Textos Didáticos em Indologia - A História Material

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  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    Introduo

    O objetivo deste texto , antes de tudo, fornecer uma

    base didtica para o estudo da ndia Antiga. Longe de serum texto completo, trato aqui dos dados mais superficiaise abrangentes que possam conduzir o interessado numestudo srio e esclarecido sobre o tema, de modo arealizar uma exposi!o que n!o seja nem cansativa, nemmuito complexa. "nevitavelmente, somos obrigados a nosdeparar com algumas relativiza#es te$ricas necessriasao aprofundamento do estudo desta civiliza!o, cujas

    especificidades invocam um ol%ar bastante cuidadoso. &oentanto, deter'me'ei, aqui, num conjunto de explana#esbsicas que sirvam de referencial a todas estas quest#es.

    "gualmente, a determina!o dos elementos bibliogrficosserve a proposta inicial de tornar um pouco mais acess(veleste nosso estudo. )usquei, pois, indicar textos que sejamfacilmente encontrados, que estejam em nosso idioma e

    que sejam de academicamente vlidos, afastando'mepropositalmente de toda e qualquer publica!o de carterexotrico ou de fonte duvidosa. &o caso espec(fico da"ndologia, sabemos que tais textos abundam em profus!o,dificultando o estudo srio da ndia e comprometendo umtrabal%o esclarecido.

    &*"+

    http://india-antiga-didatica.blogspot.com/2007/07/introduo.htmlhttp://india-antiga-didatica.blogspot.com/2007/07/introduo.html
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    -a Aula ' ist$ria /aterial0exto de Apoio ' 1uarenta 2culos de "ndianidade, por3u4 Anequin0exto de Apoio ' 5ig 6eda0exto de Apoio ' 2ama 6eda0exto de Apoio ' At%arva 6eda0exto de Apoio ' 7ajur 6eda0exto de Apoio ' Aran4a8as e )ra%amanas0exto de Apoio ' Os 9panis%ads0exto de Apoio ' O /a%ab%arata0exto de Apoio ' O 5ama4ana

    0exto de Apoio ' 3ri%i4a sutra0exto de Apoio ' *%arma 2utra0exto de Apoio ' As Leis de /anu0exto de Anlise ' A Literatura indu(sta, por Louis 5enou

    )ibiografia

    1a Aula: A Histria Material

    Singularidades da Histria Indiana

    :ara estudar a ist$ria da ndia necessrio ter em mente que as

    concep#es que regem a constru!o do passado, para os indianos,

    n!o s!o as mesmas que as nossas. &em ao menos esses par;metros

    s!o semel%antes ao de outros %istoriadores antigos, tais como o

    grego 0uc(dides e do +%in

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    ser dominada como forma de integra!o com a natureza do

    9niverso. :or conseguinte, a organiza!o social e cultural da ndia

    antiga deve ser entendida por uma pl

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    lingE(sticos com os vest(gios materiais trazidos pela arqueologia. Os

    estudos da literatura indiana d!o indicativos da evolu!o dos

    processos culturais e mentais que permearam a organiza!o da

    civiliza!o indiana, mas elas sofrem de um grande problema de

    data!o. sta mesma quest!o aparece em rela!o a arqueologia,

    que no entanto nos d no#es mais precisas sobre a organiza!o

    material e sobre o cotidiano desta sociedade. Logo, os modelos

    constru(dos para explicar a ist$ria "ndiana ainda s!o frgeis em

    alguns pontos, tais como contexto, tempo, etc, mas s!o

    extremamente frteis no campo cultural e s!o relativamente bem

    providos de elementos materiais >Leite, -CCC?.

    Concepes sobre a forao da ci!ili"ao indiana: Harappa#

    Mo$en%o &aro# &asas e 'rias

    Apesar de con%ecermos mais profusamente o per(odo vdico da

    cultura indiana >a partir do sculo '-F?, o territ$rio indiano antigo

    >que %oje abrange n!o s$ a ndia mas tambm :aquist!o e

    Afeganist!o? nos deixou referH%eeler, -CIC e Alc%in, -CCJ?. las eram,

    no entanto, bastante avanadas tecnicamente.

    A cultura dasa >con%ecida tambm como drav(dica? parecia agrupar

    um vasto grupo de popula#es aut$ctones, estruturadas em tribos e

    cidades'estado com crenas religiosas semel%antes, e uma

    sociedade bem menos %ierarquizada do que seria a Kria.

    :raticariam a agricultura e teriam tido poucos contatos com outros

    povos da poca.

    2!o os arianos >ou rias? porm, que iriam realmente construir a

    sociedade vdica. les compun%am parte dos povos que em levas

    sucessivas vieram a colonizar a uropa e parte da Ksia, sendo

    con%ecidos como "ndo'europeusM >liade, -CDJ?. Ao contrrio doque se pensa, os arianos n!o impuseram um sistema de domina!o

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    avassaladora, mas gradual, baseado num sistema de alianas com

    tribos dasas onde os momentos de conflito se alternaram com fases

    de conviv+ourtilier, -CDCN H%eeler, -CIC e

    raPle4, -CCJ?. xistem %ip$teses variadas para explicar esta

    rela!o.

    Os arianos trouxeram uma cultura pastoril, bem representada nos

    6edas >como veremos adiante?, guerreira, polite(sta e estratificada,

    que foi responsvel pela cria!o das varnas >castas? na sociedade

    indiana. &o entanto, veremos que a constru!o da sociedade vdica

    resultante da fus!o dessas duas civiliza#es, que conjugou os

    elementos necessrios para a estrutura!o de uma cultura repletade concep#es espirituais e filos$ficas, mas inserida numa realidade

    material bastante complexa.

    Esta civili(ao nova, dita do 7ndo ou de 8o)en.o*9aro e -arappa,

    se0undo o nome dos dois lu0ares e/plorados, parece ter

    representado um papel capital na formao da indianidade! Ela '

    portadora, com efeito, de 0ermes dessa personalidade que eclodir

    perto de dois milnios mais tarde e isso apesar de um lon0oeclipse, de um sono prolon0ado e perturbador, depois que essa

    civili(ao bril)ante, essencialmente urbana na sua manifestao,

    mas de essncia a0rria, se apa0ou eni0maticamente por volta de

    :;

