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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 2

Índice 1 – INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................... 7

2 – ANATOMIA ÓSSEA DE TORNOZELO E PÉ ............................................................................................ 8

2.1 – Tíbia ................................................................................................................................................. 8

2.2 – Fíbula ............................................................................................................................................... 9

2.3 – Talus................................................................................................................................................. 9

2.4 – Calcâneo ........................................................................................................................................ 10

2.5 – Navicular ........................................................................................................................................ 10

2.6 – Cubóide .......................................................................................................................................... 11

2.7 – Cuneiformes ................................................................................................................................... 11

2.8 – Metatarsos ..................................................................................................................................... 12

2.9 – Falanges ........................................................................................................................................ 12

3 – Principais ligamentos do tornozelo ....................................................................................................... 13

3.1 – Ligamento colateral lateral do tornozelo ........................................................................................ 13

3.2 – Ligamento colateral medial (ligamento deltóide) ........................................................................... 14

3.3 – Ligamento talo-calcâneo lateral, medial, posterior e interósseo ................................................... 14

3.4 – Ligamento calcâneo-navicular plantar ........................................................................................... 14

3.5 – Ligamento calcâneo-cubóideo dorsal, plantar e ligamento plantar longo ..................................... 15

3.6 – Ligamento cuneo-naviculares dorsal e plantar .............................................................................. 15

3.7 – Ligamento tarso-metatarsais dorsais, plantares e interósseos ..................................................... 16

3.8 – Ligamentos colaterais .................................................................................................................... 16

3.9 – Ligamentos colaterais e plantares ................................................................................................. 16

4 – Anatomia do sistema articular ............................................................................................................... 17

4.1 – Articulação tibiofibular distal .......................................................................................................... 17

4.2 – Articulação tíbiotársica ................................................................................................................... 17

4.3 – Articulação talocalcânea (subtalar) ................................................................................................ 18

4.4 – Articulação talocalcaneonavicular .................................................................................................. 19

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4.5 – Articulação calcaneocubóidea ....................................................................................................... 19

4.6 – Articulação cuneonavicular ............................................................................................................ 19

4.7 – Articulação mediotársica (Chopart) ................................................................................................ 20

4.8 – Articulação tarsometatarsal(Lisfranc) ............................................................................................ 20

4.9 – Articulação intermetatarsal ............................................................................................................ 20

4.10 – Articulação metatarsofalangeana ................................................................................................ 21

4.11 – Articulação interfalangeana ......................................................................................................... 21

5 – Anatomia vascular do tornozelo e pé .................................................................................................... 21

6 – Compartimentos da perna .................................................................................................................... 22

6.1 – Compartimento anterior ................................................................................................................. 22

6.2 – Compartimento lateral .................................................................................................................... 23

6.3 – Compartimento posterior................................................................................................................ 23

7 - FISIOLOGIA ARTICULAR DO TORNOZELO E PÉ .............................................................................. 23

7.1 – Flexão plantar (extensão) .............................................................................................................. 24

7.2 – Dorsiflexão (flexão) ........................................................................................................................ 26

7.3 – Supinação ...................................................................................................................................... 27

7.4 – Pronação ........................................................................................................................................ 27

7.5 – Adução do pé ................................................................................................................................. 27

7.6 – Abdução do pé ............................................................................................................................... 27

8 – Anatomia miofascial .............................................................................................................................. 28

8.1 – Tibial anterior ................................................................................................................................. 28

8.2 – Extensor longo dos dedos ............................................................................................................. 29

8.3 – Extensor longo do hálux ................................................................................................................ 29

8.4 – Fibular terceiro ............................................................................................................................... 30

8.5 – Fibular longo .................................................................................................................................. 30

8.6 – Fibular curto ................................................................................................................................... 30

8.7 – Gastrocnêmios ............................................................................................................................... 31

8.8 – Sóleo .............................................................................................................................................. 31

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8.9 – Plantar ............................................................................................................................................ 32

8.10 – Poplíteo ........................................................................................................................................ 32

8.11 – Flexor longo do hálux ................................................................................................................... 32

8.12 – Flexor longo dos dedos ................................................................................................................ 32

8.13 – Tibial posterior .............................................................................................................................. 32

8.14 – Abdutor do hálux .......................................................................................................................... 33

8.15 – Flexor curto dos dedos ................................................................................................................ 33

8.16 – Abdutor do dedo mínimo .............................................................................................................. 34

8.17 – Quadrado plantar ......................................................................................................................... 35

8.18 – Lumbricais .................................................................................................................................... 35

8.19 – Flexor curto do hálux.................................................................................................................... 35

8.20 – Adutor do hálux ............................................................................................................................ 35

8.21 – Flexor do dedo mínimo ................................................................................................................ 35

8.22 – Interósseos plantares ................................................................................................................... 36

8.23 – Interósseos dorsais ...................................................................................................................... 36

8.24 – Extensor curto dos dedos ............................................................................................................ 36

8.25 – Extensor curto do hálux ............................................................................................................... 36

9 – Inervação do tornozelo.......................................................................................................................... 37

10 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS: generalidades, avaliação e correções ................................................ 37

10.1 – Articulação tibiofibular distal ............................................................................................................ 37

10.1.1 – Disfunções da articulação tibiofibular distal ................................................................................ 39

10.1.2 – Teste de mobilidade para a articulação tibiofibular distal .............................................................. 41

10.1.3 – Técnicas de correção para a tibiofibular distal .............................................................................. 42

10.2 – Articulação tibiotársica ..................................................................................................................... 43

10.2.1 – Disfunção de anterioridade da tibia ............................................................................................. 44

10.2.2 - Disfunção de compressão tíbiotársica .......................................................................................... 47

10.2.3 - Disfunção de anterioridade do talus ............................................................................................. 49

10.3 – Articulação talocalcânea ou subtalar .................................................................................................. 54

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10.3.1 – Disfunções do calcâneo ............................................................................................................. 55

10.4 - Articulação mediotarsiana (Chopart) .................................................................................................. 60

10.4.1 - Disfunção de inferioridade do navicular ....................................................................................... 61

10.4.2 - Disfunção de inferioridade do cubóide ......................................................................................... 64

10.5 – Articulação tarsometatarsal(Lisfranc) ................................................................................................ 67

10.5.1 - Disfunção de superioridade dos cuneiformes ................................................................................ 67

10.5.2 - Disfunção de inferioridade dos metatarsos (2º a 5º) ....................................................................... 71

10.5.3 - Disfunção de superioridade do 1º metatarso ................................................................................. 73

10.6 – Articulação metarasofalangeana ........................................................................................................ 76

10.6.1 - Disfunção de extensão das metatarsofalangeanas .......................................................................... 76

10.7 – Articulação metatarsofalangeana do hálux ......................................................................................... 78

10.7.1 - Disfunção de adução do hálux (hálux valgo) ................................................................................ 78

11 – Técnicas para tecidos moles .................................................................................................................... 80

11.1 – Técnica de streching para os gastrocnémios .............................................................................. 80

11.2 – Técnica de streching do sóleo ..................................................................................................... 81

11.3 – Técnica neuromuscular para fáscia plantar superficial ................................................................ 82

11.4 – Técnica de streching tranversal da fáscia plantar superficial ...................................................... 82

11.5 – Técnica de streching tranversal da fáscia plantar profunda ........................................................ 83

11.6 – Técnica de stretching do arco plantar tranversal anterior ........................................................... 84

12 – AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO TORNOZELO E PÉ ........................................................................... 85

13 – POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTO .............................................. 87

14 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO TORNOZELO E PÉ ........................................................................ 88

14.1 – Síndrome do túnel do tarso .......................................................................................................... 88

14.2 – Tendinite calcânea ....................................................................................................................... 89

14.3 - Fasceíte plantar ........................................................................................................................... 89

14.4 – Hálux valgo .................................................................................................................................. 90

14.5 – Entorse do tornozelo em inversão ............................................................................................... 90

14.6 - Neuroma de Morton ...................................................................................................................... 91

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15 - Testes ortopédicos ............................................................................................................................... 92

15.1 – Teste de gaveta anterior do tornozelo ......................................................................................... 92

15.2 – Teste de stress dos ligamentos laterais do tornozelo .................................................................. 92

16 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 93

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1 – INTRODUÇÃO

Os pés são a base de apoio no solo do ser humano, sendo composto por elementos e

funções fundamentais na posição ortostática e também na dinâmica da deambulação. Vários

ossos unem-se através de diversas articulações interligadas por tecido conjuntivo ricamente

inervado. Seus movimentos são controlados por pequenos músculos intrínsecos, assim como por

músculos extrínsecos mais alongados.

Os pequenos ossos do tornozelo são muito resistentes, pois suportam todo o peso de

nosso corpo na maior parte do tempo. Também apresentam capacidade de realizar movimentos

amplos em vários eixos.

Grande proporção de receptores sensoriais é encontrada nos tecidos relacionados ao

tornozelo e pé, pois este segmento que é considerado um captor postural, deve informar

constantemente o sistema nervoso central das situações estáticas e dinâmicas que estejam

ocorrendo com o corpo humano. O complexo do tornozelo e pé pode ser fonte de importantes

disfunções somáticas, que ocorrem principalmente por origem traumática (trauma direto,

entorses). Tais disfunções repercutem de forma negativa inicialmente na mecânica dos membros

inferiores e também na informação sensorial que é levada ao sistema nervoso central. As

disfunções somáticas desse segmento, quando não corrigidas, geram adaptações que se

expandem pelo membro inferior, pelve, tronco...

Por se tratar de um importante captor postural, os pés são associados a algumas

tendências de padrões posturais, sendo que dependendo da morfologia anatômica dos pés (plano,

cavo, neutro) podem-se encontrar determinados tipos de curvaturas vertebrais, posicionamento

dos membros (inferior e superior) e também tipo de oclusão. Em muitos casos é possível

relacionar o captor podal com certas predisposições patológicas. É necessário considerar e

relacionar os captores posturais, mas sempre avaliar individualmente cada caso, pois o corpo

pode ter múltiplas fontes de influências posturais.

