TIJOLO SOLO - CIMENTO.docx

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1 - INTRODUOPor ser uma atividade de transformao, a construo civil se caracteriza como um dos setores que mais consomem recursos naturais e geram grandes quantidades de resduos, desde a produo dos insumos utilizados, at a execuo da obra e a sua utilizao. Por essa razo, possui grande potencial de reduo de impactos com a adoo de prticas de conservao e uso racional. Estima-se que seja possvel reduzir entre 30% e 40% o consumo de energia e de gua nas fases de uso e operao do edifcio. Para ter ideia dessa magnitude, no Brasil, a participao dos edifcios no consumo de energia eltrica superior a 45% e este porcentual est crescendo mais rapidamente do que a economia. Agir para a racionalidade e eficincia no consumo de recursos pode, adicionalmente, se traduzir em reduo de gastos, com vantagens para a sociedade.A crise energtica mundial tem estimulado a humanidade a buscar fontes alternativas de energias renovveis, sendo assim a utilizao de combustveis de origem vegetal se torna uma das grandes alternativas. Dentre eles o lcool, produzido a partir da cana-de-acar atualmente um dos principais produtos para solucionar o problema. Com isso, houve um aumento no consumo e na produo de lcool combustvel nos ltimos anos, sendo assim, tambm aumentou a quantidade de subprodutos e resduos gerados a partir do mesmo, tendo, como consequncia, grandes impactos ambientais quando no utilizados corretamente.Os principais subprodutos da cana-de-acar so: a vinhaa e o bagao da cana. O subproduto mais reaproveitado nas usinas de lcool e acar o bagao, pois o mesmo utilizado como combustvel usado nas caldeiras para gerao de energia. O bagao calcinado em temperaturas por volta de 1000C, e tem como resultado uma cinza pesada e uma cinza volante, que embora no sejam diretamente liberadas no ar, como a das colheitas, podem poluir o ambiente quando descartadas de forma imprpria aps a limpeza das caldeiras e ou descarte em aterros sanitrios. Uma das solues para essa questo a incorporao da CBC (Cinza de Bagao de Cana) em substituio parcial do agregado mido utilizado na fabricao de tijolos modulares de forma ecologia (sem a necessidade da queima) no sistema SC (Solo-Cimento). Com isso, ser reduzido o volume de extrao do solo que muitas vezes so retirados de forma discriminatria.No entanto, essa substituio do agregado mido na fabricao de tijolos ecolgicos ser de grande importncia tambm para as usinas que utilizam o bagao de cana-de-acar, pois, ao fornecer cinzas, alm de resolver parte de seu problema com estocagem desse resduo que ocupa grandes espaos no ptio e o custo empregado por tonelada ao descartar nos aterros sanitrios, ir contribuir cada vez mais com a preservao do meio ambiente e dos recursos naturais no renovveis. Alm de substituir, de forma parcial, o cimento Portland, que responsvel por emitir dixido de carbono para a atmosfera, agravando o efeito estufa.

2 OBJETIVOS2.1 GeralAnalisar as caractersticas fsicas do tijolo solo-cimento com adio de cinzas do bagao de cana-de-acar, como material alternativo para a construo civil.2.2 EspecficoComparar as caractersticas fsicas do tijolo solo cimento com adio de cinzas do bagao de cana-de-acar, atravs da diversificao da proporo de seus componentes. (trao)

3 JUSTIFICATIVAA construo civil, um dos mais importantes setores da economia, com penetrao em vrios segmentos, essencial ao desenvolvimento da sociedade contempornea, com destaque para as reas de moradia, comrcio, servios e infraestrutura, que geram milhes de empregos diretos e indiretos.Um de seus maiores desafios conciliar seus projetos com sustentabilidade. E ento que as tecnologias dos materiais padres do espao s inovaes ou adaptaes que impactam o mnimo possvel o meio ambiente. Cada vez mais, os materiais so estudados e recebem adies ou substituies de substncias nocivas sade e meio ambiente, e qualquer que seja o material, se apresenta menor impacto que seu antecessor, ganha espao no mercado, agregando na construo civil.O tijolo solo cimento com ou sem adio de cinzas, garante s construes uma sada ecolgica, apresentando vantagens na rapidez, manuteno, resistncia e desperdcio durante a execuo da obra.

