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Mariana Balbi Seixas
EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA
PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE
50 ANOS
Juiz de Fora
Faculdade de Fisioterapia – FACFISIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
2013
Mariana Balbi Seixas
EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA
PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE
50 ANOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à
Faculdade de Fisioterapia da Universidade
Federal de Juiz de Fora, como requisito para a
obtenção da aprovação na disciplina Trabalho
de Conclusão de Curso II.
Orientadora: Profª. Drª. Lilian Pinto da Silva
Co-orientadora: Msª. Gabriela Alves Trevizani
Juiz de Fora
Faculdade de Fisioterapia – FACFISIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
2013
Seixas, Mariana Balbi.
Efeito do treinamento resistido sobre a resposta pressórica em normotensos e hipertensos acima de 50 anos / Mariana Balbi Seixas. – 2013. 57 f. : il.
Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Fisioterapia)—Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2013.
1. Treinamento resistido. 2. Envelhecimento. 3. Resposta
pressórica. 4. Hipertensão arterial.. I. Título.
Mariana Balbi Seixas
EFEITO DO TREINAMENTO RESISTIDO SOBRE A RESPOSTA
PRESSÓRICA EM NORMOTENSOS E HIPERTENSOS ACIMA DE
50 ANOS
O presente trabalho, apresentado como pré-requisito para aprovação na disciplina
Trabalho de Conclusão de Curso II, da Faculdade de Fisioterapia da UFJF, foi
apresentado em audiência pública a banca examinadora e aprovado no dia 19 de
fevereiro 2013.
BANCA EXAMINADORA:
________________________________________
Lilian Pinto da Silva
________________________________________
Isabelle Magalhães Guedes Freitas
________________________________________
Antônio Paulo André de Castro
Agradecimentos
Essa é certamente a parte mais importante de meu trabalho! Agradecer
é uma oportunidade de relembrar e retribuir, pelo menos com palavras, às
pessoas que contribuíram para a realização deste sonho. E foram muitas
pessoas...
Primeiramente sou grata à Deus pelo dom da vida, pela força, por ter
colocado tantas pessoas especiais em meu caminho, pela chance de estudar e
por me escolher para desempenhar uma tarefa tão maravilhosa sendo
fisioterapeuta: cuidar das pessoas e promover saúde!
Agradeço aos meus amigos, em especial, Leonardo, que esteve todos
os dias ao meu lado incentivando, “brigando”, dando carinho e apoio em todos
os momentos de desânimo. E claro, aos amigos do Projeto Musculação e
Qualidade de vida: Élder, Victor, Henrique e Larissa. Obrigada pela troca de
conhecimentos e risadas durante o tempo das coletas.
Não posso deixar de agradecer às minhas orientadoras, Gabriela e
Lilian, que foram muito mais que professoras, foram amigas e a cada dia me
fizeram admirá-las mais e mais. Costumo dizer aos mais “chegados” que a
Gabi é uma mãe! Sempre atenciosa, disposta a ajudar, correta e inteligente.
Aprendi a ser comprometida e apaixonada pela pesquisa com você, Gabi!
Muito obrigada! Mas quem despertou esse meu encantamento foi a Professora
Lilian e serei eternamente grata por isso. Agradeço a vocês duas por todos os
ensinamentos, não só aqueles relacionados às variáveis cardiovasculares
transmitidos brilhantemente, mas pelos ensinamentos de conduta ética, muito
mais valiosos!
Aos membros da Banca, Isabelle e Antônio Paulo, primeiramente peço
desculpas pelos transtornos gerados, e agradeço imensamente pelas
contribuições dadas ao nosso trabalho e ao comprometimento com este
projeto.
Mas tudo isso não seria possível sem a presença de nossos voluntários!
Estes se tornaram amigos, compartilhando experiências, angústias, segredos...
Obrigada por fazerem as minhas manhãs de segunda, quarta e sexta mais
felizes e prazerosas.
Não tenho palavras para retribuir todo o apoio e carinho que recebi de
minha família e aos meus pais, o mínimo que poderia fazer é dedicar essa
vitória! Obrigada mãe por me “aturar” nos momentos de tensão e pelo colo nas
horas de desespero, sem você certamente não chegaria até aqui. Obrigada pai
pelas orações e carinho, pelos conselhos e exemplo.
Enfim, sou grata à todos aqueles, que de forma direta ou indireta,
percorreram ou passam pelo meu caminho durante esses 5 anos de faculdade
e que deixaram suas marcas em minha vida!
Resumo
O envelhecimento fisiológico acarreta importante redução da massa, força e
resistência musculares. A fim de prevenir ou minimizar estes prejuízos, o
treinamento resistido (TR) é recomendado para a população de meia idade e
idosa. Além disso, alterações morfofuncionais no sistema cardiovascular
podem levar ao surgimento ou agravamento de doenças, como a hipertensão
arterial. O exercício aeróbio é capaz de promover redução dos níveis
pressóricos de forma aguda e crônica, porém, as informações descritas na
literatura com respeito aos efeitos do TR sobre a pressão arterial (PA) ainda
são controversos. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi avaliar e comparar
efeito do TR sobre a resposta pressórica aguda e crônica em indivíduos
normotensos e hipertensos com idade acima de 50 anos. Dezenove
voluntários do sexo masculino foram divididos em 2 grupos experimentais:
normotenso (n = 12; idade média = 58,0 ± 6,7 anos;PAS média = 122,8 ± 8,1
mmHg e PAD média= 81,3 ± 8,3 mmHg) e hipertenso (n = 7; idade média =
59,0 ± 8,2 anos; PAS média = 135,5 ± 6,4 mmHg e PAD média= 92,0 ± 8,5
mmHg). Todos os voluntários foram submetidos a 12 sessões de TR,
realizadas 3x/semana, com intensidade de 50% de uma repetição máxima
(1RM) composto por duas séries de 15 a 20 repetições para os exercícios: leg
press, supino, cadeira extensora, remada, cadeira flexora, tríceps pulley,
panturrilha máquina e rosca scott, sendo o intervalo de recuperação entre as
séries e os exercícios de aproximadamente 2 minutos. A PA sistólica e
diastólica foi medida pelo método oscilométrico (Microlife®, modelo BP 3AC1-
1), no início e ao final da sessão, após repouso de 10 minutos na posição
sentada. A resposta pressórica aguda foi avaliada comparando os valores
iniciais e finais da PA em cada uma das sessões e a crônica comparando a PA
de repouso (inicial) ao longo das 12 sessões do protocolo de TR. Não houve
redução significativa da PA sistólica ou diastólica pós-sessão de exercícios em
ambos os grupos, assim como não ocorreu mudança dos níveis pressóricos de
repouso ao longo do protocolo de TR (PAS: p = 0,5635; PAD: p = 0,8576).
Desta forma, conclui-se que o TR proposto não foi capaz de promover
resposta hipotensora significativa aguda e crônica nos participantes.
Palavras-chave: Treinamento de Resistência, envelhecimento, pressão
arterial, hipertensão
Abstract
The physiological aging promotes significant reduction in mass, strength and
muscular endurance. In order to prevent or minimize these losses, resistance
training (TR) is recommended for middle-aged people and elderly. Moreover,
morphological and functional changes in the cardiovascular system may lead to
the emergence or worsening of diseases, such as hypertension. Aerobic
exercise is able to decrease blood pressure levels of acute and chronic,
however, the information described in the literature concerning the effects of
TR on blood pressure (BP) are still controversial. Thus, the objective of this
study was to evaluate and compare the effect of TR on acute and chronic blood
pressure response in normotensive and hypertensive patients aged above 50
years. Nineteen male volunteers were divided into 2 groups: normotensive (n =
12; mean age = 58.0 ± 6.7 years old; mean SBP = 122,8 ± 8,1 mmHg and mean
DBP = 81,3 ± 8,3 mmHg) and hypertensive (n = 7, mean age = 59.0 ± 8.2 years
old mean SBP = 135,5 ± 6,4 mmHg and mean DBP = 92,0 ± 8,5 mmHg). All
subjects underwent 12 sessions of TR, performed 3x/week, with an intensity of
50% of one repetition maximum (1RM) consists of two sets of 15 to 20
repetitions for the exercises: leg press, bench press, leg extension, low rowing,
leg curl, triceps pulley, calf machine and curl scott, and the rest interval
between sets and exercises for about 2 minutes. The systolic and diastolic BP
was measured by oscillometry (Microlife ®, Model BP 3AC1-1) at the beginning
and end of the session after 10 minutes rest in the sitting position. The acute
pressor response was assessed by comparing the initial and final values of BP
in each of the sessions, and the chronic comparing resting BP (initial) over the
12 sessions of the protocol TR. There was no significant reduction in systolic or
diastolic post-workout in both groups, as well as no change in blood pressure
at rest along the TR protocol (SBP: p = 0,5635; DBP: p = 0,8576). Thus, it is
concluded that the proposed TR could not promote significant hypotensive
response to acute or chronic participants.
Key-words: Resistance Training, aging, blood pressure, hypertension
Sumário
1. INTRODUÇÃO............................................................................................... 9
2. OBJETIVOS................................................................................................. 13
2.1 Geral.............................................................................................. 13
2.2 Específicos..................................................................................... 14
3. MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................ 14
3.1. Aspectos éticos............................................................................ 14
3.2. Caracterização da amostra.......................................................... 14
3.3. Descrição dos procedimentos experimentais...............................15
3.3.1. Avaliação Fisioterapêutica.............................................. 15
3.3.2. Fase de Familiarização ................................................... 16
3.3.3. Avaliação da força Muscular............................................ 16
3.3.4. Treinamento Resistido..................................................... 17
3.4. Análise Estatística........................................................................ 18
4. REFERÊNCIAS.............................................................................................19
5. ANEXOS...................................................................................................... 22
ARTIGO
Introdução.................................................................................... 31
Material e métodos...................................................................... 31
Amostra do estudo........................................................... 31
Aspectos de natureza ética.............................................. 32
Avaliação dos voluntários................................................ 32
Protocolo experimental..................................................... 32
Análise estatística............................................................ 33
Resultados.................................................................................... 34
Discussão..................................................................................... 34
Conclusão..................................................................................... 38
Referências................................................................................... 38
Tabelas......................................................................................... 42
Gráficos......................................................................................... 45
6. NORMAS PARA PUBLICAÇÃO (Arquivos Brasileiros de Cardiologia)........ 48
10
1. Introdução
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial advindo dos
processos de transição demográfica e epidemiológica (VERAS 2009). A
comparação das pirâmides populacionais do Brasil comprova o processo de
transição demográfica, pois observamos que em 1950 ela apresentava forma
piramidal, com base alargada e ápice pontiagudo e em 2000 o formato se
aproxima, do que se convencionou chamar de “barril”. Isso significa que
passamos de um regime demográfico de alta natalidade e mortalidade, para
outro com baixa natalidade e mortalidade, influenciadas pelo desenvolvimento
socioeconômico do país. Concomitante às mudanças no perfil demográfico,
ocorreram também modificações no comportamento de morbidade e
mortalidade da população, o que chamamos de transição epidemiológica.
