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Por que trabalhar a Moralidade infantil na escola? Cris Toledo Enfrentamos uma grande crise social. Nossas crianças convivem diariamente com a violência, as drogas e os mais variados tipos de doenças que poderiam ser banidas com uma política educacional séria, com mais informação e responsabilidade. As injustiças sociais, a corrupção e o relativismo moral que existem em setores públicos e privados, são, sem dúvidas, a origem de toda esta infeliz situação que se encontra a sociedade. Nossos jovens, muitas vezes impossibilitados de perceberem valores éticos e justos por conviverem diariamente com uma desordem de valores morais, precisam urgentemente de pessoas que os façam refletirem a respeito de tais valores, repensando suas condutas. Frente a esta situação crítica, surge este recurso didático: o de dar oportunidade ao aluno de refletir a respeito dos hábitos de vida para que possam escolher a forma mais correta de ordená-los, tendo como foco uma existência plena e sem percalços. São muitas concepções teóricas que embasam o tema. Sustentam-se nas contribuições que alguns autores relevantes fizeram para a compreensão do desenvolvimento humano, como, por exemplo, a visão construtivista de Telma Vinha*, a respeito da moralidade infantil; Piaget e a estruturação do pensamento humano; Vigotsky, e seus estudos a respeito da comunicação interpessoal no desenvolvimento infantil e as interações sociais das crianças. Não adianta tentarmos ensinar valores morais sem interação, pois eles são constituídos por experiências entre as pessoas e as situações. O indivíduo é ativo na construção de seu desenvolvimento. De La Taille ressalta que nos construímos a partir das experiências que vivemos em nossas relações sociais efetivas, e acrescento: afetivas. Luciene Tognetta**, em seu livro A construção da solidariedade e a educação do sentimento na escola, nos mostra, com alguns exemplos que acontecem em sala de aula, os erros mais comuns que cometemos quando aplicamos, de forma equivocada, a Pedagogia das Virtudes. Preocupados com a disciplina e o aprendizado da classe, corremos o risco de formar um modelo de educação acabada, pronta. Uma pedagogia autoritária, onde o aluno, embora muitas vezes participe da construção das regras, por exemplo, não compreendem o real significado de suas consequências. F onte: Escola EMEB Profª Vera Tosca, 2010

Textos para refletir

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Page 1: Textos para refletir

Por que trabalhar a Moralidade infantil na escola?

Cris Toledo

Enfrentamos uma grande crise social. Nossas crianças convivem diariamente com a violência, as drogas e os mais variados tipos de doenças que poderiam ser banidas com uma política educacional séria, com mais informação e responsabilidade. As injustiças sociais, a corrupção e o relativismo moral que existem em setores públicos e privados, são, sem dúvidas, a origem de toda esta infeliz situação que se encontra a sociedade.

Nossos jovens, muitas vezes impossibilitados de perceberem valores éticos e justos por conviverem diariamente com uma desordem de valores morais, precisam urgentemente de pessoas que os façam refletirem a respeito de tais valores, repensando suas condutas.

Frente a esta situação crítica, surge este recurso didático: o de dar oportunidade ao aluno de refletir a respeito dos hábitos de vida para que possam escolher a forma mais correta de ordená-los, tendo como foco uma existência plena e sem percalços.

São muitas concepções teóricas que embasam o tema. Sustentam-se nas contribuições que alguns autores relevantes fizeram para a compreensão do desenvolvimento humano, como, por exemplo, a visão construtivista de Telma Vinha*, a respeito da moralidade infantil; Piaget e a estruturação do pensamento humano; Vigotsky, e seus estudos a respeito da comunicação interpessoal no desenvolvimento infantil e as interações sociais das crianças.

Não adianta tentarmos ensinar valores morais sem interação, pois eles são constituídos por experiências entre as pessoas e as situações. O indivíduo é ativo na construção de seu desenvolvimento. De La Taille ressalta que nos construímos a partir das experiências que vivemos em nossas relações sociais efetivas, e acrescento: afetivas.

