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1. INTRODUÇÃO Asterisk e Telefonia IP Dentre as formidáveis aplicações que apareceram nos últimos anos para a construção de ambientes de Telefonia IP está inserido, sem dúvida, o Asterisk. Este aplicativo é uma central telefônica IP que possui uma série de funcionalidades destinadas a cumprir o papel das antigas centrais de telefonia. No entanto, oferece muitas outras possibilidades como, por exemplo, interligar escritórios remotos via VoIP (voz sobre IP) através da Internet ou por uma rede IP privada. Vale ressaltar que a conexão com a rede de telefonia pública convencional também é possível. Por ser uma implementação de código aberto e um aplicativo de distribuição gratuita, o Asterisk proporciona a construção de sistemas de baixo custo e de alta disponibilidade, podendo ser utilizado tanto em pequenas empresas como em grandes corporações com centenas de ramais. O Asterisk é referência em soluções de telefonia IP e sua comunidade é a que possui maior contribuições para a 1

Trabalho Asterisk

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Page 1: Trabalho Asterisk

1. INTRODUÇÃO

Asterisk e Telefonia IP

Dentre as formidáveis aplicações que apareceram nos últimos anos

para a construção de ambientes de Telefonia IP está inserido, sem dúvida, o

Asterisk. Este aplicativo é uma central telefônica IP que possui uma série de

funcionalidades destinadas a cumprir o papel das antigas centrais de telefonia.

No entanto, oferece muitas outras possibilidades como, por exemplo,

interligar escritórios remotos via VoIP (voz sobre IP) através da Internet ou por

uma rede IP privada. Vale ressaltar que a conexão com a rede de telefonia

pública convencional também é possível.

Por ser uma implementação de código aberto e um aplicativo de

distribuição gratuita, o Asterisk proporciona a construção de sistemas de baixo

custo e de alta disponibilidade, podendo ser utilizado tanto em pequenas

empresas como em grandes corporações com centenas de ramais.

O Asterisk é referência em soluções de telefonia IP e sua comunidade é

a que possui maior contribuições para a evolução da tecnologia VoIP devido à

maneira como se relaciona com outras aplicações de rede.

O intuito deste trabalho é apresentar - de maneira básica, mas

facilmente compreensível - a solução Voip mais comentada no momento

quando o assunto é substituir a velha central telefônica tradicional: o Asterisk.

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2. O ASTERISK

O Asterisk é um software de PABX que usa o conceito de software livre.

Ele é licenciado através de uma licença do tipo GPL – Gnu Public License. A

Digium, empresa que promove o Asterisk investe em ambos: no

desenvolvimento do código fonte e em hardware de telefonia de baixo custo

que funciona com o Asterisk. Este software opera sobre uma plataforma Linux

ou ainda em outras plataformas Unix. Permite conectividade em tempo real

entre a rede pública de telefonia (em inglês PSTN (Public Switched Telephony

Network) e redes VoIP.

Criado e inicialmente desenvolvido por Mark Spencer, responsável pela

empresa Digium, que atualmente recebe contribuições de programadores ao

redor de todo o mundo e promove o desenvolvimento do código fonte e das

placas de telefonia de baixo custo (GONZALEZ, 2007).

2.1 História

Em 1999, Mark Spencer com quase quatro mil dólares de capital, abriu

um empresa prestadora de suporte técnico comercial e livre ao Linux, chamada

Linux Support Services.

Com a grande demanda de chamados técnicos, Mark sentiu a

necessidade de um sistema telefônico que pudesse auxiliar no suporte técnico

24h realizando algumas tarefas, como: atender automaticamente as ligações,

coletar a identificação do cliente, gravar a mensagem de suporte ou dúvida,

localizar um técnico disponível e enviar mensagem. Dessa forma,

conseguiriam, supostamente, atender maior quantidade de chamados, de

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Page 3: Trabalho Asterisk

forma ágil e prática. Naquela época, com o baixo capital, Mark não tinha

condições de adquirir um sistema telefônico com as funcionalidades

necessárias.