Assim, percebe-se redução da mortalidade por doenças infecciosas e aumento
das crônico-degenerativas (LEBRÃO 2007; VERAS 2009).
No Brasil, essas modificações ocorrem de forma acelerada, havendo
pouco tempo para o governo programar infraestrutura adequada a fim de
atender às necessidades dessa crescente população (VERAS 2009). A
Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que nosso país levará menos de
20 anos para aumentar sua população com mais de 65 anos de 7% para 14%,
enquanto a França, por exemplo, levou mais de 100 anos (WHO, 2012). O
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que essa
população possa ultrapassar os 30 milhões em 2020. Diante disso, é
fundamental conhecer as mudanças fisiológicas decorrentes do
envelhecimento, suas implicações, sobretudo, ao sistema de saúde e possíveis
estratégias de intervenção para agregar qualidade aos anos adicionais de
vida.
A classificação gerontológica segundo a OMS subdivide as faixas
etárias em: idade adulta jovem ou juvenil (15 a 30 anos), idade madura (31 a
45 anos) idade de mudança ou média (46 a 60 anos), idade do homem mais
velho (61 a 75 anos), idade do homem velho (76 a 90 anos) e idade do
homem muito velho (mais de 90 anos) (CAMPOS, 2000).
11
O envelhecimento fisiológico está relacionado a alterações estruturais e
funcionais em vários sistemas, dentre eles o musculoesquelético e
cardiovascular (NOBREGA ET AL., 1999). Nair (2005) relata, em um trabalho
de revisão bibliográfica, que o envelhecimento leva à sarcopenia e à redução
da potência aeróbia, prejuízos relacionados à diminuição na síntese de
proteínas musculares e à disfunção mitocondrial que acompanham este
processo, já percebidos a partir da quarta década de vida, ou seja, da idade
madura e média. A redução da massa, força e resistência musculares com o
passar dos anos, pode levar à inatividade física que contribui para a redução
do gasto energético total em pessoas mais velhas. Esta redução no gasto de
energia global resulta em um aumento da prevalência da obesidade,
especialmente acúmulo de gordura abdominal. Estas alterações na
composição corporal podem aumentar a resistência à insulina e levar ao
desenvolvimento de uma alta prevalência de diabetes tipo 2, hiperlipidemia e
hipertensão arterial em uma população geneticamente susceptível. O efeito
combinado destas anormalidades metabólicas é o aumento de morbidade e
mortalidade de origem cardiovascular (NAIR, 2005).
Além disso, outras alterações fisiológicas decorrentes do avançar da
idade podem levar ao desenvolvimento de doenças cardíacas e vasculares, ou
ao agravamento daquelas existentes (LAKATTA, 2002). O coração
envelhecido apresenta diminuição de células autoexcitáveis do nodo sinusal,
acúmulo de tecido fibroso no sistema de condução, além de fibrose e
calcificação de estruturas cardíacas. As grandes artérias tornam-se enrijecidas
principalmente em função da diminuição do conteúdo elástico, deposição de
colágeno e calcificação da camada íntima, culminando em redução da luz do
vaso. Além disso, os barorreceptores tornam-se menos sensíveis às variações
pressóricas e há menor disponibilidade de agentes vasodilatadores, como o
óxido nítrico (ARONOW ET AL., 2011; FERRARI ET AL., 2003; NEGRÃO;
BARRETO, 2010). As alterações arteriais e no controle barorreflexo,
contribuem diretamente para o aumento dos níveis pressóricos e, em conjunto,
todas as modificações citadas anteriormente, fazem do envelhecimento um
importante fator de risco para o aumento de morbidade e mortalidade de
origem cardiovascular (BARODKA ET AL., 2011; FERRARI ET AL., 2003;
12
LAKATTA, 2002). De fato se observa isso por meio de dados recentemente
disponibilizados pelo Ministério da Saúde, que mostram as doenças do
aparelho circulatório como principal causa de morte na população idosa
(37,7%) (BRASIL, 2006; SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2005).
Entre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença
cardiovascular, a hipertensão arterial (HA) está associada ao aumento da
mortalidade por todas as causas e chega a explicar 40% das mortes por
acidente vascular cerebral e 25% por doença arterial coronariana (LATERZA
ET AL., 2007; PESCATELLO ET AL., 2004). A HA é considerada uma doença
multifatorial e é caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão
arterial (PA), sendo os valores de pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 140 mmHg
e/ou de pressão arterial diastólica (PAD) ≥ 90 mmHg os estabelecidos para
diagnóstico dessa doença (PESCATELLO ET AL., 2004; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Como consequência, ela pode
promover lesões em órgãos-alvo, importantes alterações metabólicas e,
finalmente, aumento do risco de eventos cardiovasculares não fatais e fatais
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). Por todas as
alterações expostas anteriormente, a chance de desenvolvimento de HA está
aumentada no indivíduo idoso, gerando maior sobrecarga ao sistema
cardiovascular envelhecido. De fato, a prevalência da doença aumenta com a
idade, chegando a 60% nos indivíduos idosos (PESCATELLO ET AL., 2004;
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Portanto é fundamental a implementação de medidas preventivas para
controle dos níveis pressóricos dentro da faixa de normalidade a fim de reduzir
os custos públicos no tratamento de agravos à saúde dessa população e,
principalmente, para garantir funcionalidade e qualidade de vida aos idosos.
Entre as medidas preventivas e de controle da doença, mudanças nos hábitos
de vida são recomendadas, sobretudo a prática regular de exercício físico
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010).
Como sabemos, os efeitos fisiológicos do exercício físico podem ser
classificados em agudos e crônicos. Os efeitos agudos, também denominados
respostas, são aqueles que acontecem em associação direta com a sessão de
exercício, ocorrendo nos minutos ou horas posteriores à realização da
13
atividade física. Os efeitos crônicos, também denominados adaptações, são
aqueles que resultam da exposição frequente e regular ao exercício (I
Consenso Nacional de Reabilitação Cardiovascular, 1997).
Vários estudos comprovaram que o treinamento físico aeróbio
(caminhada, ciclismo, natação, entre outros) é capaz de promover, de forma
aguda, significativa redução dos níveis pressóricos tanto em indivíduos
normotensos quanto em hipertensos, sendo a resposta mais pronunciada nos
últimos (KENNY; SEALS, 1993; NEGRÃO; BARRETO, 2010; PESCATELLO
ET AL., 2004). Esse efeito é chamado de hipotensão pós-exercício, definida
como redução da PAS e/ou PAD abaixo dos níveis de repouso pré-exercício
após uma única sessão de treinamento (NEGRÃO; BARRETO, 2010). Além
disso, o treinamento aeróbio a longo prazo também promove uma redução
crônica dos valores pressóricos de repouso (KENNY; SEALS, 1993; LATERZA
ET AL., 2007; PESCATELLO ET AL., 2004). Por tudo isso, este tipo de
exercício físico é recomendado pelas diretrizes e consensos nacionais e
internacionais como forma de tratamento não farmacológico da HA.
No entanto, os efeitos cardiovasculares dos exercícios resistidos ainda
são pouco investigados e controversos. Esse tipo de treinamento físico é
recomendado pelo American College of Sports Medicine e American Heart
Association para a população hipertensa como complementar aos exercícios
aeróbios, visando os efeitos periféricos, ou seja, melhora no funcionamento
dos sistemas musculoesquelético e osteomioarticular, promovendo aumento da
força, da potência e resistência muscular, além de aumentar a densidade
mineral óssea. Tais efeitos geram benefícios que refletem em melhora na
realização das atividades de vida diária e maior independência funcional
desses indivíduos (NEGRÃO; BARRETO, 2010; PESCATELLO ET AL., 2004;
WILLIAMS ET AL., 2007).
Porém, além dos efeitos periféricos, um dos possíveis benefícios
cardiovasculares que o exercício físico resistido pode trazer, assim como o
exercício físico aeróbio, é a hipotensão pós-exercício (ANUNCIAÇÃO;
POLITO, 2011; CORNELISSEN; FAGARD, 2005; POLITO ET AL., 2003;
QUEIROZ ET AL., 2010). Contudo, poucos são os estudos conduzidos com a
população idosa e os resultados são conflitantes, alguns encontrando a
14
resposta hipotensora (DE SALLES ET AL., 2010; MELO ET AL., 2006; TERRA
ET AL., 2008;) enquanto outros não demonstram tal efeito (ANTON ET AL.,
2006; ROLTSCH ET AL., 2001). Além disso, este tipo de treinamento pode
levar a uma adaptação crônica de redução dos valores da PA de repouso,
resultado do somatório dos efeitos agudos de várias sessões de treinamento
(MORAES ET AL., 2012; TERRA ET AL., 2008). No entanto, as pesquisas não
são conclusivas e as diferentes metodologias utilizadas dificultam a
comparação e a definição da melhor prescrição.
Pequena redução dos níveis pressóricos é benéfica ao indivíduo por
reduzir o trabalho cardíaco. Nesse sentido, pesquisas mostram que a
diminuição de aproximadamente 3 mmHg na PAS é capaz de reduzir a
morbidade decorrente de comprometimentos cardíacos, de acidente vascular
cerebral e todas as causas de mortalidade (BRAITH; STEWART, 2006;
WILLIAMS ET AL., 2007). Diante disso, a comprovação de redução dos níveis
pressóricos em resposta ao exercício físico resistido contribuirá para que este
se estabeleça como uma estratégia não-farmacológica de controle da PA na
população idosa saudável ou hipertensa. Sendo assim, essa investigação
torna-se de extrema relevância.
2. Objetivos
2.1) Objetivo geral
Investigar o efeito agudo e crônico do treinamento resistido sobre a
pressão arterial em homens normotensos e hipertensos com idade acima de
50 anos.
2.2) Objetivos específicos
Avaliar e quantificar a resposta pressórica aguda pós exercício resistido em
dois grupos: grupo hipertenso (GH) e grupo normotenso (GN).