Essa apostila apresenta como objetivos auxiliar o aluno do Colégio Brasileiro de

Osteopatia a compreender aspectos anatômicos, fisiológicos e mecânicos dos tornozelos e pés,

assim como aprender a avaliar e corrigir as disfunções somáticas deste complexo articular. Esse

material agregado às filmagens e à aula teórico-prática ministrada pelo corpo docente do CBO,

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apresenta conteúdo para atingir esses objetivos. Não recomendamos que esse material seja

utilizado isoladamente sem cumprir o seminário correspondente, e também sugerimos que o

aluno aprofunde ainda mais seus conhecimentos com as obras dispostas nas referências

bibliográficas.

2 – ANATOMIA ÓSSEA DE TORNOZELO E PÉ

O tornozelo compreende a região distal da perna entre os maléolos, além da articulação

tíbio-társica.

O pé é a região distal do membro inferior e compreende as regiões do tarso, metatarsos e

as falanges.

A tíbia tem como função principal transmitir o peso do corpo do fêmur para o talus e a

fíbula tem como principais funções dar fixação aos músculos e estabilizar a articulação do

tornozelo.

A perna está dividida por septos fasciais em 3 compartimentos: lateral, posterior e

anterior.

2.1 – Tíbia

O corpo da tíbia tem forma triangular em corte transversal e está posicionada de maneira

vertical na posição bípede. Sua extremidade distal é menor que a proximal e possui uma

expansão medial – o maléolo medial.

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A superfície lateral do maléolo e inferior do corpo da tíbia articulam-se com o talus e é

revestida por cartilagem hialina. A região posterior distal do corpo da tíbia dá fixação ao

músculo sóleo.

2.2 – Fíbula

Não tem função de sustentação de peso, mas de fixação muscular. A região mais distal é

o maléolo lateral, que dá fixação aos ligamentos laterais que estabilizam o tornozelo.

Movimenta-se em adaptação aos movimentos do tornozelo.

2.3 – Talus

Dividido em cabeça, colo e corpo. O corpo do talus articula-se com o calcâneo (inclusive

no sustentáculo do talus), inferiormente; a cabeça do talus se situa anteriormente e articula-se

com uma rede osteoligamentar, principalmente o navicular.

Vista ântero-inferior da articulação tíbio-társica

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COLÉGIO BRASILEIRO DE OSTEOPATIA Página 10

Não há fixação de tendões no talus, por isso é quase totalmente recoberto de cartilagem

hialina.

2.4 – Calcâneo

É o maior e mais forte osso do pé. Articula-se, superiormente, com o talus e,

anteriormente, com o cubóide. Medialmente possui o sustentáculo do talus (como uma prateleira)

e posteriormente possui a tuberosidade do calcâneo.

2.5 – Navicular

Osso achatado, em forma de barco. Articula-se com o talus, posteriormente, com o

cubóide, lateralmente e com os cuneiformes, anteriormente. Medialmente apresenta a

tuberosidade do navicular, local de fixação do tendão do tibial posterior, importante para

manutenção do arco plantar longitudinal medial.

Vista superior do pé

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2.6 – Cubóide

É o osso mais lateral da fileira distal do tarso. Articula-se com o navicular e com o

cuneiforme lateral, medialmente e calcâneo, posteriormente. Apresenta o sulco do tendão do

fibular longo.

2.7 – Cuneiformes

São três: medial, intermédio e lateral. O medial é o maior, o intermédio é o menor.

Articulam-se posteriormente, com o navicular e, anteriormente, com os metatarsos

correspondentes. O cuneiforme lateral articula-se com o cubóide, lateralmente.

Vista medial do pé

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2.8 – Metatarsos

São 5. O 1º (localizado na margem medial do pé) é o mais curto e mais forte e está em

contato com os 2 ossos sesamóides (dos flexores do hálux) pela sua cabeça. O 2º é o mais longo.

Cada metatarso tem uma base (proximal), um corpo e uma cabeça (distal). As bases são maiores

e articulam-se com os cuneiformes e cubóide e as cabeças articulam-se com as falanges

proximais. O 5º metatarso possui uma tuberosidade (na base), que dá fixação ao músculo fibular

curto.

2.9 – Falanges

São 14. O hálux possui 2 e os demais dedos possuem 3 cada (proximal, média e distal).

Cada falange possui base (proximal), corpo e cabeça (distal).

Vista lateral do pé

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3 – Principais ligamentos do tornozelo

3.1 – Ligamento colateral lateral do tornozelo

Reforça a região lateral do tornozelo e é formada por 3 ligamentos:

- Ligamento talofibular anterior: vai do maléolo lateral até o colo do talus. É pouco

resistente.

- Ligamento calcâneofibular: vai do maléolo lateral até a região lateral do calcâneo.

- Ligamento talofibular posterior: vai do maléolo lateral até o tubérculo lateral do talus.

Tem um trajeto horizontal.

Vista medial e lateral do tornozelo

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3.2 – Ligamento colateral medial (ligamento deltóide)

Reforça a cápsula medialmente. É grande e resistente. Estende-se desde o maléolo medial

até o navicular, talus e calcâneo, em forma de leque. Tem a função de evitar movimentos

exagerados de eversão.

3.3 – Ligamento talo-calcâneo lateral, medial, posterior e interósseo

Une o talus ao calcâneo, reforçando a cápsula articular lateralmente, medialmente,

posteriormente e intraarticular, respectivamente.

3.4 – Ligamento calcâneo-navicular plantar

Une o calcâneo ao navicular e tem a função de sustentar a cabeça do talus

Vista posterior do tornozelo

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3.5 – Ligamento calcâneo-cubóideo dorsal, plantar e ligamento plantar longo

Unem o calcâneo ao cubóide e auxiliam na função estabilizadora da cápsula articular.

3.6 – Ligamento cuneo-naviculares dorsal e plantar

Unem o navicular aos cuneiformes no dorso e planta do pé.

Vista inferior do pé

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3.7 – Ligamento tarso-metatarsais dorsais, plantares e interósseos

Unem os ossos do tarso aos metatarsos correspondentes.

3.8 – Ligamentos colaterais

Unem os metatarsos às falanges proximais.

3.9 – Ligamentos colaterais e plantares

Unem as falanges de um mesmo dedo entre si.

Vista superior do pé

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4 – Anatomia do sistema articular

4.1 – Articulação tibiofibular distal

Articulação fibrosa (não possui cartilagem articular) composta entre a parte distal da

fíbula e a parte distal da tíbia.

A fíbula está unida à tíbia por ligamentos e pela membrana interóssea, que tem fibras no

sentido inferior da tíbia à fíbula, principalmente para resistir à tração inferior da fíbula, que é

realizada por 8 dos 9 músculos que se inserem nela. Apesar da disposição das fibras da

membrana interóssea, existe pequeno movimento superior da fíbula decorrente dos movimentos

do talus.

Os ligamentos responsáveis por sua união são: tíbio-fibular anterior, tíbio-fibular

interósseo e tíbio-fibular posterior. Este último tem contato com o talus, formando a parede

posterior do encaixe do talus entre os maléolos.

4.2 – Articulação tíbiotársica

Articulação sinovial do tipo gínglimo entre as regiões distais da fíbula e tíbia e o tróclea

do talus. A face medial do maléolo lateral se articula com a face lateral da tróclea do talus, já a

tíbia se articula com o talus em 2 regiões: superior e o maléolo tibial na região medial da tróclea

do talus.

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Esta articulação é mais instável com o pé em flexão plantar, pois a região posterior da

tróclea do talus é mais estreita e se posiciona entre os maléolos, o que aumenta a mobilidade

láterolateral do tornozelo.

A cápsula articular do tornozelo é delgada anterior e posterior e reforçada nas laterais

pelos ligamentos colaterais. Fixa-se superiormente às margens inferiores da tíbia e maléolos e

inferiormente ao talus.

4.3 – Articulação talocalcânea (subtalar)

Classificada como sinovial plana, une a face inferior do corpo do talus à face superior do

calcâneo, sua cápsula está fixada às margens articulares.

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4.4 – Articulação talocalcaneonavicular

Classificada como sinovial, une a cabeça do talus ao calcâneo e ao navicular. A cápsula

articular une de maneira incompleta a articulação.

4.5 – Articulação calcaneocubóidea

Classificada como sinovial plana, une a extremidade anterior do calcâneo à face posterior

do cubóide, sua cápsula articular envolve a articulação.

4.6 – Articulação cuneonavicular

Classificada como sinovial plana, une a face anterior do navicular com os cuneiformes e

tem uma cápsula articular comum.

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4.7 – Articulação mediotársica (Chopart)

Une os ossos da primeira linha do tarso (talus e calcâneo) com os da segunda (navicular e

cuboide). É importante principalmente nos movimentos de pronação e supinação.

4.8 – Articulação tarsometatarsal(Lisfranc)

Classificada como sinovial plana, une o tarso (cubóide e os 3 cuneiformes) aos ossos

metatarsais e cada articulação tem sua cápsula isolada.

4.9 – Articulação intermetatarsal

Classificada como sinovial plana, une as bases dos metatarsos (entre si) e cada

articulação tem sua cápsula isolada.

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4.10 – Articulação metatarsofalangeana

Classificada como sinovial elipsóidea, une o metatarso às falanges proximais

correspondentes e cada articulação tem sua cápsula isolada.

4.11 – Articulação interfalangeana

Classificada como sinovial do tipo gínglimo, une as falanges entre si e cada articulação

tem sua cápsula isolada.

5 – Anatomia vascular do tornozelo e pé

As artérias do pé são ramos terminais das artérias tibiais anterior e posterior. A artéria

tibial anterior origina a artéria dorsal do pé e a artéria tibial posterior origina a artéria plantar

profunda.

A artéria dorsal do pé inicia na altura dos maléolos, supre a região anterior do pé e dá

origem à artéria tarsal lateral, que se anastomosa com outras artérias.

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A artéria plantar profunda se une à artéria plantar lateral para formar o arco plantar

profundo.

A drenagem do pé é realizada, principalmente, pelas veias superficiais: veias metatarsais

dorsais, veias digitais plantares, arco venoso plantar e dorsal, que drenam para as veias marginais

medial e lateral.