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    provocaram o espanto nos especialistas% at' ento nem se

    suspeitava da e/istncia dessa civili(ao> Estas cidades*estado

    cercavam*se de espessas mural)as, que nos alam de ameaas e de

    inse0urana, tanto quanto as imponentes cidadelas, que

    freq?entemente as coroam e (elam pela sua se0urana e seus

    bairros dispostos como um tabuleiro de damas, cortados por lar0as

    art'rias orientadas na direo do vento! @ormalmente utili(ava*se

    o ti.olo co(ido para as infra*estruturas e o ti.olo seco ao sol para

    os alicerces! 6anali(a+es muito aperfeioadas levavam a 0ua do

    rio mais pr/imo at' mais )umilde )abitao% outras,

    constitu&das por re0os, situados no meio das art'rias, cobertos por

    pedras ac)atadas, drenavam as 0uas su.as e pluviais% esteses0otos coletores desembocavam em poos de decantao! Esta

    preocupao pela )i0iene e bem*estar 0eral apresenta um carter

    e/cepcional para a 'poca, que se preocupava pouco com a sorte

    dos )umildes! !!!B @os bairros p1blicos encontraram*se instala+es

    imponentes de celeiros, que possu&am um en0en)oso sistema de

    isolamento e ventilao% sua importncia su0ere uma or0ani(ao

    social avanada e estruturada! Al0uns comparam estes celeiros

    p1blicos a verdadeiros bancos nacionais, servindo o cereal demoeda de troca, de unidade de referncia! Codas as mercadorias

    eram avaliadas por medidas de cereais! Alis, a mais importante

    ocupao e a prosperidade os 7ndianos repousava na intensa

    atividade a0r&cola, que proporcionou a atividade citadina

    complementar! Dicamos verdadeiramente admirados de, nesses

    tempos profundamente reli0iosos, no encontrarmos templos ou

    vest&0ios da estaturia que os povoaria, como foi re0ra noutros

    lu0ares durante toda a anti0uidade, nem sequer estatuetas de

    adoradores em atitude de orao diante de sua divindade!

    4odemos concluir que a reli0io ficava num plano secundrio @um

    plano inferior, talve(, ao da reli0io no E0ito e 8esopotmia,

    ainda que parea incr&vel, que a reli0io fosse ne0li0enciada nesta

    'poca e nesta ndia donde partir o budismo! 3em d1vida revestir*

    se*ia de formas que descon)ecemos ainda! As fi0urin)as de pedra

    ou bron(e encontradas Fsomente on(e peas fra0mentadas depequeno formato para todo o 8o)en.o*9aroG e 0rande quantidade

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    de fi0urin)as em ar0ila, contribuem para uma certa documentao

    sobre esta sociedade e seus meios de e/presso!

    Anequin, 3. 1uarenta sculos de indianidade. >-CDC?

    (s te)tos $istricos e suas funes

    :ara concluir esta primeira parte, devemos con%ecer a

    documenta!o com a qual trabal%amos. A literatura indiana antiga

    rica em quantidade de textos, mas restrita em alguns aspectosQ

    n!o encontraremos, por exemplo, praticamente nen%um texto

    sobre ist$ria propriamente ditaQ na verdade, o primeiro texto do

    gA ist$ria "ndi8a, de /egastenes,sobre o imprio /aur4a, %oje perdida e cujos fragmentos se

    encontram na obra de Arriano?. :odemos, no entanto, estabelecer

    uma srie de clivagens sobre sua organiza!o social, sobre sua

    cultura e sobre o pensamento, tendo em vista a profus!o de textos

    religiosos e jur(dicos existentes, alm de uma srie de %ist$rias e

    textos mitol$gicos. m lin%as gerais, temos a possibilidade de

    organizar estes documentos da seguinte formaQ

    6edasQ s!o os primeiros textos da literatura vdica, sendo o

    principal o 5ig 6eda, tido como revela!o divina. +omplementam'

    no o 2ama e o 7ajur, conquanto o At%arva ten%a sido absorvido

    apenas tardiamente por seu conteGdo mgico'popular. +omp#e'se

    de textos de carter religioso e explicativo, abordando inGmeros

    aspectos rituais da cultura ria.

    Aran4a8as e )ramanasQ representam uma espcie de transi!o

    entre os 6edas e os 9panis%ads, sendo que estes Gltimos s!o os

    textos mais importantes.

    9panis%adsQ representam a conclus!oM da literatura vdica. 2ua

    constru!o bastante diferente dos 6edas, que guardavam o que

    %avia de mais importante na cultura ariana, em contraposi!o aos

    textos upanis%adicos que tratam do que % de mais espiritualizadona cultura vdica. 2!o estes textos que apresentam de forma clara

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    as quest#es do 8arma, da vida, do cosmos, das tcnicas de dom(nio

    do corpo de da mente, etc. manifestando a fus!o dos elementos

    dasas com os rias. xistem mais de duzentos 9panis%ads, versando

    sobre os mais diversos assuntos, mas alguns s!o considerados como

    fundamentais at os dias de %oje >tal como Rena, Rat%a, /unda8a,

    "s%a, etc.?.

    :uranasQ s!o as %ist$riasM indianas, mais pr$ximas de fbulas e

    lendas do que propriamente de uma %ist$ria cient(fica. /as como

    algumas guardam elementos religiosos importantes, tal diferena

    n!o era considerada pelos indianos. +omo exemplos desses textos

    temos os famosos /a%ab%arata e 5ama4ana , alm de textos como2rimad )%agavatam e o 6etalapancavimsati8a, con%ecido como

    +ontos do 6ampiroM.

    Alm desses textos, podemos citar igualmente os textos jur(dicos

    dos quais destacamos As leis de /anu >/anavad%armas%astra? e o

    Artas%astra, alm dos textos pr$prios de conduta. Ainda existem os

    textos mundanosM, tais como de medicina, matemtica ou de

    rela#es sociais, do qual destacamos o Rama sutra >feito numper(odo posterior ao tratado, porm?. +ada um deles representa

    para a cultura indiana um papel espec(fico, que devemos buscar

    compreender de forma bem clara >5enou, -CIJ?.

    As literaturas indianas so reli0iosas em sua ori0em! H 0raas aos

    poetas reli0iosos pante&stas, adoradores das divindades da aurora,

    das montan)as e dos rios, que temos os primeiros te/tos literrios

    * os Iedas! 3eus autores viveram ) J!;

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    )umana, mas nascidas da prpria boca do demiur0o Mra)ma!

    Ce/tos revelados que no poderiam se anunciar a no ser em

    snscrito, a l&n0ua dos deuses! 9urante o per&odo v'dico, que dura

    quase mil anos, o snscrito torna*se a l&n0ua franca, codificada

    desde o s'culo N a!6! pelo 0ramtico 4anini! @o entanto, mesmo

    nessa 'poca, a ndia . era multil&n0ue e a escol)a desta ou

    daquela l&n0ua pelos poetas e bardos tin)a implica+es sociais e

    reli0iosas importantes! Muda, por e/emplo, aparece no s'culo N

    a!6! 3eu ensinamento era dissonante com o elitismo brmane!

    Da(ia suas pre0a+es em dialetos populares como o pali ou o

    praOrit! Cesouro da literatura narrativa mundial, os PataOa, ou as

    narrativas das vidas anteriores de Muda, Fsendo que al0umas foramcontadas pelo 8estre em pessoaG, esto em pali, l&n0ua de

    contestao da ri0ide( do )indu&smo e do sistema de castas!

    +%anda, 0. *os 6edas ao Rama 2utra, STTD.

    *e)to de Apoio + ,uarenta S-culos de Indianidade# por .u/Anequin

    por 3u4 Anequin em A +iviliza!o "ndiana >-CDC?, ditora erni, 5io

    de Baneiro.