Mark possuía uma experiência de cinco anos com o Linux, havia

participado no desenvolvimento de diversos programas de código aberto e na

completa ausência de alguma pessoa que pudesse lhe auxiliar e explicar a

complexidade de tal tarefa decidiu que iria projetar e desenvolver o seu próprio

sistema telefônico utilizando equipamentos emprestados. Em alguns meses de

desenvolvimento, Mark possuía uma plataforma livre de telefonia que supria

suas necessidades na Linux Support Services e o disponibilizou na Internet

com o nome de Asterisk. Mark batizou seu projeto de Asterisk (asterisco) por

ser tanto uma tecla do telefone comum, como também um símbolo curinga no

GNU/Linux, por exemplo, rm -rf *(O’REILLY, 2005 apud GONZALES, 2007).

Nessa mesma época um homem chamado Jim Dixon do projeto Zapata

Telephony, sabia que o motivo que elevava os preços das placas de telefonia,

eram os Processadores de Sinal Digital (DSP) e, insatisfeito, realizou algumas

experiências em seu computador pessoal com a placa Mitel39000C "ISDN

Express Development Card", escrevendo um driver para o FreeBSD.

Comprovando seus estudos, Dixon concluiu que a placa utilizou pouco

processamento em um Pentium III 600Mhz, e com aquela máquina conseguiria

gerenciar de 50 a 75 canais e o que limitava era a forma ineficiente de

gerenciar o Entrada/Saída (I/O). Com esses resultados Dixon comprou o

necessário para desenhar uma nova placa que usasse o I/O de forma eficiente.

Obtendo sucesso em seus experimentos e sabendo que o conceito

utilizado era revolucionário, acabou disponibilizando o desenho completo e os

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arquivos da placa na Internet e assim começou a organização Emiliano Zapata

(GONZALEZ, 2007).

Algumas pessoas entraram em contato com Dixon e sempre com a

mesma pergunta: ”Legal, mas você tem para Linux?”. Ele nunca tinha visto um

Linux em funcionamento. Então comprou o Linux Red Hat 6.0 e começou a

estudá-lo para poder portar seu driver do BSD para um módulo do kernel Linux.

Começou com algumas dificuldades, mas mesmo assim disponibilizou na

Internet, pois sabia que em algum lugar do mundo algum guru do Linux iria

ajudá-lo.

Em menos de 48 horas recebeu um e-Mail de Mark Spencer, o qual se

ofereceu para fazer exatamente isto, e falando que tinha algo que seria perfeito

para a coisa toda, o Asterisk.

Até o momento o Asterisk era um conceito funcional, porém não tinha

uma forma real de funcionar de forma prática e útil. A junção do Asterisk de

Mark, a placa de Dixon e o módulo do kernel Linux desenvolvido por ambos era

perfeita e possibilitou o crescimento até se tornar um PABX real que poderia se

comunicar com telefones e linhas reais (GONÇALVES, 2006 apud GONZALEZ,

2007).

Em 2001, com o crescimento da economia, Mark percebeu que seria

mais vantajoso dar continuidade ao desenvolvimento do Asterisk do que

continuar com o suporte técnico na Linux Support Services, que para Mark já

não era mais o melhor nome para uma empresa de telefonia. Assim, ao

alterarem o nome da empresa, nascia a Digium (O’REILLY, 2005 apud

GONZALEZ, 2007).

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2.2 A Digium

A Digium é a criadora e desenvolvedora primária do Asterisk. É hoje a

principal patrocinadora do Asterisk e uma dos líderes na indústria de PABX em

código aberto. Mark Spencer é o criador e principal mantenedor do Asterisk. 

Por ser livre, pessoas trabalham no desenvolvimento do Asterisk em

todo mundo contribuindo para seu aperfeiçoamento, atualizações, patches,

correções de bugs e criação de novas aplicações, mas Mark Spencer é o

responsável por testar, aprovar e liberar novas versões do código fonte

(JÚNIOR et. al, 2008).

