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EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT ANO XXIII NÚMERO 256 FEVEREIRO 2017 Instituição oferece 100% de serviços gratuitos e tem expectativa de ampliar seus atendimentos para 15 milhões em 2017 O SEST SENAT É SEU Trabalhador do transporte

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EDIÇÃO INFORMATIVADA CNT

ANO XXIII NÚMERO 256 FEVEREIRO 2017

Instituição oferece 100% de serviços gratuitos e tem expectativa de ampliar seus atendimentos para 15 milhões em 2017

O SEST SENATÉ SEU

Trabalhador do transporte

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REPORTAGEM DE CAPA

ANO XXIII | NÚMERO 256 | FEVEREIRO 2017SEST SENAT oferece serviços totalmente gratuitos nas áreas de promoção social e desenvolvimento profissional; em 2016, a instituição contabilizou 9,2 milhões de atendimentos e ampliou a meta para 15 milhões para este ano

Página 20

CONSELHO EDITORIAL

Nicole Goulart

Bruno Batista

João Victor Mendonça

Aloisio Carvalho

Myriam Caetano

editora

Helenise Brant

Mtb 3723

[[email protected]]

FALE COM A REDAÇÃO(61) 3315-7000 • [email protected] SAUS, Quadra 1 - Bloco J - entradas 10 e 20 Edifício CNT • 10º andar CEP 70070-010 • Brasília (DF)

esta revista pode ser acessada via internet: www.cnt.org.br | www.sestsenat.org.br

atualização de endereço: [email protected]ção da CNT (Confederação Nacional do Transporte), registrada no Cartório do

1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Jurídicas do Distrito Federal sob o número 053.

Tiragem: 40 mil exemplares

Os conceitos emitidos nos artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da CNT Transporte Atual

EDIÇÃO INFORMATIVA DA CNT

CAPA SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

T R A N S P O R T E A T U A L

ENTREVISTA

Eugênio Mussak, especialista em gestão de pessoas e liderança

página 28

página 30

página 40

SATISFAÇÃO

Atendimentos do SEST SENAT são bem avaliados pelos trabalhadores

página 8

FRETAMENTO • Estudo inédito da CNT sobre esse segmento de transporte de passageiros revela burocracia e pirataria como desafios

AÉREO

Setor registra queda na demanda de passageiros pelo 18º mês seguido

RODOVIÁRIO DE CARGAS

Contran estabelece novas regras para a amarração correta

página 36

O SEST SENATÉ SEU

Trabalhador do transporte,

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 20174

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Duke 6

Opinião 7

Mais Transporte 12

Boas Práticas 18

CIT 64

Boletins CNT 68

Boletins SEST SENAT 75

Tema do mês 78

Alexandre Garcia 81

Seções

T R A N S P O R T E A T U A L

página 44

página 60

METROFERROVIÁRIO • China constrói a maior rede de trens-bala do mundo; são mais de 20 mil quilômetros de linhas de alta velocidade no país

página 56

PASSAGEIROS

Programa renovará 10% da frota de ônibus urbanos

SUSTENTABILIDADE

SEST SENAT realiza campanha socioambiental

O PESO DOS IMPOSTOS

Rodoviário de cargas paga R$ 41 bi em tributos

AQUAVIÁRIO

Projeto de navio-porto em alto mar na região Norte

página 48 página 52

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 5

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OPINIÃODuke

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 20176

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CLÉSIO ANDRADEOPINIÃO

as últimas décadas, tornou-se consenso, no Brasil, a necessidade crônica de investimentos em infraestrutura de transporte e logística para viabilizar o escoamento competitivo de produtos. Ao longo do tempo, o país atravessou períodos de prosperidade e de crescimento

econômico, mas não conseguiu avançar significa-tivamente nessa agenda. Tal realidade decorre de uma certa incapacidade de atrair investimentos de qualidade, sobretudo do exterior.

O Brasil, se comparado com as principais economias do mundo, é o que menos investe nessa área, resultando em baixa competitivi-dade das suas cadeias produtivas. Segundo o Banco Mundial, o país destinou, nos últimos 20 anos, uma média de 2% do PIB para obras de infraestrutura em geral. Já na China, o percen-tual é de 13%. Trata-se de um equívoco estra-tégico e histórico. Desde sempre, defendemos esse investimento maciço como um dos pilares para impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento de qualquer país.

Nesse sentido, diante do atual momento de recessão e retração, a criação de um ambiente convidativo ao investimento estrangeiro em infraestrutura, a partir de uma regulamentação mais sólida, pode ter grande importância para a saída da crise. Investimentos dessa nature-za, além de proporcionarem intercâmbio de tecnologias, oferecem ao país uma série de aspectos positivos, como a criação de postos de trabalho, aumento da arrecadação tributária e desenvolvimento regional.

Ciente dessa premissa, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) mantém escritórios na China e na Alemanha, dois grandes parceiros e

potenciais investidores. O primeiro demonstra inegável capacidade para aportar capital e expertise em solo brasileiro. Os germânicos, por sua vez, detêm inconteste know-how no campo tecnológico. A partir da nossa atuação nesses países, percebemos que o investidor tem, sim, vontade e disposição de realizar negócios no Brasil, o que falta, porém, é um ambiente propício para tal.

Quando falamos de investimentos, cujos projetos levam longos períodos para ama-durecer e para terem um retorno efetivo, é necessário oferecer segurança jurídica e mos-trar quais são os melhores e mais promissores projetos. Para isso, é preciso desburocratizar a legislação vigente. Isso traria bons resultados a todos. Na medida em que se amplia a competiti-vidade no processo licitatório, a administração pública pode, por exemplo, determinar quais são as ações prioritárias para destinar, de maneira racional, os recursos de financiamen-tos. Em alguns casos, as empresas nacionais também têm acesso a novas tecnologias.

O Brasil, hoje, vive novos tempos e, para estar em conformidade com uma realidade cada vez mais globalizada, a atração de atores estrangeiros para investir nas nossas rodo-vias, ferrovias, portos, aeroportos, sistemas de transporte e mobilidade urbana é uma questão de interesse nacional. Essa matéria ganha ainda mais relevância ao constatarmos o atual momento das empreiteiras brasileiras. Por esse motivo, entendemos que o governo deveria empreender cada vez mais esforços para esta-belecer esse tipo de investimento de qualidade como uma alternativa sustentável à crise.

NSegurança para os

investimentos estrangeiros

“Para estar em conformidade com uma realidade cada vez mais globalizada, a atração de atores estrangeiros é de interesse nacional”

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 7

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EUGÊNIO MUSSAK

Ética para sobreviver e

conviver

ENTREVISTA

As discussões em torno da dimensão da ética e da moral nunca esti-veram tão latentes na

sociedade brasileira como nos últimos anos. A partir da ação de gestores públicos, políticos, autoridades e empresários, des-vios éticos passaram a figurar entre os destaques dos veículos de comunicação, pautando con-versas, debates e reflexões nas redes sociais, nas rodas de ami-gos ou em encontros familia-res. À luz dessa nova realidade social, diversos segmentos se mobilizaram para buscar mais transparência em seus proces-

das lideranças nas organiza-ções e avalia os dispositivos de combate à corrupção no Brasil.

O atual momento da socieda-de brasileira clama por mais transparência e racionalidade em todos os níveis?A ideologia é uma coisa muito boa. É importante ter ideias na vida. O único problema é quando a ideologia se so-brepõe à lógica. Quando isso acontece, a ideologia deixa de admitir o contraditório; você não quer ouvir o outro. E o outro pode ter razões. O gran-de problema que temos hoje

“As pessoas são contratadas por suas competências técnicas e, muitas vezes, são demitidas por suas incompetências comportamentais”

por DIEGO GOMES

PALESTRANTE E PROFESSOR NAS ÁREAS DE LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS

sos. No universo corporativo, a adoção de códigos de ética e de programas de compliance se tornou uma prática quase que compulsória. Essa é a avaliação de Eugênio Mussak, professor da FIA-USP (Fundação Instituto de Administração da Universida-de de São Paulo) e da Fundação Dom Cabral, nas áreas de lide-rança e gestão de pessoas.

Um dos palestrantes mais requisitados do país, Mussak participou de dois eventos rea-lizados pelo SEST SENAT, em Brasília (em novembro de 2016 e em fevereiro deste ano). A instituição implementou, no

ano passado, uma coordenação de compliance e lançou seu pri-meiro código de ética para em-pregados, fornecedores e par-ceiros. “Se eu não observar os parâmetros morais da ética co-letiva, eu não posso participar dessa coletividade”, arremata Mussak. Em entrevista exclu-siva à CNT Transporte Atual, ele salienta a importância da construção de uma cultura de ética e transparência de modo a projetar uma imagem positiva das empresas perante a socie-dade. O professor delimita as diferenças fundamentais entre ética e moral, exalta o papel

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EUGÊNIO MUSSAK

no Brasil não é a presença da ideologia, mas sim a falta de racionalidade no debate.

As empresas têm se preo-cupado com essa nova reali-dade. Nesse sentido, qual é a relevância do investimento em códigos de ética?A grande virtude do lançamen-to do código de ética é deixar claro o que se espera das pes-soas. O comum é deixar claro o que se espera em termos de resultado de trabalho. Ho-je, não estamos interessados apenas em saber se o resulta-do foi alcançado ou não, mas sim como ele foi entregue. Competência é a relação entre o resultado e o recurso. Por exemplo, se você entregou o resultado, mas utilizou de ma-

neira equivocada o recurso, é questionada sua competência. Entre esses recursos, inseri-mos os aspectos éticos. Você entrega o resultado, mas não pode ferir a ética. Precisa es-tar em conformidade com a ética definida e esclarecida pe-la organização. Fala-se muito que, dentro da crise, sempre existe uma oportunidade, e é verdade. No próprio ideogra-ma chinês, crise é a soma de perigo com oportunidade. Uma das oportunidades que a so-ciedade brasileira encontrou dentro da crise é exatamente a discussão das questões éticas.

Esse cenário, então, de instabilidade política e econômica é propício para intensificar esse debate?

A crise econômica de hoje não foi gerada dentro da pró-pria economia, mas sim na política, na gestão e na ética. Apesar de todos os resulta-dos negativos decorrentes da instalação dessa crise, temos a percepção, por parte da população brasileira, de que ser ético é importante. Se to-dos nós temos um projeto de nação, não podemos deixar a ética de lado nessa equação.

Qual é a diferença primordial entre moral e ética?A moral é o conjunto de ver-dades que a pessoa tem para ela mesma. Vou me conduzir dentro da minha moral. Por-tanto, é algo absolutamente individual. Quando falamos de ética, referimo-nos ao

coletivo, porque eu preciso me conduzir dentro de uma verdade coletiva do grupo ao qual eu pertenço. Se eu não observar os parâmetros morais da ética coletiva, eu não posso participar dessa coletividade. É por isso que se fala da flexibilização da ética, pelo simples fato de não haver uma ética universal. Só haveremos de ter uma ética universal quando não tiver-mos mais bandeiras de países e Estados. Temos que usar as bandeiras para nos elevar, e não para diminuir o outro. As pessoas que não entendem o verdadeiro significado disso, interpretam que todos os que não têm a mesma bandeira são inimigos. Temos efetiva-mente éticas setoriais. O que

VITOR SÁ/CNT

PALESTRANTE E PROFESSOR NAS ÁREAS DE LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS

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não pode acontecer é que a ética de um setor promova um conflito com a de outro. Se isso ocorrer, é porque as duas éticas não eram boas. Nesse contexto, um código de ética é um livro orientador. O que vale mesmo é o que você vai fazer disso e como vai interpretar e executar. Isso é absolutamente salutar. As pessoas são contra-tadas por suas competências técnicas e, muitas vezes, são demitidas por suas incompe-tências comportamentais. En-tão, nada mais lógico do que deixar claro qual o comporta-mento se espera das pessoas, e isso não se faz sem um código de ética, seja ele tácito ou não.

De que maneira é possível in-trojetar na cultura organiza-cional de uma empresa esses princípios éticos?A cultura de uma organização é artificial, diferentemente da cultura popular, que é natural. Uma empresa pensa sua cultura, porque se trata de um recur-so importante para a execução da sua estratégica. Esses dois elementos caminham juntos dentro da empresa. Por isso, temos que pensar qual cultura queremos. Tem que ser pensada por seus dirigentes e espraiada pela organização. Isso se faz principalmente pelo trabalho da cadeia de liderança. Como nós aprendemos especialmente pela

res ao longo da sua formação; a liderança de colegas, de outros familiares, eventual-mente da igreja etc. Não é possível estudar a história da humanidade sem analisar duas questões: movimentos de mudança e quais foram as pessoas que estiveram à frente dessas mudanças. A liderança faz parte da his-tória. Em organizações co-mo a CNT e o SEST SENAT, a importância dos líderes é vital, principalmente quando temos grupos espalhados pe-lo Brasil, um país continental. Você desenvolve pessoas por meio do desenvolvimento dos seus líderes.

observação e pelo exemplo do comportamento, é muito impor-tante que esteja claro para os líderes qual cultura desejamos construir, quais valores deve-mos respeitar e quais regras precisamos obedecer.

Nesse sentido, qual a im-portância da liderança nes-se processo?A liderança faz parte da nos-sa vida. Você foi influenciado pela liderança dos seus pais. Você é hoje a pessoa que é graças à influência dos seus pais, aos valores, estímulos e princípios que aprendeu com eles. Depois, você recebeu a liderança dos seus professo-

Mussak explica aos colaboradores do SEST SENAT a importância da transparência e da liderança nas organizações

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“Uma das oportunidades

que a sociedade brasileira encontrou na crise é

a discussão das questões

éticas”

Qual a relevância de passar para a sociedade a imagem de uma instituição que adota processos e relações transparentes, com lisura?A instituição não existe isolada, e sim para atender à sociedade e retirar dela insumos para a so-brevivência. Uma empresa for-nece um produto e/ou serviço, e recebe dinheiro em troca disso, que se transforma em lucro, que vai garantir sua sobrevivência. O filósofo espanhol José Ortega y Gasset disse: “O homem é o homem e sua circunstância”. Ou seja, você nunca é avaliado de maneira independente daquilo que você faz, do local onde vive. Você sempre será avaliado pelo conjunto da obra. Portanto, no âmbito da empresa, saber o que

é e dizer o que é são questões vitais para a sobrevivência.

A democracia brasileira já tem maturidade suficiente para incorporar a agenda da ética nos processos e nas relações?Nós somos um país ainda mui-to jovem. Nossa democracia é muito recente. Se somássemos os períodos democráticos des-de o descobrimento até hoje, teríamos, no máximo, 50 anos. Então, é evidente que estamos em processo de amadureci-mento democrático. E o prin-cipal aspecto que precisamos lembrar é que a democracia pressupõe liberdade, e não li-bertinagem. Isso não significa que podemos fazer o que qui-sermos. Ela pressupõe uma série de direitos, mas tam-bém, junto a eles, deveres. O que eu vejo muitas vezes, nos movimentos que dizem defen-der a democracia, é uma luta apenas por direitos. Não es-tão muito dispostos a assumir responsabilidades e deveres. De qualquer forma, não tenho dúvida de que a democracia é o melhor de todos os regimes políticos. Contudo, temos de saber que ainda somos apren-dizes de democratas. É uma estrada longa que passa até mesmo pelo erro.

O Brasil possui dispositivos legais que garantem trans-parência e asseguram medi-das anticorrupção?Nós somos um país muito rico em legislação. Nossa legislação é espetacular. A ambiental, por exemplo, é de primeiro mundo. Não é lei que nos falta, mas sim valores. A diferença entre a regra (que é a lei) e o valor é que a regra diz o que você pode ou não pode fazer; e o valor diz o que você deve ou não fazer. Há muitas coisas que você pode fazer, mas não deve.

E como é esse processo de apreensão e consolidação de valores?Valor é uma coisa que se aprende; nós não nascemos sabendo. Valor é igual a co-nhecimento. Só que apren-demos de maneira diferen-te. Valores, a gente aprende principalmente no convívio com nossos pais, professo-res e líderes, sejam eles da arte, do esporte, da cultura, da política, da educação. Por isso, é muito importante que percebamos o valor capital do comportamento dos líde-res. A ideia da ética começa na antiga Grécia. Quando o garoto estava com 13 anos, era observado pelos mais ve-lhos, que decretariam se ele

seria chamado de cidadão ou não. Para isso, ele teria de demonstrar, por meio do seu comportamento, que se in-teressava pelos outros, pela cidade. Ou seja, cidadão é aquele que cuida da cidade, e não apenas do que a habi-ta. Portanto, quando ele se preocupa com o bem-estar do vizinho, com a limpeza da rua, com a segurança do bairro e procura dar a sua contribui-ção, ele é um cidadão. Cida-dão e cidadania são palavras latinas, mas o equivalente grego é “político”, que vem de polis (cidade ou Estado). Assim, o garoto com 13 anos seria chamado de um “ser po-lítico” se demonstrasse que tinha preocupação com a co-letividade. Se demonstrasse o contrário, preocupando-se apenas com os próprios in-teresses, ele era chamado de “idiota”, porque essa pala-vra vem do grego idios, que significa “privado” ou “pes-soal”. Veja o que os gregos nos legaram: ou você é um político ou é um idiota. Pre-cisamos resgatar essa ideia de não ser um “idiota” e ter uma participação política. No ambiente organizacional, por exemplo, ser político é estar em conformidade com as re-gras da instituição. l

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Voando de carro

Depois de cinco anos registrando alta, o setor portuário nacional (portos organizados e terminais de uso privado) apresentou queda na movimentação de cargas em 2016. Ao todo, movimentou 998 milhões de toneladas, decréscimo de 1% em relação a 2015, quando foi movimentado 1,008 bilhão de toneladas. A informação é do Anuário Estatístico Aquaviário 2016 da Antaq (Agência Nacional

de Transportes Aquaviários). Quando considerada apenas a movimentação nos portos organizados, a queda foi de 2,5%, com 343 milhões de toneladas. Em 2015, esse número foi 351 milhões de toneladas. Nos terminais de uso privado, a redução foi de 0,25%. Em todo o ano passado, os TUPs movimentaram 655 milhões de toneladas contra 657 milhões de toneladas em 2015.

Portos em baixa no ano passado

CODESP/DIVULGAÇÃO

MAIS TRANSPORTE

O que parecia um futuro distante chegou mais cedo. A ideia de voar em um carro está prestes a ser colocada no ar literalmente. É o que aposta a empresa holandesa Pal-V, que deu início à venda de “carros voadores” comerciais, os primeiros do mundo, segundo a fabricante. Depois de testar veículos-conceito entre 2009 e 2012, a empresa seguiu para os modelos de rua e colocou à venda o Liberty Pioneer e o Liberty Sport. Os “carros com asas” podem ser encomendados por valores que vão de US$ 399 mil a US$ 599 mil. De acordo com a fabricante, a produção terá início ainda neste ano, com as entregas sendo feitas a partir de 2018.

O setor movimentou 998 milhões, decréscimo de 1%

PALVPIONNER/DIVULGAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201712

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O Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil quer mudar as regras dos próximos leilões de ferrovias. O projeto prevê que o valor da outorga seja convertido em obras a serem executadas pelos

grupos vencedores dos leilões. O primeiro teste será feito com a concessão da ferrovia Norte-Sul, prevista para este ano. Ficou decidido que todo o trecho construído até agora - que liga Estrela

D'Oeste (SP) a Aliança do Tocantins (TO) - será concedido em lote único. Ele não está 100% concluído, mas as obras estão avançadas. O critério para definir o vencedor do leilão será uma

combinação de maior valor de outorga onerosa com menor tarifa para uso dos trilhos. O valor referente à outorga, no entanto, será convertido em uma obra ferroviária que o ministério irá indicar.

Outorgas pagas com obras

O melhor aeroporto do BrasilPORTAL DA COPA/DIVULGAÇÃO

As vendas de carros brasileiros a outros países começaram 2017 com resultados positivos. Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram que, em janeiro, foram exportados 37,1 mil veículos, um aumento de 56% em relação ao mesmo

mês do ano passado. Na comparação com dezembro, no entanto, a performance é negativa em 40,8%. Em valor, o resultado de janeiro foi 47,9% superior ao registrado há um ano e 13,2% inferior ao de dezembro. O faturamento com exportações alcançou US$ 809,8 milhões.

Exportação de veículos aquecidaAGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO

O levantamento foi realizado em 15 aeroportos

Pesquisa Permanente de Satisfação do Passageiro feita pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil coloca o aeroporto de Curitiba (PR) como o melhor do Brasil. Os passageiros deram ao terminal nota 4,72, a melhor em quatro anos. O levantamento foi realizado em 15 aeroportos que representam 80% da movimentação aérea de passageiros no país. A pesquisa feita no 4º

trimestre de 2016 também mostra que nove em cada dez pessoas que viajam de avião avaliam como “bons” ou “muito bons” os aeroportos brasileiros. O Índice de Satisfação Geral do Passageiro obteve o melhor resultado das 16 rodadas da série iniciada em 2013: 4,28 (em uma escala de 1 a 5). Dos 37 indicadores medidos no 4º trimestre, Curitiba ficou em primeiro lugar em 11 e segundo em 12.

Resultado de janeiro foi 49,7% superior ao de 2016

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 13

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MAIS TRANSPORTE

A Receita Federal regulamentou o PRT (Programa de Regularização Tributária), que permite que quaisquer dívidas com a Fazenda Nacional, vencidas até 30 de novembro de 2016, de pessoas

físicas ou jurídicas, sejam renegociadas em condições especiais. Caso a empresa ou a pessoa física possua créditos com a Receita Federal, poderá utilizá-los para liquidar até

80% das dívidas, desde que pague os outros 20% à vista, ou parcele 24% da dívida em 24 meses. Caso não possua créditos, o contribuinte poderá liquidar essa mesma

dívida em até 120 parcelas escalonadas. Para aderir ao programa, é necessário preencher requerimento no site da Receita Federal até o dia 31 de maio de 2017.

Receita Federal regulamenta o PRT

Alemanha libera carros autônomosTESLA/DIVULGAÇÃO

As montadoras de veículos no Brasil receberam um valor recorde em 2016 de suas matrizes do exterior. Segundo dados contabilizados pelo Banco Central, o aporte de US$ 6,57 bilhões é 45% superior aos US$ 4,5 bilhões recebidos em 2015 e colocou os fabricantes de veículos como o setor do país que mais recebeu investimento estrangeiro direto no ano passado. Fatores como o câmbio favorável aos investidores externos, acesso

mais restritivo a recursos em moeda local subsidiados do BNDES e baixa geração de caixa próprio doméstico devido ao recuo dos negócios incrementaram o valor. Já as remessas de lucros oficiais dos fabricantes de veículos instalados no Brasil para suas matrizes no exterior bateram recorde negativo, descendo em 2016 ao nível mais baixo. Foram apenas US$ 86 milhões, 68% menos do que o enviado em 2015.