    A 0ndia roto+Histrica

    A ndia era povoada desde a noite dos tempos, quando, % F.TTT

    anos, alguns cl!s c%egaram a fixar'se = volta de seus campos, perto

    de seus reban%os, em grandes aldeias com atividades cada vez mais

    organizadas. +om a ajuda de argila, fazem recipientesN observam asqualidades de um minrio vermel%oQ o cobre, que, primeiro

    martelado, depois fundido, oferecia um grande avano em rela!o

    = pedra para o fabrico de ferramentas. ssas primeiras aldeias

    primitivas, como as de Rulli e de /e%i, foram recon%ecidas

    principalmente na prov(ncia do )aluquist!o, que se limita com o

    "r!. &o entanto, cada uma destas comunidades mostra uma certa

    originalidade e distingue'se da vizin%aQ uns enterravam seus

    mortos, outros queimavam'nosN o tijolo prevalece neste lugarejo e

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    no outro, a pedra. m suma, dispersos e selvagens, cada

    agrupamento contribu(a na elabora!o de uma nova cultura em

    gesta!o.

    A regi!o de Amri, em 2ind, parece ter sido relativamente mais

    favorecida, porque estava situada numa zona ent!o frtil e

    irrigada, nitidamente, mais do que %oje, como o demonstra a fauna

    da pocaQ elefantes, rinocerontes, crocodilos e tigres freqEentavam

    seus p;ntanos. Atualmente esta regi!o, varrida pelo vento, nua e

    rida. /as o lugar de Rot'diji, situado acima do n(vel do "ndo,

    explorado em -CFF'-CFD, que anuncia por vrios ind(cios, essa

    civiliza!o %omog

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    at ent!o nem se suspeitava da existcozin%a, ban%eiro, piscina...? totalmente

    descon%ecidas das bril%antes civiliza#es vizin%as contempor;neas.

    /uitas tin%am um andar ou at dois que deveriam ter sido

    constru(dos sobretudo com madeira. Agrupavam'se em verdadeirosblocos ou bairros mais ou menos reservados a corpora#es

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    incrustado, braos sem m!os terminando em pontas, ol%os

    igualmente incrustados at mesmo com gr!os de caf, remetem'nos

    a uma concep!o de arte diametralmente oposta mas n!o menos

    sedutora. 0alvez esta segunda concep!o, mais idealista, traga em

    si mais mistrio e fervor. Alguns especialistas aventaram a %ip$tese

    destes bustos mutilados de %omens nus representarem sacerdotes

    oficiando em sua nudez ritual, praticada na mesma poca na

    /esopot;miaN outros v

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    *e tipo agrrio, esta civiliza!o con%eceu o uso do cobre e do

    bronze, n!o o do ferro. :ara a olaria usava'se o forno. A maior

    parte da popula!o pastoreava os reban%os e cultivava o trigo, a

    cevada, o gergelim, pepinos e col%ia t;marasN esta relativa

    prosperidade facilita o progresso de uma pequena constela!o de

    cidades'estado, que salpicou a gigantesca extens!o do vale do "ndo

    e afluentes e invadiu mesmo o vale do 3anges na dire!o leste. A

    primeira a ser'nos revelada, pouco depois do conflito mundial de

    -C-'-J, foi arappa, =s margens do 5avi, cujo imenso campo de

    ru(nas abandonado servia % meses de dep$sito de tijolos para

    constru!o do balastro dos camin%os de ferro do :endjab. Alertados

    tarde demais, os arque$logos esforaram'se por tirar algumasinforma#es dos restos esparsos e revolvidos desta extensa cidade '

    mais de cinco quilWmetros de circuito ' irremediavelmente pil%ada.

    elizmente, quase ao mesmo tempo, um arque$logo %indu, /. 5. *.

    )anerji, trabal%ando nas escava#es de um mosteiro budista que

    coroava um gigantesco campo de ru(nas bem mais ao sul, em

    /o%enjo'*aro, estabelecia uma rela!o entre os destroos

    recol%idos naquelas ru(nas e os objetos encontrados em arappa.

    Avisados, pesquisadores ingleses em breve acorreram ao local,menos extenso que o precedente, mas oferecendo em

    contrapartida a vantagem de n!o ter sido t!o pil%ado e esvaziado.

    sses pesquisadores trabal%aram alguns dos SIT %ectares que as

    ru(nas ocupam, com mais de -.STT metros de comprimentoN no

    setor mais elevado, separado do campo de ru(nas principal, a

    poente do local, recon%eceram uma cidadela e o bairro pGblico e

    administrativo da cidade, enquanto que a levante, na cidade baixa,

    a mais vasta, descobriram bairros mais populares, reservados =s

    %abita#es, =s pequenas oficinas e comrcio. &o passado, o "ndo '

    que depois se deslocou tr

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    preestabelecidoN aqui estamos a lguas das cidades orientais, que

    se lanam, anarquicamente, em todas as dire#es, suas ruas

    estreitas e sinuosas como Xtocas de coel%osX para traduzir a feliz

    express!o de um explorador inglconstru!o de pir;mides, de zigurates, de templos famosos como

    Rarna8?, a civiliza!o indiana merece a considera!o em que tida%ojeN ali, nada de templos gigantes, de pir;mides colossais, de

    torres de )abelU @ certo, que as preocupa#es pareciam ser de

    ordem mais utilitria do que religiosa ou pol(tica. Assim, o bem'

    estar era mel%or repartido nesta popula!o urbana, que parece ter

    amado a vida e uma certa ostenta!o, como o testemun%a a

    abund;ncia de joal%eria.

    ntre os edif(cios pGblicos do bairro alto da cidadela, o que c%ama

    a aten!o um complexo de compartimentos articulados = volta deuma piscina, sem dGvida um tanque de purifica!o para os fiis, se

    levarmos em conta o tradicional e atual costume dos crentes de

    tomar ban%o regularmente na gua sagrada de um rio ou na de um

    tanque de um templo. &o ritual indiano o ban%o individual

    desempen%a um papel de grande import;ncia.

    Assim, parece que a religi!o %indu desde esses enigmticos tempos,

    apresentava j um carter mais ritual que cultural, mais

    personalizado do que coletivo, em que se confiava numa clerezia.

    ste aspecto da religi!o manteve'se na ndia, onde o rito mais

    popular ainda esse ban%o solitrio do crente. /esmo lado a lado

    de seus irm!os de religi!o, o que mais impressiona neste rito de

    purifica!o pela gua, o ar ausente do oficiante, que se comporta

    como se estivesse s$ com a sua divindade. Assim sendo,

    absolutamente necessrio ver no X3rande )an%oX de /o%enjo'*aro,

    o prot$tipo dos tanques rituais de purifica!o, que se encontramatravs de toda a %ist$ria indiana. A exist

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    cuidadas = volta desta piscina, como pequenos compartimentos

    com ban%eiras, uma galeria circundante com p$rtico e degrau,

    parecem confirmar a finalidade religiosa do conjunto. /al se

    concebe, que um complexo tal, pudesse ser um simples

    reservat$rio e a concep!o profana de uma piscina de recreio,

    tambm n!o teria cabimento nestes tempos recuados.

