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Fabrícia Destro Ghizzo

Ética e Sigilo Profissional

11 de maio de 2016

Facilitadora: Fabrícia Destro Ghizzo Assistente Social, funcionária publica municipal, atuando junto ao CRAS Central – equipe volante.

Especialista em Docência no Ensino Superior.

Professora da Faculdade Itecne, curso de Serviço Social, leciona as disciplinas de Ética e Sociedade, Ética Profissional, Política Social e Políticas de Atendimento para Crianças e Adolescentes.


Ética e Sigilo profissional

Não pretendemos aqui explanar um

guia de “boas práticas”, nem

tampouco um catálogo de

comportamento, mas problematizar

esse importante aspecto que deve

estar presente no exercício de vossas

(nossas) funções.


O que é ética?

O que é Moral?



Mario Sergio Cortella

Quero...

Devo...

Posso...

Tem coisa que eu quero...mas não devo...

Tem coisa que eu devo... mas não posso...

Tem coisa que eu posso...mas não quero...



Paz de espírito?

Quando aquilo que você quer..é o que você pode...e é o que você deve...

Como eu defino isso???

Não existe ninguém sem ética...somente alguém ANTIÉTICO...



Amoral – Não tem condições de decidir a partir da sua moral (criança/idoso/incapaz) – incapaz de decidir, julgar e avaliar.

Imoral – depende da moral que você pratica – referencia da ética que você em por traz (época, costumes)

Moral – é a pratica de uma ética



A ÉTICA não é relativa – é sempre ética...ou eu SOU...ou eu não SOU ético...

A MORAL é relativa – costumes, vivências, época histórica...ela vai mudando...



O prático...nem sempre é o certo...

“Jeitinho brasileiro”....


O que significa ética?

A palavra “ética” vem do Grego

“ethos” que significa “modo de ser”

ou “caráter”.

Já a palavra “moral” tem origem no

termo latino “morales” que significa

“relativo aos costumes”.


O que significa ética?

Neste sentido, a ética, embora não possa ser

confundida com as leis, está relacionada com o

sentimento de justiça social.

A ética é construída por uma sociedade com

base nos valores históricos e culturais. Do

ponto de vista da Filosofia, a Ética é uma

ciência que estuda os valores e princípios

morais de uma sociedade e seus grupos.


Ética:

Códigos de ética;

Profissões liberais;

Discernimento pessoal.;

Autonomia profissional.


Antiética

Uma pessoa que não segue a ética

da sociedade a qual pertence é

chamado de antiético, assim como

o ato praticado.


Moral:

Moral é o conjunto de regras aplicadas no

cotidiano e usadas continuamente por cada

cidadão. Essas regras orientam cada

indivíduo na sua conduta, norteando as

suas ações e os seus julgamentos sobre o

que é moral ou imoral, certo ou errado,

bom ou mau.


Consciência Moral

Não se trata apenas dos sentimentos morais, mas se refere também a avaliações de conduta que nos levam a tomar decisões por nós mesmos, a agir em conformidade com elas e a responder por elas perante os outros. Isso significa ser responsável pelas consequências de nossos atos.


Agente moral = EU

Logo, o agente moral (EU) deve colocar em prática sua autonomia enquanto indivíduo, pois aquele que possui uma postura de passividade apenas aceita influências de qualquer natureza. Assim, consciência e responsabilidade são condições indispensáveis à vida ética ou moralmente correta.


Agente Moral = Eu

Consciência

Responsabilidade


Logo...o ser humano não pode ser considerado neutro.

Nunca vamos conseguir ser NEUTROS.

Pois eu sou carregado de uma história composta por diversos fatores (culturais, religiosos, familiares).


Logo...

Eu sou responsável pelas minhas escolhas...

Devo ter consciência sobre elas e arcar com as consequências dela...sejam estas boas ou ruins.


Por mais que eu não possa ser NEUTRO...

Eu DEVO respeitar o indivíduo/usuário/paciente/aluno, enquanto profissional ético que sou.


Assim, o homem tem a liberdade da

escolha, mas ao mesmo tempo

precisa fazer uma escolha consciente

– responsabilidade das escolhas

morais – diante de varias

alternativas.


A ética nunca vai oferecer uma

“receita pronta” para a dimensão

prática.

Ela pode oferecer pistas e apontar o

leque de possibilidades que se coloca

nas situações, todavia nunca oferece

certezas, soluções práticas para cada

situação.


A tomada de decisão, escolhas diante

dos problemas e alternativas é, em

ultima instancia, sempre de ordem

individual – moral. Bem como as

responsabilidades pelas

consequências decorrentes das

atitudes.


Sigilo Profissional


O que é sigilo?

Aquilo que não pode ou não deve ser revelado;

Segredo;

Discrição, reserva;

Silêncio.


Sigilo

Proibição legal de divulgar

informações obtidas no exercício de

uma atividade profissional.

Dever ético de não revelar dados

confidenciais obtidos no âmbito da

profissão.


Sigilo

Aparentemente é bem simples...

“A manutenção de um segredo”.


Mas...

