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Professora: Camila Tochetto Wollmann 7° Período / Farmácia 2011-1 TOXICOLOGIA

Toxico- Aula 1

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Professora: Camila Tochetto Wollmann

7° Período / Farmácia 2011-1

TOXICOLOGIA

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Bibliografia Recomendada:

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TOXICOLOGIA

O que é ?

É a ciência que investiga experimentalmente a ocorrência, a natureza, a incidência, os mecanismos e os fatores de risco dos efeitos nocivos de agentes químicos.

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TOXICOLOGIA

Para que serve?

Possui finalidade principal de prevenir o aparecimento de efeitos adversos de substâncias químicas sobre os organismos vivos, ou seja, estabelecer o uso seguro destas substâncias.

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TOXICOLOGIA

Histórico: Venenos de animais e plantas tóxicas

usados como instrumento de caça ou arma contra inimigos (ópio, cicuta, chumbo);

Na antiguidade o veneno era usado para fins políticos;

Idade média – envenenamentos eram frequentes;

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TOXICOLOGIA

Sócrates foi condenado à morte (envenenado) em 399 a.C;

1°Classificação dos venenos existentes foi requisitada por Nero;

O tratamento recomendado era a utilização de eméticos e ventosas.

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TOXICOLOGIAHistórico: Medicina árabe – métodos químicos para

preparação de extratos de medicamentos e venenos;

Renascimento – envenenadores tornaram comum uso de veneno com finalidade criminal;

Luis XIV – punição aos envenenadores;

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TOXICOLOGIAHistórico: Século XX – avanço tecnológico na área de

síntese química;

Década de 60 – avaliação da segurança e risco na utilização das substâncias químicas;

Ensaios toxicológicos – obrigatoriedade.

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TOXICOLOGIA

FONTES DE CONTAMINAÇÃO:- Residências;- Hospitais;- Tratamento de água;- Agricultura;- Rios;- Indústria;- Aterros;- Queimadas;- Cadeia Alimentar.

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TOXICOLOGIA

CLASSIFICAÇÃO DA TOXICIDADE

Fonte: OPAS, 1997.

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TOXICOLOGIA

A toxicologia pode ser dividida em 3 ramos:

1. Toxicologia analítica ou química: Consiste na identificação e quantificação

dos agentes tóxicos e seus metabólitos. Finalidade: diagnosticar, prevenir ou dar

subsídios para o tratamento de uma intoxicação.

É de âmbito do farmacêutico ou do químico.

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TOXICOLOGIA

2. Toxicologia clínica ou médica

Consiste no estudo dos sinais e sintomas clínicos objetivando prevenir ou diagnosticar a intoxicação e orientar o tratamento.

É de âmbito médico e/ou médico veterinário.

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TOXICOLOGIA

3. Toxicologia experimental

Consiste em identificar e compreender os mecanismos de ação tóxica sobre o sistema biológico e avaliar os efeitos decorrentes dessa ação.

É de âmbito multiprofissional.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA

1.Toxicologia Ambiental

2. Toxicologia Ocupacional

3. Toxicologia de Alimentos

4. Toxicologia de Medicamentos

5. Toxicologia Social

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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA

1.Toxicologia Ambiental

Área que estuda os efeitos nocivos causados pela interação de agentes químicos contaminantes do ambiente – água, solo, ar – com os organismos humanos.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA

2. Toxicologia Ocupacional

Estuda os efeitos nocivos produzidos pela interação dos agentes químicos presentes no ambiente de trabalho com os indivíduos a eles expostos.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA

3. Toxicologia de Alimentos

Estuda os efeitos nocivos provocados por substâncias químicas presentes em alimentos, para definir as condições em que os alimentos podem ser ingeridos sem causar danos ao organismo.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA

4. Toxicologia de Medicamentos

Estuda os efeitos nocivos produzidos pela interação de medicamentos com o organismo, decorrentes do uso inadequado ou da suscetibilidade individual.

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ÁREAS DE ATUAÇÃO DA TOXICOLOGIA

5. Toxicologia Social

Estuda os efeitos nocivos decorrentes do uso não médico de drogas ou fármacos, causando prejuízo ao próprio indivíduo e à sociedade.

