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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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A SAÚDE DO IDOSO: ACESSO AOS SERVIÇOS BÁSICOS
DE SAÚDE PÚBLICA EM CLÍNICAS DA FAMÍLIA NA CIDADE DO
RIO DE JANEIRO
Laís de Lima Vieira – [email protected] – UFF/ICHS
Resumo
O objetivo desse trabalho é identificar o processo de atendimento e assistência ao idoso em
Unidade Básica de Saúde da Família. É necessário que haja a prevenção e diagnóstico precoce
de doenças em idosos, assim como fazer a manutenção da capacidade funcional. No método
de pesquisa foram avaliadas as Clínicas da Família: Dante Romanó Júnior; Josuete Sant'anna
de Oliveira e Erivaldo Fernandes Nobrega. Foram feitas cinco visitas em cada Unidade, em
dias aleatórios para observação e coleta de dados em bloco de notas, posteriormente,
entrevista com aplicação de um formulário. Os resultados apontam a necessidade de
atendimento específico para idosos (Geriatria e/ou Gerontologia), assim como medidas
preventivas para falta de medicamentos. É possível concluir que as Unidades efetuam um
trabalho satisfatório na prestação de serviços a pessoa idosa, embora necessite de melhorias.
Palavras-chave: Saúde do idoso; Clínicas da família; Sistema único de saúde.
1 – Introdução
O poder público deve estar atento ao que diz respeito à promoção de saúde aos
idosos. Um bom atendimento e auxilio ao idoso promove uma melhor qualidade de vida.
Grande parte da população brasileira de idosos que contribuem ou contribuíram socialmente
pagando impostos, com esforço de trabalho, atuando com direitos e deveres, dentre outros
fatores merecem os cuidados adequados proporcionados pelo governo (BENEVIDES;
PASSOS, 2005).
A alocação de verbas públicas direcionadas para saúde pública é primordial e deve
ser sempre tratada como prioridade pelos representantes públicos do Brasil. Os programas
sociais promovidos pelo governo e o Sistema Único de Saúde (SUS), desenvolvem uma
melhoria no atendimento de saúde pública para a sociedade (SILVESTRE; COSTA NETO,
2003).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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De acordo com a Constituição Federal de 1988, a sociedade brasileira deve ter acesso
integral e universal à saúde. Logo após veio a criação do SUS por meio da Lei Orgânica da
Saúde nº 8.080/90, para garantir este direto. Em janeiro de 2018 o Ministério da Saúde (MS)
adotou um novo modelo de financiamento do SUS para transferência de verbas Federais
destinadas à saúde, buscando garantir eficiência no uso dos recursos. Este novo modelo
garante uma conta única de custeio (Estados e Municípios) para distribuir a verba entre seis
ações do MS (Atenção Básica, Média e Alta Complexidade, Assistência Farmacêutica em
Municípios, Assistência Farmacêutica em Estados, Vigilância Sanitária e Vigilância em
Saúde) (BRASIL, 2006 a).
Os programas sociais auxiliam o trabalho desenvolvido pelas Clínicas da Família
promovendo um atendimento mais rápido e adequado. As Clínicas da Família geralmente são
de fácil acesso, muitas vezes existe uma dessas Clínicas no bairro onde reside o paciente ou
em bairros vizinhos. Diminuindo assim, a super lotação em hospitais emergenciais
(SILVESTRE, COSTA NETO, 2003).
O atendimento público de saúde no Brasil realiza programas de saúde, pela
Estratégia de Saúde da Família (ESF) e está em todo o país, com a finalidade de oferecer uma
política de saúde baseada em hábitos saudáveis, controle e prevenção de doenças. Dentro do
SUS também há as Redes de Atenção a Saúde (RAS) que auxilia em diferentes níveis de
atenção (primária, secundária e terciária), observando as necessidades de cada paciente para
indicação do tratamento adequado. O RAS possui cinco redes temáticas (Materno Infantil,
Atenção as Urgências, Atenção a Saúde das Pessoas com Condições Crônicas, Atenção
Psicossocial, Cuidado à Pessoas com Deficiência (GARCIA MAA, 2006).
Para apoiar a Atenção Básica de Saúde algumas Unidades contam com o Núcleo de
Apoio à Saúde da Família (NASF), que possuí uma equipe multidisciplinar com médicos de
diversas especialidades. Porém não abrange todas as Unidades, é preciso solicitação, análise e
autorização do MS (BRASIL, 2017).