    /as a grande originalidade desta importante cultura reside

    principalmente nos seus famosos e inumerveis selos ' mais de

    -.STT foram recol%idos s$ em /o%enjo'*aroU ' cWncavos, na sua

    maior parte, gravados na untuosa esteatite, instruem'nos sobre a

    fauna da poca, talvez tambm sobre a teogonia dos %indus.

    )Gfalos, touros, zebus, elefantes, tigres, rinocerontes, (bis,ant(lopes, esquilos, crocodilos, serpentes... todos estes animais

    sugerem uma natureza mais verdejante e arborizada do que %oje.

    +omo foi preciso abater muitas rvores durante uma dezena de

    sculos, para construir, esculpir, alimentar as lareiras domsticas e

    cozer tijolos aos mil%#es, n!o teriam os %indus perturbado o

    equil(brio ecol$gico levando toda a zona do "ndo a um lento e

    progressivo desaparecimentoV 0emos a certeza, que no in(cio da

    nossa era a regi!o estava coberta por uma imensa floresta.:or outro lado, numerosos orientalistas interpretaram essas

    representa#es animais, vistas de perfil, quase sempre em repouso,

    como emblemas, s(mbolos divinos. &este pante!o voluntariamente

    animalista, foi encontrada em /o%enjo'*aro, por tr

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    montado sobre o touro &andin.

    >...?Assim, numa poca imprecisa, que se situa por volta de -FTT

    a.+., estas cidades foram todas abandonadas por raz#es

    misteriosasQ c%eias catastr$ficas que provocaram deslocamento do

    curso dos riosV 9ma grande perturba!o ecol$gica, por exemplo,

    uma seca extremaV "nvers#es vindas pelo famoso desfiladeiro de

    R%4ber, como a dos Krias, que se estende por tr-FTT

    a.+. a -STT a.+.?V O perturbador ac%ado, nas ru(nas, de cinqEenta

    cadveres confirmaria a tese de um fim brutal. ssas pessoas n!o

    teriam tido tempo de fugir e foram massacradas nas ruasN

    encontraram'se corpos decapitados, de cr;nio fraturadoN uma

    mul%er perseguida que quebrou a cabea numa escada. 9macertezaQ depois deste massacre a cidade foi totalmente

    abandonada. &!o se vive no meio de cadveres e estes estavam

    insepultos. *e todo o modo, o decl(nio j estava l, pois constata'

    se, que o Gltimo n(vel de ocupa!o da cidade traduz um n(tido

    recuo no cuidado da constru!o, que era de m qualidade. As casas

    parecem quase pardieiros implantados numa cidade moribunda.

    +%egou'se mesmo a dar um nome a esta med(ocre culturaQ B%u8ar,

    e situa'se entre -DTT a.+. e -FTT a.+.Onde estariam os geniais criadores da grande civiliza!o %induV

    oram dizimados por terr(veis epidemiasV &eutralizados por flagelos

    insuperveis >c%eias, secas, saliniza!o do solo...?V liminados por

    invasoresV "gnor;mo'lo. 0alvez ten%amos de apelar para todos estes

    fatores ao mesmo tempo. Assim, esta civiliza!o permanece

    misteriosa do comeo ao fim, de suas origens = sua destrui!o. &!o

    menos verdade que j se v

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    na 3rcia, os ititas na Anat$lia e os Krias nos planaltos iranianos e

    na ndia setentrional. stas tribos arrastaram outras na sua

    passagem. 1uando os Krias ' da( em diante os "ndianos %ist$ricos '

    aparentados com "ranianos, como o demonstra a l(ngua, se

    espal%aram entre -FTT a.+. e -STT a.+. pela plan(cie indo'

    gangtica, foi'l%es necessrio empurrar as popula#es ind(genas

    recalcitrantes em dire!o ao *ec!o. Atualmente, etnias como os

    0amuls, os 0gulus e os Ranara, de raa dravidiana, e os /unda,

    repelidos igualmente para a ndia central, constituem nGcleos de

    sobreviv

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    *e)to de Apoio + 4ig 5eda

    67# 78Coposto pelo ric$9 Mad$c$$andas e dirigido a Indra

    - ' Apressai'vos, amigos, em vir aqui, oferecendo louvores. 2entai'

    vos e repeti os louvores a "ndra.

    S ' 1uando se derramar a liba!o louvai todos, "ndra, vencedor de

    todos os inimigos, distribuidor de muitos benef(cios.

    Y ' +onceda'nos ele o que desejamos, faa'nos adquirir riquezas,

    ajude'nos a alcanar saber, e ven%a at n$s trazendo'nos

    alimentos. ' +antai, "ndra. Os seus inimigos n!o esperam pelos corcis

    atrelados ao seu carro.

    2 ' stes puros sucos de soma derramam'se para a satisfa!o

    daquela que bebe as liba#es.

    I ' "ndra, autor de boas obras, sorvendo a liba!o, adquiriste de

    repente maior vigor, permanecendo o maior entre os deuses.

    D ' "ndra, que louvamos, sejam absorvidos por ti os sucos do soma,

    que levam = posse de intelig

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    Y ' m tua presena colocam'se as irm!s, devoradoras do sacrif(cio.

    las concedem riqueza e andam por todos os lugares.

    ' /aduc%%anda ' Agni, que desfazes as trevas, n$s nos

    aproximamos de ti, todos os dias, com nossa mente esclarecida,

    prosternando'nos.

    F ' 2unassepa ' Agni, con%eces a maneira de se louvarem os deuses,

    sabes qual o g-Y? e %oje no firma' mento.

    Z>-S? O soma, suco obtido pela macera!o das fibras da Xasclepias

    acidaX, de cor alvacenta e sabor aucarado. iltrado em uma

    peneira feita de tiras de couro de vaca, recol%ido pelo potri '

    auxiliar do oficiante ' em um vaso, depois de fermentado o suco do

    soma era derramado sobre a c%ama, inflamava'se e evaporava'se.

    +onsiderava'se a XasclepiasX como sendo influenciada pela deusa

    Lua[.

    Z>-Y? A primeira fase da cria!o do universo foi a da matria

    liquefeita, da qual emergiu o esp(rito criador que voltou ao cu.

    uma analogia com o mito do 3

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    Agni, Aditia, 6isnG, 2uria, )ra%ma e 6riaspati.

    S ' Os conquistadores da terra elevam'se do mundo inferior =s altas

    regi#es do cu, tal como subiram ao para(so os descendentes de

    Angiras.

    Y ' &$s te acendemos, Agni, a fim de nos concederes grandes

    riquezas. 0u que fazes c%over as b

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    magia, nem o sofrimento, nem a doena.

    /au consel%o, mau son%o, a!o m, mau cora!o, mau ol%ado,

    protege'nos de tudo isso, ungEento.

