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Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Ciências
Departamento de Matemática e Informática
Trabalho de Licenciatura
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM
MOÇAMBIQUE (Estudo de Caso: Descobrimentos Lda.)
Autor: Vali Jafar Issufo
Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Ciências
Departamento de Matemática e Informática
Trabalho de Licenciatura
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM
MOÇAMBIQUE (Estudo de Caso: Descobrimentos Lda.)
Autor: Vali Jafar Issufo Supervisor: Prof. Doutor Emílio Mosse
Maputo, Novembro de 2010
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
I
I. Dedicatória
À minha mãe, Jamila Issufo, à minha esposa, Joaria Aly, e ao meu querido filho.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
II
II. Agradecimentos
Quando elogiaram Sir Isaac Newton chamando-lhe “grande”, ele exclamou: “Grande, eu! Grandes são os gigantes sobre os quais eu me apoiei!” Expresso, portanto, o meu profundo agradecimento a todos aqueles que directa ou indirectamente, consciente ou inconscientemente, contribuíram para a concretização deste trabalho. Em especial, ao meu supervisor e mentor, Prof. Doutor Emílio Mosse, pela proficiência das suas orientações, pela paciência e disponibilidade nos meus momentos de fraqueza. Ao falecido Prof. Doutor. Yuri Petrossiuk, pelo paternalismo demonstrado em vida e por ter acreditado em mim. À minha família, pela paciência e tolerância nas minhas muitas ausências e pela solidariedade e incentivo prestados nos momentos mais difíceis. Aos meus companheiros de batalha, nomeadamente: Pedro Vilanculo, Karl Couto, Ivan Mutacate, Julieta Sitole, Neide Botelho e Azarias Cossa. Pela mão sempre disposta a ajudar e por tudo aquilo que jamais poderia conseguir enumerar. O meu agradecimento, também, a todos os meus colegas de turma, pelo respeito e companheirismo demonstrados ao longo do curso, bem como aos colegas de trabalho da Faculdade de Engenharia da UEM, pelo apoio moral indispensável para o meu sucesso. Aos inqueridos e entrevistados, pela atenção e boa vontade. Por último, não menos importante, o meu agradecimento a todos os docentes e funcionários do Departamento de Matemática e Informática, pelo apoio prestado.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
III
III. Declaração de Honra
Declaro por minha honra que o presente Trabalho de Licenciatura é resultado da minha investigação e que o mesmo foi concebido para ser submetido apenas para a obtenção do grau de
Licenciatura em Informática, na Faculdade de Ciências da Universidade Eduardo Mondlane.
Maputo, Novembro de 2010
____________________________________ (Vali Jafar Issufo)
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
IV
IV. Resumo
Com o contínuo crescimento de usuários de internet no país, as empresas e organizações tendem a
valorizar cada vez mais o uso da internet como um meio viável de projectarem-se à escala global, sem
incorrer em custos avultados e isto vem estimular a procura de serviços de desenvolvimento de
websites.
Os desenvolvedores de websites, por sua vez, vendo-se confrontados com o aumento da procura de
seus serviços, tanto em quantidade como em qualidade, procuram encontrar soluções que lhes
permitam responder à demanda, com rapidez e de forma dinâmica.
O presente estudo analisa aquela que tem-se mostrado ser a solução mais viável para a criação e
gestão de websites: os Sistemas de Gestão de Conteúdos ou CMS como são trivialmente conhecidos
(do inglês: Content Managment System), no caso particular, em Moçambique.
O estudo procura avaliar se as ferramentas CMS constituem uma solução viável para atender à
demanda dos websites, em Moçambique, e se estas ferramentas estão sendo devidamente aproveitas
pelos profissionais da área de concepção e gestão de websites.
Para a materialização do estudo, fez-se uma análise sistemática de um conjunto de características em
100 websites. Estes, foram seleccionados com base num estudo publicado pela reputada empresa de
consultoria, denominada KPMG Peat Marwick Auditores e Consultores SARL, contendo um Ranking
das 100 maiores empresas de Moçambique, em 2007. Após a “visitação” dos websites identificou-se
os seus desenvolvedores e administrou-se um inquérito junto destes. O inquérito serviu para avaliar a
percepção e capacidade de resposta dos desenvolvedores de websites em relação as ferramentas CMS.
Depois de apresentados e discutidos os dados colhidos, tanto pela observação sistemática dos 100
websites mencionados como pelo inquérito, concluiu-se que as ferramentas CMS são uma solução
viável para a concepção e gestão de websites, em Moçambique, e que grandes passos já foram dados
pelos desenvolvedores de websites, no sentido de um melhor aproveitamento destas ferramentas, mas
que, no entanto, há ainda um longo caminho a percorrer, sobretudo no que se refere à adequação das
ferramentas CMS às características da organização (cliente), bem como a exploração de recursos que
permitem gerir os websites de forma mais dinâmica, dando mais espaço aos proprietários do website,
na concepção e gestão dos conteúdos do website.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
V
1. Capítulo – Introdução .............................................................................................................. 1
1.1. Contextualização .............................................................................................................. 2
1.2. Definição do Problema ..................................................................................................... 4
1.3. Objectivos ........................................................................................................................ 5
1.4. Metodologia ..................................................................................................................... 7
1.5. Processamento e Análise dos Dados Colhidos pelo inquérito ............................................ 8
1.6. Estudo comparativo .......................................................................................................... 9
1.7. Desenvolvimento do website .......................................................................................... 10
1.8. Estrutura do Trabalho ..................................................................................................... 14
2. Capítulo - Revisão de Literatura ............................................................................................ 16
2.1. Conteúdos....................................................................................................................... 16
2.2. Gestão de Conteúdos ...................................................................................................... 16
2.3. Sistemas de Gestão de Conteúdos (CMS) ....................................................................... 21
2.4. Modelo Tradicional versus Modelo CMS........................................................................ 23
2.5. Vantagens do uso de ferramentas CMS ........................................................................... 25
2.6. Desvantagens do uso de ferramentas CMS ...................................................................... 26
2.7. Tipos de ferramentas CMS e sua aplicação ..................................................................... 27
2.8. Critérios para a escolha de um CMS ............................................................................... 30
2.9. Síntese ............................................................................................................................ 32
3. Capítulo - Uso de ferramentas CMS em Moçambique ........................................................... 34
3.1. Características observadas .............................................................................................. 36
3.2. Desenvolvedores de websites .......................................................................................... 55
3.3. Apresentação do estudo feito nas empresas de Web Design, em Moçambique ................ 56
3.4. Síntese ............................................................................................................................ 63
V. ÍNDICE
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
VI
4. Capítulo - Protótipo do website ............................................................................................. 65
4.1. Escolha do CMS ............................................................................................................. 65
4.2 A empresa ...................................................................................................................... 65
4.3 Desenvolvimento do protótipo ........................................................................................ 66
4.4. Síntese ............................................................................................................................ 90
5. Capítulo – Conclusões & Recomendações ............................................................................. 92
5.1. Conclusões ..................................................................................................................... 92
5.2. Recomendações .............................................................................................................. 95
5.3. Perspectivas de Continuidade.......................................................................................... 96
6. Referências Bibliográficas .................................................................................................... 97
7. Anexos .................................................................................................................................. 99
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
VII
Figura 1 Processo de Obtenção da Amostra .................................................................................... 8
Figura 2 Matriz de Comparação de ferramentas CMS ..................................................................... 9
Figura 3 Fases da Agile Web Development ................................................................................... 11
Figura 4Actividades da Gestão de Conteúdos................................................................................ 17
Figura 5 Modelo Tradicional de Gestão de conteúdos ................................................................... 18
Figura 6 Falhas de Interpretação na Gestão de Conteúdos ............................................................. 19
Figura 7 Duplicação do Trabalho Durante o Processo de Gestão de Conteúdos ............................. 20
Figura 8Geração dinâmica de Conteúdos na Abordagem CMS...................................................... 22
Figura 9 Modelo de Gestão de Conteúdos com Recurso a Ferramentas CMS ................................ 23
Figura 10 Comparação entre o modelo tradicional e o modelo baseado em CMS .......................... 24
Figura 11 etapas da apresentação do estudo .................................................................................. 34
Figura 12 Exemplo de um mapa de site ......................................................................................... 39
Figura 13 Exemplo de inspecção do código fonte.......................................................................... 52
Figura 14 Importância das características observadas, nos websites, para as empresas .................. 54
Figura 15 Distribuição das ferramentas CMS pelas empresas inqueridas ....................................... 58
Figura 16 Módulo de administração do CMS Joomla .................................................................... 60
Figura 17 Módulo de administração do eZ Publish ........................................................................ 61
Figura 18 Visão Geral do Protótipo ............................................................................................... 67
Figura 19 Protótipo, Mapa do Site................................................................................................. 68
Figura 20 Protótipo, Motor de Busca ............................................................................................ 69
Figura 21 Protótipo Selecção de Língua (português e inglês) ........................................................ 69
Figura 22 Protótipo, Tradução online de conteúdos ....................................................................... 70
Figura 23 Protótipo, Exemplo de Tradução online de conteúdos ................................................... 70
Figura 24 Protótipo, Cadastro de Utilizador .................................................................................. 71
Figura 25 Protótipo, Formulário de entrada para utilizadores registados ........................................ 72
Figura 26 Protótipo, Registo para novidades ................................................................................. 73
VI. Lista de Ilustrações
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
VIII
Figura 27 Protótipo, Pré-visualização de Registo para novidades .................................................. 74
Figura 28 Listagem de Contactos .................................................................................................. 75
Figura 29 Protótipo, formulário para envio de mensagem, comentário ou sugestão ....................... 76
Figura 30 Fórum de Debate com diversos tópicos ......................................................................... 77
Figura 31 Protótipo, espaço para perguntas e respostas ................................................................. 78
Figura 32 Protótipo, Chat online ................................................................................................... 79
Figura 33 Protótipo, Formulário para manifestação na contratação de serviços ............................. 80
Figura 34 Protótipo, Formulário para candidatura a vaga na empresa ............................................ 80
Figura 35 Protótipo, Formulário para manifestação para parceria .................................................. 81
Figura 36 Protótipo, Formulário para acesso a consultoria gratuita ................................................ 82
Figura 37 Protótipo, Eventos ......................................................................................................... 83
Figura 38 Protótipo, Visualização de eventos a ocorrer em data próxima ...................................... 83
Figura 39 Protótipo, Pesquisa de eventos ...................................................................................... 83
Figura 40 Módulo de usuário avançado ......................................................................................... 84
Figura 41 Protótipo, criação de conteúdo ...................................................................................... 85
Figura 42 Protótipo, agendamento e configuração de níveis de acesso de novos conteúdos ........... 86
Figura 43 Protótipo, Gestão de Eventos ........................................................................................ 87
Figura 44 Criação de novo evento ................................................................................................. 88
Tabela 1 Crescimento de utilizadores de Internet em Moçambique ................................................. 3
Tabela 2 Caracterização dos diferentes tipos de websites .............................................................. 29
Tabela 3 Distribuição das ferramentas CMS pelos Desenvolvedores de websites identificados ..... 55
Tabela 4 Áreas de actuação das empresas inqueridas .................................................................... 57
Tabela 5 Uso do Joomla pelas empresas inqueridas ....................................................................... 60
Tabela 6 Uso do eZ Publish pelas empresas inqueridas ................................................................. 61
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
IX
Gráfico 1 Utilizadores de Internet em Moçambique ........................................................................ 2
Gráfico 2 Proporcionalidade inversa entre a generalidade das ferramentas CMS e a facilidade de sua
configuração ................................................................................................................................... 4
Gráfico 3 Websites Pesquisados .................................................................................................... 36
Gráfico 4 Distribuição das empresas visitadas por Sector de Negócio ........................................... 37
Gráfico 5 Distribuição Sectorial das Empresas Consideradas Válidas ........................................... 38
Gráfico 6 Uso do Mapa do Site por sector ..................................................................................... 39
Gráfico 7 Uso do Motor de Busca por sector ................................................................................. 40
Gráfico 8 Disponibilidade de mais de uma língua nos websites ..................................................... 41
Gráfico 9 Resumo das características ligadas a Navegabilidade e Usabilidade dos websites .......... 41
Gráfico 10 Recolha de Dados dos visitantes .................................................................................. 43
Gráfico 11 Registo para novidades e NewsLetters ......................................................................... 44
Gráfico 12 Espaço para Comentários e Sugestões ......................................................................... 45
Gráfico 13 Uso de Inquérito online ............................................................................................... 46
Gráfico 14 resumo sobre melhoramento dos serviços prestados .................................................... 47
Gráfico 15 Suporte Técnico Online ............................................................................................... 49
Gráfico 16 Uso do website como veículo para facilitar as contratações ......................................... 50
Gráfico 17 Prestação de Serviços online ....................................................................................... 51
Gráfico 18 Resumo sobre o uso de Recursos online ...................................................................... 51
Gráfico 19 Distribuição dos CMS pelos websites visitados ........................................................... 53
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
X
VII. Lista de Abreviaturas e Acrónimos
CMS- Content Managment Sistem
CSCL - Computer Supported Collaborative Learning
E-MAIL - Electronic Mail
HTML - Hyper Text Markup Language
HTTP - Hyper Text Transfer Protocol
MySQL - My Structured Query Language
PHP – Hyper Text Pre Processor
RSS- Rich Site Summary
TCP/IP - Transmission Control Protocol/Internet Protocol
TIC - Tecnologias de Informação e Comunicação
UML - Unified Modeling language
URL - Universal Resource Locators
WWW (Web) - World Wide Web
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
XI
Blog Corruptela de weblog que é um Serviço desenvolvido pelo norte-americano Evan Williams, proprietário da Pyra Labs. Baseia-se num software chamado blogger, que permite transformar um site num diário digital, para o registo de relatos do quotidiano de seu proprietário.
Branding É um trabalho de construção de uma marca junto ao mercado. Cria-se uma imagem que possa ser reconhecida por todo o mercado, de forma que o produto que seja rotulado por aquela marca transmita confiança ao consumidor, fazendo-o preferir o produto de “marca” do que outro produto idêntico sem marca.
Browser (navegador) Programa utilizado para visualizar, na tela, as páginas da World Wide Web. Framework Biblioteca ou conjunto de componentes extensíveis que uma aplicação utiliza, para estender funcionalidades já pré-definidas.
HTTP (HyperText Transfer Protocol) É o protocolo de comunicação que viabiliza a transferência de dados pela Internet. Hardware Parte física do computador e seus periféricos. RSS (Rich Site Summary ) Técnica que permite compartilhar informações entre diferentes sites, através do formato Rich Site Summary (RSS), um formato padronizado para a troca de notícias.
Script Lista de comandos que contêm instruções para serem executadas por um programa específico. Spam Mensagens de propaganda enviadas sem autorização. Software Termo usado por analogia a hardware. Conjunto de instruções, programas e dados a eles associados, empregados durante a utilização do computador. O mesmo que programa ou aplicativo. Web Serviço da Internet que contém documentos em formato de hipermédia, uma combinação de
VIII. Glossário de Termos
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
XII
hipertexto com multimédia.
WSIWYG Ing. Sigla para [What You See Is Whatt You Get] (O Que Você Vê É o Que Você Obtém). Forma genérica de referir-se aos editores de linguagem HTML, surgidos a partir de 1996, que permitem, ao usuário, à medida que vai criando uma página, visualizá-la como será exibida no navegador.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
1
1.
Capítulo 1 Introdução
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
2
Capítulo – Introdução Neste capítulo far-se-á o enquadramento do tema dentro da situação actual, descrevendo o “estado
de arte” do tópico em questão, bem como fazendo uma descrição sucinta do problema que motiva a
realização deste estudo.
1.1. Contextualização Vive-se hoje um ambiente de negócios frenético e em constante mutação, em toda a esfera. A
concorrência no mercado torna-se mais intensa, a cada dia, e a busca por vantagens competitivas
está entre as mais importantes actividades para a preservação e crescimento do negócio.
Os gestores/estrategas notam que uma poderosa ferramenta pode ser usada para projectar o
empreendimento/empresa à escala global por um custo modesto: a Internet.
A produção de multimédia, prestação de serviços online, entre outros poderosos recursos, vêm
potenciar o alcance do negócio, abrindo novos horizontes para as empresas, de modo a aproximar o
cliente do provedor de serviços.
Moçambique não constitui excepção, com cerca de 22.532 sites hospedados, em 2008, e
aproximadamente 200 mil usuários de internet é o 126° país no ranking oficial da Central
Inteligency Agency (CIA, 2008).
Pode se considerar o ano 2006 como o grande momento do uso da internet, em Moçambique,
quando o número de utilizadores triplicou e, desde então, a corrida para o seu uso é uma constante,
conforme demonstrado no gráfico seguinte e na tabela 1:
Gráfico 1 Utilizadores de Internet em Moçambique, fonte (CIA, 2008)
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
3
Dentro do cenário apresentado, e com o franco crescimento do sector privado, no país, e a enorme
adesão às TIC, como meio de flexibilizar os processos de negócio (Raposo, et al., 2008), vemos
crescer, exponencialmente, o uso da internet para a divulgação de produtos e serviços do
heterogéneo tecido empresarial moçambicano.