15
Comparar a resposta pressórica aguda pós-exercício resistido entre os dois
grupos experimentais.
Analisar e comparar o efeito crônico do treinamento resistido sobre os valores
de repouso da pressão arterial nos dois grupos de indivíduos ao longo do
treinamento.
Comparar a variação da PA em resposta a cada sessão de treinamento
resistido entre os grupos experimentais.
3. Materiais e métodos
3.1) Aspectos éticos
Participaram desta pesquisa voluntários do Projeto de Extensão
Interface com a Pesquisa “Musculação e Qualidade de Vida” da Faculdade de
Fisioterapia em parceria com a Faculdade de Educação Física e Desportos da
Universidade Federal de Juiz de Fora, aprovado pelo Comitê de ética em
pesquisa desta universidade, sob o parecer 065/2011.
Todos os voluntários receberam esclarecimentos e orientações a
respeito dos procedimentos empregados neste estudo e do caráter não
invasivo dos mesmos. Eles foram familiarizados com o ambiente onde
ocorreram os experimentos, bem como com os pesquisadores envolvidos; e
esclarecidos, ainda, de que poderiam desistir de participar do estudo a
qualquer momento. Após concordarem, assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido (TCLE) elaborado de acordo com a resolução no 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde (ANEXO 1).
3.2 ) Caracterização da amostra
Dezenove homens participantes do Projeto de Extensão Interface com a
Pesquisa “Musculação e Qualidade de Vida” foram divididos em dois grupos:
grupo normotenso (GN) com 12 participantes (idade média = 58,0 ± 6,7 anos;
PAS média = 122,8 ± 8,1 mmHg e PAD média= 81,3 ± 8,3 mmHg) e grupo
16
hipertenso (GH) com 7 sujeitos (idade média = 59,0 ± 8,2 anos; PAS média =
135,5 ± 6,4 mmHg e PAD média= 92,0 ± 8,5 mmHg), sendo ambos submetidos
ao protocolo de treinamento resistido descrito a seguir.
Para participação no estudo, além da assinatura do TCLE, os
voluntários contemplaram os seguintes critérios de inclusão: ausência de
tabagismo há pelo menos um ano e estilo de vida sedentário (não praticar
atividade física regular, menor ou igual a uma vez por semana, há um período
mínimo de seis meses).
Foram excluídos da pesquisa os voluntários que apresentaram
limitações cardiovasculares, articulares ou musculoesqueléticas que
interferissem na execução do programa de treinamento resistido proposto e/ou
arritmias detectadas na monitorização eletrocardiográfica em repouso.
3.3 ) Descrição dos procedimentos experimentais
3.3.1. Avaliação fisioterapêutica
Realizada no primeiro dia da pesquisa, foi composta por anamnese e
exame físico (ANEXO 2). Na anamnese foram investigados os hábitos de vida,
presença de fatores de risco ou doença no sistema cardiovascular e
ocorrência de sinais e sintomas relacionados a alterações deste sistema, além
de ser feito o registro das medicações em uso pelos voluntários. No exame
físico os participantes foram avaliados sobre a presença de dores, redução da
amplitude de movimento ou encurtamento muscular. Foram feitas as medidas
antropométricas (massa corporal, altura, circunferências abdômen, cintura e
quadril e dobras cutâneas triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e
abdominal). As frequências cardíaca (FC) e respiratória (FR) foram medidas e
registradas, e foi realizada monitorização eletrocardiográfica nas 12
derivações padrão (DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF, V1 a V6) em repouso na
posição supina, além das auscultas cardíaca e pulmonar. Por fim, a aferição
da PA foi realizada após 10 e 20 minutos de repouso na posição supina pelo
método oscilométrico com o aparelho digital automático Microlife®, modelo
3AC1-1, validado de acordo com os critérios da Associação Britânica de
Cardiologia (CUCKSON ET AL., 2002), posicionando o manguito no braço
17
direito e seguindo as recomendações da VI Diretrizes Brasileiras de
Hipertensão (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, 2010). O valor
médio das duas medidas realizadas foi considerado como pressão arterial de
repouso.
3.3.2. Fase de familiarização
Composta por 3 a 5 sessões de treinamento resistido (respeitando a
capacidade de aprendizado de cada participante) com o objetivo de ensinar o
voluntário a executar o movimento em cada aparelho de musculação da forma
correta, bem como a respiração, a fim de evitar a realização da manobra de
Valsalva. Foi realizada apenas uma série de 15 a 20 repetições e cada
exercício foi executado com a carga mínima de cada equipamento. Os
exercícios do programa de treinamento foram: supino, cadeira extensora,
remada, cadeira flexora, tríceps pulley, leg press, rosca scott e panturrilha
máquina.
3.3.3. Avaliação da força muscular
Para avaliação da força muscular máxima dinâmica foi empregado o
teste de uma repetição máxima (1RM), definido como a resistência dinâmica
máxima que pode ser movida na amplitude completa do movimento, uma única
vez, para cada exercício testado em equipamentos com pilhas de pesos (De
LORME; WATKINS, 1948). Foram realizadas, em um mesmo dia, 3 a 5
tentativas com intervalo de 3 a 5 minutos de repouso entre elas. Caso não
fosse encontrada a carga de 1RM, o teste era realizado novamente com
intervalo de, no mínimo, 48 horas. Quando finalizado o teste de 1RM em todos
os equipamentos, este era repetido com intervalo de, no mínimo, 48 horas, a
fim de confirmar a carga (reteste). Diferenças de até 5% entre os valores do
teste e reteste foram consideradas normais, e foi considerada a maior carga
para a prescrição do treinamento.
18
3.3.4 Treinamento Resistido
Os voluntários foram inseridos em um programa supervisionado de
treinamento resistido com sessões de exercícios executadas três vezes por
semana, em dias não consecutivos, no Ginásio de musculação da Faculdade
de Educação Física e Desportos/UFJF.
O treinamento foi periodizado em microciclos, respeitando a sequência
de adaptação (sessões de acomodação com a intensidade das cargas
estabelecidas a partir dos testes de força), desenvolvimento e estabilização
(sessões de acomodação com a intensidade das cargas ajustadas a partir do
desempenho alcançado no desenvolvimento), totalizando 12 sessões de
treinamento que foram realizadas no tempo médio de 4,63 semanas. Em cada
sessão os voluntários executaram duas séries de 20 repetições para os
exercícios: cadeira extensora, leg press, cadeira flexora, supino e remada e 15
repetições para os exercícios: tríceps pulley, panturrilha máquina e rosca scott,
todos com intensidade de 50% de 1RM. O intervalo entre as séries e os
exercícios foi de aproximadamente 1 a 2 minutos.
A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi medida no início
(pressão arterial sistólica inicial (PASi) e pressão arterial diastólica inicial
(PADi)) e ao final (pressão arterial sistólica final (PASf) e pressão arterial
diastólica final (PADf)) de todas as sessões de treinamento resistido (TR),
após repouso do voluntário por 10 minutos na posição sentada, conforme
ilustrado na figura 1.
Medida da PA
Inicial
Medida da PA
final
Treinamento Resistido
10 min. 40-45 min. 10 min.
Figura 1. Condutas em cada sessão de TR
Fonte: autor
A comparação dos valores pressóricos finais com os iniciais em cada
uma das sessões foi utilizada para verificação da resposta aguda da PA ao
19
exercício. Além disso, para investigar a resposta crônica da PA de repouso em
resposta ao programa de TR proposto, foi feita comparação dos valores da
PASi em cada uma das sessões, ao longo do programa de treinamento, assim
como para a PADi. Todos esses dados foram registrados na ficha de evolução
dos participantes (ANEXO 3).
3.4) Análise Estatística
Para todos os testes estatísticos foi considerado um nível de
significância ≤ 0,05 e os mesmos foram realizados utilizando-se o programa
Statistica versão 8.0 (StatSoft, EUA)
A normalidade das variáveis demográficas (idade), antropométricas
(massa corporal, altura, circunferências do abdômen, cintura e quadril e
dobras cutâneas triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e
abdominal), hemodinâmicas (PAS e PAD de repouso e FC), ventilatórias (FR)
e da força dinâmica máxima (carga alcançada no teste de 1RM para cada
exercício) foi confirmada utilizando o teste de Shapiro-Wilk e, em seguida, foi
realizado test t de Student para amostras independentes, a fim de comparar os
dois grupos experimentais.
Para a análise dos dados relativos à PA, inicialmente, foi realizado o
teste Shapiro-Wilk para confirmar que os mesmos apresentavam distribuição
normal. Posteriormente, utilizou-se o teste ANOVA para medidas repetidas
com três entradas a fim de analisar o comportamento da PA em cada sessão
(PA inicial e final), ao longo do TR (PA inicial) e em cada grupo (GN e GH).
Para comparar a resposta da PA entre GN e GH, foi calculada a
variação da PA em resposta a cada sessão de TR (PAf - PAi) para os dois
grupos, sendo realizado o teste Shapiro-Wilk para confirmar a normalidade dos
mesmos. Posteriormente foi utilizado um test t de Student para amostras
independentes a fim de comparar o delta de variação da PA em cada uma das
sessões entre os grupos experimentais.
20
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vascular conductance in aging humans. J Appl Physiol, v. 101, p. 1351-55,
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23
4. Anexos
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa
“MUSCULAÇÃO E QUALIDADE DE VIDA”. Neste estudo pretendemos
disponibilizar a comunidade de meia-idade e idosa local o acesso a um
programa de treinamento resistido (musculação) supervisionado e
individualizado e estudar a eficiência da prática desse tipo de atividade física
para a prevenção e o restabelecimento das alterações cardiovasculares
decorrentes do envelhecimento em indivíduos sadios e/ou portadores de
fatores de risco para doença cardiovascular (pressão alta, diabetes,
obesidade, dislipidemias) com idade acima de 50 anos.
O motivo que nos leva a estudar esse assunto é que o envelhecimento é um
fator desencadeante de prejuízo cardiovascular, pois as alterações fisiológicas
decorrentes do avançar da idade podem levar ao desenvolvimento de doenças
cardíacas e vasculares ou ao agravamento daquelas já existentes. Devido ao
fato das doenças cardiovasculares contribuírem significativamente para a
incapacidade física e comprometimento da qualidade de vida entre a
população idosa e, consequentemente, aumentar os custos com a saúde nesta
população, torna-se necessária à implantação de estratégias voltadas a sua
prevenção e controle. Nesse contexto, a prática regular de exercícios físicos
vem sendo apontada como uma intervenção que pode prevenir os efeitos
fisiológicos deletérios do envelhecimento.