    2abedor disso, direi a verdade, n!o a mentira, ungEentoU 1uero

    gan%ar um cavalo, uma vaca, e a tua pr$pria vida, %omemU

    O ungEento possui tr

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    A Morte e os &euses

    O ano, sem qualquer dGvida, o mesmo que a morte, pois o :ai

    0empo aqu

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    A morte disse aos deusesQ X+ertamente com isso todos os %omens se

    tomar!o imortais, e que parte ent!o ser a min%aVX les

    responderamQ X*oravante ningum ser imortal com o corpoN

    somente quando tiveres tomado Y?

    >-T.,Y?

    a? &ome da Obla!o diria ao deus Agni.

    b? Literalmente, Xacompan%ado por uma f$rmula sacrificaUM.

    c? Literalmente, Xenc%endo o mundoX.

    Cosogonia

    &a verdade, de inicio este universo era gua, nada mais que um

    mar de agua. As guas desejaramQ X+omo podemos reproduzirVM las

    se esforaram e praticaram devo#es fervorosas, e quando se

    estavam aquecendo foi produzido um Wvo dourado. O ano, na

    verdade, n!o estava ent!o em exist

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    tomou o cu alm. :or isso uma criana tenta falar ao fim de um

    ano, pois ao fim de um ano :rajapati tentou falar.

    1uando falava ela primeira vez, :rajapati dizia palavras de uma

    s(laba e de duas s(labasN por isso uma criana, quando fala pela

    primeira vez, diz palavras de uma e duas s(labas.

    ssas tr --. -, I, -'-- ?

    a? X2en%or das criaturasX, o deus supremo a vir.

    b? 9ma classe de demWnios, oponentes dos deuses.

    *e)to de Apoio + (s 2panis$ads

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    ISHA

    :reenc%idas totalmente com )ra%man est!o as coisas que vemos.

    :reenc%idas totalmente com )ra%man est!o as coisas

    que n!o vemos. *e )ra%man flui tudo o que existeQ

    *e )ra%man, tudo ' todavia, ele ainda o mesmo. O/...:az'paz'

    paz.

    &O +O5A]^O de todas as coisas, de tudo o que existe no 9niverso,

    %abita *eus. 2omente ele realidade. :ortanto, renunciando =s v!s

    apar

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    1ue a quietude desa sobre os meus membros,

    /in%a fala, meu fWlego, meus ol%os, meus ouvidosN

    1ue todos os meus sentidos se tornem claros e fortes.

    1ue )ra%man se mostre a mim.

    1ue eu jamais negue )ra%man, e nem )ra%man a mim.

    u com ele e ele comigo ' possamos morar sempre juntos.

    1ue seja revelada a mim,

    1ue sou dedicado a )ra%man,

    A sagrada verdade dos 9panis%ads.

    O/... :az ' paz ' paz.

    19/ +O/A&*A a mente para que ela penseV 1uem ordena que o

    corpo vivaV 1uem faz a l(ngua falarV 1uem o 2er radiante que

    conduz o ol%o = forma e = cor, e o ouvido ao somV

    O u o ouvido do ouvido, a mente da mente, a fala da fala. le

    tambm o alento do alento, o ol%o do ol%o. Ao abandonarem a

    falsa identifica!o do u com os sentidos e com a mente, e ao

    saberem que o u )ra%man, os sbios, ao deixarem este mundo,

    tornam'se imortais.O ol%o n!o o v

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    vital trazido, sabei que )ra%man. )ra%man n!o o ser que

    adorado pelos %omens.

    2e pensais que con%eceis bem a verdade de )ra%man, sabei que

    con%eceis pouco. O que pensais ser )ra%man no vosso u, ou o que

    pensais ser )ra%man nos deuses ' n!o )ra%man. *eveis, portanto,

    aprender o que realmente a verdade de )ra%man.

    &!o posso dizer que con%eo )ra%man totalmente. &em posso dizer

    que n!o o con%eo. Aquele dentre n$s que mel%or o con%ece

    quem entende o esp(rito das palavrasQ Xu nem sei que n!o o

    con%eoX.

    Aquele que verdadeiramente con%ece )ra%man quem sabe que

    ele est alm do con%ecimentoN aquele que pensa que sabe, n!osabe. O ignorante pensa que )ra%man con%ecido, porm os sbios

    sabem que ele est alm do con%ecimento.

    M2&A@A

    O/.. .

    +om nossos ouvidos, ouamos o que bom.+om nossos ol%os, contemplemos vossa integridade.

    0ranqEilos no corpo, possamos n$s, que vos veneramos,

    encontrar descanso. O/. . . :az ' paz ' paz.

    *O "&"&"0O O+A&O da exist

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    existem dois tipos de on%ecimento, o superior e o inferior.

    O inferior o con%ecimento dos 6edas >O 5ig, O 2ama, O 7ajur e o

    At%arva?, e tambm o con%ecimento da fontica, dos cerimoniais,

    da gramtica, da etimologia, da mtrica e da astronomiaM.

    O mais elevado o con%ecimento daquilo atravs do qual se

    con%ece a realidade imutvel. Atravs disso, totalmente revelado

    aos sbios aquilo que transcende os sentidos, que n!o tem causa,

    que indefin(vel, que n!o tem ol%os nem ouvidos, nem m!os nem

    ps, que tudo penneia, que mais sutil do que o mais sutil ' o que

    dura eternamente, a origem de tudoM.

    +omo a teia vem da aran%a, como as plantas crescem do solo e o

    cabelo do corpo do %omem, assim jorra o 9niverso do eterno)ra%manM.

    X)ra%man quis que fosse assim, e extraiu de si mesmo a causa

    material do 9niversoN disso veio a energia primordialN e da energia

    primordial a menteN da mente os elementos sutisN dos elementos

    sutis os diversos mundosN e de a#es realizadas por seres nos

    diversos mundos a cadeia de causa e efeito ' a recompensa e

    puni!o das a#esM.

    X)ra%man tudo v

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    su'

    dras, bem como todas as outras classes de seres. A cor dos

    br;manes

    era branca, a dos xtrias vermel%a, a dos vaixs amarela e a dos su'

    dras negra.

    2e a casta das quatro classes for distinguida por sua cor, ent!o se

    mostra observvel uma confus!o de todas as castas. O desejo, a

    raiva,

    o medo, a cupidez, a afli!o, a apreens!o, a fome, a fadiga,

    atingem'

    Xnos todosN pelo que se discrimina a casta, ent!oV O suor, urina, ex'

    cremento, fleuma, b(lis e sangue s!o comuns a todosN todos t

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    obras,

    os br;manes se dividiram em castas diferentes. O dever e os ritos

    de

    sacrif(cio nem sempre foram proibidos a qualquer um deles. 2!o

    estas

    as quatro classes para quem o 2arasvati >b? bram;nico foi destinado

    de

    in(cio por )rama, mas que, pela sua cupidez, ca(ram na ignor;ncia.

