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Oriente de São Paulo, Outono de 2018 E.V.
À Honra e Glória do Grande Arquiteto do Universo
TRABALHO – A MAÇONARIA E O ESPIRITISMO.
OBJETIVO: Permitir aos leitores através desse simples traçado, as grandes
similaridades existentes entre a Doutrina Espírita, que assevera que fora da Caridade ou do Amor
não há salvação, com a essência da doutrina Maçonica, definida como sendo; “Uma Instituição
que tem por objetivo tornar feliz a Humanidade; pelo amor, pelo aperfeiçoamento dos costumes,
pela tolerância, pela igualdade e pelo respeito a autoridade e a crença de cada um.” Ambas
Instituições objetivam uma reforma ou seja, uma reconstrução íntima.
Kardec escreveu que “o Espiritismo se dirige aos que não crêem ou que duvidem,
e não aos que tem fé e essa fé lhes é suficiente; ele não diz a ninguém que renuncie as suas
crenças para adotar as nossas, e nisto é consequente com os princípios de tolerância e de
liberdade de consciência que professa.”
INICIAL: Grandes rumores apontam que Kardec havia se iniciado na Maçonaria.
Recorro a obra publicada por Claude Vareze com o título Os Grandes Iluminados, editada em
Paris, em 1948, na qual atesta que Rivail (Kardec) foi iniciado na Maçonaria Martinista, através
de Jean Baptiste Willermonz, discipulo de Pasqually, o último, falecido em 1774.
Martinez de Pasqually, na condução dos trabalhos na sua Loja Maçonica, em
determinadas Sessões, com um grupo seleto de Mestres Maçons que ficaram conhecidos como
médiuns sonâmbulos, recebiam mensagens de seres invisíveis, assim definidos por eles, durante
as Sessões. Assim sendo, Pasqually foi considerado o percursor das Sessões Espíritas.
É de suma importância sinalizar que em 1770 Pasqually escreveu o livro “O
Tratato da Reintegração dos Seres Vivos”, onde comenta o Pentateuco, através de uma visão
extremamente esotérica e de grande profundidade espiritual, assim como fez Kardec na
codificação do Novo Testamento ou seja, o Evangelho.
A ausência documental da iniciação de Kardec junto ao Grande Oriente da
França associada a data do falecimento de Willermonz, ocorrida em Lyon em 1824, com 94 anos
de idade, torna improvável a sua ida a Paris para iniciar Kardec, assim como a ida do último a
Lyon, em 1822, para ser iniciado na Maçonaria.
Há ainda, fotos de paramentos Maçônicos depositados na Sociedade de Direitos
Humanos de Paris, atribuidos a Allan Kardec, mas sem nenhuma comprovação de autenticidade.
Por estar absorto na sua missão terrena frente a Codificaão do Evangelho
Segundo o Espiritismo, particularmente e principalmente devido a ausência de documentação
probatória, não acredito que haveria espaço na escassa régua de Kardec, para ser iniciado na
Ordem Maçonica.
Retorno ao Século XVIII, no ano de 1721, quando o Maçom Emanuel
Swedenborg criou o Rito que levava o seu nome, Rito Swedenborg, cujo objetivo principal era
ressaltar e estudar a importância da Imortalidade da Alma, sinônimo do Espírito, para os
praticantes do Espiritismo.
Em certas Sessões Maçonicas, através do Rito Swedenborg, assim como
ocorria na Loja de Pasqually, irmãos Maçons também recebiam orientações de seres invisíveis,
havendo inclusive a prática da psicografia.
Em 1783, o marques Thome reorganizou o Rito Swedenborg após a morte do
seu criador, ocorrida em 29/03/1771, passando a ser constituido por seis graus a saber; Irmão
Vermelho, Irmão Azul, Irmão Iluminado, Mestrem Companheiro Teósofo e Aprendiz Teósofo.
Observo a data de falecimento de Kardeck, ocorrida em 31 de Março, ou seja,
dois dias após o aniversário de falecimento de Swedenborg.
A Revista Espírita editada em novembro de 1859 publicou um artigo assinado
por Kardeck a respeito das experiências mediúnicas de Swedendeborg e suas constatações post
mortem.
No magnífico artigo, percebemos uma evolução de visão do passado de
Swedenborg, comparada post mortem a visão da Doutrina Espírita. Gostaria de ressaltar a
vaidade de Swedenborg quando deu o seu próprio nome ao novo Rito Maçônico, contrariando
totalmente a visão da doutrina Espírita, bem como a da Maçonaria, que assevera que o Maçom
deve “trabalhar sem senhum objetivo de paga e Honraria”.
