.23 Aumento da capacidade de carga das fundações (ζζζζPR)
Fundação Pρρρρmax (kN) Pad (kN) (ζζζζPR)
Grupo 01 estaca 445 296,7 4,78
Radier 01 estaca 2130* 1420
Grupo 02 estacas 1172 781,3 1,98
Radier 02 estacas 2325 1550
Grupo 04 estacas 2210 1466,7 1,33
Radier 04 estacas 2950 1966,7
* Admitiu-se como carga equivalente ao recalque de 40 mm, a carga correspondente ao recalque admissível de 20,8 mm (1420 kN), multiplicada por 1,5.
O radier com uma estaca apresenta o maior valor de ζPR. O resultado é
coerente, pois como a área do radier é a mesma em todas as fundações, espera-se
que o benefício de seu contato com o solo, seja maior nos casos com menos
estacas. O radier com uma estaca tem a menor relação entre áreas AG/A = 0,03 das
fundações analisadas.
Os resultados das análises seguem a tendência relatada por Cooke (1986),
segundo o qual, o valor do coeficiente (ζPR) aumenta com a redução do número de
estacas.
A relação entre ζPR e o fator RM [R/(AG/A)] é apresentado na Tabela 7.24 e
Figura 7.78.
Tabela 7.24 relação entre ζζζζPR e RM
Fundação ζζζζPR R AG (m2) A (m 2) RM
Radier 02 estacas 1,98 0,68 0,32 2,40 5,21
Radier 04 estacas 1,33 0,97 1,10 2,40 2,11
R = razão aparente; AG = área do grupo de estacas; A = área do radier
252
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
0,00 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00
ζζ ζζP
R
RM = (ns/L)0,5.(A/AG)
Radier 2 Estacas Radier 4 Estacas
Figura 7.78 Relação entre ζζζζPR e RM
Um comparativo com os resultados de Conte et al. (2003) é mostrado na
Figura 7.79.
Figura 7.79 Relação entre ζζζζPR e RM (adaptado de Conte et al. 2003)
A análise do gráfico mostra que, o ponto calculado para o radier com quatro
estacas, aproxima-se da tendência, relatada por Conte et al. (2003), para as
relações entre ζPR e RM, a partir de testes em centrífugas, em solo arenoso.
253
O radier com quatro estacas tem o menor valor de ζPR, entre as fundações
analisadas. Seu resultado enquadra-se na configuração de estacas distribuídas, sob
a área do bloco, de acordo om o gráfico de Conte et al. (2003).
As estacas distribuidas podem funcionar como um obstáculo, à plena
mobilização de carga do radier, conforme exlicado por De Sanctis e Mandolini
(2006). Os autores relatam que, tal comportamento, é esperado para relações de
áreas AG/A entre 0,45 e 0,7. Para o radier com quatro estacas AG/A = 0,46, o que
teoricamente, desfavorece a mobilização de carga do radier.
7.4.4. FATOR DE SEGURANÇA
A relação entre os fatores de segurança dos elementos radier isolado (FSR),
grupo de estacas (FSP) e radier estaqueado (FSPR) é representada pelo coeficiente
ξPR segundo a equação:
PR
PR
PR
PRPR FSFS
FS
Qξ
+=
+= (7.11)
Calcularam-se os fatores de segurança em relação à carga Q = 1380 kN,
referente à carga admissível do radier isolado. As cargas últimas são as
equivalentes ao recalque de 40 mm. Os valores do coeficiente ξPR são mostrados na
Tabela 7.25.
Tabela 7.25 Fatores de segurança das fundações
Caso FSPR FSP FSR ξξξξPR
Radier 1 estaca - Grupo 1 estaca 1,54 0,32 1,5 0,85
Radier 2 estacas - Grupo 2 estacas 1,68 0,85 1,5 0,72
Radier 4 estacas - Grupo 4 estacas 2,14 1,59 1,5 0,69
O caso das fundações com radier e grupo de uma estaca tem coeficiente ξPR
= 0,85. O valor situa-se dentro do intervalo 0,82 < ξPR < 1,0, relatado por de Sanctis
e Mandolini (2006) em seus estudos de casos.
254
O coeficiente ξPR tem valores menores que o esperado para as fundações
com duas e quatro estacas. Os valores de FSPR não crescem, na mesma proporção,
que os valores de FSP, com o aumento no número de estacas. A relação entre os
fatores de segurança, com o aumento no número de estacas, é mostrada na Tabela
7.26.
Tabela 7.26 Relação entre os fatores de segurança com o aumento no número de estacas
Caso FSPR/FSPR(1) FSP/FSP(1)
2 Estacas (radier e grupo) 1,09 2,66
4 Estacas (radier e grupo) 1,39 4,97
FSPR(1) e FSP(1) são fatores de segurança para 1 estaca (radier e grupo)
7.4.5. MÉTODO PDR (POULOS, DAVIS & RANDOLPH)
Utilizou-se o método PDR para simular o comportamento da curva carga x
recalque das fundações em radier estaqueado. O método utiliza os valores de
rigidez tangente inicial da estaca e radier (ambos isolados) e do fator de interação
radier-estaca, para estimativa da rigidez da fundação em radier estaqueado. Sua
formulação matemática é mostrada na equação (7.12).