    Os

    br;manes vivem de acordo com as prescri#es dos 6edas, e

    enquanto

    se at

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    #es, prende'se a seu mestre religioso, constante nas

    observ;ncias re'

    ligiosas e devotado = verdade, c%ama'se um br;mane. Aquele em

    quem

    se v

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    armadi'

    l%as e abraado por uma mul%er de aspecto terr(vel. *rag#es

    enormes

    e %orrorosos, de cinco cabeas e altura descomunal, cercam essa

    grande

    floresta e em meio = mesma, coberta por vegeta!o rasteira e

    trepadei'

    ras, % um poo. O br;mane cai nele e apan%ado pelos ramos

    entre'

    laados de uma trepadeira. +omo a grande fruta'p!o, presa por seu

    pedGnculo fica dependurada, tambm estava ele, de ps para cima

    ecabea para baixo. no entanto um perigo ainda maior o ameaa

    ali,

    pois em meio ao fosso percebe um grande drag!o e na beira da

    tampa

    do poo v< um elefante de seis bocas e doze ps aproximando'se

    lenta'

    mente. &os ramos da rvore que cobria o poo, esvoaavam todos

    os tipos de abel%as de aspecto tem(vel, preparando mel. O melgoteja

    e bebido avidamente pelo %omem pendurado no poo. "sso porque

    n!o estava cansado da exist

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    *e)to de Apoio + ( 4aa/ana

    2 Ato de Sangue Coetido elo 4ei &as$arat$aAcidentalente e Sua Bu!entude

    >Assim aconteceu?Q

    +erto dia, quando as c%uvas tin%am refrescado a terra e fizeram

    meu

    cora!o crescer de alegria,

    1uando, depois de estorricar com seus raios a terra s

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    9m grito de agonia veio de l, ' uma voz %umana

    2e ouviu, e o fil%o de um pobre eremita caiu sangrando na

    corrente.

    XA%U :or que raz!o ent!o ' gritou ele ' sou eu, o fil%o de um

    eremita inofensivo, abatidoV

    Aqui a este riac%o vim de tarde enc%er a vasil%a com gua.

    :or quem fui atingidoV A quem ofendiV \ eu deploro

    &!o a mim mesmo ou meu destino, mas por meus pais, vel%os e

    cegoC,

    1ue perecem em min%a morte. A%U 1ual ser o fim daquele casal

    amado,

    1ue % muito guio e amparo por min%a m!oV ssa flec%a farpadaatravessou

    0anto a mim quanto a elesX. ouvindo aquela voz lastimosa, eu,

    *as%arat%a,

    1ue n!o queria fazer mal algum a qualquer criatura %umana, jovem

    ou vel%a, fiquei

    :aralisado de medoN meu arco e flec%as ca(ram de min%as m!os in'

    sensibilizadas,

    me aproximei do lugar com %orrorN e l consternado eu vi,+a(do = margem, um inocente menino'eremita, torcendo'se em dor

    e coberto

    *e poeira e sangue, seu cabelo atado desfeito, e uma jarra partida

    A seu lado. iquei petrificado e sem voz. m mim ele

    ixou seus ol%os e ent!o, como para queimar min%a alma, ele disseQ

    X+omo te ofendi, monarcaV :ara que tua m!o cruel me derrube '

    A mim, um fil%o de pobre eremita, nascido na florestaN pai, m!e e

    fil%o

    0u transfixaste com esta flec%aN eles, meus pais, sentados em casa

    sperando min%a volta, e por muito ter!o esperana ' presas da

    sede

    medos agoniantes. 6ai a meu pai ' dize'l%e de meu destino,

    A menos que sua maldi!o terr(vel te consuma, como as c%amas =

    madeira seca.

    /as antes, por piedade, tira esta flec%a que atravessa meu cora!o segura o sangue em golfadas, como a margem segura a correnteX.

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    le parou e enquanto seus ol%os giravam em agonia e estremecendo

    torcia'se

    &o c%!o, lentamente retirei a flec%a do flanco do pobre menino.

    +om um ol%ar lastimoso ent!o, seus traos em express!o de terror,

    ele expirou.

    :erturbado pelo crime pesaroso, cometido sem querer por min%as

    m!os,

    0ristemente pensei comigo mesmo como poderia reparar o mal

    feito.

    *epois, tomei o camin%o que me indicara para o eremitrio.

    Ali contemplei seus pais, vel%os e cegosN como dois pssaros de asas

    cortadas,2entados no abandono, sem seu guia, esperando ansiosos seu

    regresso

    , para disfarar seu cansao, conversando ternamente sobre ele.

    Logo ouviram o ru(do de passos e ouvi o vel%o dizer,

    m tom de reprimendaQ X:or que demoraste, fil%oV *'nos logo de

    beber

    Alguma gua. squeceste'nos por muito tempo na corrente fresca

    onde brincasteN entra ' pois tua m!e anseia por seu fil%o.2e ela ou eu te causamos dor, ou te dissemos palavras apressadas,

    :ensa em teu dever de perd!o como eremita e n!o as tomes a

    srio.

    0u s o refGgio de n$s, desabrigados ' os ol%os de teu pai cego.

    :or que ests silenteV alaU :resas a ti est!o as vidas de teus paisM.

    le cessou e fiquei paralisado ' at que por esforo resoluto,

    5eunindo todas as foras de meu ser, voz tr

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    lentamenteQ

    X&!o tivesses vindo tu mesmo, contar a %ist$ria %orr(vel, sua carga

    de culpa

    0eria esmagado tua cabea em mil fragmentos. sse feito

    lamentvel

    oi executado por ti sem querer, \ 5ei, ou n!o terias sido poupado

    toda a raa de 5ag%avas teria perecido. Leva'nos ao lugar '

    nsangEentado como esteja ele, e sem vida, devemos cuidar de

    nosso

    fil%o

    :ela Gltima vez, e abraa'loX. *epois, c%orando amargamente

    o casal, conduzido por min%a m!o, c%egou ao lugar e caiu sobre ofil%o.

    A seu contato, o pai gritouQ X/eu fil%o, n!o nos saGdasV

    &!o nos recon%ecesV :or que estais aqui tombado ao c%!oV

    stais ofendidoV Ou n!o sou mais amado por ti, meu fil%oV

    6< aqui tua m!e. 0u sempre foste cuidadoso conosco.

    :or que n!o me abraasV ala uma palavra tema. A quem vou ouvir

    Lendo novamente o 2%astra sagrado bem cedo pela man%!V

    1uem ir trazer'me ra(zes e frutos para me alimentar como a um%$spede queridoV

    +omo, fraco e vel%o, poderei sustentar tua m!e idosa defin%ando

    por

    seu fil%oV

    icaU &!o vs ainda para a morada da /orte ' fica com teus pais

    um dia mais.

    Aman%! iremos ambos contigo pela estrada temida. *esamparados

    tristes, abandonados por nosso fil%o, sem protetor na floresta,

    Logo partiremos ambos para as mans#es do 5ei da /orteX.