Ano Usuários de
Internet
Rank Percentagem de
Mudança
Data da Colheita
da Informação
2003 22500 134 2000
2004 50000 137 122.22% 2002
2005 50000 138 0.00% 2002
2006 138000 129 176.00% 2005
2007 138000 130 0.00% 2005
2008 200000 126 44.93% 2007
2009 200000 126 0.0% 2007
Tabela 1 Crescimento de utilizadores de Internet em Moçambique, fonte (CIA, 2008)1
Para atender a esta demanda, vem surgindo, nos últimos anos, um crescente número de empresas
e/ou indivíduos especializados na concepção de páginas Web e, com o aumento da informação
contida na internet, tanto em diversidade como em complexidade (diferentes formatos e padrões)
(Pereira, et al., 2002), torna-se cada vez mais difícil, para as empresas e/ou indivíduos encarregues
de conceber as páginas Web, de assimilar todas as constantes transformações da grande rede bem
como de efectuar a manutenção das páginas Web por si concebidas (Batista, 2007). Daí que surge a
necessidade do uso de ferramentas que tornem a tarefa de concepção e manutenção de páginas Web
mais flexível e dinâmica, é aqui que entram em cena os Sistemas de Gestão de Conteúdos, em
inglês Content Managment System, ou simplesmente CMS.
O presente trabalho pretende avaliar o impacto do uso do CMS, como uma solução tecnológica
viável, de modo a que melhor se perceba o que são as ferramentas CMS, que potencialidades estas
1: Estes dados incluem, desde usuários que acedem a internet, várias vezes por semana, até aqueles que acedem uma única vez, em vários meses.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
4
ferramentas trazem consigo e se estas potencialidades estão sendo exploradas da melhor forma, no
nosso país.
1.2. Definição do Problema Existem, actualmente, centenas de ferramentas desenhadas com o fito de criar e gerir páginas Web.
Estas ferramentas diferem, tanto em características, bem como em funcionalidades e aplicação
(Batista, 2007) e, de um modo geral, nenhum fornecedor de ferramenta CMS oferece uma solução
universal, completa, que integre, de forma consistente, todas as funcionalidades requeridas para
cada organização (Bax, 2003).
A escolha e o uso da ferramenta CMS inapropriada para as características da organização alvo pode
trazer consequências dramáticas para a mesma (Batista, 2007) e, quanto mais genérica for a solução
(i.é. responder a um grande número de necessidades), mais difícil se torna a parametrização e/ou
configuração da mesma para atender a necessidades específicas (Bax, 2003), conforme ilustrado no
gráfico 2:
Gráfico 2Proporcionalidade inversa entre a generalidade das ferramentas CMS e a facilidade de sua configuração
Uma vez que a administração, uso e armazenamento de informação electrónica, independentemente
da origem, localização, formato e tempo, é um dos maiores desafios da nossa geração
(Kampffmeyer, 2006), urge a necessidade de se perceber o impacto causado pelas ferramentas
usadas para o efeito, neste caso particular, os sistemas de gestão de conteúdo em Moçambique, de
modo a poder se descortinar os benefícios e eventuais prejuízos ou entraves do seu uso, no país,
bem como para tentar prover um guia mais claro para a escolha do CMS apropriado para cada
organização.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
5
De salientar que as ferramentas CMS podem ser usadas em diversos domínios, tais como educação,
sociedades virtuais, etc. (Miranda, et al., 2007), no entanto, este estudo dará especial enfoque ao uso
destas ferramentas no ambiente empresarial, uma vez que este tem sido o maior consumidor dos
serviços de internet, no nosso país (Raposo, et al., 2008)).
Hipóteses
Para atender-se aos objectivos previamente traçados, foi necessário formular uma hipótese básica
(Lakatos, et al., 1992) que norteou o estudo:
Existe uma grande tendência de as empresas fornecedoras de serviços de desenvolvimento de
páginas web aderirem ao uso de ferramentas CMS, para atenderem à crescente demanda do
mercado.
Para consubstanciar a hipótese básica, foram aventadas algumas hipóteses secundárias, a saber:
1. O CMS mais utilizado, em Moçambique, é o Mambo/Joomla;
2. Este CMS é o mais utilizado devido à facilidade de parametrização de que dispõe;
3. Os desenvolvedores de websites não estão familiarizados ou simplesmente não conhecem
algum outro CMS, além do Mambo/Joomla.
4. Ao usar este CMS não se toma em conta as características específicas (área de actuação,
objectivos, etc.) da organização à que este se destina (Batista, 2007);
1.3. Objectivos
Gerais
O objectivo geral deste trabalho é efectuar a avaliação do impacto causado pela crescente adesão ao
uso dos sistemas de gestão de conteúdos (CMS), como uma solução para a concepção e manutenção
de páginas web, em Moçambique, e prover um guia básico para a selecção do CMS apropriado para
as especificidades de cada organização.
Específicos
O trabalho tem como objectivos específicos:
I. Explorar as vantagens e desvantagens do uso de CMS;
II. Identificar as ferramentas CMS mais usadas, em Moçambique;
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
6
III. Avaliar o nível de aderência das ferramentas CMS, em Moçambique;
IV. Efectuar um estudo comparativo entre os CMS identificados no ponto anterior;
V. Prover algumas regras básicas para a selecção de um CMS adequado às características de
cada organização;
VI. Conceber um portal Web fazendo uso da ferramenta CMS mais apropriada, segundo o
estudo comparativo previamente mencionado.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
7
1.4. Metodologia Para apurar a coerência das hipóteses aventadas, foram usadas duas abordagens, conforme sugere
(Cologna, et al., 2000): a observação e o inquérito:
Observação
Foram visitados websites de 100 empresas que actuam em Moçambique, com o objectivo de traçar
um padrão de características dos mesmos, em relação ao design e funcionalidades.
Inquérito
O inquérito é uma técnica de investigação que permite a recolha de informação directamente de um
interveniente na investigação, através de um conjunto de questões organizadas, segundo uma
determinada ordem. Estas podem ser apresentadas, ao respondente, de forma escrita ou oral. É uma
das técnicas mais utilizadas, pois permite obter informação sobre determinado fenómeno, através da
formulação de questões que reflectem atitudes, opiniões, percepções, interesses e comportamentos
de um conjunto de indivíduos (Tuckman, 2000). Foi elaborado um inquérito (ver anexo) dirigido a
empresas que se dedicam à concepção de páginas Web. O inquérito, dividido em 3 secções, procura
validar as hipóteses levantadas, preocupando-se, também, em captar o ambiente das empresas
inqueridas, na tentativa de encontrar algum padrão que as relacione.
Obtenção da Amostra
Uma vez que se pretendia inferir sobre um grupo alvo restrito e bem definido (empresas que se
dedicam a concepção de páginas web), optou-se pelo procedimento amostral não probabilístico
sistemático (Lakatos, et al., 1992). Não se recorreu a uma amostra aleatória, mas sim a um conjunto
de empresas filtradas a partir das 100 maiores empresas de Moçambique do ranking da KPMG de
2007.
A KPMG é a mais antiga firma de Auditoria e Consultoria a operar no mercado moçambicano, foi
estabelecida no país, em Junho de 1990, ao abrigo de um acordo envolvendo o Governo
Moçambicano e a KPMG Internacional, ostentando a designação KPMG Peat Marwick Auditores e
Consultores SARL, a qual se assume como membro de pleno direito da KPMG Internacional. A
KPMG é uma rede global de firmas de Auditoria, Consultoria e Contabilidade que opera em 148
países e tem mais de 113.000 profissionais, pelo mundo fora.
A pesquisa da KPMG 2007, publicada em 2008, abrangeu cerca de 129 empresas operando nos
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
8
diversos sectores económicos do país, tendo sido submetidos cerca de 1200 questionários e
analisados vários dados financeiros e económicos específicos de cada sector (KPMG, 2008).
Foram, portanto, visitadas as páginas Web das100 maiores empresas de Moçambique, segundo o
Ranking 2007 da KPMG, e procurou-se observar quais as empresas responsáveis pela concepção
das suas páginas Web.
Figura 1 Processo de Obtenção da Amostra
Uma vez identificadas as empresas prestadoras de serviço de desenho e/ou concepção de páginas
Web, foi-lhes submetido o inquérito anteriormente mencionado, para que este fosse respondido num
prazo de cinco dias úteis.
1.5. Processamento e Análise dos Dados Colhidos pelo inquérito Os dados colhidos pelo inquérito foram processados digitalmente, fazendo-se uso do pacote
estatístico SPSS. Depois de processados, os dados foram analisados e expressos em forma de
medidas de posição (média, mediana, moda, etc.) que serviram para inferir sobre as hipóteses
aventadas.
Por fim, foram validadas as hipóteses previstas, antes da implementação dos inquéritos, de modo a
que se pudesse tirar as conclusões apresentadas no último capítulo deste estudo.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
9
1.6. Estudo comparativo Segundo (Batista, 2007), a crescente utilização de ferramentas CMS, no cenário académico e
empresarial, revela a necessidade da realização de um estudo para subsidiar os
consumidores/projectistas na escolha da ferramenta ideal para os seus projectos. O fraco
conhecimento técnico dos consumidores/projectistas para adopção de um sistema para gerir o
conteúdo de uma organização motiva, ainda mais, a realização de estudos comparativos entre os
CMS existentes.
Por esta razão, foi efectuado um estudo comparativo entre as ferramentas CMS eleitas, através de
um inquérito, onde a comparação pretendia avaliar se o país está em harmonia com o resto da rede
global, no que concerne ao uso de ferramentas CMS.
Foi usado como principal instrumento de comparação a matriz de comparação online fornecida pelo
website especializado cmsmatrix, ilustrado na figura 2:
Figura 2 Matriz de Comparação de ferramentas CMS, fonte (cmsmatrix 2009)
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O cmsmatrix é um website que pode ser acedido em www.cmsmatrix.org, administrado e mantido
por uma vasta comunidade de desenvolvedores e utilizadores de ferramentas CMS, onde estes
contribuem fornecendo informações detalhadas sobre os diversos CMS existentes. Este website
conta, actualmente, com cerca de 1094 ferramentas CMS disponíveis para comparação, bem como
uma comunidade com mais de 3000 membros entre desenvolvedores e utilizadores de ferramentas
CMS.
Dentre as características comparadas podem-se encontrar: requisitos do sistema, segurança, suporte
técnico, facilidade de uso, performance, gestão, interoperabilidade, flexibilidade, aplicações
incluídas, e funcionalidades de comércio electrónico (cmsmatrix, 2009).
1.7. Desenvolvimento do website
Metodologia de desenvolvimento
Para o desenvolvimento do website, foi usada a metodologia Agile Web Development, que deriva de
um conceito similar ao Agile Sofware Development, mas restrito ao desenvolvimento de websites.
Esta metodologia foi seleccionada porque ela valoriza bastante a comunicação face - a- face e inclui
o cliente como parte integrante do grupo de trabalho produzindo, um produto de qualidade, com
rapidez e custo reduzido (Thomas, et al., 2007).
Devido ao envolvimento regular e feedback do cliente, a aplicação (website) tende a ser mais livre
de erros, mais orientada aos requisitos e ter interfaces mais amigáveis para os usuários.
As tarefas como planificação, desenvolvimento, desenho, codificação, teste, etc., são efectuadas em
simultâneo, conduzidas pelas vontades do cliente.
Esta metodologia de desenvolvimento pode ser apresentada em 5 passos como se segue:
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Figura 3 Fases da Agile Web Development, fonte (pepedesign, 2009)
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Concepção
A venda de produtos e serviços é a meta de cada negócio, por esse motivo, nesta importante fase,
procura-se compreender os seus objectivos e o mercado onde o seu negócio está inserido. Isto é
feito respondendo às perguntas:
• Qual é o seu público-alvo?
• Quais são os objectivos de marketing da sua empresa?
• Quais os objectivos do seu site?
• Qual a mensagem que a sua empresa pretende transmitir?
• Quais os padrões onde o seu negócio está inserido?
Depois de analisados todos estes aspectos, apresenta-se a estratégia e estrutura inicial do website.
Planeamento
Nesta fase, começa o processo criativo. Cria-se um interface original, de fácil navegação, e com um
design que irá assegurar uma máxima funcionalidade do site. Durante este processo criativo, tem-se
em conta alguns conteúdos práticos:
• Criação do mapa do site, navegação e estrutura principal organizada;
• Análise de conteúdos;
• Estudo das melhores ferramentas a utilizar no seu projecto.
Desenvolvimento
Nesta etapa, o papel mais importante é, sem dúvida, o do designer. É ele quem deverá dar o toque
de sofisticação e bom senso ao projecto. Não basta um site ter toda a tecnologia de programação se
o seu aspecto gráfico for mal elaborado. É necessária a junção de ambos, para que o projecto
assuma um carácter arrojado, facilitando o acesso ao seu conteúdo.
Implantação
Na quarta fase, passa-se à implementação dos estudos realizados nas fases anteriores, onde inicia-se
o processo de validação e optimização do website, atendendo ao seguinte:
• Optimização da arquitectura da navegação;
• Cumprimento dos padrões W3C;
• Interfaces intuitivos de manutenção;
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• Optimização para os principais motores de busca;
• Alojamento do website em um servidor Web.
Manutenção
Por fim, deve-se manter o website actualizado, integrando novos módulos e funcionalidades,
aderindo aos novos padrões que vão sendo estabelecidos e actualizações relacionadas com a
plataforma de desenvolvimento.
A empresa
O Website desenvolvido teve como alvo a Descobrimentos Lda., que é uma jovem empresa,
fundada em 2004, com a missão declarada de “Desenvolver e promover sistemas inovadores para o
processo de ensino com elevados padrões de qualidade e tornar o processo de ensino orientado para futuro
e assente nas actuais tecnologias de Informação”.
Foram efectuadas entrevistas não estruturadas com os gestores seniores da empresa, com o
objectivo de apurarem-se os requisitos do website.
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1.8. Estrutura do Trabalho
Este trabalho está organizado em 5 capítulos a saber: o Capítulo 1 abarca a introdução, onde dá-se a
conhecer o estado da arte e faz-se, também, o enquadramento contextual do tema. Integram-se,
também, neste capítulo, os objectivos do estudo, as hipóteses consideradas e a metodologia usada
para a materialização do estudo. O Capítulo 2 faz a apresentação do arcabouço teórico, de modo a
correlacionar a pesquisa com o universo teórico. Aqui são fornecidas as definições essenciais para a
consubstanciação do estudo, é feita uma revisão bibliográfica sobre os principais temas de fundo
tais como: conteúdos, gestão de conteúdos e seus desafios, sistemas de gestão de conteúdos CMS,
entre outros, e, por fim, é efectuada a síntese das ideias contidas neste capítulo. O Capítulo 3
apresenta a análise dos dados, colhidos tanto pela observação sistemática de 100 sítios Web, como
pelo inquérito, de modo a situar o país em termos de uso de ferramentas CMS.O Capítulo 4 ilustra o
funcionamento do website desenvolvido, recorrendo a uma ferramenta CMS seleccionada,
baseando-se nos princípios fornecidos nos capítulos anteriores, apresentando os seus principais
requisitos e funcionalidades. Por último, o Capítulo 5 apresenta as conclusões advindas do estudo,
são apresentadas, também, algumas recomendações, fornecendo-se alguns princípios básicos para a
selecção de uma ferramenta CMS adequada às características específicas de cada organização.
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Capítulo 2 Revisão de Literatura
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2. Capítulo - Revisão de Literatura Este capítulo pretende fazer o enquadramento teórico que irá alicerçar o estudo, abrangendo desde
conceitos adjacentes até ao escopo central trabalho, os sistemas de gestão de conteúdos.
Antes de mais, serão fornecidos alguns conceitos que servirão de matéria-prima para a
consubstanciação do arcabouço teórico aqui apresentado.
2.1. Conteúdos Em 1989, Tim Berners-Lee apresentou um conceito que vinha revolucionar o mundo da
computação e TIC, a Web, que é um conjunto de páginas formatadas através de uma linguagem de
formatação apropriada, HTML, com o fito de disponibilizar textos, gráficos, som, imagens, etc.,
através da internet, de modo que utilizadores geograficamente dispersos pudessem visualizar ou até
editar a informação disponibilizada na Web (Pereira, et al., 2002).
Por conteúdo, podemos, pois, compreender qualquer tipo ou unidade de informação digital que é
utilizada nas páginas dos sítios Web, susceptível de ser publicada em uma intra, inter ou extranet
(ContentManagment, 2001).
(Silva, 2006) é mais generalista, ao afirmar que conteúdo é uma unidade de dados com alguma
informação extra anexada a ela. Esse dado poderia ser, por exemplo, uma página Web, informação
sobre um evento, um documento de texto, uma imagem, um vídeo, ou qualquer outro dado que
tenha utilidade para uma organização.
Geralmente, estes dados e/ou informações estão sujeitas a constantes transformações advindas da
sua natureza dinâmica, de tal modo que, por exemplo, um texto sobre um evento pode, naturalmente
precisar de actualização, ou até mesmo estar em desuso e, consequentemente, ser removido da Web.
Esta característica leva-nos a outro conceito fundamental: a gestão de conteúdos.