Kardeck mandou um recado importantíssimo aos Espíritas e aos Maçons,
através de Swedenborg, conforme segue: “Seus próprios erros devem ser um ensinamento para
os médiuns demasiado crédulos, que certos Espíritos procuram fascinar, lisojenado-lhes a
vaidade ou os preconceitos por uma linguagem pomposa ou de aparências enganosas.”
Adiantando o relógio do tempo, Bezerra de Menezes, em carta escrita em 1886,
escreveu que: “ a Maçonaria foi a mais esforçada propulsora do Espiritismo no Brasil.”
Outro Grande Mestre de Luz, Chico Xavier, escreveu: “Se Allan Kardec tivesse
escrito que fora do Espiritismo não há salvação, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus
ele escreveu; Fora da Caridade ou seja, fora do Amor não há salvação.”
Eis uma das inúmeras convergências entre a Doutrina Espirita e a Ordem
Maçonica, onde não há a sopreposição de uma Religião por sobre outra, sendo todas respeitadas
e niveladas, independente da fé professada de cada Irmão no Criador.
A Maçonaria atual, ou seja, a especulativa, foi constituida e estruturada nos
primeiros anos do Século XVIII e o grande codificador do Espiritismo foi Hippolyte Leon Denizard
Rivail, nascido no início do Século XIX, precisamente em 1804, conhecido por Allan Kardec, em
homenagem a uma vida passada, vivida entre os Druidas.
Há de se ressaltar que a publicação das obras com o pseudônimo de Allan
Kardec, objetivou trazer a impessoalidade das obras editadas, que bem na verdade, não lhe
pertenciam, sendo ele apenas o receptor.
Chico Xavier, tido por alguns como a reencarnação de Kardec, também pensava
assim, tanto é que doou todos os direitos autorais dos mais de 400 livros que escreveu. Ele
afirmava contextualmente que não havia escrito um único livro, porque “eles que haviam escrito”,
e que não passava de um simples cisco.
Antes de trazer os traçados do Maçom e proeminente Espírita Léon Denis, que
são extremamentes afinados com os conceitos da Ordem Maçônica, gostaria de avocar os
traçados de um dos mais respeitados escritores e Maçom, o Médico Albert Galant Mackey, autor
dos 25 Landmarcks da Ordem Maçonica. Dos Landmarcks, destaco o 19º que exige do candidato
à Maçonaria a crença na existência de Deus, ou seja, um Ente Superior; e o 20º, que diz que
subsidiária a esta crença em Deus, está a crença em uma uma vida futura. Essa visão é essencial
para que possamos mergulhar na profundidade dos traçados do Ir. Léon Denis, retirado da
Revista Luz e Unión, edição de março de 1903.
“...Das contínuas experiências e acurada observação de cinquenta anos e em
vários ponto do Globo, já se chegou a conclusão da coexistência de duas humanidades: uma
visível e da qual fazemos parte; outra, invisivel para os nossos olhos; sucedendo uma a outra,
pela morte e o nascimento, e influindo uma na outra para fins comuns.
Já sabemos que, depois da morte, o Eu encontra-se em sua plena consciência
e em sua inteira responsabilidade, com todos os resultados intelectuais e morais acumulados na
sucessão das vidas que há percorrido. Já sabemos que toda a alma deve sofrer, ao volver à
carne, as consequencias do seu passado, que faz do destino (feliz ou infausto) uma simples lei
de causa e efeito.
É bem assim que o homem, obreiro do seu futuro, prossegue, evoluindo
sempre, em suas inumeráveis existencias na superfície dos mundos.
Quando as Universidades ensinam sistemas filosóficos, mais ou menos
hipotéticos, produzidos pelo homem, pode-se considerar despreziveis os ensinos dispensados
pelas inteligências do Espaço?
Lembremo-nos de que as vidas sucessivas, descortinadas por Allan Kardec,
chama-se para as nossas verdadeiras tradições éticas, para o gênio filosófico da Gália, que é o
puro e claro gênio da França.
A vós correspondente, Sr. Presidente do Conselho de Ministros, em vossa
lauta sabedoria, regenerar o ensino universitário, mediante a noção das existências sucessivas
da alma por meio das quais se reconhece a necessidade da justiça, cuja base é a educação.
Dignai-vos aceitar o testemunho da minha mais respeitosa consideração.”
Outro ponto de extrema importância é observar que o presente trabalho deve
ser analisado através da ótica de Ritos Maçônicos que são alicerçados no Teísmo, ou seja, que
possuem a Crença de um Ente Superior, existindo a correspondência entre o Plano Superior
com o Inferior ou seja, o terreno.
