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UNIVERSIDADE DO MINHO Unidade curricular de Atelier de Comunicação e Informação II Licenciatura em Ciências da Comunicação, 2º ano Trabalho em Grupo RP/PUB Theatro Circo Docentes: Helena Pires Susana Machado Mairá Pires Mendonça (E2716) Matilde Rodrigues (A42776) Nathalie Cristina Bonome (E2750) Sarah Nóbrega (E2774)

Theatro Circo

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Page 1: Theatro Circo

UNIVERSIDADE DO MINHO Unidade curricular de Atelier de Comunicação e Informação II

Licenciatura em Ciências da Comunicação, 2º ano

Trabalho em Grupo RP/PUB

Theatro Circo

Docentes:

Helena Pires Susana Machado

Mairá Pires Mendonça (E2716)

Matilde Rodrigues (A42776)

Nathalie Cristina Bonome (E2750)

Sarah Nóbrega (E2774)

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Instituição escolhida:

Theatro Circo

Informações sobre a instituição escolhida:

O Theatro Circo é uma instituição gerida pela empresa Teatro Circo de

Braga, S.A., sociedade anónima de capitais maioritariamente públicos, detida a

cerca de 98% pelo Município de Braga.

Com quase cem anos de existência, o edifício foi recentemente objecto de

uma profunda obra de restauro e reestruturação espacial que o modernizou

mantendo a traça original e dotou com um dos mais avançados equipamentos

técnicos da Europa.

O Theatro Circo é hoje uma referência no meio artístico, não apenas por

possuir uma das mais carismáticas salas de espectáculos do país mas porque a

escolha da sua programação obedece a critérios de qualidade e ecletismo,

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reflectindo os objectivos estratégicos que foram propostos pelo accionista

maioritário para este magnífico Espaço.

História

O Theatro Circo começou a ganhar forma na mente de um grupo de

bracarenses por volta de 1906. Nesse início do século XX, Braga dispunha

apenas do pequeno “São Geraldo”, ao gaveto da Avenida Central com a Rua dos

Chãos, único espaço onde se podia ver algum teatro e cinema ou outros

espectáculos de variedades.

Os anos foram se passando e significaram também a constução da

trajectória do Theatro Circo na cena cultural portuguesa. Acompanhando o

desenvolvimento tecnológico, a década de 30 foi marcada pelo cinema sonoro,

com grande prejuízo para o teatro declamado, que viu decair progressivamente a

sua programação, desde logo por força da exibição de três fitas por semana.

Além disto, a rica história do Theatro Circo não se esgota no extraordinário

registo da sua programação teatral, circense, operática e cinéfila. Desde muito

cedo que as suas portas se abriram para inúmeras acções de beneficência,

evocações de fastos históricos, efemérides, congressos, saraus académicos,

sessões de cultura musical e cinéfila.

E nos finais da década de 80 e durante quase toda a década de 90, o

Theatro Circo continuou a assegurar uma programação diversificada, de teatro,

cinema, ópera, bailado, música, conferências, exposições e acções de formação.

Destaque para a presença de várias companhias nacionais, como o “Teatro

Nacional”, a “Barraca” e o “Cendrev”, e algumas estrangeiras.

Em 1999, o Theatro Circo foi submetido a profundas obras de restauro e

requalificação, numa decisão do Executivo Autárquico que dá sequência a um

protocolo estabelecido entre a Câmara Municipal de Braga e o Ministério da

Cultura, co-financiado pelo FEDER.

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A requalificação, constituída pelo restauro de todo o imóvel com total

respeito pela sua arquitectura e pelo reforço e consolidação da estrutura e sua

segurança, teve por objectivo a reconversão do Theatro Circo num grande

complexo cultural, capacitado com a mais actual e completa tecnologia cénica e

sonora, capaz de responder às necessidades da arte contemporânea nas suas

mais variadas dimensões.

Para além da sala principal, com lotação de 899 lugares, o equipamento foi

complementado com duas novas salas: um pequeno auditório com 236 lugares e

uma sala de ensaios. Foi ainda aumentada a sua capacidade nas zonas de apoio

com a dotação de novos camarins e armazéns. A requalificação incluiu ainda a

reposição da traça original do Salão Nobre, libertado agora das alterações que foi

sofrendo ao longo dos anos.