Para este estudo adotaremos os seguintes procedimentos: avaliação
fisioterapêutica constando de entrevista, exame físico e monitorização
eletrocardiográfica em repouso. O objetivo desta avaliação é detectar
possíveis alterações cardiovasculares e ou limitações osteomioarticulares que
contra-indiquem sua participação na pesquisa. Posteriormente haverá
avaliação antropométrica, na qual serão coletadas algumas medidas de
circunferências corporais e dobras cutâneas. A partir dos resultados da
avaliação da sua força muscular, obtida por um teste com levantamento de
pesos, você receberá as orientações pertinentes. Também será submetido a
um período mínimo de quinze minutos de monitorização do sinal da frequência
cardíaca para posterior avaliação da variabilidade da frequência cardíaca.
Para participar deste estudo você não terá nenhum custo, nem receberá
qualquer vantagem financeira. Você será esclarecido(a) sobre o estudo em
qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se a
participar. Poderá retirar seu consentimento ou interromper a participação a
qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar
não acarretará qualquer penalidade ou modificação na forma em que é
atendido(a) pelo pesquisador. O pesquisador irá tratar a sua identidade com
padrões profissionais de sigilo. Você não será identificado em nenhuma
publicação que possa resultar deste estudo. Este estudo apresenta risco
mínimo, isto é, o mesmo risco existente em atividades rotineiras como
conversar, tomar banho, ler, etc. Apesar disso, você tem assegurado o direito
24
a ressarcimento ou indenização no caso de quaisquer danos eventualmente
produzidos pela pesquisa.
Os resultados da pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada.
Seu nome ou o material que indique sua participação não será liberado sem a
sua permissão. Os dados e instrumentos utilizados na pesquisa ficarão
arquivados com o pesquisador responsável por um período de 5 anos, e após
esse tempo serão destruídos. Este termo de consentimento encontra-se
impresso em duas vias, sendo que uma cópia será arquivada pelo pesquisador
responsável, e a outra será fornecida a você.
Eu, __________________________________________________, portador(a)
do documento de Identidade ____________________, fui informado(a) dos
objetivos do presente estudo de maneira clara e detalhada e esclareci minhas
dúvidas. Sei que a qualquer momento poderei solicitar novas informações e
modificar minha decisão de participar se assim o desejar. Declaro que
concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de
consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e
esclarecer as minhas dúvidas.
Juiz de Fora, ____ de ______________ de 20____.
_________________________________________
Assinatura do(a) participante
_________________________________________
Assinatura do(a) pesquisador(a)
25
ANEXO 2
FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA
FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA - ANAMNESE E EXAME FÍSICO
Data: ____/____/____
1) Identificação
Nome: ___________________________________________ Idade: ______ anos
Endereço: ___________________________________________________________
Bairro: _______________________ Telefone(s): ____________________________
Profissão: ______________________________ Grupo: _____________________
2) Hábitos de Vida
Sono: ( ) Reparador ( ) Não Reparador
( ) Não fumante ( ) Ex – fumante: há quanto tempo parou de fumar? ________
Etilista: ( ) Sim ( ) Não Qual(is) bebida(s) faz uso: _____________________
Quantidade: __________________ Frequência: ______________________
Bebe café ou chá: ____________ /dia Já foi atleta? Sim ( ) Não ( )
Há quanto tempo: ___________________ Modalidade: _______________________
Há quanto tempo não pratica atividade física de forma regular? _________________
3) Fatores de Risco para Doença Aterosclerótica Coronariana
HAS: Sim ( ) Não ( ) Há quanto tempo foi diagnosticado? _________________
Diabetes: Sim ( ) Não ( ) Tipo 1 ( ) Tipo 2 ( )
Obesidade: massa corporal: ____kg estatura: _______m IMC: _____ Kg/m2
Dislipidemia:
Sim ( ) Não ( ) Possui exame? ( ) Sim ( ) Não Data: _____/____/____
Resultados: CT: _____mg/dl HDL: ____mg/dl LDL: ____mg/dl TG: ____mg/dl
Estresse: Sim ( ) Não ( )
4) Sinais e Sintomas Relacionados com Alterações do Sistema Cardiovascular
Lipotímia: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ________________
Síncope: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ________________
Palpitação: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ________________
Dor Precordial: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: _______________
Dispnéia: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: _______________
26
5) Alguma Doença do Sistema Cardiovascular: ( ) Sim ( ) Não
Qual (is) ___________________________________________________________
6) História patológica pregressa:__________________________________________
___________________________________________________________________
7) Medicações em uso
Nome Concentração Posologia Classe funcional
8) Exame Físico
( ) Dor Localização: ________________________________________________
( ) ADM diminuída Articulação: _____________________________________
( ) Encurtamento muscular Musculatura: ______________________________
Ausculta pulmonar: __________________Ausculta cardíaca: __________________
Dobras cutâneas:
TR (dobra cutânea do tríceps): ________ SI (dobra cutânea supra-ilíaca): _________
AB (dobra cutânea abdominal): ________ CX (dobra cutânea da coxa):___________
SB (dobra cutânea subescapular): _______
9) Sinais Vitais (supino): FC: _____ bpm FR:_______irpm PA: _____ / _____ mmHg
10) Monitorização Eletrocardiográfica (supino)
DI: _________________________ DII:____________________________________
DIII: _______________________ AVR: ___________________________________
AVL: ________________________ AVF: _________________________________
V1: _________________________ V2: ___________________________________
V3: _________________________ V4: ___________________________________
V5: _________________________ V6: ___________________________________
Qualidade do traçado: ( ) ótima ( ) boa ( ) regular ( ) ruim
Considerações:______________________________________________________
11) O voluntário está apto para participar do estudo? ( ) Sim ( ) Não
Justificativa:________________________________________________________
27
ANEXO 3
FICHA DE EVOLUÇÃO
FICHA DE EVOLUÇÃO - PROGRAMA DE TREINAMENTO RESISTIDO
"Musculação e qualidade de vida"
Nome: _____________________________________ Idade: __________
Início do treinamento resistido: _____/____/_____ Grupo: _________
Tels.: ______________________
Exercícios Séries Rpts Carga Exercícios Séries Rpts Carga
Cadeira extensora Cadeira extensora
Supino Supino
Leg Press Leg Press
Remada Remada
Cadeira flexora Cadeira flexora
Tríceps Tríceps
Panturrilha Panturrilha
Bíceps Bíceps
Exercícios Séries Rpts Carga Exercícios Séries Rpts Carga
Cadeira extensora Cadeira extensora
Supino Supino
Leg Press Leg Press
Remada Remada
Cadeira flexora Cadeira flexora
Tríceps Tríceps
Panturrilha Panturrilha
Bíceps Bíceps
Exercícios Séries Rpts Carga Exercícios Séries Rpts Carga
Cadeira extensora Cadeira extensora
Supino Supino
Leg Press Leg Press
Remada Remada
Cadeira flexora Cadeira flexora
Tríceps Tríceps
Panturrilha Panturrilha
Bíceps Bíceps
28
Sessões de treinamento
Data Auscultatório Oscilométrico
Pai PAf Pai PAf
Sessões de treinamento
Data Auscultatório Oscilométrico
PAi PAf Pai PAf
PA = pressão arterial; i = inicial; f = final
29
A versão referente ao Trabalho de Conclusão de Curso II (TCC II) será
apresentada em formato de artigo científico, na próxima sessão, e nela
constarão os resultados e discussão dos achados. O artigo será enviado para
publicação nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, portanto, encontra-se de
acordo com as normas exigidas por esta revista apresentadas ao final do
trabalho.
30
Título: Efeito do treinamento resistido sobre a resposta pressórica em normotensos e
hipertensos acima de 50 anos
Effect of resistance training on the blood pressure response in normotensive and
hypertensive subjects over 50 years
Título resumido: Treinamento resistido e resposta pressórica
Resistance Training and blood pressure response
Descritores: Treinamento de Resistência, envelhecimento, pressão arterial, hipertensão
Key-words: Resistance Training, aging, blood pressure, hypertension
31
Resumo:
Fundamento: o envelhecimento gera redução da massa, força e resistência musculares,
sendo o treinamento resistido (TR) recomendado à população de meia idade e idosa para
prevenir ou minimizar esses prejuízos. Este processo ainda promove alterações
morfofuncionais no sistema cardiovascular que podem levar ao surgimento ou
agravamento de doenças, como a hipertensão arterial. O exercício aeróbio promove
redução dos níveis pressóricos de forma aguda e crônica, porém, os efeitos do TR sobre
a pressão arterial (PA) ainda são controversos.
Objetivo: avaliar e comparar o efeito do TR sobre a resposta pressórica aguda e crônica
em normotensos e hipertensos com idade acima de 50 anos.
Métodos: o grupo normotenso (GN) foi composto por 12 e o grupo hipertenso (GH)
por 7 voluntários, submetidos a 12 sessões de TR, realizadas 3x/semana, com
intensidade de 50% de uma repetição máxima (1RM) composto por duas séries de 15 a
20 repetições em 8 exercícios. A PA foi medida pelo método oscilométrico (Microlife®,
modelo BP3AC1-1) no início e ao final das sessões após 10 minutos de repouso na
posição sentada. A resposta pressórica aguda foi avaliada comparando os valores da PA
inicial e final em cada uma das sessões, e, a crônica comparando a PA de repouso
(inicial) ao longo do protocolo.
Resultados: não houve redução significativa da PA sistólica (p = 0,56) ou diastólica (p =
0,86) pós-sessão de exercício em ambos os grupos, assim como não ocorreu mudança
dos níveis pressóricos de repouso ao longo do protocolo de TR.
Conclusão: TR proposto não foi capaz de promover resposta hipotensora significativa
aguda ou crônica nos participantes.
32
Introdução:
O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial 1 e este processo está
fisiologicamente relacionado a alterações morfofuncionais em vários sistemas, dentre eles
o musculoesquelético e cardiovascular. A partir da terceira década de vida é possível
observar perda de força e resistência musculares, que podem comprometer a
funcionalidade e a qualidade de vida com o aumento da idade 2-4
. No sistema
cardiovascular as alterações fisiológicas podem levar ao desenvolvimento ou
agravamento de doenças 5. O aumento da rigidez arterial e comprometimento do
controle barorreflexo, estão associados a um aumento da pressão arterial (PA) e,
consequentemente, a maior incidência de hipertensão arterial nessa população. Desta
forma, o envelhecimento é considerado um importante fator de risco para o aumento de
morbidade e mortalidade de origem cardiovascular 5-7
. De acordo com o Ministério da
Saúde as doenças do aparelho circulatório são a principal causa de morte na população
idosa (37,7%) 8, 9
.