2.2. Gestão de Conteúdos No início da década 90, era usado o termo homepage, que eram páginas em formato Hyper Texto
(HTML) usadas essencialmente por pessoas (na sua maioria pesquisadores, em Universidades), para
disponibilizar conteúdos com fins pessoais (Pereira, et al., 2002). Com o passar dos anos, e
sobretudo com a evolução dos conteúdos, não só em quantidade, bem como em complexidade, as
homepages evoluíram para sítios Web (websites) que é um conjunto diversificado de páginas Web,
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cuja orientação deixou de ser pessoal e passou a adquirir proporções comerciais. As empresas e
organizações aderiram em massa à grande rede, com o objectivo de divulgar e promover os seus
empreendimentos. Isto trouxe à luz uma enorme diversidade de conteúdos, que precisam ser
criados, actualizados ou removidos.
Segundo (Terra, et al., 2002), o processo de gestão de conteúdo engloba as seguintes etapas:
1. Criação de conteúdos;
2. Revisão de conteúdos;
3. Indexação e controle de qualidade;
4. Publicação de conteúdo;
5. Revisão periódica;
6. Arquivamento ou eliminação de conteúdos.
A figura 4 ilustra o fluxo das actividades envolvidas na gestão de conteúdos:
Figura 4Actividades da Gestão de Conteúdos, fonte (Terra & Gordon, 2002)
Geralmente, a Criação, Revisão, a Indexação e Controle de qualidade e a Revisão periódica de
conteúdos devem ser efectuadas por um indivíduo capacitado na área de actuação da organização.
Por exemplo, um artigo sobre equações diferenciais deve ser tratado por um indivíduo com
conhecimentos matemáticos, assim como um artigo que pretende promover a imagem da
organização deve ser tratado por alguém que tenha conhecimentos de marketing.
No entanto, estes indivíduos, apesar de serem experts na sua área de actuação (matemática,
marketing, etc.), geralmente, não estão familiarizados com aspectos técnicos ligados a formatação
dos conteúdos por si concebidos, de modo a que estes possam ser difundidos na Web de forma
harmoniosa e coerente, com a correcta disposição dos itens relacionados (cabeçalhos, gráficos,
imagens, sons, etc.). Em outras palavras, os criadores de conteúdos não estão familiarizados com as
linguagens de marcação tal como HTM ou metadados, XML, entre outros. Torna-se, pois,
necessária a intervenção de um indivíduo capaz de lidar com estas especificidades: o Webmaster.
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Com a crescente diversidade e complexidade de conteúdos, esta abordagem torna-se bastante
penosa para o webmaster, pois o volume de informação não se coaduna com o tempo de execução
das tarefas, ou seja, existem muitas actividades (actualização, configuração, remoção, etc.) que
devem ser efectuadas em um curto espaço de tempo, pelo webmaster, e, provavelmente, os
conteúdos sofrerão novas alterações, antes mesmo que o webmaster tenha acabado de realizar as
anteriores, conforme ilustra a figura:
Figura 5 Modelo Tradicional de Gestão de conteúdos
Assim, a gestão de conteúdo em websites torna-se uma tarefa bastante desgastante e complexa,
sendo que podem se destacar os seguintes principais desafios:
Falhas de interpretação
A produção manual de documentos HTML pelo webmaster, que não conhece todos os aspectos dos
ofícios ligados ao conteúdo, aumenta os riscos de erros. Da mesma maneira que, numa empresa, a
divulgação de um relatório não validado, ou validado por pessoas não habilitadas pode conduzir a
consequências negativas (Bax, 2003), conforme ilustra da figura 6:
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Figura 6 Falhas de Interpretação na Gestão de Conteúdos
Tradicionalmente, um webmaster fica responsável pela tarefa de editar, actualizar e gerir conteúdos
criados por uma pessoa que detém o conhecimento específico de cada tipo de conteúdo. Com a
expansão e maior abrangência de conteúdos, ocorre uma sobrecarga de tarefas sobre este
webmaster, aumentando a dificuldade de gerir um website (Coelho, 2004).
Duplicação do Trabalho Efectuado
Quando o criador de conteúdo realiza a sua tarefa, naturalmente, efectua a harmonização dos itens
que compõem os conteúdos, destacando os títulos, os cabeçalhos, inserindo as imagens, gráficos e
vídeos nos seus lugares apropriados, de modo que o documento ou artigo seja entregue ao
webmaster, na sua formatação definitiva, e cabe, portanto, ao webmaster reproduzir a disposição
dos conteúdos na respectiva página Web, recorrendo, é claro, a linguagens de formatação HTML,
metadados XML, folhas de estilo CSS, etc., com todos os detalhes técnicos necessários, para que os
conteúdos sejam correctamente visualizados no navegador, lembrando que isto deve ser feito
reproduzindo fielmente, a formatação previamente efectuada pelo criador de conteúdos.
A figura 7 demonstra os dois caminhos possíveis na criação de conteúdos: o modelo tradicional e a
situação desejável.
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Figura 7 Duplicação do Trabalho Durante o Processo de Gestão de Conteúdos
Tempo de execução
Actualmente, os websites necessitam de ser actualizados com grande frequência, alguns
semanalmente (ex: periódicos), outros diariamente (ex: blogs) e alguns, até, a cada hora ou minuto
(ex: websites de relacionamentos ou mercados online).
Sendo assim, aliado à sobrecarga do webmaster, está o facto de, normalmente, a manutenção de um
website ficar limitada a um determinado computador, onde o software utilizado para o gerir (ex:
Dreamwaver ou Web Expretion), está instalado e configurado com as senhas de acesso, licenças de
uso, dentre outros, que resultam na desactualização do website, fracassando, deste modo, os
objectivos dos proprietários do mesmo (Batista, 2007).
Padrões w3c
Com a crescente expansão da Internet, surgiu a necessidade de se estabelecerem regras ou padrões
que devem ser respeitados pelos desenvolvedores de websites. Estes padrões têm como principal
objectivo harmonizar os diversos desenvolvedores de aplicações baseadas na Web (web based
aplications) e os desenvolvedores de websites.
W3C é um acrónimo para World Wide Web Consortium, uma associação internacional de
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companhias cuja meta é estabelecer normas e desenvolver padrões para a Web. Criado em 1994,a
missão declarada do W3C é de guiar a world wide web, ampliando seu potencial através do
desenvolvimento de protocolos e padrões que assegurem compatibilidade, acessibilidade e um
crescimento organizado do meio (w3c, 2008).
O W3C desenvolve padrões para a criação e interpretação dos conteúdos para a Web. Sites
desenvolvidos segundo esses padrões podem ser acessados e visualizados por qualquer pessoa ou
tecnologia, independentemente de hardware ou software utilizados, como celulares, PDAs,
electrodomésticos, de maneira rápida e compatível com os novos padrões e tecnologias que possam
surgir com a evolução da internet.
Ao respeitar estes padrões, os webmasters têm a garantia de que as páginas Web por eles
concebidas serão correctamente interpretadas pelas diversas aplicações que interagem na Web,
como por exemplo, os navegadores ou Web Browsers.
Concluindo, os webmasters têm uma tarefa acrescida, ou seja, enquanto se preocupam em gerir os
conteúdos das páginas Web, eles devem, em simultâneo, garantir que as mesmas estejam dentro dos
padrões previamente citados, incorrendo, em caso de não cumprimento, no risco de terem-se
consumidores finais da informação insatisfeitos, prejudicando, desta forma, a imagem da
organização proprietária do website.
2.3. Sistemas de Gestão de Conteúdos (CMS)
Conforme foi visto, gerir conteúdos é uma tarefa que envolve um vasto leque de actividades e exige
grande esforço, por parte dos envolvidos, daí que houve necessidade de conceber-se um modelo que
permitisse descentralizar a gestão de conteúdos de páginas Web, aliviando a carga sobre o
webmaster e oferecendo o protagonismo aos criadores de conteúdos, que são, em última instância,
as pessoas mais indicadas para a tarefa. As ferramentas CMS entram em cena justamente para suprir
esta necessidade.
Segundo (Pereira, et al., 2002), a ideia básica por trás de um CMS é a de separar gestão do conteúdo
do design gráfico das páginas que apresentam o conteúdo. O design das páginas que apresentam os
conteúdos são colocados em arquivos chamados moldes (templates), enquanto o conteúdo é
armazenado em um banco de dados ou em arquivos separados, conforme ilustrado na figura 8.
O CMS pode também ser visto como um website pré-programado, com recursos básicos de
administração e manutenção já disponíveis, onde o desenvolvedor do website, não necessariamente
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um webmaster ou um técnico especializado em concepção de páginas Web, efectua a
parametrização do website, de modo a ajustá-lo a identidade da organização, focando aspectos tais
como cores e logótipos, estrutura do website (mapa do site), categorias de usuários, etc.
Um sistema de gestão de conteúdos é, geralmente, composto por módulos que fornecem
funcionalidades básicas, sobre as quais se desenvolvem as aplicações mais próximas do usuário
final (Bax, 2003). Desenvolver um website recorrendo a uma ferramenta CMS resume-se a definir
quais as peças do quebra-cabeças, ou módulos, serão necessárias para que o website atinja o
objectivo da organização.
Figura 8Geração dinâmica de Conteúdos na Abordagem CMS
As páginas são geradas através da combinação das partes, no momento em que o usuário solicita a
mesma.
Neste modelo, o webmaster deixa de ser a peça central, passando a preocupar-se, apenas, com a
estética do website, através da manipulação de templates e, também, com os aspectos técnicos
necessários para que o website funcione, como, por exemplo, gerir configurações, manter a base de
dados, etc.
Na abordagem CMS, existem vários níveis de acesso de usuários, sendo que os criadores de
conteúdos tem privilégios que lhe permitem criar e formatar os seus conteúdos em uma interface
amigável, sem que este necessite de se preocupar com detalhes técnicos do website (Oakes, 2008).
Isto confere autonomia a cada um dos intervenientes, de modo a que estes possam encarregar-se das
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suas tarefas, conforme a sua disponibilidade, independentemente do espaço ou tempo, bastando
apenas que estes disponham de uma conexão com a internet e um navegador (Web browser).
Figura 9 Modelo de Gestão de Conteúdos com Recurso a Ferramentas CMS
Desta forma, um CMS apoia a gestão de conteúdos, focando na captação, ajuste e distribuição de
conteúdos, para agilizar o processo de negócios de uma organização (Batista, 2007).
2.4. Modelo Tradicional versus Modelo CMS Podemos diferenciar estes dois modelos incidindo sobre 4 aspectos:
Descentralização de actividades
Enquanto no modelo tradicional, todas as actividades estão dependentes da intervenção do
webmaster, na abordagem CMS, os utilizadores não necessitam de ter contacto com o webmaster,
para executarem as suas actividades, de modo que cada utilizador cuida dos seus próprios
interesses, obtendo-se, com isto, ganhos não só em tempo de resposta, bem como na redução de
erros advindos da eventual má interpretação dos conteúdos, por parte do webmaster (ver fig.5).
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
24
Fluxo de Actividades
No modelo tradicional, os criadores de conteúdos trabalham fora do ambiente do website e somente
depois de terminada a criação ou edição dos conteúdos é que estes podem ser implementados pelo
webmaster. Já na abordagem CMS, os criadores de conteúdos actuam directamente sobre o website,
sem necessidade da intervenção do webmaster, tomando, desta forma, um atalho no fluxo de
actividades (figura 10). Com isto ganha-se bastante em tempo de resposta e evita-se a duplicação do
trabalho efectuado (ver fig.6).
Figura 10 Comparação entre o modelo tradicional e o modelo baseado em CMS fonte (Batista, 2007)
Grupos de Interesses
Na abordagem tradicional, os indivíduos que trabalham sobre a mesma natureza de conteúdos
devem encontrar-se fisicamente ou usarem uma tecnologia alternativa (por exemplo e-mail ou fax)
para colaborarem na criação e edição de conteúdos. No entanto, na abordagem CMS, é possível a
criação de grupos de interesses que tenham os mesmos privilégios de acesso e estejam
harmonizados, conforme a natureza do conteúdo, de modo a que estes indivíduos possam colaborar
na criação e edição de conteúdos, conservando a sua autonomia e disponibilidade.
Para (Bax, 2003), o potencial de um sistema de gestão de conteúdos (CMS) é tal que os diferentes
membros intervenientes em um projecto ou actividade intelectual, para serem produtivos, não
precisam se encontrar fisicamente ou nem mesmo se conhecerem pessoalmente.
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Adesão aos padrões internacionais
Tradicionalmente, os aspectos ligados aos padrões internacionais devem ser geridos pelo
webmaster, durante o desenvolvimento do website, e se atendermos ao crescente número de
requisitos desta natureza, tornou-se simplesmente inviável, para o webmaster, preencher todos eles,
incorrendo, claro, na desvalorização do website. Se olharmos os CMS da perspectiva de um website
pré-programado, que necessita apenas de ser devidamente configurado ou personalizado, notamos
que os fornecedores de ferramentas CMS já encarregam-se, a priori de atender a todos os padrões
internacionais, de modo que o webmaster não tenha que se preocupar com este aspecto, bastando
apenas que este fique atento às mudanças na Web, para fazer a devida actualização do seu CMS,
que, geralmente, é disponibilizada pelo fornecedor do CMS.
Em suma, o modelo tradicional de administrar conteúdos na Web se mostra inferior às soluções
CMS. Estas, por sua vez, facilitam, de maneira radical, o processo de criação, armazenamento e
publicação de conteúdo para a Web (Batista, 2007).
2.5. Vantagens do uso de ferramentas CMS Ainda segundo (Batista, 2007), um factor crítico, para o sucesso de qualquer site, é a qualidade da
informação nele disponível e a usabilidade de sua interface com o usuário. O seu conteúdo deve ser
preciso, actualizado, intuitivo, e bem organizado, para ser utilizado pelo público-alvo. Manter um
site dentro dessas especificações é uma tarefa muito complexa.
Podemos, para além da vantagens já mencionadas, listar ainda algumas características propostas por
(Bax, 2003) que tornam o CMS na solução mais adequada, para enfrentar os desafios da gestão de
conteúdos:
ü Gestão de usuários e de seus direitos (autenticação, autorização, auditoria);
Permite cadastrar usuários, definindo os seus privilégios de acesso, manter um
espaço dedicado ao usuário, onde este tem a liberdade para configurar o seu perfil e
preferências. Isto possibilita, também, a gestão da propriedade intelectual dos
usuários.
ü Criação, edição e armazenamento de conteúdos em formatos diversos (doc, html, pdf, etc);
Permite a criação e edição de conteúdos atendendo aos diversos formatos de
ficheiros existentes na actualidade, conferindo, ao usuário, maleabilidade para
consumir, livremente, a informação contida no website.
ü Uso intensivo de metadados, ou seja, propriedades que descrevem o conteúdo;
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Os metadados descrevem características essenciais do conteúdo como: descrição,
autor, linguagem, formato, data de criação e revisão, dentre outras informações. São
úteis para aprimorar a precisão na busca por um texto completo, permitindo, aos
usuários, especificar atributos adicionais.
ü Controle da qualidade de informação, com fluxo ou trâmite de documentos;
Facilita o controlo do ciclo de vida do conteúdo, permitindo ao usuário decidir
quando o mesmo poderá ser publicado. Permite, também, criar hierarquia de
usuários, sendo que somente alguns podem aprovar a publicação ou não de um
determinado conteúdo.
ü Classificação, indexação e busca de conteúdo (recuperação da informação com mecanismos
de busca);
Uma vez que os conteúdos estão dissociados do design da página e encontram-se
armazenados em base de dados, as ferramentas CMS fornecem mecanismos de busca
bastante acurados, permitindo aos usuários efectuar buscas complexas, dentro do
website.
ü Sindicalização, ou seja, disponibilização da informação em formatos XML, visando seu
agrupamento ou agregação de diferentes fontes;
Como consequência da adesão aos padrões w3s, as ferramentas CMS tem interfaces
bastante interoperáveis, permitindo que outras aplicações ou websites consumam ou
partilhem dados com o website baseado em CMS. Um exemplo bastante popular é o
Rich Site Summary (RSS).
ü Gestão de versões;
Em caso de modificações acidentais, permite o retorno a versão anterior. Permite
ainda a comparação entre duas versões e o reaproveitamento de conteúdos,
facilitando a actualização dos conteúdos dentro do website.
2.6. Desvantagens do uso de ferramentas CMS Embora as ferramentas CMS apresentem um vasto repertório de vantagens, deve-se ter consciência
de que estes, naturalmente, têm as suas desvantagens. De entre elas podemos destacar:
Adequação da solução às características específicas da organização
Embora existam, actualmente, diversas ferramentas CMS, não existe uma solução que possa
responder a todas as especificidades da organização.
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(Bax, 2003) afirma que, frequentemente, as soluções são especializadas apenas em certos aspectos,
tornando-se necessário, na maioria das vezes, integrar ou associar produtos. Desta forma, a
instância de decisão de implementação na organização alvo acaba, quase sempre, cumprindo o
papel de integradora.
Como em todo Framework, trabalhar com um “modelo” pré-concebido implica aceitar algumas
características, restrições ou limitações desse “modelo”.
Apresentação (Design) do website
A aparência do site, apesar da relativa facilidade de configuração, também fica de certa forma
limitada pelo sistema de templates do CMS. O webmaster fica limitado aos templates
disponibilizados pelo fornecedor do CMS, pois empreender na criação de um novo template é uma
tarefa que exige conhecimentos avançados dos aspectos técnicos do CMS (linguagem de
programação, arquitectura, base de dados, etc.) e também um grande dispêndio de tempo.
Este factor pode comprometer a identidade da organização, no que diz respeito aos seus hábitos de
marketing, por exemplo, o branding.