Todo este processo culminou a 27 de Outubro de 2006 com a reabertura

do Theatro Circo, num momento de celebração marcado pela actuação da

Orquestra Sinfónica Nacional Checa, que devolveu à cidade uma sala de

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imponência invulgar e de beleza arquitectónica difícil de suplantar por qualquer

outra sala, portuguesa ou européia.

De que forma a instituição comunica com seus públicos?

O Theatro Circo possui quase cem anos de existência, entretanto o edifício

passou recentemente por uma profunda obra de restauro e reestruturação. Há

dois anos o Theatro foi reaberto ao público, contudo o Gabinete de Comunicação

da instituição foi extinto, de modo que, actualmente, existe apenas uma pessoa

responsável por gerir a comunicação do Theatro: a Assessora de Imprensa

Luciana Silva.

A instituição possui um quadro de recursos humanos escasso, e também

escassos recursos financeiros para o que diz respeito à comunicação, de modo

que as estratégias desenvolvidas são limitadas.

Neste panorama, a Assessora de Imprensa busca trabalhar a comunicação

da instituição considerando duas frentes distintas: a imprensa e o público em

geral.

Em relação à imprensa são desenvolvidos trabalhos mais activos e mais

passivos: a comunicação realizada de maneira activa consiste no envio de press-

releases à imprensa local, como estratégia para buscar a divulgação junto aos

públicos desses meios de comunicação. Estes materiais são redigidos no Theatro

e enviados pelo Gabinete de Comunicação da Câmara Municipal de Braga. Além

disto, ainda há, por vezes, a realização de alguns passatempos, que consistem no

fornecimento de ingressos para algumas rádios que os sorteiam para seus

ouvintes, também visando a divulgação destes espectáculos. E as actividades

mais passivas consistem no atendimento às solicitações feitas pela imprensa,

desde informações gerais, até o pedido de entrevistas com os artistas dos

espectáculos em cartaz.

Em relação ao público em geral, a Assessora de Comunicação produz um

newsletter, que também é enviado por meio do Gabinete de Comunicação da

Câmara Municipal de Braga. Este banco de dados é formado por milhares de

pessoas que preenchem uma ficha de cadastro nas bilheteiras do Theatro, ou no

site do mesmo solicitando o envio da newsletter (esta ferramenta está disponível

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há somente seis meses, mas já vem ajudando no cadastro de pessoas

interessadas pelas actividades desenvolvidas no Theatro).

A Missão

"O objecto da sociedade consiste na gestão de Theatro Circo de Braga e

na realização de actividade culturais, de acordo com os princípios de interesse

público e as orientações da Câmara Municipal de Braga para a programação

anual do theatro.”

Artigo 3º dos Estatutos do Theatro Circo

“Temos a responsabilidade de criar um modelo, no âmbito da gestão

financeira dos recursos e da programação, exemplar, partindo da realidade do

país, mas que potencie, explore e até antecipe as alterações profundas que se

verificam já em toda a problemática cultural e de criação artística no país, a partir

das cidades médias.”

In Projecto do Theatro Circo, 2006

A Visão

Reconhecer o passado e a importância do Theatro Circo na cidade e

região, bem como todo o processo que conduziu à situação actual do

equipamento e potenciá-lo através de dinâmicas conducentes ao seu

reconhecimento no panorama cultural nacional e europeu; reconhecer igualmente

a natureza e importância dos investimentos realizados pelo Estado e colocar o

Theatro Circo como parceiro estratégico ao serviço da Política Cultural do País;

Afirmar o Theatro Circo como pólo aglutinador e despoletador de dinâmicas

culturais e de criação, junto dos públicos, na cidade e região, afirmando ao

mesmo tempo Braga, cidade europeia de cultura. Através de práticas

profissionais, claras, concretas e afirmativas. Valorizando cada dia o que há,

integrando uma estratégia de cidade que cria e consolida infra-estruturas,

suportando-as através de dinâmicas culturais e de gestão consequentes;

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Responsabilizar no discurso político e cultural a sociedade civil, quanto à

atitude cultural. Reivindicar junto dos poderes centrais a contratualização de

conteúdos, (quer no âmbito da programação, quer da formação de públicos),

defendendo a necessária partilha de responsabilidades, quanto ao processo de

elevação cultural dos cidadãos.