No Rio de Janeiro a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vem se preocupando com
o envelhecimento populacional e a questão da demanda de pessoas idosas em busca de auxílio
na área da saúde. Segundo dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde
(CNES) em janeiro de 2018, foram 3.486 equipes de saúde em ESF. Com base nas políticas,
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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estratégias e ações governamentais nota-se que há preocupação com a qualidade na
assistência em saúde para a pessoa idosa, por meio do atendimento e acompanhamento a essa
população (BRASIL, 2018).
É necessário que haja a prevenção e diagnóstico precoce de doenças, principalmente
por se tratar de uma faixa etária de risco, assim como fazer a manutenção da capacidade
funcional. Mas será que realmente os serviços de assistência básica de saúde para a pessoa
idosa funcionam na prática? A população idosa que busca atendimento nas Clínicas da
Família do Rio de Janeiro tem acesso a um atendimento adequado?
As hipóteses são:
H 1 = Os serviços de assistência básica de saúde funcionam na prática, visto que as
Clínicas da Família do Rio de Janeiro oferecem um atendimento que busca a prevenção,
manutenção e acompanhamento de doenças provenientes em idosos, oferecendo acesso a um
atendimento adequado, assim como contam com equipes de agentes comunitários de saúde na
disseminação de informações e orientações para a pessoa idosa.
H 0 = Os serviços de assistência básica de saúde não funcionam na prática e o
atendimento não é adequado, pois as Clínicas da Família não possuem profissionais
especializados e equipamentos disponíveis.
O objetivo geral é verificar como é o processo de atendimento e assistência ao idoso
nas Unidades Básica de Saúde da Família: Dante Romanó Júnior; Josuete Sant'anna de
Oliveira e Erivaldo Fernandes Nobrega.
Como objetivos específicos temos:
Identificar os equipamentos existentes nas Unidades;
Identificar as instalações físicas para Assistência Ambulatorial;
Identificar serviços especializados oferecidos;
Verificar se há farmácia e acesso a medicamentos;
Verificar a existência de serviços de apoio;
A escolha por essas três Clínicas foi motivada pelo atendimento oferecido pelo
NASF com especialista em Geriatria (apoio eventual) (RIO DE JANEIRO, 2017).
Esse trabalho está estruturado em Introdução com informações de ações e estratégias
governamentais, problema da pesquisa em forma de perguntas, objetivo geral, objetivos
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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específicos, hipóteses e justificativa. Em seguida será apresentado o caso e o diagnóstico da
situação problema. A terceira parte do estudo traz o referencial teórico sobre a problemática.
A quarta parte do estudo apresenta a metodologia, ou seja, as etapas de desenvolvimento do
estudo. A quinta parte trata dos achados e análise dos resultados da pesquisa de campo,
seguido pela apresentação do Plano de Ação. Considerações finais. Referências e Apêndices
(formulário e fotos).
2 – Apresentação do Caso e Diagnóstico
As Clínicas da Família tem como foco o diagnóstico precoce de doenças, prevenção
e promoção da saúde. Contam com equipes multidisciplinares e serviços diversificados. Com
os dados de cada Unidade pesquisada e seus serviços prestados é possível observar recursos,
necessidades e potencialidades, citadas nos Quadros 1, 2 e 3 a seguir. (RIO DE JANEIRO,
2017).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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SMS CF DANTE ROMANO JUNIOR AP 33
Profissionais SUS Quantidade Instalações Físicas para Assistência
Médicos 17 AMBULATORIAL
Outros 92 Instalação Consultório Leitos
Leitos/internação 0 Clínicas básicas 8 0
Atendimento Prestado Odontologia 2 0
Ambulatorial Outros consultórios
não médicos 1 0
SADT (serviço de apoio diagnóstico e terapêutico) Sala de curativo 1 0
Fluxo de Clientela Sala de imunização 1 0
Atendimento de demanda espontânea Sala de
repouso/observação 1 3
Clínicas diferenciadas 4 0
Equipamentos Serviços de Apoio
EQUIPAMENTOS DE DIAGNOSTICO POR
IMAGEM Serviço Característica
Raio x até 100 ma
Quantidade: 1 Ambulância Terceirizado
Ultrassom convencional
Quantidade: 1
Farmácia Próprio
EQUIPAMENTOS DE ODONTOLOGIA Serviço de prontuário de
paciente Próprio
Equipo odontológico
Quantidade: 1
NASF SUS
EQUIPAMENTOS POR METODOS
GRAFICOS
Serviço de manutenção de
equipamentos Terceirizado
Eletrocardiógrafo Quantidade: 1
Quadro 1 – SMS CF DANTE ROMANO JUNIOR AP 33
Fonte: BRASIL, 2018.