Aporte recorde em 2016 MERCEDES-BENZ/DIVULGAÇÃO

Legislação iguala motorista e computador

O governo da Alemanha aprovou um projeto de lei que autoriza carros autônomos a circularem pelas rodovias do país. O objetivo é adequar a legislação atual aos novos tipos de veículo, tornando-se a mais avançada do mundo nessa área. O projeto tem como alvo os carros altamente automatizados - aqueles em que o motorista não precisa ficar o tempo todo de olho

na direção - e o sistema avisa quando é necessário assumir o controle do veículo. Apesar disso, a norma diz que os motoristas não ficam isentos de suas responsabilidades ao volante. A medida foi apresentada como a “lei de tráfego mais moderna do mundo”. Com a iniciativa, a legislação iguala juridicamente o motorista e o computador que comanda o carro.

Valor é 45% superior aos US$ 4,5 bilhões recebidos em 2015

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201714

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Salvando a Transnordestina

Antaq regulamenta gratuidadeANTAQ/DIVULGAÇÃO

Apesar da crise, as montadoras apostam em grandes investimentos no Brasil. Após MAN Latin America, Toyota e Volkswagen anunciarem novos planos que somam R$ 9,1 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos no país, agora é a vez do grupo Volvo, fabricante de caminhões e ônibus instalada em Curitiba (PR), sinalizar com investimento de R$ 1 bilhão na América Latina nos próximos

três anos. Cerca de 90% do montante será aplicado no Brasil, principalmente no desenvolvimento de novos produtos e na modernização da fábrica. A Volvo atua nos segmentos de caminhões pesados e semipesados, que, nos últimos anos, apresentaram uma grande queda nas vendas. Em 2016, foram vendidas, ao todo, 29,6 mil unidades no país. Em 2013, o mercado chegou a vender 103,7 mil veículos.

Aposta no futuroVOLVO/DIVULGAÇÃO

O governo federal aceitou aportar mais de R$ 1,4 bilhão para concluir a Ferrovia Transnordestina. Com um atraso de dez anos na conclusão da obra, os recursos serão usados nos próximos três

anos. A CSN, sócia privada da ferrovia, promete colocar mais R$ 1,8 bilhão até 2021, quando a ferrovia deveria ser entregue. A proposta financeira foi apresentada pela Transnordestina Logística S/A,

braço da CSN. A obra é alvo de uma decisão do Tribunal de Contas da União, que mandou paralisar os repasses do governo federal no início de fevereiro. A retomada dos aportes só ocorrerá após a

atualização do preço final da construção, que pelo último contrato estava orçado em R$ 7,5 bilhões. A expectativa é que chegue a R$ 11,2 bilhões. O excedente é de responsabilidade da Transnordestina Logística.

A Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) publicou resolução que estabelece as regras sobre a reserva de vagas para jovens de baixa renda no transporte aquaviário interestadual regular de passageiros. Cada embarcação que presta esse tipo de serviço deverá reservar ao menos duas vagas gratuitas e dois bilhetes com desconto de, no mínimo, 50%. São considerados jovens

de baixa renda aqueles que têm entre 15 e 29 anos e cuja família receba até dois salários mínimos e faça parte do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal. Para acessar o Bilhete de Viagem do Jovem, o passageiro deve apresentar documento de identificação com foto válido em todo o território nacional, junto com a Identidade Jovem (documento que comprova a condição de baixa renda).

Cerca de 90% do montante será investido no Brasil

Cada embarcação deverá reservar duas vagas

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 15

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MAIS TRANSPORTE

As exportações no Porto de Santos chegaram a US$ 3,9 bilhões em janeiro deste ano, alta de 34,48% em relação ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo, as

importações atingiram US$ 3,5 bilhões, aumento de 12,9% em relação ao primeiro mês de 2016. Os principais destinos para a chegada da carga brasileira foram os portos dos Estados Unidos, da China e da Argentina. Os

terminais norte-americanos receberam US$ 508 milhões em carga, seguidos por China, com US$ 355 milhões, e Argentina, com US$ 292 milhões. Os números das importações colocam China, Estados Unidos e Alemanha como os

países que mais embarcaram com destino a Santos. A China aparece em primeiro lugar, com US$ 826 milhões em cargas recebidas, seguida pelos Estados Unidos, com US$ 539 milhões, e pela Alemanha, com US$ 300 milhões.

Exportações no Porto de Santos crescem 34,48%

Carnaval com mais mortes nas rodovias federaisAGÊNCIA BRASIL/DIVULGAÇÃO

Feriado registrou 23,9% a mais de mortes

O balanço final da Operação Carnaval, da PRF (Polícia Rodoviária Federal), aponta que o feriado deste ano teve 23,9% mais mortes em decorrência de acidentes nas rodovias federais em relação ao Carnaval de 2016. Embora o número de óbitos tenha crescido, o total de acidentes diminuiu 5,3%, assim como o de ocorrências graves, que caiu 18,6%. Ao todo, os agentes da PRF aplicaram 84.867 autuações, 157% a

mais do que o Carnaval do ano passado. Além disso, câmeras e radares flagraram 108.267 casos de excesso de velocidade, número 15% maior que o do ano passado. Entre a sexta-feira, véspera de Carnaval (24 de fevereiro), e a Quarta-feira de Cinzas (1º de março), 2.019 motoristas foram multados por embriaguez ao volante. O número é 45% maior que o de 2016. A multa para a infração é de R$ 2.934,70.

Os emplacamentos de veículos pesados sofreram queda de 33% nos dois primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2016. Os dados, divulgados pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), mostram que 5.500 caminhões foram emplacados

no período, baixa de 32%, e 1.300 ônibus, queda de 36%. Em fevereiro, 3.200 veículos pesados foram licenciados, volume 10,7% pior do que o registrado em janeiro. Mesmo com a estatística em baixa, a expectativa da Fenabrave é que as vendas de veículos pesados avancem para 65,9 mil unidades em 2017.

Vendas de caminhões e ônibus seguem em quedaVOLKSWAGEN/DIVULGAÇÃO

Baixa na venda de caminhões foi de 32%

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IV PRÊMIO TRANSPORTAR

CLASSIFICAÇÃO GERAL

POR ESTADO

Paraíba

URBANO/METROPOLITANO1º - Rodoviária Santa Rita2º - Transporte Nacional de Passageiros3º - Viação São Jorge

RODOVIÁRIO/FRETAMENTO1º - Expresso Guanabara2º - Viação Rio Tinto3º - Transportes Real

Pernambuco

URBANO/METROPOLITANO1º - Transportadora Itamaracá2º - Metropolitana Ltda.3º - Borborema Imperial Transportes

RODOVIÁRIO/FRETAMENTO1º - Totality Transportes2º - Rodoviária Borborema3º - TBS - Travel Bus Service

Rio Grande do Norte

URBANO/METROPOLITANO1º - Frete Tur2º - Cidade do Sol Transportes3º - Expresso Oceano

RODOVIÁRIO/FRETAMENTO1º - Empresa Alves2º - Expresso Cabral3º - Auto Viação Jardinense

FETRONOR/DIVULGAÇÃO

Alagoas

URBANO/METROPOLITANO1º - Auto Viação Veleiro 2º - Real Transportes Urbano3º - Viação Cidade de Maceió

RODOVIÁRIO/FRETAMENTO1º - Real Alagoas de Viação2º - Veleiro Transporte e Turismo

FREEPIK

A Fetronor (Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Nor-deste) realizou, no último

dia 24 de fevereiro, em Recife (PE), a quarta edição do Prêmio Transpor-tAr de Responsabilidade Ambiental. O evento é destinado às empresas que participam do Despoluir - Pro-grama Ambiental do Transporte, e agraciou 23 empresas dos Estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.

Nessa edição, a Transportadora Itamaracá, de Pernambuco, levou

o troféu de primeiro lugar geral na categoria Urbano/Metropolitano. Na categoria Rodoviário/Fretamento, a vencedora foi a Rodoviário Borbore-ma, também de Pernambuco.

O presidente da Fetronor, Eudo Laranjeiras, participou da cerimônia e falou da importância e das vantagens do Despoluir. “A quarta edição do Prêmio Trans-portAr comprova o sucesso do Despoluir. As empresas de trans-porte que participam só têm a ganhar. Em 2016, tivemos, na nossa área de atuação, um cres-

cimento de 33% nas aferições e um índice de 95% de aprovação, ocasionando um menor consu-mo de combustível dos ônibus e consequentemente numa menor emissão de poluentes na atmos-fera. Parabéns pela participação e pelo empenho de todos.”

O Despoluir – Programa Am-biental do Transporte, desenvol-vido pela CNT e pelo SEST SENAT, está completando dez anos em 2017 e, ao longo desse período, já ultrapassou a marca de 1,8 milhão de aferições realizadas em ônibus

e em caminhões de todo o país. Os números do Despoluir reforçam o compromisso que o programa tem com a promoção do engaja-mento de transportadores, cami-nhoneiros autônomos, taxistas e de toda a sociedade em ações de preservação do meio ambiente. As aferições são realizadas por meio do projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, que mede o volume de material parti-culado que sai do escapamento de caminhões e de ônibus.

Boas práticas ambientais premiadas

1º - URBANO/METROPOLITANOTransportadora Itamaracá-PE

1º - RODOVIÁRIO/FRETAMENTORodoviária Borborema-PE

(Com informações da Fetronor)

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BOAS PRÁTICAS NO TRANSPORTE - COMBATE AO USO DE DROGAS E ÁLCOOL

Em um país onde a maior parte das cargas e das pessoas é transportada por meio de rodovias e

vias urbanas, os profissionais do transporte, principalmente os motoristas, são atores importan-tes dessa engrenagem. E pensan-do sobre esse prisma, é impossí-vel não refletir sobre a necessi-dade de cuidar da saúde desses trabalhadores e da importância que essa questão tomou dentro das empresas de transporte, prin-cipalmente quando o assunto é a prevenção e o combate ao uso de álcool e drogas.

Segundo a Pesquisa CNT Perfil dos Caminhoneiros 2016, 45,6% desses profissionais afirmaram já ter recebido oferta de algum tipo de droga ou substâncias ilícitas. Desse montante, 12,1% chegaram a experimentar. Já quando o assunto é o consumo de bebida alcoólica, 46,3% afir-maram consumir regularmente.

Os números da pesquisa CNT mostram como é necessário in-vestir na melhoria das condições de trabalho dos trabalhadores, permitindo que as empresas cada vez mais ofereçam um serviço de qualidade e seguro para a popu-lação. Além disso, avalizam os investimentos que as transpor-tadoras vêm fazendo em progra-mas e campanhas de prevenção.

Exemplo disso é o trabalho desenvolvido pela Vix Logística. Para garantir mais segurança em suas operações, a empresa criou uma série de programas voltados para a qualidade no trabalho e o bem-estar dos seus colaborado-res. Em cumprimento à legisla-ção, desde o começo de 2016, os motoristas de caminhão, de van e de ônibus realizam exames to-xicológicos durante os processos de admissão e de demissão.

Outra ação que garante a segu-rança dos trabalhadores e a quali-dade do serviço prestado é o teste

etílico realizado diariamente no início do expediente por motoris-tas, operadores e profissionais de manutenção. O teste demostra se os trabalhadores têm condições para iniciar as atividades. Além disso, para trabalhar a conscien-tização dos empregados, são re-alizadas campanhas que abordam os riscos de combinar bebida alcoólica e direção envolvendo todos os colaboradores. Atual-mente, a empresa está realizando a campanha “É verão na Vix”, que teve início em dezembro de 2016 e vai até o fim de março de

2017. O objetivo é promover ações de conscientização sobre saúde, segurança e meio ambiente, e um dos temas abordados é a preven-ção ao uso de álcool.

Fundada em 1971, a Vix Lo-gística iniciou suas operações no setor de fretamento e hoje atua também no setor de logís-tica automotiva com operações em todo o país. Contando com mais de 7.000 empregados, a empresa possui em sua frota 5.100 veículos e mantém em seu quadro 900 profissionais. Ao todo são 80 bases de operação

por CARLOS TEIXEIRA

Vix Logística aposta na prevenção e na conscientização para garantir bem-estar dos colaboradores

Investindo em saúde

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em todo o país, responsáveis pela execução de soluções cus-tomizadas de logística.

Patricia Poubel Chieppe, dire-tora-executiva da Vix, ressalta a importância de investir nos pro-fissionais. “Temos uma base só-lida e valores bem definidos, que incluem o respeito às pessoas, sobretudo, aos nossos colabo-radores. Por isso, por meio de campanhas de conscientização, programas e treinamentos, in-centivamos que a nossa equipe adote hábitos saudáveis e segu-ros no seu dia a dia. Além disso, o estímulo ao cuidado com a saúde e com o bem-estar dos nossos colaboradores é pauta recorrente dos nossos canais de comunicação internos.”

A empresa ainda realiza exa-mes periódicos anualmente, du-rante a admissão e a mudança de função de seus colaborado-res. Os testes são realizados de

acordo com a função e as ativi-dades do empregado. Os resulta-dos são monitorados pela equipe do Sesmt (Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho).

Além disso, também promove o PRMO (Programa de Reciclagem de Motoristas e Operadores), em parceria com o SEST SENAT, que oferece estrutura física e pro-fissionais capacitados de acordo com as diretrizes indicadas pela

VIX LOGÍSTICA/DIVULGAÇÃO

empresa. O programa tem como objetivo conscientizar sobre a im-portância de um comportamento seguro no trânsito. Ele é reali-zado anualmente, sempre com um tema diferente e dividido em dois módulos: comportamental e técnico. Nas localidades onde a Vix atua, mas não existem unida-des operacionais do SEST SENAT, a empresa conta com o apoio de consultores para a aplicação do programa.

Débora Abade, gerente de re-cursos humanos da companhia, destaca a importância desses programas. Para ela, a empre-sa enxerga nos colaboradores seus bens maiores, por isso, ações que visam à segurança, à qualidade de vida e ao bem-es-tar da equipe são constantes e já fazem parte do planejamento anual. “Treinamentos e ações voltadas para a saúde e o bem--estar dos nossos colaborado-res são constantes, inclusive para a prevenção contra o uso de álcool e drogas. Também temos campanhas que abordam o assunto com a nossa equipe ao longo do ano, com foco prin-cipalmente na conscientização. Esse trabalho é muito impor-tante para que os profissionais sejam incentivados a ter uma rotina saudável e também um comportamento seguro nas su-as atividades”, conclui.

Treinamentos e ações voltadas para a saúde são constantes

l

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 19

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Após um tratamento de pulmão com fortes doses de remédios, o motorista de trans-

porte escolar Aníbal Pegoraro perdeu seis dentes – três na parte superior e três na parte inferior da arcada dentária. Em busca de uma maneira econômica para resolver o problema, uma vez que teria que utilizar próteses móveis para substituir os dentes per-didos, descobriu que pode-

ria contar com os serviços gratuitos oferecidos pelo SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) de Curitiba (PR). “Ganhei um presente sem esperar por ele”, conta.

O motorista, assim como os demais trabalhadores do transporte de todos os modais, transportadores autônomos e seus dependentes, é direta-mente beneficiado com a gra-

tuidade na instituição. Agora, o SEST SENAT está ampliando a oferta de serviços especializados, como próteses, aparelhos or-todônticos, implantes e raios-X, na área de saúde, e cursos na área de desenvolvimento pro-fissional. “Esse tipo de trata-mento é caro no mercado. Não é todo trabalhador que tem condições de pagar. A gra-tuidade só aumentou a minha vontade de usufruir ainda mais do que a instituição oferece”,

comemora. Pegoraro também fez dois cursos presenciais e a esposa fez clareamento e colocou aparelho nos dentes. Tudo de graça.

O SEST SENAT, que contabi-lizou 9,2 milhões de atendi-mentos no ano passado, pas-sou a ter nova meta para 2017: 15 milhões. A possibilidade de que o número seja alcançado já começou a ser mensurada na prática. Mais de 100 novas unidades estão sendo construí-

por EVIE GONÇALVES

REPORTAGEM DE CAPA

SEST SENAT

100%

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das - 56 novas e outras 48 que substituirão às já existentes em rodovias - com ampliação do atendimento para mais 56 cidades, o que irá impactar positivamente a quantidade de pessoas beneficiadas pela gratuidade.

“O SEST SENAT existe para capacitar e oferecer qualidade de vida ao trabalhador do transporte e seus dependen-tes. É essencial que ele usu-frua dos serviços oferecidos

e compareça às unidades em todo o país. Só assim o setor transportador vai trabalhar de forma eficiente”, acredita o presidente dos Conselhos Na-cionais do SEST e do SENAT, Clésio Andrade.

De acordo com a diretora-executiva nacional, Nicole Goulart, muitas vezes, os trabalhadores deixam de cuidar da saúde por não terem condições de pagar pelo ser-viço. “A dificuldade financeira

não é um impedimento para que os profissionais cuidem da própria saúde e se quali-fiquem. Com a gratuidade do SEST SENAT, os profissionais só precisam de tempo” ressalta.

Além dos serviços nas áreas de odontologia, fisiote-rapia, nutrição e psicologia, a instituição possui uma série de outros projetos gratuitos voltados para a saúde do trabalhador. Entre eles está o Transportando Saúde nas Ci-

"É essencial que o trabalhador usufrua dos

serviços oferecidos pela

instituição"CLÉSIO ANDRADE,

PRESIDENTE DOS CONSELHOS NACIONAIS DO SEST E DO SENAT

FOTOS SEST SENAT/DIVULGAÇÃO

100%

Em 2016, foram 9,2 milhões de atendimentos; 5,36 milhões em

promoção social e 3,85 milhões em desenvolvimento profissional

gratuito

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ATENDIMENTOS DE PROMOÇÃO SOCIAL EM 2016

Confira alguns projetos de destaque

Assistência psicológica110.007

Assistência fisioterápica 276.343

Assistência nutricional 89.639

307.236 PalestrasExposições de temas diversos, como qualidade de vida no trabalho e hipertensão arterial

Saúde nos Portos Prevenção e promoção da saúde aos trabalhadores portuários e caminhoneiros

4.371

Assistência odontológica1.048.929

TOTAL

5.360.957

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201722

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Circuito SEST SENAT de Caminhada e Corrida de RuaPromoção e incentivo à prática de exercícios físicos

29.994

Comandos de Saúde nas Rodovias Campanhas de saúde para motoristas profissionais nas principais rodovias federais

12.651

16.090 Transportando Saúde nas CidadesRealização de exames em locais específicos para os trabalhadores, como pontos de táxi e terminais de ônibus e paradas de caminhões

Proteger Ações para o enfrentamento e a erradicação da exploração sexual de crianças e adolescentes

11.785

Copa SEST SENAT de Futebol 7 SocietyCampeonato de futebol entre os trabalhadores do transporte

7.112

Escolas de EsporteCentros de treinamento das diversas modalidades esportivas olímpicas

323.803

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 23

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Mais de 200 cursos gratuitosEDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

O SEST SENAT tem in-vestido maciçamente pa-ra facilitar o acesso do trabalhador do transpor-te a uma melhor qualifica-ção. Para isso, já disponi-biliza mais de 100 cursos on-line totalmente gratui-tos na plataforma EaD. Os treinamentos abrangem as áreas de transporte, cursos regulamentados, gestão, saúde, educação e social. Os interessados já podem se matricular em um ou mais deles pelo portal ead.sestsenat.org.br. Em 2016, a instituição registrou 104 mil matrícu-las, 72 cursos e mais de 11 milhões de acessos ao site. A meta é oferecer até o final deste ano um total de 200 cursos, pro-porcionando, assim, um número cada vez maior de beneficiados.

A baiana Cilene Silva participou de três trei-

namentos recentemente: Atendimento, Administra-ção de Pessoas e Redação Técnica. “Estou desempre-gada. Gosto de estudar, mas não posso pagar. Por isso, a oferta me aju-dou muito. Foi uma tera-pia, pois ocupei a mente aprendendo, além de me sentir útil e orgulhosa de mim mesma. Trata-se de um benefício enorme para a sociedade”, comemora.

Os conteúdos podem ser acessados de dispo-sitivos como computado-res, tablets e celulares. Além de colaborar com o aperfeiçoamento profis-sional, os cursos também podem ser aproveitados como atividades comple-mentares em cursos de graduação, exigidas em diversas universidades em todo o Brasil, confor-me regulamento de cada instituição de ensino.

dades, que leva exames e ações de educação para a saúde e cidadania ao próprio local de trabalho dos profissionais, como terminais de ônibus, pontos de táxi e paradas de caminhões. Só no ano pas-sado, foram realizados mais de 16 mil atendimentos.

O taxista Rubens Marques de Oliveira foi atendido pelos profissionais do SEST SENAT em Belo Horizonte (MG). Ele conta que a ação foi desenvolvida em

um galpão próximo à Unidade Jardim Vitória e que os taxistas da cidade foram convidados a comparecer e cuidar da saúde. Entre todos os atendimentos, ele se surpreendeu com as dicas de nutrição. “Eu tinha péssimos hábitos de alimenta-ção. Sempre tomava um copo de suco quando terminava de almoçar. Com isso, engordei muito. Após os atendimen-tos do Transportando Saúde, melhorei minha forma de

comer, aprendi a fazer caminha-das regulares e emagreci”, conta. O trabalhador também passou a utilizar serviços como o de odontologia e o de psicologia.

Outro projeto de destaque da instituição é o Comandos de Saúde nas Rodovias. Executado desde 2006, em parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), consiste em campanhas de saúde de caráter preventivo e educativo para motoristas pro-fissionais nas principais rodo-

vias federais do país. Em 2016, o SEST SENAT realizou mais de 12 mil atendimentos.

O caminhoneiro Edmílson Araújo foi atendido pelo pro-jeto em Brazlândia, região administrativa localizada a cerca de 30 km de Brasília (DF). Ele conta que foi abor-dado por uma blitz da PRF e que passou por exames como visão e pressão. “O que eu mais gostei foram as palestras, que contribuem para que tenhamos

SEST SENAT registrou 104 mil matrículas de EaD em 2016

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201724

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ATENDIMENTOS EM DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL EM 2016

Escola de Motoristas ProfissionaisCapacitação e atualização de condutores habilitados nas categorias D ou E

517

Habilitação Profissional para o Transporte - Inserção de Novos MotoristasMudança para as categorias C, D ou E para pessoas de baixa renda

8.520participantes

1.134.114matrículas

participantes

Simulador de DireçãoCabines de treinamento para motoristas de cargas e de passageiros com tecnologia avançada, que permitem aprendizagem de teoria e vivências simuladas em situações de risco

60

equipamentos

Primeira Habilitação para o Transporte - CNH SocialConcessão da carteira de habilitação, na categoria B, para jovens de baixa renda

10.958participantes

Confira alguns projetos de destaque

TOTAL

3.858.206atendimentos

Cursos O número engloba cursos presenciais, educação a distância, campanhas e palestras

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 25

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Empresas estimulam uso dos serviçosCAPACITAÇÃO

As empresas de trans-porte reconhecem a impor-tância do SEST SENAT para a capacitação dos traba-lhadores do setor. É o caso da Expresso Guanabara, que representa o rodoviá-rio de passageiros e possui pouco mais de 1.100 moto-ristas. Só em 2016, foram 2.872 atendimentos aos motoristas da empresa. Entre os principais cursos realizados estão o de con-dutor para o transporte rodoviário de passageiros e o de direção defensiva.