6 – Compartimentos da perna

6.1 – Compartimento anterior

Situa-se anteriormente à membrana interóssea. Contem dois retináculos extensores:

superior (da tíbia à fíbula, superior aos maléolos) e inferior (em forma de Y, fixa-se ao calcâneo

e forma uma alça sobre os tendões extensores).

Vista posterior e anterior da perna e do pé

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Neste compartimento estão os músculos: tibial anterior, extensor longo dos dedos,

extensor longo do hálux e fibular terceiro, além do nervo fibular profundo (ramo do nervo fibular

comum) e artéria tibial anterior (ramo da artéria poplítea).

6.2 – Compartimento lateral

É o menor compartimento da perna e situa-se na região lateral da fíbula. Sua parte mais

distal é o retináculo superior dos músculos fibulares, que se estende do maléolo lateral até o

calcâneo.

Neste compartimento estão os músculos: fibular longo e fibular curto, além do nervo

fibular superficial (ramo do nervo fibular comum).

Não há artéria neste compartimento, que é irrigado e drenado por artérias e veias

perfurantes.

6.3 – Compartimento posterior

É o maior dos 3 compartimentos e situa-se na região posterior da perna. Forma a

panturrilha. Distalmente termina no retináculo flexor (que vai do maléolo medial à face medial

do calcâneo e faz a parede lateral do túnel do tarso).

Neste compartimento estão os músculos: gastrocnêmios lateral e medial, sóleo, plantar,

poplíteo, flexor longo do hálux, flexor longo dos dedos e tibial posterior, além do nervo tibial

(ramo do nervo isquiático), artéria e veia tibial posterior.

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7 - FISIOLOGIA ARTICULAR DO TORNOZELO E PÉ

O segmento é composto por 26 ossos, com funções estáticas e dinâmicas, que podem se

adaptar a cadeias disfuncionais descendentes, e claro, também podem ser a fonte primária de

distúrbios ascendentes

Pode-se dividir:.

◦ Parte posterior (estabilizadora) – talus/calcâneo

◦ Parte medial (rítmica) – cubóide/navicular

◦ Parte anterior (dinâmica ou adaptativa) – cuneiformes, metatarsianos e falanges

Corte transversal demonstrando os

compartimentos da perna distalmente

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O talus é um osso sem inserções musculares e um dos mais móveis do complexo articular

do tornozelo e pé. Seus deslocamentos anteroposteriores que devem ocorrer na planti e

dorsiflexão, respectivamente, são fundamentais para a mecânica do segmento.

Existem basicamente três zonas de distribuição de pressão (2/3 calcâneo, 1/3 raio externo e

interno).

Vários eixos de movimento atravessam

tornozelo e pé permitindo movimentos

tridimensionais que normalmente ocorrem

de forma combinada.

A disposição óssea e ligamentar faz

com que alguns movimentos sejam mais

amplos que outros respeitando aspectos

funcionais do corpo humano.

7.1 – Flexão plantar (extensão)

É o movimento que leva o antepé no

sentido inferior. Realizado no plano sagital,

sobre o eixo que passa pelos 2 maléolos.

Tem amplitude total de 30 a 50º. Na

máxima amplitude está associada ao

aumento da curvatura do arco longitudinal

medial do pé.

Eixos de movimento do tornozelo

Flexão plantar do tornozelo

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Está limitada por fatores ósseos (contato do tubérculo posterior do talus contra a margem

posterior da tíbia – também chamado 3º maléolo), capsulares e ligamentares (tensão da parte

anterior da cápsula articular e do ligamento talo-fibular anterior) e musculares (resistência

elástica dos dorsiflexores).

Vista lateral do pé.

Em A (dorsiflexão): 1- choque ósseo, 2- parte anterior da cápsula articular, 3- tensão da

cápsula posterior,4- tensão do ligamento talo-fibular posterior e 5- resistência elástica do

tríceps sural e em B (flexão plantar): 1- choque ósseo, 2- parte posterior da cápsula

articular, 3- parte anterior da cápsula articular, 4- tensão do ligamento talo-fibular

anterior e 5- resistência elástica dos dorsiflexores

A parte anterior da superfície articular superior do talus é mais espessa (larga) se

comparada à parte posterior, o que gera movimentos da fíbula durante a flexão plantar e a

dorsiflexão.

Na flexão plantar, a parte distal da fíbula se movimenta no sentido medial (pela contração

do músculo tibial posterior, que tem fixação na tíbia e na fíbula), inferior e roda lateralmente e a

parte superior da fíbula se movimenta no sentido inferior e roda lateralmente.

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7.2 – Dorsiflexão (flexão)

É o movimento que leva o antepé no sentido superior. Realizado no plano sagital, sobre o

eixo que passa pelos 2 maléolos. Tem amplitude total de 20 a 30º. Na máxima amplitude está

associada ao aplanamento do pé.

Vista anterior do tornozelo direito

Em A (dorsiflexão): 1- a fíbula lateraliza, 2- a fíbula se movimenta no sentido superior, 3-

a fíbula faz uma rotação medial e em B (flexão plantar): 1- a fíbula medializa, 2- a fíbula

se movimenta no sentido inferior, 3- a fíbula faz uma rotação lateral

Dorsiflexão do tornozelo

A B

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Está limitada por fatores ósseos (contato do colo do talus contra a margem anterior da

tíbia), capsulares e ligamentares (tensão da parte posterior da cápsula articular e do ligamento

talo-fibular posterior) e musculares (resistência elástica do tríceps sural).

Na dorsiflexão, a parte distal da fíbula se movimenta no sentido lateral (pelo contato da

parte anterior - mais larga - do talus), superior e roda medialmente (pela tensão do ligamento

tíbio-fibular anterior, o que deixa o ligamento talo-fibular posterior em posição alongada) e a

parte superior da fíbula se movimenta no sentido superior e roda medialmente.

7.3 – Supinação

É o movimento que leva a planta do pé no sentido medial. Realizado no plano

transversal, sobre um eixo ânteroposterior. Tem amplitude máxima de 50º.

7.4 – Pronação

É o movimento que leva a planta do pé no sentido lateral. Realizado no plano transversal,

sobre um eixo ânteroposterior. Tem amplitude máxima de 25 a 30º.

7.5 – Adução do pé

É o movimento que leva o antepé no sentido medial; é um movimento pequeno se

comparado aos outros movimentos do pé. Realizado no plano transversal, sobre o eixo crânio-

caudal. Tem amplitude total de 35 a 45º.

Está limitada pelo contato da face articular medial do talus com o maléolo tibial.

7.6 – Abdução do pé

É o movimento que leva o antepé no sentido lateral; é um movimento pequeno se

comparado aos outros movimentos do pé. Realizado no plano transversal, sobre o eixo crânio-

caudal. Tem amplitude total de 35 a 45º.

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Está limitada pelo contato da face articular lateral do talus com o maléolo fibular.

- A associação dos movimentos de adução, supinação e flexão plantar é denominada inversão, já

a associação dos movimentos de abdução, pronação e dorsiflexão é denominada eversão.

8 – Anatomia miofascial

8.1 – Tibial anterior

Situa-se na região anterior da perna. Faz dorsiflexão e inversão do tornozelo e tem

fixação proximal no côndilo lateral da tíbia e membrana interóssea e fixação distal na região

inferior e medial do 1º cuneiforme e 1º metatarso. É inervado pelo nervo fibular profundo (L4,

L5).

Movimentos de inversão e eversão do tornozelo

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8.2 – Extensor longo dos dedos

Situa-se na região anterior da perna. Faz dorsiflexão e extensão dos 4 dedos laterais e tem

fixação proximal no côndilo lateral da tíbia e membrana interóssea e fixação distal nas falanges

distal e média dos 4 dedos laterais. É inervado pelo nervo fibular profundo (L5, S1).

8.3 – Extensor longo do hálux

Situa-se na região anterior da perna. Faz dorsiflexão e extensão do hálux e tem fixação

proximal na face anterior da fíbula e membrana interóssea e fixação distal na face dorsal da

falange distal do hálux. É inervado pelo nervo fibular profundo (L5, S1).

Vista anterior da perna e pé

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8.4 – Fibular terceiro

Situa-se na região ânterolateral da perna. Faz dorsiflexão e eversão do tornozelo e tem

fixação proximal na face anterior da fíbula e membrana interóssea e fixação distal na base do 5º

metatarso. É inervado pelo nervo fibular profundo (L5, S1).

8.5 – Fibular longo

Situa-se na região lateral da perna. Faz flexão plantar e eversão do tornozelo e tem

fixação proximal na cabeça da fíbula, passa inferior ao maléolo lateral e cubóide, cruza a planta

do pé tem fixação distal na cabeça do 1º metatarso. É inervado pelo nervo fibular superficial

(L5, S1, S2).

8.6 – Fibular curto

Situa-se na região lateral da perna. Faz flexão plantar e eversão do tornozelo e tem

fixação proximal na lateral do corpo da fíbula, passa posterior ao maléolo lateral tem fixação

distal no tubérculo do 5º metatarso. É inervado pelo nervo fibular superficial (L5, S1, S2).

Vista lateral da perna e pé

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8.7 – Gastrocnêmios

Situa-se na região posterior da perna, superficialmente. Tem 2 ventres: gastrocnêmio

medial e lateral. Possui fixação distal comum, junto com o sóleo, pelo tendão calcâneo, que se

fixa na região posterior deste osso, a fixação proximal do ventre lateral é na região lateral do

côndilo lateral do fêmur e do ventre medial é na face medial do côndilo medial do fêmur. São

flexores plantares do pé e inervados pelo nervo tibial (S1, S2).

8.8 – Sóleo

Situa-se na região posterior da perna, profundamente aos gastrocnêmios. Possui fixação

distal pelo tendão calcâneo, que se fixa na região posterior deste osso e fixação proximal na

cabeça da fíbula, corpo da fíbula e região posterior da tíbia. É flexor plantar do pé e inervado

pelo nervo tibial (S1, S2)

Músculos gastrocnêmios

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8.9 – Plantar

Situa-se na região posterior da perna, profundamente aos gastrocnêmios. Possui fixação

proximal na região posterior do côndilo femoral lateral e ligamento poplíteo oblíquo e fixação

distal no tendão calcâneo. É flexor plantar do pé e inervado pelo nervo tibial (S1, S2)

8.10 – Poplíteo

Descrito na apostila de joelho.

