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artigo 2 | NOVEMBRO DE 2016 T odo mundo ten- ta tomar boas decisões. No entanto, é fácil esquecer um fator importan- te, perder uma opção desejá- vel, ou basear a decisão em informações confiáveis. Além disso, o medo de fazer uma escolha errada pode levar-nos a adiar as decisões, levando à perda de oportunidades. Um processo de tomada de decisões estruturado ga- rante que as decisões importantes sejam feitas na hora e são alicer- çados em fatos, pesquisa e análise. Este artigo descreve os componen- tes básicos das decisões e um pro- cesso de tomada de decisão passo a passo. Este processo pode ser facil- mente adaptado e utilizado diaria- mente. Elementos das Decisões O aspecto mais importante da toma- da de decisões estruturado é reco- nhecer e analisar os componentes básicos de decisões. 1. Contexto - Descreve a situação em torno da decisão. Por exemplo, o prazo e quem estará envolvido no resultado da tomada de decisão para garantir um bom resultado; 2. Objetivos - Uma compreen- são clara dos resultados desejados orienta a tomada de decisão e faz com que seja mais fácil, lógico, e menos estressante. (os executivos evitam tomar decisões em função da falta de objetivos claros.) 3. Opções - Esforços relevantes devem ser feitos para avaliar as opções disponíveis, estudar como cada uma pode ser implementada e quais os resultados que irão pro- duzir. Demasiadas vezes, as pessoas limitam-se a algumas escolhas ób- vias, e não exploram ideias inovado- ras ou inéditas. 4. Critérios - Os critérios empre- gados para selecionar as melhores opções possíveis são determinados pelo contexto e os objetivos. Crité- rios rígidos são condições que de- vem ser satisfeitas, a fim de ter uma decisão útil, como o orçamento ou restrições de tempo. Critérios fra- cos são as condições que requerem uma avaliação subjetiva, e, por con- seguinte, podem ser mais difíceis de aplicar. Exemplos são o nível de conflito organizacional e satisfação do colaborador. Decisões bem-sucedidas são apoia- das em informações confiáveis e dados verificáveis, tempo adequado deve ser utilizado para pesquisar minuciosamente as opções e as suas implicações. Decisõe tomadas sem fundamentos são difíceis de defen- der e encontra obstáculos inespera- dos quando implementado. A tomada de decisão requer tempo. O tempo e esforço despendido deve ser proporcional à importância da decisão. Na sequência de um passo a passo do processo de decisão deve ser documentado para cada etapa da tomada de decisões, ajuda a escla- recer o pensamento e assegura o progresso sustentado rumo a uma boa decisão. Processo de tomada de decisão Um processo de decisão eficaz ga- rante que todos os quatro compo- nentes sejam analisados. Os mode- los são usados para simplificar o trabalho e lembrar-nos de aspectos importantes de cada componente. Os passos são normalmente conclu- ídos de uma forma sequencial. No entanto, é aceitável para avançar e rapidamente anotar algumas infor- Tomada de Decisão Premissas: Cada decisão que fazemos (ou não fazem) molda o nosso futuro.

Tomada de Decisao

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Page 1: Tomada de Decisao

artigo

2 | NOVEMBRO DE 2016

Todo mundo ten-ta tomar boas decisões. No entanto, é fácil esquecer um fator importan-te, perder uma opção desejá-vel, ou basear a

decisão em informações confiáveis. Além disso, o medo de fazer uma escolha errada pode levar-nos a adiar as decisões, levando à perda de oportunidades. Um processo de tomada de decisões estruturado ga-rante que as decisões importantes sejam feitas na hora e são alicer-çados em fatos, pesquisa e análise.Este artigo descreve os componen-tes básicos das decisões e um pro-cesso de tomada de decisão passo a passo. Este processo pode ser facil-mente adaptado e utilizado diaria-mente.