4. REVISO BIBLIOGRFICA4.1 Tijolo de Solo-CimentoO tijolo de solo-cimento um material que se enquadra nas exigncias da sociedade sustentvel. Produzido a partir de solo, cimento e gua, pode ser utilizado estruturalmente 4.2 TiposNo Brasil, encontram-se diversos tamanhos e modelos de tijolo de solo-cimento. Cada tipo de tijolo produzido atravs das especificaes do projeto, mo de obra, materiais e equipamentos disponveis na regio a ser utilizado. Os tipos mais utilizados so listados na tabela 1:

Tabela 02 Tipos e dimenses de tijolos de solo-cimento produzidos no Brasil

Figura 07 Tijolo de solo-cimento com dois furos e encaixes

Figura 08 Os furos e encaixes facilitam o assentamento e garantem um prumo melhor

Figura 09 Basta apenas um filete de cola branca, argamassa prpria ou massa de solo-cimento para fazer o assentamento dos tijolos.

Figura 10 Coluna de sustentao preenchida com concreto

Figura 11 tijolo com furo e encaixe, evita a quebra de tijolos inteiros para fazer a amarrao da parede.

Figura 12 Canaleta.

Figura 13 - Cintas de amarrao com canaletas substituem as vergas e contra-vergas garantindo a resistncia da obra. Figura 15 Formas de assentamento4.3 Processos de fabricaoO tijolo solo-cimento fabricado a partir da mistura de solo, cimento e gua.

SoloCimentoUmidade

Figura 02 - Constituintes do solo-cimento6.1 - SoloAntes da etapa de fabricao dos tijolos preciso fazer um estudo do solo para ver se este possui as propriedades necessrias para a mistura, pois o material de maior proporo na fabricao.6.1.1 - Ensaios de Laboratrio Preparao de amostra de solo para ensaio de compactao e ensaios de caracterizao (NBR 6457:1986); Gros de solos que passam na peneira de 4,8 mm - Determinao da massa especfica (NBR 6508); Solo determinao do limite de plasticidade (NBR 7180); Anlise granulomtrica de solos (NBR 7181)Os solos mais adequados para a fabricao de tijolos solo-cimento segundo a norma NBR 10833 (ABNT, 2012) so os que possuem as caractersticas definidas na Tabela 1.Um ponto importante no solo a presena de argila em sua composio, pois necessria para dar a mistura de solo e cimento, coeso suficiente que permita a conformao e o manuseio aps o processo de prensagem.Aps os ensaios feitos e a aprovao do mesmo, antes do solo ser misturado com o cimento, deve estar seco, peneirado (peneira numa malha de 4,8mm) e isento de matrias orgnicas. Caso no haja a peneira de malha 4,8 mm, pode-se adotar uma peneira utilizada para peneirar caf (malha de 5,0 mm).6.2 - CimentoA proporo de cimento varia entre 5% e 10%, dependendo da consistncia do solo. Os cimentos utilizados para a fabricao dos tijolos solo-cimento devem atender as seguintes normas: NBR 5732:1991 Cimento Portland comum NBR 5733:1991 Cimento Portland de alta resistncia inicial NBR 5735:1991 Cimento Portland de alto forno NBR 5736:1999 Cimento Portland pozolnico

O cimento utilizado na fabricao dos tijolos foi CP II - Z 32 ITA.6.3 - guaA gua deve estar isenta de impurezas para no afetar a hidratao do cimento. Deve-se umedecer a mistura aos poucos para que no fique muito mida e perca seu ponto ideal para a fabricao.6.4 - TraoA escolha do trao pode variar, dependendo da resistncia e funo dos tijolos. O trao escolhido para a fabricao dos tijolos nesse trabalho foi 1:9 (cimento/solo).Os traos utilizados ainda sero definidos na etapa de produo e ensaios dos tijolos, de acordo com os resultados preliminares obtidos.6.5 - MisturaNesta fase misturado o solo com o cimento, podendo esse processo ser automatizado ou manual.6.5.1 Processo Automatizado utilizada uma mquina para fazer a mistura (betoneira, por exemplo).6.5.2 - Processo ManualEsparrame o solo em uma superfcie lisa e impermevel.Espalhe o cimento sobre o solo peneirado e revolva (misture) bem, at que a mistura fique com uma colorao uniforme (igual), sem manchas de solo ou cimento;Para umedecer, espalhe novamente a mistura como no item (A), adicione gua aos poucos sobre a superfcie usando regador, um crivo ou uma mangueira e misture tudo novamente;6.6 - TESTE DE UMIDADE DA MISTURAA verificao da umidade da mistura feita de maneira simples e com razovel preciso. Pega- se um punhado da mistura e aperta-se energicamente entre os dedos e a palma da mo; ao abrir a mo o bolo dever ter a marca deixada pelos dedos; Deixando-se cair o bolo de uma altura aproximada de 1,00 m sobre uma superfcie dura, o mesmo dever esfarelar-se ao chocar-se com a superfcie; se isto no ocorrer, a mistura estar muito mida.Feito o teste e aprovado, a mistura est pronta para a fabricao do tijolo solo-cimento. 7 - FABRICAO DO TIJOLO SOLO-CIMENTOA fabricao dos tijolos pode ser feita por processo manual ou automatizado, de acordo com as normas estabelecidas para cada processo.7.1 - Fabricao automatizadaO processo de fabricao automatizado dos tijolos feito por prensas hidrulicas, segundo a norma ABNT NBR 10833/1989 - Fabricao de tijolo macio e bloco vazado de solo-cimento com utilizao de prensa hidrulica - garantindo assim o controle do processo e a qualidade do produto.