8.11 – Flexor longo do hálux

Situa-se na região posterior da perna, profundamente. Tem fixação proximal na face

posterior da fíbula e membrana interóssea e fixação distal na base da falange distal do hálux. É

flexor de todas as falanges do hálux e sustenta o arco longitudinal do pé. É inervado pelo nervo

tibial (S2, S3).

8.12 – Flexor longo dos dedos

Situa-se na região posterior da perna, profundamente. Tem fixação proximal na face

posterior da tíbia e fixação distal nas bases das falanges distais dos 4 dedos laterais. É flexor de

todas as falanges dos 4 dedos laterais e sustenta o arco longitudinal do pé. É inervado pelo nervo

tibial (S2, S3).

8.13 – Tibial posterior

Situa-se na região posterior da perna, profundamente. Tem fixação proximal na face

posterior da tíbia e fíbula e na membrana interóssea e fixação distal na tuberosidade do navicular,

cuneiforme, cubóide e bases do 2º, 3º e 4º metatarsos. É flexor plantar e inversor do pé, além de

auxiliar na manutenção do arco plantar longitudinal medial. É inervado pelo nervo tibial (L4,

L5).

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8.14 – Abdutor do hálux

Situa-se no compartimento medial do pé. Tem fixação proximal na tuberosidade do

calcâneo e aponeurose plantar e fixação distal na face medial da base da falange proximal do

hálux. É abdutor e flexor do hálux. É inervado pelo nervo plantar medial (S2, S3).

8.15 – Flexor curto dos dedos

Situa-se na planta do pé. Tem fixação proximal na tuberosidade do calcâneo e aponeurose

plantar e fixação distal nas falanges médias dos 4 dedos laterais. É flexor dos 4 dedos laterais. É

inervado pelo nervo plantar medial (S2, S3).

Vista posterior da perna e pé

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8.16 – Abdutor do dedo mínimo

Situa-se no compartimento lateral do pé. Tem fixação proximal na tuberosidade do

calcâneo e aponeurose plantar e fixação distal na face lateral da base da falange proximal do

dedo mínimo. É abdutor e flexor do dedo mínimo. É inervado pelo nervo plantar lateral (S2, S3).

Vista inferior do pé

Vista inferior do pé

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8.17 – Quadrado plantar

Situa-se no compartimento central do pé. Tem fixação proximal na face plantar do

calcâneo e fixação distal no tendão do flexor longo dos dedos. É auxiliar na flexão dos 4 dedos

laterais. É inervado pelo nervo plantar lateral (S2, S3).

8.18 – Lumbricais

Situa-se no compartimento central do pé. Têm fixação proximal nos tendões do flexor

longo dos dedos e fixação distal nos 4 dedos laterais. São flexores das falanges distais e

extensores das falanges proximais e médias. São inervados pelo nervo plantar medial e lateral

(S2, S3).

8.19 – Flexor curto do hálux

Situa-se no compartimento medial do pé. Tem fixação proximal no cubóide e cuneiforme

lateral e fixação distal na base da falange proximal do hálux. É flexor do hálux. É inervado pelo

nervo plantar medial (S2, S3).

8.20 – Adutor do hálux

Situa-se na planta pé. Tem fixação proximal na base do 2º ao 4º metatarsos e fixação

distal na face lateral da base da falange proximal do hálux. É adutor e auxilia no arco transverso

do pé. É inervado pelo nervo plantar lateral (S2, S3).

8.21 – Flexor do dedo mínimo

Situa-se na planta do pé. Tem fixação proximal na base do 5º metatarso e fixação distal

na base da falange proximal do 5º dedo. É flexor do 5º dedo. É inervado pelo nervo plantar

lateral (S2, S3).

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8.22 – Interósseos plantares

Situa-se entre os metatarsos. Tem fixações proximais nas faces mediais do 3º ao 5º

metatarsos e fixações distais nas faces mediais das bases das falanges do 3º ao 5º dedos. São

adutores e flexores dos dedos 2 ao 4. São inervados pelo nervo plantar lateral (S2, S3).

8.23 – Interósseos dorsais

Situa-se entre os metatarsos. Tem fixações proximais do 1º ao 5º metatarsos e fixações

distais nas falanges proximais. São abdutores dos dedos. São inervados pelo nervo plantar lateral

(S2, S3).

8.24 – Extensor curto dos dedos

Situa-se no compartimento medial do pé. Tem fixação proximal na face lateral do

calcâneo e raiz do retináculo extensor inferior e fixação distal no tendão do extensor longo dos

dedos. É extensor dos 4 dedos laterais. É inervado pelo nervo fibular profundo (L5, S1).

8.25 – Extensor curto do hálux

Situa-se no compartimento medial do pé. Tem fixação proximal na face lateral do

calcâneo e raiz do retináculo extensor inferior e fixação distal na base da falange proximal do

hálux. É extensor do hálux. É inervado pelo nervo fibular profundo (L5, S1).

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9 – Inervação do tornozelo

A inervação do tornozelo se dá pelos nervos derivados dos nervos tibial (ramo do ciático)

e fibular profundo (ramo do fibular comum).

10 – DISFUNÇÕES SOMÁTICAS: generalidades, avaliação e correções

10.1 – Articulação tibiofibular distal

A fíbula se articula com a tíbia de três formas:

- articulação tibiofibular proximal (joelho)

- articulação tibiofibular distal (tornozelo)

- membrana interóssea

A articulação tibiofibular distal realiza dois tipos de deslocamentos durante os

movimentos do tornozelo:

Vista dorsal do pé

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Anteroinferior na plantiflexão;

Posterosuperior na dorsiflexão.

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10.1.1 – Disfunções da articulação tibiofibular distal

10.1.1.1 - Disfunção de anterioridade da tibiofibular distal

Nessa disfunção a região distal da fíbula tem restrição do movimento no sentido posterior

em relação à tíbia.

O mecanismo disfuncional é um movimento forçado de flexão plantar, ou uma inversão

em cadeia cinética fechada (como no entorse em inversão), pois o ligamento talo fibular anterior,

se não romper, traciona a fíbula no sentido anterior e inferior.

Paciente geralmente refere dor na região anterior do tornozelo no movimento de

dorsiflexão, e tem dificuldade em andar sobre os calcanhares, agachar e subir escada pois existe

prejuízo do movimento de dorsiflexão do tornozelo. Pode haver sensibilidade no ligamento talo

fibular posterior por tensão.

Representação esquemática da disfunção de anterioridade da

fíbula

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Ao teste de mobilidade a fíbula não desliza posteriormente.

Em contrapartida é comum que a cabeça da fíbula se fixe posteriormente no entorse em

inversão do tornozelo, por hiperatividade do músculo bíceps femoral. A conexão direta da fíbula

com a pelve através do bíceps femoral pode propagar disfunções superiores com facilidade.

10.1.1.2 - Disfunção de posterioridade da tibiofibular distal

Nessa disfunção a região distal da fíbula tem restrição do movimento no sentido anterior

em relação à tíbia.

O mecanismo disfuncional é dorsiflexão forçada, pois a região anterior do talus (mais

larga) empurra a fíbula posteriormente.

Paciente geralmente refere dor à flexão plantar e pode ter o movimento de flexão plantar

restrito.

Ao teste a fíbula não desliza anteriormente.

Representação esquemática da disfunção de posterioridade da

fíbula

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10.1.2 – Teste de mobilidade para a articulação tibiofibular distal

Paciente em decúbito dorsal, com joelho em flexão de 90º e pé apoiado sobre a maca.

Avaliador, sentado na maca, estabiliza a tíbia com a mão medial e posiciona o polegar da mão

lateral na região anterior do maléolo lateral e indicador e dedo médio na região posterior do

maléolo lateral do paciente.

O teste consiste no examinador manter a tíbia estabilizada com a mão medial e

movimentar o maléolo lateral do sentido anterior e posterior.

Se há restrição de movimento do maléolo no sentido anterior – disfunção de fíbula

posterior – e se há restrição do maléolo no sentido posterior – disfunção de fíbula anterior.

Teste para disfunção da fíbula anterior ou posterior

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10.1.3 – Técnicas de correção para a tibiofibular distal

10.1.3.1 – Técnica de Snap para disfunção da fíbula anterior

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente, toma

contato com sua mão lateral na parte posterior do calcâneo do paciente com seu polegar na

região anterior distal da fíbula e sua mão medial na parte medial do tornozelo com polegar

reforçando o polegar da mão lateral.

A técnica é realizada com o Osteopata fazendo rotação medial do quadril do paciente

(para alinhar a articulação perpendicularmente ao solo), reduz o slack com os polegares levando

a fíbula no sentido posterior e faz o thrust na direção do solo, como num movimento de chicote.

Técnica de Snap para disfunção da fíbula anterior: posicionamento da mão lateral e da

mão medial

10.1.3.2 – Técnica de Snap para disfunção da fíbula posterior

Paciente em decúbito ventral. Osteopata em pé e de frente para a planta dos pés do

paciente, toma contato com sua mão externa na região anterior do tornozelo do paciente, com seu

polegar na região posterior distal da fíbula. Sua mão interna na região medial do tornozelo do

paciente, com polegar reforçando o polegar da mão externa.

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A técnica se realiza com o Osteopata fazendo rotação externa do quadril do paciente

(para alinhar a articulação perpendicularmente ao solo) e faz thrust na direção do solo, como

num movimento de chicote.

Técnica de Snap para disfunção da fíbula posterior: posicionamento da mão lateral e da

mão medial

10.2 – Articulação tibiotársica

A mobilidade dessa área é importante durante os movimentos de flexão plantar e dorsal.

Na flexão plantar ocorre deslizamento anterior da tíbia e principalmente do talus, e no

movimento de flexão dorsal ocorre o deslizamento posterior com o retorno à posição neutra.

A potente fixação do tendão calcâneo no talus fixa esse osso durante a flexão plantar e

inversão, permitindo o deslizamento anterior da tíbia e talus.