Elementos das DecisõesO aspecto mais importante da toma-da de decisões estruturado é reco-nhecer e analisar os componentes básicos de decisões.1. Contexto - Descreve a situação em torno da decisão. Por exemplo, o prazo e quem estará envolvido

no resultado da tomada de decisão para garantir um bom resultado;2. Objetivos - Uma compreen-são clara dos resultados desejados orienta a tomada de decisão e faz com que seja mais fácil, lógico, e menos estressante. (os executivos evitam tomar decisões em função da falta de objetivos claros.)3. Opções - Esforços relevantes devem ser feitos para avaliar as opções disponíveis, estudar como cada uma pode ser implementada e quais os resultados que irão pro-duzir. Demasiadas vezes, as pessoas limitam-se a algumas escolhas ób-vias, e não exploram ideias inovado-ras ou inéditas.4. Critérios - Os critérios empre-gados para selecionar as melhores opções possíveis são determinados pelo contexto e os objetivos. Crité-rios rígidos são condições que de-vem ser satisfeitas, a fim de ter uma decisão útil, como o orçamento ou restrições de tempo. Critérios fra-cos são as condições que requerem uma avaliação subjetiva, e, por con-seguinte, podem ser mais difíceis de aplicar. Exemplos são o nível de conflito organizacional e satisfação do colaborador.Decisões bem-sucedidas são apoia-

das em informações confiáveis e dados verificáveis, tempo adequado deve ser utilizado para pesquisar minuciosamente as opções e as suas implicações. Decisõe tomadas sem fundamentos são difíceis de defen-der e encontra obstáculos inespera-dos quando implementado.A tomada de decisão requer tempo. O tempo e esforço despendido deve ser proporcional à importância da decisão.

Na sequência de um passo a passo do processo de decisão deve ser documentado para cada etapa da tomada de decisões, ajuda a escla-recer o pensamento e assegura o progresso sustentado rumo a uma boa decisão.

Processo de tomada de decisãoUm processo de decisão eficaz ga-rante que todos os quatro compo-nentes sejam analisados. Os mode-los são usados para simplificar o trabalho e lembrar-nos de aspectos importantes de cada componente. Os passos são normalmente conclu-ídos de uma forma sequencial. No entanto, é aceitável para avançar e rapidamente anotar algumas infor-

Tomadade Decisão

Premissas: Cada decisão que fazemos (ou não fazem) molda o nosso futuro.

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AGRIBUSINESS MACKENSIE

mações enquanto ele está recente em sua memória, ou para voltar e adicionar uma nova informação que foi ignorado inicialmente.

Passo 1: Determinar a importân-cia e o contexto da decisãoUse uma planilha para analisar o con-texto. Na planilha, liste o seguinte:• Até quando é que a decisão deve ser tomada?• Qual é o período de tempo para a implementação desta decisão?• Qual será o resultado no caso de uma decisão bem-sucedida? Qual será resultado de uma decisão er-rada? Quais serão as consequências de não tomar uma decisão?• Quem será afetado pela decisão? Quem são as pessoas-chave que aju-darão a tomar a decisão de sucesso?• Que tipo de atividades e mudanças no ambiente e comportamentos se-rão necessários?• Se a decisão terá impacto sobre um grande número de indivíduos ou en-tidades, que recursos e ações serão necessários para gerir este impacto?• Quem são as pessoas-chave que terão de apoiar a decisão no que diz referente ao financiamento ou re-cursos humanos, a fim de torná-lo bem sucedido?

O contexto determina as possíveis consequências da decisão, o perío-do de tempo envolvido, e quem pre-cisa estar envolvido no processo de decisão. Tempo e esforço expressivo devem ser investido para decisões significativas.

Passo 2: Determinar os objeti-vos para a decisãoEm uma planilha detalhar os obje-tivos primários e secundários para a decisão. Deve incluir os resultados desejados e indicar quais os resulta-dos esperados e quais fatos devem ser evitados.

Passo 3: Liste todas as opçõesListar as opções expressivas. Use o “brainstorming” ou outros métodos para identificar o maior número de opções adicionais e possíveis. Fazer um esforço especial para identificar as opções impossíveis ou irrealistas, uma vez que estes podem levar a

Um processo de decisão eficaz garante que todos os quatro

componentes sejam analisados. Os modelos são usados para

simplificar o trabalho e lembrar-nos de aspectos importantes de

cada componente. Os passos são normalmente concluídos de

uma forma sequencial.”

uma excelente opção ‘fora da caixa’ soluções. Para incentivar a criati-vidade, todas as opções devem ser listados sem crítica. Uma vez que todas que todas as opções disponí-veis foram listados, dissertar cada opção e selecionar as mais promis-soras para posterior análise. (Tenha cuidado para não descartar opções muito cedo no processo).