A prática regular de exercícios físicos é considerada uma intervenção que pode
prevenir ou retardar os efeitos fisiológicos deletérios do envelhecimento 5. No que se
refere ao seu efeito sobre a PA, estudos comprovaram que o treinamento aeróbio gera,
de forma aguda, significativa redução dos níveis pressóricos, o que é denominado de
hipotensão pós-exercício 10-12
além de promover a longo prazo uma redução crônica da
PA de repouso 10, 11, 13
.
O treinamento resistido (TR) é recomendado como complementar aos exercícios
aeróbios, visando os efeitos periféricos, como o aumento da força, potência e resistência
musculares 12
. Algumas pesquisas mostraram que o TR pode também promover
benefícios cardiovasculares 14-17
. Contudo, poucos são os estudos conduzidos com a
população idosa e hipertensa e os resultados são conflitantes, alguns encontrando
resposta hipotensora 18-20
enquanto outros não mostram tal efeito 21, 22
. Além disso, o TR
pode levar a uma adaptação crônica de redução dos valores da PA de repouso 19, 23
. No
entanto, as pesquisas são ainda inconclusivas e as diferentes metodologias utilizadas
como prescrição dificultam a comparação e a comprovação dos benefícios sobre a
resposta pressórica.
Diante disso o objetivo da presente investigação foi avaliar e comparar o efeito
do TR sobre a resposta pressórica aguda e crônica em indivíduos normotensos e
hipertensos com idade acima de 50 anos.
Métodos
Amostra do estudo
Participaram deste estudo 19 voluntários do sexo masculino, divididos em dois
grupos: grupo normotenso (GN), composto por 12 sujeitos (idade média = 58,0 ± 6,7
anos; PAS média = 122,8 ± 8,1 mmHg e PAD média= 81,3 ± 8,3 mmHg) e grupo
hipertenso (GH) com 7 sujeitos (idade média = 59,0 ± 8,2 anos; PAS média = 135,5 ±
33
6,4 mmHg e PAD média= 92,0 ± 8,5 mmHg), sendo ambos submetidos ao protocolo de
treinamento resistido descrito adiante.
Os participantes do GH apresentavam diagnóstico clínico prévio de hipertensão
arterial e faziam uso regular de medicação anti-hipertensiva para tratamento da doença
(tabela 1).
Para participação no estudo os voluntários contemplaram os seguintes critérios
de inclusão: ausência de tabagismo há pelo menos um ano e estilo de vida sedentário
(não praticar atividade física regular, maior ou igual a uma vez por semana, há um
período mínimo de seis meses).
Foram excluídos da pesquisa os voluntários que apresentaram limitações
cardiovasculares, articulares ou musculoesqueléticas que interferissem na execução do
programa de treinamento resistido proposto e/ou arritmias detectadas na monitorização
eletrocardiográfica em repouso.
Aspectos de natureza ética
O protocolo experimental foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal de Juiz de Fora. Todos os voluntários foram esclarecidos e
orientados a respeito da participação no estudo e assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido.
Avaliação dos voluntários
Os voluntários de ambos os grupos passaram inicialmente por uma avaliação
composta por: anamnese, avaliação osteomioarticular global, medidas antropométricas
(massa corporal, altura, circunferências abdômen, cintura e quadril e dobras cutâneas
triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e abdominal e cálculo do percentural de
gordura), medida da frequência cardíaca (FC) e respiratória (FR), monitorização
eletrocardiográfica nas 12 derivações padrão (DI, DII, DIII, AVR, AVL, AVF, V1 a
V6) em repouso na posição supina, auscultas cardíaca e pulmonar. Por fim, era realizada
a aferição da PA após 10 e 20 minutos de repouso na posição supina pelo método
oscilométrico com o aparelho digital automático Microlife®, modelo BP 3AC1-1,
validado de acordo com os critérios da Associação Britânica de Cardiologia 25
,
posicionando o manguito no braço direito e seguindo as recomendações da IV Diretrizes
Brasileiras de Hipertensão 26
. O valor médio das duas medidas realizadas foi considerado
como sendo a pressão arterial de repouso.
Protocolo experimental
Após a avaliação inicial, os voluntários realizaram 3 a 5 sessões de familiarização
(respeitando a capacidade de aprendizado de cada participante) com o objetivo de
ensina-los a executar o movimento em cada aparelho com pilhas de peso da forma
correta, bem como a respiração, a fim de evitar a realização da manobra de Valsalva.
Posteriormente, todos os participantes foram submetidos ao teste de uma
repetição máxima (1RM), definido como a resistência máxima dinâmica que pode ser
movida na amplitude completa do movimento uma única vez, para cada exercício testado
34
em equipamentos com pilhas de pesos 26
. Foram realizadas, em um mesmo dia, 3 a 5
tentativas com intervalo de 3 a 5 minutos de repouso entre elas. Caso não fosse
encontrada a carga de 1RM o teste era realizado novamente com intervalo de, no
mínimo, 48 horas. Quando finalizado o teste de 1RM em todos os equipamentos, este
era repetido com intervalo de, no mínimo, 48 horas, a fim de confirmar a carga (reteste).
Diferenças de até 5% entre os valores do teste e reteste foram consideradas normais, e
foi considerada a maior carga para a prescrição do treinamento.
Finalizados o teste e reteste, os sujeitos foram inseridos em um programa
supervisionado de TR com duração total de quatro semanas (12 sessões), executadas
três vezes por semana, em dias não consecutivos, no Ginásio de musculação da
Faculdade de Educação Física e Desportos/UFJF.
Em cada sessão os voluntários executaram duas séries de 20 repetições para os
exercícios: cadeira extensora, leg press, cadeira flexora, supino e remada e 15 repetições
para os exercícios: tríceps pulley, panturrilha máquina e rosca scott, todos com
intensidade de 50% de 1RM. O intervalo entre as séries e os exercícios foi de
aproximadamente 2 minutos.
A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) foi medida no início
(pressão arterial sistólica inicial (PASi) e pressão arterial diastólica inicial (PADi)) e ao
final (pressão arterial sistólica final (PASf) e pressão arterial diastólica final (PADf)) de
todas as sessões de treinamento resistido, após repouso do voluntário por 10 minutos na
posição sentada pelo método oscilométrico (Microlife®, modelo BP 3AC1-1). A
comparação dos valores pressóricos iniciais com os finais em cada uma das sessões foi
utilizada para verificação da resposta aguda da PA ao exercício. Além disso, para
investigar a resposta crônica da PA de repouso em resposta ao programa de TR
proposto, foi feita comparação dos valores da PASi em cada uma das sessões, ao longo
do programa de treinamento, assim como para a PADi.
Análise estatística
Para todos os testes estatísticos foi considerado um nível de significância ≤ 0,05 e
os mesmos foram realizados utilizando-se o programa Statistica versão 8.0 (StatSoft,
EUA)
A normalidade das variáveis demográficas (idade), antropométricas (massa
corporal, altura, circunferências do abdômen, cintura e quadril e dobras cutâneas
triciptal, suprailíaca, subescapular, coxa, peitoral e abdominal), hemodinâmicas (PAS e
PAD de repouso e FC), ventilatórias (FR) e da força dinâmica máxima (carga alcançada
no teste de 1RM para cada exercício) foi confirmada utilizando o teste de Shapiro-Wilk
e, em seguida, foi realizado test t de Student para amostras independentes, a fim de
comparar os dois grupos experimentais.
Para a análise dos dados relativos à PA, inicialmente, foi realizado o teste
Shapiro-Wilk para confirmar que os mesmos apresentavam distribuição normal.
Posteriormente, utilizou-se o teste ANOVA para medidas repetidas com três entradas a
fim de analisar o comportamento da PA em cada sessão (PA inicial e final), ao longo do
TR (PA inicial) e em cada grupo (GN e GH).
35
Para comparar a resposta da PA entre GN e GH, foi calculada a variação da PA
em resposta a cada sessão de TR (PAf -PAi) para os dois grupos, sendo realizado o teste
Shapiro-Wilk para confirmar a normalidade dos mesmos. Posteriormente foi utilizado
um test t de Student para amostras independentes a fim de comparar o delta de variação
da PA em cada uma das sessões entre os grupos experimentais.
Resultados
A Tabela 2 mostra a caracterização da amostra em relação às variáveis:
demográficas (idade), antropométricas (massa corporal, altura, IMC, circunferências da
cintura, abdômen e quadril, dobras cutâneas do tríceps, suprailíaca, subescapular, coxa,
peitoral e abdominal e o percentual de gordura corporal), hemodinâmicas (PAS, PAD e
FC de repouso), ventilatória (FR de repouso) e força dinâmica máxima (carga alcançada
no teste de 1RM). Não houve diferença estatisticamente significativa para as variáveis
analisadas entre GN e GH, exceto para a dobra cutânea abdominal que se mostrou
significativamente maior no GH.
O resultado da análise da PA mostrou que não houve queda estatisticamente
significativa da PAS e PAD em nenhuma das sessões de treinamento tanto para o GN
quanto para o GH e que para os valores iniciais da PAS e PAD nas 12 sessões
subsequentes de treinamento resistido (resposta crônica), não foi identificada redução
significativa dos valores em ambos os grupos conforme ilustrado nos Gráficos 1 ao 4.
Além disso, não houve diferenças estatisticamente significativas, tanto para a
resposta pressórica aguda quanto para crônica, entre os grupos avaliados, não
evidenciando hipotensão sistólica ou diastólica pós-exercício em nenhum dos grupos
experimentais (Gráficos 1, 2, 3 e 4).
Quando comparamos a resposta da PAS entre os dois grupos experimentais por
meio do delta (PAf - PAi), observamos que apenas na 11º sessão de TR a queda dessa
variável foi significativamente maior no GH quando comparado ao GN (Gráfico 5). Para
a PAD, os deltas não se mostraram estatisticamente diferentes entre os grupos nas 12
sessões experimentais (Gráfico 6).
Discussão:
A hipotensão pós-exercício resistido não foi observada nos participantes dos
grupos experimentais do presente estudo em nenhuma das 12 sessões de treinamento,
assim como não foi verificada redução crônica dos níveis pressóricos de repouso em
resposta ao protocolo empregado. Além disso, a comparação dos dois grupos
comprovou que, em apenas uma sessão, a variação da PAS em resposta à sessão de TR
mostrou-se significativamente maior para o GH em relação ao GN.