A Digium oferece o Asterisk em três tipos de licenciamento: 

Asterisk GPL (GNU Public License) - A licença GPL é a mais encontrada, ela

permite que qualquer pessoa use e altere o código. A restrição existente é que

quaisquer alterações no código fonte têm de ser redistribuídas.

Asterisk Business Edition - É uma licença comercial do Asterisk. Não possui

recursos adicionais em comparação com a versão GPL, com exceção da

proteção contra cópia. A grande vantagem dessa licença é para

desenvolvedores que não desejam abrir o código fonte de seus produtos e não

podem ou não querem usar a versão GPL.

Asterisk OEM - Criado para fabricantes de centrais telefônicas que não

desejam mostrar aos seus clientes que a central é baseada em Asterisk.

2.3 Caracterísitcas do Asterisk

• Interligação com a rede pública e ramais convencionais através de

hardware relativamente barato (FXS, FXO, T1, E1, etc...);

• Protocolos de Voz sobre IP: SIP, H323, MCGP, IAX;

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• Vários Codecs: G711 (ulaw, alaw), GSM, Speex, G723, iLBC,

• LPC-10;

• Interligação transparente entre a rede pública ou ramais convencionais e

os vários protocolos de voz sobre IP;

• Tradução transparente entre os vários codecs de áudio;

• Filas de atendimento;

• Correio de voz;

• Atendimento automático;

• Plano de discagem flexível;

• Transferência / Música de espera (mp3);

2.4 Aplicações e recursos

O Asterisk é muito mais que um PABX padrão, possui os mais variados

cursos e aplicações desde os básicos até os que são encontrados somente os

de níveis de qualidades elevados, dente os que se destacam, podemos citar:

a) gravação de chamadas;

b) identificador de chamadas;

c) rota de menor custo;

d) identificador da segunda chamada;

e) chamada em espera;

f) estacionamento de chamadas;

g) chamada sem identificação;

h) siga-me interno e externo;

i) salas de conferência;

j) unidade de resposta audível (URA);

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k) mobilidade de ramais interno/externo;

l) restrição de chamadas;

m) controle de ramal pré-pago;

n) senha por ramal;

o) interligação com PSTN e redes Voip;

p) tarifação em banco de dados;

q) funções de Call-Center ;

r) funções de Contact-Center ;

s) multiprotocolo;

t) distribuição automática de Chama

u) agentes locais ou remotos;

v) filas de espera;

w) limite de duração da chamada;

x) recebimento de FAX automatizado;

y) bloqueador de chamadas;

z) caixa Postal (VoiceMail).

2.5 Organização no sistema de arquivos

Em uma instalação padrão do Asterisk é criado uma estrutura de

diretórios com o objetivo de organizar e dividir por categoria os arquivos de

áudio, módulos, aplicações, banco de dados, configurações entre outros,

conforme Tabela 1.

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Page 8: Trabalho Asterisk

Tabela 1: Estrutura de arquivos e diretórios

DIRETÓRIO DESCRIÇÃO

/etc/asteriskArquivos de configurações zaptel.conf e

digivoice.conf

/usr/sbin Executáveis

/usr/lib/asterisk/modules Módulos dos aplicações, codec, drivers

/var/lib/asterisk/agi-bin Diretório das aplicações AGI

/var/lib/asterisk/astdb Banco de dados

/var/lib/asterisk/mohmp3Arquivos de áudio utilizados para música de

espera

/var/lib/asterisk/sounds Arquivos de áudio

/var/spool/asterisk/

outgoing

Diretório das gravações de ligações saíntes

/var/spool/asterisk/vm Diretório das Caixas Postais

Fonte: GONZALEZ, 2007

A arquitetura do Asterisk se compõe basicamente de:

- Canais: que podem ser analógicos, digitais ou VoIP;

- Protocolos de Comunicação como o SIP, H323, MGCP e IAX que são

responsáveis pela sinalização das chamadas. Na implementação a qual será

citada neste trabalho, este foi protocolo utilizado. O SIP é um tipo de protocolo

TCP/IP apropriado para a comunicação VoIP; é também conhecido como

Protocolo de Sinal ou Controle ou ainda Protocolo de Iniciação de Sessão

(Session Initiation Protocol). Padronizado pela Internet Engineering Task Forc

(IETFRFC 3261), o Protocolo SIP é o responsável por estabelecer, modificar,

manter e finalizar sessões multimídia, chamadas telefônicas e conferências

entre 2 participantes ou mais através da Internet (rede IP).