No Quadro 1 é possível observar que não há leito para internação, para possíveis
estadias de períodos curtos, até uma possível transferência ou liberação. O fluxo de clientela é
por demanda espontânea e divulgação de informações são feitas por meio da Prefeitura da
Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) e dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Possui
atendimento Ambulatorial com instalações físicas adequadas e serviço de apoio diagnóstico e
terapêutico (SADT). Existem 2 equipamentos de diagnóstico por imagem, 1 equipamento de
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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odontologia e 1 equipamento por método gráfico, todos em uso. Os serviços de Apoio de
Prontuário de Paciente e a Farmácia são próprios da Unidade. O local tem 1 sala de
“consultório não médicos”, inativa.
SMS CF JOSUETE SANTANNA DE OLIVEIRA AP 33
Profissionais SUS Quantidade Instalações Físicas para Assistência
Médicos 7 AMBULATORIAL
Outros 60 Instalação Consultório Leitos
Leitos/internação 0 Clínicas básicas 4 0
Atendimento Prestado Odontologia 1 2
Ambulatorial Outros consultórios não
médicos 1 0
SADT (serviço de apoio diagnóstico e terapêutico) Sala de curativo 1 0
Fluxo de Clientela Sala de imunização 1 0
Atendimento de demanda espontânea Sala de repouso/observação 1 2
Equipamentos Clínicas diferenciadas 4 0
EQUIPAMENTOS DE DIAGNOSTICO POR
IMAGEM
Raio x até 100 ma
Quantidade: 1
Ultrassom convencional Quantidade: 1 Serviços de Apoio
EQUIPAMENTOS DE ODONTOLOGIA Serviço Característica
Amalgamador Quantidade: 1 Ambulância Terceirizado
Aparelho de profilaxia c/jato de
bicabor. Quantidade: 2 Farmácia Próprio
Caneta de alta rotação Quantidade: 2 Serviço de prontuário de paciente Próprio
Caneta de baixa rotação Quantidade: 2 NASF SUS
Compressor odontológico Quantidade: 1 Serviço de manutenção de
equipamentos Terceirizado
Equipo odontológico Quantidade: 2
Fotopolimerizador Quantidade: 2
EQUIPAMENTOS POR METODOS GRAFICOS
Eletrocardiógrafo Quantidade: 1
Quadro 2 – SMS CF JOSUETE SANTANNA DE OLIVEIRA AP 33
Fonte: BRASIL, 2018.
Assim como o Quadro 1, no Quadro 2 é possível observar que não há leito para
internação e o fluxo de clientela é por demanda espontânea. Possui atendimento Ambulatorial
com instalações físicas adequadas e SADT. Existem 2 equipamentos de diagnóstico por
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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imagem, 12 equipamentos de odontologia e 1 equipamento por método gráfico, todos em uso.
A quantidade de equipamentos odontológicos são maiores que no Quadro 1, o que facilita e
melhora o atendimento na área odontológica. Os serviços de Apoio de Prontuário de Paciente
e a Farmácia são próprios da Unidade. O local tem 1 sala de “consultório não médicos”,
inativa.