( )( )G
G
PR2RP
RRPPPR /KKα1
Kα21KK
−
−+= (7.12)
em que KPG, KR e KPR são a rigidez do grupo de estacas, do radier isolado e do
radier estaqueado respectivamente. αRP é o fator de interação radier – estaca.
A obtenção da rigidez tangente inicial da estaca e do radier são mostrados na
Figura 7.80 e Figura 7.81.
255
Kpi = 71,4 kN/mm
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 100 200 300 400 500 600
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Estaca Isolada
Figura 7.80 Rigidez inicial da estaca isolada
Kri = 62,5 kN/mm
0
5
10
15
20
0 200 400 600 800 1000 1200 1400
De
slo
cam
en
to (
mm
)
Carga (kN)
Radier Isolado
Figura 7.81 Rigidez inicial do radier isolado
Considerou-se o valor de 0,8 para o fator de interação radier-estaca (αRP),
conforme observação de Clancy & Randolph (1992). A rigidez do grupo de estacas
(KPG) é obtida a partir da rigidez da estaca isolada (KP) através da equação proposta
por Fleming et al. (1992):
256
ePG nK −= 1
P .K (7.13)
onde “n” é o número de estacas e o expoente “e” varia de 0,3 a 0,5, para estacas de
atrito, e para estacas de ponta “e ≥ 0,6”. Para esse trabalho admitiu-se “e = 0,5”.
A aplicação do método PDR (gráfico tri-linear) na simulação do radier
estaqueado é mostrada da Figura 7.82 à Figura 7.84. A construção gráfica é
elaborada a partir dos ensaios na estaca isolada (HA6) e radier isolado. Os gráficos
indicam os valores de carga equivalentes a dois níveis de recalque:
• Recalque máximo de 40 mm
• Recalque na carga admissível experimental
2490
1450
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 1 Estaca
Pontos experimentais Gráfico Trilinear
Figura 7.82 Método PDR tri-linear aplicado ao radier com uma estaca
257
2700
1850
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
0 10 20 30 40 50 60 70
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 2 Estacas
Pontos experimentais Gráfico trilinear
Figura 7.83 Método PDR tri-linear aplicado ao radier com duas estacas
3500
2950
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
4.500
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 4 Estacas
Pontos experimentais Gráfico trilinear
Figura 7.84 Método PDR tri-linear aplicado ao radier com quatro estacas
A previsão da curva carga x recalque segundo relações hiperbólicas, com o
cálculo da rigidez secante, é apresentada da Figura 7.85 à Figura 7.87.
258
1650
1050
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 1 Estaca
Experimental PDR
Figura 7.85 Análise PDR através do módulo secante para o radier com uma estaca
2100
1400
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 2 Estacas
Experimental PDR
Figura 7.86 Análise PDR através do módulo secante para o radier com duas estacas
259
3070
2050
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Car
ga
(kN
)
Recalque (mm)
Radier 4 Estacas
Experimental PDR
Figura 7.87 Análise PDR através do módulo secante para o radier com quatro estacas
Admitiram-se os valores de 0,75 e 0,50 para os fatores hiperbólicos RR e RPG,
respectivamente, conforme procedimento adotado por Poulos (2000).
O comparativo de cargas calculadas pelo PDR (trilinear e hiperbólico), para
os níveis de recalque máximo e na carga admissível experimental, é mostrado na
Figura 7.88 e Figura 7.89.
21302325
2950
24902700
3500
1650
2100
3070
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
Radier 01 Estaca Radier 02 Estacas Radier 04 Estacas
Ca
rga
Pρρ ρρ
max
(kN
)
Fundação
Experimental Trilinear Hiperbólico
Figura 7.88 Cargas no recalque máximo de 40 mm
260
14201550
1966,7
1450
1850
2950
1050
1400
2050
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Radier 01 Estaca Radier 02 Estacas Radier 04 Estacas
Ca
rga
(k
N)
Fundação
Experimental Trilinear Hiperbólico
Figura 7.89 Comparativo com a carga admissível experimental
As cargas obtidas, pela abordagem tri linear do PDR, são maiores que as
obtidas pelos pontos experimentais. No recalque máximo a diferença percentual é
de: 16,9% (radier 1 estaca), 16,1%, (radier 2 estacas) e 18,6% (radier 4 estacas).
No recalque equivalente à carga admissível, experimental, a diferença percentual é
de: 2,1% (radier 1 estaca), 16,2%, (radier 2 estacas) e 33,3% (radier 4 estacas).