Os mecanismos disfuncionais da tibiotársica geralmente ocorrem:

- no entorse em inversão ou flexão plantar

- na desaceleração brusca do pé no solo com deslocamento anterior do corpo

As disfunções somáticas que devem ser consideradas nessa zona são:

Anterioridade da tíbia;

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Compressão tibiotarsica;

Anterioridade do talus.

10.2.1 – Disfunção de anterioridade da tibia

Nessa disfunção a tíbia tem restrição no movimento no sentido posterior em relação ao

talus.

O mecanismo disfuncional é uma freada brusca (com o pé fixo ao solo), o que produz um

movimento forçado de anteriorização da tíbia sobre o talus. Outra possibilidade é uma flexão

plantar ou inversão forçada, em cadeia cinética fechada (a parte anterior do pé fica fixa ao solo).

Ao teste a tíbia não desliza posteriormente.

Disfunção de anterioridade da tíbia

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10.2.1.1 – Teste de deslizamento posterior da tíbia

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador posiciona-se na lateral do tornozelo do paciente e

faz contato com sua mão distal na região posterior do calcâneo e a mão proximal (com contato

indexial) na região anterior distal da tíbia do paciente.

O teste consiste em o avaliador estabilizar o calcâneo do paciente e mover a tíbia no

sentido posterior. O teste é considerado positivo se há restrição deste movimento.

10.2.1.2 – Técnica de Thrust para disfunção de tíbia anterior - 1

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata lateralmente ao pé a ser manipulado, toma

contato da mão superior com a parte anterior distal da tíbia do paciente e da mão inferior com a

região anterior do tornozelo do paciente.

A técnica consiste em descarregar o peso do corpo sobre a tíbia do paciente e fazer ligeira

flexão plantar do tornozelo do paciente com sua mão inferior e o thrust se realiza levando a tíbia

em direção ao solo.

Teste de deslizamento posterior da tíbia

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10.2.1.3 – Técnica de Thrust para disfunção de tíbia anterior - 2

Paciente em decúbito dorsal, com o membro inferior a ser tratado em flexão de 90 graus

de joelho, com o pé apoiado sobre a maca. Osteopata de frente para a planta do pé do paciente

toma contato com a mão externa na planta do pé do paciente, com seu polegar sobre o dorso do

pé e a mão interna toma contato pisiforme com a região anterior distal da tíbia do paciente.

A técnica se realiza com o Osteopata empurrando a tíbia posteriormente para encontrar o

ângulo de dorsiflexão e flexão plantar ideal para manipulação. Assim que encontrar este ângulo,

bloqueia o pé em flexão plantar e o thrust é feito na tíbia levando-a para posterior.

Técnica de Thrust para disfunção de tíbia

anterior

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10.2.2 - Disfunção de compressão tíbiotársica

Nessa disfunção o talus encontra-se “impactado” (em inversão e anteriorizado) contra a

pinça bimaleolar. O mecanismo disfuncional é um movimento forçado de flexão plantar com

inversão em cadeia cinética fechada (como no entorse em inversão).

Paciente geralmente refere dor na região anterior do tornozelo no movimento de

dorsiflexão, dificuldade em andar sobre os calcanhares, agachar e subir escada. Normalmente

Técnica de Thrust para disfunção de tíbia anterior

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causa limitação geral aos movimentos do tornozelo. Pode haver sensibilidade no ligamento talo

fibular anterior por tensão. Ao teste de mobilidade há perda da abertura articular (decoaptação).

Essa disfunção deve ser corrigida imperativamente quando encontrada pois é uma zona

muito proprioceptiva do tornozelo, que no caso de manter-se em disfunção, pode causar entorses

recidivantes e também cadeias disfuncionais ascendentes adaptativas.

10.2.2.1 – Teste de descompressão tíbiotársica

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador de frente para a planta do pé do paciente faz

contato com sua mão medial reforçada pela mão lateral (regiões hipotênares) na região

ânterosuperior do talus.

O teste consiste em o avaliador tracionar o talus no sentido inferior e é considerado

positivo quando não há decoaptação do talus em relação à pinça bimaleolar.

10.2.2.2 – Técnica de TUG para disfunção de compressão tíbiotársica

Paciente em decúbito dorsal, com membros inferiores em extensão. Osteopata de frente

para a planta dos pés do paciente, toma contato com a região hipotenar da mão interna sobre a

Teste para disfunção de compressão tíbio-társica

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região superior medial do talus e com a região hipotenar da mão externa sobre a região superior

lateral do talus. Os polegares controlam a planta do pé do paciente.

A técnica se realiza com o Osteopata levando seu centro de gravidade para posterior e o

thrust é na direção do tronco do paciente.

10.2.3 - Disfunção de anterioridade do talus

Nessa disfunção o talus tem a mobilidade no sentido posterior diminuída. O mecanismo

disfuncional é um movimento forçado de flexão plantar com inversão em cadeia cinética fechada

(como no entorse em inversão).

Paciente geralmente refere dor na região anterior do tornozelo no movimento de

dorsiflexão, dificuldade em andar sobre os calcanhares, agachar e subir escada. Pode haver

sensibilidade no ligamento talofibular anterior por tensão.

Técnica de Tug para disfunção de

compressão tíbio-társica

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Ao teste de mobilidade o talus não posterioriza. Nesta disfunção, o talus pode ter

diminuição da mobilidade em relação à tíbia (talus antero-externo) ou em relação ao calcâneo

(talus antero-interno).

10.2.3.1 – Teste para disfunção de talus anterior 1

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador posiciona-se na lateral do tornozelo do paciente e

faz contato com sua mão distal na região posterior do calcâneo e a mão proximal (com contato

indexial) na região anterior do talus do paciente.

O teste consiste em o avaliador estabilizar o calcâneo do paciente e mover o talus no

sentido posterior. Deve-se perceber um deslocamento considerável e uma barreira elástica no

final do movimento. O teste é considerado positivo se há restrição não-elástica deste movimento,

geralmente acompanhada de restrição na dorsiflexão.

Para diagnosticar se o talus está fixado em relação à tíbia ou ao calcâneo, deve-se realizar

o teste para disfunção do talus 2.

Representação esquemática da disfunção de

anterioridade do talus

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10.2.3.2 – Teste para disfunção do talus anterior 2

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador posiciona-se na lateral do tornozelo do paciente e

faz contato com sua mão distal na região medial (indicador) e lateral (polegar) do talus do

paciente e com sua mão proximal na região distal da tíbia para estabilizá-la.

O teste consiste em o avaliador realizar pronação e supinação do talus do paciente. Se

houver restrição do movimento de supinação (disfunção do talus anterior fixado com a tíbia). Se

houver restrição do movimento de pronação (disfunção do talus anterior fixado com o calcâneo)

Teste para disfunção de talus anterior

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10.2.3.3 – Técnica de Thrust para disfunção de talus anterior em decúbito dorsal

Paciente em decúbito dorsal, com o pé a ser manipulado sobre uma cunha ou sobre o

joelho do Osteopata.

Osteopata de frente para a planta do pé do paciente, toma contato pisiforme com a mão

interna na região medial anterior do talus do paciente, a mão externa reforça este contato com

pisiforme.

A técnica se realiza com o Osteopata reduzindo slack na direção pósteroinferior e o thrust

se dá nesta mesma direção.

Teste para disfunção do talus anterior

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10.2.3.4 – Técnica de Thrust para disfunção de talus ântero-interno em decúbito lateral

Paciente em decúbito lateral sobre o membro inferior a ser manipulado. Osteopata à

altura do pé do paciente, toma contato com seu pisiforme da mão interna sobre a região

anteromedial do talus do paciente e sua mão externa reforça o contato com pisiforme.

A técnica se realiza com o Osteopata deslocando seu centro de gravidade sobre a lesão e

o thrust se dá em direção ao solo.

Técnica de Thrust para disfunção de talus ântero-interno em decúbito lateral

Técnica de Thrust para disfunção de talus anterior em decúbito dorsal

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10.2.3.5 – Técnica de energia muscular para disfunção de talus anterior

Paciente sentado. Osteopata sentado de frente para o paciente, toma contato com seus

polegares na região anterior do talus do paciente e o restante da mão controla o antepé do

paciente.

A técnica consiste em levar o tornozelo do paciente em dorsiflexão máxima e o talus no

sentido posterior e pedir contrações de 3-5 segundos no sentido da flexão plantar. Ao final de

cada contração, o Osteopata deve aumentar o movimento de dorsiflexão e levar o talus mais no

sentido posterior. Realizar as contrações até que o talus não tenha mais possibilidade de ser

levado posteriormente.

10.3 – Articulação talocalcânea ou subtalar

O osso calcâneo realiza movimentos valgo (posteroexterno) e varo (anterointerno)

durante a eversão e inversão respectivamente. Tais movimentos também são importantes na

marcha nos momentos de apoio e transmissão de cargas no retropé.

Técnica de energia muscular para disfunção de talus anterior

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Essa articulação pode estar adaptada à condição estática dos pés em posição considerada

neutra, valgo ou varo. Essa adaptação posicional pode proporcionar tendências a condições

disfuncionais da subtalar, porém deve-se considerar não somente ao posicionamento estático

como a mobilidade do calcâneo em todos os sentidos possíveis. Os traumas podem alterar tais

tend6encias disfuncionais como no exemplo de um individuo com calcâneo posicionado

estaticamente em valgo, e após um entorse em inversão o calcâneo se bloqueando no sentido

anterointerno.

10.3.1 – Disfunções do calcâneo

10.3.1.1 – Disfunção posteroexterna (valgo) do calcâneo

Nessa disfunção o calcâneo tem restrição no movimento de inversão em relação ao talus.

O mecanismo disfuncional pode ser:

adaptativo ao pé plano, no qual o talus se dirige para inferior.

entorses em eversão geralmente causam essa disfunção do calcâneo.

O calcâneo posteriorioriza e sua interlinha articular medial com o talus está aberta e a

lateral está comprimida.

Paciente tem dificuldade em fazer inversão, pois a parte inferior do calcâneo está

desviada para lateral. Ao teste de mobilidade o calcâneo não faz a abertura da interlinha lateral

da sua articulação com o talus.