Implica desde a possibilidade e o dever

daquele que guarda o segredo de se

omitir em revelá-lo até a necessária

proteção da intimidade do sujeito que

apresenta o aspecto de sua vida que

não quer que seja conhecido por

outrem.


A partir dos preceitos éticos, estamos diante de algo complexo.

Para quem vou revelar?

Com qual necessidade?

Para quê?

Em que condições? (concretas e subjetivas)


Sigilo

Espetacularização da pobreza;

Mídias – exposição dos sujeitos.

A pessoa deve ser compreendida como

sujeito de direito, sendo que a nossa

prática profissional se estabelece para

recuperar um direito que já foi ferido,

ou, na maioria das vezes, nunca existiu de

fato.


O que fazer quando as palavras

repassadas são deformadas, retiradas

do contexto que foram ditas e

apropriadas juridicamente para um

fim que estava de antemão definido?


O que fazer diante do dever de

testemunhar sem que isso abale o

igual dever, de proteção da infância,

por exemplo?


Como assegurar a proteção ao

anonimato e resguardar a qualidade

da informação e a segurança dos

envolvidos?


Como definir dentro do que foi dito,

o que deve ser matéria de sigilo?

Quais informações que realmente

contribuem para o direito reclamado?


Isso serve para pensar não apenas a

obtenção da informação, mas ainda

a veiculação desta ao que for

necessário para o cumprimento do

direito.


Dizer ou não dizer?

A resposta adequada para a pergunta

“dizer ou não dizer?” é posterior à

atitude profissional que a princípio

deve procurar não ir além do que é

necessário para o cumprimento do

objetivo profissional.


Cuidado!!!

Em algumas situações, a troca e o

compartilhamento de informações nem

sempre se estabelecem entre

profissionais que possuem a obrigação

do sigilo, sendo diferentes os papéis e

as responsabilidades de cada um –

colegas de trabalho.


Dispositivos legais:

Constituição Federal brasileira de 1988;

Código Penal;

Código Civil;

Código de Processo Penal;

Lei das Contravenções Penais;

Código de Processo Civil.


Sigilo = Responsabilidade

Não manter estas informações em sigilo, poderá

representar um delito. Juridicamente falando, para

ser considerado quebra de sigilo estas informações

devem ter sido obtida através da função ou ofício que

a pessoa possui.

Prevê o art. 154 do Código Penal: “revelar alguém,

sem justa causa, segredo, de que tem ciência em

razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja

revelação possa produzir dano a alguém”. A pena

cominada é detenção, de três meses a um ano, ou

multa.


Constituição Federal 1988

Constitucionalmente, ninguém será

obrigado a fazer ou deixar de fazer

algo,senão em virtude da lei, e que

são invioláveis a intimidade, a vida

privada, a honra e a imagem das

pessoas.


Sigilo = Direito

O direito à confidencialidade é

tanto um direito da pessoa -

atendida, como também uma

responsabilidade profissional.


Uma decisão ética resulta de uma deliberação,

de uma escolha consciente diante da

pluralidade de elementos que envolvem

determinada questão. Sendo que sua

decisão terá implicações para si mesmo,

para o usuário do serviço, para a

instituição e para o conjunto da

sociedade.


Por isso é preciso considerar a opinião

do usuário, se a informação tratada é

ou não confidencial (?), seu objetivo

profissional (?),para que serve o

compartilhamento de tal informação

(?), e com quem compartilhá-la (?); e,

ainda, o que é melhor para garantir

determinado direito (?).


Na nossa relação com o usuário, este deve

ser colocado a par sobre a situação que

demanda suas informações, para melhor se

posicionar ou até mesmo se recusar a prestar

as informações solicitadas.

Ou seja, prestar todas as informações do

que eu estou fazendo...

Quem sou eu...


Importante!!!

É importante que o usuário seja reconhecido como sujeito, de modo que tome conhecimento do conteúdo daquele trabalho e que as informações prestadas não serão banalizadas, ao contrário, pois estão sendo ditas a um profissional que possui qualificação, competência e ética profissional, o que pode permitir a construção de uma relação de confiança mútua.


Não é apenas o que foi dito que é matéria de sigilo.

Gestos, o que observamos, posturas, vestimentas...tudo pode vir a ser matéria de sigilo.


Fica a pergunta???

O que fazer?

Aliás???

O que eu posso fazer?


Bibliografias consultadas

SAMPAIO, Simone Sobral; RODRIGUES, Filipe Wingeter. Ética e Sigilo Profissional. In. Revista Serviço Social e Sociedade nº 117. São Paulo: Cortez, jan./mar.2014.

BARROCO, Maria Lucia Silva. Ética e Serviço Social: Fundamentos ontológicos. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2006.

BONETTI, Dilseia Adeodata. et al. Serviço Social e ética: convite a uma nova práxis. 11ª Ed. São Paulo: Cortez, 2010.

BARROCO, Maria Lucia Silva. Ética e Sociedade. Volume 01, Brasília: CFESS, 2005


Obrigada!!!

“É necessário cuidar da ética para não anestesiarmos a nossa

consciência e começarmos a achar que tudo é normal.”

(Mario Sergio Cortella)


Email: [email protected]

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