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Page 9: Trabalho Asterisk

- Codecs: responsáveis por transformar a voz humana (sinal analógico) em

uma seqüência de bits (sinal digital) para transmissão em uma rede de dados.

O codec (Coder/Decoder) é utilizado para compactar e descompactar dados

como voz e vídeo, uma vez que sem compressão, esses dados na sua

forma natural utilizariam grandes quantidades de taxas para sua

transmissão pela rede de dados, impossibilitando o uso em tempo real.

Permitem a transmissão com compressão de até oito vezes (G729a), além de

permitir geração de ruído de conforto e uma maior robustez a perda de

pacotes; 

- Aplicações: responsáveis pela funcionalidade do PABX. Alguns exemplos

são Voicemail e Conferência. O Asterisk pode ser usado em inúmeras

aplicações, desde um PABX para uma pequena empresa até sistemas de

resposta automática de alta densidade. (GONÇALVES, 2006)

2.6. Funcionamento do Asterisk

O Asterisk interliga-se com a rede de dados através de uma porta

Ethernet de 100Mbps, com a possibilidade de ativar um firewall e fazer o

controle de banda para os telefones IPs, caso seja necessário.

Figura 1: Esquema de funcionamento do Asterisk

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Para interligar-se com o PABX Analógico ou STFC, o Asterisk possui

diversos tipos de modelos de placas, com interfaces FXS, FXO, E1, T1 e PRI.

É possível também utilizar qualquer produto VoIP padrão de mercado, como

por exemplo do fabricante Sipura, Linksys, Grandstream, Mediatrix, Micronet ou

outro qualquer, tanto para portas FXS como para portas FXO.

2.7 Benefícios do Asterisk (além dos serviços tradicionais de telefonia)

- Plano unificado de numeração entre vários escritórios distribuídos em várias

localidades;

-Interligação de centrais PABX, permitindo que os ramais de 2 ou mais PABX

falem entre si com custo zero;

- Possibilidade de capturar uma linha remota de um outro PABX, fazendo com

que a ligação DDI ou DDD seja tarifada como ligação local;

- Possibilidade de conexão simultânea com diversas redes VoIP;

- Arquitetura distribuída e gerenciamento centralizado;

- Facilidade de administração via Web;

- Mensagem unificada;

- Média de economia de 50% para ligações DDD e DDI;

- Provê funcionalidades de PABX de grande porte com custo acessível também

para as pequenas e médias empresas;

- Permite a criação de ramais para clientes, fornecedores e parceiros,

facilitando a comunicação sem que haja custo na ligação;

- Integração da empresa, aumentando a produtividade dos funcionários em

deslocamento: vendedores, executivos em viagem, “presença virtual” (SOBRE

O ASTERISK, 2008).

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Page 11: Trabalho Asterisk

3. IMPLEMENTAÇÃO

3.1 Baixando e Instalando o Asterisk

O Asterisk funciona em muitas plataformas e sistemas operacionais,

porém no referido trabalho a distribuição usada é o Fedora em uma máquina

virtual Vimeware. As instruções abaixo podem funcionar com outras

distribuições do Linux, substituindo a parte de instalação das dependências. O

Asterisk funciona na maioria das distribuições populares como SuSe, Fedora,

Red Hat, Ubuntu e Slackware.

3.2 Hardware Mínimo

O Asterisk usa de forma intensiva o processador, principalmente para

fazer o processamento dos canais de voz.  Para construir um PABX,

recomenda-se um processador compatível com i386 que seja melhor que um

Pentium 300Mhz com 256 MB RAM. O Asterisk não requer muito espaço em

disco, cerca de 100 MB com o Asterisk compilado, mais o código fonte, o

correio de voz  e possivelmente alguns prompts customizados.