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ESSA DISFUNÇÃO FAVORECE:

- Rotação medial da tíbia

- Genu valgo (lateralidade interna)

- Rotação medial coxofemoral

- Ilíaco anterior

10.3.1.2 - Disfunção anterointerna (varo) do calcâneo

Nessa disfunção o calcâneo tem restrição no movimento de eversão em relação ao talus.

O mecanismo disfuncional pode ser:

é movimento forçado de flexão plantar ou inversão.

adaptativo em relação ao pé cavo.

Representação esquemática da disfunção póstero

externa do calcâneo

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O calcâneo está anterior e sua interlinha articular lateral com o talus está aberta e a

medial está comprimida.

Paciente geralmente refere dor ao caminhar sobre a parte interna do pé. Ao teste de

mobilidade a interlinha articular medial não abre.

ESSA DISFUNÇÃO FAVORECE:

rotação lateral da tíbia

lateralidade externa (genu varo)

- rotação lateral da coxofemoral

- Ilíaco posterior

10.3.1.3 – Teste de mobilidade do calcâneo

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador, de frente para a planta do pé do paciente, segura

o calcâneo do paciente com as duas mãos e apoia a região inferior do calcâneo em seu abdômen.

O teste consiste em o avaliador rodar seu tronco no sentido da supinação e pronação do

calcâneo, induzindo o mesmo aos movimentos de varo e valgo.

Representação esquemática da disfunção

ântero-interna do calcâneo

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Se o calcâneo estiver bloqueado em valgo – disfunção de calcâneo posterolateral.

Se o calcâneo estiver bloqueado em varo – disfunção de calcâneo anteromedial.

Teste para disfunção de calcâneo ântero-medial ou póstero-lateral – colocação das

mãos e execução do teste

10.3.1.4 – Técnica de Thrust para disfunção de calcâneo posterolateral (valgo)

Paciente em decúbito ventral, com joelho fletido a 90º. Osteopata do lado do membro

inferior a ser manipulado, toma contato com a mão inferior sob o dorso do pé do paciente e com

a mão superior sobre a região posterior do calcâneo do paciente.

A técnica se realiza com o Osteopata levando o calcâneo do paciente para anterior com a

mão superior e “refazendo” o arco plantar com a mão inferior e o thrust se dá com a mão

superior levando o calcâneo na direção do antepé.

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10.3.1.5 – Técnica de Thrust para disfunção de calcâneo anteromedial (varo)

Paciente em decúbito dorsal, com fêmur em rotação lateral e a região lateral do tornozelo

apoiada sobre a maca. Osteopata em pé, de frente para planta do pé do paciente, faz contato

pisiforme com a mão lateral sobre a região pósteromedial do calcâneo e a mão medial sobre a

região ânteromedial do talus.

A técnica consiste em reduzir o slack com o peso do corpo do Osteopata sobre os

contatos e o thrust com a mão medial no sentido da maca e anterior e a mão lateral no sentido da

maca e posterior.

Técnica de Thrust para disfunção de calcâneo

posteriolateral

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10.4 - Articulação mediotarsiana (Chopart)

Essa linha é composta pela conexão do conjunto do talus e calcâneo posteriormente, ao

navicular e cuboide anteriormente, como mostram as imagens abaixo.

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Importante zona para os movimentos de inversão e eversão do tornozelo, onde o

navicular e cuboide realizam movimentos rotacionais combinados com deslizamentos

superoinferiores. Também participa de maneira importante dos movimentos de adução e

abdução, pelo fulcro criado pelo ligamento em “Y”de Chopart.

10.4.1 - Disfunção de inferioridade do navicular

Nessa disfunção o navicular tem restrição no movimento no sentido superior em relação

ao talus. Pode gerar ou estar fixado por espasmo do músculo tibial posterior, que se insere no

tubérculo da navicular.

Paciente geralmente refere dor difusa sobre o arco plantar medial e ao caminhar sobre o

bordo medial do pé. Ao teste de mobilidade o navicular não sobe sua parte lateral. Assim como a

disfunção do cubóide, a do navicular também é secundária às disfunções de outras articulações.

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10.4.1.1 – Teste para disfunção de inferioridade do navicular

Paciente em decúbito dorsal. Avaliador de frente para a lateral do tornozelo do paciente,

toma contato com sua mão medial (indicador na região medial e polegar na região superior)

sobre o navicular do paciente e sua mão lateral sobre o talus e a tíbia do paciente, bloqueando o

tornozelo em posição neutra (90º).

O teste consiste em o avaliador levar o navicular no sentido da flexão plantar e eversão e

é positivo se este movimento estiver restrito.

10.4.1.2 – Técnica de Thrust para disfunção de navicular inferior em decúbito dorsal

Paciente em decúbito dorsal, Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente, toma

contato com sua mão interna sobre o navicular do paciente e sua mão externa sobre o talus e a

tíbia do paciente, bloqueando o tornozelo a 90 graus.

A técnica se realiza com o Osteopata levando o antepé em flexão plantar, eversão e

abdução e o thrust se dá com body drop para aumentar estes parâmetros.

Teste para disfunção de inferioridade do navicular

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10.4.1.3 – Técnica de Snap para disfunção de navicular inferior

Paciente em decúbito ventral, com o membro inferior a ser manipulado para fora da

maca. Osteopata ajoelhado de frente para a planta do pé do paciente. Toma contato com a mão

interna sobre a face medial do pé do paciente, com os dedos no dorso do pé e o polegar na região

inferior do navicular e com sua mão externa sobre a face lateral do pé do paciente, com polegar

reforçando o polegar da mão interna.

A técnica se realiza com o Osteopata imprimindo dorsiflexão do tornozelo do paciente e

o thrust se dá com um impulso dos polegares na direção do joelho do paciente.

Técnica para disfunção de inferioridade do navicular em decúbito dorsal

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10.4.2 - Disfunção de inferioridade do cubóide

Nessa disfunção o cubóide tem restrição no movimento no sentido superior em relação ao

calcâneo. O cubóide não apresenta disfunção de superioridade, pois esta posição está limitada

pelo proeminente processo lateral do calcâneo e pela tensão do ligamento calcâneo cubóide

inferior.

Paciente geralmente refere dor no movimento de inversão e ao caminhar sobre o bordo

lateral do pé. Ao teste de mobilidade o cubóide não sobe sua parte interna.

A disfunção do cubóide acontece em adaptação à disfunção de outras articulações. Antes

de liberar a mobilidade do cubóide há necessidade de liberar o navicular e o calcâneo (se

estiverem em disfunção).

10.4.2.1 – Teste para disfunção de inferioridade do cubóide

Paciente em decúbito dorsal, avaliador de frente para a planta dos pés do paciente, toma

contato com a mão lateral sobre o cubóide (polegar na lateral do cubóide e indicador na região

inferior do cubóide) e a mão medial na região posterior do calcâneo para bloquear o tornozelo

em posição neutra (90º).

Técnica de Snap para disfunção de navicular inferior

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O teste consiste em o avaliador levar o cubóide no sentido da flexão plantar e inversão e é

positivo se este movimento estiver restrito.

10.4.2.2 – Técnica de Thrust para disfunção de cubóide inferior em decúbito dorsal

Paciente em decúbito dorsal, Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente, toma

contato da mão interna com a região posterior do calcâneo do paciente e bloqueia o tornozelo em

90 graus e a mão externa sobre o cubóide.

A técnica se realiza com o Osteopata levando o antepé em flexão plantar e inversão e o

thrust se dá com body drop aumentando estes parâmetros.

Teste para disfunção de inferioridade do cuboide

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10.4.2.3 – Técnica de Snap para disfunção de cubóide inferior

Paciente em decúbito ventral, com o membro inferior a ser manipulado para fora da

maca. Osteopata ajoelhado de frente para a planta do pé do paciente toma contato com a mão

lateral sobre a face lateral do pé do paciente (com os dedos no dorso do pé e o polegar na região

plantar medial do cubóide) e com sua mão medial sobre a face medial do pé do paciente, com

polegar reforçando o polegar da mão lateral.

A técnica se realiza com o Osteopata imprimindo dorsiflexão do tornozelo do paciente e

o thrust se dá com um impulso dos polegares na direção do joelho do paciente

Técnica de thrust para disfunção de inferioridade do

cubóide em decúbito dorsal

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10.5 – Articulação tarsometatarsal(Lisfranc)

Nessa linha articular ocorrem especialmente os movimentos de deslizamentos entre os

ossos que compõem a linha de Lisfranc. Durante os movimentos funcionais do tornozelo e pé, os

cuneiformes e base dos metatarsos realizam deslizamentos superiores e inferiores.

Dependendo da morfologia da articulação, essas estruturas ósseas podem se encontrar

restritas em condições distintas:

disfunção em superioridade dos cuneiformes;

disfunção de inferioridade ou superiordade dos metatarsos.

10.5.1 - Disfunção de superioridade dos cuneiformes

Encontrada em adaptação aos pés planos ou até mesmo nos pés cavos, onde os

cuneiformes estão superiores em relação à base dos metatarsos.

É frequente no segundo cuneiforme, e no teste de mobilidade os cuneiformes não baixam.

Técnica de Snap para disfunção de cubóide

inferior

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10.5.1.2 – Teste para disfunção de cuneiformes superiores

Paciente em decúbito dorsal, avaliador de frente para a planta do pé do paciente, faz

contato com os polegares na região plantar da cabeça do metatarso correspondente ao

cuneiforme que está sendo avaliado e com os indicadores na região dorsal do cuneiforme.

O teste consiste em elevar a cabeça do metatarso com os polegares e baixar o cuneiforme

com os indicadores (o teste deve ser feito para cada cuneiforme). O teste é considerado positivo

se há restrição do movimento do cuneiforme no sentido inferior.

Representação esquemática da disfunção de

superioridade dos cuneiformes

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10.5.1.3 – Técnica de Tug para disfunção de cuneiformes superiores

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente. Toma

contato com a articulação interfalangeana proximal do terceiro dedo da mão interna na região

superior do cuneiforme a ser manipulado e o polegar controla o arco plantar. A mão externa

toma o mesmo contato, porém na região lateral do pé e com a interfalangeana reforçando contato

da interfalangeana da mão interna.