A resposta aguda ao treinamento resistido vem sendo amplamente investigada, no
entanto, a maior parte dos estudos que verificam a hipotensão pós-exercício foram
36
realizados com indivíduos jovens e saudáveis, sendo a população de meia idade e idosa,
tanto saudável como portadora de hipertensão arterial, ainda pouco estuda 27-30
.
A não ocorrência de hipotensão pós-exercício no GN pode ser justificada pelos
níveis pressóricos de repouso dos participantes serem mais baixos que a média
populacional nessa faixa etária 31
. A queda tanto da PAS quanto da PAD parece não ser
frequente em indivíduos normotensos com níveis tensionais de repouso similares aos
encontrados no presente trabalho 32,33
. A literatura sugere que a redução da PA após o
esforço relaciona-se diretamente com os valores pré-exercício, assim, quanto maiores os
valores iniciais, maior a queda da PA 19,34
. Por essa razão, hipertensos apresentariam uma
maior redução absoluta dos valores pressóricos que normotensos após o exercício 35, 36
.
De fato, o GH apresentou maior queda absoluta nos valores pressóricos do que o GN
quando analisamos a variação da PA em resposta a cada sessão de TR, mesmo não
havendo diferença estatística entre os grupos.
Uma recente publicação encontrou resultados semelhantes aos apresentados
nesse trabalho ao submeter idosos normotensos treinados de ambos os sexos a duas
sessões experimentais: controle e de exercício resistido com intensidade de 8RM
(aproximadamente 60 - 70% de 1RM). Os autores monitoraram a PA durante 24 horas
após as intervenções e não observaram queda significativa da PA em relação aos valores
de repouso na sessão exercício, embora, verificaram aumento dos níveis pressóricos
sistólicos após a sessão controle. Assim, acreditam que o exercício resistido, mesmo não
causando hipotensão, foi capaz de “bloquear” o aumento da PAS transitoriamente após o
exercício, mas esta resposta parece não ter implicações clínicas relevantes 33
.
Por outro lado, o estudo de De Salles et al. 20
, com população semelhante ao GN
desse trabalho e ao citado anteriormente (homens de meia idade e idosos normotensos),
verificou queda da PAS e PAD após o exercício. Porém, os resultados controversos
podem ser explicados por diferenças encontradas entre os estudos. Uma delas são os
valores pressóricos médios dos participantes que foram ligeiramente mais elevados no
estudo de De Salles et al. 20
, (122,9 ± 4,9 mmHg e 81,2 ± 4,7 mmHg, para PAS e PAD,
respectivamente) comparado com os do presente estudo (118,3 ± 10,6 mmHg e 74,2 ±
8,1 mmHg) e ao estudo de Queiroz et al. 33
(113 ± 1 mmHg e 71 ± 1 mmHg). Além
disso, o treinamento foi realizado com intensidade mais elevada (70% de 1RM) que o
protocolo adotado no presente trabalho e a idade média dos participantes é maior que a
dos indivíduos de nossa amostra (67.6 ± 2.2 vs. 58 ± 6,7 anos ).
No presente trabalho o TR proposto não foi capaz de promover hipotensão
aguda no GH, o que seria esperado de acordo com os achados de outros autores 18,40
.
Esta resposta pode ser, em parte explicada, pelos menores valores pressóricos médios de
nossos participantes hipertensos comparado com de outros estudos. Melo et al. 18
encontraram valores médios sistólicos e diastólicos da amostra hipertensa de 134 ± 6
mmHg e 89 ± 3 mmHg, respectivamente, enquanto os valores da nossa amostra foram
127,5 ± 10,3mmHg e 80 ± 8,8 mmHg. Além disso, a intensidade do treinamento
adotada no estudo de Melo et al .18
foi maior (10RM, aproximadamente 60% de 1RM) e
todos os participantes faziam uso da mesma medicação, captopril. Por outro lado, o
trabalho de Scher et al. 40
encontrou resposta hipotensora aguda em hipertensos
37
controlados com medicação adotando baixa intensidade de treinamento (40% de 1RM),
no entanto, a formato da sessão foi circuito e esta modalidade TR tem característica
dinâmica que se aproxima do exercício aeróbio, sendo utilizado para gerar também
melhora do condicionamento cardiovascular. Vale ressaltar que, assim como em nosso
trabalho, no estudo de Scher et al. 40
, os indivíduos faziam uso de medicação anti-
hipertensiva de diversas classes farmacológicas, o que pode influenciar a resposta da
variável analisada ao TR.
Nesse sentido, outras investigações também verificaram hipotensão pós-exercício
resistido com diferentes intensidades em jovens com níveis pressóricos normais, o que
nos permite inferir que a população idosa, embora normotensa, apresente uma resposta
diferenciada ao exercício pelas alterações cardiovasculares decorrentes do
envelhecimento fisiológico 28, 29, 30, 37
. Dentre essas modificações é destaque o
enrijecimento das grandes artérias, menor disponibilidade de agentes vasodilatadores e
redução da sensibilidade barorreflexa com o passar dos anos 12, 38
. Em conjunto essas
alterações contribuem para o aumento dos níveis pressóricos nesta população, pelo
aumento da resistência vascular periférica e prejuízo nas respostas centrais às variações
da PA. Com o avançar da idade o indivíduo tem dificuldade em manter a homeostasia.
Ainda não há consenso na literatura sobre a real influência de cada uma das
variáveis que compõem o treinamento resistido sobre as respostas da PA pós-exercício.
Com relação à intensidade do treinamento, o estudo de Simão et al. 27
com jovens
saudáveis, observou que a intensidade do exercício pode influenciar na duração, mas não
na magnitude da resposta hipotensora, ou seja, quanto maior a intensidade, mais
prolongada é a queda da PA. O trabalho conduzido por Anunciação, Casonatto e
Polito30
comparou três intensidades de exercício (40, 60 e 80% de 1RM) e os autores
não encontraram diferenças na resposta hipotensora diastólica entre as 3 sessões, além de
não ter observado hipotensão sistólica. Por outro lado, Rezk et al. 28
ao comparar duas
intensidades (40 e 80% de 1RM) verificaram que a menor intensidade foi capaz de
promover queda da PAS e PAD enquanto a maior intensidade só causou hipotensão
sistólica. Esses estudos foram conduzidos em jovens, o que dificulta a extensão dos
resultados à população de meia idade e idosa, que pode ter uma resposta diferenciada
quando submetida ao TR de intensidades variadas. É importante destacar ainda que
outras variáveis do treinamento resistido (volume, massa muscular envolvida e tempo de
recuperação, por exemplo) podem influenciar as respostas cardiovasculares pós-
exercício e não há investigações conclusivas neste sentido direcionada para essa
população.
Outro fator que pode ter interferido nos resultados apresentados é o curto tempo
de acompanhamento da PA após a sessão de TR (10 minutos). A maior parte dos
estudos com esta temática fazem medições dessa variável por mais tempo (60 minutos
ou por 24 horas) e alguns só observam quedas significativas após 10 minutos de repouso
pós-sessão 23, 29
. Alguns autores acreditam que períodos demasiadamente curtos de
acompanhamento podem fornecer resultados diferentes daqueles obtidos em um período
relativamente maior 39
. Mas ainda não há consenso sobre o período ideal de
monitorização da PA para verificar a hipotensão pós-exercício.
38
Apesar dos resultados referentes a resposta hipotensora aguda serem
contraditórios a outros estudos citados anteriormente, os achados comprovam o que a
literatura afirma com relação à maior queda absoluta dos níveis pressóricos em
hipertensos comparada a normotensos. A análise da variação da PA em resposta a cada
sessão de TR entre o GN e o GH, evidencia que o último grupo, na maioria das sessões,
apresenta uma redução média maior que o primeiro, embora apenas na 11a sessão essa
variação da PAS em resposta à sessão de exercícios resistidos se mostre
significativamente maior para os hipertensos.
A redução crônica da PA de repouso em resposta ao treinamento resistido foi
verificada em indivíduos hipertensos por outros autores 19, 23
, mas não foi encontrado na
literatura trabalhos conclusivos que apresentem como objetivo principal investigar esta
resposta na população de meia idade e idosa normotensa.
O efeito crônico de redução dos níveis pressóricos de repouso em resposta a um
programa de treinamento resistido foi mostrado em duas meta-análises 10, 14
. No entanto,
é importante salientar que esses trabalhos reúnem diversos estudos com metodologias
(protocolo de treinamento e população de estudo) bastante diferentes o que
comprometem a comparação dos resultados e a conclusão dos achados. Outros dois
trabalhos mais recentes também observaram tal resposta. Terra et al. 19
verificaram o
efeito crônico de redução da PAS de idosas hipertensas submetidas à 12 semanas de
treinamento de intensidade periodizada (60, 70 e 80% de 1RM) e Moraes et al. 23
obtiveram resultado semelhante ao estudar hipertensos estágio 1 de meia idade que
treinaram por 12 semanas, 3 vezes por semana, com intensidade de 60% de 1RM. Neste
último, os autores comprovaram atenuação da hipotensão pós-exercício em resposta ao
treinamento, em função da queda da PA de repouso. A justificativa dada para esses
achados de redução dos valores pressóricos de repouso foi o somatório dos efeitos
agudos de várias sessões de exercícios resistidos.
Nossos achados contradizem os resultados dos estudos citados, já que não
evidencia efeito crônico de redução dos níveis pressóricos de repouso dos participantes
de ambos os grupos experimentais. No entanto, podemos verificar importantes
diferenças metodológicas que podem, parcialmente, explicar essas controvérsias. O
tempo de treinamento utilizado em nosso trabalho pode ter sido insuficiente para
promover as adaptações crônicas ao treinamento resistido, visto que o protocolo
adotado foi de apenas 4 semanas, além disso a intensidade de treinamento adotada em
nosso estudo foi menor (50% de 1RM).
É importante destacar que, embora o protocolo de TR proposto não tenha sido
capaz de promover reduções nos níveis pressóricos dos indivíduos, também não levou à
aumentos significativos desses valores. É sabido que à medida que as repetições se
sucedem ao longo de uma série de exercício resistido, a frequência cardíaca e a PAS e
PAD aumentam progressivamente, incrementando a carga cardiovascular 12
. Desta
forma, a não elevação da PA após o TR mostra-se positiva e contribui para assegurar a
prática deste tipo de exercício, sobretudo por idosos e hipertensos.
39
Conclusão:
O protocolo de TR proposto não foi capaz de promover resposta hipotensora
sistólica ou diastólica aguda em ambos os grupos experimentais, assim como não foi
observada resposta crônica desta variável.