 Se for usado apenas VoIP, nenhum outro hardware é necessário.

Sugere-se o uso de softfones como os da Counterpath (X-Lite) ou da SJLABS

e entroncar com operadoras de voz sobre IP.  

3.3 Montando o sistema

O hardware exigido para o Asterisk é o mínimo necessário. Placa de

vídeo sofisticada ou periféricos, portas seriais, paralelas e USB podem ser

completamente desabilitadas para evitar consumo de CPU tratando

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Page 12: Trabalho Asterisk

interrupções de hardware não utilizadas, porém uma boa placa de rede é

essencial. Para placas da Digium recomenda-se verificar as instruções da

motherboard para que se determine se os Slots PCI suportam tais placas, pois

existem placas de 5 e 3.3 Volts. Conflito de interrupção é uma fonte potencial

de problemas de qualidade de áudio no Asterisk.  Uma maneira de liberar IRQs

é desabilitar na BIOS todo o hardware que não for utilizado, como placas de

som on-board por exemplo.

3.4 Questões de compartilhamento de IRQ

Muitas placas de telefonia como a X100P podem gerar grandes

quantidades de interrupções, atendê-las toma tempo. Os drivers podem não

conseguir fazê-lo em tempo se outro dispositivo estiver processando a mesma

IRQ compartilhada e a linha de IRQ não puder receber outra interrupção.

Recomenda-se evitar o compartilhamento de interrupções de hardware, pois a

entrega precisa de IRQs é uma necessidade primária em telefonia.  

3.5 Instalando o Asterisk

Foram feitas 2 implementações simples do servidor Asterisk ao todo. Usamos o

Linux Fedora na máquina virtual Vimeware e para esta 1ª implementação

utilizamos o AsteriskNOW, uma distribuição Linux dentre outras voltadas para a

aplicação de um servidor de telefonia IP.

3.5.1. A 1ª implementação

1. Executamos o download do arquivo imagem (iso) do AsteriskNow no site:

http://www.asterisknow.org/files/downloads/asteriskNOW-beta5-x86.iso;

2. Após o download, foi feita a gravação do arquivo em um cd para usá-lo como

um cd boot. Em seguida iniciamos a instalação;

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Page 13: Trabalho Asterisk

3. Durante a instalação algumas janelas de configuração aparecem e também

foi necessário criar uma senha e um usuário. Ao fim da instalação, nos foi

fornecido um IP que, inscrito no browser do Firefox (para o Internet Explorer é

necessário a instalação de alguns plugins), nos redimensionaria para a página

(interface) do servidor na internet onde aí sim se poderia interagir com ele;

4. Com o servidor “no ar”, fizemos as primeiras configurações: inserimos 2

ramais na página (interface) do AsteriskNow e depois partimos para a 2ª parte

que foi a instalação dos clients ou softfones em 2 PCs Virtual Microsoft de 2

estações de trabalho. Nesta implementação, por sugestão, optamos pelo

softfone X-Lite. O softfone X-Lite é um programa capaz de realizar ligações

através de um computador, que pode ser utilizado com um headset ou com

microfone e caixas de som, porém recomenda-se a utilização do headset para

obter maior qualidade na comunicação. Foi escolhido também por ser de

distribuição “free” (www.counterpath.com), fácil configuração e por utilizar o

protocolo SIP;

5. Devido à falta de conexão com o host não conseguimos fazer os primeiros

testes. Numa segunda tentativa optamos por instalar os softfones em máquinas

físicas ao invés de máquinas virtuais e, por fim, estabelecemos a conexão com

o host; a 1ª comunicação aconteceu, porém devido a uma microfonia optamos

por instalar os softfones em máquinas que estavam a uma distância maior

entre si.

6. Os testes seguintes não foram bem sucedidos: os ramais não “se falavam”,

foi perdida a conexão com o servidor e o serviço se tornou indisponível.

Optamos por trocar o AsteriskNow por outra aplicação: o Trixbox. A partir daí

começava a 2ª implementação.