De acordo com a dire-tora de Recursos Humanos Halinka Garcia, desde o pro-cesso de seleção, os pro-fissionais são orientados sobre a obrigatoriedade do

curso para a atividade re-gulamentada. Caso eles não tenham feito, a empresa os encaminha para o SEST SENAT. Além das atividades na unidade de Fortaleza (CE), a Expresso Guanabara já promoveu três etapas de cursos presenciais na pró-pria sede da empresa em 2008, 2013 e 2015.

“Hoje, a gente se pre-ocupa muito com as atu-alizações obrigatórias por lei, válidas por cinco anos. Quando um profissional está com a documentação prestes a vencer, já encami-nhamos para o SEST SENAT”, explica, ao dizer que, quan-do eram pagos, a empresa arcava com 50% do valor para os empregados. “Ago-

ra que tudo passou a ser gratuito, só organizamos a logística. Já estamos em negociação para mais uma turma de 20 motoris-tas”, conta.

Além dos cursos, a em-presa também estimula os profissionais a participa-rem dos eventos gratuitos e dos atendimentos de saúde como odontologia, psicologia, nutrição e fisio-terapia. “Eu considero os serviços oferecidos pelo SEST SENAT muito impor-tantes. Os profissionais são muito acessíveis. A nossa relação é excelente. Exis-te um intercâmbio grande. Com isso, os motoristas e a própria empresa só têm a ganhar”, conclui Halinka.

mais responsabilidade na hora de conduzir o veículo, evitando, assim, acidentes de trânsito.”

EducaçãoNa área de desenvolvimento

profissional, o SEST SENAT ofe-rece um portfólio de 308 cur-sos presenciais e gratuitos, sendo 243 de abrangência na-cional, 51 com oferta exclusiva e 14 projetos especiais. No ano passado, apenas nesses cur-sos presenciais, a instituição contabilizou mais de 610 mil matrículas, sendo as turmas especializadas para condu-tores de veículos de transporte coletivo de passageiros e de transporte de produtos perigo-

sos as mais demandadas pelos profissionais do setor. Entre os cursos livres (que não são regulamentados), os de direção defensiva e de cobrador de ôni-bus também tiveram procura significativa.

O Simulador de Direção, que visa capacitar 50 mil motoris-tas de caminhões, carretas e ônibus em três anos, é uma das principais iniciativas do SEST SENAT. As 60 cabines adquiri-das vão possibilitar treinamen-to com o que há de mais avan-çado em tecnologia para que os profissionais desenvolvam as competências e as habili-dades necessárias à condução correta, segura e econômica.

Os cursos permitem aprendiza-gem de teoria e vivências simu-ladas em situações de risco, uso de tecnologias embarcadas e manobras diversas. No ano pas-sado, 190 alunos passaram pelo treinamento nos simuladores nas unidades de Porto Alegre e Brasília. Até o final de 2018, to-das as unidades do SEST SENAT deverão ter simuladores.

Já o projeto Primeira Habili-tação para o Transporte – CNH Social também é destaque e possui bastante procura. Quase 11 mil jovens de baixa renda entre 18 e 27 anos estão tendo oportunidade de tirar carteira na categoria B gratuitamente. É o caso da motorista Priscila

O SEST SENAT está inaugurando

60 simuladores de direção em todo o

país

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201726

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“Todos os nossos serviços

estão interligados”

NICOLE GOULART,DIRETORA-EXECUTIVA NACIONAL

DO SEST SENAT

diretora-executiva nacional é a necessidade de sensibilização das empresas para que os em-pregados sejam liberados para fazerem os cursos disponíveis no SEST SENAT. Ela lembra que isso já ocorre e que é preciso haver sempre conscientização do empregador e do empregado sobre a importância do aprimo-ramento das habilidades. “Esta-mos atentos à realidade do mer-cado. As empresas necessitam de profissionais extremamente qualificados, e o SEST SENAT oferece centenas de cursos que contribuem para que o tra-balhador do transporte exerça as suas funções com diferenci-ais de qualidade.”

Projeto Comandos de Saúde realizou mais de 12 mil atendimentos nas principais rodovias federais do país em 2016

Teixeira dos Santos, que fez o curso na unidade de Salvador (BA). “Vi o anúncio por uma rede social, tomei coragem e fiz a inscrição. Quando me liga-ram, achei que era trote. Fiquei muito feliz porque não tinha condições de pagar pelo curso no mercado tradicional”, res-salta, ao dizer que o processo custa, em média, R$ 2.000 na capital baiana. O CNH Social tem como objetivo atrair fu-turos motoristas profissionais para o setor de transporte.

A diretora-executiva nacio-nal, Nicole Goulart, ressalta que os diversos serviços ofe-recidos pelo SEST SENAT, tan-to na área de desenvolvimento

profissional quanto na de pro-moção social, funcionam em uma rede integrada e distribuí-da nas unidades de todo o Bra-sil. “Se um trabalhador sofreu um acidente e teve um trauma emocional, não pode ser trata-do apenas por um psicólogo de forma isolada”, afirma Goulart. A diretora ressalta também a importância de esse trabalha-dor passar por treinamentos, como os cursos do Simulador de Direção e outros oferecidos nas unidades, com o acompanha-mento de instrutores e pistas específicas. “Todos os serviços estão interligados”, reforça Goulart.

Outro ponto destacado pela l

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 27

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Os serviços ofereci-dos pelo SEST SENAT (Serviço Social do Transporte e Serviço

Nacional de Aprendizagem do Transporte) tiveram avaliação positiva dos trabalhadores do transporte atendidos pela instituição em 2016. Dados da Pesquisa de Satisfação, reali-zada em fevereiro deste ano, mostram que os atendimentos oferecidos nas áreas de pro-moção social e de desenvolvi-mento profissional foram con-siderados ótimos ou bons por

95,2% dos entrevistados; 3,8% disseram que são regulares; 1% classificou como ruins ou pés-simos e 0,1% não soube opinar.

Em relação às instalações das unidades operacionais, que envolvem as salas de au-la, as clínicas de odontologia, de fisioterapia, de nutrição e de psicologia, e os espaços de lazer, a avaliação também é positiva: 92,7% consideraram as instalações ótimas ou boas. Para 6,2%, elas são regulares; 1,1% considera ruins ou péssi-mas e 0,5% não soube opinar.

Os resultados compro-vam que o SEST SENAT cum-pre a missão de promover a melhoria da qualidade de vida e o desenvolvimento profissional do setor, com responsabilidade socioam-biental. “Nossa prioridade é que os trabalhadores sejam bem recebidos nas unida-des. Trabalhamos para ofe-recer serviços de qualidade que proporcionem o bem-estar desses profissionais. O resul-tado dessa avaliação reflete exatamente isso”, comemo-

ra a diretora-executiva na-cional da instituição, Nicole Goulart.

O SENAT, que empenha esforços para melhorar a qualificação profissional dos trabalhadores do transporte, oferecendo um portfólio de 308 cursos presenciais gra-tuitos, além de mais de 100 cursos de Educação a Distân-cia, foi bem indicado pelos usuários. Do total de entre-vistados, 89,5% disseram recomendar os treinamentos oferecidos pela instituição.

por EVIE GONÇALVES

Maioria dos trabalhadores do transporte atendida pelo SEST SENAT avalia serviços como ótimos ou bons

PESQUISA DE SATISFAÇÃO

Atendimento de excelência

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201728

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Na aval iação geral , 95,8% dos trabalhadores classificaram a estrutura física das salas de aula co-mo ótima ou boa. Entre os entrevistados, 98,7% avalia-ram os instrutores dos cur-sos como ótimos ou bons; 97,3% pensam que a meto-dologia util izada também é ótima ou boa, e 98,6%

consideram a qualidade dos cursos ótima ou boa.

Já o SEST oferece aten-dimentos de excelência nas áreas de saúde, esporte e lazer aos trabalhadores do transporte e seus dependen-tes. A maior parte dos en-trevistados que participaram da Pesquisa de Satisfação considerou os atendimentos

nas especialidades de saúde como ótimos ou bons: nu-trição, 96,7%; fisioterapia, 96,1%; psicologia, 95,8%; e odontologia, 92,2%.

A pesquisa mediu ainda a frequência de uso dos aten-dimentos de saúde. 28,3% dos entrevistados afir-maram que usufruem dos serviços sem uma periodi-

cidade definida. Já 23,7% utilizam pelo menos a cada seis meses. Para 17,5% dos trabalhadores do transporte e dependentes, a frequên-cia de uso dos serviços de saúde é mensal. 12,1% utili-zam a estrutura pelo menos uma vez por ano, 11,9% pelo menos a cada três meses e 6,4%, semanalmente.

ÓTIMO+BOM95,2%

REGULAR3,8%

ÓTIMO58,4%BOM36,8%

QUALIDADE DO ATENDIMENTO QUALIDADE DAS INSTALAÇÕES

QUALIDADE DOS CURSOS QUALIDADE DOS ATENDIMENTOS DE SAÚDE

ÓTIMO+BOM92,7%

REGULAR6,2%

ÓTIMO44,6%BOM48,1%

ASSISTÊNCIANUTRICIONAL

ASSISTÊNCIAFISIOTERAPÊUTICA

ASSISTÊNCIAPSICOLÓGICA

ASSISTÊNCIAODONTOLÓGICA

3º 59,8%

54,9%

65,1%

32,4%

40,9%

31,0%

67,8% 28,9%

ÓTIMO BOM REGULAR RUIM PÉSSIMO

INSTRUTORES

QUALIDADE DOS CURSOS

METODOLOGIA

SALA DE AULA

3º 54,5%

50,5%

59,4%

41,3%

46,8%

39,2%

66,6% 32,1%

ÓTIMO BOM RUIM PÉSSIMO

l

Fonte: SEST SENAT

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 29

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O serviço de freta-mento rodoviário de passageiros tem crescido no Brasil

nos últimos anos, ampliando as alternativas de desloca-mento para atendimento de grupos fechados, com itine-rários fixos e flexibilidade de horários – como viagens de turismo, excursões e trans-porte de funcionários. Mas problemas como o excesso de burocracia, legislações defasadas e destoantes entre os diversos âmbitos de atu-ação e a pouca fiscalização do transporte clandestino são obstáculos para o crescimen-to desse segmento.

Essas são algumas indica-ções do estudo Transporte Rodoviário de Passageiros em Regime de Fretamento, realizado pela primeira vez pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) e divulgado no início de março. A burocracia é o principal entrave à operação. O pro-blema foi citado por 57,0% das empresas de fretamen-to entrevistadas, seguido do transporte clandestino de

por CYNTHIA CASTRO EEVIE GONÇALVES

RODOVIÁRIO DE PASSAGEIROS

Transporte Estudo inédito da CNT mostra a

passageiros - mencionado por 36,4%.

Os operadores também destacaram a dificuldade de obtenção de autorização para a prestação de serviço (15,2%), a impossibilidade de uso de corredores expressos em regiões urbanas/metro-politanas (10,5%) e a res-trição de acesso a centros urbanos (3,6%).

Foram feitas 363 entre-vistas com empresá-rios de seis Estados: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Amazonas. O estu-do também ouviu outros 86 representantes de empre-sas que já realizaram o serviço, mas encerraram as atividades. No total, foram 449 entrevistas.

O serviço de fretamen-to desempenha importan-te papel na mobilidade das pessoas, dentro e fora das cidades – em viagens para o trabalho, escola ou lazer. De acordo com o presiden-te da CNT, Clésio Andrade, “o fretamento rodoviário de passageiros, além de gerar inúmeros empregos, com-plementa o transporte públi-

deslocamentos rodoviários; burocracia e

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fretamentopor importância do serviço que amplia alternativas de ônibus piratas são os principais problemas

co, atendendo a diferentes necessidades de deslocamen-tos e sendo, também, uma importante alternativa ao transporte individual”.

Além disso, é um segmen-to com “grande potencial de expansão devido às transfor-mações sociais e econômicas do país, com o aumento da movimentação de turistas e a instalação de áreas de

produção mais distantes dos centros urbanos”, completa Clésio Andrade. Mas, para que esse potencial seja apro-veitado, a CNT considera que é necessário conhecer melhor o segmento e solucionar seus principais entraves.

ClandestinoO transporte clandestino

é uma grande preocupação

do setor. Além de cerca de um terço das empresas entre-vistadas (36,4%) citar esse problema, mais da metade (57,8%) avalia que o núme-ro de operadores irregulares aumentou nos últimos dois anos. Para outras 17,9%, o número diminuiu e, para 17,1%, o quantitativo se man-teve o mesmo.

Metade dos transportado-

"Além de gerar inúmeros empregos,

o fretamento complementa o

transporte público"

CLÉSIO ANDRADE,PRESIDENTE DA CNT

FOTOS ARQUIVO CNT

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 31

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res que atuam no setor e participaram do estudo afir-ma que a fiscalização não é eficaz para coibir a prática ilegal. Esse problema foi rela-tado por 48,8% das empresas que operam no transporte interestadual/internacional, por 50,1% do municipal e por 50,7% do intermunicipal.

Entre os principais motivos dessa atuação irregular, elas destacam o número insufi-ciente de fiscais, a baixa fre-quência das ações de fiscali-zação e a escolha inadequada dos locais para essas ações. As empresas apontam, ainda, a falta de policiamento de apoio, os valores das multas aplicadas e a inadequada pre-paração dos agentes.

O diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, também destaca a necessidade de aumentar a fiscalização para combater a concorrência predatória exe-

Segmento cresce 68,6% em oito anos EXPANSÃO

O número de estabeleci-mentos do transporte de fre-tamento passou de 4.800 para mais de 8.000 unidades, entre 2007 e 2015. Os dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), do Ministério do Tra-balho, revelam que esse tipo de serviço cresceu 68,6% em oito anos. Em relação aos em-pregos diretos, as empresas de fretamento respondiam, em 2015, por mais de 64 mil

empregados, crescimento de 60,3% em relação a 2007 (39.954).

Há, contudo, estimativas do setor de que esse núme-ro de empregados pode ser maior. Se considerarmos todas as empresas do segmento, o serviço de fretamento pode chegar a empregar cerca de 100 mil funcionários. Os núme-ros da Rais não compreendem a totalidade do mercado, pois

se referem somente aos esta-belecimentos que declararam algum vínculo empregatício durante o ano e também por-que só incluem os estabele-cimentos que possuem como atividade econômica principal o serviço de fretamento.

CriseApesar do aumento dos

estabelecimentos voltados ao transporte rodoviário de pas-

sageiros em regime de fre-tamento nos últimos anos, a crise na economia, agravada em 2015 e 2016, levou à queda na demanda de passageiros. O estudo da CNT entrevistou 86 empresários que deixaram de atuar no segmento. No total, 33,8% dessas empresas fecha-ram as portas há menos de um ano; 26,7% entre um e dois anos; e 33,7% não operam o serviço há mais de dois anos.

Distribuição percentual das empresas por âmbito de atuação e tipo de fretamento*

* Os entrevistados poderiam citar mais de um item nessa questão.

0,0%

20,0%

40,0%

60,0%

80,0%

100,0%

Fretamento TurísticoFretamento EventualFretamento Contínuo

77,4%69,7%

19,7%

3,4%

13,8%

66,4%

89,7%

57,8%

12,6%

59,2%

88,5%

69,7%

Municipal Intermunicipal Interestadual Internacional

cutada pelos operadores pira-tas. “Muitas vezes, o transpor-te clandestino seduz o passa-geiro por oferecer um preço mais baixo. Mas as pessoas deveriam pensar que os ôni-bus piratas são antigos, não oferecem segurança, não são vistoriados e são operados

por motoristas sem treina-mento. É um risco que não vale a pena”, afirma.

Além disso, as diferentes legislações sobre esse tipo de transporte, muitas vezes defa-sadas e confusas, represen-tam um empecilho ao maior desenvolvimento da atividade.

Para cada âmbito de atuação (internacional, interestadual, intermunicipal e municipal), há uma série de normas e regulamentos que nem sempre são padronizados.

Entre as empresas entrevis-tadas que têm conhecimento da legislação, a maioria não

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201732

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Empresários reclamam da falta de motoristas de ônibus MÃO DE OBRA

A falta de profissionais no mercado de trabalho está entre as principais dificulda-des para a contratação de funcionários pelas empresas do setor de fretamento ro-doviário. De acordo com o estudo da CNT, 47,1% dos entrevistados encontram barreiras para contratar tra-balhadores qualificados.

Dentre esse grupo, 71,3% citam a escassez desses pro-fissionais no mercado como dificuldade. O elevado custo da mão de obra é destacado por 27,9% como dificultador de contratações, seguido de

elevados encargos sociais (27,9%), falta de cursos e treinamentos direcionados ao setor rodoviário de passa-geiros (18,4%) e profissionais com pouco tempo de expe-riência na atividade (14,7%).

O mercado de fretamen-to rodoviário de passageiros mostra que há espaço para os profissionais do transpor-te atuarem. Os empresários entrevistados relatam sentir carência em relação à dis-ponibilidade dos seguintes profissionais: motoristas de ônibus (41,9%), mecânicos/manutenção (20,9%), profis-

sionais da área administrati-va (5,5%) e gerentes opera-cionais (3,6%).

SEST SENAT A oferta para formar

profissionais qualificados para atuação nos serviços de transporte de passagei-ros e, mais especificamente, no segmento de fretamen-to, é relevante para tornar mais eficiente a operação de transporte e melhorar a qualidade do serviço pres-tado aos usuários. Alinha-do com essas demandas, o SEST SENAT atua na forma-

ção de profissionais para o mercado de trabalho, ofer-tando cursos desenvolvidos especificamente para as diversas atividades opera-cionais e administrativas do setor de transporte, como os seguintes treinamentos: Marketing no Transporte de Passageiros, Noções de Qua-lidade no Transporte Urbano de Passageiros, Qualidade no Transporte Urbano de Passageiros, Transporte de Passageiros com Necessida-des Especiais, Condução Se-gura e Econômica, Direção Defensiva, entre outros.

Quadro 1 -

Âmbito Principal órgão responsável

Federal - Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)

Esta

dual

(int

erm

unic

ipal

não

m

etro

polit

ano)

São Paulo - Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp)

Rio de Janeiro - Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (Detro/RJ)

Minas Gerais - Departamento de Edifi cações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DEER/MG)

Paraná - Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR)

Santa Catarina - Departamento de Transportes e Terminais (Deter/SC)

Amazonas - Agência Reguladora dos Serviços Públicos Concedidos do Estado do Amazonas (Arsam)

Fonte: Elaboração CNT com dados das legislações federal e estaduais

Confira a regularidade das empresas de fretamento, em alguns Estados, com os seguintes órgãos

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 33

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Principais motivos que levaram as empresas a deixar de operar o transporte rodoviário de passageiros em regime de fretamento*

* Apenas empresas que não operam mais no segmento de fretamento. Os entrevistados poderiam citar até três itens nessa questão.

51,2%

31,4%

24,4%

11,6%

3,5%

1,2%

32,6%

5,8%

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

NS/NR

Outros

Restrição do tipo de veículo para a operação do serviço

Limitação da quantidade mínima da frota

Concorrência com o transporte clandestino de passageiros

Existência de burocracia para a operação do serviço

Baixa remuneração pelo serviço

Redução de demanda pelo serviço

Principais deslocamentos realizados pelos passageiros

que utilizam os serviços de fretamento*

* Os entrevistados poderiam citar até três itens nessa questão.

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

NS/NR

Outros

Viagens técnicas

Congressos

Excursões escolares

Excursões de igreja

Residência/trabalho

Residência/escola (universidades, etc.)

Excursões turísticas 47,9%

35,8%

33,3%

24,5%

15,4%

6,1%

4,1%

6,9%

4,1%

Maiores dificuldades enfrentadas para a operação do serviço de fretamento*

* Os entrevistados poderiam citar até três itens nessa questão.

0,0% 20,0% 40,0% 60,0% 80,0% 100,0%

NS/NR

Outros

Limitação da quantidade mínima da frota

Restrição de acesso a centros urbanos

Impossibilidade de uso dos corredores expressos de ônibus em

regiões urbanas/metropolitanas (BRT/BRS)

Limitação da idade da frota

Dificuldade de obtenção de autorização para a prestação de serviço

Existência do transporte clandestino de passageiros

Burocracia para a operação do serviço 57,0%

36,4%

15,2%

12,9%

10,5%

3,6%

3,0%

8,3%

17,9%

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201734

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O estudo inédito da CNT foi realizado com o apoio da Anttur (Associação Nacional dos Transportadores de Tu-rismo e Fretamento). O presi-dente da entidade, Martinho Ferreira de Moura, destaca que esse serviço começou a ser oferecido no Brasil por volta das décadas de 1950 e 1960, com a implantação de indústrias e órgãos governa-mentais fora da área urbana,

aonde o transporte coletivo não chegava.

“O fretamento acompanha o desenvolvimento do país e de uma região. Se as indústrias crescem, se tivermos mais obras de infraestrutura, mais procura por turismo, esse serviço de fretamento contínuo, eventual ou turístico cresce também”, diz Moura. Atualmente, a Anttur tem cerca de 200 empresas as-sociadas em todo Brasil.

O presidente da associação considera que conhecer melhor o segmento é essencial para o fortalecimento da atuação e ressalta também a importância desse trabalho inédito da CNT. “Esse é o estudo mais profundo que há no Brasil sobre o trans-porte rodoviário de passageiros por fretamento. Vamos usar es-sa pesquisa como ferramenta para apresentar às autoridades as necessidades do setor.”

Serviço acompanha desenvolvimento do paísANTTUR

• Modalidade de caráter coletivo e privado: destina-se a um grupo específico e pré-determinado, com origem ou destino comum. Não é aberto ao público em geral, como o transporte público coletivo

• No fretamento contínuo, o itinerário é repetido várias vezes, geralmente em viagens diárias, com regularidade e continuidade da operação. É um serviço prestado, normalmente, a empresas e instituições de ensino, para usuários que tenham vínculo com elas (funcionários e estudantes). São viagens curtas para atender aos trajetos casa-trabalho-casa ou casa-escola-casa

• No eventual e/ou turístico, há um deslocamento específico e restrito, em geral, a uma viagem de ida e volta. Os clientes são empresas ou pessoas físicas que contratam serviços para excursões, viagens de lazer ou turismo, eventos reli-giosos ou educacionais, passeios culturais, congressos, visitas técnicas etc.

Saiba mais sobre o transporte de passageiros por fretamento

está satisfeita com as nor-mas aplicadas a cada âmbi-to ou região. A Resolução n.º 4.777/2015, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), é desaprovada por 67,0% dos operadores interes-taduais e internacionais. Essa Resolução estabelece regras para a operação do serviço, tais como os requisitos para obtenção da autorização, as características da frota e a obrigatoriedade da instalação de sistema de monitoramento embarcado nos veículos.