Ao compararmos a resposta da PA entre os grupos, verificamos que
apresentaram comportamento semelhante, embora em termos absolutos o GH mostre
deltas de variação maiores que o GN na maioria das sessões de TR.
Para o nosso conhecimento, este foi o primeiro trabalho que analisou e comparou
a resposta pressórica aguda e crônica de normotensos e hipertensos submetidos a um
programa de TR.
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43
Tabela 1. Medicações Anti-hipertensivas
Classe Farmacológica Número de voluntários Porcentagem (%)
1.Monoterapia 4 57,1
Diurético 1 14,3
Bloqueadores dos canais de cálcio 1 14,3
Antagonistas dos receptores de angiotensina 2 28,5
2.Combinação de terapias 3 42,9
Antagonista dos receptores de angiotensina e diurético 1 14,3
Antagonista dos receptores de angiotensina e
bloqueador dos canais de cálcio 1 14,3
Antagonista dos receptores de angiotensina,
bloqueador dos canais de cálcio e diurético 1 14,3
44
Tabela 2. Caracterização da amostra. Variáveis demográficas, antropométricas, hemodinâmicas, ventilatórias e força dinâmica
máxima, descritas como média ± desvio padrão.
Normotensos Hipertensos p valor
1.Variável Demográfica
Idade (anos) 58,00 ± 6,70 59,00 ± 8,17 0,85
2. Variáveis Antropométricas
Massa corporal (Kg) 77,98 ± 13,70 85,40 ± 17,15 0,31
Altura (m) 1,75 ± 0,07 1,73 ± 0,07 0,52
Índice de massa corporal (Kg/m²) 25,32 ± 3,77 28,34 ± 4,15 0,12
2.1. Circunferência
Cintura (cm) 89,09 ± 10,13 96,47 ± 9,95 0,14
Abdominal (cm) 93,03 ± 11,14 102,29 ± 11,65 0,10
Quadril (cm) 100,34 ± 7,08 102,96 ± 10,06 0,51
2.2. Dobras cutâneas
Triciptal (mm) 14,93 ± 4,05 17,53 ± 6,70 0,30
Suprailíaca (mm) 18,86 ± 6,69 23,74 ± 11,26 0,25
Subescapular (mm) 19,05 ± 6,34 24,74 ± 7,11 0,09
Coxa (mm) 19,68 ± 8,46 26,57 ± 9,63 0,12
Peitoral (mm) 15,43 ± 5,74 17,79 ± 9,22 0,49
Abdominal (mm) 31,94 ± 8,60 46,43 ± 17,19 * 0,02
2.3. Gordura corporal (%) 23,40 ± 6,22 25,94 ± 6,24 0,40
3. Variáveis Hemodinâmicas
PAS repouso (mmHg) 122, 75 ± 8,09 135,50 ± 6,40 0,08
PAD repouso (mmHg) 81,25 ± 8,25 92,00 ± 8,46 0,08
FC repouso (bpm) 67,00 ± 8,54 65,50 ± 12,96 0,54
4. Variável ventilatória
FR repouso (irpm)
15,00 ± 2,82
16,00 ± 1,12
0,67
5. Variável Força dinâmica máxima (teste de 1RM)
Cadeira Extensora (Kg)
Supino (Kg)
Leg Press (Kg)
Remada (Kg)
Cadeira Flexora (Kg)
Tríceps Pulley (Kg)
Panturrilha Máquina (Kg)
Rosca Scott (Kg)
129,00 ± 38,06
59,00 ± 16,63
150,42 ± 49,07
100,25 ± 18,11
98,50 ± 33,44
53,42 ± 9,61
36,42 ± 6,57
53,50 ± 9,54
114,43 ± 36,81
47,29 ± 10,11
126,86 ± 39,49
95,43 ± 14,25
72,43 ± 29,98
47,00 ± 10,60
31,57 ± 10,37
46,29 ± 5,47
0,43
0,11
0,29
0,55
0,09
0,23
0,23
0,09
PAS - pressão arterial sistólica, PAD - pressão arterial diastólica, FC - frequência cardíaca, FR - frequência respiratória;
(*) Diferença estatística em relação ao grupo normotenso (p ≤ 0,05).
45
De acordo com as normas de envio de trabalhos para a Revista Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, as figuras e ilustrações devem ser anexados em arquivos
separados, na área apropriada do sistema. Para facilitar a organização deste Trabalho de
Conclusão de Curso apresentado em formato de artigo, aqui serão anexadas as figuras
relativas aos gráficos com os resultados desta investigação.
46
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49
ANEXO 6
ARQUIVOS BRASILEIROS DE CARDIOLOGIA
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO
1. Os Arquivos Brasileiros de Cardiologia (Arq Bras Cardiol) são uma publicação mensal
da Sociedade Brasileira de Cardiologia, indexada no Cumulated Index Medicus da
National Library of Medicine e nos bancos de dados do MEDLINE, EMBASE,
LILACS, Scopus e da SciELO com citação no PubMed (United States National Library
of Medicine) em inglês e português.
2. Ao submeter o manuscrito, os autores assumem a responsabilidade de o trabalho não
ter sido previamente publicado e nem estar sendo analisado por outra revista. Todas as
contribuições científicas são revisadas pelo Editor-Chefe, pelo Supervisor Editorial,
Editores Associados e pelos Membros do Conselho Editorial. Só são encaminhados aos
revisores os artigos que estejam rigorosamente de acordo com as normas especificadas.
Os trabalhos também são submetidos à revisão estatística, sempre que necessário. A
aceitação será feita na originalidade, significância e contribuição científica para o
conhecimento da área.
3. Seções
3.1. Editorial: todos os editoriais dos Arquivos são feitos através de convite. Não serão
aceitos editoriais enviados espontaneamente.
3.2. Carta ao Editor: correspondências de conteúdo científico relacionadas a artigos
publicados na revista nos dois meses anteriores serão avaliadas para publicação. Os
autores do artigo original citado serão convidados a responder.
3.3. Artigo Original: Os Arquivos aceitam todos os tipos de pesquisa original na área
cardiovascular, incluindo pesquisas em seres humanos e pesquisa experimental.
3.4. Revisões: os editores formulam convites para a maioria das revisões. No entanto,
trabalhos de alto nível, realizados por autores ou grupos com histórico de publicações na
área serão bem-vindos. Não serão aceitos, nessa seção, trabalhos cujo autor principal
não tenha vasto currículo acadêmico ou de publicações, verificado através do sistema
Lattes (CNPQ), Pubmed ou SciELO.
Eventualmente, revisões submetidas espontaneamente poderão ser re-classificadas como
“Atualização Clínica” e publicadas nas páginas eletrônicas, na internet (ver adiante).
50
3.5. Comunicação Breve: experiências originais, cuja relevância para o conhecimento do
tema justifique a apresentação de dados iniciais de pequenas séries, ou dados parciais de
ensaios clínicos, serão aceitos para avaliação.
3.6. Correlação Anátomo-Clínica: apresentação de um caso clínico e discussão de
aspectos de interesse relacionados aos conteúdos clínico, laboratorial e anátomo-
patológico.
3.7. Correlação Clínico-Radiográfica: apresentação de um caso de cardiopatia congênita,
salientando a importância dos elementos radiográficos e/ou clínicos para a consequente
correlação com os outros exames, que comprovam o diagnóstico. Ultima-se daí a
conduta adotada.
3.8. Atualização Clínica: Essa seção busca focar temas de interesse clínico, porém com
potencial de impacto mais restrito. Trabalhos de alto nível, realizados por autores ou
grupos com histórico de publicações na área serão aceitos para revisão.
3.9. Relato de Caso: casos que incluam descrições originais de observações clínicas, ou
que representem originalidade de um diagnóstico ou tratamento, ou que ilustrem
situações pouco frequentes na prática clínica e que mereçam uma maior compreensão e
atenção por parte dos cardiologistas serão aceitos para avaliação.
3.10. Imagem Cardiovascular: imagens clínicas ou de pesquisa básica, ou de exames
complementares que ilustrem aspectos interessantes de métodos de imagem, que
esclareçam mecanismos de doenças cardiovasculares, que ressaltem pontos relevantes da
fisiopatologia, diagnóstico ou tratamento serão consideradas para publicação.
3.11. Ponto de Vista: apresenta uma posição ou opinião dos autores a respeito de um
tema científico específico. Esta posição ou opinião deve estar adequadamente
fundamentada na literatura ou em sua experiência pessoal, aspectos que irão ser a base
do parecer a ser emitido.
4. Processo de submissão: os manuscritos deverão ser enviados via internet, seguindo as
instruções disponíveis no endereço: http://www.arquivosonline.com.br do portal da
SBC.
5. Todos os manuscritos são avaliados para publicação no menor prazo possível, porém,
trabalhos que mereçam avaliação especial para publicação acelerada (“fast-track”) devem
ser indicados na carta ao editor.
51
6. Os textos e as tabelas devem ser editados em word e as figuras e ilustrações devem ser
anexados em arquivos separados, na área apropriada do sistema. Figuras devem ter
extensão JPEG e resolução mínima de 300 DPI. As Normas para Formatação de
Tabelas, Figuras e Gráficos encontram-se em
http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/informacoes_autores.asp .
7. Todos os artigos devem vir acompanhados por uma carta de submissão ao editor,
indicando a seção em que o artigo deva ser incluído (vide lista acima), declaração do
autor de que todos os coautores estão de acordo com o conteúdo expresso no trabalho,
explicitando ou não conflitos de interesse* e a inexistência de problemas éticos
relacionados.
8. Conflito de interesses: Quando existe alguma relação entre os autores e qualquer
entidade pública ou privada que pode derivar algum conflito de interesse, essa
possibilidade deve ser comunicada e será informada no final do artigo.
9. Formulário de contribuição do autor: Todos os autores e colaboradores devem enviar
om formulário
(http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/contribution_form_abc_portu
gues.pdf) especificando a função exercida no estudo/artigo. Os artigos aceitos não serão
publicados até que os formulários assinados por todos os autores sejam recebidos.
10. Ética
10.1. Os autores devem informar, no texto, se a pesquisa foi aprovada pela Comissão de
Ética em Pesquisa de sua instituição em consoante à Declaração de Helsinki.
10.2. Nos trabalhos experimentais envolvendo animais, as normas estabelecidas no
“Guide for the Care and Use of Laboratory Animals” (Institute of Laboratory Animal
Resources, National Academy of Sciences, Washington, D. C. 1996) e os Princípios
Éticos na Experimentação Animal do Colégio Brasileiro de Experimentação Animal
(COBEA) devem ser respeitados.