Segurança
Por se tratar de uma solução genérica, o CMS pode ser vulnerável a ataques de intrusos que tenham
conhecimentos profundos sobre o funcionamento do CMS (Boiko, 2005). É comum, em certos
CMS, haver difusão de spam, devido ao fácil acesso dos spammers.
2.7. Tipos de ferramentas CMS e sua aplicação A tipificação das ferramentas CMS é, sem sobra de dúvidas, um tema que levanta ainda muita
controvérsia. Várias sugestões são fornecidas pelos diversos especialistas, no entanto, pode-se
afirmar, com absoluta segurança, que a tipificação das ferramentas CMS é decorrente das diferentes
categorias de website. Vamos, antes, portanto, procurar traçar algumas linhas gerais que nos
permitam chegar aos tipos de ferramentas CMS, cuja definição goza de algum consenso entre os
especialistas.
(Powel, 2002) propõe a categorização dos websites atendendo ao propósito de sua utilização,
podendo estes ser: comerciais, informativos, portais, comunidades e pessoais, conforme detalha a
tabela seguinte:
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Tipo de Website Características
Comunidades
Facilidade de interacção e comunicação entre os usuários.
Edição colaborativa de conteúdo.
Servir como um ponto de encontro entre os usuários
Disponibilizar informações sobre o tema da comunidade.
Vários colaboradores.
Informativos
Divulgação de informações (governamentais, noticiários, institucionais).
Forma de contacto entre a organização e os visitantes do website
O conteúdo precisa passar por uma revisão.
Um criador, colaborador. Ou vários criadores, colaboradores
Comerciais
Apoio aos negócios de uma organização. Propaganda, marketing.
Comércio electrónico de produtos e serviços.
Divulgação de informações e oferecer suporte aos clientes sobre os
produtos e serviços oferecidos pela organização.
Relações públicas e de investimentos. Forma de contacto entre a
organização e seus clientes, ou fornecedores.
Um criador, colaborador. Ou vários criadores, colaboradores.
Pessoais
Divulgar informações pessoais sobre o criador do website.
Um diário online, ou um blog.
Um criador, colaborador.
Agregação de vários conteúdos e/ou serviços
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Portais Pode englobar todos os tipos de websites acima citado
Vários criadores, colaboradores
Tabela 2 Caracterização dos diferentes tipos de websites, Fonte: (Powell 2002)
Uma vez que os sistemas de gestão de conteúdos foram idealizados para flexibilizar a gestão de
conteúdos de websites, estes sistemas foram, naturalmente, orientados a solucionar problemas
característicos das diferentes categorias de website. Podemos, por conseguinte destacar 4 tipos de
ferramentas CMS que reúnem algum consenso entre diversas literaturas:
CMS Empresarial (ECMS)
Para (Kampffmeyer, 2006), um ECMS é o conjunto de tecnologias, ferramentas e métodos usados
para capturar, gerir, armazenar, preservar e disponibilizar conteúdos em uma empresa.
Podemos, portanto, afirmar que um CMS empresarial concentra-se em conteúdos, documentos,
detalhes e dados relacionados com os processos organizacionais da empresa. O seu propósito é,
essencialmente, gerir a informação organizacional, considerando toda a sua diversidade, formatos e
localização.
O ECMS é melhor aplicado em portais e websites comerciais.
Web CMS (WCMS)
Também conhecido como WCM, o Web CMS é um sistema de gestão de conteúdos orientado para
a criação e gestão de conteúdos em formato Hipertexto (HTML). É usado para gerir e controlar
grandes colecções de material dinâmico (documentos HTML associados a imagens, vídeos e outros
tipos de multimédia). O WCM é apropriado para websites informativos, pessoais e comunidades.
Sistema de Gestão de Documentos (DMS)
Pode, também, ser considerado como uma parte do ECMS, o DMS é usado para localizar e
armazenar documentos electrónicos, sejam eles textos, imagens, etc.
O DMS é uma excelente alternativa para quem pretende usar uma ferramenta CMS relativamente
menos complexa, pois este oferece interfaces simplificadas que permitem, aos usuários,
localizarem, filtrarem, controlarem versões, publicarem e manipular conteúdos de forma
consistente.
Mobile Content Management Systems (MCMS)
Estas ferramentas CMS são relativamente recentes e vêm responder à actual febre da mobilidade.
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São capazes de armazenar e disponibilizar conteúdos e serviços para dispositivos móveis, tais
como: celulares, smart phones e PDAs. Os MCMSs vieram acrescentar valor ao comércio
electrónico (e-commerce) e ao negócio electrónico (e-Business), pois, com a propagação de
dispositivos móveis, é possível, através do MCMS, aproximar o negócio dos clientes, gestores,
empregados e colaboradores, provendo informação em tempo real aos seus usuários,
independentemente da sua localização geográfica. Os MCMSs assemelham-se aos portais e aos
websites comerciais.
2.8. Critérios para a escolha de um CMS Conforme tem sido enfatizado, a escolha da ferramenta CMS é um factor determinante para a
implantação bem sucedida de uma solução Web de gestão de conteúdos. Cabe ao desenvolvedor do
website, efectuar uma análise minuciosa dos requisitos propostos pelas regras de negócio do cliente.
Nessa linha, (Oakes, 2008) propõe meia dúzia de questões que podem apoiar o desenvolvedor na
selecção da ferramenta CMS que se ajuste às especificidades do cliente:
• Quem é a audiência do website e qual informação será partilhada com ela?
o Websites meramente informativos exigem ferramentas diferentes daqueles onde
haverá muita colaboração.
• Quantas pessoas participarão na gestão do website?
o Se o website tiver apenas um gestor de conteúdos, então não há necessidade de
ferramentas com funcionalidades avançadas de controlo de fluxo de documentos,
equipes mais alargada podem fazer melhor aproveitamento deste tipo de ferramentas.
• Que tipo de interacção é comum na organização alvo?
o Em organizações onde os colaboradores estão habituados a processos formais,
haverá maior aceitação para ferramentas com estruturas rigorosas de fluxo de
trabalho (workflow). Em organizações menos formais, tentar impor este tipo de
CMS pode resultar em desastre (ver figura 4).
• Será necessária a integração do website com outras aplicações existentes na organização?
o Caso haja a necessidade de integração em algum sistema já implantado na
organização, então deve-se tomar em conta ferramentas CMS que possam inter-
operar com este, considerando aspectos como integração dos sistemas de gestão de
base de dados, plataforma de desenvolvimento, etc.
• Qual a sua capacidade de dar suporte técnico ao CMS?
o Deve-se escolher uma ferramenta CMS que está ao seu alcance bem como ao
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
31
alcance dos seus parceiros, considerando, também, a disponibilidade de material de
referência (artigos, livros, etc.).
• Existe uma comunidade activa?
o Ferramentas CMS prosperam quando existe uma comunidade activa desenvolvendo
os conteúdos e respondendo às questões uns dos outros. Não seleccione uma
ferramenta CMS sem que esteja confortável com as suas funcionalidades de suporte
a comunidades.
Vale notar que a abordagem aqui feita inicia com pessoas e conteúdos e não com tecnologia. A
escolha de uma ferramenta CMS deve estar focada, primeiro, na audiência e na informação a
partilhar e, só depois, é que deve partir para a selecção do CMS a usar.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
32
2.9. Síntese Depois de visitado o referencial teórico ligado ao tema deste estudo, podemos, em última análise, resumir as ideias mais importantes da seguinte forma: Por conteúdo, podemos compreender qualquer tipo ou unidade de informação digital que é utilizada
nas páginas dos sítios Web. Eles podem ser textos, imagens, gráficos, vídeos, som ou, em outras
palavras, tudo o que é susceptível de ser publicado em uma intra, inter ou extranet.
Devido ao crescente aumento de conteúdos, na grande rede, tanto em quantidade como em
complexidade, urge a necessidade de geri-los. A gestão de conteúdos é uma tarefa bastante
complexa, daí que surgiu a necessidade de se criarem sistemas de gestão de conteúdos. Estes
sistemas foram idealizados de forma a separar os conteúdos dos aspectos técnicos (ex: design,
linguagens de programação, base de dados, etc.), de modo a que os criadores de conteúdos
pudessem gerir conteúdos, sem precisarem de se preocupar com estes aspectos.
As ferramentas CMS trouxeram grandes vantagens, tais como: redução do tempo de resposta,
redução dos erros de interpretação do webmaster e, principalmente, permitiram a descentralização
das actividades envolvidas na gestão de conteúdos. Contudo, estas ferramentas levantaram,
também, novas questões e desafios, tais como a necessidade de adequação da ferramenta às
características específicas de cada organização e aspectos ligados a segurança dos websites.
A selecção efectiva de uma ferramenta CMS deve dar maior ênfase, primeiramente à audiência e à
informação a partilhar e, só depois, na tecnologia a usar, isto é, Framework, Sistema de Gestão de
Base de Dados, etc.
Pode-se, de uma forma geral, afirmar que as ferramentas CMS são a solução mais viável para a
problemática da gestão de conteúdos, sendo, contudo, necessário que os responsáveis pela
concepção de páginas Web tenham a capacidade de seleccionar o CMS adequado e refiná-lo às
especificidades de cada organização.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
33
Capítulo 3 Uso de ferramentas
CMS em Moçambique
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
34
3. Capítulo - Uso de ferramentas CMS em Moçambique Este capítulo é apresentado em três partes, sendo a primeira parte composta pela apresentação de
dados estatísticos colhidos através da observação sistemática de algumas características nos
websites das empresas do ranking das 100 maiores da KPMG 2007. De seguida, uma breve
discussão sobre as empresas que efectuaram a concepção dos referidos website. Estas empresas
foram, por último, inqueridas (ver inquérito em anexo) e o resultado dos inquéritos serão
apresentados na terceira e última parte deste capítulo, conforme ilustrado no diagrama seguinte:
Figura 11 etapas da apresentação do estudo
Motor de busca, motor de pesquisa ou mecanismo de busca na internet pode ser definido como um
sistema de software projectado para encontrar informações armazenadas em um sistema
computacional, a partir de palavras-chave indicadas pelo utilizador, reduzindo o tempo necessário
para encontrar informações, ou, simplesmente um programa feito para auxiliar a procura de
informações armazenadas na internet (WWW), dentro de uma rede corporativa ou de um
computador pessoal (Busby, 2004).
Existe, actualmente, uma enorme variedade de motores de busca que podem ser usados
gratuitamente, no entanto, alguns destacam-se pela abrangência dos resultados, eficiência no tempo
da pesquisa, facilidade de uso, entre outros aspectos. Dentre os mecanismos de busca que mais se
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
35
destacam, actualmente, estão:
ü Google da Google Inc. pode ser acedido em www.google.com
ü Bing da MicrsoftCorp. pode ser acedido em www.bing.com
ü Yahoo Search da Yahoo! Inc. pode ser acedido em www.yahoo.com
Recorrendo a estes mecanismos de busca, foram localizados e visitados um total de 100 websites
listados no ranking das 100 maiores empresas de 2007 operando no país, publicado pela prestigiada
empresa de consultoria KPMG Moçambique.
Usou-se como fonte primária os resultados obtidos num motor de busca nacional, as páginas
amarelas (pode ser acedido em www.paginasamarelas.co.mz), nos casos de insuficiência nos
resultados, recorreu-se a motores de busca mais abrangentes, por ordem de preferência do
pesquisador, sendo que a Google foi usada como fonte secundária, de seguida o Bing e, por último,
o Yahoo Search.
Da pesquisa apurou-se que dos 100 websites visitados, 37 não retornaram algum resultado válido,
ou seja, não foi possível identificar a presença das respectivas empresas na internet, daí que
somente 68 empresas foram localizadas. No entanto, na data em que foi efectuada a pesquisa, 5
websites estavam inacessíveis, sobrando, desta forma, 58 websites. É interessante frisar que, dos 58
websites considerados na pesquisa, 12 pertencem a multinacionais que na sua maioria indicam
apenas o endereço da sua delegação, em Moçambique, sendo, por conseguinte, o número de
websites pertencentes a empresas nacionais 46, e estas foram as empresas consideradas válidas para
o este estudo, conforme ilustra o gráfico 3:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
36
Gráfico 3 Websites Pesquisados
3.1. Características observadas A internet é, hoje, um poderoso recurso para projectar a organização à escala global sem incorrer
em custos avultados e está, cada vez mais, sendo usada como um meio de aproximar os serviços
prestados aos clientes, criando, deste modo, melhor tempo de resposta e, em grande medida, mais
comodidade para os mesmos. Desta feita, procurou-se observar, nos websites visitados, um
conjunto de características que foram consideradas chave, para o melhor aproveitamento deste
poderoso recurso, quer sob o ponto de vista das tecnologias usadas, bem como dos resultados
obtidos, com vista a melhor servir os clientes.
O negócio praticado pela empresa dita o lugar ocupado pelas tecnologias de informação e
comunicação, na mesma, por isso, aproveitando-se da estratificação feita no estudo que serviu de
base para a definição da amostra (o ranking das 100 maiores empresas da KPMG), procurou-se
efectuar uma avaliação das características observadas em agrupamentos de sector de negócio das
empresas cujos websites foram visitados, conforme mostra o gráfico 4:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
37
Gráfico 4 Distribuição das empresas visitadas por Sector de Negócio "adaptado de (KPMG, 2008)”
Na distribuição sectorial apresentada no gráfico acima, somente 9 sectores retornaram resultados
válidos, que possibilitem alguma inferência estatística, perfazendo um total de 46 websites. Cinco
sectores serão desprezados pelo estudo, quer por pertencerem a empresas multinacionais ou por
estarem inacessíveis, etc., sendo que, em particular, o sector de Construção, embora tenha retornado
resultados válidos, será também desprezado, pois este apresenta somente um website válido e
considerou-se este número inadequado para qualquer comparação ou inferência dentro do sector,
conforme ilustrado no gráfico 5:
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38
Gráfico 5 Distribuição Sectorial das Empresas Consideradas Válidas
Navegabilidade & Usabilidade
Estas características preocupam-se em providenciar mecanismos que visam facilitar o acesso a
informação, tanto em rapidez de resposta como em disponibilizar estruturas mais intuitivas para a
busca e utilização de conteúdos, entre eles, destacamos os mais comuns:
Mapa do site
O mapa do site, geralmente apresentado numa estrutura em forma de árvore, permite que o visitante
localize, rapidamente, uma secção ou página específica. Desta forma, visitantes que saibam
exactamente o que procuram, no website, aproveitam ao máximo o seu tempo de navegação,
seguindo, directamente, através da consulta do mapa do site, para a secção ou página do seu
interesse.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
39
Figura 12 Exemplo de um mapa de site
Constatou-se que o mapa do site tem bastante aceitação, nos websites visitados, com especial
destaque para a Banca e Leasing, com 70% dos websites apresentando o mapa do site, seguido pelo
sector de Comunicações, com 67%, conforme ilustra o gráfico 6:
Gráfico 6 Uso do Mapa do Site por sector
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
40
Motor de busca interno
Se imaginarmos o motor de busca como um excelente meio de o cliente/visitante localizar
conteúdos relacionados com a ajuda ao consumidor (vulgo Costumer Care), pode-se facilmente
notar porque o Sector de Comunicações, com 83%, tem o melhor número de observações nesta
característica, seguido da Banca e Leaseing, com 71%. No entanto, a estatística torna-se bastante
discrepante em relação ao sector do Comércio, onde somente 29% dos sítios visitados atenderam ao
motor de busca, conforme ilustra o gráfico a seguir:
Gráfico 7 Uso do Motor de Busca por sector
Multilíngua
Quando uma empresa aposta em marcar presença na internet, esta desvenda uma infinidade de
possibilidades de negócio, uma vez que o seu negócio pode ser conhecido por qualquer interessado,
independentemente da sua localização geográfica e, obviamente, do idioma do mesmo, sendo assim,
as empresas têm mostrado algum esforço em disponibilizar os seus conteúdos em mais de uma
língua, no entanto, no universo das empresas visitadas, os resultados obtidos não são bastante
encorajadores, sendo que todos os sectores apresentam observações abaixo dos 50%, exceptuando o
sector de serviços, com 67%. Os melhores índices são, a seguir, ocupados pela Banca e Leasing e
sector do Comércio, com 43%, conforme se pode ver no gráfico 8.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
41
Gráfico 8 Disponibilidade de mais de uma língua nos websites
Pode-se, em síntese, considerar que as características ligadas à navegabilidade e usabilidade dos
websites são levadas em consideração pelos desenvolvedores dos websites visitados, se
ponderarmos que, dos 46 sítios Web considerados válidos para o estudo, 31 apresentam Motor de
Busca, 22 Mapa do Site e 18 disponibilizam os seus conteúdos em mais de uma língua, sendo para
esta última característica, o Inglês, na maioria dos casos, a segunda língua.