Figura 03 - Prensas Hidrulicas de tijolo solo-cimento7.2 Fabricao manualO processo de fabricao manual dos tijolos feito por prensa manual, segundo a norma ABNT NBR 10832/1989 Produo de tijolos macios de solo-cimento em prensas manuais.

Figura 04 - Prensa manual de tijolo solo-cimento modular

Os tijolos solo-cimento fabricados pelo grupo neste trabalho foi segundo a norma NBR 10834/1994 - Bloco vazado de solo-cimento sem funo estrutural.8 - CURA E ARMAZENAMENTO DOS TIJOLOSAps a compactao dos tijolos, eles devem ser armazenados em lugares com sombra sem exposio ao sol para a secagem. Devem ser colocados em pilhas logo aps serem retirados da prensa, evitando movimentaes com os tijolos midos. Os fabricantes das prensas indicam uma altura limite e um metro para as pilhas, para que os tijolos no se deformem.Nos trs primeiros dias de cura os tijolos devem estar umedecidos atravs da molhagem realizada com auxlio de um regador ou similar, de duas a quatro vezes ao dia, dependendo das condies atmosfricas do local. A partir do stimo dia de cura, possvel realizar o transporte dos tijolos, mas a resistncia ainda no ser a esperada. De acordo com a NBR 10832 (ABNT, 1989), os tijolos ou blocos s podem ser utilizados na construo civil no mnimo 14 dias aps a sua fabricao.

Figura 05 - Armazenamento dos tijolos solo-cimento

Figura 06 - Cura manual dos tijolos solo-cimentoOnde e como pode ser utilizado

11 MATERIAIS E MTODOS11.1 MateriaisPara a execuo do tijolo solo cimento, foi utilizado solo coletado no Bairro Aeroporto, localizado no municpio de Lins SP. Este solo j havia sido utilizado em produes anteriores e nesta ocasio foi objeto de estudo no Laboratrio de Mecnica dos Solos da Faculdade Unilins pelo CETEC e, portando j se tinha indicao de que suas propriedades poderiam ser adequadas s recomendaes para misturas com o cimento e o CBC. Utilizou-se tambm Cimento Portland CP II - Z 32 Ita, testado e garantido qualidade pelo fabricante e, para finalizar a mistura, gua proveniente da rede pblica de abastecimento do municpio de Lins SP.O tijolo solo cimento com adio de cinzas do bagao da cana-de-acar (CBC), ainda no foi produzido, mas espera-se utilizar as cinzas advindas da Usina Lins, que j esto disponibilizadas no Laboratrio de Ensaio de Materiais da Unilins SP.11.2 MtodosO tijolo solo-cimento foi fabricado seguindo a produo manual, utilizando trao 9:1 (solo/cimento). Foi utilizado solo vermelho. A malha da peneira utilizada foi de 5,0mm.Para a realizao deste trabalho no foram feitos os ensaios descritos no processo de produo manual, pois o solo foi comprado, sendo assim j conhecidas suas propriedades. Os ensaios sero realizados de acordo com as normas referentes ao ensaio de Resistncia e Absoro de gua.12 - RESULTADOSAt o presente momento, os ensaios de resistncia compresso simples e absoro de gua no foram realizados devido idade dos tijolos. Espera-se resultados, de resistncia e absoro, mnimos exigidos pela ABNT NBR 8492:2012 e, com o aumento da porcentagem de cinzas, variao da resistncia e absoro.

13 - CONCLUSOEspera-se concluir bons resultados sobre a utilizao do solo na fabricao do tijolo ecolgico (solo com cimento), acrscimo das cinzas de cana-de-acar e aplicao na construo civil, apresentando provvel reduo de custos, assumindo as mesmas caractersticas de produtos similares.

Bilbiografiahttp://www.sahara.com.br/files/catalogos/Novos/estudo_solocimento.pdf