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Page 14: Trabalho Asterisk

3.5.2. A 2ª implementação

1. Iniciamos a instalação do Trixbox a partir de um cd boot também

obtido da mesma forma que o AsterisNow (a partir do download do arquivo no

site geralmente próprio) em uma outra máquina virtual, ambiente Linux também

Fedora, que seguiu a mesma rotina de instalação do AsteriskNow. Após inserir

o cd e, depois de alguns minutos após pressionar o ENTER inicial,

selecionamos o tipo de teclado e o fuso horário, além de digitar a senha do root

do sistema. Em seguida o HD foi formatado e diversos arquivos foram

instalados. Ao todo o sistema reiniciou 3 vezes, sendo que no primeiro reboot

retira-se o cd do Trixbox do CD-ROM. O tempo de instalação varia de acordo

com a velocidade do computador. Em média demora em torno de 15 a 20

minutos. Após todo este processo, efetuamos o login no Trixbox com a conta

root e a senha criada durante a instalação.

2. Com o servidor “no ar”, inserimos o IP 172.16.3.53 (o qual nos foi

fornecido na instalação do Trixbox) no browser do Internet Explorer que

redimensionou para a página (interface) do Tribox e a partir de lá, com uma

conta e uma senha com perfil de administrador também obtidas na instalação,

pudemos criar os ramais. Após criar a conexão e, com instalação pronta e os

ramais reconfigurados, os mesmos ainda não “se falavam”. Era necessário

configurar o Trixbox com os mesmos parâmetros definidos dentro do arquivo

de configuração sip.conf para que ele efetueasse o registro no servidor

SIP. Constatou-se que a configuração dos codecs não tinha sido feita e que, ao

contrário do AsteriskNow, deveria ser feita manualmente, mas não ofereceu

nenhuma dificuldade;

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Page 15: Trabalho Asterisk

3. Criados e reconfigurados os ramais, reiniciamos os testes nos softfones, os

quais rodaram e permitiram a comunicação entre os ramais fictícios e até uma

simulação de conferência, concluindo, assim, a implementação.

4. O Tribox

O Trixbox é uma distribuição que facilita a instalação e a configuração do

Asterisk. Ele contém todas as bibliotecas necessárias, além de uma interface

Web, o freePBX, para configurar, gerenciar e administrar o Servidor Asterisk.

O projeto anteriormente era conhecido como Asterisk@Home e após a

aquisição do produto pela Fonality, passou a se chamar Trixbox (TRIBOX,

2008). Para nossa implementação o produto do Trixbox que mais nos importa é

o freePBX, pois é ele o responsável por gerenciar o Trixbox e suas

funcionalidades.

4.1 Componentes necessários para a utilização do Trixbox

Um servidor com o Trixbox instalado;

Os ramais (softfones ou equipamentos VoIP);

Portas FXS, FXO ou E1 para interligar-se com a telefonia fixa/celular ou

com um PABX analógico (opcional);

Um acesso a Internet de boa qualidade (banda larga ou link dedicado)

para as ligações VoIP.

4.2 Requisitos de hardware mínimos e recomendados

Para testes pode até ser um Pentium III 500 MHz com 128Mb de RAM,

com um mínimo de 5Gb de HD. Para empresas de pequeno porte, o ideal seria

de pelo menos um Pentium IV com 512Mb de RAM, com um mínimo de 40Gb

de HD. A velocidade do processador e a quantidade de memória necessária

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Page 16: Trabalho Asterisk

variam muito em função da quantidade de ligações simultâneas, do tipo de

protocolo e codec utilizados, se haverá conversões entre protocolos e codecs,

se existe algum hardware de telefonia instalado, além da quantidade de

serviços configurados (gerenciamento de filas, URAs, gravação das ligações,

etc.)

Para uso profissional recomenda-se adquirir um hardware com um bom

processador e pelo menos 1Gb de RAM e ir monitorando o consumo da CPU e

memória. É possível configurar para que 2 ou mais servidores Asterisk

trabalhem em paralelo, como se fossem um único servidor.

Figura 2: Tela inicial da instalação do Trixbox.