Gráfico 9 Resumo das características ligadas a Navegabilidade e Usabilidade dos websites
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
42
Melhoramento dos serviços prestados
Um website é um excelente meio de as empresas auscultarem as necessidades e sugestões dos
clientes, de modo contínuo e eficaz, pois este é:
Ø Atemporal — o cliente pode oferecer a sua contribuição, quando lhe for conveniente,
diferentemente do atendimento presencial que restringe-se, apenas, ao horário de
atendimento estabelecido pela entidade;
Ø Assíncrono — não é compulsivo que os intervenientes (cliente e empresa) encontrem-se
disponíveis, em simultâneo;
Ø Quantificável — pode-se, facilmente, através de um website, mensurar as visitas efectuadas,
quer em termos quantitativos, através de contadores de acessos, bem como em termos
qualitativos, através da obtenção de estatísticas das páginas mais visitadas, dos produtos
mais procurados ou ainda das reclamações e dúvidas mais frequentes;
Ø Personalizável — à medida que o cliente interage com o website, pode-se, gradualmente,
criar um padrão das necessidades específicas de cada cliente, de modo que, a cada acesso
que o cliente fizer ao website, possa ter uma experiência melhor do que a anterior. Por
exemplo, num website dedicado a informações noticiosas, após a recolha dos dados do
visitante, este poderá passar a receber novidades específicas do seu interesse, por exemplo
sobre economia ou literatura.
Procurou-se, portanto, verificar, nos websites visitados, algumas características que visem criar
aproximação entre a empresa e seus clientes.
Recolha de Dados do Visitantes
O primeiro passo que deve ser dado, para a empresa aproximar-se do cliente, é procurar-se obter
informação acerca do mesmo, de modo que se possa ajustar os serviços prestados às necessidades
e/ou preferências do cliente.
Dos 46 sítios Web pesquisados, somente 7 deram atenção à recolha dos dados dos visitantes, sendo
o melhor desempenho para o sector de Serviços onde, de 3 empresas, somente 1 não observou esta
característica (isto corresponde a 67%, no referido sector). Sectores que poderiam fazer um enorme
aproveitamento da recolha de dados dos visitantes, tais como a Banca e Leasing, Comunicação e
Comércio retornaram índices extremamente baixos, conforme o gráfico 10:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
43
Gráfico 10 Recolha de Dados dos visitantes
Registo para Novidades e Boletim Informativo
Boletim informativo (Newsletter em inglês) é um tipo de publicação de distribuição regular a
assinantes e que aborda, geralmente, um determinado assunto. Esta pode ser uma excelente forma
de manter contacto com os clientes e maximizar as oportunidades de negócio.
Os melhores candidatos para explorar este recurso são, pela natureza do seu negócio, os sectores de
Comércio, Serviços e Alimentação e Bebidas. Todos estes sectores mencionados apresentam baixos
índices, nesta característica, com apenas 1 website, para o sector de Comércio, e 0 (zero), para os
restantes. Os resultados são desencorajadores para todos os outros sectores, conforme mostra o
gráfico 11:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
44
Gráfico 11 Registo para novidades e NewsLetters
Espaço para Comentários e Sugestões
No conjunto de características em análise nesta secção, esta é sem dúvida a que melhor aceitação
tem entre os desenvolvedores (ver gráfico 12), pois, das 46 empresas consideradas na pesquisa, 26
preocuparam-se em incluir o espaço para comentários e sugestões, isto significa uma percentagem
acima de 50% em todos os sectores, exceptuando o sector de Seguros e o de Transportes, onde é
geralmente disponibilizada em uma hiperligação (link) denominada “Contacte-nos” ou “Contactos”.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
45
Gráfico 12 Espaço para Comentários e Sugestões
Inquérito Online
O uso do inquérito é bastante frequente como meio de as empresas tomarem decisões sobre os
serviços prestados, quer em termos de melhoramento dos mesmos, quer para a prospecção de novos
produtos/serviços. O website é um meio bastante eficaz de realizar inquéritos, claro que, quando
devidamente divulgado para o público-alvo, para além de não ser dispendioso, o que permite que os
inqueridos participem dos inquéritos, independentemente da sua localização geográfica, sem afectar
o cronograma do estudo em causa. Paralelamente tem ainda a enorme vantagem de os dados
recolhidos pelo inquérito já estarem digitalizados, imediatamente após o término do período de
realização do inquérito, facilitando, desta forma, o processamento informático dos dados recolhidos
para fins estatísticos.
No conjunto de características em análise, o inquérito online mostrou ser o recurso menos utilizado
pelos websites visitados, sendo que, do total de 46 empresas, somente 4 fazem uso do mesmo,
conforme ilustra o gráfico 13:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
46
Gráfico 13 Uso de Inquérito online
Através dos dados ora expostos, pode-se, facilmente, depreender que, no que diz respeito ao
melhoramento dos serviços prestados, os sítios Web pesquisados não mostram, ainda, grande
interesse em explorar recursos, com vista a obter informação que lhes possibilitem saber que
melhorias podem ser efectuadas nos serviços prestados pelas respectivas empresas, exceptuando a
exploração do mecanismo que permite, ao visitante do website, entrar em contacto com as
empresas, aqui denominado “Espaço para Comentários e Sugestões”, onde verificou-se que 57%
dos websites, isto é, mais de metade dos website visitados, exploram este recurso, no entanto, não
se nota grande esforço em relação aos recursos cujo objectivo é estreitar a relação entre a empresa e
o cliente, como ilustra o gráfico resumo 14:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
47
Gráfico 14 resumo sobre melhoramento dos serviços prestados
Recursos on-line
O website, quando devidamente aproveitado, pode ser uma excelente forma de descentralizar as
actividades da empresa. Isto materializa-se através da disponibilização, no website, de recursos que
permitem que os visitantes, muito em particular os clientes, realizem algumas operações, que de
outro modo, seria necessária a sua deslocação até à representação física da empresa. Um exemplo
bastante trivial, nos nossos dias, é o serviço online disponibilizado pelo sector da Banca e Leasing,
que permite que os clientes realizem quase todas as operações bancárias, sem terem de se preocupar
com a sua localização geográfica ou com o horário de atendimento do Banco.
A incorporação desta casta de recursos, nos websites, pode reduzir, em grande medida, o fluxo de
clientes que se dirigem ao atendimento presencial, nas instalações da empresa. Tomando,
novamente, o exemplo da Banca e Leasing, a possibilidade de efectuarem-se transferências
interbancárias ou até o pagamento de serviços, vai sem dúvida minimizar o número de clientes que
se dirigem aos balcões do banco. O mesmo é válido para qualquer outro sector de negócio, como
veremos a seguir.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
48
Suporte Técnico Online
Uma necessidade imediata e contínua das empresas é a de prestar suporte técnico aos seus clientes.
Este suporte técnico implicará, provavelmente, a deslocação de um técnico qualificado ao domicílio
do cliente. Pode-se facilmente deduzir que o número de técnicos e a sobrecarga diária destes será
directamente proporcional ao número de clientes que a respectiva empresa tiver, no entanto, para
muitas áreas de negócio, as necessidades de suporte são repetitivas e, em muitos casos, podem ser
resolvidas simplesmente instruindo o cliente sobre os procedimentos a tomar para a resolução do
respectivo problema. Isto pode ser efectuado através do website, usando-se recursos como linha de
voz online (VOIP), página de perguntas frequentes (FAQ- Frequently Asked Questions), linhas de
conversação em tempo real (chat) ou Fóruns de discussão e ajuda online, onde os clientes trocam
experiências.
O uso destes recursos permite minimizar os custos de alocação de técnicos e maximizar a satisfação
dos clientes, uma vez que estes vêem o tempo e/ou custo de reposta às suas necessidades como um
factor que joga a seu favor.
De um modo geral, o suporte técnico online não está sendo aproveitado por todos os websites
visitados, considerando-se, sobretudo, inquietantes alguns sectores que seriam potenciais
utilizadores deste recurso, tais como o Sector de Serviços, Comunicações e a Banca e Leasing,
conforme pode-se verificar no gráfico15:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
49
Gráfico 15 Suporte Técnico Online
Contratações online
Aqui, procurou-se verificar dois tipos de contratação:
1. Contrato entre cliente e empresa – em algumas áreas de negócio, é possível efectuar a
celebração de contratos, ou pelo menos iniciar as tramitações contratuais, entre o potencial
cliente e a empresa usando o website. Isto traz maior celeridade no processo de contratação
e, consequentemente, permitiria a empresa responder a um maior número de contratos em
menor tempo, trazendo mais comodidade para ambas partes (cliente e empresa).
2. Contrato entre empresa e colaboradores – o website pode ser um excelente instrumento para
a captação de novos colaboradores para a empresa isto é possível, através da implementação
de um sistema de submissão (online) de candidaturas.
O primeiro tipo de contratação (cliente e empresa) seria de grade utilidade, para sectores tais como
o de Serviços, Transportes, Hotelaria e Turismo (para reservas por exemplo) e a Banca e Leasing,
no entanto, não se verificou em nenhum dos websites visitados, correspondentes às empresas dos
sectores mencionados, a utilização de formulários para a contratação online.
Embora em número muito distante do satisfatório, o segundo tipo de contratação é o predominante,
nos websites visitados, sendo que somente um website, pertencente a uma empresa do sector de
Energia e Recursos Minerais, permite a submissão do Curriculum Vitae directamente no website.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
50
Gráfico 16 Uso do website como veículo para facilitar as contratações
Serviços online
Verificou-se nesta secção, por último, se as empresas visitadas aproveitam os websites para a
prestação de qualquer outro serviço e pode-se verificar, com alguma satisfação, que:
ü Algumas empresas do sector de transportes disponibilizam, nos seus websites, serviços que
permitem, aos seus clientes, consultarem horários de viagem ou custos de transporte de
carga;
ü Algumas empresas do sector da Banca e Leasing permitem, aos clientes, a execução de
algumas operações bancárias, tais como a transferência de dinheiro e consulta de saldos;
ü No sector de Comunicações, pelo menos uma empresa criou uma versão digital dos seus
serviços, que pode ser facilmente acedido pelos seus clientes.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Gráfico 17 Prestação de Serviços online
Pode-se considerar que foram dados passos enormes, no que diz respeito à utilização de recursos
online, no entanto, no cômputo geral, há ainda muito a fazer, as empresas deveriam procurar
valorizar mais este tipo de recursos, pois eles garantem inúmeros benefícios e, sobretudo, a custos
bastante reduzidos. Dos 46 Websites considerados na pesquisa, nenhum reúne, em simultâneo, as
três características observadas nesta secção, sendo a sua distribuição feita conforme indicado no
gráfico 18:
Gráfico 18 Resumo sobre o uso de Recursos online
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
52
CMS usado
Metadados ou Metainformação são dados que descrevem outros dados. Um item de um metadado
pode dizer do que se trata naquele dado, geralmente uma informação inteligível por um computador
(Williams, 2006).
O último item desta fase da pesquisa consistiu em observar, nos websites visitados, qual a
ferramenta CMS usada para a sua concepção. Isto foi possível inspeccionando o código fonte
(HTML) das páginas visititas, com o fito de localizar, nos metadados, qualquer indício que
conduzisse à identificação do CMS usado para a geração da página, conforme exemplificado na
figura 13:
Figura 13 Exemplo de inspecção do código fonte
A inspecção do código fonte das páginas visitadas revelou 3 categorias de websites:
a) Websites que foram desenvolvidos recorrendo a uma ferramenta CMS, correspondentes a
44% dos websites:
o Foram identificados 3 CMS, a saber: o Mambo/Joomla, eZ Publish e Berílio. Alguns
destes serão descritos, de forma mais detalhada, adiante;
b) Websites que foram desenvolvidos sem o recurso de ferramentas CMS
o Estes foram concebidos usando ferramentas integradas de desenvolvimento (IDEs)
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
53
tais como o Dream Weaver, FrontPage, NetBeans etc. 17% dos websites visitados
enquadram-se nesta categoria
c) Por último, estão aqueles websites onde não foi possível identificar (serão identificados pela
abreviatura N.I.), através da leitura dos metadados do código fonte, a ferramenta usada para
o seu desenvolvimento.
O gráfico 19 ilustra a distribuição das ferramentas CMS pelos websites visitados:
Gráfico 19 Distribuição dos CMS pelos websites visitados
Como se pode ver, as características observadas, até aqui, versam, essencialmente, sobre os
mecanismos que as empresas podem usar para envolver o cliente, através do respectivo website,
numa plataforma dinâmica onde todos os elementos concorrem para o mesmo fim: servir, o melhor
possível, o cliente, minimizando custos e tempo para a empresa.
O esquema apresentado na figura 14 ilustra o ciclo de benefícios que se podem alcançar, através da
implantação, nos websites, das características observadas neste capítulo:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
54
Figura 14 Importância das características observadas, nos websites, para as empresas
Os recursos postos em análise, quando devidamente implementados, permitem, à empresa, atrair
visitantes, convertê-los em clientes, retê-los e melhorar, continuamente, os serviços prestados,
garantindo, deste modo, a continuidade do negócio e tudo isto feito com a maior comodidade, uma
vez que todas as características mencionadas estão disponíveis na maioria das ferramentas CMS,
cabendo, apenas, ao desenvolvedor do website, a tarefa de parametrizá-los em conformidade com as
características da empresa.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
55
3.2. Desenvolvedores de websites Ainda recorrendo à inspecção dos metadados, no código fonte das páginas Web visitadas, foi
possível identificar os desenvolvedores dos websites.
Cerca de 52% dos websites visitados foram concebidos pela própria empresa a que estes pertencem,
ora recorrendo a uma ferramenta CMS, ora recorrendo a ferramentas integradas de desenvolvimento
(IDE), sendo, esta última, a opção mais frequente.
O percentual remanescente (48%) reparte-se entre websites desenvolvidos por terceiros (que não
sejam a empresa a que pertence o website em causa), sendo 2% por empresas estrangeiras, e 46%,
por empresas nacionais, estas últimas consideradas relevantes para a pesquisa.
No que se refere as ferramentas CMS usadas pelos desenvolvedores, notou-se que existe uma
tendência peculiar de os desenvolvedores de websites devotarem-se a apenas uma ferramenta CMS,
pese embora o facto de estes lidarem, naturalmente, com empresas de diversos sectores de negócio.
A tabela seguinte ilustra a associação efectuada entre as ferramentas CMS e os desenvolvedores de
websites:
Desenvolvedores X CMS eZ Publish Joomla Berilio Nenhum CMS
N.I. Total
Desenvolvedor A 9 0 0 0 0 9 Desenvolvedor B 0 8 0 1 0 9 Desenvolvedor C 0 0 1 0 0 1 Desenvolvedor D 0 0 0 1 0 1 Desenvolvedor E (Estrangeira) 0 0 0 0 1 1 Desenvolvedor F (Estrangeira) 0 0 0 0 1 1 Soluções internas 0 2 0 8 14 24 Total 9 10 2 10 15 46 Tabela 3 Distribuição das ferramentas CMS pelos Desenvolvedores de websites identificados2
2 Por questões de sigilo profissional os nomes das empresas não serão revelados
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
56
3.3. Apresentação do estudo feito nas empresas de Web Design, em Moçambique A última etapa desta pesquisa consistiu em ministrar um inquérito aos desenvolvedores de websites
previamente mencionados. O grupo alvo foi, basicamente, o conjunto de empresas que
desenvolvem websites para as empresas constantes no ranking das 100 maiores empresas da KMPG
2007. Foram desprezadas as empresas desenvolvedoras de websites, radicadas no estrangeiro, pois
estas estão fora do escopo da pesquisa. De igual modo, foram excluídas do grupo de empresas
inquiridas aquelas que desenvolvem os seus websites fazendo uso de recursos próprios, isto é, não
contratam terceiros para a concepção e/ou gestão do seu website. Sobram, portanto, 4 empresas
onde será ministrado o inquérito (indicados pelas letras A, B, C e D na tabela anterior).
Breve Descrição do conteúdo e objectivos do inquérito efectuado
O inquérito, dividido em 3 secções, tem como principal objectivo auscultar os desenvolvedores de
sítios Web e confrontar, em certa medida, os dados obtidos, a partir do inquérito, com os dados
resultantes da primeira parte desta pesquisa, ou seja, a visitação e observação sistemática dos
websites das empresas do ranking das 100 maiores da KPMG 2007.
A primeira secção do inquérito versa sobre as características das empresas inqueridas e foca
aspectos ligados, essencialmente, à experiência da empresa inquerida e respectivas áreas chave de
actuação, onde figura, obviamente, a concepção de websites que é o móbil do inquérito.
A segunda secção, intitulada “Conhecimentos sobre ferramentas CMS”, pretende apurar qual o
nível de preparação da empresa inquerida, no que se refere à utilização de ferramentas CMS, para a
concepção e gestão de páginas Web.
A terceira e última secção, com 7 questões, debruça-se sobre os resultados obtidos, pelas empresas,
advindos do uso de ferramentas CMS, bem como a identificação das respectivas ferramentas e as
motivações que levaram à sua selecção.
Apresentação e discussão dos dados colhidos
O inquérito foi ministrado, com sucesso, em três empresas, as empresas A, B e C. No que diz
respeito à empresa D, não foi possível localizar as suas instalações, uma vez que esta não indica o
seu endereço físico nem dispõe de um website (não foi possível localizá-lo em nenhum motor de
busca) e não consta nas listas telefónicas, foi apenas possível obter o seu correio electrónico, mas
este resultou, também, em uma tentativa frustrada de contacto.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
57
Características das empresas inqueridas
As empresas A e B operam no mercado, entre 5 a 10 anos, entretanto, a empresa C tem mais de 20
anos de existência. No tocante ao número de colaboradores envolvidos na concepção de páginas
Web, todas empresas apresentam menos de 10 indivíduos.