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Conceitos básicos em toxicologia

Toxicante ou agente tóxico:

é toda substância química capaz de causar dano a um sistema biológico.

encontram-se na área ambiental, ocupacional, de alimentos, de medicamentos e social.

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Conceitos básicos em toxicologia

Toxicidade:

capacidade de uma substância química produzir um efeito adverso intenso quando interage com um organismo vivo.

A toxicidade de uma substância depende: dose condições da exposição ao toxicante, assim

como do sistema biológico.

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Conceitos básicos em toxicologia

Intoxicação:

É um estado patológico provocado pelo agente tóxico, em decorrência de sua interação com o organismo.

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Conceitos básicos em toxicologia

Xenobiótico:

É toda substância química estranha ao organismo, ou seja, são substâncias precedentes do exterior do organismo.

Ex.: chumbo, mercúrio.

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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TÓXICOS

1. Quanto às características físicas:

Gases (ácido cianídrico, monóxido de carbono, óxido nitroso, etc);

Vapores (volatilização de solventes orgânicos: gasolina, álcool benzeno, tolueno, xileno, etc);

Partículas (poeiras e fumos; neblinas e névoas).

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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TÓXICOS

2. Quanto às características químicas:

Halógenos Produtos ácidos e alcalinos Hidrocarbonetos alifáticos, aromáticos Metais pesados, etc

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CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES TÓXICOS

3. Quanto ao tipo de ação tóxica (ou órgão onde atuam):

Nefrotóxico

Neurotóxico

Hepatotóxico

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FATORES QUE INFLUENCIAM NA TOXICIDADE

Fatores físico-químicos (solubilidade, estado físico, tamanho molecular, etc.)

Via de introdução (pele, TGI, respiratória, etc)

Dose ou concentração Frequência da exposição Susceptibilidade individual...

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Efeitos tóxicos

São os efeitos adversos causados por substâncias químicas. Assim, todo o efeito tóxico é indesejável e nocivo. Mas nem todos efeitos indesejáveis são tóxicos.

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Classificação dos efeitos tóxicos

Efeito alérgico

Reações alérgicas ou alergia química são reações adversas que ocorrem somente após uma prévia sensibilização do organismo ao AT, ou a um produto quimicamente semelhante.

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Classificação dos efeitos tóxicos

- Efeito imediato, crônico e retardado

Efeitos Imediatos ou agudos são aqueles que aparecem imediatamente após uma exposição aguda, ou seja, exposição única ou que ocorre, no máximo, em 24 horas. Em geral são efeitos intensamente graves.

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Classificação dos efeitos tóxicos

Efeitos crônicos são aqueles resultantes de uma exposição crônica, ou seja, exposição a pequenas doses, durante vários meses ou anos.

Efeitos retardados são aqueles que só ocorrem após um período de latência, mesmo quando já não mais existe a exposição. Ex.: efeitos carcinogênicos que têm uma latência de 20-30 anos.

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Classificação dos efeitos tóxicos

Efeitos reversíveis e irreversíveis

A manifestação de um ou outro efeito vai depender, principalmente, da capacidade do tecido lesado em se recuperar.

Ou seja, se há capacidade de regeneração o efeito será reversível. Caso contrário será irreversível.

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Classificação dos efeitos tóxicos

Efeitos locais e sistêmicos O efeito local refere-se àquele que ocorre

no local do primeiro contato entre o AT e o organismo.

O sistêmico exige uma absorção e distribuição da substância.

Existem substâncias que apresentam os dois tipos de efeitos. (ex.: Benzeno, chumbo tetraetila, etc.).

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Fases da intoxicação

1. Fase de exposição

2. Fase toxicocinética

3. Fase toxicodinâmica

4. Fase clínica

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Fases da intoxicação

1. Fase de exposição

Corresponde ao contato do agente tóxico com o organismo.

Via ou local de exposição Duração e frequência da exposição

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Estuda a relação entre a quantidade de um agente tóxico que atua sobre o organismo e a concentração dele no plasma.

Absorção Distribuição Biotransformação/ Metabolização Eliminação do agente tóxico

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Absorção:

É a passagem de substâncias do local de contato para a circulação sanguínea.