    Lamentando'se amargamente, ele executou os ritos funeraisN

    depois,

    voltando'se

    :ara mim assim falou, de p e pr$ximo em rever

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    tGmuloX.

    >S.IY?

    *e)to de Apoio + .ri$i/a sutra

    Cerinias de Casaento

    1ue ele examine primeiro a fam(lia da noiva ou do noivo em

    vista.

    1ue ele d< a moa a um jovem dotado de intelig

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    murmuraQ X"sto sou eu, isso s tuN isso s tu, isto sou euN isso s

    tuN isso s tu, isto sou euN eu o cu, tu a terra. 6emU +asemo'nos

    aqui. 6amos procriar. Amando, alegres, combinando em esp(rito,

    possamos viver cem outonosX.

    +ada vez que ele a ten%a conduzido assim em volta, far que

    ela pise na pedra, com as palavrasQ X:isa nesta pedraN s firme

    como

    uma pedra. 6ence os inimigos, esmaga'osX.

    0endo primeiramente derramado manteiga derretida sobre as m!os

    dela, o irm!o da moa ou uma pessoa funcionando em lugar do

    mes'

    mo derrama gr!o frito duas vezes sobre as m!os juntas da esposa.*errama novamente manteiga derretida sobre $ que ficou do

    alimento sacrifical e sobre o que foi cortado fora.

    la deve sacrificar o gr!o frito sem abrir suas m!os juntas. 2em

    essas voltas em tomo ao fogo, ela sacrifica o gr!o, com a ponta de

    uma cesta em sua dire!o.

    le ent!o solta os dois cac%os de cabelo dela, se estiverem fei'

    tos, isto , se dois tufos de l! estiverem enrolados em tomo ao seu

    cabelo nos dois lados.le faz ent!o que ela ande a frente numa dire!o nordeste, dan'

    do sete passos e dizendo as palavras seguintesQ X:ara a seiva com

    um passo, para o suco com dois passos, para prosperar cinco pas'

    sos, para as esta#es com seis passos. 2< amiga com sete passos. 2abstraindo os tratados canWnicos do

    jainismo e do budismo, que se encontram fora do %indu(smo e, por

    conseguinte, do nosso assunto?, s!o a 3rande popia e, depois, os

    :ur;nas. 2!o textos s;nscritos, redigidos numa l(ngua muito mais

    modernizante que mesmo a dos documentos menos antigos do

    6eda. /as n!o se trata de textos religiosos, embora o elemento

    religioso ocupe um lugar considervel. +om efeito, o 6eda que

    continua, pelo menos nominalmente, a servir de base =s crenas%indu(stas. A especula!o concentrar'se'ia por muito tempo, de

    forma privilegiada, nos 9panis%ads. 2omente os )r;%manas e 2tras

    foram relegados para a categoria de tcnicos, confinados ao ensino

    escolstico. :or outro lado, surgiram textos novos, ora prosseguindo

    na estrutura dos textos vdicos, ora afastando'se mais ou menos

    deles.Z...[

    (s 5edas

    Os Gnicos monumentos da religi!o vdica s!o textos, de data einspira!o variadas. sses textos formam um conjunto

    excepcionalmente amplo e importante, embora o que se conservou

    at n$s represente apenas, segundo a tradi!o, urna pequena parte

    do que existia na origem. +om efeito, essa literatura foi'nos

    transmitida repartida por escolas, a que a tradi!o c%ama `ramos,

    as quais comearam por ser em nGmero de quatro, em virtude da

    fun!o qudrupla dos celebrantes, e depois cindiram'se noutros

    `ramos devido aos ensinamentos particulares a que deu origem o

    desenvolvimento progressivo da pr=tica religiosa e sua extens!o

    atravs de toda a ndia. Ora, nem todas as escolas primitivas, nem

    todos os ramos secundrios >nem a totalidade ou a integridade dos

    textos num mesmo ramo? c%egaram at n$s, muito longe disso.

    Os textos mais importantes e, de resto, os mais antigos s!o as

    quatro `compila#es >2am%ita? que formam aquilo a que se c%ama

    os quatro 6edasM. O termo veda, que significa `saber, tambm seemprega, num sentido amplo, para designar toda ou uma parte da

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    literatura ulterior, fundada numa ou noutra das quatro 2am%it;s.

    2!oQ

    -? O 5ig'6eda ou `6eda das strofes, o documento das literaturas

    indianas mais antigoQ reuni!o de cerca de mil %inos =s divindades,

    que prefigura uma espcie de antologia obtida compilando as peas

    conservadas por vel%as fam(lias sacerdotaisN a maior parte desses

    %inos refere'se mais ou menos diretamente ao sacrif(cio de somaN

    no entanto, alguns t

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

    47/54

    a? Os 9panis%ads p$s'vdicos fabricaram'se sem descontinuidade

    at aos confins da era moderna. visnu(tas, ivaitas e t;ntricos e

    alguns com afinidades particulares com um ou outro sistema

    filos$fico. Alguns 9panis%ads do per(odo vdico permitiram o acesso

    a valores novosQ crena num *eus pessoal, exalta!o da m(stica,

    etc., e foi assim que se pWde classificar uma delas, a ]vet;vatara,

    como `a porta de entrada do %induismo.

    b? Os 2tras vdicos relativos ao `direito civil e religioso deram

    impulso a uma vasta literatura que fazia a subst;ncia daquilo a que

    se c%amava 2mriti ou `tradi!o memorizada. ssa literatura, que

    abarcava a denomina!o geral de *%arma']=stra ou `nsino sobre a

    Lei, conservou'se, pelo menos no in(cio, penetrada dereligiosidade, enc%endo'se a pouco e pouco de valores profanos,

    elementos de um direito secular, problemas de governo e

    administra!o, etc. Assim, o famoso texto con%ecido pelo nome de

    Leis de /anu, cuja data exata indeterminvel >por volta d era

    crist!, sem dGvida?, proporciona um quadro muito completo da

    sociedade indiana, das classes e das castas, mas tambm engloba

    regras religiosas aferentes ao vel%o ritual domstico. :rincipia por

    um ex$rdio cosmogWnico, para terminar numa doutrina sobre osatos, o destino da alma e a liberta!o. Outros tratados anlogos

    revelam'se mais continuamente profanos, mas a marca religiosa

    ac%a'se gravada em muitos dos seus pormenores.