Estas empresas são especializadas em diversas áreas da prestação de serviços informáticos, sendo os
seus pontos fortes, respectivamente:
Pontos Fortes X Empresa A B C
Análise e Desenho de Sistemas ü ü
Programação ü ü
Desenho de Páginas Web ü ü
Redes de Computadores ü
Auditoria Informática
Consultoria Informática ü ü ü
Segurança Informática ü
Tabela 4 Áreas de actuação das empresas inqueridas
Na tabela anterior, é interessante fazer notar que a empresa C, embora tenha mais tempo de
existência, não aponta a concepção de páginas Web como um ponto forte do seu leque de serviços
prestados. Vale, também, notar que a empresa B dedica-se a áreas bastante diferentes entre si (por
exemplo, Desenho de páginas Web e Redes de Computadores), enquanto as empresas A e C
apresentam uma estrutura de prestação de serviços mais homogénea. Veremos, mais adiante, como
estas características estão relacionadas com a qualidade e a percepção da utilização de ferramentas
CMS, em cada uma delas.
Conhecimento sobre ferramentas CMS
As empresas A e B afirmam ter tido os seus primeiros contactos com ferramentas CMS há pelo
menos entre 2 a 6 anos e a empresa C, provavelmente por ser a mais antiga no mercado, indica entre
6 a 8 anos. Somente a empresa B nunca teve alguma formação específica sobre a adopção de
ferramentas CMS.
Questionadas sobre quais os requisitos básicos para se trabalhar com ferramentas CMS, as empresas
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que afirmaram, anteriormente, ter passado por alguma formação sobre o assunto (empresas A e C)
responderam, em conformidade com o visto no referencial teórico que dá suporte a este estudo, que
basta apenas, ao utilizador, ter noções básicas sobre o uso de um browser de internet e estar
familiarizado com a internet, enquanto a empresa B acredita que, para se trabalhar com ferramentas
CMS, é necessário que o utilizador tenha bons conhecimentos de programação e muita experiência
na concepção de páginas Web, o que é absolutamente contrário à ideia principal por detrás das
ferramentas CMS.
Sobre o uso de ferramentas CMS
Foram identificados 4 CMS diferentes, distribuídos pelas empresas, conforme o diagrama seguinte:
Figura 15 Distribuição das ferramentas CMS pelas empresas inqueridas
Como se pode notar, as ferramentas CMS de maior destaque são o Joomla e o eZ Publish, com
maior frequência de utilização e maior tempo de uso entre as empresas inquiridas.
Vejamos, por conseguinte, em mais detalhe estas duas ferramentas:
Mambo/Joomla
O Joomla, descendente do seu precursor Mambo, é um CMS totalmente baseado na linguagem de
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programação PHP e pode ser executado no servidor Web Apache ou IIS e base de dados MySql.
Criado em 20053, o Joomla é considerado, por muitos, uma poderosa ferramenta, e já vai,
actualmente, na sua versão 1.5.20, publicada a 18 de Julho do ano corrente e tem como principais
atractivos:
ü É um software livre (licença GPL), ou seja, encontra-se disponível numa versão básica e
gratuita;
ü Sistema simples de fluxo de aprovação de conteúdos;
ü Arquivamento para conteúdos não utilizados (Lixeira);
ü Sistema de publicação para o conteúdo;
ü Busca optimizada (qualquer palavra registada);
ü Frontend já traduzido em várias línguas;
ü Fácil instalação para novos templates, módulos e componentes;
ü A cada dia, vêm surgindo módulos e componentes, tornando a versão básica mais rica e
funcional;
ü Hierarquia para grupos de usuários;
ü Estatísticas básicas de visitantes (existem módulos mais complexos que podem ser
adicionados);
ü Editor de conteúdo WYSIWYG;
ü Compatibilidade com versão anterior.
A figura 16 ilustra o módulo de administração de um website criado com recurso ao Joomla:
3 Note-se a incongruência entre o ano de criação do Mambo/Joomla e o tempo de utilização indicado pela empresa B na figura 15
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Figura 16 Módulo de administração do CMS Joomla
A tabela 5 mostra a distribuição das empresas inqueridas em relação ao número de páginas Web
concebidas recorrendo ao uso do Joomla:
Empresa X página Web Menos que 10 Entre 10 a 20 Entre 20 a 30 Mais que 30
A
B ü
C ü
Total estimado (por defeito) 20 a 40
Tabela 5 Uso do Joomla pelas empresas inqueridas
eZ Publish
Esta é uma ferramenta CMS desenvolvida pela empresa Norueguesa eZ Systems, está disponível,
gratuitamente, nos termos da licença GPL, e disponibiliza-se também uma versão comercial. À
semelhança do Joomla, este CMS foi concebido recorrendo à linguagem PHP e pode ser executado
num servidor Web Apache. No que diz respeito à Base de Dados, este CMS tem o diferencial de
permitir que a mesma esteja alojada nos mais comuns sistemas de gestão de base de dados, tais
como MySQL, PostgreSQL, Microsoft SQL Server, e Oracle. Para além dos atractivos constantes
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
61
no Joomla, este CMS tem ainda um excelente assistente de instalação, o que facilita bastante na
criação de websites, sobretudo para iniciantes. Entretanto, este CMS apresenta uma estrutura mais
complexa que aumenta os requisitos técnicos do usuário. A figura 17 ilustra o módulo de
administração de um website concebido com recurso ao CMS eZ Publish:
Figura 17 Módulo de administração do eZ Publish
Estima-se que, no mínimo, 40 websites foram concebidos, recorrendo ao eZ Publish, entre as
empresas inqueridas, conforme ilustra a tabela 6:
Empresa X página Web Menos que 10 Entre 10 a 20 Entre 20 a 30 Mais que 30
A ü
B
C ü
Total estimado (por defeito) Mais de 40
Tabela 6 Uso do eZ Publish pelas empresas inqueridas
No que respeita às motivações que levaram à escolha destas ferramentas, as Empresas B e C são
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unânimes em afirmar que a escolha baseou-se, fundamentalmente, na facilidade oferecida pelo
CMS escolhido em manipular os aspectos gráficos da página, graças a recursos como Templates,
multimédia, etc. Já a Empresa A indica a facilidade de adesão aos padrões internacionais (ex:
padrão w3c, ver capitulo 2 deste estudo), como sendo o que motivou a escolha do CMS por eles
usado.
Quando interrogadas sobre o feedback dos clientes, todas as empresas mostraram-se bastante
optimistas, ou seja, todas afirmam atingirem excelentes níveis de satisfação, junto dos seus clientes.
Procurou-se apurar, por último, se as empresas inqueridas já tiveram, anteriormente, alguma
experiência com outras ferramentas CMS, que não as previamente mencionadas, e o motivo pelo
qual estas empresas abandonaram o referido CMS.
A empresa A foi peremptória em afirmar jamais ter tentado usar outra ferramenta CMS, vale
recapitular que trata-se de uma empresa com 5 a 10 anos de experiencia, no mercado, e que já
produziu acima de 30 websites com a única ferramenta indicada por esta, nomeadamente o eZ
Publish.
No que diz respeito à empresa B, posta a mesma questão, diz ter tentado interagir com um CMS
denominado wordpress, muito indicado para a criação de blogs e websites pessoais (Batista, 2007),
mas que, no entanto, esta tentativa resultou em fracasso, pois, segundo a Empresa B, o wordpress
tem fraca disponibilidade de componentes e recursos (ex: templates e módulos) para o
enriquecimento da página Web.
Por último, a Empresa C, indicou o Zope/Plone e o Modx como tentativas frustradas de expandir o
seu leque de ferramentas CMS, porque, segundo estes, estas duas ferramentas apresentam uma
curva de aprendizagem elevada, minando aquilo que foi o motivo indicado para a preferência das
ferramentas CMS usadas por esta empresa, conforme mencionando, anteriormente, ou seja, a
facilidade na manipulação dos aspectos gráficos da página.
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3.4. Síntese Depois de visitadas as páginas Web das empresas do ranking das 100 maiores da KPMG 2007,
constatou-se que somente 46 destes podiam ser alguma serventia para a pesquisa.
Observadas algumas características, nestes 46 websites, apurou-se que os desenvolvedores de
websites dão alguma relevância aos aspectos ligados à navegabilidade e usabilidade do sítioWeb,
com especial destaque para o mapa do site. Em relação aos recursos que apoiam na melhoria dos
serviços prestados, tais como recolha de dados dos visitantes, registo para novidades, etc.,
constatou-se que há, ainda, um longo caminho a percorrer, pois a única característica que ganha
alguma visibilidade, nesta secção, é o espaço para comentários e sugestões, isto dever-se-á
provavelmente, ao facto de a maior parte das ferramentas CMS apresentarem esta funcionalidade
como um padrão, após a criação do website, ou seja, “by default”.
Embora se tenha provado de grande valor para as empresas, a disponibilização de Recursos Online,
tais como suporte técnico, contratações online, etc., não apresenta resultados estimulantes, ou seja,
nota-se que as empresas ainda não valorizam ou não se aperceberam das enormes potencialidades
que estes recursos podem oferecer, como forma de agregar valor ao negócio. No entanto, os poucos
websites que fazem uso de recursos online, dão algum alento à pesquisa, mostrando-se como bons
indícios de um possível despertar para um aproveitamento mais acurado dos websites, por parte das
empresas.
No que se refere aos CMS mais usados, dois saíram na vanguarda, nomeadamente o Mambo/Joomla
e o eZ Publish, sendo ferramentas bastante parecidas, tanto no “modus operandi” como em termos
de tecnologias usadas, e ganharam a preferência dos desenvolvedores de websites pela sua
versatilidade, custo (gratuito), flexibilidade de manuseio e disponibilidade de recursos.
Inqueridas 3 empresas que se dedicam a diversas áreas de especialização, em informática, dentre
elas a concepção e gestão de páginas Web, apurou-se que, embora as ferramentas CMS sejam de
fácil utilização, as empresas que passaram por alguma formação em relação ao assunto em
destaque, mostram-se muito mais aptas para explorar as ferramentas CMS, em todo o seu potencial.
Um aspecto digno de parênteses é que as empresas afeiçoam-se a apenas uma ferramenta CMS,
usando-a na concepção de qualquer website, independentemente da natureza do negócio e das
especificidades do cliente.
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Capítulo 4 Protótipo do website
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4. Capítulo - Protótipo do website Ao longo deste capítulo serão apresentados os passos tomados para o desenvolvimento de um
protótipo de website que servirá, entre outras, para demostras a exequibilidade das características
analisadas no capítulo anterior.
4.1. Escolha do CMS
Para o desenvolvimento do protótipo do website foi usada a ferramenta CMS Mambo/Joomla, na
sua versão 1.5.x. A escolha deste CMS baseou-se, primeiro, devido ao facto de o Joomla estar entre
as duas ferramentas CMS mais populares, no universo amostral deste estudo (ver gráfico 19) e
segundo, porque, embora o Joomla não seja o CMS mais popular, em termos quantitativos (ver
tabelas 5 e 6), ele é o “denominador comum” entre os dois grupos de desenvolvedores identificados,
ou seja, websites desenvolvidos por empresas especializadas e os desenvolvidos com recurso a
soluções internas da empresa proprietária do website.
O pacote de instalação, o material de referência, bem como os diversos recursos necessários para o
desenvolvimento do protótipo, foram adquiridos, gratuitamente, junto do fornecedor oficial desta
ferramenta (www.joomla.org).
4.2 A empresa
A Descobrimentos, Lda. é uma empresa que está virada, essencialmente, para a área do ensino com
recurso às Tecnologias de Informação e Comunicação. Ela é pioneira na criação de um Sistema
Informático de Simulação Empresarial baseada na realidade moçambicana. De entre os diversos
serviços prestados por esta empresa, destacam-se:
ü Fornecimento do Sistema de Simulação Empresarial e apoio na montagem e na formação do
corpo docente e técnico;
ü Elaboração de material didáctico, em formato electrónico, de forma interactiva com vídeos,
imagens, hiperligações (links) de instituições científicas de referência, reduzindo, deste
modo, a utilização de papel, fotocópias, dificultando o acesso à informação, aos estudantes,
permitindo, à instituição, constituir a base de dados sobre os conteúdos leccionados nas
disciplinas abaixo custo. Permite também evitar repetições dos conteúdos em diferentes
disciplinas e a identificação da necessidade de actualização da bibliografia e dos programas
temáticos;
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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ü Prestação de consultoria em Tecnologias de Informação, principalmente de Ensino, desde
sistema de Gestão do Registo Académico, Gestão de Laboratório de Simulação Empresarial,
Gestão da Biblioteca e mais;
ü Planificação de websites para Universidades, Escolas superiores, Escolas Técnicas e
prestação de apoio na actualização e gestão de conteúdos.
4.3 Desenvolvimento do protótipo Conforme mencionado anteriormente, o protótipo foi concebido recorrendo à metodologia Agile
Web Development, por esta valorizar bastante a comunicação face-a-face e incluir o cliente como
parte integrante do grupo de trabalho, produzindo um produto de qualidade com rapidez e custos
reduzidos (Thomas, et al., 2007).
a) Concepção
Na primeira etapa, foi efectuada a abordagem directa ao cliente, através de várias reuniões com o
elenco estratégico da empresa (Briefing e Brainstorming), onde os clientes descreveram, livremente,
a sua empresa e as suas expectativas iniciais, em relação as funcionalidades do website. O
desenvolvedor do protótipo era, também, um elemento activo nestas reuniões, propondo
funcionalidades adicionais e apresentando os benefícios e constrangimentos das aspirações do
cliente.
b) Planeamento e Desenvolvimento
Depois de apuradas as necessidades do cliente, procedeu-se ao levantamento dos módulos
necessários para suprir estas necessidades, tendo o cliente participado, activamente, no processo,
criando os conteúdos que serão expostos no website.
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Figura 18 Visão Geral do Protótipo
Pela natureza do próprio negócio da empresa, foi necessário imprimir uma enorme dinâmica ao
website, de modo a capitalizar os serviços prestados pela Descobrimentos, dentre as quais podem
destacar-se:
Navegabilidade e usabilidade
Mapa do Site
A figura 19 ilustra o modo de apresentação do mapa do site. Note-se que os usuários registados têm
acesso às ramificações mais profundas do mapa do site.
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Figura 19 Protótipo, Mapa do Site
Motor de Busca Interno
O motor de busca interno, com uma interface bastante amigável, permite que os visitantes busquem,
literalmente, qualquer informação no website, permitindo-lhes ainda a ordenação e a descriminação
dos resultados em diversas categorias, conforme ilustra a figura 20:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Figura 20 Protótipo, Motor de Busca
Multilíngua
A Descobrimentos é uma empresa com uma visão bastante ampla do mercado tem parceiros, a nível
internacional, e pretende despertar o interesse de clientes além-fronteiras, tornando-se indispensável
a apresentação do website em diversas línguas.
Através da funcionalidade apresentada na figura 21, é possível, ao usuário, seleccionar a língua em
que prefere visualizar o website.
Figura 21 Protótipo Selecção de Língua (português e inglês)
A tradução obtida através da funcionalidade apresentada na figura anterior é feita por uma equipe
destacada pela empresa, contudo, após alguma pesquisa foi possível incorporar também um sistema
de tradução online providenciado pelo serviço online “Google Translations” (ver figura 22), que
pode, também, ser acedido em www.translate.google.co.mz.
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Figura 22 Protótipo, Tradução online de conteúdos
Este serviço permite disponibilizar os conteúdos do website em cerca de 58 línguas traduzidas em
tempo real (online). A título de exemplo, a figura 23 apresenta a tradução do website para o
mandarim.
Figura 23 Protótipo, Exemplo de Tradução online de conteúdos
Melhoramento dos serviços prestados
Recolha de dados dos Visitantes
Para estreitar os laços entre os visitantes e a empresa, o website disponibiliza uma interface para o
cadastro dos visitantes. Após o cadastro, o visitante passa a ter acesso a mais funcionalidades do
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website, tais como a visualização de determinados eventos a serem realizados pela Descobrimentos,
passa a ter permissão para participar nos fóruns de debate disponíveis no website, pode receber
notificações por correio electrónico, etc. A figura 24 ilustra o formulário para a captura dos dados
do visitante:
Figura 24 Protótipo, Cadastro de Utilizador
O módulo de gestão de usuários e controlo de acesso, figura 25, permite, não só o cadastro de novos
usuários, bem como a recuperação dos dados de entrada, em caso de esquecimento, e está dividido
em quatro partes ou níveis de acesso:
1. Público
2. Registado
3. Especial
3.1. Autores
3.2. Revisores
3.3. Editores
4. Administradores
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Figura 25 Protótipo, Formulário de entrada para utilizadores registados
Público
Como o próprio nome sugere, estes são aqueles usuários não registados no website, eles podem
aceder a maior parte dos conteúdos do website, entretanto, tem algumas limitações quanto a
algumas funcionalidades avançadas do mesmo.
Registado
Este é o grupo de visitantes que, em princípio públicos, cadastram-se no website, para passarem a
ter acesso a todas as funcionalidades do website.
Especial
A este grupo de usuários correspondem todos aqueles envolvidos na actualização dos conteúdos do
website, sendo que os autores podem apenas criar artigos, enquanto os revisores podem, também,
modificar artigos. Já os editores têm total controlo sobre os conteúdos do website, podendo,
inclusive, remover ou arquivar artigos.
Os usuários pertencentes ao grupo especial são registados pelo administrador do website, ou seja,
estes usuários não podem efectuar o registo espontâneo disponibilizado no formulário de registo
(figuras 24 e25).