A melhor concordância com os pontos experimentais, segundo abordagem
trilinear, ocorre na comparação com a carga admissível para o radier com uma
estaca.
O radier com quatro estacas apresenta a maior diferença percentual entre as
cargas admissíveis (PDR trilinear e curva experimental). A curva simulada tem
rigidez inicial mais elevada que a curva experimental. No nível do recalque máximo
a rigidez do método, passa a ser apenas a do radier isolado. Com isso a diferença
percentual entre cargas Pρmax é menor.
A previsão da curva carga-recalque, através das relações hiperbólicas,
mostrou-se mais conservadora que a resposta experimental das fundações, nos
casos de radier com uma e duas estacas. A diferença entre as previsões de carga
261
Pρmax (calculadas e experimentais) é de 22,5% (radier 1 estaca) e 9,7% (radier 2
estacas).
A análise PDR com o módulo secante, para o radier com quatro estacas,
previu curva carga-recalque mais realista em relação ao comportamento do sistema
de fundação. A carga Pρmax previstas pelo método é apenas 3,9% maior que a carga
obtida experimentalmente. A diferença percentual no nível do recalque admissível é
de 4,1%.
7.4.5.1. RETROANÁLISE PDR HIPERBÓLICO
O traçado dos pontos é bastante influenciado pelos fatores hiperbólicos
introduzidos RR e RPG. Ao se modificá-los, é possível melhorar o ajuste do método
aos pontos da curva. Novas comparações entre o método PDR, com fatores
modificados, e os pontos da curva carga x recalque são mostrados da Figura 7.90 à
Figura 7.92
2130
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 1 Estaca
Experimental PDR
Figura 7.90 Análise PDR hiperbólico ao radier com uma estaca (RR= 0,35; RPG= 0,1)
262
2325
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 2 Estacas
Experimental PDR
Figura 7.91 Análise PDR hiperbólico ao radier com duas estacas (RR= 0,7; RPG= 0,3)
2950
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Ca
rga
(k
N)
Recalque (mm)
Radier 4 Estacas
Experimental PDR
Figura 7.92 Análise PDR hiperbólico ao radier com quatro estacas (RR= 0,75; RPG= 0,55)
A retro-análise dos fatores hiperbólicos indica uma melhoria no ajuste do
método aos pontos da curva carga x recalque, das fundações analisadas. Com os
ajustes as cargas Pρmax, calculadas e obtidas experimentalmente, convergem entre
263
si. No caso do radier com quatro estacas modificou-se apenas o fator RPG. Este
passou de 0,5 para 0,55.
7.5. SÍNTESE DO CAPÍTULO
As análises das curvas carga–recalque não indicam ruptura física nos
elementos de fundação. A interpretação das curvas baseou-se em critérios de
extrapolação (Van der Veen e Décourt-Rigidez) e em uma carga equivalente ao
recalque considerado máximo (limite) de 40 mm. O valor é sugerido por Skempton e
MacDonald (1956) para sapatas em areia.
Adotou-se a carga equivalente ao recalque máximo para os objetivos de
análise deste trabalho, pois os métodos de extrapolação apresentam algumas
limitações, a saber: o método de Van der Veen tem imprecisões nos ensaios de
radier isolado e radier com uma estaca; o método de Décourt resulta em recalques
excessivos correspondentes à carga admissível das fundações em radier
estaqueado.
A instrumentação com strain gages nas estacas permitiu a caracterização do
mecanismo de transferência de carga em profundidade. Os valores de atrito lateral,
e reação de ponta, obtidos experimentalmente são comparados com métodos
matemáticos (Leis de Cambefort); com o Método da Rigidez de Décourt (1996b); e
com o Método das Duas Retas Modificado. Este classifica a estaca como “rígida” ou
“curta”.
O método de capacidade de carga, semi-empírica, de Teixeira destaca-se
pela precisão na avaliação de carga de ruptura com o critério de Van der Veen.
As fundações em grupo não apresentaram distribuição de carga igualitária
entre estacas. As cargas mobilizadas pelos elementos têm variações ao longo dos
ensaios. A distribuição se torna mais equilbrada no último estágio de carregamento.
O desaprumo do bloco e, interações entre as estacas, podem ter causado a
concentração de esforços em determinadas elementos.
As análises do efeito de grupo mostram que a capacidade de carga do grupo
é maior que a soma das capacidades de carga das estacas individuais (eficiência
264
>1). A taxa de recalque do grupo tem valor maior que um. Tal fato indica que há
interação, entre as estacas do grupo, para o espaçamento adotado de 3,5∅.
A análise de distribuição de carga mostra que o radier exerceu influência no
desempenho das estacas. Estas apresentaram diminuição da rigidez e uma menor
mobilização de sua resistência.
Os valores de eficiência do radier são superiores às eficiências das estacas,
evidenciando os efeitos da interação radier-estaca.