Passo 4: Explore as opções pro-missorasAs opções mais promissoras deve-rão ser discutidas e analisadas para determinar como elas podem ser aplicadas e quais os resultados que irão produzir. Considere como as opções se relacionam entre si, e se algumas opções têm componentes comuns ou fazer a implementação de outras opções mais fáceis. Em paralelo com esta análise, identifi-car as opções que precisam de mais investigação ou esclarecimento..

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CARLOS ARAUJOCFO - Mackensie Agribusiness

Várias técnicas estão disponíveis para analisar as opções, a fim de compreender as suas implicações.• Mapa mental pode ser usado para analisar as inter-relações das opções.• Uma análise SWOT pode ser usada para determinar as forças, fraque-zas, oportunidades e ameaças para cada opção.As opções são analisadas para obter uma compreensão clara das suas im-plicações antes de aplicar os critérios de tomada de decisão. Isto é para as-segurar que as opções não são des-cartadas prematuramente e que uma análise exata pode ser aplicada.

Passo 5: Estabelecer critérios de decisãoAnalise profundamente seus obje-tivos, como você irá desenvolver o conjunto de critérios que serão utili-zados para avaliar as opções. Os cri-térios devem ser claro e efetivos para a tomadas de decisão ou requerem uma análise subjetiva ou qualitativa. Atribuir uma classificação é essencial a cada critério.

Passo 6: Avaliar as opções em função dos critériosQuando as opções e critérios foram estabelecidos, um modelo de decisão é desenhado com as opções listadas nas linhas e os critérios enumerados nas colunas. Cada opção é avaliada para cada critério e o valor escrito na célula correspondente da tabela. Em seguida, a cada critério é dada uma classificação de importância nu-mérica. A matriz final é gerada pela multiplicação e classificação de cada opção por um critério de avaliação de importância dos critérios. Avaliação completa de uma opção é então de-

terminada pela soma da classificação ponderada para todos os critérios.Este” Matrix” de opções de critérios é particularmente útil para avaliar cri-térios mais substanciais. É também chamado de uma Matriz de Prioriza-ção ou Matrix de Decisão.

Passo 7: Selecione as opções para prosseguirExamine a Matrix de Decisão para determinar se algumas das opções podem ser combinadas para criar uma solução melhor. Resuma as op-ções selecionadas para a implemen-tação e suas consequências.

Passo 8: Analisar os riscosTodas as decisões envolvem uma va-riável de risco. “Force Field Analysis” é útil para descobrir os riscos envol-vidos ou dificuldades que precisam ser superadas na aplicação das op-

ções. As estratégias podem ser de-senvolvidas para gerir esses riscos.

Limitações de tempoFrequentemente, limitações de tem-po nos obrigam a tomar decisões antes de nós sentirmos que temos todas as informações necessárias. Ao trabalhar com as etapas de de-cisão no papel, você vai saber que informação está faltando, as possí-veis consequências de uma decisão errada, e os riscos envolvidos se a decisão for adiada. Esta informação permite-lhe decidir se tomar a deci-são agora, adiá-la, ou começar a im-plementar algumas opções durante a coleta de informações e feedback para finalizar a decisão.

ConclusãoA estruturação da tomada de decisão requer uma análise completa dos fa-tores de decisão - contexto, objetivo, opções, e critérios. A análise deve ser avaliada com base em dados verda-deiros. Seguindo um processo de tomada de decisão passo a passo e trabalhando nos dados e opções, te-remos todas as informações necessá-rias para apresentar e justificar suas decisões, bem como para começar a implementá-las e colher resultados. •

Ao trabalhar com as etapas de decisão no

papel, você vai saber que

informação está faltando,

as possíveis consequências

de uma decisão errada,

e os riscos envolvidos se a decisão for

adiada.”