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Administrador
Por último o administrador do website, que é o usuário com total controlo sobre o sistema, acumula
todas as funcionalidades dos grupos anteriormente descritos e tem, ainda, acesso a funcionalidades
que lhe permitem reestruturar a aparência do site, adicionar ou remover funcionalidades, registar
usuários do grupo especial, efectuar tarefas de manutenção e/ou parametrização ou até parar o
funcionamento do website.
Registo para novidades
A sindicalização é uma técnica que permite compartilhar informações entre diferentes websites
através do formato Rich Site Summary (RSS), um formato padronizado para a troca de notícias. É
semelhante à newsletter, que muitos sites oferecem, como forma de manter seus usuários
actualizados. A grande diferença é que não há necessidade de o usuário fornecer um endereço de e-
mail, diminuindo sua privacidade e fornecendo um canal de comunicação directo com eles (Batista,
2007).
Figura 26 Protótipo, Registo para novidades
Através do ícone realçado na figura 26, os visitantes podem registar-se para que possam receber
novidades sobre a informação actualizada no website sem precisar para tal de fornecer o seu correio
electrónico.
Basta aceder ao ícone “recentes”, o visitante é direccionado à página de pré-visualização (figura
seguinte) onde poderá, de seguida, escolher um dos diversos leitores gratuitos de notícias em
formato RSS.
Click neste ícone
para registar-se
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Figura 27 Protótipo, Pré-visualização de Registo para novidades
Espaço para comentários e sugestões
Esta funcionalidade está dividida em duas partes, a saber:
Os Contactos
É possível aos visitantes do website interagirem directamente com os diversos colaboradores da
Descobrimentos, através da secção de contactos que lista todos os dados necessários para se fazer
contacto com a empresa, sendo ainda possível filtrar os contactos listados pelos diversos
departamentos que compõe a Descobrimentos, conforme se pode ver na figura 28.
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Figura 28 Listagem de Contactos
Após a selecção de determinado contacto, o visitante poderá enviar uma mensagem que será
direccionada para o correio electrónico do contacto seleccionado. O visitante tem, também, a opção
de salvar os detalhes do contacto, num formato digital muito comum, o vCard, que pode ser
importado por diversas aplicações, tais como gestores de correio electrónico (ex: MS Outlook),
agendas de telefones móveis, entre outros. A figura 29 ilustra a interface que permite o envio de
mensagens diversas, comentários, sugestões, reclamações, etc.
Filtragem por
Departamento
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Figura 29 Protótipo, formulário para envio de mensagem, comentário ou sugestão
Fórum de Debate
Um fórum de debate online é um espaço virtual, onde os participantes podem trocar e discutir ideias
em diversas áreas. Os participantes podem adicionar as suas opiniões e ideias (usualmente
chamadas post) e podem comentar opiniões de outros participantes do debate.
A Descobrimentos organiza, regularmente, espaços para reflexão sobre temas como o
empreendedorismo, uso de tecnologias no ensino, etc. A figura 30 ilustra a página de entrada do
fórum de debate, com diversos tópicos, onde o visitante pode participar, destacando apenas que,
para poder fazer um post, o visitante deve registar-se no website.
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Figura 30 Fórum de Debate com diversos tópicos
Recursos online
O protótipo apresenta também alguns recursos que visam dinamizar as actividades quotidianas da
empresa:
Suporte técnico online
Usuários registados podem fazer uso do módulo de perguntas e respostas (figura 31), para obter
suporte técnico. Este módulo baseia-se, também, no princípio de colaboração entre os usuários e
funciona do seguinte modo:
1. O usuário necessitado de suporte (devidamente registado) acede à página de suporte (figura
31), selecciona uma categoria que se ajuste à sua necessidade e introduz a sua questão;
2. A equipe de suporte técnico ou qualquer usuário que saiba como solucionar o problema
proposto pode dar o seu contributo;
3. O usuário que colocou a questão escolhe de entre as diversas respostas a que lhe foi útil;
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4. Em casos futuros, outros usuários podem beneficiar-se da mesma solução, poupando tempo
ao cliente e/ou a equipe de suporte técnico, pois, através desta ferramenta, pode-se criar um
repositório para suporte aos clientes.
Figura 31 Protótipo, espaço para perguntas e respostas
Uma outra alternativa de suporte técnico para usuários que tenham situações de emergência é o
módulo de conversa em tempo real (chat), onde o cliente pode interagir com a equipe de suporte
técnico, bem como com outros usuários que estejam online. O uso do chat constitui uma excelente
alternativa de suporte técnico, pois esta tem a virtude de minimizar custos em chamadas telefónicas
ou deslocação dos técnicos e, ainda, permite que o cliente disponha de uma linha constantemente
aberta, o que certamente aumenta a confiança do cliente na empresa.
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Figura 32 Protótipo, Chat online
Contratações online
O website disponibiliza, também, interfaces que permitem, aos visitantes, manifestarem o seu
interesse:
ü Nos serviços da empresa (figura 33),
ü Em tornarem-se colaboradores, submetendo o seu curriculum vitae e/ou portfólio (figura
34);
ü Em estabelecer parcerias com a Descobrimentos (figura 35).
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Figura 33 Protótipo, Formulário para manifestação na contratação de serviços
Figura 34 Protótipo, Formulário para candidatura a vaga na empresa
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Figura 35 Protótipo, Formulário para manifestação para parceria
Estes podem ser poderosos recursos para a captação de oportunidades de negócio para a empresa,
pois dão, à empresa, uma postura mais dinâmica e arrojada, o que, certamente será um diferencial,
para cativar a aceitação do mercado.
Serviços online
A Descobrimentos fornece serviços de consultoria gratuita, aos empreendedores, com o fito de
estimular o empreendedorismo e auto-emprego, no país. Para atender a esta necessidade, foi criado
um formulário que permite a submissão de pedidos de consultoria gratuita (figura 36), onde o
interessado faz um breve resumo sobre a sua ideia de negócio e ainda tem a possibilidade de anexar
ao seu pedido um documento com mais detalhes: o plano de negócios. O interessado pode, também,
especificar no formulário as suas necessidades específicas de apoio, como sejam: consultoria
gratuita, ajuda para a localização de parceiros ou aconselhamento sobre financiamentos.
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Figura 36 Protótipo, Formulário para acesso a consultoria gratuita
A Descobrimento organiza, regularmente, uma série de ventos tais como palestras, conferências,
formações, entre outros eventos da mesma índole. A empresa apontou a necessidade de veicular
informações sobre estes eventos, de modo a tornar mais dinâmica a convocação dos interessados.
Para suprir esta necessidade, adicionou-se, ao website, um módulo para gestão de eventos, dividido
em 4 partes:
1ª Calendário (figura 37)
Está presente em todas as páginas, indicando a data actual e assinala, com cores diferentes, as datas
em que irão ocorrer diversos eventos organizados pela empresa. Com um clique sobre a data
destacada, o visitante acede aos detalhes sobre o evento.
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Figura 37 Protótipo, Eventos
2ª O lembrete (figura 38)
O lembrete recorda aos visitantes sobre os eventos que irão ocorrer, brevemente. Os eventos
publicados no lembrete são, também, enviados para os usuários que se registaram para a recepção
de novidades, via RSS Feeds.
3ª Sistema de pesquisa de eventos (figura 39)
O módulo de gestão de eventos disponibiliza, aos visitantes, um interface maleável para a busca de
eventos, através de palavras-chave e, também da filtragem dos resultados, em intervalos de datas.
Figura 39 Protótipo, Pesquisa de eventos
Figura 38 Protótipo, Visualização de eventos a ocorrer em data próxima
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4ª A gestão de eventos (figura 43)
Esta é a zona de administração do módulo de gestão de eventos e será descrita em detalhe na secção
seguinte.
Gestão de Conteúdos
Um dos pontos mais importantes do protótipo ora apresentado é o facto de este aproveitar, ao
máximo, as potencialidades das ferramentas CMS, em particular, o Mambo/Joomla, na
descentralização das tarefas de actualização do website, ou seja, a gestão de conteúdos. Fazendo uso
dos níveis de acesso dos grupos de utilizadores anteriormente descritos, o website permite que os
usuários do grupo especial acedam a funcionalidades que não estão disponíveis para os outros
grupos (figura 40):
Figura 40 Módulo de usuário avançado
Gestão de Artigos
Os usuários especiais podem manipular os diversos artigos do website. De acordo com o seu nível
de acesso, eles podem criar e editar artigos, livremente, sem a necessidade da intervenção do
administrador do website, conforme se pode ver na figura 41.
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Figura 41 Protótipo, criação de conteúdo
As potencialidades oferecidas aos usuários do grupo especial são tais que estes podem definir em
que partes do website querem adicionar o novo conteúdo, se este estará visível na página inicial,
agendar a publicação do conteúdo, definir as regras de acesso, de acordo com os níveis de acesso
anteriormente descritos, manipular diversos tipos de conteúdos multimédia ligadas ao artigo entre
outras funcionalidades. A figura 42 ilustra as configurações principais na publicação de um novo
conteúdo:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Figura 42 Protótipo, agendamento e configuração de níveis de acesso de novos conteúdos
Eventos
Enquanto conteúdos, os eventos também podem ser livremente geridos pelos colaboradores da
empresa, sem a intervenção do administrador do website, desde que, para tal, estes colaboradores
estejam registados no grupo de usuários especiais.
A figura 43 ilustra o módulo de gestão de eventos, onde o usuário pode criar alterar ou apagar
eventos.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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Figura 43 Protótipo, Gestão de Eventos
Este módulo possibilita, à semelhança do anterior, a configuração das restrições de acesso pois há
eventos que podem ser vistos por todos e outros que dizem respeito, apenas, aos colaboradores da
empresa. Permite, também, a categorização dos eventos, no caso presente, podem-se encontrar
categorias tais como conferências, palestras, reuniões, lazer, etc.
A figura 44 ilustra a criação de um novo evento:
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
88
Figura 44 Criação de novo evento
Os eventos podem, também, ser agendados para que ocorram periodicamente, seja diariamente,
semanalmente, mensalmente ou até anualmente.
Níveis de acesso
Categorias
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89
c) Implantação e manutenção do website
A implantação do protótipo far-se-á em três etapas:
1ª Formação dos usuários especiais
Os usuários especiais, isto é, os colaboradores da Descobrimentos que serão responsáveis pela
gestão de conteúdos, deverão passar por uma breve formação sobre os procedimentos a tomar para a
criação, edição ou remoção de artigos e/ou eventos no website.
2ª Teste do protótipo
O protótipo será testado em ambiente restrito, com um grupo de estudantes da disciplina de
simulação empresarial. Os envolvidos no teste deverão participar dos fóruns de debate, usar os
meios de obtenção de suporte técnico, nomeadamente o chat e o espaço colaborativo para perguntas
e respostas. No ambiente de teste, poderão, também, ser exploradas outras funcionalidades como a
submissão de pedidos de consultoria gratuita, parcerias e contratação de serviços entre outras
funcionalidades.
3ª Correcção e hospedagem do website
Após terminado o período de teste do protótipo, que irá ser de cerca de um semestre lectivo, serão
corrigidos todos os eventuais erros detectados ou melhorias propostas pelos participantes do teste.
Feito isto, o sistema poderá ser disponibilizado na internet, recorrendo-se a uma das diversas
empresas que se dedicam à hospedagem de websites, no país, sem esquecer, claro, da reserva do
domínio da empresa junto das instâncias competentes.
A manutenção do website poderá ser efectuada pelo administrador do website, usando a conta de
administrador que tem acesso a todas as funcionalidades de manutenção, conforme foi descrito
anteriormente.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
90
4.4. Síntese Recorrendo à metodologia Agile Web Development, foi desenvolvido, em colaboração estreita com
os usuários finais, um protótipo funcional que responde às necessidades da empresa a que este se
destina.
O protótipo disponibiliza interfaces amigáveis que permitem, aos visitantes, a interacção dinâmica
com a empresa. Estes interfaces possibilitam que se faça desde a recolha dos dados dos visitantes,
disponibilização de serviços e/ou recursos online, como a manifestação de interesse na contratação
de serviços, colaboradores ou ainda em parceria com a empresa, até ao suporte técnico online aos
clientes da empresa sob a forma de um repositório de perguntas e respostas ou ainda a conversação
em tempo real (chat) com a equipe de suporte técnico.
A actualização dos conteúdos do website sejam artigos, eventos ou multimédia, estará a cargo dos
diversos colaboradores da empresa (cada um na sua área de especialização), através de contas com
permissões especiais que lhes darão acesso aos módulos necessários para o efeito.
A implantação do protótipo passará pela formação dos usuários responsáveis pela gestão dos
conteúdos do website (aqui definidos como grupo especial), de seguida, o protótipo será testado em
ambiente simulado por um grupo restrito, que contribuirá, activamente, para a detecção de erros e
melhoria das funcionalidades do protótipo que será, finalmente, hospedado em um servidor, ainda
por seleccionar, entre os diversos disponíveis no país.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
91
Capítulo 5 Conclusões
&
Recomendações
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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5. Capítulo – Conclusões & Recomendações
5.1. Conclusões Da exposição feita na revisão teórica pode-se, facilmente, depreender que os Sistemas de Gestão de
Conteúdos constituem uma mais-valia para a crescente demanda de websites na Internet e, em
particular, em Moçambique. O contínuo crescimento de conteúdos, tanto em quantidade como em
complexidade, sugerem uma nova abordagem a problemática da gestão de conteúdos, onde o
elemento colaborativo passa a ter um papel preponderante para a manutenção dos websites.
Do estudo ora exposto, pode-se chegar, em conformidade com os objectivos do mesmo, às
seguintes conclusões:
Sobre a Hipótese básica considerada na pesquisa
Enunciado: Existe uma grande tendência de as empresas, fornecedoras de serviços de
desenvolvimento de páginas Web aderirem ao uso de ferramentas CMS, para atenderem à
crescente demanda do mercado.
Os inquéritos realizados validaram a hipótese básica, pois todas as empresas inqueridas mostraram
números consistentes de websites concebidos e geridos com recurso a ferramentas CMS, tendo
ainda como factor determinante o facto de estas mesmas empresas estarem a investir na formação
de seus técnicos, o que pode ser usado como um indicador de que as empresas tendem a dar mais
seriedade ao uso de Gestores de Conteúdos, através da profissionalização do seu uso. Há ainda o
interessante facto de se ter verificado que os Sistemas de Gestão de Conteúdos estão presentes,
também, nas empresas não especializadas na concepção de páginas Web que, entretanto, concebem
os seus Websites usando recursos internos, ou seja, através da sua própria equipa técnica.
Por detrás desta tendência está, certamente, a crescente demanda por websites dinâmicos e com um
visual atractivo, que valorize a imagem dos proprietários dos mesmos. Os especialistas em
desenvolvimento de websites vêem-se confrontados com um mercado cada vez mais exigente, tanto
em quantidade como em qualidade, e, se considerarmos os pontos comuns que a maioria dos
websites têm, sobretudo em funcionalidade genéricas, tais como mecanismos de busca, níveis de
acesso, disponibilização dos conteúdos em mais de uma língua, entre outros, que, sendo repetitivos
e certamente complexos, atraem os desenvolvedores de websites para o uso de CMS, pois estes têm
estas funcionalidades genéricas já implementadas, bastando, ao desenvolvedor, activá-las para que
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
93
fiquem disponíveis para o uso dos visitantes do website. Estes factores conjugados apontam para os
Sistemas de Gestão de Conteúdos como uma tecnologia que está e continuará ganhando, cada vez
mais, expressão no mercado Moçambicano, como uma solução viável para a gestão e valorização da
crescente diversidade de conteúdos disponíveis nos diversos websites moçambicanos.
Sobre as Hipóteses secundárias
Enunciado: O CMS mais utilizado em Moçambique é o Mambo/Joomla.
Esta hipótese é falsa, pois, para além do Joomla, junta-se o eZ Publish como as ferramentas CMS de
mais expressão, em Moçambique. No entanto, vale notar que este segundo aparece somente num
ambiente profissional, isto é, junto de empresas que dedicam-se especialmente ao desenvolvimento
de páginas Web, enquanto o Joomla surge, também, no seio de empresas que não se dedicam
especialmente à concepção de páginas Web, mas sim a outras áreas de negócio em que se viu
necessário marcar a presença da empresa, na internet.
Enunciado: Este CMS é o mais utilizado devido a facilidade de parametrização de que dispõe.
Geralmente, todos os inqueridos mostraram especial interesse na facilidade de uso da ferramenta
CMS de sua preferência e existe unanimidade, neste factor, em relação ao Joomla. Um outro factor
relevante é a enorme disponibilidade de recursos gratuitos, na Internet, refere-se aqui a módulos,
templates, extensões e inclusive material de referência e suporte ao desenvolvimento. Por outro
lado, embora o eZ Publish apresente uma curva de aprendizagem mais elevada, este apresenta,
também, maior maleabilidade, para os casos em que o website tem requisitos mais complexos
como, por exemplo, a integração com outros sistemas já existentes na organização ou a
implementação de regras de negócio peculiares à organização.
De um modo geral, Sistemas de Gestão de Conteúdos de fácil uso são os que ganham predilecção,
junto dos desenvolvedores de website, sobretudo devido a rapidez de resposta ao cliente que estes
CMS conferem aos desenvolvedores.