Todas as fundações apresentaram aumento da capacidade de carga devido
ao contato do radier com o solo. O melhor resultado ocorre no radier com uma
estaca. O resultado é coerente, pois a área líquida do radier é a maior entre as
fundações.
O método PDR permitiu simular de maneira simples e prática o
comportamento dos radiers estaqueados. O método utiliza os resultados de provas
de carga em uma estaca e radier, ambos isolados, para obter a rigidez dos
elementos associados em um radier estaqueado. A análise através do módulo
secante produz resultados mais realistas no radier com quatro estacas.
265
8. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTURAS PESQUISAS
Este capítulo apresenta as conclusões obtidas com a pesquisa e sugestões,
para futuros trabalhos relacionadas ao tema estudado.
A pesquisa realizada na costa litorânea da cidade de João Pessoa analisou o
comportamento de fundações em radier estaqueados e grupos de estacas hollow
auger. O trabalho experimental dividiu-se basicamente em três etapas: atualização
do banco de dados geotécnicos com novas sondagens SPT, preparação da
instrumentação e execução das estacas, e realização de provas de carga estática,
nos modelos de fundação em escala real.
Realizaram-se ao total sete ensaios de prova de carga, estáticas
instrumentadas. Os elementos de fundação testados foram: radier isolado, grupo de
estacas e radiers estaqueados. As estacas hollow auger foram executadas com 300
mm de diâmetro e 4,50 m de comprimento.
As conclusões obtidas com as diversas fases desenvolvidas no trabalho são
mostradas a seguir.
8.1. CONCLUSÕES
A nova campanha de sondagem SPT complementou o banco de dados
geotécnico, existente no local. As características do solo identificadas entre as
campanhas de sondagem não apresentam diferenças significativas, quanto à
classificação das camadas, e variações no NSPT, no local dos ensaios.
As sondagens SPT realizadas entre as estacas (grupo de duas e quatro
estacas) não indicam variações no NSPT do solo decorrentes, da execução das
fundações.
266
Os equipamentos de aquisição de dados da instrumentação e de indicação
das medidas são de uso simples com interface gráfica de fácil compreensão. O
custo benefício para montagem do sistema de medição, e construção das células
em laboratório é plenamente satisfatório. As células apresentam bom desempenho
e a custos relativamente baixos.
A calibração dos equipamentos, montados em laboratório (células de carga e
barras instrumentadas), mostrou a consistência entre valores padrões de carga, e
os valores medidos pelo sistema. Os coeficientes de correlação (R2), de ambos os
elementos (células e barras), indicaram valores mínimos de 0,99.
As curvas carga x recalque das fundações não apresentaram ruptura física.
Os recalques provocados nos testes, nos grupos de estacas, foram elevados e
atingiram 86,3 mm no ensaio da estaca isolada.
Os ensaios nas fundações em radier isolado e radier com uma estaca
provocaram recalques máximos de aproximadamente 16,0 mm por limitação no
sistema de reação.
A interpretação das curvas foi realizada com base nos métodos de
extrapolação de Van der Veen (1953) e Décourt (1996), e em um critério de
recalque máximo de 40 mm.
Os métodos de extrapolação apresentaram bons ajustes aos pontos
experimentais das fundações em grupo de estacas, e radier com duas e quatro
estacas. Nas fundações de radier isolado e radier com uma estaca, a aplicação dos
métodos não tem uma avaliação precisa, pois os deslocamentos atingidos foram
insuficientes para um ajuste satisfatório com as curvas extrapoladas.
O método de Décourt (Rigidez) prevê cargas de ruptura maiores que o critério
de Van der Veen, em todos os ensaios. A diferença na previsão dos métodos atinge
16% no grupo quatro estacas e 43,2% no radier com duas estacas.
Os recalques correspondentes às cargas admissíveis das fundações em
radier, segundo Décourt, ultrapassam valores considerados limites. Os resultados
variam entre 27,3 e 48,8 mm, para o radier isolado e radier com duas estacas,
267
respectivamente; e excedem o limite de 25 mm, sugerido por Terzaghi e Peck
(1967) para recalque admissível.
Para os objetivos da Tese optou-se por critério de carga equivalente a um
recalque máximo (limite). Considerou-se como recalque máximo o valor de 40 mm,
conforme sugestão de Skempton e MacDonald (1956) para sapatas em areia.
A instalação de strain gages nas seções de topo e ponta das estacas permitiu
a análise do mecanismo de transferência de carga ao longo do fuste da estaca.
Entre os doze pontos instrumentados (dois por estaca), dez efetuaram as medições.
A transferência de carga é avaliada através dos módulos tangente e
secantes. Este, segundo proposição de Fellenius (2001).