    *e)tos -picos

    A 3rande popia desenvolveu'se pouco a pouco, a partir do sculo

    "" antes da nossa era >e ainda antes em alguns epis$dios?, nos meios

    de bardos e genealogistas adstritos a diversos principados do &orte

    da ndia. ssas longas descri#es, aumentadas e modificadas

    gradualmente, conduziram = reda!o de duas vastas epopiasQ o

    /a%;')%;rata ou `A 3rande 3uerra dos )%aratas e o 5;m;4ana ou

    `A gesta de 5;ma. A sua conclus!o pode ter exigido quatro ou

    cinco sculos. 0anto umas como outras, essas obras concentram'se

    em personagens reais, privilegiadas no plano divino. A primeira

    narra as aventuras da fam(lia dos :;ndavas, cinco irm!os, alvo do

    $dio dos seus primos contra os quais reivindicam o reinoQ a lutasurda culmina com uma batal%a impressionante na qual perece a

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    maior parte dos c%efesN os cinco irm!os e a sua esposa comum,

    *raupad, sobrevivem, mas para desaparecerem pouco depois,

    ceifados por uma morte sobrenatural. A segunda epopia, mais

    curta, mais condensada, descreve a vida do %er$i 5;ma, que

    desposou a princesa 2t; e, tendo'a perdido, raptada por um

    demWnio, parte = sua procura e reconquista'a no final de uma longa

    guerra. &o entanto, em conformidade com a tend

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    forma prolixa ensinamentos sobre a prtica e o ritual, dados sobre

    as festividades e peregrina#es e elementos de mitologiaQ assiste'se

    =s lutas da grande *eusa contra os demWnios, =s aventuras

    guerreiras, galantes ou ascticas de ]iva, = biografia de Rris%na.

    /as o seu objetivo pr$prio muito diferente. 0rata'se de textos

    com pretens#es %ist$ricas, que querem descrever a %ist$ria das

    dinastias ou pelo menos das genealogias reais e apoiar as bases

    dessa %ist$ria por uma cosmogonia e uma teogonia que mergul%am

    no mais profundo das eras m(ticas. A pouco e pouco, esses textos,

    carregados de interpola#es, enc%eram'se de materiais de todas as

    proceddedicados a 6is%nu, ]iva e

    )rama?. O mais clebre desses textos, mas n!o o mais antigo, o

    )%;gavata':ur;na, que descreve a vida do %er$i'deus Rris%na >p.

    D?, insistindo nos motivos que regem a devo!oQ seria o texto de

    liga!o das seitas 8ris%na(tas.

    A literatura dos :ur;nas pode estender'se, no seu conjunto, dos

    primeiros sculos da nossa era at ao sculo "" e porventura maisalm. m torno dos :ur;nas secundrios ou menores gravitam

    %inos, litanias, `glorifica#es de lugares santos, etc. :odem

    anexar'se a este tipo literrio o 7oga'vsis%t%a, imponente poema

    lendrio e filos$fico >sc. V?, e o +aturvargacint;mani de em;dri

    >sc. """?, vasta colet;nea mista entre o g

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    se neles descri#es rituais minuciosas >rituais de simbolismo e de

    adora!o?, elementos de doutrina e de tica e, finalmente,

    mtodos pr$prios para aperfeioar a individualidade ps(quica

    >ioga?.

    (utros te)tos sFnscritos

    O resto do que temos para enumerar, ou deriva de um sector

    particular e abord'la'emos no capitulo 6" ou pertence a g

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    divertimentos er$ticos e como a express!o da devo!o mais

    ardenteQ trata'se do resultado de algumas tendsc. ""?, uma espcie

    de pastoral requintada que descreve os amores do deus Rris%na e

    da iovem 5;d%= em termos de um realismo intenso, no estilo do

    +;ntico dos +;nticos.

    c? 2egue'se a literatura filos$fica. &!o existe, de modo algum,

    entre filosofia e religi!o a demarca!o que estamos %abituados a

    estabelecer. Aquilo a que se c%ama >impropriamente? sistemas

    filos$ficos, e n!o passa de `concep#es >darana?, ou seja, de

    pontos de vista diferentes de uma mesma realidade supra'sens(vel,tomaram todos em diferentes graus, por objetivo, o acesso =

    Liberta!oN de especula#es livres, tomaram'se soteriologias e

    enveredaram pela via do te(smo. O primeiro desses daranas, a

    /m;ms;, que era uma `reflex!o sobre o ritual vdico,

    preocupou'se tanto com problemas teol$gicos como o segundo

    darana, o 6ed;nta ou `im do 6eda, que, desde a origem,

    tentava elaborar, com base nos 9panis%ads, uma ontologia e uma

    m(stica. *e resto, o 6ed;nta, a partir pelo menos do sculo "",agregou'se em grande parte a determinadas seitas e empen%ou'se

    em demonstrar valores de amor'f, de graa, de abandono a *eus.

    O sistema 2;n8%4a, p$lo oposto ao 6ed;nta, porque instaurava um

    dualismo essencial da matria e do esp(rito, tomou'se igualmente

    te(sta, como era o "oga desde a constitui!o em daranaQ o "oga

    junta a uma especula!o inspirada no 2;n8%4a uma busca prtica

    de uma natureza diferenteQ uma tcnica psicofisiol$gica para

    acesso a estados e poderes supra'%umanos. O "oga , em certos

    aspectos, mais uma magia que uma religi!o, mas n!o deixou de ser

    arrastado pela corrente do tantrismo e do %induismo geral. 1uanto

    ao &4;4a e ao 6aies%i8a, os dois Gltimos daranas, eram tentativas

    de explica!o cient(fica, incidindo um na l$gica formal e na teoria

    do con%ecimento e o outro nas `categorias e na teoria dos

    tomos. 0anto um como o outro sofreram a atra!o das formas

    religiosas e, por exemplo, a l$gica instaurada pelas escolas do&4;4a serviu para demonstrar a exist

  • 8/14/2019 Textos Didticos em Indologia - A Histria Material

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    +onvm finalmente notar que disciplinas semicientificas >como a

    alquimia? se deixaram penetrar por idias m(sticas, que a

    astronomia andou muito tempo a par da astrologia, etc.

    As fontes no sFnscritas

    As l(nguas derivadas do s;nscrito >neo'indianas, indo'arianas

    modernas, como por vezes se l%es c%ama? 'em especial o bengali, o

    marata e o %indi e as l(nguas dravidianas por outro lado >as do 2ul

    da ndia, que s!o pela origem estran%as ao s;nscrito, penetradas

    em diferentes graus por influ

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    vasta colet;nea de %inos, o `6eda t;mul, em que domina a figura

    &amm;lv;r, no sculo ". 2ucedem'se numerosas obras at aos

    nossos dias, entre as quais ocupam um lugar destacado as

    adapta#es de obras s;nscritas, em particular da popia.

    m 8annara >regi!o de /4sore e noroeste dai?, a literatura mais

    recente. 0rata'se, em grande parte, dos textos da seita dos

    Ling;4atsQ l(rica, lendria, obras de controvrsia, pelo menos a

    partir do sculo "". 0ambm se encontram textos vis%nu(tas a

    partir do sculo "6, com apogeu no 6"".

    m telugu >&orte e &ordeste de /adrasta at Orissa?, as obras

    religiosas abundam a partir do sculo ", mas tratam'se, sobretudo,

    das adapta#es da popia e dos :ur;nas. 2eria necessrio esperarpor 6emana >sc. 6 V?, para ver surgir uma inspira!o autWnoma,

    nitidamente popular, que deu impulso a uma religi!o sem prticas

    exteriores.

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