A técnica se realiza com o Osteopata colocando o pé do paciente em dorsiflexão e

eversão e deslocando seu centro de gravidade para trás e o thrust se dá na direção do terapeuta.

Teste para disfunção de cuneiforme medial

superior

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10.5.1.4 – Técnica de thrust para disfunção de cuneiformes superiores

Paciente em decúbito dorsal, com coxa e perna flexionadas e pé apoiado sobre a maca.

Osteopata em pé, toma contato com o pisiforme da mão medial sobre o cuneiforme em disfunção

e reforça o contato com o pisiforme da mão lateral.

A técnica consiste em o centro de gravidade no sentido do cuneiforme em disfunção para

reduzir o slack. O thrust é realizado com o pisiforme, no sentido da maca.

Técnica de Tug para disfunção de cuneiformes superiores

Técnica de thrust para disfunção de cuneiformes superiores

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10.5.1.5 – Técnica articulatória para cuneiforme superior

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata em pé, de frente para a planta do pé do paciente,

faz contato com a região anterior da coxa na planta do pé do paciente e polegares reforçados na

região dorsal do cuneiforme em disfunção.

A técnica consiste em comprimir o cuneiforme no sentido inferior e fazer movimentos

em “8” com o corpo para potencializar o efeito sobre o cuneiforme.

10.5.2 - Disfunção de inferioridade dos metatarsos (2º a 5º)

Encontrada em adaptação aos pés planos. Não existe no primeiro metatarso, apenas no

segundo e terceiro em relação aos cuneiformes.

Paciente geralmente refere dor na face plantar das bases dos metatarsos, por compressão.

Ao teste de mobilidade as bases dos metatarsos não superiorizam.

Técnica articulatória em “8” para disfunção de cuneiforme

superior

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10.5.2.1 – Teste para disfunção de base dos metatarsos inferiores

Paciente em decúbito dorsal, avaliador de frente para a planta do pé do paciente,

estabiliza o mediopé (cuneiformes e cubóide) do paciente com a mão superior e, com a mão

inferior, leva a base do metatarso que está sendo avaliado no sentido superior.

O teste é considerado positivo se há restrição do movimento da base do metatarso no

sentido superior.

Representação esquemática da disfunção de inferioridade dos metatarsos

Teste para disfunção de base dos metatarsos inferiores

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10.5.2.2 – Técnica de Snap para disfunção dos metatarsos inferiores

Paciente em decúbito ventral, com joelho (fora da maca) em flexão.

Osteopata de frente para a planta do pé do paciente, toma contato com seus polegares (um

reforçando o outro) na região inferior da base do metatarso a ser manipulado.

A técnica se realiza colocando o tornozelo do paciente a 90º e o thrust se dá promovendo

flexão plantar associada à tração na direção do solo.

10.5.3 - Disfunção de superioridade do 1º metatarso

Encontrada em casos de:

adaptação aos pés cavos

traumas causados por mecanismo que ocorrem em esportes com chute (como futebol,

lutas), pois fazem alavanca na região anterior do metatarso quando realizam o chute.

Técnica de Snap para disfunção dos metatarsos

inferiores

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Paciente pode referir dor:

- no mediopé ou no hálux,

- ao caminhar sobre o bordo medial do pé e

- nos movimentos de eversão.

Ao teste de mobilidade a base do metatarso não inferioriza.

10.5.3.1 – Teste para disfunção de base do 1º metatarso superior

Paciente em decúbito dorsal, avaliador de frente para a planta do pé do paciente, faz

contato com os polegares na região plantar da cabeça do metatarso que está sendo avaliado e

com os indicadores na região dorsal da base desse metatarso.

O teste consiste em elevar a cabeça do metatarso com os polegares e baixar a base com os

indicadores.

O teste é considerado positivo se há restrição do movimento da base do metatarso no

sentido inferior.

Representação esquemática da disfunção de

superioridade do 1º metatarso

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10.5.3.2 – Técnica de TUG para disfunção de superioridade do 1º metatarso

Paciente em decúbito dorsal.

Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente. Toma contato com a articulação

interfalangeana proximal do terceiro dedo da mão medial na região superior da base do 1º

metatarso e o polegar controla o arco plantar. Sua mão lateral toma o mesmo contato, porém na

região lateral do pé e com a interfalangeana reforçando contato da interfalangeana da mão

medial.

A técnica se realiza colocando o pé do paciente em dorsiflexão e eversão e deslocando o

centro de gravidade para trás e o thrust se dá na direção do tronco do osteopata.

Teste para disfunção de base do 1º metatarso

superior

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10.6 – Articulação metarasofalangeana

É uma articulação sinovial elipsoide que nela realizam-se principalmente os movimentos

em dobradiça na flexão e extensão dos dedos.

Sugere-se que as disfunções nessas articulações sejam mais relacionadas a adaptações

estáticas dos pés ou até mesmo à outras disfunções intrínsecas dos ossos do pés, do que

relacionadas a traumas. De qualquer forma é interessante considerar a possibilidade de distúrbios

locas que possam afetar a propriocepção do segmento como um todo.

10.6.1 - Disfunção de extensão das metatarsofalangeanas

Encontrada em adaptação aos pés cavos e em pés que têm espasmo do músculo extensor

longo dos dedos.

Paciente apresenta dedos em garra.

Ao teste há restrição da mobilização desta articulação no sentido da flexão.

Técnica de Tug para disfunção de superioridade do

1º metatarso

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10.6.1.1 – Teste para disfunção de extensão das metatarsofalangeanas

Paciente em decúbito dorsal, avaliador de frente para a planta do pé do paciente,

estabiliza os metatarsos com a mão superior e, com a mão inferior, flexiona, passivamente, o

hálux do paciente.

O teste é considerado positivo se a flexão do hálux estiver restrita.

10.6.1.2 – Técnica de Thrust para disfunção de metatarsofalangeana em extensão

Paciente em decúbito dorsal, Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente, toma

contato em “bico de pato” com o dedo a ser manipulado.

A técnica se realiza com o terapeuta tracionando o dedo do paciente em direção ao teto e

o thrust se dá nesta mesma direção.

Teste para disfunção de base de extensão das

metatarsofalangeanas

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10.7 – Articulação metatarsofalangeana do hálux

10.7.1 - Disfunção de adução do hálux (hálux valgo)

Encontrada em adaptação aos pés planos, com calcâneo valgo, onde o antepé prona e há

debilidade do músculo fibular longo, que gera afastamento do 1º metatarso em relação ao 2º

metatarso e consequente adução do hálux.

Paciente apresenta hálux aduzido (valgo) e pode ter dor por compressão da bursa do

abdutor do hálux e/ou pela luxação dos ossos sesamóides dos flexores do hálux.

Ao teste há restrição da mobilização desta articulação no sentido da abdução.

10.7.1.1 – Teste para disfunção de adução do hálux

Paciente em decúbito dorsal, avaliador de frente para a planta do pé do paciente,

estabiliza os metatarsos com a mão superior e,com a mão inferior abduz, passivamente, o hálux

do paciente.

O teste é considerado positivo se a abdução do hálux estiver restrita.

Técnica de Thrust para disfunção de metatarsofalangeana em

extensão

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10.7.1.2 – Técnica de Thrust para disfunção de adução do hálux

Paciente em decúbito lateral sobre o lado a ser manipulado.

Osteopata de frente para a planta dos pés do paciente, toma contato da sua mão externa

entre o hálux e o segundo dedo, com seu polegar sobre a articulação matatarsofalangeana do

hálux e sua mão interna toma contato com pisiforme sobre o polegar da mão externa.

A técnica se realiza com redução de slack e thrust na direção do solo.

Teste para disfunção de base de adução do hálux

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11 – Técnicas para tecidos moles

11.1 – Técnica de streching para os gastrocnémios

Paciente em decúbito ventral, com os pés fora da maca e um coxim na região anterior do

joelho. Osteopata em pé, de frente para a planta do pé do paciente, faz contato com a região

anterior da coxa na planta do pé do paciente, a mão proximal na região posterior do joelho e a

mão distal na região posterior do tornozelo do paciente.

A técnica consiste em estabilizar a perna do paciente em extensão e aumentar a

dorsiflexão do paciente utilizando a coxa.

Técnica de Thrust para disfunção de adução do hálux

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11.2 – Técnica de streching do sóleo

Paciente em decúbito ventral, com a perna em flexão de 90º. Osteopata ao lado do

paciente, à altura do joelho, faz contato com sua mão proximal na região posterior do tornozelo

do paciente e sua mão distal no calcâneo e antebraço na planta do pé do paciente.

A técnica consiste em realizar movimentos de dorsiflexão máxima e flexão da perna do

paciente, de maneira lenta e rítmica.

Técnica de stretching para os gastrocnémios

Técnica de stretching do sóleo

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11.3 – Técnica neuromuscular para fáscia plantar superficial

Paciente em decúbito dorsal

Osteopata em pé, à altura do joelho do paciente, faz contato com a mão superior na região

distal da tíbia do paciente e com a mão inferior com os dedos na região inferior do calcâneo e

antebraço no antepé do paciente.

A técnica consiste em gerar dorsiflexão com o antebraço e deslizar os dedos sobre a

fáscia plantar no sentido longitudinal. Esta técnica deve ser repetida várias vezes.

11.4 – Técnica de streching tranversal da fáscia plantar superficial

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata sentado, à altura do pé do paciente, faz contato

com a mão superior nos dedos do pé do paciente e com a mão inferior com os dedos na região

inferior do mediopé do paciente (segurando a fáscia plantar de maneira transversal às suas

fibras).

A técnica consiste em gerar extensão dos dedos com a mão superior e tracionar a fáscia

plantar superficial de medial para lateral. Esta técnica deve ser repetida várias vezes.

Técnica neuromuscular para fáscia plantar superficial

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Tornozelo e pé

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11.5 – Técnica de streching tranversal da fáscia plantar profunda

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata sentado, à altura do pé do paciente, faz contato

com a mão superior nos dedos do pé do paciente e com a mão inferior com os dedos na região

inferior do mediopé do paciente (segurando a fáscia plantar de maneira transversal às suas

fibras).

A técnica consiste em gerar flexão dos dedos com a mão superior e tracionar a fáscia

plantar profunda de medial para lateral. Esta técnica deve ser repetida várias vezes.