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Page 17: Trabalho Asterisk

4.3 Configurando o endereço IP do Trixbox

Com um servidor DHCP na rede, o Trixbox irá automaticamente receber

um IP e o mesmo será mostrado assim que logar no sistema. Entretanto, o

ideal é sempre utilizar com um endereço IP estático e de preferência com um

endereço IP público (válido na Internet), principalmente se alguns ramais forem

logar no Trixbox através da Internet, utilizando o protocolo SIP.

Para mudar o endereço IP, digite o seguinte comando e siga as

instruções:

netconfig

Reinicie o servidor ou apenas a interface ethernet para assumir os

parâmetros configurados.

reboot (para reiniciar o servidor) ou /etc/init.d/network restart (para

reiniciar a interface Ethernet).

4.4 Utilizando o freePBX para configurar o Trixbox

FreePBX é uma interface gráfica para configurar o Asterisk. Esta

interface facilita muito para configurar diversos recursos do PABX IP, evitando

que a pessoa conheça os arquivos e os procedimentos de configuração do

Asterisk.

Os principais recursos do FreePBX são:

Extensions - manutenção dos ramais e correio de voz

Trunks - configuração de troncos para conectar-se com outros sistemas

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Page 18: Trabalho Asterisk

Outbound Routes - gerencia quais troncos devem ser utilizados para

realizar chamadas

Inbound Routes - especifica o destino das chamadas recebidas pelos

troncos

DID Routes - especifica o destino de chamadas identificadas (DID)

Digital Receptionist - definição da URA (Unidade de Resposta Audível)

Queues - gerenciamento de filas para atendimento

On Hold Music - configuração da música de espera

System Recordings - para gravação das mensagens do sistema

Backup and Restore - para realizar backup e restauração

General Settings - configuração dos parâmetros gerais do sistema.

Para abrir a interface gráfica do Trixbox, digite o endereço IP num navegador

Web. Clique no item [switch] no User mode, no canto superior direito para “se

logar” no sistema. A conta padrão é maint e a senha é password.

Figura 3: Tela de administração do Trixbox

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Page 19: Trabalho Asterisk

Figura 4: Barra vermelha para atualizar o Asterisk e aplicar as configurações.

Para configurar ramais, clica-se no menu Setup - Extensions do

freePBX. A partir daí cria-se todos os ramais com o protocolo SIP, que são os

mais utilizados. Deve selecionar a opção Generic SIP Device e clicar em

“Submit”. Existem diversos parâmetros, porém os mais importantes são esses:

User Extension: 2000 (exemplo de número do ramal)

Display Name: Antonio (exemplo de usuário do ramal)

Secret: 12345 (exemplo de senha do ramal)

Figura 5: Exemplo de configuração dos ramais no menu Extensions do

Trixbox

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Page 20: Trabalho Asterisk

Clica-se em “Submit” para criar o ramal e por fim na barra vermelha para

reconhecer as novas configurações e atualizar o Asterisk. Em nossa

implementação foram criados os seguintes ramais:

6001 Márcia - Softfone X-Lite;

6002 Michel – idem;

6003 Aluno – idem.

Se o ramal se está configurando irá se conectar pela Internet, configura-

se o parâmetro NAT = Yes, senão o ramal não conseguirá registrar-se no

Asterisk.

4.5 Configurando o Softfone X-Lite

O X-Lite é o client utilizado em nossa implementação. Pode-se fazer o

download gratuitamente pelo site do X-Lite: http://www.counterpath.com. Após

o download, executa-se o arquivo para instalá-lo. O menu de configurações

pode ser acessado no botão direito em cima da X-Lite(ver figura) para que se

configure os seguintes campos :

Display Name - nome que aparecerá no display do Softphone;

User name - nome do usuário;

Password - senha do usuário;

Domain - endereço de IP da instalação Asterisk (o IP fornecido na

instalação do Trixbox, no nosso caso);

Register with domain and receive incoming calls - checar esta opção;

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Page 21: Trabalho Asterisk

Proxy Address - endereço da instalação do Asterisk (se for usar o

Domain, é opcional preencher este campo).