Luciene Tognetta**, em seu livro A construção da solidariedade e a educação do sentimento na escola, nos mostra, com alguns exemplos que acontecem em sala de aula, os erros mais comuns que cometemos quando aplicamos, de forma equivocada, a Pedagogia das Virtudes. Preocupados com a disciplina e o aprendizado da classe, corremos o risco de formar um modelo de educação acabada, pronta. Uma pedagogia autoritária, onde o aluno, embora muitas vezes participe da construção das regras, por exemplo, não compreendem o real significado de suas consequências.

A escola tem um papel fundamental, e de importante atuação nas vidas dos alunos. O professor pode utilizar de diversas estratégias pedagógicas para fazer com que os alunos reflitam a respeito dos valores que possuem. Uma das principais estratégias é a comunicação. Esta comunicação deve acontecer de forma responsável e madura, onde o professor deverá encorajar os alunos a colocarem os assuntos abordados dentro de uma relação, fazendo comparações, levantando hipóteses, repensando experiências, descobrindo seus limites e os dos colegas, discutindo desafios. Por fim, espera-se que o professor adote uma orientação construtivista e que o aluno reflita, discuta, interaja, compreenda e se encontre em todo este processo.

A participação da família na vida escolar do aluno deve ser resgatada, ajustada, estimulada. A forma em que a escola conduz esta dinâmica é fundamental para que ela se torne parte integrante da escola. Sabemos que a atual crise social e a descrença na educação são fatores muito difíceis de combater, mas não impossíveis. Dados e pesquisas que envolvem a escola e o rendimento escolar tem nos mostrado que quando a família participa efetivamente da vida escolar do filho, este passa a receber a escola de forma mais responsável.

*VINHA, Telma P. “Reflexões sobre a teoria de Piaget e a construção da autonomia moral”, in: Revista Dois Pontos: Teoria e Prática em Educação, vol. 4, nº 38, ago/out/98,1998, pp. 43-46.**TOGNETTA, Luciene R.P. “A Construção da Solidariedade e a Educação do Sentimento na Escola”, Campinas/SP`, Mercado de Letras, 2007.

Fonte: Escola EMEB Profª Vera Tosca, 2010

Page 2: Textos para refletir

A importância das brincadeiras no espaço escolarCris Toledo

Todos sabem do quanto é importante as brincadeiras no espaço escolar para o desenvolvimento das crianças, mas muitos acabam esquecendo de fazer uso desta prática. Quando o professor inclui em seu planejamento atividades lúdicas, e as utiliza como recurso para motivar o aluno a desenvolver e descobrir suas habilidades, ele alia a escola ao prazer.O brincar faz parte da infância e precisa existir na vida da criança, quer seja na escola ou em casa. O brincar é um direito da criança, defendido em Leis e Declarações. "É dever do Estado, da família e da sociedade colocar o brincar como prioridade na vida da criança”, como determina o Estatuto da Criança e do Adolescente (Art.4º, Lei nº 8.069, 1990).Ao brincar, a criança aprimora-se em conceitos de socialização, respeito às regras e compreensão de símbolos. Todas estas situações poderão auxiliar o aluno na capacidade do pensamento autônomo e o ajudarão a compreender o mundo em que vive. É na brincadeira que ele terá a oportunidade de viver situações que lhe darão condições de investigar, refletir e conhecer a si mesmo e o mundo que o cerca. Brincando, o aluno exercita sua imaginação, permitindo a ele fazer relações entre seus interesses e suas necessidades com o mundo. A criança brinca de acordo com seus desejos, problemas e realidade. Para a criança, o brincar é a sua linguagem, é a sua forma de expressar sentimentos e pensamentos.

A escola, muitas vezes esquece-se da importância desta atividade deixando de usufruir os benefícios que podem obter, dando um maior valor apenas aos trabalhos que levam a criança a ler, escrever e estudar.