Técnica de stretching transversal da fáscia plantar superficial

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11.6 – Técnica de stretching do arco plantar tranversal anterior

Paciente em decúbito dorsal. Osteopata sentado, de frente para planta do pé do paciente,

faz contato com polegar da mão lateral na região plantar da cabeça do 5º metatarso e com

polegar da mão medial na região plantar da cabeça do 1º metatarso (os demais dedos são

posicionados no dorso do pé do paciente).

A técnica consiste em tracionar os metatarsos no sentido inferior com os dedos e afastar

as cabeças dos metatarsos com os polegares. Esta técnica deve ser realizada diversas vezes.

Técnica de stretching transversal da fáscia plantar

profunda

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12 – AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO TORNOZELO E PÉ

Na avaliação da mecânica do pé e tornozelo é interessante solicitar o paciente a realizar

alguns movimentos funcionais para seja analisada a qualidade de tais movimentos. O avaliador

deve estar atento ao aparecimento de sintomas e também de restrições para a realização de tais

movimentos. Quando ocorre a presença de dor e/ou restrição, pode-se pensar que algumas

disfunções somáticas estejam presentes prejudicando a função. Obviamente essa análise é

somente parte da avaliação, sendo imperativo realizar os testes de mobilidade para chegar às

conclusões finais.

Quando existe dor e /ou restrição para realizar os movimentos abaixo, é possível

encontrar as seguintes disfunções:

1. Se agachar, caminhar sobre os calcanhares – flexão dorsal

maléolo fibular anterior

compressão tibiotársica

tíbia anterior

Técnica de stretching do arco plantar

transversal anterior

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talus anterior (anteroexterno ou posteroexterno)

calcâneo varo (anterointerno)

navicular inferior

cuneiforme em superioridade

base do metatarso em superioridade

2. Andar na ponta dos pés – flexão plantar

maléolo fibular posterior

compressão tibiotársica

calcâneo valgo

cubóide inferior

Base do metatarso inferior

3. Andar sobre a borda interna do pé

compressão tibiotársica

maléolo fibular anterior

tíbia anterior

talus anterior

calcâneo em varo

navicular inferior

cuneiforme em superioridade

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base do metatarso em superioridade

4. Andar sobre a borda externa do pé

compressão tibiotársica

maléolo fibular posterior

calcâneo valgo

cubóide inferior

Base do metatarso inferior

13 – POSSÍVEIS CAUSAS DE DOR E/OU LIMITAÇÃO DE MOVIMENTO

Trauma

o Fratura da tíbia, fíbula

o Tensão ligamentar (lateral ou medial)

o Lesão muscular, Peritendinite, tendinite, tenossinovite

o Síndrome do túnel do tarso

Osteocondrite dissecante do talus

Patologias degenerativas - osteoartrose

Artrite reumatóide

Infecções (tuberculose)

Diabetes

Alterações congênitas

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Pé hiperpronado

Pé cavo e plano

Síndrome de Kohler's (osteocondrite do navicular)

Tumores malignos

Lesões neurais

Neuroma de Morton

Fasceíte plantar

Metatarsalgia

Hipermobilidade

Dor referida da coluna lombar, sacroilíaca, joelho

14 – PRINCIPAIS PATOLOGIAS DO TORNOZELO E PÉ

14.1 – Síndrome do túnel do tarso

Compressão do nervo tibial posterior ao nível do túnel do tarso. Ocorre devido ao

espessamento do retináculo flexor (banda fibrosa que liga o maléolo medial à parte medial do

calcâneo), espessamento dos tendões do tibial posterior, flexor longo dos dedos e flexor longo do

hálux ou edema local. A tensão sobre o retináculo flexor pode estar aumentada se houver

disfunção do calcâneo pósterolateral.

O quadro clínico inclui: dor e formigamento na planta do pé e déficit de força dos

músculos flexores curtos dos dedos e hálux, que exacerbam durante a noite.

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Tornozelo e pé

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14.2 – Tendinite calcânea

Inflamação do tendão calcâneo, mais comum na região do tendão próxima à inserção no

calcâneo. Pode haver degeneração do tendão, fibrose ou calcificação e pode estar associada à

deformidade de Haglund (saliência no aspecto posterior do calcâneo), que predispõe à

compressão do calçado sobre o tendão, espasmo do tríceps sural ou hipersolicitação mecânica do

tendão.

Geralmente evolui para formação de osteófito na região posterior do calcâneo se a causa

não for tratada (Mayers, 2002).

Para Salomão (Sizinio, 1998), a maioria das lesões tendíneas são causadas por overuse.

Pode ser causada por disfunções somáticas do navicular ou cubóide, que geram

hipermobilidade da articulação entre talus e calcâneo ou por disfunções de rotação da tíbia, que

geram aumento da tensão sobre o gastrocnêmio e consequente aumento da tensão sobre o tendão.

O quadro clínico inclui: dor na região posterior do calcâneo que pode evoluir para

incapacidade, aumento da temperatura local (inflamação).

14.3 - Fasceíte plantar

Inflamação da fáscia plantar provocada por trauma direto ou sobrecarga

(microtraumatismos). A sobrecarga se dá por aumento da tração sobre a fáscia, que pode ocorrer

em função de a fáscia estar encurtada ou tensionada por disfunções somáticas nos seus pontos de

fixação.

Segundo Mayers (2002), pode evoluir para osteófito na região inferior do calcâneo

(esporão calcâneo)

O quadro clínico inclui: dor na planta do pé que exacerba ao acordar e realizar atividades

de impacto.

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14.4 – Hálux valgo

Desvio lateral do hálux em relação à cabeça do 1º metatarso. Gera inflamação da bursa

que se situa na lateral da cabeça do metatarso.

Ocorre por hipotonia do músculo fibular longo, que é responsável por manter o 1º

metatarso próximo ao 2º metatarso. Com a hipotonia, o 1º metatarso se afasta do 2º e o adutor do

hálux se espasma, levando o hálux no sentido lateral.

Pode ocorrer, também, como adaptação ao pé plano ou calcâneo varo (onde o antepé

prona para compensar o varo do calcâneo).

Para Salomão (Sizinio, 1998), o hálux valgo é o estágio final das alterações mecânicas e

posturais do retro e mediopé.

Com a alteração do posicionamento, o 1º metatarso gira sobre seu eixo, o que gera

luxação dos ossos sesamóides dos tendões flexores do hálux. Cronicamente há exostose, que

potencializa a compressão sobre a bursa.

O quadro clínico inclui: dor na região da articulação metatarsofalangeana do hálux, que

exacerba com pressão lateral exercida pelo calçado.

O diagnóstico é confirmado com radiografia. Traça-se 2 linhas (1 sobre a linha média da

falange proximal e 1 sobre a linha média do 1º metatarso) e o ângulo formado não pode exceder

15º.

14.5 – Entorse do tornozelo em inversão

É o entorse mais comum no tornozelo. Acontecem por movimento exagerado de flexão

plantar associado à inversão, nessa posição o tornozelo é menos estável, pois o região posterior

da tróclea do talus (mais estreita) está posicionada na pinça bimaleolar.

Pode ser classificadas em três graus (Beynnon et al. 2006) de acordo com as suas

características:

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As lesões de grau I (leves) apresentam edema e equimose mínima e discreta perda de

função, o tornozelo se mantém estável, com provas de gaveta anterior e inclinação lateral do talo,

negativas. Nesses casos, há lesão parcial dos ligamentos, mas sem causar insuficiência.

As lesões de grau II (moderadas) apresentam edema difuso e equimose mais ampla,

geram instabilidade do tornozelo e a prova de gaveta anterior é positiva. O grau de incapacidade

funcional é maior que o grau I.

As lesões de grau III (graves) apresentam edema e equimose mais extensos; o tornozelo

se torna instável com a prova de gaveta anterior positiva e há perda completa da função do

tornozelo.

Estas lesões podem levar ao acometimento dos nervos fibular comum e tibial posterior,

principalmente quando estas entorses são de grau II ou III (Kleinrensink et.al., 1994).

14.6 - Neuroma de Morton

Espessamento (tumor benigno) de 1 nervo interdigital à altura das cabeças do metatarsos

(mais comum entre 3º e 4º metatarsos). Encontrado, geralmente, nos pés planos, com eversão do

antepé e o conjunto navicular e cubóide em posição inferior.

O quadro clínico inclui: déficit de sensibilidade entre 3º e 4º dedos, dor na região das

cabeças dos metatarsos com irradiação para os dedos, que exacerba ao apoio e ao usar sapatos

(mais estreitos na parte anterior). O paciente, frequentemente, sente a necessidade de tirar o

calçado.

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15 - Testes ortopédicos

15.1 – Teste de gaveta anterior do tornozelo

Paciente em decúbito ventral, com a perna em flexão de 90º, com o pé relaxado.

Avaliador posiciona-se lateral ao tornozelo a ser avaliado e faz o contato da mão inferior na

região anterior inferior da tíbia e a mão superior na região posterior do calcâneo do paciente.

O teste consiste em empurrar o calcâneo no sentido anterior. É considerado positivo se há

movimento aumentado do talus em relação à tíbia no sentido anterior, o que sugere instabilidade

articular por provável lesão do ligamento talofibular anterior.

15.2 – Teste de stress dos ligamentos laterais do tornozelo

Paciente em decúbito ventral, com a perna em flexão de 90º, com o pé relaxado.

Avaliador posiciona-se lateral ao tornozelo a ser avaliado e faz o contato da mão inferior no

dorso do pé e a mão superior na região posterior do calcâneo do paciente (ambos os polegares

posicionam-se na lateral do talus e calcâneo do paciente).

O teste consiste em empurrar o calcâneo e o talus no sentido da inversão. É considerado

positivo se há movimento aumentado do talus e calcâneo em relação à tíbia no sentido da

Teste de gaveta anterior do tornozelo

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inversão, o que sugere instabilidade articular por provável lesão do ligamento talo-fibular

anterior, calcâneo-fibular e/ou posterior.

16 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

American Association of Colleges of Osteopathic Medicine (AACOM).Glossary of Osteopathic terminology. Nov

2011.

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