Calculou-se o módulo tangente por dois processos: através do gráfico tensão
- deformação, e a partir do fck do material. Usou-se o primeiro processo nos grupos
de estacas, e o segundo nos radiers estaqueados. Nestes últimos,
desconsideraram-se as medições das células, por apresentarem resultados
incoerentes, com tensões nulas, ou próximas de zero, nos carragementos iniciais.
O cálculo do módulo secante é feito através da relação entre o módulo
tangente, e a deformação. Para os casos de radier estaqueados, os dois módulos
têm valores iguais, pois o módulo tangente é admitido constante, sem variação com
a deformação.
A precisão dos medidores é comparada com as cargas medidas pelas
células. Os melhores resultados da comparação ocorrem nas estacas HA6 (módulo
tangente) e HA3 (módulo secante). Ambas têm precisão superior a 95%, sobre a
carga medida.
As reações de ponta das estacas crescem com os sucessivos estágios de
carregamento, e no último estágio, superam as parcelas de atrito lateral. À exceção
da estaca HA1, que mobiliza menos carga entre as estacas instrumentadas
A análise das Leis de Cambefort mostra que o atrito lateral unitário é
plenamente mobilizado. Seu esgotamento ocorre com 52 kPa. Já a reação de ponta
não atinge sua carga plena. O valor no último estágio é de 5531 kPa.
268
O Método das Duas Retas Modificado indica um menor valor de atrito lateral
(51,0 kPa), que a análise de Cambefort. Sua mobilização ocorre com menor
deslocamento. O método classifica a estaca como “rígida” ou “curta”.
A mobilização do atrito lateral é calculada pelo gráfico rigidez – carga,
segundo proposta de Décourt. O valor de atrito indicado pelo método (51,9 kPa) é
próximo do valor calculado pela Primeira Lei de Cambefort.
Os resultados das Leis de Cambefort são comparados com os métodos semi-
empíricos de capacidade de carga: Aoki - Velloso (1975), Décourt – Quaresma
(1978) e Teixeira (1996).
Os valores de atrito lateral na ruptura fornecidos pelos métodos são inferiores
ao valor calculado pela Primeira Lei de Cambefort (52 kPa). O resultado mais
próximo é obtido por Teixeira (37 kPa).
Entre as cargas de ruptura, calculadas semi-empíricamente, o método de
Teixeira (1996) é o que mais se aproxima da carga extrapolada por Van der Veen
(640 kN). Há praticamente uma coincidência de valores.
O método Décourt – Quaresma fornece os menores valores de carga de
ruptura, entre os critérios semi-empíricos e de extrapolação. Seu resultado é mais
conservador e a favor da segurança.
A distribuição de carga entre estacas, de um mesmo grupo, não acontece de
maneira equilibrada. As cargas mobilizadas variam, entre os elementos, ao longo
dos estágios. O desaprumo do bloco pré-moldado e interações, entre estacas,
podem ter causado a concentração de esforços, em determinados elementos.
O grupo de duas estacas tem a distribuição de carga mais uniforme, entre os
elementos. No último estágio do teste, a estaca HA3 recebe 51,5% do carregamento
e a estaca HA2 48,5%.
Calculou-se o efeito de grupo através do fator de eficiência, aplicado sobre os
métodos de extrapolação e o critério de recalque máximo. Para o grupo de duas
estacas η varia entre 1,02 e 1,31. Para o grupo de quatro estacas η situa-se entre
0,98 e 1,24. Os resultados mostram que a capacidade de carga do grupo é superior
à soma das capacidades de carga individuais das estacas.
269
A taxa de recalque do grupo indicou valores maiores que um. Para o grupo
de duas estacas Rs = 1,23. Para o grupo de quatro estacas Rs = 1,13. Os resultados
mostram que o recalque, do grupo de estacas, sujeito, a uma carga média por
estaca, é maior do que o da estaca isolada, sob a mesma carga.
Os gráficos de distribuição de carga entre estacas e radier mostram que, este
absorve a maior parte das cargas aplicadas. O radier interage com a estaca,
levando-a a um menor grau de mobilização, de sua resistência lateral.
A comparação da eficiência, obtidas pelos elementos (estacas e radier),
quando associados, mostra o melhor desempenho do radier na fundação. Seus
valores de eficiência situam-se entre 0,71 e 0,82. Os valores de αR estão dentro do
intervalo esperado entre 0,4 e 1,0 conforme relatado por De Sanctis e Mandolini
(2006).
A eficiência dos grupos de estacas (αPG), associados ao radier, é inferior à
eficiência dos radiers, na condição associada, com excessão do grupo de uma
estaca, em que αPG = 0,95, para o recalque de 40 mm.
O contato do radier com o solo aumentou a capacidade de carga das
fundações. O melhor resultado ocorre no radier com uma estaca (ζPR = 4,78). Nesse
caso a relação de áreas AG/A = 0,03 é a menor entre as fundações. Para o radier
com duas estacas ζPR = 1,98, e para o radier com quatro estacas ζPR = 1,33.
