Upload
rafaela-candido
View
403
Download
2
Embed Size (px)
Citation preview
TIPOS DE ARGUMENTAÇÃO OU RACIOCÍNIO LÓGICO
LÓGICA ARISTOTÉLICA
RELEMBRANDO...
Princípios da lógica:
IDENTIDADE: se um enunciado é verdadeiro, então ele é verdadeiro.
NÃO CONTRADIÇÃO: duas proposições contraditórias não podem ser ambas verdadeira ou ambas falsas. Ex: Se for verdadeiro que “alguns humanos não são justos, é falso que “todos humanos são justos”. Se “todo S é P” é verdadeiro, então “alguns S não são P” é falso.
TERCEIRO EXCLUÍDO: ou é verdadeiro ou falso e não há uma terceira possibilidade.
RELEMBRANDO...
Verdade ≠ Validade
Verdade: uma proposição é verdadeira quando corresponde ao fato que expressa.
Validade: quando a conclusão é consequência lógica de suas premissas.
Ex. Nenhum homem é inteligente. José é homem.Logo, José não é inteligente.
CONCEITUANDO...
ARGUMENTAR quer dizer oferecer um conjunto d e razões a favor de uma conclusão ou oferecer dados favoráveis a uma conclusão. Argumentar não é apenas uma afirmação de um determinado ponto de vista nem uma discussão. (Weston, 2005)
Aqui iremos analisar se um argumento foi bem construído ou não, atentos à forma e não ao conteúdo.
DEDUÇÃO
Geral Particular O enunciado da conclusão não excede
o conteúdo das premissas, ou seja, chega à conclusão a partir do que foi dito antes.
Fonte de verdade para um dedutivista é a lógica.
DEDUÇÃO
Exemplos:1. Todo brasileiro é sul-americano. 2. Se todos gansos são brancos, e Algum índio é brasileiro. irei receber um ganso, enviado Algum índio é sul-americano. por um colega, logo, este ganso será branco.
Obs.: Nem sempre a dedução aparece estruturada...“ Na prova de Física, uma questão se referia a um caso específico, do qual foram fornecidos os dados no enunciado. Os alunos deveriam lembrar-se de uma lei e aplicá-la aos dados a fim de resolver o problema”.
Trata-se de um raciocínio dedutivo, pois a lei, que é geral, foi aplicada a um caso, que é particular.
DEDUÇÃO
ATENÇÃO:
Nesse tipo de raciocínio, a conclusão nada acrescenta àquilo que foi afirmado nas premissas. No entanto, se a dedução não inova, não significa que tenha valor algum, pois sempre fazemos deduções para extrair consequências e é preciso investigar quando essas inferências são válidas ou não.
INDUÇÃO Particular Geral Conclusão a partir de evidências parciais. A partir de diversos dados
constatados chegamos a proposições universais.
Indução completa: quando há condições de ser examinado cada um dos elementos de um conjunto.
Ex.: A visão, o tato, a audição, o paladar e o olfato (que chamamos de sentido) têm um órgão corpóreo. Portanto, todo sentido têm um órgão corpóreo.
Indução incompleta: De alguns elementos conclui-se a totalidade.
Ex1: Esta porção de água ferve a cem graus, e esta outra, e esta outra...; logo, a água ferve a cem graus.
Ex2: O cobre é condutor de eletricidade, e o ouro, e o ferro, o zinco, a prata também. Logo, todo metal é condutor de eletricidade. (conclusão inválida)
INDUÇÃO
Ex3: Após uma extensa pesquisa sobre gansos, um cientista constatou numa população de 10 milhões de gansos, que todos eles eram brancos. Desta constatação, ele fez a seguinte proposição: 'Todos os gansos são brancos.' Um colega deste cientista telefonou-lhe dizendo que enviou para ele um ganso. O cientista que propôs a teoria acima tem certeza de que o ganso que irá receber é branco?
A resposta é sim. Sua teoria está fundamentada em 10 milhões de gansos e não em todos os gansos. Portanto, um caso particular - 10 milhões de gansos, não pode fundamentar outro caso particular - um ganso.
INDUÇÃO
ATENÇÃO: O conteúdo da conclusão da indução incompleta excede o das
premissas, por isso a conclusão da indução tem apenas probabilidade de ser correta.
É preciso examinar se existe número suficiente de casos que permita a passagem do particular para o geral.
Apesar dessa aparente fragilidade, o raciocínio indutivo é responsável pela fundamentação de grande parte dos nossos conhecimentos da vida diária e de grande valia nas ciências experimentais.
A indução é utilizada em nossas previsões, quando partimos de alguns casos da experiência presente e inferimos que ocorrerão com a mesma regularidade futuramente.
Cabe ao lógico especificar as condições sob as quais devemos tomar a indução como correta.
ANALOGIA
Fatos singulares caso singular ou particular. Raciocínio por semelhança. Da comparação entre
objetos ou fenômenos diferentes, inferimos pontos de semelhança.
Ex1: “Li um bom livro de Graciliano Ramos. Vou ler outro desse autor, pois deve ser igualmente bom”. Ex2: Fui bem atendido nessa loja. Voltarei a comprar aqui, pois serei bem atendido novamente.
Obs.: A metáfora é um tipo de analogia (recorrer a comparações). “ Amor é fogo que arde sem se ver”.
ANALOGIA
ATENÇÃO: O raciocínio por semelhança fornece
apenas probabilidade, e não certeza, mas desempenha papel importante na descoberta ou na invenção, tanto no cotidiano como na ciência, na tecnologia e da arte.
ATIVIDADE – TIPOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO1. Quando o médico Alexander Fleming estava cultivando colônias de bactérias, observou que elas morriam em torno de uma mancha de bolor que se formara. Se o bolor destruía as bactérias, supôsque aquele fungo poderiaser usado como medicamento: assim foi descoberta a penicilina.