É fundamental que o professor inclua em seu planejamento atividades lúdicas, que promovam um ambiente prazeroso e afetuoso na relação aluno/professor, e assim possa atingir a totalidade no processo de ensino aprendizagem.

Ao planejar uma atividade lúdica, o professor deve se atentar pra que e por que aplica-la. O professor deve estar consciente dos objetivos que deseja atingir. Ao observar a participação da criança durante a brincadeira, o professor poderá encontrar pistas de grande valor que o ajudarão a compreender melhor seu aluno, auxiliando inclusive no processo pedagógico.É de suma importância que o profissional da educação reveja como tem cuidado do processo de aprendizagem do seu aluno: se estabelece harmonia entre os conteúdos, a realidade, as experiências e conhecimentos pré-existentes, ou seja, o que o aluno já traz em seu conhecimento.O lúdico é de fundamental importância na vida escolar da criança. Sabemos que a criança precisa brincar e a brincadeira precisa ser inserida no projeto pedagógico da escola.

Fonte: http://images.search.conduit.com/ImagePreview, abril/2014

Page 3: Textos para refletir

A RESPONSABILIDADE DE QUEM FALA... Adroaldo Modesto Gil – Adaptado

Um doente comum, quando procura um clínico, queixando-se de uma dor ou de um problema, o clínico prescreve determinado medicamento que pode ser adquirido nas prateleiras das farmácias, seja ele na forma de cápsula, líquido injetável ou não, mas quem utiliza da palavra precisa atentar em tudo quanto diz...

A palavra, para o doente que nos procura com um problema, é semelhante à cápsula, só que esta cápsula não é ingerida, não vai ser dissociada em seus compostos químicos no estômago, caindo na circulação e cumprindo com os seus efeitos... A palavra é depositada diretamente no cérebro do interlocutor, daquele que nos ouve... A palavra é como se fosse o remédio, agindo diretamente na mente de quem nos procura e, não raro, tem os seus efeitos inesperados, os seus efeitos colaterais e as suas contraindicações, que agridem o organismo; e devem ser avaliadas de acordo com a pessoa que irá ouvi-la.

Às vezes, a mesma palavra dita a duas pessoas diferentes surte dois efeitos contrários.

Quem fala, quem conversa, quem dialoga, quem permuta ideias e emoções, há evidentemente que pensar muito, porque a palavra pode influenciar positivamente, mas devido à nossa ainda limitada condição receptiva, é possível que a sua influência seja negativa. Sempre foi mais fácil destruir que edificar. Por isso precisamos cuidar da nossa palavra. Quando conversamos plantamos ideias, que dificilmente se extirparão das mentes incautas, inexperientes, incapazes de discernir.

A palavra deve ser utilizada com responsabilidade de emitir esta ou aquela opinião, de forma a não contrariar, não agredir, mas principalmente não faltar com a verdade e, sobretudo, não faltar com a complacência.

Atentem para o que digam, meçam as palavras, tateiem o terreno, pois pode ser que o terreno não esteja à altura da semente que tencionem plantar! Busquem sentir o que o interlocutor esteja sentindo antes de se manifestarem verbalmente, antes de opinarem. Podemos influenciar vidas, mudar destinos. A palavra na vida de alguém pode se assemelhar àquela alavanca que mexe nos trilhos da estrada férrea e muda o comboio de direção... Saibamos dialogar, de forma edificante, que induza à construção do bem e não da palavra que perturba, que desacredita ou promova o desentendimento.

Se houvesse no mundo um aparelho que pudesse, calcular o valor da palavra dita, ficaríamos estarrecidos diante da inutilidade ou falta de aproveitamento das palavras proferidas pelos homens! É verdade que estamos a caminho e estamos aprendendo a usar a palavra, mas não devemos esquecer de que “A boca fala do que está cheio o coração”.Cuidemos também do nosso coração...

Fonte: Casa – Máter, O amor em Ação, Adroaldo Modesto Gil

Fonte: http://gehspace.com/arte-cultura/verdade-mentira-falsidade-erro/