 Figura 6: O X-Lite e seu menu de configuração.

O teste para verificar se o softfone está funcionando é apenas discar do

X-Lite para um outro ramal configurado. (TRIBOX.ORG, 2008)

 

Figura 7: Esquema de funcionamento do Asterisk

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Page 22: Trabalho Asterisk

 

Fonte: GONÇALVES, 2006.

5. Conclusão

A telefonia convencional está mudando e PABXs baseados em

comutação de circuitos estão se tornando produtos obsoletos. A tecnologia

VoIP expandiu muito nos últimos anos e está começando a se tornar o padrão

de comunicação das empresas corporativas e até das pequenas/médias

empresas e residências.

Os novos equipamentos IP-PBXs permitem uma verdadeira

convergência na área de telecomunicações, integrando voz e dados na mesma

rede, proporcionando a unificação de mensagens, o aumento de produtividade

e fornecendo todos esses elementos e muito mais num único produto, fácil de

gerenciar.

Baseada em uma solução software, esta arquitetura assegura uma

grande escalabilidade, redução de custos, flexibilidade, confiabilidade,

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Page 23: Trabalho Asterisk

facilidade de administrar e gerenciar, suporte para equipamentos legados, tudo

isso num sistema que opera no mesmo ambiente heterogêneo da rede de

dados. Sem dúvida, uma grande evolução nas telecomunicações.

O objetivo deste trabalho através da implementação do gerenciador de

voz (Linux) Asterisk foi, além de simular uma pequena central telefônica capaz

de discar entre 2 ramais, explanar alguns conceitos particulares à tecnologia

VoIP a qual concluiu-se ser desejável deter um pouco além do que o

conhecimento básico, visto que o mercado já sofre com a falta de especialistas

nesta área, além do próprio conhecimento que ainda é escasso.

Conclui-se também que a tecnologia VoIP não causará o fim da utilização

da telefonia convencional, mas certamente será responsável por uma fatia

considerável em ligações de longa distância e na interligação de matriz, filiais e

parceiros através da Internet, uma vez que o Asterisk possui pontos positivos

tais como sistema estável, aparentemente o software é bem escrito, robusto e

escalável, muito flexível e facilmente customizável mas também negativos

como difícil configuração (arquivos de texto); é necessário desenvolver uma

interface (existem vários projetos GPL de interfaces, mas nenhuma madura o

suficiente); fones em software (muitas alternativas, a maioria paga e ruim),

fones em hardware são caros demais; interfaces para relatórios e controle

precisam ser desenvolvidas (também há vários projetos, mas não maduros o

suficiente para produção).

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Page 24: Trabalho Asterisk

6. Referências Bibliográficas

1) GONZALEZ, Felipe Nogaroto Estudo e Implantação de Solução de Voz

sobre IP baseadas em Softwares Livres. Joinville: SOCIESC, 2007. In:

<http://suicide.bunghole.com.br/monografia.pdf/ >

2) GONÇALVES, F. E. A. Asterisk PBX: Como construir e configurar um

PABX com software livre. Florianópolis - SC, 2005. In:

<http://site.asteriskguide.com/FreeChapters123pt.htm>

3) JÚNIOR, Heron, Almeida de, L.; SOUZA, Job Medeiros; PACHECO, Juliano

Anderson Asterisk Embarcado. Florianóplois - SC, 2008. In:

<revista.ctai.senai.br/index.php/edicao01/article/viewDownloadInterstitial/35/20/

4) COUNTERPATH. X-Lite. 2007. Free SoftPhone. Disponível em:

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5) TRIBOX. Disponível em: <http://www.trixbox.org/>. Acesso em 29/Out/2008

6) SOBRE O ASTERISK. Disponível em:

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7) ASTERISK. Disponível em: <http://www.asterisk.org/>. Acesso em

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8) ASTERISK. Disponível em:< http://dicasasterisk.asteriskonline.com.br/>.

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Outras Referências:

• www.digium.com

• www.asterisknow.org/files/downloads

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