Que tipo de raciocínio foi usado por Fleming?
ATIVIDADE – TIPOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO
2. Utilizando apenas o raciocínio, chegue a uma conclusão lógica. É preciso, no entanto, formular hipóteses, fazer deduções e extrair consequências das premissas.
ATIVIDADE – TIPOS DE RACIOCÍNIO LÓGICONum certo trem, os empregados se dividiam em três pessoas: o guarda-freio, o foguista e o maquinista. Seu nomes, por ordem alfabética, eram Jones, Robinson e Smith. No trem havia, também, três passageiros com os mesmos nomes: Sr. Jones, Sr. Robinson e Sr. Smith. São conhecidos os seguintes fatos:
a) O Sr. Robinson vive em Detroit.b) O guarda-freio vive a meio caminho entre Detroit e Chicago.c) O Sr. Jones ganha exatamente $20 mil dólares por ano. d) Smith, em certa ocasião, derrotou o foguista, jogando sinuca. e) Um vizinho do guarda-freio, que vive numa casa ao lado da casa deste e
é um dos três passageiros mencionados, ganha exatamente o triplo, do que ganha o guarda-freio.
f) O passageiro que vive em Chicago tem o mesmo nome do guarda-freio.
Pergunta: QUAL É O NOME DO MAQUINISTA?
ATIVIDADE – TIPOS DE RACIOCÍNIO LÓGICO3. Identifique se os argumentos são indução, dedução ou analogia. Justifique sua resposta usando os conceitos aprendidos.
a) Tenho observado vários erros cometidos por José e concluí que ele não serve para esse tipo de trabalho.
b) Quando investi minhas economias na bolsa de valores, escolhi a empresa que teve suas ações em alta no último ano.
c) Entrou em cartaz um novo filme de Pedro Almodóvar. Vou assistir, porque é bem provável que irei gostar, pois gostei de seu primeiro filme.
d) Diversos metais, tendo sido aquecidos, se dilataram, o que nos fez concluir que o calor dilata os corpos.
e) Antônia não pode ser locutora de rádio ou TV porque tem problemas de dicção.
ATIVIDADE – TIPOS DE RACIOCÍNIO LÓGICOf) Aplicando a teoria da gravitação universal podemos calcular a massa do Sol e dos planetas e explicar as marés. g) Com o plano inclinado, Galileu tornou mais lentos fenômenos muito rápidos e assim pôde calcular a lei da queda dos corpos. h) O cientista Bohr elaborou o modelo atômico à semelhança do modelo do sistema solar.i) Se todos os metais são brilhantes, então alguns corpos são brilhantes.
FALÁCIAS
Tipo de raciocínio incorreto, apesar de ter aparências de correção.
Sofisma - intenção de enganar o interlocutor, falácia – engano involuntário.
TIPOS DE FALÁCIA – ARGUMENTO ERRADO
Falácia formal: erro na forma; a estrutura do raciocínio é montada errada; quando fere as regras do silogismo. Ex: Algum homem não é justo. Algum homem é brasileiro. Logo, algum brasileiro não é justo.
Falácia quanto à matéria: argumento formalmente correto, mas cuja conclusão deriva de premissa falsa; a forma está certa, mas a matéria (conteúdo) está errada. Ex: Todos os homens são louros. Ora, eu sou homem. Logo, eu sou louro.
TIPOS DE FALÁCIA – ARGUMENTO ERRADO
ARGUMENTO DE AUTORIDADE: quando aceitamos a conclusão por estar baseada no testemunho de quem confiamos. Ex: Quando artistas famosos “vendem” desde sabonetes até as propostas políticas de um candidato.
ARGUMENTO CONTRA O HOMEM: quando NÃO aceitamos a conclusão por estar baseada no testemunho de alguém que depreciamos. Ex: Se desconsiderarmos a versão de um mendigo como testemunha de um crime.
TIPOS DE FALÁCIA – ARGUMENTO ERRADO
FALÁCIA DE ACIDENTE OU GENERALIZAÇÃO APRESSADA: generalizar a partir de um caso. Ex1: Diante de um erro médico, concluímos apressadamente que a medicina é inútil. Ex2: A maior parte dos políticos são corruptos. Então a política é corrupta.
FALÁCIA DA CONCLUSÃO IRRELEVANTE: consiste em se afastar da questão, desviando a discussão; argumentos exteriores à questão. Ex: Um advogado habilidoso que não tem como negar o crime do réu, enfatiza que ele é um bom filho, bom marido, trabalhador etc.
TIPOS DE FALÁCIA – ARGUMENTO ERRADO
FALÁCIA DE PETIÇÃO DE PRINCÍPIO ou círculo vicioso: supõem conhecido o objeto em questão e não explica nada. Ex: Tal a ação é injusta porque é condenável; e é condenável porque é injusta.
FALÁCIA DE AMBIGUIDADE ou equívoco: os termos são empregados com sentidos diferentes nas diversas etapas da argumentação. Ex1: o fim de uma coisa é a sua perfeição; a morte é o fim da vida; logo a morte é a perfeição da vida. Ex2: O sol é uma estrela. Beyoncé é uma estrela. Beyoncé é o sol.
TIPOS DE FALÁCIA – ARGUMENTO ERRADO
FALÁCIA DE CONVERSÃO: quando convertemos a ordem do pensamento e concluímos errado.Ex: Todos os mamíferos são vertebrados. Logo todos os vertebrados são mamíferos.
FALÁCIA DE FALSA CAUSA: ou tomarmos como causa o que não é causa real. Ex: “Não levo a minha namorada em jogo do meu time porque da última vez que a levei, meu time perdeu: ela é “pé frio!”.