Segundo o estudo da CNT, a insatisfação com a legis-lação dos municípios ocorre entre 51,1% das empresas. Em relação às normas em âmbito estadual, 50,9% dos entrevis-tados não estão satisfeitos. Para todos os níveis de atu-ação no transporte rodoviá-rio de passageiros em regime de fretamento, foi unânime o relato de que a burocracia para obtenção da autorização para a prestação do serviço de fretamento é um ponto que deveria ser reavaliado nas legislações vigentes. O estudo da CNT busca identificar todas essas dificuldades regulatórias e também operacionais, insti-tucionais e de infraestrutura, além de propor soluções para os problemas que impedem o crescimento da atividade.

lFREEPIK

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 35

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por DIEGO GOMES

RODOVIÁRIO DE CARGAS

Melo, avalia que a medida pro-porcionará mais segurança nos veículos de carga de todo o país. “Estávamos uns 40 anos atrasados e, agora, esta-mos corrigindo isso. As cordas – que geralmente são usadas para amarrar as cargas – não são acessórios ideais para essa finalidade. Elas funcio-nam apenas para amarrar a lona, e não são apropriadas para prender, pois esticam, têm pouca resistência e são altamente vulneráveis à influ-ência de intempéries”, diz.

Requisito de seguran-ça indispensável ao modal rodoviário, a amarração corre-

ta da carga ao veículo de transporte é prevista, desde 1997, no Código de Trânsito Brasileiro, no seu artigo 102. Em função da falta de regu-lamentação, até então, não havia regras e critérios bem definidos para a prática. Esse cenário, no entanto, come-çou a ser modificado, neste ano, com o início da vigência da Resolução 552 do Contran

(Conselho Nacional de Trânsito), que traz o regra-mento para amarração de cargas no Brasil. Com ela, os veículos destinados a tal fina-lidade, produzidos a partir de 1º de janeiro de 2017, já devem sair da fábrica adaptados. Para os veículos que estão em circulação, a legislação passa a valer em 1º de janeiro de 2018. A medida ainda gera dúvidas em relação à sua efetividade e aos custos.

Entre as principais deter-minações da Resolução, estão

os acessórios permitidos para amarração, que, a partir de agora, devem ser neces-sariamente correntes, cabo de aço ou cinta de amarração de carga. Isso pressupõe que as cargas estejam fixadas de modo a prevenir movimen-tos relativos durante todas as condições de operação esperadas durante a viagem, como manobras evasivas, curvas e frenagens.

O engenheiro mecânico e autor do livro “Amarração de cargas”, Rubem Penteado de

Novas regrasResolução do Contran estabelece critérios para a amarração de

cargas no Brasil; medida proporcionará mais segurança nas rodovias; profissionais divergem

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201736

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Segundo ele, o sistema de amarração da carga deve ser suficientemente eficiente para impedir que a carga seja arremessada para fora do veí-culo ou ainda para impedir qualquer deslocamento que provoque alterações na dis-tribuição de pesos ou afete a estabilidade. De acordo com ele, o deslocamento da carga dentro da carroceria participa “silenciosamente” dos tom-bamentos – o acidente mais comum nas rodovias brasi-leiras e também o que mais

causa ferimentos nos cami-nhoneiros. “Embora todos sai-bam que a causa principal dos tombamentos seja a impru-dência e o excesso de veloci-dade nas curvas”. Segundo o engenheiro, as novas regras também contribuirão para descontruir mitos, como “carga pesada não precisa ser amarrada” ou “se a carga estiver amarrada, levará junto o caminhão”. “Todas essas são manias perigosas e sem qualquer fundamento técnico”, comenta.

CINTAMAX/DIVULGAÇÃO

O diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), Elmer Coelho, expli-ca que, com base em informa-ções da PRF (Polícia Rodoviária Federal), uma significativa quantidade de acidentes de trânsito tem como causa determinante ou fatores con-tribuintes a falta e/ou a ina-dequada amarração de cargas. Nesse sentido, o cumprimento da normativa busca aumentar a segurança nas vias. Coelho salienta que a medida não onerará o transporte rodo-

viário de cargas no Brasil. “Considerando que a projeção de qualquer material oriundo do veículo ou da carga pode gerar sérios riscos de dano ao patrimônio e à integridade dos usuários das vias públi-cas, não haverá aumento dos custos.”

Na avaliação do diretor, a medida também reduzirá con-sideravelmente as avarias. “Diminuirão muito os danos nas cargas, nas grades das carro-cerias e isso, principalmente, reduzirá o número de acidentes que envolvem movimentação da carga sobre o veículo.”

NovidadesA resolução estabelece

que as novas carrocerias de madeira deverão ser cons-truídas com madeiras de alta densidade e resistência, com fixadores metálicos de perfil U que comprovada-mente resistam às forças solicitadas. Dessa forma, a regra indica que deve ser utilizado algum tipo de cin-ta de amarração de carga têxtil, correntes ou cabos de aço. A resistência desses acessórios deve ser, no mí-nimo, duas vezes maior que o peso da carga. Barras de contenção, trilhos, malhas, redes, calços, mantas de

Os veículos produzidos a partir de 1º de janeiro de 2017 já devem sair da fábrica adaptados

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 37

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TRAGÉDIA

Um grave acidente envolvendo uma carreta, um trator e um ônibus, que deixou 14 pessoas mortas, no dia 27 de janeiro de 2014, na BR-110, interior da Bahia, foi determinante para o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) ini-ciar as discussões para a regulamentação do arti-go 102 do Código Trânsito Brasileiro, que prevê a cor-reta amarração de cargas no transporte rodoviário.

Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o ôni-bus da empresa Gontijo, que ia de São Paulo com

destino a Paulo Afonso, na Bahia, com 38 passageiros, bateu de frente com o tra-tor, que caiu de uma carre-ta. De acordo com a Polícia Civil, uma perícia feita no local do acidente constatou que o trator, que pesava 35 toneladas, não estava preso. À época, o moto-rista da carreta, que era terceirizado, disse que não havia verificado se o equi-pamento estava amarrado na carroceria do veículo. O profissional foi preso por homicídio com dolo even-tual – quando se assume o risco de matar.

atrito, separadores, bloque-adores e protetores poderão ser utilizados como disposi-tivos adicionais.

O documento delimita ain-da novas regras para o trans-porte de cargas indivisíveis em veículos do tipo carroceria ou prancha, como máquinas e equipamentos. A partir da

ses dispositivos de amarração só deverão ser passados pelo lado externo da carroceria em veículos do tipo carga seca, quando a carga ocupar por in-teiro o espaço interno da car-roceria”, explica o engenheiro mecânico Rubem Coelho.

Os veículos em circulação contam com um espaço de

um ano para realizar as devi-das mudanças e, para isso, já iniciam as pesquisas com for-necedores de cintas de amar-ração e catracas para amarra-ção, ganchos, catracas e fitas específicas para esse uso. “Os profissionais devem procurar uma oficina de sua confiança para fazer a adaptação. Trata--se de algo simples, uma solda apenas”, informa Coelho.

ContrapontoUma parcela dos caminho-

neiros não recebeu muito bem a notícia da nova resolução. Na avaliação dos profissionais, trata-se de mais uma medida sem muita funcionalidade e que visa ao lucro. O carreteiro brasiliense Divino do Carmo Souza tece críticas à iniciativa. “Está parecendo aquela histó-

nova legislação, esse tipo de carga precisa contar com pelo menos quatro pontos de amarração e, a exemplo das outras situações, ela deve ser feita por correntes, cabos de aço ou cinta para amarração de carga (diferentes materiais podem ser combinados). “É importante destacar que es-

Colisão deixou 14 pessoas mortas, na BR-110, interior da Bahia

Acidente motiva regulamentação

CINTAMAX/DIVULGAÇÃO

Cinta de amarração

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201738

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QUALIFICAÇÃO

Aos interessados em rea-lizar a correta gestão das cargas transportadas nos seus veículos, o SEST SENAT disponibiliza, em suas uni-dades operacionais, o curso de arrumação e conferência de cargas. A capacitação proporciona aos participan-tes conhecimentos básicos para o exercício da ativida-de de identificação, manu-

seio, conferência, arruma-ção, acondicionamento e simbologia da carga. No conteúdo, estão atividades teóricas aliadas a estudos de conceitos e técnicas de conferência do tipo e do perfil da carga, além do armazenamento, da movi-mentação, da arrumação e aplicação de testes para avaliação da aprendizagem.

SEST SENAT oferece curso

IMAGEM REPRODUZIDA DA TV GERAL - YOUTUBE

ria dos kits de primeiros socor-ros ou a da troca de extintor. Elas não levaram a nada.”

Os fabricantes de carroce-rias de madeira também con-testam a decisão. Segundo a ABFCM (Associação Brasileira dos Fabricantes de Carroce-rias de Madeira), a estrutura das carrocerias de madeira é capaz de resistir mais de três vezes à força solicitada. Estu-do recente encomendado pela associação ao Laboratório de Madeiras e de Estruturas de Madeira, da Universidade de São Paulo, coloca em dúvida a sustentabilidade técnica para a proibição do uso da madeira na estrutura das carrocerias.

Em nota, a ABFCM consi-dera a determinação uma “afronta ao comércio desse

produto tão importante para a economia, que, além de divisas, concentra quesitos sustentáveis e favoráveis ao meio ambiente. O setor reivindica que se leve em

consideração o fato de a madeira ser usada desde a construção civil até a indús-tria naval. “Quando falamos em implementos rodoviári-os, não há como falar da

Mais informaçõeswww.sestsenat.org.br0800 728 2891

história do transporte de cargas no mundo sem passar pela carroceria de madeira. A madeira não tem histórico que a desabone como imple-mento rodoviário.” l

Reprodução da amarração correta das cargas

REPRODUÇÕES DA RESOLUÇÃO CONTRAN

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 39

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Pelo 18º mês consecutivo, número de passageiros em voos domésticos

por CARLOS TEIXEIRA

AÉREO

sentou diminuição de 7,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Os dados estão disponí-veis no relatório Demanda e Oferta do Transporte Aéreo, da Anac. O documento é ela-borado com base nas opera-ções regulares e não regula-res das empresas brasileiras de serviços de transporte

Pelo 18º mês conse-cutivo, o setor aéreo registrou queda na movimentação.

O último balanço divulgado pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), no início de março, mostra que a deman-da das companhias aéreas caiu 1,8% em relação a janei-ro de 2016 (em passageiros-

-quilômetros pagos transpor-tados, RPK). No primeiro mês deste ano, foram registrados 8,5 milhões de passageiros pagos em voos domésticos, o que representa redução de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior. A oferta de assentos diminuiu 3,2% na mesma comparação.

Na liderança do mercado

doméstico, as empresas Gol e Latam ocupam as primeiras posições, com participação de 39% e 31%, respectiva-mente. Em seguida, estão a Azul (18%) e a Avianca (11,8%). Já em relação ao transporte de cargas pagas e via Correios, foram trans-portadas em janeiro cerca de 28 mil toneladas, o que repre-

Parados

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“O Brasil passa por uma grave crise, com incertezas sobre questões

políticas e econômicas"

aéreo público de passageiros.Na avaliação do consultor

técnico da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Maurício Emboaba, a redução no transporte de passageiros e de cargas refle-te o atual momento econô-mico do país. “O Brasil passa por uma grave crise, com incertezas sobre questões

políticas e econômicas. Isso gera ressalvas sobre quando acontecerá a retomada do crescimento. O setor aéreo segue o comportamento do PIB (Produto Interno Bruto).”

Para reverter as quedas, Emboaba ressalta que as companhias aéreas têm atu-ado com eficiência para com-pensar as perdas, traçando

novas estratégias para ame-nizar os prejuízos da queda do número de passageiros. “Está havendo um gerencia-mento de oferta, com redu-ção do número de voos de acordo com a demanda.”

Essa mudança de estraté-gia tem trazido alguns resul-tados positivos. O balanço da Anac mostra que houve

INFRAERO/DIVULGAÇÃO

MAURÍCIO EMBOABA,CONSULTOR TÉCNICO DA ABEAR

cai no Brasil; rotas são reformuladas para amenizar prejuízos

na pista

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Setor gera R$ 25,5 bi em impostos ABRANGÊNCIA

Estudo da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), publicado no fim de 2016, apon-ta que o setor aéreo brasileiro gerou, em 2015, R$ 25,5 bilhões em impostos, com 6,5 milhões de empregos amparados pelo setor. No período, 110 milhões de passageiros domésticos e inter-nacionais embarcaram no país. Desse total, 103 milhões voaram exclusivamente em companhias brasileiras. O estudo aponta que, em 2015, o equivalente a quase US$ 44 bilhões do co-mércio internacional brasileiro foi transportado por aviões. Nú-mero que corresponde a 12% do valor das importações e exportações do país.

Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o Brasil possui atualmen-te 2.463 aeródromos registra-dos pela agência, sendo que desse total 1.806 são privados e

657 públicos. Dos públicos, seis foram concedidos à iniciativa privada, outros quatro estão em processo de concessão.

Atualmente, nos aeropor-tos do país, são realizadas 2.700 mil decolagens diárias, que correspondem a 3% de todo o tráfego mundial de passageiros e que colocam o país no 3º no mercado domés-tico mundial, atrás apenas de Estados Unidos e China.

Inaugurada em 1927, a aviação comercial brasileira está completando 90 anos em 2017 com números robus-tos. Nos primeiros 75 anos, 570 milhões de passageiros foram transportados pelas companhias brasileiras. Com a instituição da liberdade ta-rifária em 2002, até o período de 2015, mais de 920 milhões de passageiros viajaram por empresas brasileiras.

um pequeno crescimento do número de passageiros por voo neste início de ano. A taxa de aproveitamento dos assentos no mercado domés-tico foi de 84,2%. Isso repre-sentou alta de 1,4% em rela-ção a janeiro do ano passado.

ICMSDiante desse cenário, as

companhias reivindicam mudanças em algumas áreas do setor. Entre os pontos defendidos pela Abear como essenciais para a retomada do crescimento está a revi-são da cobrança de ICMS

(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre o querosene de avia-ção. Atualmente, a alíquo-ta varia de 12%, no Distrito Federal, a 25%, em São Paulo e outros Estados.

A associação ressalta que, além de o Brasil já ter um dos combustíveis mais caros de todo o mundo, o ICMS eleva o preço das passagens dos voos domésticos. “Prejudica o turismo interno e onera demasiadamente um setor catalisador de atividade eco-nômica, limitando a multipli-cação dos efeitos positivos

do transporte aéreo”, afir-ma a Abear. As empresas aéreas defendem uma alí-quota máxima de 12%. Na avaliação do segmento, essa medida contribuiria para o desenvolvimento do transporte aéreo no Brasil, com geração de empregos.

Voo internacionalO balanço divulgado pela

Anac, neste início de ano, tam-bém mostra que, enquanto houve redução no número de passageiros dos voos domés-ticos, os voos internacionais registraram maior movimen-

FOTOS BH AIRPORT/DIVULGAÇÃO

São mais de 6 milhões de empregos no setor aéreo

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Setor gera R$ 25,5 bi em impostos Bagagem despachada poderá ser cobradaLEGISLAÇÃO

Considerada uma maneira de atrair novos passageiros para o setor aéreo, a Anac definiu novas regras para a cobrança de baga-gens despachadas. O passageiro poderá optar pelo pagamento das malas e, em contrapartida, as empresas se comprometem a oferecer tarifas mais baratas.

As medidas têm sido alvo de contestação na Justiça. Até o fechamento desta edição da CNT Transporte Atual, a reso-lução passaria a valer a partir de 14 de março. Contudo, o MPF (Ministério Público Federal), em São Paulo, entrou com uma ação civil pública pedindo que sejam anuladas, liminarmente, as novas regras. Segundo o MPF, as pro-postas reduzirão a qualidade dos serviços de menor custo, já em-butidos no valor das passagens, e aperfeiçoarão os pacotes mais caros para estimular os consumi-dores a comprá-los.

A Latam anunciou que pre-tende reduzir os valores dos bilhetes em 20% até 2020. Entre-tanto passará a cobrar R$ 50 pe-lo despacho de malas de até 23 kg nos voos nacionais. Segundo a companhia, ainda não há data definida para o início da co-brança. Para voos na América do Sul, os passageiros deverão pagar apenas pela segunda bagagem. Já em outros voos internacionais, o despacho se-rá gratuito em até duas malas com o limite de 23 kg cada.

A Gol informou que terá uma classe tarifária mais bara-ta para os clientes que não des-pacharem bagagens. Para os passageiros que optarem pelo despacho, haverá a opção de aquisição da franquia no mo-mento da compra do bilhete, que será calculada por volume despachado. A Avianca decidiu não cobrar pelo despacho no

início da vigência da resolução, pois prefere estudar a questão nos próximos meses.

Já a Azul optou por conti-nuar oferecendo a franquia de bagagens em voos domésticos mantendo os preços das passa-gens praticados atualmente. No entanto, a companhia terá uma nova opção de tarifa - que será introduzida gradativamente a partir da data de vigência da re-solução - com preços reduzidos para quem não despachar malas. Para voos para Estados Unidos e

Europa, os clientes terão o direito de despachar dois volumes de 23 kg cada. Já para voos para a América do Sul, a companhia terá por regra o despacho de um volume de até 23 kg.

Todas as companhias vão alterar o limite da bagagem de mão de cinco para dez quilos, de acordo com a previsão da Anac. As regras relacionadas às dimensões seguem inalteradas: no máximo 55 cm x 35 cm x 25 cm (altura x largura x espessura).

(Por Evie Gonçalves)

tação. Em janeiro deste ano, o aumento na demanda foi de 4,8% e, na oferta, de 1,9%. Foram registrados 784 mil passageiros pagos. Segundo a Agência, os números indi-cam recorde para o mês na série histórica iniciada em janeiro de 2000. A empresa Latam tem liderado o merca-do internacional nos últimos anos, com participações que variaram entre 70% e 90% da demanda de passageiros. A Gol manteve-se com par-ticipações em torno de 15%; enquanto a Azul, que iniciou as operações internacionais

em dezembro de 2014, tem se mantido com represen-tatividade de aproximada-mente 10%.

A Abear reforça que o ICMS cobrado no Brasil contribui para que os voos dentro do país tenham tarifas mais ele-vadas em relação aos interna-cionais. Conforme a associa-ção, de maneira geral, “como os voos internacionais não pagam ICMS, o custo de um voo doméstico pode ser até 25% maior do que um voo para destino internacional, mesmo que tenham distân-cias similares”. lDemanda de voos internacionais teve aumento de 4,8% em janeiro

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METROFERROVIÁRIO

por DIEGO GOMES

financiamento de ninguém para fazer isso”, explica.

Segundo Perrupato, os chi-neses têm uma visão geopolíti-ca mundial que implica conso-lidar um grande território den-tro do seu espaço. “Para isso, tem que dar mobilidade para as pessoas, por meio de trens

Há pouco mais de uma década, a China não havia conecta-do nenhuma de suas

cidades por meio de trens-ba-la. Hoje, o cenário vem sendo radicalmente alterado. O país já dispõe de 22 mil quilômetros de linhas ferroviárias de alta velocidade – mais do que o resto do mundo combinado. Por todo o território chinês, trens suspensos em vigas e pilares cortam as diversas metrópoles e paisagens. E a potência orien-tal ainda planeja construir mais 15 mil quilômetros de linhas até 2025. Lá, por exemplo, está a linha de alta velocidade de maior extensão do mundo, que liga Pequim a Guangzhou, com quase 2.300 de quilômetros.

Também se encontra em operação comercial, em Xangai, o único maglev (trem de levita-ção magnética) no mundo, que liga a estação Longyan Road (integrada ao metrô da cidade) até o aeroporto Pudong (um dos dois aeroportos internacio-nais de Xangai), num percurso de 30 quilômetros realizado totalmente em via elevada e que alcança velocidades supe-riores a 430 km/h.

Tal expansão ferroviária, segundo especialistas, tem

relação com a estratégia de autoafirmação geopolítica do governo chinês de integrar seu território, assegurar mobilida-de a toda a população, levar desenvolvimento a regiões remotas, incentivar estatais e obter tecnologia avançada. O processo se assemelha à forma como Estados Unidos e Grã-Bretanha orientaram seus pla-nos de desenvolvimento urbano e de soberania territorial a par-tir das ferrovias, no século 19.

Na avaliação do engenhei-ro civil e consultor Marcelo Perrupato, ex-secretário nacio-nal de transportes do antigo Ministério dos Transportes, uma série de aspectos possibilitam esse avanço chinês no campo da infraestrutura, como o fato de o país ter um regime político quase que integralmente esta-tal e não enfrentar dificulda-des para obter licenciamentos ambientais, já que a legislação é flexível e controlada pelo governo. “Eles usam muito o sistema de vigas de aço sob pilar de concreto armado, por-que não querem fazer ocupa-ção em território produtivo. Os chineses têm poupança interna, têm capital próprio. Por isso reconstruíram Xangai e Pequim. Ou seja, não estão tomando

de alta velocidade, porque as distâncias são grandes, e eles têm que transportar comida para a população.” O engenhei-ro salienta que os chineses usam o transporte como fator indutor do desenvolvimento. “No Brasil, a gente investe em transporte para criar problema

REUTERS/DIVULGAÇÃO

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ambiental e correr atrás do prejuízo, para fazer obra em regime de urgência, tudo ao contrário”, critica.

De olho na possibilidade de atração de investimentos de infraestrutura de transporte ao Brasil e no intercâmbio de tecnologia, a CNT (Confederação

Nacional do Transporte) man-tém um escritório avançado em Pequim. “A China é um parceiro comercial de grande importân-cia e demonstra constante inte-resse em investir no Brasil, inclu-sive em projetos ferroviários e de trens de alta velocidade. Nesse sentido, a Confederação

é uma ponte entre os empresá-rios dos dois países para criar oportunidades que estimulem a economia brasileira”, comenta o diretor de assuntos interna-cionais da CNT, Harley Andrade.

No segundo semestre do ano passado, durante visita do pre-sidente Michel Temer à China,

empresários locais demons-traram interesse em retomar o projeto do trem-bala entre os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, obra que nunca se viabilizou diante de dúvidas de investidores. Na ocasião, o embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, reiterou o interesse

Prosperidade sobre trilhos

China tem mais de 20 mil quilômetros de linhas de trens-bala; estratégia impacta geopolítica do planeta e desagrada potências

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no investimento, cujas estima-tivas de cifras variavam entre R$ 35 bilhões, por parte do governo, e R$ 50 bilhões, na visão do mercado. Por ora, o pro-jeto continua apenas no papel.

Tecnologia e mercadoPara alcançar o atual está-

gio de know-how tecnológico, os chineses contaram com a coope-ração das empresas japonesas e europeias – pioneiras em trens--bala –, que aceitaram fabricar os equipamentos sob o pretenso propósito de acessar um mer-cado em ascensão, contratos bilionários e estar à frente da maior rede de trens de alta velo-cidade do mundo. Alguns anos depois, contudo, essas mesmas organizações se viram diante da necessidade de concorrer com as chinesas que adaptaram sua tecnologia e passaram a disputar mercado com elas.

Empresas chinesas – outro-ra sócias menores de gigan-tes como a Kawasaki Heavy Industries Ltda., a Siemens AG, a Alstom S/A. e a Bombardier Inc. – destacam-se no mercado mundial de trens-bala, mar-cando presença nos Estados Unidos, na Europa, na Arábia Saudita e até no Brasil. Os trens são, em geral, mais velozes do que os oferecidos por suas con-correntes estrangeiras. Essa nova realidade, entretanto, tem desagradado grandes potên-

cias, que alegam que os chi-neses se valeram da chamada apropriação tecnológica para alcançar esse resultado.