Os resultados das análises seguem a tendência relatada por Cooke (1986)
segundo, o qual, o valor do coeficiente (ζPR) aumenta com a redução do número de
estacas.
As comparações entre ζPR e RM indicam que o resultado, para radier com
quatro estacas, aproxima-se da tendência, relatada por Conte et al. (2003) de
estacas distribuídas sob a área do bloco.
O resultado da relação entre os fatores de segurança, dos elementos, ξPR, no
radier com uma estaca, está dentro do intervalo 0,82 < ξPR < 1,0, relatado por De
Sanctis e Mandolini (2006) em seu estudo de casos. Para as demais fundações,
radier com duas e quatro estacas, o valor de ξPR diminui para 0,72 e 0,69,
respectivamente. Ao se aumentar o número de estacas, o coeficiente de segurança
270
do radier estaqueado (FSPR) não cresce, na mesma proporção, que o coeficiente de
segurança do grupo de estacas (FSP).
Aplicou-se o método PDR (Poulos, Davis, Randolph) para simular curva
carga – recalque do radier estaqueado, segundo as abordagens tri linear e
hiperbólica. Testou-se a aplicabilidade do método, através de comparações com a
carga de recalque máximo (Pρmax) e a carga equivalente ao recalque admissível de
cada fundação.
A análise tri linear indica cargas maiores que as obtidas experimentalmente.
No recalque máximo a maior diferença entre previsões é de 18,6% (radier 4
estacas). No recalque admissível a maior diferença é 33,3% (radier 4 estacas).
O aumento da diferença entre as previsões de carga, para os níveis de
recalque máximo e admissível, no radier com quatro estacas, deve-se aos valores
de rigidez considerados pelo método. No recalque admissível, a rigidez simulada é
maior que a rigidez experimental. Já no recalque máximo os valores de rigidez
(simulada e experimental) são mais próximos.
O método tri linear produz bom ajuste no radier com uma estaca. A diferença
de previsão entre cargas, no recalque admissível é de 2,1%.
As relações hiperbólicas prevêem uma resposta da curva carga – recalque
mais conservadora que as curvas experimentais, nas fundações em radier, com
uma e duas estacas. A diferença entre as previsões de carga Pρmax (calculadas e
experimentais) é de 22,5% (radier 1 estaca) e 9,7% (radier 2 estacas).
A aplicação do método hiperbólico, ao radier com quatro estacas, previu
curva carga-recalque mais realista em relação ao comportamento do sistema de
fundação. A carga Pρmax previstas pelo método é apenas 3,9% maior que a carga
obtida experimentalmente. A diferença percentual no nível do recalque admissível é
de 4,1%.
Ao se aumentar o número de estacas, a diferença entre as previsões de
carga (hiperbólicas e experimentais) diminui significantemente. Nota-se que, a
rigidez da estaca tem muita influência no início da curva simulada. A maior rigidez
271
do grupo de quatro estacas, associado ao radier, favoreceu o ajuste do método à
curva experimental.
A retro análise dos fatores hiperbólicos aprimorou a aplicação do método, aos
pontos da curva carga – recalque. O ajuste dos fatores ao radier com quatro estacas
é considerado pequeno. O fator Rfp é modificado de 0,5 para 0,55. O método
apresenta melhoria na aplicação, com o aumento do número de estacas.
8.2. SUGESTÕES PARA NOVAS PESQUISAS
O assunto abordado na pesquisa é bastante amplo. Os conhecimentos
adquiridos precisam ser aprofundados, e os dados estudados devem ser
expandidos, de maneira, a se obter amostragem mais representativa. Com isso,
sugerem-se novos objetos, para futuras pesquisas:
• Realizar provas de carga em outros locais com perfis de solo
diferentes.
• Fundações com variação da área do radier e do espaçamento entre
estacas.
• Realizar pesquisas semelhantes com outros tipos de estacas,
principalmente estacas que, modifiquem o comportamento do solo
durante o processo executivo.
• Realizar comparações entre os resultados experimentais, e previsões
de softwares com simulação de modelos mais sofisticados.
• Instrumentar obras reais em radier estaqueado.
• Aplicar o radier estaqueado, como reforço de fundações, simulando-se
estacas defeituosas.