O Rito de York, essencialmente Teísta, apresenta a simbologia da Escada
de Jacó aos seus praticantes. Ela representa a própria Lei de Correspondência descrita no
Caibalion. Em Gênisis, Capítulo 28, versículo 12 encontramos: “E sonhou: e eis era posta na
terra uma escada cujo topo tocava nos céus; e eis que os anjos de Deus subiam e desciam por
ela.”
No belíssimo Grau de Mestre de Marca do RY. encontramos a importância
do perdão através da seguinte frase: “Que a justiça seja temperada com a misericórdia.” Também
encontramos a possibilidade de retornarmos ao trabalho, após termos consciência dos nossos
erros, para que venhamos a receber o nosso merecido salário, sinônimo de evolução. Abaixo,
poderemos analizar o termo “de volta” como sendo o retorno da Imortal Alma encarnada à Terra,
o canteiro de obras, das provas e espiações, e o salário, ao aprendizado assimilado,
possibilitando a nossa plena liberdade, eliminando os carmas anteriores, sinônimo de involução.
“... uma lição importante, que é: nunca reclameis como vossa a propriedade
de outrem, nem pretendais receber salário, quando nenhum vos for devido. Confio que não a
perdereis de vista em vosso futuro trato com os homens. Agora, acompanhareis o Mestre
Supervisor de volta às pedreiras e, no devido tempo, ensinaremos a todos vós como receber
salário como Obreiros fiéis e dignos.”
DA FINALIDADE: Sinalizar aos Irmãos Maçons bem como aos Irmãos e
Irmãs na Seara Espírita, a grande possibilidade de reconstrução Humana. Para os Maçons,
através da ótica e prática de Ritos Teístas, sinalizando ainda a existência de Ritos praticados no
passado desconconhecidos pela grande maioria dos Maçons.
HOMENAGEM: Esse singelo trabalho foi realizado em agradecimento a
Casa Espírita Obreiros da Vida Eterna, do Oriente de Santo André, uma fonte inesgotável de
Luz, e em memória ao Grande Espírita e Maçom Eduardo Carvalho Monteiro, fundador da
Sociedade Espírita Anália Franco de Eldorado, em Diadema. Foi assessor pró memória da União
das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, sendo o fundador do seu Centro de
Documentação Histórica.
F&S.
IR. PAULO SANTOS – M.M.
ARLS. VERDADEIROS AMIGOS 3902 –GOSP.- GOB.
ORIENTE DE SÃO PAULO
Bibliografia - Maçonaria e Espiritismo Armand Lefraise e Eduardo Carvalho Monteiro, Editora
Madras, 2007.
Léon Denis e a Maçonaria Eduardo Carvalho Monteiro, Editora Madras, 2003.
Wikipedia a Enciclopédia Livre – Internet.
https://ronymetafisico.blogspot.com/2018/01/ritos-maconicos.html
http://umolharespirita1.blogspot.com/2012/02/kardec-analisa-swedenborg.html
Ritual de Aprendiz Maçom, do REAA.da Grande Loja Maçõnica do Estado de São
Paulo, Edição de 2007.
Ritual de Mestre de Marca do Supremo Grande Capítulo de Maçons de Real Arco
do Brasil Edição de 2010.
NÃO HÁ COMPROVAÇÃO HISTÓRICA DA INICIAÇÃO DE ALLAN KARDEC NA MAÇONARIA
Martinez de Pasqually
Durante as Sessões Maçônicas, alguns Irmãos Maçons, que ficaram
conhecidos poe Médiuns sonambulos, recebiam mensagens de “seres invisíveis”. Pasqually,
desencarnou do seu veículo físico em 1774
Jean Baptiste Willermoz díscipulo de Pasqually (Falecido em 1824)
Alguns atribuem a Willermoz comos sendo o responsável pela inciação de Kardeck na Ordem
Maçonica. Observo que não há nenhuma evidência documental de tal fato.
Emanuel Swedenborg (Falecido em 1772)
Durante as Sessões Maçonicas, havia inclusive, a prática da psicografia.
Léon Denis
Proeminente Espírita e Maçom
Homenagem entregue ao Grande Mestre Chico Xavier durante Sessão Maçonica.
Mestre Divaldo Franco, difundindo a Luz da Doutrina Espírita junto aos Maçons
Centro Espírita Obreiros da Vida Eterna
Meu Eterno agradecimento e Homenagem a querida Rose, que me acolheu, nesse querido
ponto de Luz, difusor de magníficos ensinamentos, através do Evangelho segundo o
Espiritismo
Eduardo Carvalho Monteiro Proeminente Espírita e Maçom
(Desencarnado em 2005)
Laborioso difusor de Luz da Doutrina Espírita e da Ordem Maçônica