O avanço da indústria chi-nesa de trens de alta velocida-de desafia potências como os Estados Unidos e a Alemanha e desperta certa revolta entre as multinacionais que operam no país. Marcelo Perrupato considera que a China apenas “entrou” na globalização e fez exatamente o mesmo que o Japão após a 2ª Guerra Mundial. “Os japoneses promoveram sua transformação industrial em parte pela engenharia reversa de tecnologias estrangeiras. Os chineses estão aperfeiçoando a tecnologia. A exemplo dos alemães, eles estão vendendo para todo o mundo.”

A China reconhece que os

Mapa dos trens de alta velocidade da China

País construirá 9.000 kmEXPANSÃO

O Ministério de Ferrovias da China investirá em 2017 cerca US$ 117 bilhões na construção de 8.600 qui-lômetros de ferrovia para ampliar a rede do país, in-forma a agência oficial de notícias do governo chinês. O gigante asiático gastará US$ 509 bilhões na realiza-ção de 35 projetos ferrovi-ários durante seu 13º plano quinquenal (2016-2020).

As obras começarão com a construção de 4.000 quilô-metros de vias eletrificadas, 2.500 quilômetros de vias duplas e outros 2.100 de vias novas nas regiões central e

oeste do país, áreas de pou-co desenvolvimento social e econômico. O orçamento atribuído para 2017 pelo Es-critório Nacional de Ferro-vias para a melhora da rede é o mesmo que o utilizado em 2016, ano em que China atingiu 124 mil quilômetros de ferrovia, dos quais 22 mil são de alta velocidade.

Em 2020, o país asiático terá aumentado a extensão de sua rede de alta velocida-de para 30 mil quilômetros, conectando mais de 80% das grandes cidades do país, como Pequim, Xangai, Can-tão e Tianjin, entre outras.

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trens, agora comercializados, foram desenvolvidos usando tecnologia estrangeira. As autoridades, porém, alegam que empresas chinesas, como a China South Locomotive & Rolling Stock Industry Group Corp., ou CSR, adicionaram as próprias inovações para fazer o produto final chinês. “A indústria ferroviária chinesa produziu a nova geração de trens de alta velocidade apren-dendo e sistematicamente compilando e renovando a tec-nologia estrangeira”, afirmou o Ministério das Ferrovias da China em comunicado. Alguns executivos estrangeiros dizem que tal “renovação” é uma vio-lação dos acordos que fecha-ram com a China.

Segundo o governo chinês, a CSR recebeu tecnologia japone-sa de alta velocidade a partir de 2004 como parte de um acordo

com a Kawasaki. Engenheiros e executivos da CSR dizem que adaptaram e melhoraram essa tecnologia para fazer trens que são mais velozes e melhores. Os trens mais velozes em ope-ração no Japão e na Europa correm cerca de 320 km/h.

Marcelo Perrupato pondera que o grande diferencial chinês é o imenso mercado interno, que faz com que as estrangeiras “entreguem” know-how tecno-lógico para conseguir uma fatia do bolo. “Como a China favorece cada vez mais as fornecedoras nacionais, ela pode elevar a bar-reira e exigir que as empresas que querem fazer negócios por lá transfiram tecnologias cada vez mais avançadas.”

ProjetosNovos projetos da esta-

tal chinesa CRRC (The China Railway Rolling Stock

Corporation) prometem modi-ficar ainda mais o patamar do transporte público mundial.

Um deles será um maglev capaz de se deslocar a veloci-dades máximas de 600 km/h – quase duas vezes a velocidade dos veículos do gênero dispo-níveis no mercado. Segundo a Embaixada da China no Brasil, os novos maglevs estariam atu-almente sendo preparados para testes pela companhia. Por se tratar de um meio tão veloz, a linha necessária para a viagem dos testes, previstos para este ano, terá, inicialmente, apenas cinco quilômetros de extensão.

A estatal também está fazendo testes com um maglev um pouco mais lento, com velo-cidade máxima de apenas 200 km/h. O objetivo é estabelecer novos padrões domésticos de tecnologias e sistemas da nova geração de trens.

Além disso, a CCRR vem investindo em trens de alta velocidade transcontinentais que atingem 400 km/h, mas que também podem alternar entre diferentes vias do traje-to. Para isso, engenheiros chi-neses estão desenvolvendo uma ferrovia de alta velocida-de de última geração que pos-sibilitará ligar as cidades rus-sas de Moscou e Kazan. Sob responsabilidade do Instituto de Mecânica da Academia Chinesa de Ciências, o projeto, caso se concretize, transfor-maria os trens da linha russa nos segundos mais rápidos do mundo, somente atrás da ferrovia de levitação magnéti-ca de Xangai. Posteriormente, chineses e russos estudam a possibilidade de prolongar a linha até Pequim, unindo as duas potências por ferrovia de alta velocidade.

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WIKIWAND/DIVULGAÇÃO

A meta é construir mais 15 mil quilômetros de linhas até 2025

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AQUAVIÁRIO

Consórcio planeja construir embarcação em alto-mar entre o Amapá e o Pará; projeto de US$ 400 milhões prevê atracação

de navios com capacidade para até 18 mil TEUS

por EVIE GONÇALVES

Portos antigos, sucatea-dos e com escassez de dragagem para o aces-so a navios de maior

calado. A realidade do setor aquaviário é ainda mais grave no Norte do Brasil. A falta de manu-tenção nos berços de atracação faz com que terminais públicos como Belém (PA), Manaus (AM), Santarém (PA) e Vila do Conde (PA) recebam embarcações com capacidade para, no máximo, 60 mil toneladas. Pensando em uma solução para dar vazão à grande

carga que circula na região, com destaque para grãos e miné-rios, a iniciativa privada planeja a construção de um navio-porto que servirá de alternativa para a necessidade de escoamento da produção nacional.

A embarcação vai funcionar como uma plataforma de petró-leo, ancorada em alto-mar, em uma região conhecida como Barra Norte, localizada entre o Amapá e o Pará. A ideia é que ela sirva como uma espécie de hub, ponto central de recebi-

mento da carga vinda da Ásia, pelo Canal do Panamá, e dos EUA e da Europa, pelo Oceano Atlântico. A estrutura vai pos-sibilitar a chegada de contêine-res embarcados em grandes navios, a armazenagem em compartimentos próprios e, por fim, a redistribuição para embarcações menores com destino aos portos da região, aos terminais do restante do país por cabotagem (na costa do oceano brasileiro) ou pela Hidrovia do Amazonas.

O projeto, que custará US$ 400 milhões, prevê dois quilômetros de berços de atracação, com possibilidade para quatro operações simul-tâneas com guindastes. Além disso, terá 511x297 metros, espa-ço para armazenamento de 88 mil contêineres de 20 pés e 14 porões internos. O consórcio para a construção da embarca-ção, formado por 40 empresas especializadas em navegação, é capitaneado pela IV Partnership. A expectativa é que comece a

Navio-porto para o Norte

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ser construído ano que vem e comece a operar em 2021.

Para o presidente Fernando Valente, existem inúmeras van-tagens na construção desse tipo de estrutura. A primeira é a possibilidade de receber embarcações com capacidade para até 18 mil TEUS (unida-de de medida equivalente a 20 pés) pelo fato de estar locali-zada em alto-mar. “Atualmente, a carga é escoada em navios menores porque os portos bra-sileiros não possuem profundi-

dade suficiente para a atraca-ção de grandes embarcações. O hub vai permitir que a maior parte da viagem seja feita por um grande navio, o que vai gerar redução de custos tanto para o armador quanto para o embarcador”, acredita.

Outro ponto positivo, segundo ele, é o espaço para atracação dos navios, quando comparado com um porto, que costuma ter, em média, 230 metros de berço. “Essa estrutu-ra funcionava bem até a década

de 1990. A partir daí, os navios ficaram grandes demais e os portos não acompanharam o crescimento. Por isso, a neces-sidade de pontos alternativos para um setor em crescente expansão”, ressalta.

Valente também aponta como vantagem o fato de os navios que atracarem no hub não terem que apresentar toda a documentação exigida no Brasil – 16, no total, envolven-do a carga e a embarcação. O motivo é o fato de a platafor-ma ser construída em uma zona contígua, a 24 milhas da costa, onde o Brasil não tem soberania sobre a exploração das águas oceânicas, conforme previsto na Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (leia mais sobre o tema na página 51).

Ele ressalta ainda a alta tributação paga pelas opera-ções portuárias no Brasil. Do valor total desembolsado pelos donos das cargas, 46% equiva-le a tributos como ISS (Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza) e Taxas de Atracação, por exemplo. O hub também estaria isento de várias dessas taxas por não estar submetido à legislação nacional.

ManutençõesO especialista em engenha-

ria naval, portos e hidrovias, Hito Moraes, se mostra reti-

“O hub vai permitir que a maior parte

da viagem seja feita por um

grande navio”

FERNANDO VALENTE,PRESIDENTE DA IV PARTNERSHIP

Fenamar considera projeto ousadoDIREITO INTERNACIONAL

O presidente da Fenamar (Federação Nacional das Agên-cias de Navegação Marítima), Waldemar Rocha, considera o projeto do Navio-Porto de difícil execução. Em primeiro lugar, devido ao alto custo e à pequena vida útil da platafor-ma, que vai exigir manutenção constante, além da possibili-dade de corrosão do casco por causa da forte influência das ondas na região. “É uma pro-posta bastante ousada e de-manda estudo intenso de viabi-lidade econômica, de cargas e de condições de segurança de navegação”, acredita.

Outro argumento é que a plataforma é mais viável para o armazenamento de contêineres, ou seja, não serviria para a exportação dos principais produtos da região – grãos e minério de ferro, que não costumam ser transportados nesses com-partimentos. Segundo ele, o projeto teria maior via-bilidade para a importação, mas, para esse caso, pode-ria estar localizado próximo a terminais que recebem maior quantidade de produ-tos de fora do país, como o de Santos, por exemplo.

Rocha lembra ainda que é prematuro dizer que o navio representará custos menores na operação ou diminuição no número de documentos obrigatórios a serem apresentados pelo fato de estarem fora das 12 milhas náuticas da costa brasileira. “O país possui uma zona exclusiva de 200 milhas náuticas, ou seja, qualquer atividade econômica a ser realizada na região estará submetida às leis brasilei-ras. A Marinha certamente vai estar envolvida nesse processo”, conclui.

IV PARTNERSHIP/DIVULGAÇÃO

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ARQUIVO CNT

cente quanto ao projeto. Ele acredita que a estrutura atende a uma demanda de curto prazo. “Esse tipo de hub tem vida útil menor do que um porto comum porque está sujeito à corrosão do casco. Além disso, o fato de ser ancorado faz com que ele sofra forte influência das ondas, ou seja, precisará de constantes e caras manuten-ções. A viabilidade é temporá-ria. Não vai consolidar um país

como uma plataforma logística de longa duração.”

Ele concorda que o Brasil pre-cisa de soluções alternativas à escassez de portos eficientes e trabalha no projeto de um por-to-ilha, aterrado, com maior vida útil e os mesmos princípios de uma obra portuária. A ideia é que ele fique localizado em uma região de baldeação de mercado-rias na região. Segundo Moraes, é mais viável e barato aterrar

Portos brasileiros possuem profundidade para a atracação de pequenas embarcações

um banco de areia na foz do Rio Amazonas e do Rio Pará. “O projeto possibilitaria a chegada de navios de 27 metros de calado. O maior navio que atraca em Vila do Conde, por exemplo, possui calado de 13 metros”, conta.

De acordo com o especialis-ta, essas soluções não seriam necessárias caso os portos nacionais fossem eficientes. Mas acabam sendo tendência em todo mundo e já existem

“Esse tipo de hub tem vida útil

menor porque está sujeito à corrosão do

casco”

HITO MORAES,ESPECIALISTA EM ENGENHARIA NAVAL, PORTOS

E HIDROVIAS

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Navio fora do mar territorial brasileiro DIREITO INTERNACIONAL

Quando concluído, o na-vio-porto que abastecerá a região Norte do país não es-tará submetido à legislação brasileira como os portos públicos e TUPs (Terminais de Uso Privado). O motivo é a distância de 24 milhas náuticas (44 km) da costa brasileira - limite considera-do zona contígua pela Con-venção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, trata-do multilateral sob o coman-do da ONU (Organização das Nações Unidas), assinado em Mondego Bay, na Jamaica, em 1982. O Brasil ratificou a convenção em 1988.

O tratado prevê que a soberania de um país em mar territorial está limitada a 12 milhas náuticas (22 km) da costa, ou seja, como o hub estará localizado além desse limite, não se subme-

terá às regras e leis brasi-leiras. A legislação interna-cional também estabeleceu uma zona contígua com mais 12 milhas em que o Estado pode exercer deter-minadas atividades, como combate ao contrabando e à imigração ilegal, além de uma ZEE (Zona Econômica Exclusiva), de 200 milhas náuticas, onde o país tem soberania em relação à ex-ploração dos recursos na-turais na água, no leito do mar e no seu subsolo, além dos casos de preservação do meio marinho, investiga-ção científica e instalação de ilhas artificiais.

“O fato de não termos que nos submeter à legisla-ção brasileira pode eliminar a burocracia e os altos im-postos pagos nas operações de carga e descarga”, acre-

dita o presidente da IV Part-nership, Fernando Valente. Para atracar em um porto brasileiro, os armadores e embarcadores precisam apresentar 16 documentos referentes à carga e ao na-vio. Além disso, pagam, em média, 46% de tributos nas operações portuárias.

Por outro lado, o es-pecialista em engenharia naval, portos e hidrovias, Hito Moraes, considera ser uma desvantagem o fato de o navio-porto ser cons-truído fora das ilhas náu-ticas brasileiras. “Ficar longe do litoral significa maior custo. Os emprega-dos da plataforma terão que desembolsar um alto valor com transporte di-ário. É caro para o con-sórcio e para os funcioná-rios”, argumenta.

ARQUIVO CNT

na China, Holanda e Bélgica. “As empresas privadas estão buscando espaço. No Brasil, os portos ainda têm capacidade para escoar a mercadoria em um futuro próximo. Mas, daqui a 30 anos, não sei se vão aten-der”, lamenta.

Fernando Valente, da IV Partnership, ressalta que a estrutura não foi pensada para ameaçar os portos já existen-tes. Para ele, a alternativa é Berços de atracação possuem cerca de 230 metros nos portos nacionais

uma solução até mesmo para que os terminais contratem espaços para conseguirem receber a carga de forma segmentada. “É mais difícil encontrar interessados que queiram investir em portos públicos, o que acaba gerando um ambiente de insegurança. Como nosso projeto não é fixo, se não obtivermos o retorno previsto, podemos nos deslocar para outro país”, finaliza. l

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RODOVIÁRIO DE CARGAS

Carga tributária

O transporte de cargas é imprescindível à cadeia de produção e distribuição de bens

industriais e agrícolas. Segundo o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, cerca de 60% desse transporte é realizado por meio de rodovias, tornando o modal um elemento preponderante para a eficiên-cia e a produtividade sistêmica da economia. O setor, contudo, enfrenta dois problemas crôni-cos ligados à tributação: as

elevadas taxas e a complexi-dade da legislação. Tais carac-terísticas impõem desafios para manter em dia obrigações acessórias e, até mesmo, para a sobrevivência dos negócios. Na segunda reportagem da série sobre o peso dos impostos nos diferentes segmentos do trans-porte, a CNT Transporte Atual traz as implicações dessa espe-cificidade no TRC (Transporte Rodoviário de Cargas).

Os governos optam em tribu-tar fortemente o transporte

rodoviário de cargas porque podem arrecadar bastante. Essa é a conclusão do presidente do Conselho Superior do IBPT (Insti-tuto Brasileiro de Planejamento e Tributação), Gilberto Luiz do Amaral. “O setor de transporte de cargas é muito importante para o país. Trata-se do elo en-tre a indústria e o comércio, que leva serviços até o consumi-dor. O mais plausível seria ter uma baixa carga tributária. Até porque tudo isso acaba refletin-do no preço aos consumidores.”

Os tributos representam mais de 45% do valor agregado do setor, revela levantamento do IBPT. “Ou seja, é tudo o que se adiciona para realizar a ativi-dade. São os impostos que in-cidem, por exemplo, sobre aqui-sição e manutenção de veículos, insumos e folha de pagamento”, diz Amaral.

Em um ambiente de retração econômica, um dos resultados dessa realidade é o aumento do endividamento com o Fisco. Gilberto Amaral afirma que,

Segunda reportagem da série sobre impostos no setor de transporte traz os desafios e entraves do rodoviário de cargas;

cobrança custou R$ 41 bilhões a empresas do setor em 2015

por DIEGO GOMES ENATÁLIA PIANEGONDA

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em 2015, pela primeira vez, o estoque da dívida dos contri-buintes ultrapassou a arrecada-ção anual da União, dos Estados e dos Municípios. O débito soma R$ 2,21 trilhões, contra R$ 2,01 trilhões que os entes federativos recolheram em tributos.

O presidente da ABTC (As-sociação Brasileira de Logística e Transporte de Carga), Pedro Lopes, avalia que tal cenário está enfraquecendo as empre-sas. “Vemos uma inadimplência elevadíssima e o TRC está acima

da média nacional, porque as empresas não conseguem pagar a tributação”, diz. Ele destaca, também, os efeitos da crise econômica sobre o preço do frete. “A crise gera uma ociosi-dade grande, que faz com que se avilte o preço do frete e, conse-quentemente, as empresas não conseguem pagar a tributação.”

Lopes explica que grande parte das transportadoras, para sobreviver, compromete-se em manter o custo dos emprega-dos, pagando salários e deveres

previdenciários, e acabam deixando de lado os tributos. “Isso é uma bola de neve. À medida que vai aumentando, sem o pagamento, todo esse passivo fica acrescido de multas e juros, que, com o tempo, torna-se impagável. E as empresas são enquadradas nos órgãos de con-trole do Estado e ficam restritas para buscar crédito.”

O setor também enfrenta dificuldades em relação à dife-rença de alíquotas de paga-mento do ICMS (Imposto sobre

Circulação de Mercadorias e Serviços). O cálculo do diferen-cial de alíquota é feito de modo que seja encontrada a diferença entre a alíquota do Estado de destino e a tarifa interestadual. Se uma mercadoria for trans-portada de São Paulo ao Rio de Janeiro, a tarifa interestadual será de 12%. Como a alíquota de ICMS do Rio de Janeiro é de 18%, o resultado do diferencial é de 6% sobre o valor da operação. As-sim, se um produto custou R$ 100, desse valor, R$ 6 corresponderão a esse diferencial.

Prejuízo

O IBPT constatou que, em 2015, as 210 mil empresas de transporte tiveram arrecadação bruta de R$ 207 bilhões, dos quais 41 bilhões foram consumidos no pagamento de tributos. Esse valor é 8,2 vezes maior do que o lucro, que não passou de R$ 5 bilhões (2,4%) do faturamento; e maior do que a massa salarial do setor, de R$ 30 bilhões (980 mil em-pregados). As dívidas de tributos do TRC chegaram a R$ 12 bilhões, e a carga transportada atingiu o valor de R$ 5 trilhões.

O presidente do IBPT pon-dera que o Fisco não é im-placável apenas com o TRC. “A carga tributária do país cresceu de 20% em 1979 para 34,21% em 2015 do PIB (Produto Interno

FOTOS ARQUIVO CNT

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Regularização tributáriaREFINANCIAMENTO

A Receita Federal regu-lamentou, em fevereiro, o Programa de Regularização Tributária, iniciativa que beneficia principalmente grandes empresas. O prin-cipal atrativo do programa, que é a possibilidade de abater prejuízos de débi-tos com o Fisco, estará acessível para 160 mil em-presas que declaram pelo lucro real.

O restante usa outros regimes tributários, como o Simples ou o lucro presu-mido. Para pequenas e mé-dias empresas, o programa permite o parcelamento em

até 120 vezes dos débitos, alternativa considerada por especialistas menos inte-ressante do que os Refis que vigoraram entre 2000 e 2014. Diferentemente dos Refis, o novo programa não dá desconto no pagamento de multas e juros.

A CNT (Confederação Nacional do Transporte), no ano passado, havia solicita-do ao governo federal a re-abertura do Refis (Programa de Recuperação Fiscal) ou a criação de um programa equivalente para que o setor possa regularizar a situação junto ao fisco.

Bruto)”, constatou Amaral. O pior é que o sistema de impostos está moldado para arrecadar mais de 42% do PIB. “Só não chega lá devido à sonegação e à ina-dimplência”. A inadimplência, que era de 10,21% do PIB em 1979, chegou a 37,60% em 2015, ou seja, 127% da arrecadação anual.

Em função do deficit fiscal, o presidente do IBPT prevê, para um futuro próximo, a revisão das desonerações (aumento de ar-recadação de R$ 5 bilhões a R$ 15 bilhões), mudança no PIS/Co-fins para regime não cumulativo (R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões), tributação dos lucros distribuídos às pessoas físicas (R$ 15 bilhões

a R$ 100 bilhões), elevações de ICMS (R$ 10 bilhões a R$ 30 bilhões) e a volta da CPMF. “Sempre é mais fácil para o governo elevar impostos do que fazer reforma tributária ou cortar custos.”

De acordo com o presidente da ABTC, Pedro Lopes, outro aspecto que incide em custos é a questão do pedágio, que é de respon-sabilidade do embarcador, mas muitas empresas exigem que o transportador absorva isso como receita, representando tributos federais, sem na verdade ser da responsabilidade deles.

Problemas adicionaisNão bastasse o peso dos im-

postos, o setor precisa enfrentar os gastos adicionais decorrentes da má aplicação dos recursos ar-recadados pelo poder público. A Pesquisa CNT de Rodovias 2016 revela que a baixa qualidade da in-fraestrutura rodoviária aumenta o custo do transporte, em média, em 24,9%. Além disso, há as despesas com sistemas de segurança, para proteger o serviço da ameaça de roubos. Em 2015, o prejuízo com roubo de cargas chegou ao recorde de R$ 1,12 bilhões, de acordo com a NTC&Logística (As-sociação Nacional do Transporte de Cargas e Logística).

Além disso, o transportador não tem remunerado adequada-

mente muitos custos e serviços adicionais não contemplados diretamente nas tarifas, como o elevado tempo de espera para realizar carga e descarga, os custos adicionais causados pelas restrições à circulação de camin-hões, os serviços de paletização, guarda/permanência de merca-dorias, uso de escoltas e planos de gerenciamento de risco cus-tomizados, emprego de veículos dedicados, entre outros. “É im-portante observar que, muitas vezes, os custos com esses ser-viços são superiores ao próprio frete arrecadado”, explica o presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes.

A inadimplência tem aumentado no setor por conta da elevada carga

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Tributos Federais

• IRPJ (Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas): Tributo federal cuja base de cálculo é o lucro real, presumido ou arbitrado, de acordo com o período de apuração.

• CSLL (Contribuição So-cial sobre o Lucro Líqui-do): Semelhante ao IRPJ, no que se refere à apura-ção e ao pagamento, que variam de acordo com o regime de tributação.