272
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ANEXO I – CALIBRAÇÃO DA INSTRUMENTAÇÃO
y = 1,0286x
R² = 0,9994y = 1,0112x + 0,9962
R² = 0,9999
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 2 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.1 Gráfico calibração barra 2 - ciclo 1
y = 0,9997x
R² = 0,9998y = 0,9864x + 0,5864
R² = 0,9999
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 2 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.2 Gráfico calibração barra 2 - ciclo 2
290
y = 1,0623x
R² = 0,9999
y = 1,0526x + 0,7267
R² = 0,9999
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 3 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.3 Gráfico calibração barra 3 - ciclo 1
y = 1,0491x
R² = 0,9996
y = 1,034x + 0,7168
R² = 0,9999
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
140,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 3 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.4 Gráfico calibração barra 3 - ciclo 2
291
y = 0,984x
R² = 0,9999
y = 0,9813x - 0,1752
R² = 0,9999
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 4 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.5 Gráfico calibração barra 4 - ciclo 1
y = 0,9622x
R² = 0,9999
y = 0,9616x - 0,6076
R² = 0,9999
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00 120,00
De
form
açã
o M
ed
ida
(µm
/m)
Deformação Padrão (µm/m)
Barra 4 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.6 Gráfico calibração barra 4 - ciclo 2
292
y = 0,9507x
R² = 0,9987y = 0,9745x
R² = 0,9987
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 2 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.7 Gráfico calibração Célula 2; 1o ciclo
y = 0,9317x
R² = 0,9987y = 0,955x
R² = 0,9987
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 2 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.8 Gráfico calibração Célula 2; 2o ciclo
293
y = 0,9997x
R² = 0,9998y = 0,9848x
R² = 0,9997
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 3 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.9 Gráfico calibração Célula 3; 1o ciclo
y = 0,9797x
R² = 0,9998
y = 0,9651x
R² = 0,9997
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 3 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.10 Gráfico calibração Célula 3; 2o ciclo
294
y = 0,9876x
R² = 0,9984
y = 0,9474x + 3,3218
R² = 0,9984
0
20
40
60
80
100
120
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 4 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.11 Gráfico calibração Célula 4; 1o ciclo
y = 1,0074x
R² = 0,9984
y = 0,9663x + 3,3883
R² = 0,9984
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
0 20 40 60 80 100 120
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 4 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.12 Gráfico calibração Célula 4; 2o ciclo
295
y = 1,0415x
R² = 0,9955y = 1,0537x
R² = 0,9951
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
0 50 100 150 200 250 300
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 5 - 1o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.13 Gráfico calibração Célula 5; 1o ciclo
y = 1,0338x
R² = 0,9949y = 1,0564x
R² = 0,9961
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
0 50 100 150 200 250 300
Ca
rga
Me
did
a (
kN)
Carga Padrão (kN)
Célula 5 - 2o Ciclo
Carregamento Descarregamento
Figura A.14 Gráfico calibração Célula 5; 2o ciclo
296
ANEXO II – DADOS DAS PROVAS DE CARGA
Tabela A1 Leitura da Prova de Carga da Estaca Isolada
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
84,0 0,34 0,14 0,48 0,45 0,35
140,0 2,75 2,02 2,13 3,22 2,53
220,0 6,49 5,36 6,21 7,26 6,33
270,0 9,33 8,14 9,27 10,33 9,27
310,0 12,81 11,5 12,82 13,84 12,74
350,0 19,17 17,75 19,34 20,24 19,13
390,0 25,46 23,97 25,72 26,56 25,43
440,0 38,71 37,19 39,31 39,98 38,80
490,0 51,91 50,41 51,79 53,44 51,89
520,0 65,76 64,18 65,95 67,54 65,86
560,0 84,14 81,78 84,04 86,36 84,08
520,0 86,25 83,8 86,45 88,75 86,31
500,0 86,27 83,81 86,45 88,77 86,33
380,0 86,06 83,51 86,2 88,55 86,08
240,0 85,57 82,84 85,45 87,84 85,43