Principais vias de exposição de agentes tóxicos no organismo são:

Dérmica (pele) Oral (TGI) Respiratória (pulmonar)

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Absorção dérmica: Impermeável à soluções aquosas Permeável a grande número de toxicantes

sólidos, gases e líquidos lipossolúveis. Efeitos: corrosão, sensibilização, mutações

gênicas (efeitos locais) Exemplos de toxicantes: ácidos, bases, etc

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Absorção por via respiratória:

Depende do tamanho das partículas

Efeito sistêmico

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Absorção oral: Ingestão por água ou alimentos

contaminados Ingestão voluntária – suicídio ou

dependência Variação do pH, etc

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinéticaDistribuição: do AT aos tecidos através do

sangue e linfa. Depende de: Fluxo sanguíneo e linfático nos órgãos; Ligação de AT às proteínas; Diferenças de pH e coeficiente de partição

O/A; Barreiras biológicas (placenta e

hematoencefálica)

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Distribuição:

A intensidade e a duração do efeito tóxico dependem da concentração do AT nos sítios de ação.

Para alcançar o sítio de ação, a substância deve estar preferencialmente no seu estado molecular lipossolúvel e não ligada às proteínas plasmáticas.

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinéticaBiotransformação é toda alteração que ocorre na estrutura química da substância no organismo. É catalisada por enzimas. Facilita a excreção dos agentes tóxicos.

Reações de biotransformação: Fase I: oxidação, redução e hidrólise (aumento

da hidrofilicidade) Fase II: reações de conjugação (glicuronidação,

sulfatação, metilação...)

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

A forma mais comum de se encontrar o agente tóxico em material biológico é como produto biotransformado.

Ex: - maconha – 11-Nor-9-carboxitetraidrocanabinol;

- cocaína - benzoilecgonina

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Fases da intoxicação

Fatores que modificam a biotransformação:

Fatores internos: Raça Fatores genéticos Gênero Idade Estado nutricional Estado patológico

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Fases da intoxicação

Fatores que modificam a biotransformação:

Fatores externos:

Certas substâncias (hormônios esteroidais, inseticidas clorados, barbitúricos, etc) atuam sobre os sistemas enzimáticos, ativando-os ou inibindo-os.

Indução enzimática (biotransformação é acelerada)

Inibição enzimática (biotransf. é diminuída)

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Fases da intoxicação

2. Fase toxicocinética

Excreção: processo pelo qual uma substância é eliminada do organismo.

Principais vias de excreção: Urinária Fecal Pulmonar

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Estuda os mecanismos da ação tóxica das substâncias químicas sobre o organismo

Toda substância química tóxica produz seus efeitos alterando as condições fisiológicas e bioquímicas normais das células.

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Algumas substâncias atuam sobre qualquer órgão causando irritação e corrosão nos tecidos de contato.

Outras, são mais seletivas no modo de ação e causam danos em órgãos específicos, sem lesar outros.

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Interferência no funcionamento de sistemas biológicos:

Inibição irreversível de enzimas. Ex: inseticidas organofosforados e acetilcolinesterase.

Inibição reversível de enzimas. Ex: inseticidas carbamatos – acetilcolinesterase.

Síntese letal. Morte celular, tecidual.

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Interferência no transporte de oxigênio. Alteração da hemoglobina impedindo o transporte de oxigênio (carboximoglobina, metemoglobina, cianometemoglobina) ou por lise das hemácias.

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Interferência no sistema genético Ação citostática. Impedem a divisão celular.

São substâncias usadas no tratamento do câncer, porém não tem ação seletiva, por isso apresentam efeitos colaterais.

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Interferência no sistema genético Ação mutagênica. Alteração súbita do

material genético e transmitida à descendência. São eventos raros, que ocorrem por acaso, podendo ser recorrentes.

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Fases da intoxicação

3. Fase toxicodinâmica

Interferência no sistema genético Ação carcinogênica. Alterações

cromossômicas e reprodução celular acelerada. Envolve interações complexas entre vários fatores, tanto exógenos (ambientais) quanto endógenos (genéticos, hormonais, etc)

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Fases da intoxicação

4. Fase clínica

Aparecimento de sinais e sintomas, alterações patológicas decorrentes da exposição ao AT.

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FIM!