Enunciado: Os desenvolvedores de websites não estão familiarizados ou simplesmente não
conhecem algum outro CMS, além do Mambo/Joomla.
Esta hipótese mostrou-se falsa, pois, tanto a nível das empresas inqueridas, como dos websites
visitados, pôde notar-se a presença de outros CMS que, embora em pequena escala, foram ou são
usados na concepção e gestão de páginas Web, destacando-se entre eles, o Zope/Plone e o
WordPress. Entretanto, para o porte das empresas inqueridas, considera-se, aqui, o número
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
94
estimado de websites desenvolvidos por estas, bem como o tempo em que estas operam no
mercado. Nota-se que deveria haver maior diversidade de CMS em uso, se consideramos que não
existe um CMS que apresenta uma solução suficientemente genérica que abarque todas as áreas de
negócio ou necessidades do cliente.
Enunciado: Ao usar este CMS não se toma em conta as características específicas (área de
actuação, objectivos, etc.) da organização a que este se destina (Batista, 2007).
Embora, actualmente, as ferramentas CMS estejam bastante evoluídas e forneçam, cada vez mais,
possibilidade e/ou funcionalidade aos usuários, o sucesso da implantação de uma solução CMS está
intrinsecamente ligada ao ajustamento das ferramentas às características da organização alvo.
Conforme se pode observar, na tabela 3, o estudo mostra que os desenvolvedores de websites
apegam-se a apenas uma ferramenta CMS, como solução para quase todos os seus clientes. Este
comportamento traz evidentes vantagens, tais como a facilidade de suporte técnico e a valorização
da experiência do desenvolvedor, em relação a determinada ferramenta, no entanto, a uniformização
da ferramenta CMS pode constituir um factor de estrangulamento do potencial conferido pelas
ferramentas CMS, na medida em que cada cliente ou grupo de clientes tem necessidades
características do seu negócio, neste caso particular, pode-se considerar a distribuição sectorial das
empresas que participaram na pesquisa (ver gráfico 4).
Soluções dinâmicas não devem ser usadas de modo estático
Os sítios Web não podem ser considerados pelas empresas como “montras” para as habilidades do
Web Designer (Quaresma, et al., 2006).
Das observações feitas nos websites das empresas do Ranking das 100 maiores da KPMG 2007,
notou-se uma super valorização dos aspectos visuais, isto é, a estética do website, em detrimento
das funcionalidades do mesmo (ver gráficos 9, 14 e 18). Isto constitui uma enorme barreira, para a
evolução do novo conceito apresentado pelas ferramentas CMS, pois desvia a atenção, tanto dos
desenvolvedores como dos clientes, daquilo que deve ser a presença de uma empresa, na internet,
isto é, tornar o website como uma extensão, ou um “braço vivo” da empresa na internet, capaz de
aumentar a dinâmica e, consequentemente, a valorização da empresa num mercado cada vez mais
exigente. Os desenvolvedores de websites devem, portanto, dar maior ênfase às funcionalidades das
soluções propostas aos seus clientes, obviamente que sem descurar os aspectos estéticos da mesma
que, sem sombra de dúvida, constituem também uma mais-valia para a imagem do cliente.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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5.2. Recomendações
Convergência Tecnológica e Cultural
Os Sistemas de Gestão de Conteúdos trazem, à luz, um novo panorama, em que o cliente passa a ser
a peça central que deve dar vida ao website. Nesta nova abordagem, a valorização dos conteúdos
está sob total responsabilidade do cliente e isto sugere uma profunda mudança na cultura
tecnológica das organizações, onde os colaboradores devem assumir o papel principal na liderança
da transformação tecnológica da organização, pois, de outro modo, a tecnologia CMS não surtirá o
efeito esperado, na organização.
O papel do administrador do Website
É importante que os desenvolvedores do Website compreendam, perfeitamente, e deixem bem
claro, para os clientes o papel do administrador do website.
Trivialmente conhecido como webmaster, o administrador do website, que muitas vezes acumula a
função de designer (aquele que cuida da estética do website), é o responsável pela planificação,
definição e implementação da estrutura básica do website. Na abordagem CMS, o webmaster não
participa na gestão dos conteúdos (ver figura 6), esta função cabe, como foi referido anteriormente,
aos colaboradores da organização alvo, cada um na sua área de excelência.
Após a implantação do website, cabe ao webmaster:
ü Efectuar as tarefas básicas de manutenção: Cópia de segurança (backup), gestão de versões,
actualização das tecnologias, etc.
ü Propor e/ou implantar propostas de melhorias no website, tais como o acréscimo de
funcionalidade, correcção de erros que possam ser detectados, etc.;
ü Efectuar a gestão dos níveis de acesso dos usuários especiais (autores, revisores e editores),
criando os usuários e atribuindo os níveis de acesso a cada um deles de acordo com as
instruções do próprio cliente;
ü O administrador do website deve ser um exímio gestor de conteúdos, pois este poderá ser
chamado, a qualquer momento, a prestar suporte técnico aos usuários especiais que serão,
em princípio, indivíduos com baixa experiência no uso de ferramentas CMS;
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
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5.3. Perspectivas de Continuidade Existe a possibilidade de estender este estudo alargando a amostra, de modo a obter mais dados,
sobretudo em relação a organizações não orientadas a fins lucrativos e que, na maior parte das
vezes, têm uma elevada propensão para a produção e gestão de conteúdos e criação de comunidades
virtuais, designadamente, instituições governamentais (ministérios, repartições, etc.) e organizações
não-governamentais operando nas diferentes áreas, tais como saúde, saneamento, educação cívica,
desenvolvimento rural, etc.
Pode-se também fazer uma aproximação aos proprietários dos Websites, para se saber, juntos
destes, sobre o impacto dos mesmos nas respectivas organizações, quer em termos de melhoria dos
processos de gestão da organização, bem como a sua opinião sobre a relação custo-benefício dos
websites.
USO DE SISTEMAS DE GESTÃO DE CONTEÚDOS NA GERAÇÃO E GESTÃO DE PÁGINAS WEB EM MOÇAMBIQUE 2010
97
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99
7. Anexos
i
Websites Visitados
Ranking KMPG 2007
Sector Empresa Enderço Web CMS usado Data de Consulta
1 Indústria Mozal, SARL Inacessivel 17/Setembro/09 2 Energia e
RecursosMinerais Hidroeléctrica de CahoraBassa, SARL
http://www.hcb.co.mz
eZ Publish 17/Setembro/09
3 Comunicações MoçambiqueCelular, SARL http://www.mcel.co.mz
Joomla 17/Setembro/09
4 Energia e RecursosMinerais
Petromoc- Petróleos de Moçambique, SARL
www.petromoc.co.mz
Joomla 17/Setembro/09
5 Energia e RecursosMinerais
EDM- Electricidade de Moçambique, SARL
http://www.edm.co.mz/
nenhum 17/Setembro/09
6 Alimentação e Bebidas
Cervejas de Moçambique E.P. http://cervejamocambique.blogspot.com/http://www.cervejamocambique.com.br/
nenhum 17/Setembro/09
7 Energia e RecursosMinerais
BP Moçambique, Lda http://www.bp.com
nenhum 17/Setembro/09
8 Banca e Leasing BIM-Banco Internacional de Moçambique, SARL
http://www.millenniumbim.co.mz/
nenhum 17/Setembro/09
9 Energia e RecursosMinerais
Motraco, SARL http://www.motraco.co.mz
Joomla 17/Setembro/09
10 Energia e RecursosMinerais
Sasol Petroleum Temane, Lda http://www.sasol.com
nenhum 17/Setembro/09
ii
11 Comunicações TDM, Telecomunicações de Moçambique, E.P.
http://www.tdm.mz/
nenhum 17/Setembro/09
12 Construção C.M.C. Africa Austral, Lda http://www.cmcafricaaustral.com (Inacessivel)
PHP Nuke 17/Setembro/09
13 Transportes LAM-Linhas Aéreas de Moçambique
http://www.lam.co.mz/
eZ Publish 17/Setembro/09
14 Indústria Cimentos de Moçambique, SARL Nãoencotrado 17/Setembro/09 15 Transportes CFM-Portos e Caminhos de Ferro
de Moçambique E.P. http://www.cfmnet.co.mz/
nenhum 17/Setembro/09
16 Alimentação e Bebidas
Coca-Cola Sabco (Moçambique), SARL
http://www.cocacolasabco.com
nenhum 17/Setembro/09
17 Agricultura Mozambique Leaf Tobacco, Lda Nãoencotrado 17/Setembro/09 18 Transportes Manica Freight Services, SARL Nãoencotrado 17/Setembro/09 19 Banca e Leasing BCI-Banco Comercial e de
Investimentos http://www.bci.co.mz/
nenhum 17/Setembro/09
20 Banca e Leasing Standard Bank, SARL http://www.standardbank.co.mz/
eZ Publish 17/Setembro/09
21 Energia e RecursosMinerais
PetrogalMoçambique, SARL http://www.galpenergia.com/
N.I 10-Apr-2010
22 Transportes Mocargo-Empresa Moçambicana de Cargas, SARL
http://www.mocargo.com
N.I 10-Apr-2010
23 Comércio Toyota de Moçambique, SARL http://www.toyota.co.mz/
N.I 10-Apr-2010
24 Indústria BAT-British American Tobacco Mozambique
http://www.bat.com/
N.I 10-Apr-2010
25 Transportes Cornelder de Moçambique, SA http://www.cornelder.com.mz (inacessivel)
10-Apr-2010
26 Banca e Leasing Barclays Bank Moçambique, SA http://www.bar eZ Publish 10-Apr-2010
iii
clays.co.mz/
27 Seguros Emose, SARL http://www.emose.co.mz/
eZ Publish 10-Apr-2010
28 Construção CETA-Construções e serviços, SARL http://www.ceta.co.mz/
N.I 10-Apr-2010
29 Transportes MPDC-Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo, SARL
http://www.portmaputo.com/
N.I 10-Apr-2010
30 Comércio Entreposto Comercial de moçambique, SARL
Nãoencotrado 10-Apr-2010
31 Comércio KalengaComercial, SARL Nãoencotrado 10-Apr-2010 32 Seguros SIM-Seguradora Internacional de
Moçambique, SARL Nãoencotrado 10-Apr-2010
33 Energia e RecursosMinerais
Petromoc e Sasol, SARL http://www.dotcom.co.mz/petromoc/
Joomla 10-Apr-2010
34 Comércio Construa, Lda Nãoencotrado 10-Apr-2010 35 Comércio GaniComercial, Lda Nãoencotrado 17-Apr-2010
36 Comércio UnicomoMoçambique, Lda Nãoencotrado 17-Apr-2010 37 Transportes CDN-Corredor de desenvolvimento
do Norte, SARL Nãoencotrado 17-Apr-2010
38 Energia e RecursosMinerais
Compania Moçambicana de Hidrocarbonetos, S.A.
http://www.cmh.co.mz/
eZ Publish 17-Apr-2010
39 Comércio Game Discount World Moçambique, Lda
http://www.game.co.za
N.I 17-Apr-2010
40 Transportes Aeroportos de Moçambique http://www.aeroportos.co.mz/
eZ Publish 19-Apr-2010
41 Energia e RecursosMinerais
Intelec Holdings, Lda. http://www.intelecholdings.com/
N.I 19-Apr-2010
iv
42 Seguros Global Aliance CGSM Seguros, SARL
http://www.ga.co.mz
N.I 19-Apr-2010
43 Alimentação e Bebidas
Águas de Moçambique, SARL http://www.aguamoz.co.mz
N.I 19-Apr-2010
44 Pescas Pescamar, Lda http://www.pescamar.co.mz (Inacessivel)
19-Apr-2010
45 Transportes MIPS-Serviço Internacional de Portos de Moçambique, SARL
http://www.mips.co.mz/
N.i 19-Apr-2010
46 Transportes TransportesLalgy, Lda http://www.lalgy.co.mz (Inacessivel)
19-Apr-2010
47 Comércio Ronil, Lda http://ronil-auto.co.mz (Inacessivel)
19-Apr-2010
48 Construção Televisa-Sociedade Técnica de Obras e Projectos, Lda
http://www.grupovisabeira.pt/telecom/televisamoz/
N.I 19-Apr-2010
49 Comércio Mercury, Lda Nãoencotrado 19-Apr-2010 50 Pescas Efripel-Entreposto Frigorífico de
Moçambique, Lda Nãoencotrado 19-Apr-2010
51 Serviços DCC-Consultores de Tecnnologias e Informação, Lda
http://www.dcc.co.mz/
N.I 20-Apr-2010
52 Comunicações TV CABO-Comunicações Multimédia, Lda
http://www.tvcabo.co.mz/
eZ Publish 20-Apr-2010
53 Comércio AgrifocusLda http://www.agrifocus.co.mz
20-Apr-2010
54 Comércio Técnica Industrial, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 55 Comércio Mega-Distribuição de
Moçambique, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010
v
56 Banca e Leasing BancoProcredit, SA http://www.bancoprocredit.co.mz/
Joomla 20-Apr-2010
57 Indústria AberdareIntelec (Moç), Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 58 Comércio Ferro Moçambique http://www.fer
pinta.pt/mapa.asp?page=35
N.I 20-Apr-2010
59 Comércio Medimoc, SARL http://www.medimoc.co.mz
Joomla 20-Apr-2010
60 Indústria Académica, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 61 Comércio Bytes and Pieces, Lda http://www.byt
espieces.com/ N.I 20-Apr-2010
62 Indústria HigestMoçambique, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 63 Transportes MEX-MoçambiqueExpresso, SARL 20-Apr-2010 64 Construção Emocil, Lda Nãoencotrado 20-Apr-2010 65 Hotelaria e Turismo SalvorHotéisMoçambique, SARL Nãoencotrado 20-Apr-2010 66 Seguros HollardSeguros, SARL http://www.holl
ard.co.mz/ N.I 20-Apr-2010
67 Indústria FerpintaMoçambique-IBPS, SARL http://www.ferpinta.pt/mapa.asp?page=73
N.I 21-Apr-2010
68 Indústria TopackMoçambique, SARL Nãoencotrado 21-Apr-2010 69 Comércio Tecnel Service, Lda Nãoencotrado 22-Apr-2010 70 Comunicações TVM-Televisão de Moçambique,
E.P. http://www.tvm.co.mz/
Joomla 22-Apr-2010
71 Hotelaria e Turismo Avis-Moçambique CarRental, Lda http://www.avis.com
26-Apr-2010
72 Construção Sulbrita, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 73 Banca e Leasing African Banking Corporation
(Mozambique) http://www.africanbankingcorp.com/abc/view/abc/en/page71
26-Apr-2010
vi
74 Indústria Cimbetão-Cimpor Betão Moçambique, SARL
http://www.cimpor.pt
N.I 26-Apr-2010
75 Serviços KPMG Moçambique http://www.kpmg.co.mz/
eZ Publish 26-Apr-2010
76 Comunicações Siemens, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 77 Comércio Lalgy Truck Sales, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 78 Comunicações Sociedade do Notícias, SARL http://www.jor
nalnoticias.co.mz
Berilio 26-Apr-2010
79 Comércio A&L Enterprises Nãoencotrado 26-Apr-2010 80 Banca e Leasing Socremo-Sociedade de Crédito de
Moçambique, SARL http://www.socremo.com/
Joomla 26-Apr-2010
81 Indústria Carmoc, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010 82 Alimentação e
Bebidas Lusovinhos, Lda Nãoencotrado 26-Apr-2010
83 Transportes TMP, Transportes Públicos de Maputo, E.P.
Nãoencotrado 26-Apr-2010
84 Hotelaria e Turismo Turvisa-EmpreendimentosTurísticos, Lda
Nãoencotrado 27-Apr-2010
85 Comércio Home Center, Lda http://www.homecenterlda.co.mz/
N.I 27-Apr-2010
86 Comércio Dataserv, Lda http://www.dataserv-mz.com/
N.I 27-Apr-2010
87 Comunicações Listas Telefónicas de Moçambique, Lda
http://www.paginasamarelas.co.mz/
N.I 27-Apr-2010
88 Alimentação e Bebidas
S. E. Ginwala& Filhos, Lda Nãoencotrado 27-Apr-2010
89 Banca e Leasing UCB-União Comercial de Bancos (Moç), SARL
Nãoencotrado 27-Apr-2010
90 Comércio MafuiaComercial, Lda Nãoencotrado 27-Apr-2010
vii
91 Transportes Matola Cargo Termina, SARL http://www.mozspan.co.mz/ (Inacessivel)
27-Apr-2010
92 Indústria AlifQuímica Industrial Nãoencotrado 29-Apr-2010 93 Serviços Austral Cowi, Lda http://www.aus
tralcowi.co.mz/ Joomla 27-Apr-2010
94 Comércio Sodial, lda Nãoencotrado 29-Apr-2010 95 Banca e Leasing Gapi, SARL http://www.gap
i.co.mz Joomla 29-Apr-2010
96 Transportes DHL Moçambique, Lda http://www.dhl.co.mz
N.I 29-Apr-2010
97 Comércio N.B.C. Representações, Lda Nãoencotrado 29-Apr-2010 98 Comércio Tropigalia, Lda http://www.tro
pigalia.co.mz N.I 29-Apr-2010
99 Transportes Mozambique Airport Handling Services
Nãoencotrado 29-Apr-2010
100 Construção Ergogest, Lda Nãoencotrado 29-Apr-2010
Legenda:
N.I. – Não Identifado