130,0 84,8 81,92 84,31 85,85 84,22
60,0 83,85 80,74 83,02 85,61 83,31
0,0 82,15 78,96 80,45 83,44 81,25
297
Tabela A2 Leitura da Prova de Carga do Grupo 02 Estacas
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
138,0 1,74 0,45 0,76 1,00 0,99
278,0 2,86 2,10 2,50 2,34 2,45
414,0 5,07 4,62 5,13 4,79 4,90
552,0 7,78 7,60 8,43 7,86 7,92
690,0 11,33 11,67 12,65 11,68 11,83
828,0 15,70 16,20 17,92 16,88 16,68
966,0 20,98 21,45 24,68 23,58 22,67
1104,0 29,38 30,00 34,47 33,24 31,77
1214,0 43,81 45,32 50,98 49,27 47,35
1104,0 43,81 45,32 50,97 49,27 47,34
828,0 43,32 44,98 50,73 48,87 46,98
552,0 42,53 44,03 49,93 48,13 46,16
276,0 41,23 42,46 48,61 46,99 44,82
0,0 37,35 36,08 44,95 44,31 40,67
298
Tabela A3 Leitura da Prova de Carga do Grupo 04 Estacas
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
240,0 0,19 1,43 3,37 2,75 1,94
480,0 1,30 4,29 9,64 6,67 5,48
720,0 2,64 6,36 10,92 8,25 7,04
960,0 5,41 8,45 11,91 9,88 8,91
1200,0 10,24 12,37 14,29 13,18 12,52
1440,0 14,71 16,01 16,50 16,21 15,86
1680,0 22,11 21,95 20,04 21,16 21,32
1920,0 29,49 27,67 22,86 25,52 26,39
2160,0 43,07 38,79 29,28 34,41 36,39
2400,0 61,53 63,38 61,38 55,47 60,44
1910,0 61,48 63,40 61,40 55,48 60,44
1430,0 61,04 63,04 61,23 55,21 60,13
960,0 60,34 62,23 60,24 54,36 59,29
480,0 59,13 60,81 58,47 52,82 57,81
0,0 53,78 56,07 54,25 48,11 53,05
299
Tabela A4 Leitura da Prova de Carga do Radier Isolado
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
120,0 2,08 3,10 2,38 1,39 2,24
240,0 4,03 5,58 2,78 2,32 3,68
360,0 5,89 5,88 3,44 3,87 4,77
480,0 8,31 7,44 4,52 5,56 6,46
600,0 9,54 8,45 5,41 6,69 7,52
720,0 10,52 9,29 6,25 7,63 8,42
840,0 11,74 10,48 7,53 8,95 9,68
960,0 13,25 11,98 9,29 10,73 11,31
1080,0 14,64 13,40 11,07 11,51 12,66
1200,0 17,21 16,17 15,05 16,25 16,17
960,0 15,69 16,16 15,06 16,25 15,79
720,0 17,00 16,05 14,94 16,07 16,02
480,0 16,65 15,46 14,40 15,59 15,53
240,0 15,63 14,66 15,65 14,78 15,18
0,0 12,44 12,14 11,47 11,98 12,01
300
Tabela A5 Leitura da Prova de Carga do Radier 01 Estaca
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
120,0 2,52 1,50 -1,54 0,29 0,69
240,0 6,91 4,35 -0,81 2,09 3,14
360,0 9,70 6,72 0,40 4,10 5,23
480,0 11,32 8,47 2,03 5,58 6,85
600,0 12,47 10,03 3,63 6,81 8,24
720,0 13,40 11,40 4,17 7,85 9,21
840,0 14,45 12,99 6,81 8,95 10,80
960,0 15,40 14,41 8,32 10,02 12,04
1080,0 16,49 15,98 10,10 11,27 13,46
1200,0 17,97 18,55 12,97 13,35 15,71
960,0 17,98 18,56 12,97 13,35 15,72
720,0 17,80 18,35 12,68 13,12 15,49
480,0 17,44 17,88 12,12 12,63 15,02
240,0 16,91 17,15 11,25 11,94 14,31
0,0 14,98 14,98 11,09 11,02 13,02
301
Tabela A6 Leitura da Prova de Carga do Radier 02 Estacas
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
240,0 0,20 0,35 1,48 1,35 0,85
460,0 1,43 1,85 7,49 6,98 4,44
717,0 3,71 3,77 11,80 11,58 7,72
956,0 6,28 6,10 15,55 15,55 10,87
1196,0 9,39 8,98 19,41 19,63 14,35
1435,0 13,03 12,57 23,46 23,88 18,24
1674,0 17,08 16,62 27,22 26,85 21,94
1913,0 22,86 22,91 31,37 31,18 27,08
2152,0 29,23 29,78 36,65 36,00 32,92
2392,0 39,56 40,94 45,80 44,48 42,70
1913,0 39,09 40,15 45,35 44,03 42,16
1435,0 38,43 39,74 44,67 43,41 41,56
956,0 37,65 38,88 43,86 42,68 40,77
460,0 36,24 37,37 43,54 41,47 39,66
0,0 32,45 33,52 39,81 38,82 36,15
302
Tabela A7 Leitura da Prova de Carga do Radier 04 Estacas
Carga (kN) Leitura Extensômetros (mm) Recalque
médio no topo (mm) Ext. 1 Ext. 2 Ext. 3 Ext. 4
0,0 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
322,0 5,15 1,26 0,64 4,18 2,81
644,0 8,99 3,56 3,21 9,00 6,19
966,0 12,10 5,13 5,98 12,62 8,96
1288,0 15,98 7,91 9,98 17,63 12,88
1610,0 21,13 10,75 12,53 21,42 16,46
1932,0 27,45 14,21 15,77 28,42 21,46
2254,0 32,89 17,90 20,45 34,48 26,43
2576,0 39,24 22,84 26,94 41,70 32,68
2898,0 44,12 30,68 31,12 46,97 38,22
3220,0 53,85 39,11 42,58 60,67 49,05
2898,0 53,92 39,17 42,58 60,65 49,08
2254,0 53,56 38,81 42,34 60,41 48,78
1610,0 52,82 38,10 41,64 60,66 48,31
966,0 52,00 36,44 40,90 58,81 47,04
500,0 50,61 36,18 39,68 57,41 45,97