11. Citações bibliográficas: Os Arquivos adotam as Normas de Vancouver – Uniform
Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journal (www.icmje.org).
12. Idioma: os artigos devem ser redigidos em português (com a ortografia vigente) e/ou
inglês.
52
12.1. Para os trabalhos que não possuírem versão em inglês ou que essa seja julgada
inadequada pelo Conselho Editorial, a revista providenciará a tradução sem ônus para
o(s) autor(es).
12.2 Caso já exista a versão em inglês, tal versão deve ser enviada para agilizar a
publicação.
12.3. As versões inglês e português serão disponibilizadas na íntegra no endereço
eletrônico da SBC (http://www.arquivosonline.com.br) e da SciElO (www.scielo.br),
permanecendo à disposição da comunidade internacional.
13. Avaliação pelos Pares (peer review): Todos os trabalhos enviados aos ABC serão
submetidos à avaliação inicial dos editores, que decidirão, ou não, pelo envio para
revisão por pares (peer review), todos eles pesquisadores com publicação regular em
revistas indexadas e cardiologistas com alta qualificação (Corpo de Revisores dos ABC
http://www.arquivosonline.com.br/conselhoderevisores/).
13.1. Os autores podem indicar até cinco membros do Conselho de Revisores que
gostariam que analisassem o artigo, assim como podem indicar até cinco revisores que
não gostariam que participassem do processo.
13.2. Os revisores farão comentários gerais sobre o trabalho e decidirão se ele deve ser
publicado, corrigido segundo as recomendações ou rejeitado.
13.3. Os editores, de posse dos comentários dos revisores, tomarão a decisão final. Em
caso de discrepâncias entre os revisores, poderá ser solicitada uma nova opinião para
melhor julgamento.
13.4. Quando forem sugeridas modificações, essas serão encaminhadas ao autor principal
para resposta e, em seguida, aos revisores para que verificarem se as exigências foram
satisfeitas.
13.5. Em casos excepcionais, quando o assunto do manuscrito assim o exigir, o Editor
poderá solicitar a colaboração de um profissional que não conste do Corpo de Revisores.
13.6. Os autores têm o prazo de trinta para proceder às modificações solicitadas pelos
revisores e submeter novamente o artigo. A inobservância desse prazo implicará na
retirada do artigo do processo de revisão.
13.7. Sendo aceitos para revisão, os pareceres dos revisores deverão ser produzidos no
prazo de 30 dias.
13.8. As decisões serão comunicadas por correio eletrônico.
53
13.9. Os editores não discutirão as decisões por telefone, nem pessoalmente. Todas as
réplicas deverão sem submetidas por escrito para a revista.
13.10. Direitos Autorais: Os autores dos artigos aprovados deverão encaminhar para os
Arquivos previamente à publicação, a declaração de transferência de direitos autorais,
assinada por todos os coautores (imprimir e preencher a carta no link:
http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/Transferencia-de-Direitos-
Autorais-v1.pdf .
13.11. Limites de texto: A contagem eletrônica de palavras deve incluir a página inicial,
resumo, texto, referências e legenda de figuras.
Artigo
Original
Editoral Artigo de
Revisão
Atualização
Clínica
Relato
de
Caso
Comunicação
Breve
Ponto
de Vista
Carta ao
Editor
Imagem Correlações
Número de
autores
10 2 4 6 8 8 3 2 4
Título
(Caracteres
incluindo
espaços)
100 80 100 80 80 80 80 80 80
Título reduzido
(Caracteres
incluindo
espaços)
50 50 50 50 50 50 50 50 50
Resumo (nº
máximo de
palavras)
250 -- 250 -- 250 -- -- -- --
Nº máximo de
palavras
(incluindo
referências)
5000 1000 6500 1500 1500 1500 100 100 800
Nº máximo de
referências
40 10 80 10 10 10 5 -- 10
Nº máximo de
tabelas e
figuras
8 2 8 2 2 2 1 1 1
54
14. Os artigos deverão seguir a seguinte ordem:
14.1. Página de título;
14.2. Texto
14.3. Agradecimentos
14.4. Legendas de figuras
14.5. Tabelas
14.6. Figuras
14.7. Referências
14.8. Primeira Página:
- Deve conter o título completo do trabalho de maneira concisa e descritiva, em
português e inglês, assim como um título resumido (inferior a 50 caracteres, incluindo
espaços) para ser utilizado no cabeçalho das demais páginas do artigo;
- Devem ser incluídos de três a cinco descritores (palavras-chave), assim como a
respectiva tradução para as key words (descriptors). Os descritores devem ser
consultados nos sites: http://decs.bvs.br/, que contém termos em português, espanhol e
inglês ou www.nlm.nih.gov/mesh, para termos somente em inglês;
14.9. Segunda Página:
- Resumo: O resumo deve ser estruturado em cinco seções, evitando abreviações e
observando o número máximo de palavras.
O Relatos de Casos não devem apresentar resumo. Não cite referências no resumo:
• Fundamento (racional para o estudo);
• Objetivos;
• Métodos (breve descrição da metodologia empregada);
• Resultados (apenas os principais e mais significativos);
• Conclusões (frase(s) sucinta(s) com a interpretação dos dados).
14.10. Texto: Deve ser dividido em introdução, métodos, resultados, discussão e
conclusões.
14.10.1. Introdução:
- Não ultrapassar mais que 350 palavras.
- Faça uma descrição dos fundamentos e do racional do estudo, justificando com base na
literatura.
55
14.10.2. Métodos: Descreva detalhadamente como foram selecionados os sujeitos da
pesquisa observacional ou experimental (pacientes ou animais de experimentação,
incluindo o grupo controle, quando houver), incluindo idade e sexo.
- A definição de raças só deve ser utilizada quando for possível de ser feita com clareza e
quando for relevante para o tema explorado.
- Identifique os equipamentos e reagentes utilizados (incluindo nome do fabricante,
modelo e país de fabricação) e dê detalhes dos procedimentos e técnicas utilizadas de
modo a permitir que outros investigadores possam reproduzir os seus dados.
- Justifique o emprego dos seus métodos e avalie possíveis limitações.
- Descreva todas as drogas e fármacos utilizados, doses e vias de administração.
- Descreva o protocolo utilizado (intervenções, desfechos, métodos de alocação,
mascaramento e análise estatística).
- Em caso de estudos em seres humanos indique se o trabalho foi aprovado por um
Comitê de Ética em Pesquisa e se os pacientes assinaram termo de consentimento livre e
esclarecido.
- Ao final da sessão de métodos, indicar as fontes de financiamento do estudo.
14.10.3. Resultados: sempre que possível, subdivididos em itens para maior clareza de
exposição e apoiados em número não excessivo de gráficos, tabelas, quadros e figuras.
Orienta-se evitar superposição dos dados como texto e tabela.
14.10.4. Discussão: relacionada diretamente ao tema a luz da literatura, salientando os
aspectos novos e importantes do estudo, suas implicações e limitações. O último período
deve expressar conclusões ou, se pertinentes, recomendações e implicações clínicas.
14.10.5. Conclusões
15. Agradecimentos: devem vir após o texto. Nesta seção é possível agradecer a todas as
fontes de apoio ao projeto de pesquisa, assim como contribuições individuais.
15.1. Cada pessoa citada na seção de agradecimentos deve enviar uma carta autorizando
a inclusão do seu nome, uma vez que pode implicar em endosso dos dados e conclusões.
15.2. Não é necessário consentimento por escrito de membros da equipe de trabalho, ou
colaboradores externos, desde que o papel de cada um esteja descrito nos
agradecimentos.
16. Referências: Os Arquivos seguem as Normas de Vancouver.
16.1. As referências devem ser citadas numericamente, por ordem de aparecimento no
texto, formatadas sobrescritas.
56
16.2. Se forem citadas mais de duas referências em seqüência, apenas a primeira e a
última devem ser digitadas, sendo separadas por um traço (Exemplo: 5-8).
16.3. Em caso de citação alternada, todas as referências devem ser digitadas, separadas
por vírgula (Exemplo: 12, 19, 23). As abreviações devem ser definidas na primeira
aparição no texto.
16.5. As referências não podem ter o parágrafo justificado e sim alinhado à esquerda.
16.6. Comunicações pessoais e dados não publicados não devem ser incluídos na lista de
referências, mas apenas mencionados no texto e em nota de rodapé na página em que é
mencionado.
16.7. Citar os autores da obra se forem seis ou menos ou apenas os seis primeiros
seguidos de et al, se forem mais de seis.
16.8. As abreviações das revistas devem estar em conformidade com o Index
Medicus/Medline – na publicação List of Journals Indexed in Index Medicus ou através
do site http://www.nlm.nih.gov/pubs/libprog.html at http://locatorplus.gov.
16.9. Só serão aceitas citações de revistas indexadas, ou, em caso de livros, que possuam
registro ISBN (International Standard Book Number).
16.10. Resumos apresentados em congressos (abstracts) só serão aceitos até dois anos
após a apresentação e devem conter na referência o termo “resumo de congresso” ou
“abstract”.
17. Política de valorização: Os editores estimulam a citação de artigos publicados nos
Arquivos.
18. Tabelas: devem ser apresentadas quando necessárias para a efetiva compreensão do
trabalho, não contendo informações redundantes já citadas no texto e numeradas por
ordem de aparecimento. Indicar os marcadores de rodapé na seguinte ordem: *,
†, ‡, §, //,¶, #, **, ††, etc. O Manual de Formatação de Tabelas, Figuras e Gráficos para
Envio de Artigos à Revista ABC está no endereço:
http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/manual_de_formatacao_abc.p
df .
19. Figuras: para a submissão, as figuras devem ter boa resolução para serem avaliadas
pelos revisores. As legendas das figuras devem ser formatadas em espaço duplo, estar
em páginas numeradas e separadas, ordenadas após as Referências. As abreviações
usadas nas ilustrações devem ser explicitadas nas legendas. O Manual de Formatação de
Tabelas, Figuras e Gráficos para Envio de Artigos à Revista ABC está no endereço:
57
http://www.arquivosonline.com.br/publicacao/normas/pdf/Manualde-Formatacao-
ABC.pdf
20. Imagens (online): Para os artigos aprovados que contenham exames (exemplo:
ecocardiograma e filmes de cinecoronariografia) devem ser enviados como imagens em
movimento no formato AVI ou MPEG para serem disponibilizados no site
http://www.arquivosonline.com.br.