• PIS/Pasep (Contri-buição para os programas de Integração

• Social e Formação do Pa-trimônio do Servidor Pú-blico): O recolhimento é realizado até o último dia útil da quinzena do mês seguinte. A alíquota varia entre 0,65% e 1,65%.

• Cofins (Contribuição pa-ra o Financiamento da Seguridade Social): Inci-de diretamente sobre o fa-turamento das empresas. As alíquotas variam entre 3% a 7,6%. O prazo para recolhimento é até o últi-mo dia útil da quinzena do

mês seguinte.

• INSS (Previdência So-cial): A alíquota varia entre 25,8% e 28,8% e depende da atividade da empresa. O cálculo é feito em cima da folha salarial.

• IPI (Imposto sobre Produtos Industrializa-dos): Incide sobre pro-dutos industrializados nacionais e estrangei-ros. A apuração é fei-ta a cada dez dias e o recolhimento é feito até o último dia útil do decêndio seguinte.

Impostos que incidem sobre o transporte de cargas

O setor também lida com os sucessivos aumentos das tarifas públicas e dos impostos, como é o caso do diesel, que, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), teve alta de 13% em 2016. Ainda tem o aspecto da burocracia que

envolve o sistema tributário. Conforme o IBPT, desde a pro-mulgação da atual Constituição Federal, em 1988, até 2015, foram editadas mais de cinco milhões de normas que regem a vida dos brasileiros. Administrar todas as demandas provenientes desse l

modelo custou, em 2015, uma mé-dia de 1,5% do faturamento das empresas no Brasil.

Embora se destaque a neces-sidade de uma reforma tribu-tária no Brasil, Gilberto Amaral defende medidas para resolver esses problemas de forma ime-

diata. “Basta que se reduzam ICMS, PIS e Cofins sobre o trans-porte. Isso vai fazer com que o frete barateie e as mercadorias cheguem ao consumidor um pouco mais baratas. Não dá para justificar a alta carga só pela ar-recadação que ela ocasiona.”

Tributos Estaduais

• ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercado-rias e Serviços): Cada Unidade da Federação tem competência para instituir suas alíquotas, sendo que, em operações interestadu-ais, deve-se utilizar a alí-quota interestadual.

Tributos Municipais

• ISS (Imposto sobre Ser-viços de Qualquer Natu-reza): Atua sobre todos os prestadores de serviços, empresas e autônomos. As alíquotas variam de acordo com a legislação de cada

município, e sua base de cálcu-lo é o preço do serviço.

FREEPIK

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por DIEGO GOMES

Demanda permanente da sociedade bra-sileira, o transpor-te público urbano

é elemento indispensável à mobilidade sustentável das cidades. Carro-chefe dessa equação aqui no Brasil, parte da frota de ônibus urbanos está envelhecida, comprome-tendo a segurança e a quali-dade dos serviços prestados. O Anuário CNT do Transporte,

publicado no ano passado, revelou que a média de idade é de quase cinco anos. Ciente dessa necessidade, o gover-no federal anunciou, no final de 2016, uma iniciativa para a renovar parte da frota de ônibus coletivos no país, o Refrota. O objetivo é investir R$ 3 bilhões em recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para a pro-dução de 10 mil novos veículos.

Atualmente, o Sistema de Transporte Coletivo conta com 107 mil ônibus, atuando na mobilidade de mais de 30 milhões de brasileiros por dia, segundo a NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos). O minis-tro das Cidades, Bruno Araújo, explica que o Refrota é uma linha de financiamento diferen-ciada, inserida no já existente Pró-Transporte (Programa de

Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana), e que já pode ser procurada pelas empresas. Araújo considera que tal medida contribuirá para reaquecer a economia brasilei-ra. "Esses recursos ficam dis-ponibilizados para a geração de empregos, modernização da frota, aumento da qualidade de vida das pessoas que utilizam esse sistema e sobretudo per-mitem que o funcionamento

INVESTIMENTO

Oportunidade Programa destina R$ 3 bilhões para renovação dos ônibus

urbanos; expectativa é que pelo menos 10% da frota passe por modernização; financiamento da Caixa ainda gera incertezas

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Cunha, que ainda sublinha que cada ônibus novo colocado na rua representa cinco empregos diretos e 15 indiretos.

A linha de financiamen-to proposta é voltada para empresas de ônibus indivi-duais concessionárias ou permissionárias, consórcios ou participantes de SPE (Sociedade de Propósito Específico), com juros anuais que variam entre 9% e 12%.

pleno dessa cadeia receba esse importante estímulo, por parte do governo federal.”

O setor recebeu a notícia como uma alternativa con-sistente para reestabelecer parte da atividade econômica e repor postos de trabalho. “Não se trata de um finan-ciamento exclusivo de ônibus, mas sim um indutor da mobi-lidade urbana. O setor está em crise, não existe renovação há

dois anos e a indústria está paralisada. A Mercedes-Benz, por exemplo, que é a maior montadora de ônibus no Brasil, passou de uma média histórica de 26 mil veículos produzidos por ano para apenas 10 mil no ano passado. A maior encarro-çadora do mundo, que é a Marco Polo, reduziu sua produção em mais de 50% e está vivendo ape-nas da exportação de ônibus”, diz o presidente da NTU, Otávio

VITOR SÁ/CNT

para renovar

“A Caixa não tem know-how para

fazer avaliação de risco de ônibus”

OTÁVIO CUNHA,PRESIDENTE DA NTU

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Pode ser financiado qual-quer modelo de ônibus urba-no zero quilômetro, como micros, mídis, convencionais, padron, trucado, articulado e biarticulado. Para pleitear o financiamento, é necessário apresentar carta consulta.

O presidente da NTU avalia que o programa é bem-vindo, já que a outra opção mais popular de financiamento, o Finame (Agência Especial de Financiamento Industrial), ficou mais cara. “O problema é que a Caixa Econômica Federal não tem tradição de financiar veículos, principalmente ôni-bus. O Pró-Transporte, que disponibiliza recursos para infraestrutura e financiamen-to de veículos já existe há alguns anos, mas nunca finan-ciou ônibus algum.”

Uma das novidades do Refrota é que os empresários que encaminharam propostas de financiamento no antigo regime do Pró-Transporte podem adequá-las ao novo programa. As novas regras também determinam que, se a empresa de ônibus for sele-cionada e no período de seis meses não efetivar a adesão, todo o processo é cancelado e deve ser reiniciado.

EntravesO programa foi delineado

pelo Ministério das Cidades, pela Caixa Econômica Federal, pela NTU e por bancos das montadoras. Apesar de positi-va, a iniciativa ainda esbarra em uma série de dificuldades, revela Otávio Cunha. “A Caixa ainda não tem know-how para fazer avaliação de risco de empresas de ônibus. Ela está habituada a áreas como cons-

trução civil e saneamento. Para examinar balanço de empresas de ônibus, é necessária uma métrica diferenciada, precisa conhecer o setor”, explica.

O mandatário da NTU infor-ma que, a título de testes, uma empresa de Mauá (SP) se habi-litou para acessar a linha para financiar 100 ônibus. De acor-do com ele, o programa já tem quase dois meses e, até agora, não foi concluída a análise do

Comparativo Refrota (Caixa) Finame (BNDES)

Valor financiado Até 95% Até 80%

JurosEntre 9,265% e 12,11% ao ano

Entre 13,10% e 18,6% ao ano

Carência Até 15 meses Até seis meses

Financiamento Até 72 meses Até 120 meses

AGÊNCIA BRASÍLIA-FLICKR-CC/DIVULGAÇÃO

Recursos do FGTS serão usados para a renovação da frota

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BNDES muda política de créditoFINAME

O BNDES (Banco Nacio-nal do Desenvolvimento Econômico e Social) anun-ciou, em janeiro deste ano, mudanças em sua política de concessão de crédito. No Finame, houve limita-ção de financiamento de até 80% dos bens e am-pliação do prazo de finan-ciamento para 10 anos, o dobro do anterior.

Na aquisição, por gran-des empresas, de ônibus e caminhões movidos a die-sel, o banco diminuirá sua participação gradualmente de, no máximo, 50% em TJLP (taxas de juros de lon-go prazo) em 2017, para, no máximo, 40% em 2018 e, no máximo, 30% em TJLP em 2019. O objetivo é incenti-

var o aumento da frota de caminhões e ônibus menos poluentes e com combus-tíveis mais limpos, como, por exemplo, os veículos elétricos e híbridos.

A mesma medida vale para as micro e pequenas empresas, mas com con-dições de redução gradual de participação no finan-ciamento em TJLP dife-rentes. O Banco reduzirá a aquisição de ônibus e cami-nhões movidos a diesel de, no máximo, 80% em TJLP em 2017, para, no máximo, 70% em TJLP em 2018 e, no máximo, em 60% em TJLP em 2019. Os veículos com tecnologia limpa manterão a participação máxima de 80% em TJLP.

crédito da empresa. “A gente fez isso exatamente para ter a per-cepção de que, se não aprovar essa, dificilmente aprovará qual-quer outra empresa”, emenda. Enquanto isso, detalha Cunha, os bancos das montadoras têm tentado auxiliar a Caixa em rela-ção aos parâmetros para análise de crédito nesse segmento.

“No balanço da empresa de ônibus, é comum encon-trar patrimônio líquido nega-tivo, e o nosso principal ativo é o veículo. A legislação tri-

butária permite que se faça uma depreciação acelerada do ônibus para, em quatro anos, zerar na contabilida-de. Contudo esse bem existe fisicamente e tem um valor comercial, após esse período, que supera em 60% o valor do veículo novo. É isso que a Caixa não consegue entender”, esclarece o presidente da NTU.

Em comunicado, o vice-presi-dente da Caixa, Roberto Derziê, declarou que o banco vem se empenhando para se inteirar das especificidades do setor e, assim, destravar as análi-ses de crédito. “Construímos um produto que tem condições de decolar. Vamos estreitar nossa relação com o setor dos transportes urbanos, conhecer melhor esse arranjo e garantir um consumo qualificado.”

Outra questão levantada l

"Vamos estreitar nossa relação com o setor

dos transportes urbanos"

ROBERTO DERZIÊ,VICE-PRESIDENTE DA CAIXA

A meta é produzir 10 mil novos veículos

pela NTU é que o financiamento do Refrota vai até, no máximo, 95% do bem. O complemen-to ficaria a cargo dos bancos das montadoras. No entanto esses bancos, quando da defi-nição do programa, solicita-ram que a Caixa recomprasse parte das suas carteiras de empréstimos – apenas aquelas de clientes adimplentes – para que pudessem ter folga para emprestar mais. Esse aspecto, entretanto, também está tra-vado e não avançou. “Ou seja, aquilo que foi combinado ainda não aconteceu. Estamos em compasso de espera”, lamenta Otávio Cunha. A expectativa do setor é que haja algum des-dobramento na próxima reu-nião para avaliação coletiva e monitoramento do Refrota, marcada para a segunda quin-zena de março.

RAFAEL-CDHT-WIKIMEDIA COMMONS/DIVULGAÇÃO

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SUSTENTABILIDADE

SEST SENAT realiza campanha nacional de conscientização socioambiental; ações alertam para a

importância do consumo responsável

O futuro é uma questão de escolha

por CARLOS TEIXEIRA

O SEST SENAT sem-pre foi referência na realização de ações que visam à

promoção da melhoria da qualidade de vida, do desen-volvimento sustentável e profissional dos trabalha-dores do transporte. E para reforçar esse compromisso, no mês de fevereiro, foi lançada a campanha nacio-nal de responsabilidade socioambiental. Com o tema “As suas escolhas fazem a diferença”, a iniciativa tem como objetivo chamar a atenção para os danos que

o consumo excessivo pode causar na natureza e impac-tar o futuro do planeta.

Em todas as unidades operacionais, foram realiza-das ações que visam incen-tivar os transportadores e a sociedade em geral a ado-tarem práticas sustentáveis nas rotinas diárias. Entre as atividades realizadas estão blitze educativas, palestras de sustentabilidade e efici-ência energética, conscien-tização para a separação correta do lixo, além de parcerias com cooperativas e empresas de reciclagem.

Também foram realizadas visitas às empresas de transporte para incentivar ações em prol da preserva-ção do meio ambiente e ati-tudes sustentáveis, como o reúso da água para lavagem dos veículos, o descarte correto de baterias e pneus, a manutenção periódica dos veículos para redução de poluentes e economia de custos, entre outras.

A diretora-executiva nacio-nal do SEST SENAT, Nicole Goulart, destaca que o obje-tivo da campanha é chamar a atenção sobre o impacto

que o consumo sem contro-le de recursos naturais e de elementos essenciais para a sobrevivência pode gerar em nossas vidas. “A mudança dos hábitos pode solucionar problemas ou amenizá-los para um futuro melhor. Isso só depende das nossas esco-lhas. Por isso, o SEST SENAT está mobilizado nacionalmen-te para conscientizar sobre a importância de um consumo mais responsável”.

A campanha traz ainda dicas de reaproveitamento de mate-riais, como papel, sacolas, gar-rafas plásticas e pneus, um dos

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principais resíduos do setor de transporte. Dados da Reciclanip – programa de reciclagem de pneus da Anip (Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos) – mostram que o Brasil registra um passivo ambiental de 179,5 mil tonela-das de pneus inservíveis.

Em Conceição do Jacuípe (BA), o SEST SENAT realizou uma exposição com itens criados a partir de pneus inutilizáveis. As peças de decoração e móveis foram produzidas pelo motoris-ta Antônio Carlos Paixão Martins, de 32 anos. Ele, que já participou de vários cursos oferecidos pelo SEST SENAT, descreve a alegria de poder expor seu traba-

lho. “Sinto prazer em pegar pneus velhos e dar outra utilidade a eles. Não sei de onde vem esse dom, mas acabei me apaixonando também por esse trabalho.” O material utilizado nas peças é retirado de borra-charias e lixões.

Controle de emissõesDentro do tema sustenta-

bilidade, o SEST SENAT tam-bém desenvolve ações que contribuem com a redução da emissão de poluentes pelos veículos automotores. Um dos projetos do Despoluir – Programa Ambiental do Transporte, realizado em parceria com a CNT, prevê a avaliação veicular ambiental.

FOTOS ARQUIVO SEST SENAT

Plataforma EaD oferece cursosCAPACITAÇÃO

Para ampliar o conhe-cimento sobre a susten-tabilidade, o SEST SENAT também oferece cursos on-line sobre o tema. Na plataforma EaD (ead.sestsenat.org.br), é pos-sível acessar conteúdos que abordam noções de meio ambiente, coleta seletiva e descarte cor-reto de materiais.

O curso de Gestão de Pneus, por exemplo, apresenta conceitos bá-sicos, desde a escolha até o descarte do pro-duto. O de Transporte

Consciente - Trabalhador em Transporte Amigo do Meio Ambiente mostra o cuidado que todo pro-fissional do setor deve ter com a preservação do meio ambiente, veri-ficando o estado do seu veículo com manuten-ções preventivas e reco-nhecendo a importância do seu papel na preser-vação ambiental.

A plataforma EaD ofe-rece mais de cem cursos gratuitos que podem ser acessados pelo computa-dor, tablet ou celular.

Prestes a completar dez anos, o programa ultrapas-sou a marca de 1,8 milhão de aferições realizadas em ôni-bus e em caminhões de todo o país, reforçando o compro-misso que a instituição tem com a promoção do enga-jamento de transportadores, caminhoneiros autônomos, taxistas e de toda a socieda-de em ações de preservação do meio ambiente.

As aferições são realizadas por meio do projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, que mede o volume de material particu-lado que sai do escapamento. Ao todo, 16.814 empresas e 19.670 caminhoneiros autô-nomos já foram atendidos

pelo Despoluir. O índice de aprovação dos veículos é de 84,74%. Atualmente, o pro-grama conta com 24 federa-ções filiadas e 92 unidades de atendimento em todo o país. O programa também desen-volve, em parceria com as empresas, métodos de con-dução econômica, nos quais os motoristas aprendem a gastar menos combustível, preservar peças dos veícu-los e, assim, contribuir para a construção de um mundo mais limpo e sustentável.

Confira a seguir outras ações realizadas pelas unidades do SEST SENAT dentro da

Campanha Nacional

Oficina de reciclagem na unidade de Conceição do Jacuípe

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Crato (CE)

Na unidade de Crato, foi realizada uma palestra sobre sustentabilidade, em que foram abordados temas como a redução do uso de copos descartáveis e de papel, economia de energia e incentivo à população para o plantio de árvores. A unidade também realizou palestras para motoristas no posto fiscal da Secretaria da Fazenda de Penaforte.

Nova Alexandrina/Cândido Mota (SP)

A unidade realizou palestra sobre energias renováveis, reciclagem de materiais e combate à dengue. A ação foi desenvolvida na Auto Viação Ourinhos e Auto Viação Vacaria Ltda. e contou com a presença de alunos do curso de atualização e formação de transporte coletivo. Os participantes também tiveram uma aula sobre como se prevenir contra o mosquito da dengue e os agentes contaminantes contidos nos pneus.

Foz do Iguaçu (PR)

A unidade realizou oficina de reciclagem com as turmas de Jovem Aprendiz e trabalhadores do transporte das empresas parceiras. A oficina trabalhou com materiais como papelão, restos de papéis coloridos e possibilitou aos alunos criarem quadros de arte com os materiais recicláveis.

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Santa Maria (RS)

A unidade de Santa Maria (RS) promoveu oficinas de arte e de reaproveitamento de banners. Foram confeccionadas sacolas, juntamente com o Projeto Relona, uma parceria com a Universidade Federal de Santa Maria e a Aapecan (Associação de Apoio a Pessoas com Câncer).

Araraquara (SP)

Em Araraquara (SP), cerca de 50 crianças participaram de atividades junto com os pais na unidade do SEST SENAT. Além de gincanas e jogos cooperativos sobre o tema responsabilidade social, aprenderam sobre o plantio de árvores. Cada criança recebeu uma muda para plantar em suas casas.

Belo Horizonte/Jardim Vitória (MG)

Em parceria com o Sindipneus (Sindicato das Empresas de Revenda e Prestação de Serviços de Reforma de Pneus e Similares do Estado de Minas Gerais), foi realizada palestra para os trabalhadores do setor sobre a importância da substituição, da reutilização e do descarte correto dos pneus.

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mpresários do setor de transporte das mais diver-sas regiões da América Latina se mobilizam para garantir sua participação na 27ª Assembleia Geral Ordinária da CIT que ocorrerá nos dias 24 e 25 de maio de 2017 em Nova York, EUA. Essa seria mais uma das reuniões que a entidade organi-

za semestralmente em algum dos seus 18 países--membros (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela) - se bem que essa edição será um marco memorável para todos aqueles que vivenciam a trajetória da Câmara.

A CIT, desde o ano de 2012, ostenta o status con-cedido pela Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UCNTAD) de “entida-de observadora”, possibilitando a participação das atividades promovidas em matéria de transporte. A ONU (Organização das Nações Unidas) abriu as portas de sua sede para receber os membros e convidados da CIT e da UNCTAD em razão do forte relacionamento que a entidade mantém com diver-sos organismos internacionais.

Entenda sua históriaApós constatar-se que muitos problemas em matéria

de transportes eram comuns no continente, no dia 25 de maio de 2002, por iniciativa do presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Clésio Andrade, realizou-se uma reunião com representantes de 16 países na cidade de São Paulo, Brasil, para a idealização e cons-

mpresarios del sector de transportes distintas regiones de Latinoamérica se movilizan para garantizar su participación en la 27ª Asamblea General Ordinaria de la CIT que se realizará los días 24 y 25 de mayo de 2017 en Nueva York, EUA. Esta sería una más de las reuniones semestrales

que organiza la CIT en uno de sus 18 países miembros ( Argentina, Bolivia, Brasil, Chile, Colombia, Costa Rica, Ecuador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicaragua, Panamá, Paraguay, República Dominicana, Uruguay y Venezuela), si bien que esta edición será un marco memorable para todos los que han vivenciado la trayectoria de la Cámara.

La CIT, desde el año de 2012, exhibe el estatus con-cedido por la Conferencia de las Naciones Unidas sobre Comercio y Desarrollo (UNCTAD), de “entidad observadora”, posibilitando su participación en las actividades promovidas respecto a temas de trans-portes. La Organización de las Naciones Unidas (ONU) ha abierto las puertas de su sede para recibir a los miembros e invitados de la CIT y de la UNCTAD debido a la estrecha relación que la entidad mantiene con los diversos organismos internacionales.

Entienda su historiaDespués de constatar que mucho de los proble-

mas en materia de transportes eran comunes en el continente, el 25 de mayo de 2002, por iniciativa del presidente de la Confederación Nacional de los Transportes (CNT), Clésio Andrade, fue realizada una reunión con representantes de 16 países en la ciudad

por LARISSA DEL C. BARRETO REVETE

DIRETORA EXECUTIVA DA CIT

por LARISSA DEL C. BARRETO REVETE

DIRECTORA EJECUTIVA DE LA CIT

E

Todos juntos somos CIT - 15 anos

E

Todos juntos somos CIT – 15 años

COMEMORAÇÃO

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201764

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tituição legal da Câmara Interamericana de Transportes. Juntos, transportadores e operadores logísticos defi-niram a missão da nova entidade: integrar os países do continente americano, proporcionando o bem-estar social, o desenvolvimento e o crescimento econômico.

As propostas que são votadas pelos países-mem-bros em suas assembleias semestrais tornam-se refe-rência para o próprio setor e para os governantes.

CuriosidadePara que a reunião ocorresse, o secretário-ge-

ral, Paulo Vicente Caleffi, organizou as visitas aos países das Américas - incluindo Canadá, Estados Unidos, Cuba e Aruba, com um protocolo de inten-ções para o início dos diálogos que, até então, raramente ocorriam, até mesmo entre grêmios do mesmo modal de transporte no país. Ainda assim, a proposta foi recebida com entusiasmo; as viagens foram antecedidas de pesquisas, visando identificar as entidades representativas de cargas e passageiros.

Fruto de intensos esforços, os membros iniciaram produtivos intercâmbios de experiências e culturas, nos quais as igualdades prevalecem sobre as diferenças.

Hoje, já com sua representação consolidada, a CIT tem projeções de aderir entidades e organizações parceiras da Europa.

DiretoriaPaulo Vicente Caleffi, desde a fundação da CIT

em 2002, tem sido reeleito para o cargo de secre-tário-geral, por seu inigualável trabalho e carisma nos esforços de unir o setor de transporte.

Entende-se, portanto, a importância da 27ª Assembleia Geral Ordinária da Câmara Interamericana de Transportes que será realiza-da na sede da ONU, em Nova York.

As inscrições, com vagas limitadas, estão dis-poníveis no site www.citamericas.org e para mais informações, não hesitem em contatar a Secretaria-Geral no e-mail: [email protected]

de San Pablo, Brasil, para la idealización y constitución legal de la Cámara Interamericana de Transportes. Reunidos, transportistas y operadores logísticos tra-zaron la misión de la nueva entidad: integrar los países del continente americano, proporcionando el bienestar social, el desarrollo y el crecimiento económico.

Las propuestas que son votadas por los países miembros en sus asambleas semestrales se convierten en referencia para el propio sector y para los gobiernos.