Os objectivos estratégicos

Assumir-se como estrutura apta a impor um prática atempada, ágil e

profissionalizada, nas vertentes da programação, informação e formação;

Aproveitar e potenciar todos os passos dados, quer por si mesmo, ao longo

do tempo, quer pela CTB, no âmbito das relações com o exterior (países

lusófonos e cidades europeias) em colaboração com Ministérios, governos dos

países, cidades, pessoas, etc., em áreas como o cinema, a dança, o teatro e a

música;

Ser exemplar e responder em quantidade e qualidade à cidade e região. E,

nesse contexto, como equipamento ao serviço da política cultural da cidade,

assumir e potenciar, através de uma programação integrada (o local, o regional, o

nacional), para uma mais qualificada intervenção indutora de novas dinâmicas

culturais. Para tal o cruzamento de propostas e programações deve ser claro.

- Numa perspectiva Local:

Através de uma estratégia de integração e dinamização das pessoas e

estruturas existentes nas áreas da cultura, do ensino, do associativismo, da

criação… dinamizando o cultural e potenciando a criação artística, numa ideia

cada vez mais europeia e global.

- Numa perspectiva Regional:

Trabalhando no sentido de procurar complementaridades entre

equipamentos e suas programações, racionalizando custos e optimizando e

potenciando as ofertas culturais.

- Numa perspectiva Nacional:

Integrando a criação local e a sua capacidade de acolhimento, através de

uma programação moderna e europeia, como marca da cidade, capaz de ser

atractiva e desejada num contexto geográfico cada vez mais alargado.

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Em qualquer destas áreas, a preocupação pela necessidade estratégica de

contribuir para limitar assimetrias geográficas e sociais, mentais, culturais ou de

iliteracia está sempre presente.

Quais conteúdos são veiculados? Que canais/meios são utilizados?

Os principais conteúdos veiculados na comunicação desenvolvida pelo

Theatro dizem respeito à agenda dos espectáculos a serem apresentados no

local.

Periodicamente o Theatro produz um impresso, em formato A2, dobrado

até o tamanho A5, que contem a agenda mensal de espectáculos. Ele é

produzido por um freelancer, que era contratado do Theatro Circo enquanto a

instituição ainda possuía um Gabinete de Comunicação, e que, neste momento,

produz materiais conforme a demanda do Theatro. Esta agenda é enviada a

milhares de pessoas por meio da Câmara Municipal de Braga, como mala-direta,

e também é disponibilizado nas dependências do Theatro.

A produção de cartazes, flyers e folders é feita na medida em que há

necessidade de divulgar alguma apresentação artística, no entanto, estes

materiais geralmente não são produzidos pela instituição Theatro Circo, e sim

pelos grupos de teatro e produtoras responsáveis pelo espectáculo. O Theatro

Circo encarrega-se apenas de promover a distribuição dos flyers em suas

bilheteiras e colagem dos cartazes nas suas dependências.

A questão da produção de materiais de divulgação das apresentações é,

portanto, contratual: depende do acordo estabelecido entre o Theatro e a

produtora do espectáculo em questão. Entretanto, verifica-se que na grande

maioria dos casos a própria produtora responsável pela apresentação artística é

quem encarrega-se da elaboração e impressão dos materiais de divulgação da

mesma, e repassa estes materiais para que o Theatro promova a distribuição.

Em relação aos cartazes, a sua divulgação pode ser feita de duas maneiras

distintas: colocando estes cartazes nas ruas da cidade de Braga, porém verifica-

se que os espaços para a colagem de cartazes estão cada vez mais disputados e

escassos; ou divulgando os cartazes, em tamanhos maiores, nos mupis da

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JCDecaux, sendo no total 25 faces de mupi disponibilizadas gratuitamente pela

Câmara Municipal de Braga.

Além disto, como foi dito anteriormente, o Theatro Circo utiliza-se de rádios

locais para promover a divulgação das suas apresentações. A Assessora de

Imprensa entra em contacto com as rádios cujo público é pertinente com o

espectáculo a ser apresentado, e oferece, além de prees-releases, alguns

ingressos para serem sorteados em passatempos com os ouvintes. Desta

maneira, o Theatro consegue, a baixos custos, promover a divulgação destas

apresentações junto aos ouvintes destes meios de comunicação.

O Theatro também busca comunicar os espectáculos a serem exibidos em

meios de comunicação como jornais impressos e revistas locais, no entanto esta

divulgação não é muito frequente e o conteúdo destes anúncios (tanto no que diz

respeito às informações, quanto ao layout) é o mesmo dos flyers e folders feitos

pelas produtoras dos espectáculos.

No entanto, verifica-se que o maior meio de divulgação de informações

sobre o Theatro Circo é o site da instituição:

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Isto porque é um meio que encontra-se permanentemente no ar,

fornecendo informações sobra a própria instituição - como missão, valores,

histórico -, seu espaço e equipamentos, galeria de fotos, contactos e agenda de

espectáculos. Além disto, o internauta ainda pode fazer reservas e consultas de

horários e preços de ingressos.

A que públicos se dirige?

O público do Theatro Circo não é bem delimitado, pois a definição é feita

conforme o espectáculo a ser exibido. Deste modo, a comunicação desenvolvida

pela instituição busca ser mais generalista, visando atingir um público pouco

específico. O que verifica-se contudo, é que o que há de comum entre essas

pessoas é a predisposição e interesse por consumir produtos culturais. E face à

crise económica, percebe-se que o público frequentador da instituição é formado

por pessoas que possuem certo poder aquisitivo e são capazes de pagar por

bens intangíveis, como os produtos culturais.

A segmentação que pode ser considerada é a seguinte:

- Espectáculos de Dança Clássica ou Contemporânea e Concertos

Musicais Clássicos e de Fados: Público adulto, que já frequentava o Theatro

mesmo antes da sua reabertura e que possui um perfil sócio económico de classe

média e média alta.

- Espectáculos infantis/ Concertos musicais para bebês: Crianças, dentro

de faixas etárias variadas conforme a apresentação artística, acompanhadas de

seus pais, tios ou avós. Há, no caso de peças infantis, o agendamento de escolas

que levam turmas inteiras para prestigiar as apresentações, fazendo com que,

nestes casos, possa-se verificar com mais precisão o perfil dos espectadores.

- Espectáculos alternativos: público bastante variado conforme a peça ou

apresentação.

Deste modo, verifica-se que as faixas etárias são diversas, assim como os

sexos e não há, realmente, como se definir com precisão um público para o

Theatro Circo, mas sim, um público para cada espectáculo a ser exibido na

instituição.

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A localização dos públicos também varia bastante conforme o espectáculo

a ser apresentado, pois, em geral, os espectadores residem em Braga e suas

proximidades, no entanto, quando são exibidas peças de companhias renomadas,

verifica-se a presença de espectadores de todo o país, e até da Espanha (região

da Galiza).

A forma como atinge determinados públicos é diferenciada?

Verifica-se que o Theatro Circo não atinge seus públicos de maneira

diferenciada. Isto se dá pelo fato de que são poucos os materiais produzidos pela

própria instituição para comunicar a sua imagem, assim os materiais de

divulgação são, na maior parte das vezes, produzidos por companhias, grupos e

produtoras independentes do Theatro, e que, portanto, não têm interesse de

transmitir a imagem do Theatro Circo e sim das suas próprias apresentações.

Além disto, ainda verifica-se que são poucos os recursos destinados à

comunicação, fazendo com que as estratégias tornem-se limitadas. E que não há

pesquisas que delimitem o público do Theatro Circo, tornando assim a

comunicação mais generalista e menos diferenciada.