CuriosidadHasta entonces, para que la reunión ocurriera, el

secretario general, Paulo Caleffi, visitó los países de las Américas – incluyendo Estados Unidos, Canadá, Cuba y Aruba-, con un protocolo de intenciones para el inicio de los diálogos que, hasta entonces, no solían ocurrir, incluso entre los gremios del mismo modal de transporte en el país. De esta forma, la propuesta fue recibida con entusiasmo; los viajes fueron precedidos de investigaciones, buscando identificar las entidades representativas de cargas y personas. Fruto de inten-sos esfuerzos, los miembros dieron inicio a lo que vendría a ser productivos intercambios de experiencias y culturas, donde la igualdad prevalecía ante las dife-rencias. Hoy, ya con su representación consolidada, la CIT tiene proyecciones de adherir entidades y organiza-ciones de Europa.

DirectorioPaulo Vicente Caleffi, desde la fundación de la CIT

en 2002, ha sido reelegido para el cargo de secretario general por su inigualable trabajo y carisma en los esfuerzos de unir al sector de transportes.

De allí la importancia de la 27ª Asamblea General Ordinaria de la Cámara Interamericana de Transportes que será realizada en la sede de la ONU, en Nueva York.

Las Inscripciones, con cupos limitados, está dis-ponible en la página web www.citamericas.org y para mayores informaciones no duden en contactar a la Secretaria General en la siguiente dirección electrónica: [email protected]

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 65

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por ANA PAULA MOTTA CARDOSO

DIRECTORA INSTITUCIONAL DE LA CIT

por ANA PAULA MOTTA CARDOSO

DIRETORA INSTITUCIONAL DA CIT

GETRAM

MBA em Logística, Transporte e Mobilidade

MBA en Logística, Transporte y Movilidad

om a finalidade de promover o desenvolvimento organizacional e tecnológico nas empresas, bem como o treinamento dos profissionais dedicados às atividades em matéria de transporte e logísti-ca, a CIT (Câmara Interamericana de Transportes), no início de sua trajetória em 2002, primou

pelo desenvolvimento de especializações nos âmbitos nacional e internacional.

Neste ano de 2017, em que a CIT e o GETRAM com-pletam 15 anos de trajetória, celebramos novamente a parceria junto à UCB (Universidade Católica de Brasília), na qual a pós-graduação será gerida peda-gógica e administrativamente a partir de agora. Com tradição de 42 anos no ensino superior, a instituição está classificada pelo RUF (Ranking Universitário da Folha) como a melhor universidade particular do Centro-Oeste e a 8ª melhor do Brasil, 4º lugar na área de pesquisa e 5º no quesito inovação.

O MBA em Logística, Transporte e Mobilidade – GETRAM, o mais antigo do mercado, proporciona aos estudantes participar de visitas técnicas a empresas do Distrito Federal, possibilitando uma vivência próxi-ma da rotina das empresas, conferindo na prática o que se aprende na teoria. O curso possui 400 horas/aula e tem por finalidade oferecer algumas ferramen-tas básicas à gerência executiva das funções logísti-cas e à gestão administrativa em nível elevado. Com sua metodologia andragógica, um sistema inovador e direcionado para a educação de adultos, os estudan-tes têm a oportunidade de ampliar conhecimentos científicos e práticos coerentes com a realidade de cada profissão, estimulando a troca de experiências.

on la finalidad de promover el desarrollo organi-zacional y tecnológico en las empresas, bien como los entrenamientos de los recursos humanos que se dedican a las actividades en materia de trans-porte y logística, la Cámara Interamericana de Transportes (CIT), al inicio de su trayectoria en

2002, se esforzó por el desarrollo de especializaciones en el ámbito nacional e internacional.

En este año de 2017, en el cual la CIT y el GETRAM cumplen 15 años de trayectoria, celebramos nuevamen-te la sociedad junto a la Universidad Católica de Brasilia (UCB), quién llevará a partir de ahora el control peda-gógico y administrativo del postgrado. Con 42 años de tradición en la enseñanza superior, la institución posee la clasificación por el Ranking Universitario da Folha (RUF) de mejor universidad privada del Centro-Oeste y la 8ª mejor de Brasil, 4º lugar en el área de investigaci-ón y 5º cuanto a la innovación.

El MBA en Logística, Transporte y Movilidad – GETRAM, el más antiguo del mercado, proporciona a los estudiantes la participación en visitas corporativas a empresas del Distrito Federal posibilitando una vivencia muy cercana a la rutina de las empresas, verificando con la práctica lo que aprendió en la teoría. El curso posee 400 horas/clase y tiene por finalidad ofrecer algunas herramientas básicas para la gerencia ejecu-tiva de las funciones logísticas y de la gestión adminis-trativa de alto nivel. Con su método andragógico, un innovador sistema dirigido a la enseñanza de adultos, los estudiantes tienen la oportunidad de ampliar su conocimiento científico y practico de acuerdo a la realidad de cada profesión, estimulando el intercambio

C C

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201766

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por ANA PAULA MOTTA CARDOSO

CIT/DIVULGAÇÃO

l

Com essa parceria, proporcionamos uma experiência de formação integrada, além de incentivo à inter-nacionalização. O curso encontra-se cada vez mais atualizado e pronto para atender à demanda crescen-te por mão de obra especializada em logística com foco na gerência executiva, preparando talentos para enfrentarem mercados em constante transformação.

CuriosidadeInicialmente conhecida como Gerência Executiva

de Transporte e Mobilização – GETRAM, a pós-gradu-ação foi desenvolvida em um núcleo restrito para as Forças Armadas. Hoje, ainda buscamos manter no corpo docente e entre os alunos, membros ativos das Forças e de missões diplomáticas em Brasília para um rico intercâmbio de informações. Basta conferir a galeria de fotos na sede da CIT.

A CIT já capacitou mais de 500 alunos no GETRAM, cha-mados carinhosamente pelos docentes de “getranianos”.

InvistaVisite nosso site www.citamericas.org ou ligue +55

61 3225-0055.

de experiencias. Con esa asociación proporcionamos una formación integrada, además de incentivos a la internacionalización. El curso pasa por constantes actu-alizaciones aptas para atender a la creciente demanda por mano de obra especializada en logística, enfocado en gerencia ejecutiva, preparando talentos para enfren-tar el mercado que está en constante transformación.

CuriosidadConocida inicialmente como Gerencia Ejecutiva de

Transporte y Movilidad – GETRAM -, el postgrado fue desarrollado en un núcleo restricto para las Fuerzas Armadas. Hoy, todavía nos empeñamos en mantener entre los docentes y alumnos, miembros activos de las Fuerzas y de misiones diplomáticas en Brasilia para un abundante intercambio de informaciones.

La CIT ya ha capacitado a más de 500 alumnos en el GETRAM, quienes son cariñosamente llamados por los docentes de “getranianos”.

InviertaVisita nuestra página web www.citamericas.org o

llámanos +55 61 32250055.

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 67

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BOLETIM ESTATÍSTICO

RODOVIÁRIO

MALHA RODOVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

tipo pavimentada não pavimentada total Federal 64.825 11.645 76.470Estadual 119.747 105.601 225.348Municipal 26.827 1.234.918 1.261.745Rede planejada - - 157.309Total 211.399 1.352.164 1.720.872 MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA - EXTENSÃO EM KM Administrada por concessionárias privadas 19.463

FROTA DE VEÍCULOSCaminhão 2.677.957Cavalo mecânico 604.583 Reboque 1.381.713Semirreboque 893.109Ônibus interestaduais 19.923Ônibus intermunicipais 57.000Ônibus fretamento 25.205Ônibus urbanos 107.000

Nº de Terminais Rodoviários 173

INFRAESTRUTURA - UNIDADES Terminais de uso privado 156Estação de transborto de cargas 25Instalação portuária de turismo 2Portos organizados 37 HIDROVIA - EXTENSÃO EM KM

Vias navegáveis 41.635

Vias economicamente navegadas 22.037 FROTA NAVEGAÇÃO INTERIOR Longitudinal de carga 1.920Passageiros e misto 127Transporte de travessia 370

FROTA CABOTAGEM/LONGO CURSO Cabotagem/Longo Curso 184

AQUAVIÁRIO

FERROVIÁRIO

MALHA FERROVIÁRIA - EXTENSÃO EM KM

Total nacional 30.576Total concedida 29.165Concessionárias 11Malhas concedidas 12 MALHA POR CONCESSIONÁRIA - EXTENSÃO EM KM ALL do Brasil S.A. 12.018FCA - Ferrovia Centro-Atlântica S.A. 7.215MRS Logística S.A. 1.799Outras 8.133Total 29.165 MATERIAL RODANTE - UNIDADESVagões 102.069Locomotivas 3.057 PASSAGENS DE NÍVEL - UNIDADES Total 12.289Críticas 2.659 VELOCIDADE MÉDIA OPERACIONAL Brasil 25 km/h EUA 80 km/h

AEROVIÁRIO

AERÓDROMOS - UNIDADES Aeroportos internacionais 34Aeroportos domésticos 29Outros aeródromos - públicos e privados 2.564 AERONAVES REGISTRADAS NO BRASIL - UNIDADES Transporte regular, doméstico ou internacional 1.158Transporte não regular: táxi aéreo 1.638Privado 10.839Outros 10.907Total 24.542

MATRIZ DO TRANSPORTE DE CARGAS

modal milhões (tKu) participação (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100

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DESPOLUIRA Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhado-res do transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e termi-

nais de transporte• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTESPara participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende ao seu Estado.

BOLETIM DO DESPOLUIR

Carga(empresas)

FETRAMAZFETRACANFENATACFETCEMGFETRANSPARFETRANSCARGAFETRANSULFETRANCESCFETCESPFECAM-RSFECAM-RJFETAC-MGFETRANORTEFETRONORFETRANSFETRASULFETRAMFETRAMARFEPASCFETRANSPORFETERGSFETPESPFETRANSPORTESFETRABASE

AC, AM, AP, PA, RO e RRAL, CE, MA, PB, PE, PI, e RN

DF, GO, MS, MT e TOMGPRRJRSSCSPRSRJMG

AC, AM, AP, PA e RRAL, PB, PE e RN

CE, PI e MADF, GO, SP e TO

MGMS, MT e RO

PR e SCRJRSSPES

BA e SE

Raimundo Augusto de Araújo Jorge do Carmo RamosPatrícia DanteMarta Gusmão MoraisSolange CaumoRenato NeryGilberto da Costa RodriguesRodrigo OdaSandra CaravieriDanna Campos VieiraThompson BahienseRegiane ReisCarmen Izia Saldanha RochaRosiléa Cristina de Brito LeiteMarcelo BrasilVilma Silva de OliveiraGeraldo MarquesCarlos Alberto da Silva CorsoRoberto Luiz Harth T. de FreitasGuilherme WilsonAloisio BremmJoão Carlos ThomazJoão Paulo da F. LamasCleide da Silva Cerqueira

(92) 3658-6080(81) 3441-3614(61) 3361-5295(31) 3490-0330(41) 3333-2900(21) 3869-8073(51) 3342-2053(48) 3248-1104(11) 2632-1010(51) 3232-3407(21) 3495-2726(31) 3531-1730(92) 3584-6504(84) 3234-2493(85) 3261-7066(62) 3233-0977(31) 3274-2727(65) 3027-2978(41) 3244-6844(21) 3221-6300(51) 3228-0622(11) 3179-1077(27) 2125-7643(71) 3341-6238

[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected] [email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@fetergs.org.brfi [email protected]@[email protected]

Carga e Passageiros

Carga(autônomos)

Passageiros

TELEFONE E-MAIL

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8

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2016 (até junho )

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS *

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2017 (até janeiro)

* Dados preliminares, sujeitos a alterações.

Federações participantes

24

Avaliações ambientais (até jan/2017) 1.861.260

Aprovação no período 84,74%

Empresas atendidas 16.828

Caminhoneiros autônomos atendidos 19.678

Unidades de atendimento 92

0200.000400.000600.000800.000

1.000.0001.200.0001.400.0001.600.0001.800.0002.000.000

4.734 100.839228.860

392.524590.470

820.5871.033.455

1.235.589

1.507.447

1.835.489

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

1.861.260

2017

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS COORDENAÇÃOSETOR

BOLETIM ECONÔMICO

Fonte: Elaboração CNT com dados do Orçamento Geral da União (Siga Brasil - Senado Federal).

Notas: (A) Orçamento Fiscal da União atualizado em 12.01.2017 com dados acumulados SIGA BRASIL até 31.12.2016. Os dados do orçamento de 2016 das Empresas Estatais (Cia Docas e Infraero) foram atualizados em 12.01.2017 com dados acumulados até novembro/2016. (B) Para fi ns de cálculos do investimento realizado, foram utilizados os seguintes fi ltros: função 26 (Transporte), subfunção 781, 782, 783 e 784 (respectivamente, aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário), GND 4 (Investimentos). Para a subfunção 781 (aéreo), não foi aplicado nenhum fi ltro para a função e os valores foram acrescidos dos investimentos em controle de tráfego aéreo discriminados nas ações 20XV, 118T, 2923 e 3133. (C) Para calcular o desembolso do governo federal em ações relacionadas à infraestrutura de transporte, a CNT soma os pagamentos referentes às obras previstas na LOA do ano corrente (Valor Pago) àqueles de intervenções inscritas em outros exercícios, mas pagas somente no exercício corrente (Restos a Pagar Pagos). Desta forma, tem-se o Total Pago. Apesar de a medida mais adequada de efi ciência da execução orçamentária ser a razão Valor Pago do Exercício/ Autorizado, que evidencia quanto do investimento previsto para o ano na LOA foi efetivamente realizado, as difi culdades gerenciais do governo federal fi zeram com que, nos últimos anos, a relação não chegasse a 40,0%. Assim, como forma de mensurar o esforço fi nanceiro do governo federal em ações de infraestrutura, a CNT compara, de forma complementar, a proposta de investimento do ano (Autorizado) com o volume efetivamente desembolsado (Total Pago).Para calcular o desembolso do governo federal em ações relacionadas à infraestrutura de transporte, a CNT soma os pagamentos referentes às obras previstas na LOA do ano corrente (Valor Pago) àqueles de intervenções inscritas em outros exercícios, mas pagas somente no exercício corrente (Restos a Pagar Pagos). Desta forma, tem-se o Total Pago. Apesar de a medida mais adequada de efi ciência da execução orçamentária ser a razão Valor Pago do Exercício/ Autorizado, que evidencia quanto do investimento previsto para o ano na LOA foi efetivamente realizado, as difi culdades gerenciais do governo federal fi zeram com que, nos últimos anos, a relação não chegasse a 40,0%. Assim, como forma de mensurar o esforço fi nanceiro do governo federal em ações de infraestrutura, a CNT compara, de forma complementar, a proposta de investimento do ano (Autorizado) com o volume efetivamente desembolsado (Total Pago). (D) O Decreto nº 8.961 de 16 de janeiro de 2017 defi niu a programação orçamentária e fi nanceira e estabeleceu o cronograma mensal do desembolso do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União do exercício de 2017. (E) Os Restos a Pagar Pagos representam a totalidade dos desembolsos realizados em 2017 e correspondem às despesas empenhados ou liquidadas em anos anteriores. (F) Em 31.01.2017, o governo federal decidiu contingenciar o orçamento para adequar a LOA 2017 ao limite de gastos da EC nº 95 de 15.12.2016, que foram reduzidos em R$4,69 bilhões. A medida atingiu os gastos com Pessoal, Emendas Discricionárias e Previdência Social.

* Veja a versão completa deste boletim em www.cnt.org.br

Investimentos em Transporte da União(Orçamento Fiscal - Dados acumulados até janeiro/2017)

Autorizado Total PagoValores Pagos do Exercício

Obs.: O Total Pago inclui valores pagos do exercício atual e restos a pagar pagos de anos anteriores.

R$

bilh

ões

Restos a Pagar Pagos

0,495 0,4950,00

14,09

Rodoviário Ferroviário Aquaviário Aéreo

Investimentos em Transporte da União por Modal (Total pago acumulado até janeiro/2017 - R$ 0,495 bilhões)

0,03(6,3%)

0,01(2,6%)

0,45(89,8%)

0,01(1,4%)

8,006,00

4,002,00

10,00

16,00

12,00

0,00

14,00

Notas: Os dados de arrecadação da CIDE para janeiro de 2017 ainda não haviam sido disponibilizados na data de publicação desse boletim. Fonte: Elaboração CNT com dados da Receita Federal.

Investimentos federais da CIDE em infraestrutura de transporte

(Janeiro/2017)

R$

bilh

ões

0,08

2,98

0,00 0,080,00

Arrecadação Bruta Restos a Pagar PagosAutorizado Valor Pago Total Pago

2,6% do autorizado

2,00

1,50

1,00

0,50

2,50

3,00

0,00

Orçamento Fiscal da União e Orçamento das Estatais (Infraero e Cia Docas)

(R$ milhões correntes - acumulados até janeiro de 2017)

Recursos DisponíveisAutorizado União 14.098,77

Autorizado das Estatais (Infraero e Cia Docas) 1.626,75

Total de Recursos Disponíveis 15.725,52

Investimento RealizadoRodoviário 445,02

Ferroviário 6,84

Aquaviário (União + Cia Docas) 255,51

Aéreo (União + Infraero) 714,53

Investimento Total (Total Pago) 1.421,90

8

EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO PÚBLICO FEDERAL EM TRANSPORTE COMO PROPORÇÃO DO PIB (%)

R$ b

ilhõe

s co

rren

tes

2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

4,00 0,40%

3,00 0,30%

2,00 0,20%

1,00 0,10%

5,00 0,50%

7,00 0,70%

6,00 0,60%

0,00 0,00%

0,15%

0,18%0,24%

0,27% 0,26%

0,34%

0,40%

0,19%

0,28%0,27%0,28%

0,36%

INVESTIMENTOS FEDERAIS EM INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

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DESPOLUIRA Confederação Nacional do Transporte (CNT) e o SEST SENAT lançaram em 2007 o Programa Ambiental do Transporte - DESPOLUIR, com o objetivo de promover o engajamento de caminhoneiros autônomos, taxistas, trabalhado-res do transporte e da sociedade na construção de um desenvolvimento verdadeiramente sustentável.

PROJETOS• Redução da emissão de poluentes pelos veículos • Incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador • Aprimoramento da gestão ambiental nas empresas, garagens e termi-

nais de transporte• Cidadania para o meio ambiente

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTESPara participar do Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, entre em contato com a Federação que atende ao seu Estado.

BOLETIM DO DESPOLUIR

Carga(empresas)

FETRAMAZFETRACANFENATACFETCEMGFETRANSPARFETRANSCARGAFETRANSULFETRANCESCFETCESPFECAM-RSFECAM-RJFETAC-MGFETRANORTEFETRONORFETRANSFETRASULFETRAMFETRAMARFEPASCFETRANSPORFETERGSFETPESPFETRANSPORTESFETRABASE

AC, AM, AP, PA, RO e RRAL, CE, MA, PB, PE, PI, e RN

DF, GO, MS, MT e TOMGPRRJRSSCSPRSRJMG

AC, AM, AP, PA e RRAL, PB, PE e RN

CE, PI e MADF, GO, SP e TO

MGMS, MT e RO

PR e SCRJRSSPES

BA e SE

Raimundo Augusto de Araújo Jorge do Carmo RamosPatrícia DanteMarta Gusmão MoraisSolange CaumoRenato NeryGilberto da Costa RodriguesRodrigo OdaSandra CaravieriDanna Campos VieiraThompson BahienseRegiane ReisCarmen Izia Saldanha RochaRosiléa Cristina de Brito LeiteMarcelo BrasilVilma Silva de OliveiraGeraldo MarquesCarlos Alberto da Silva CorsoRoberto Luiz Harth T. de FreitasGuilherme WilsonAloisio BremmJoão Carlos ThomazJoão Paulo da F. LamasCleide da Silva Cerqueira

(92) 3658-6080(81) 3441-3614(61) 3361-5295(31) 3490-0330(41) 3333-2900(21) 3869-8073(51) 3342-2053(48) 3248-1104(11) 2632-1010(51) 3232-3407(21) 3495-2726(31) 3531-1730(92) 3584-6504(84) 3234-2493(85) 3261-7066(62) 3233-0977(31) 3274-2727(65) 3027-2978(41) 3244-6844(21) 3221-6300(51) 3228-0622(11) 3179-1077(27) 2125-7643(71) 3341-6238

[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected] [email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@[email protected]@fetergs.org.brfi [email protected]@[email protected]

Carga e Passageiros

Carga(autônomos)

Passageiros

TELEFONE E-MAIL

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8

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2016 (até junho )

RESULTADOS DO PROJETO DE REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE POLUENTES PELOS VEÍCULOS *

ESTRUTURA RESULTADOS AVALIAÇÕES AMBIENTAIS - Acumulado 2007-2017 (até janeiro)

* Dados preliminares, sujeitos a alterações.

Federações participantes

24

Avaliações ambientais (até jan/2017) 1.861.260

Aprovação no período 84,74%

Empresas atendidas 16.828

Caminhoneiros autônomos atendidos 19.678

Unidades de atendimento 92

0200.000400.000600.000800.000

1.000.0001.200.0001.400.0001.600.0001.800.0002.000.000

4.734 100.839228.860

392.524590.470

820.5871.033.455

1.235.589

1.507.447

1.835.489

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

1.861.260

2017

FEDERAÇÃO UFs ATENDIDAS COORDENAÇÃOSETOR

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BOLETIM DO DESPOLUIR

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL POR MODAL DE TRANSPORTE (em milhões de m3)

2010MODAL 2011 2012 2013 20152014

BOLETIM AMBIEN TAL

Rodoviário 34,46 36,38 38,60 40,68 41,40 40,20

Ferroviário 1,08 1,18 1,21 1,20 1,18 1,14

Hidroviário 0,13 0,14 0,16 0,18 0,18 0,18

Total 35,67 37,70 39,97 42,06 42,76 41,52

4,50

00,501,001,502,002,503,003,504,00

2010 2011 2012 2013 20152014

CONSUMO DE ÓLEO DIESEL - 2010 A 2015

Rodoviário Ferroviário Hidroviário

MISTURA OBRIGATÓRIA DE BIODIESEL AO DIESEL FÓSSIL (% em volume)*

7% 8% 9% 10% Até 15%**

2016 2017março

2018março

2019março

Após 2019março

* Conforme a Lei Federal nº 13.263/2016.** Após a validação por testes e ensaios em motores.

PRODUÇÃO ANUAL DE BIODIESEL - B100 (em milhões de m3) *

2,67 2,72 2,92 3,42

3,943,50

2011 2012 2013 2014 20162015

(até novembro)*Dados atualizados em 02 de janeiro de 2017.

Diesel48,9%

CONSUMO DE COMBUSTÍVEIS NO BRASILCONSUMO TOTAL POR TIPO DE COMBUSTÍVEL (em milhões de m3)*

* Inclui consumo de todos os setores (transporte, indústria, energia, agricultura, etc).** Dados atualizados em 21 de dezembro de 2016.

Óleo diesel 52,26 55,90 58,57 60,03 57,21

Gasolina C 35,49 39,69 41,42 44,36 41,14

Etanol Hidratado 10,89 9,85 11,75 12,99 17,86

TIPO 2011 2012 2013 2014 2015 2016 (até novembro)**

Gasolina37,9%

Etanol 13,1%

MONITORAMENT0 DA QUALIDADE DO DIESELNÃO CONFORMIDADE POR NATUREZA NO ÓLEO DIESEL - BRASIL (DEZEMBRO/2016)

Destilação12%

Teor de Biodiesel

40%

Ponto de Fulgor 18%

* Em "Outros" estão incluídas as características teor de água e massa específi ca.

BIODIESEL

PRINCIPAIS MATÉRIAS-PRIMAS - 2016 (DADOS ACUMULADOS ATÉ OUTUBRO)

Soja77,60%

Aspecto; Cor12%

Enxofre9%

Outros9%*

Gordura Bovina16,50%

Óleo de Algodão1,00%Outras

4,90%

454035302520151050

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Diminui a capacidade do sangue em transportar oxigênio. Em grandes quantidades pode levar à morte.

Provoca confusão mental, prejuízo dos refl exos, inconsciência, parada das funções cerebrais.

Causa asfi xia se inalado, além de parada cardíaca, inconsciência e até mesmo danos no sistema nervoso central.

Causa irritação das mucosas, vômitos e perda de cons-ciência. Aumenta a sensibilidade da pele. Causa lesões no esôfago, traqueia e trato gastrointestinal.

O NO2 provoca irritação nos pulmões. É capaz de provocar infecções respiratórias quando em contato constante.

Provoca irritação e aumento na produção de muco, desconforto na respiração e agravamento de problemas respiratórios e cardiovasculares.

Provoca problemas respiratórios, irritação aos olhos, nariz e garganta.

Causa irritação no nariz e garganta. Está relacionado a doenças respiratórias e nos casos mais graves, ao câncer de pulmão.

Geração de energia3,1%

Mudança no uso da terra

76,4%

Outros setores3,0%

Rodoviário7,8%

Aéreo0,5%

Outros meios de transporte0,3%

Industrial8,9%

Transporte 8,6%

CONTRIBUIÇÃO RELATIVA DE CADA CATEGORIA DE VEÍCULOS NA EMISSÃO DE POLUENTES - BRASIL

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%CO NMHC NOX MP CH4 RCHO

Comerciais leves

Caminhões semileves

Caminhões leves

Caminhões médios

Caminhões semipesados

Caminhões pesados

Ônibus urbanos

Micro-ônibus

Motocicletas

Ônibus rodoviários

Automóveis

CO - monóxido de carbono; MP - material particulado incluindo o MP proveniente da combustão e do desgaste do veículo; NMHC - hidrocarbonetos não metano; CH4 - metano; NOx – óxidos de nitrogênio; RCHO - aldeídos.

EFEITOS DOS PRINCIPAIS POLUENTES ATMOSFÉRICOS DO TRANSPORTE

EfeitosPoluentes Principais fontes Características

Saúde humana Meio ambienteResultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Gás incolor, inodoro e tóxico.

Dióxido de carbono (CO2)

Metano (CH4)

Resultado da queima de combustíveis, além de atividades agrícolas, pecuária, aterros sanitários e processos industriais1.

Gás tóxico, incolor, inodoro. Explosivo ao adicionar a água.

Aldeídos(RCHO)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Composto por aldeídos, cetonas e outros hidrocarbonetos leves.

Óxidos de nitrogênio(NOx)

Formado pela reação do óxido de nitrogênio e do oxigênio reativo presentes na atmosfera e por meio da queima de biomassa e combustíveis fósseis.

O NO é um gás incolor, solúvel em água; O NO2 é um gás de cor castanho-avermelhada, tóxico e irritante;O N2O é um gás incolor, conhecido popularmente como gás do riso.

Gases de efeito estufa que causam o aquecimento global. Estes óxidos, em contato com a umidade do ar, formam ácidos causa-dores da chuva ácida.

Dióxido de enxofre (SO2)

Resultado da queima de combustíveis e de processos industriais1.

Gás denso, incolor, não infl amável e altamente tóxico.

Ozônio (O3)

Poluente secundário, resultado de reações químicas em presença da radiação solar. Os hidrocarbonetos não metano (NMHC) são precursores do ozônio troposférico.

Gás azulado à temperatura ambiente, instável, altamente reativo e oxidante.

Causa destruição de bioma e afeta o desenvolvimento de plantas e animais, devido a sua natureza corrosiva.

1 Processos industriais: processos químicos ou mecânicos que fazem parte da fabricação de um ou vários itens, usualmente em grande escala.

Material particulado (MP)

Resultado da queima incompleta de combustíveis e de seus aditivos, de processos industriais e do desgaste de pneus e freios.

Material escuro, composto de partículas de diferentes dimensões. Sua ocorrência está relacionada a queima do diesel.

Altera o pH, os níveis de pigmentação e a fotossíntese das plantas.

Causa o aquecimento global, por ser um gás de efeito estufa.

Monóxido de carbono (CO)

PARTICIPAÇÃO DAS EMISSÕES DE CO2 POR SETOR

Para saber mais: www.cntdespoluir.org.br

8

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BOLETIM

DESENVOLVIMENTOPROFISSIONAL

PROMOÇÃOSOCIAL

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PAINEL DE RESULTADOS - SEST SENAT

ATENDIMENTOS

HORAS-AULA

DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL dezembro 2016

Cursos Presenciais29.218.730

Total34.475.993

Cursos Presenciais3.754.251

Cursos a Distância4.418.253

Cursos a Distância103.955

Campanhas/Palestras419.505

Total4.277.711

Curso Realizado

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Coletivo de Passageiros 68.724

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos 59.938

Atualização para Condutores de Veículos de Transporte Coletivo de Passageiros 49.916

Atualização para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos 38.278

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Cargas Indivisíveis e Outras 15.138

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Escolar 14.897

Especializado para Condutores de Veículos de Emergência 13.492

Qualifi cação para a Primeira Habilitação - CNH Social 12.331

Jovem Aprendiz - Assistente Administrativo em Transporte 12.094

Atualização de Direção Preventiva 11.384

Cursos mais ofertadosALUNOS

Campanhas/Palestras839.010

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201776

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PAINEL DE RESULTADOS - SEST SENAT

ATENDIMENTOS

HORAS-AULA

DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL dezembro 2016

Cursos Presenciais29.218.730

Total34.475.993

Cursos Presenciais3.754.251

Cursos a Distância4.418.253

Cursos a Distância103.955

Campanhas/Palestras419.505

Total4.277.711

Curso Realizado

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Coletivo de Passageiros 68.724

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos 59.938

Atualização para Condutores de Veículos de Transporte Coletivo de Passageiros 49.916

Atualização para Condutores de Veículos de Transporte de Produtos Perigosos 38.278

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte de Cargas Indivisíveis e Outras 15.138

Especializado para Condutores de Veículos de Transporte Escolar 14.897

Especializado para Condutores de Veículos de Emergência 13.492

Qualifi cação para a Primeira Habilitação - CNH Social 12.331

Jovem Aprendiz - Assistente Administrativo em Transporte 12.094

Atualização de Direção Preventiva 11.384

Cursos mais ofertadosALUNOS

Campanhas/Palestras839.010

Projeto Participantes

Transportando Saúde nas Cidades 16.090

Saúde nos Portos 4.371

Comandos de Saúde nas Rodovias 12.651

Copa SEST SENAT de Futebol Society 7.112

Polos Olímpicos 1.186

Proteger 11.785

Palestras 307.236

Circuito SEST SENAT de Caminhada e Corrida de Rua 29.994

Totais 389.239

Principais Projetos

ATENDIMENTOS

ATENDIMENTOS

PROMOÇÃO SOCIAL dezembro 2016

ASSISTÊNCIA À SAÚDE dezembro 2016

Assistência à Saúde

Assistência Odontológica

Esporte, Lazer e Cultura

Assistência Psicológica

Assistência Nutricional

1.524.918

Assistência Fisioterápica

1.048.929

3.004.441

110.007

89.639

276.343

Total5.360.957

Educação para Saúde831.598

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 77

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TEMA DO MÊS

“Os desafios são enormes e a mobilização da sociedade é fundamental para que as políticas tenham efetividade na redução desse flagelo”

A cada ano, mais de 40 mil vidas são perdidas no Brasil em função dos acidentes de transpor-

tes terrestres (ATT), respondendo por cerca de 4% do total de mortes no país. As estatísticas ainda mostram que, para cada morte em acidente de trânsito, há mais de 10 vítimas com lesões gra-ves. Segundo estimativas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), os acidentes custam à sociedade cerca de R$ 50 bilhões por ano entre custos de perda de produção, hospitalares, entre outros componentes.

Com esses números, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking mundial das vítimas de trânsi-to, perdendo apenas para Índia, China, EUA e Rússia (Organização Mundial da Saúde). A taxa de mor-talidade por ATT no Brasil (22,5 mortes por grupo de 100 mil habi-tantes) é maior do que a média mundial (18) e se aproxima das taxas de países africanos, sendo mais que o dobro das observadas nos países desenvolvidos, o que mostra o longo caminho ainda a ser percorrido em termos de efe-tividade das políticas de redução da quantidade e da letalidade dos acidentes no país.

CARLOS HENRIQUE RIBEIRO DE CARVALHO

Políticas de redução de acidentes de transportes terrestres no Brasil

CARLOS HENRIQUE RIBEIRO DE CARVALHOPesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada)

No ano de 2014, foram 43.780 mortes, sendo que 29% das vítimas fatais eram usuárias de motocicletas, categoria que mais cresceu nos últimos 15 anos; 24%, de usuários de automóveis; e 19% das mortes foram de pedestres. As taxas de mortalidade em ATT, nos últimos anos, sofreram peque-nas oscilações sem que houvesse alteração significativa nos índices. Isso mostra que o Brasil ainda está muito longe da meta de 50% de redução estabelecida no início da década, quando foi anunciado pela ONU que esta seria a década pela segurança do trânsito.

A queda da mortalidade nos ATT depende de uma série de políticas que deveriam ser prio-rizadas não só pelos governos, mas também pela sociedade em geral. O primeiro grupo de políticas está associado à educa-ção no trânsito, já que questões comportamentais estão ligadas a diversas causas dos acidentes — ingestão de álcool pelos moto-ristas, desatenção e direção peri-gosa no trânsito, falta de uso de equipamentos de segurança, etc. Outro grupo importante de políti-cas está ligado aos sistemas de gestão e fiscalização de trânsito. Estruturas adequadas (pessoal,

equipamentos e procedimentos) com utilização intensiva de téc-nicas estatísticas que subsidiem o planejamento operacional são fundamentais. A identificação de pontos críticos com problemas de engenharia também é impor-tante, além da manutenção ade-quada das vias.

A redução da velocidade de tráfego é outro fator impactante, principalmente na diminuição dos atropelamentos. A multiplicação de equipamentos de monitoramento da velocidade proporcionou a queda desse tipo de acidente no país, assim como são fundamentais os investimentos em infraestrutura de segurança para pedestres e ciclistas, principalmente nas áreas urbanas. A impunidade no trânsito também deve ser combatida, com legisla-ção e processos jurídicos adequa-dos, assim como a vistoria veicular periódica preconizada no Código de Trânsito Brasileiro, mas ainda pouco utilizada pelos gestores de trânsito, apenas para citar algumas políticas entre diversas necessárias.

Enfim, os desafios são enormes e a mobilização forte da sociedade é fundamental para que as políti-cas públicas tenham efetividade no objetivo da redução desse flagelo que atinge a população brasileira.

Os gastos com acidentes de trânsito no Brasil

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“Avançamos no socorro às vítimas, reduzimos a gravidade das fatalidades e conseguimos alertar os motoristas quanto ao risco de beber e dirigir”

Segurança no trânsito é uma questão de saúde

RICARDO BARROS

RICARDO BARROSMinistro da Saúde

Os gastos com acidentes de trânsito no Brasil

Brasil vive uma epidemia de lesões e mortes no trânsito, principalmente entre os motociclistas.

Em um ano, perdemos quase 44 mil pessoas, 30% delas em fata-lidades que envolviam motos. Os dados do Sistema de Informação de Mortalidade revelam a neces-sidade de ações permanentes de segurança no trânsito. Um desafio enfrentado com avanços importan-tes na legislação brasileira e ações educativas, mas ainda insustentável para a saúde pública. São destinados mais de R$ 250 milhões por ano do SUS para o atendimento de vítimas, mais da metade para socorrer moto-ciclistas e tratar sequelas. Por ano, é investido cerca de R$ 1 bilhão por ano no custeio do Samu.

A incidência desse tipo de aci-dente triplicou em pouco mais de uma década e acompanha o aumen-to da frota de motocicletas no país. Dados do Departamento Nacional de Trânsito mostram que em 2002 eram 5,3 milhões desses veículos nas estradas brasileiras contra mais de 23 milhões em 2014. Já o volume de mor-tes no trânsito estabilizou desde 2010, nesse sentido o Governo Federal faz um forte trabalho em diversas áreas.

Entre as ações está a Lei Seca. Desde 2012, o percentual de adul-

tos que admitem beber e dirigir nas capitais do país teve queda de 21,5%, segundo dados do Ministério da Saúde. Hoje, o Brasil é um dos 25 países do mundo que estabeleceu tolerância zero para o uso de bebidas alcóolicas por motoristas e um dos 130 que usam o teste do bafômetro para garantir o cumprimento da lei.

Para os casos de acidentes de trânsito, estamos entre os 116 países que oferecem um canal universal para os chamados de emergência: o SAMU 192. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) transporta mais de 75% das vítimas seriamente feridas em acidentes de trânsito - colocando o Brasil, nesse quesito, no elevado patamar de Espanha, Estados Unidos, França, Suécia e Suíça.

Outra ação destacável é a assi-natura da carta Brasília, que prioriza a segurança de pedestres, ciclistas e motociclistas. Foi assinada em 2015, quando o país recebeu a 2ª Conferência Global de Alto Nível sobre Segurança no Trânsito, a maior dis-cussão do planeta sobre o assunto. Na ocasião, países participantes rea-firmaram o compromisso de reduzir à metade as mortes causadas por acidentes de trânsito até 2020.

Temos o Rodovida. A operação rodoviária envolve os ministérios de Justiça e Cidadania; Cidades;

Saúde; e Transportes, Portos e Aviação Civil; a Polícia Rodoviária Federal; o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes; o Departamento Nacional de Trânsito; e a Agência Nacional de Transportes Terrestres, na intensificação das campanhas educativas e fiscaliza-ção sobre alcoolemia, excesso de velocidade, motocicletas, ultrapas-sagens irregulares e transporte de crianças nas estradas do país.

Queremos reverter estatísticas como as do Carnaval de 2017, em que a PRF registrou crescimento de 23,9% nos óbitos por acidentes de trânsito em relação ao feriado de 2016. As ações no trânsito refletem na redução de óbitos em rela-ção ao total de acidentes que ocorrem no país. Avançamos no socorro às vítimas, reduzimos a gravidade dessas fatalidades e conseguimos alertar mais os motoristas quanto ao risco de beber e dirigir. Ainda assim, temos um número de acidentes e seque-las alto a ser revertido e um cenário preocupante, principal-mente, quanto aos motociclistas. O Ministério da Saúde, ao lado de todos os órgãos do governo fede-ral envolvidos no tema, trabalha na proteção da população e sus-tentabilidade da saúde pública.

O

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ALEXANDRE GARCIA

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stá dando resultados o exame toxicológico. Os acidentes com caminhoneiros estão cain-do na mesma proporção em que os motoris-tas vão se submetendo à prova. Nos Estados Unidos, aconteceu a mesma coisa. Pena que liminares ainda deixem alguns Estados fora

dessa medida que contribui para a segurança dos motoristas, das cargas e dos que compartilham do asfalto. O argumento do Direito de não pro-duzir prova contra si é fraco diante do interesse coletivo. O direito individual é menor que o direito coletivo à vida e à segurança. A ninguém é permi-tido criar risco à vida dos outros. O ideal seria que fosse estendida a exigência a todas as categorias – a condutores de motos e de automóveis, já que o bafômetro só detecta álcool.

Como se sabe, os rebites originais, com o tempo, foram cedendo lugar para a maconha e a cocaína, cujo uso, diga-se de passagem, financia as grandes facções criminosas do Brasil, pro-motoras de matanças nos presídios e nas ruas. Assim, o exame toxicológico, ao desencorajar o uso da droga, também diminui o mercado que sustenta o crime. O custo do exame não é um gasto, mas um investimento, já que a droga prejudica a noção de distância, a con-centração, a reação rápida. E aí ocorrem erros de avaliação e decisão. E depois do estímulo, vem o sono que derruba e deixa o caminhão e a carga desgovernados. E, neste país que tanto nos provoca vergonha, caminhão tombado tem sido caminhão saqueado.

Deve-se admitir que os acidentes com cami-nhões diminuíram também por causa da redução da frequência das cargas, provocada pela reces-são. Mas há a esperança de que isso comece a mudar neste ano. A inflação está em queda, a

taxa básica de juros também, houve superavit na balança comercial – tudo isso tem ingredien-tes da recessão, mas também é uma mostra de que a política monetária – a que protege a moeda – está dando resultados. Agora o Estado precisa fazer a sua parte, já que o Brasil privado está cansando de pagar impostos altíssimos e impostos sobre impostos. A farra da Previdência no setor público é um acinte às aposentadorias mínimas do trabalhador comum. Mas é preciso fazer a reforma, porque nem a Previdência nem o Estado aguentam tanto deficit.

Além disso, se o país precisa de poupança, mas não tem e carece de investimentos, é pre-ciso oferecer marcos regulatórios persistentes, consistentes e confiáveis, já que a saída são concessões e privatizações. Já se viu que estatal é cofrinho de partido político. Estatal deveria ser do povo brasileiro, e não do partido no governo. Ou se moraliza a estatal ou se privatiza, ora bolas. E função do governo é fazer o que hoje não se faz: dar segurança em primeiro lugar; e pôr ao alcance de quem precisa escolas e hos-pitais públicos; e oferecer uma justiça que fun-cione. Para que serve o governo que não presta esses serviços públicos?

O que tem a ver o rebite, a cocaína e a maco-nha com este segundo assunto: governo que não funciona. Tem tudo a ver essa comparação. Eleitor drogado pelas mentiras de campanha, enganado de forma fácil ou dependente de clien-telismo, intoxicado pelo fanatismo ideológico, leva para governos e casas legislativas o produto desse tipo de droga. Caminhoneiros e eleitores têm que passar por algum tipo de exame toxico-lógico, para que não cometamos erros de avalia-ção e de decisão no país que dirigimos.

E

“Se o país precisa de poupança, mas não tem e carece de investimentos, é preciso oferecer marcos regulatórios persistentes”

Rebites e eleições

ALEXANDRE GARCIA

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 2017 81

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PRESIDENTE Clésio Soares de Andrade

VICE-PRESIDENTES DA CNTTRANSPORTE RODOVIÁRIO

DE PASSAGEIROS

Jacob Barata Filho

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

DE CARGAS

Newton Jerônimo Gibson Duarte

Rodrigues

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS

DE PASSAGEIROS E DE CARGAS

José da Fonseca Lopes

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Meton Soares Júnior

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Fernando Simões Paes

TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS

E DE PASSAGEIROS

Eduardo Sanovicz

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

E LOGÍSTICA

Flávio Viana de Freitas

PRESIDENTES DE SEÇÃO

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE

PASSAGEIROS

Eurico Divon Galhardi

Escreva para a CNT TRANSPORTE ATUAL.

As mensagens devem conter nome completo,

endereço e telefone dos remetentes.

Cartas:

SAUS, Quadra 1, Bloco J

Edifício CNT, 11º andar

70070-010 - Brasília (DF)

E-mail: [email protected]

Por motivo de espaço, as mensagens serão

selecionadas e poderão sofrer cortes

CNTCONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

DE CARGAS

Flávio Benatti

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS DE

PASSAGEIROS E DE CARGAS

Edgar Ferreira de Sousa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO

DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Bruno Lima Rocha

TRANSPORTE FERROVIÁRIO

DE CARGAS E DE PASSAGEIROS

Rodrigo Vilaça

TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS

E DE PASSAGEIROS

Eduardo Sanovicz

INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE

E LOGÍSTICA

Glen Gordon Findlay

CONSELHO FISCAL (titulares)Luiz Maldonado Marthos

José Hélio Fernandes

Jerson Antonio Pícoli

Eduardo Ferreira Rebuzzi

CONSELHO FISCAL (suplentes)André Luiz Zanin de Oliveira

José Veronez

André Luis Costa

DIRETORIA

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

DE PASSAGEIROS

Thadeu Castello Branco e Silva

Luiz Wagner Chieppe

Alfredo José Bezerra Leite

Lelis Marcos Teixeira

José Augusto Pinheiro

Victorino Aldo Saccol

Eudo Laranjeiras Costa

Antônio Carlos Melgaço Knittel

José Luís Santolin

Francisco Saldanha Bezerra

João Resende Filho

Dante José Gulin

Mário Martins

Eurico Divon Galhardi

Jerson Antonio Pícoli

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE

CARGAS

Luiz Anselmo Trombini

Urubatan Helou

Irani Bertolini

Paulo Sergio Ribeiro da Silva

Oswaldo Dias de Castro

Daniel Luís Carvalho

Augusto Emilio Dalçóquio

Geraldo Aguiar Brito Vianna

Augusto Dalçóquio Neto

Euclides Haiss

Paulo Vicente Caleffi

Francisco Pelúcio

Eduardo Ferreira Rebuzzi

TRANSPORTADORES AUTÔNOMOS DE

PASSAGEIROS E DE CARGAS

Moacir da Silva

Sergio Antonio Oliveira

José Alexandrino Ferreira Neto

José Percides Rodrigues

Sandoval Geraldino dos Santos

Renato Ramos Pereira

Nilton Noel da Rocha

Neirman Moreira da Silva

Luiz Maldonado Marthos

André Luis Costa

TRANSPORTE AQUAVIÁRIO,

FERROVIÁRIO, AÉREO E

DE INFRAESTRUTURA

Marcos Machado Soares

Claudomiro Picanço Carvalho Filho

Moacyr Bonelli

André Luiz Zanin de Oliveira

José Carlos Ribeiro Gomes

Aloísio Sobreira

José Rebello III

José Roque

Fernando Ferreira Becker

Raimundo Holanda Cavalcante Filho

Jorge Afonso Quagliani Pereira

Eclésio da Silva

André Luiz Macena de Lima

George Alberto Takahashi

CNT TRANSPORTE ATUAL FEVEREIRO 201782

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Sempre que um avião decola, a economia do país é impulsionada. A nossa aviação gera milhões de empregos diretos e indiretos e movimenta uma grande cadeia produtiva. No turismo, por exemplo, a cada R$ 1,00 gerado pelos nossos voos, R$ 5,00 entram em circulação na economia. E os números ficam mais evidentes quando analisamos a relevância do setor em cada estado. Quanto mais voamos, mais desenvolvimento geramos.

Acesse bit.do/abear e surpreenda-se com o inédito estudo Voar por Mais Brasil.

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