SMS CF ERIVALDO FERNANDES NOBREGA AP 32
Profissionais SUS Quantidade Instalações Físicas para Assistência
Médicos 15 15 AMBULATORIAL
Outros 90 90 Instalação Consultório Leitos
Leitos/internação 0 Clínicas básicas 5 0
Atendimento Prestado Odontologia 1 0
Ambulatorial Outros consultórios não
médicos 12 0
SADT (serviço de apoio diagnóstico e terapêutico) Sala de curativo 1 0
Fluxo de Clientela Sala de imunização 1 0
Atendimento de demanda espontânea Sala de repouso/observação 1 0
Equipamentos Clínicas diferenciadas 1 0
EQUIPAMENTOS DE DIAGNOSTICO POR
IMAGEM Sala de enfermagem/ serviços 1 0
Raio x até 100 ma
Quantidade: 1 Serviços de Apoio
Ultrassom convencional Quantidade: 1 Serviço Característica
EQUIPAMENTOS DE ODONTOLOGIA Ambulância Terceirizado
Fotopolimerizador Quantidade: 4 Farmácia Próprio
Equipo Odontológico Quantidade: 4 Serviço de prontuário de paciente Próprio
Compressor Odontológico Quantidade: 1 NASF SUS
Caneta de Baixa Rotação Quantidade: 8 Central de Esterilização de Materiais Terceirizado
Caneta de Alta Rotação Quantidade: 16
Aparelho de Profilaxia c/
Jato de Bicarbonato Quantidade: 4
Amalgamador Quantidade: 1
EQUIPAMENTOS POR METODOS
GRAFICOS
Eletrocardiógrafo Quantidade: 1
Quadro 3 – SMS CF ERIVALDO FERNANDES NOBREGA AP 32
Fonte: BRASIL, 2018.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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Como nos Quadro 1 e 2 é possível observar que não há leito para internação e o fluxo
de clientela é por demanda espontânea. Possui atendimento Ambulatorial com instalações
físicas adequadas e SADT. Existem 2 equipamentos de diagnóstico por imagem, 38
equipamentos de odontologia e 1 equipamento por método gráfico, todos em uso. A
quantidade de equipamentos odontológicos são maiores que nos Quadros 1 e 2, oferecendo
assim um atendimento mais rápido e eficaz. Os serviços de Apoio de Prontuário de Paciente e
a Farmácia são próprios da Unidade. O diferencial é a sala de enfermagem/serviços que não
possui nos Quadros 1 e 2. O local tem 12 salas de consultórios “não médicos”, todas inativas.
Observando os dados apresentados nos Quadros 1, 2 e 3, é possível identificar a
necessidade de leitos nas Unidades, pois mesmo sendo clínicas de Atenção Primária, recebem
pacientes de média complexidade e casos de emergência quando necessário. A internação
mesmo que por um período curto torna- se ideal nesses casos e posteriormente uma
transferência para outras Unidades Médicas (Ex: Hospitais). Em cada Unidade pesquisada há
uma farmácia própria, o que auxilia bastante para que o paciente tenha acesso a
medicamentos. As Unidades de Atenção Básica do Rio de Janeiro contam com um centro de
distribuição localizado em Jacarepaguá/RJ que dispõe de 178 itens do quadro de
medicamentos para abastecimento das Unidades de Atenção Primária (RIO DE JANEIRO,
2018).
As equipes do NASF das Unidades pesquisadas contam com equipes
multidisciplinares com enfermeiros e médicos de especialidades variadas, dentre eles há
médicos com especialidade em Geriatria. O NASF efetua nas Clínicas pesquisadas um
trabalho de apoio eventual com dias aleatórios previstos no calendário de cada Unidade,
podendo haver alterações nas datas e horários, e assim, dificultando o acesso de alguns
pacientes que buscam auxílio desses grupos. Não constam nas equipes NASF, em geral,
médicos com especialidade em Gerontologia, apenas Geriatria. Seria um ponto positivo a
disponibilidade de tais profissionais em Gerontologia (BRASIL, 2017).
Os pacientes que buscam as Clínicas da Família recebem atendimento médico inicial
Por meio da ESF (com médicos e enfermeiros). As Clínicas da Família contam com os ACS,
que desempenham um papel fundamental junto à comunidade, levando e colhendo
informações sobre saúde e acolhimento médico, acompanhando e dando auxílio à pacientes,
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
10
principalmente idosos que muitas vezes apresentam dificuldade de locomoção. A CF Dante
Romano Junior possui 50 ACS, CF Josuete Santanna de Oliveira possui 21 ACS e a CF
Erivaldo Fernandes Nobrega possui 23 ACS. Os ACS são distribuídos em equipes de acordo
com cada região abrangente onde estão localizadas cada Clínica da Família. Um papel
fundamental dos ASC para a pessoa idosa é o acompanhamento da Caderneta do Idoso, onde
constam dados pessoais, sociais, demográficos, vacinação e toda trajetória do paciente dentro
da Clínica da Família. Os idosos que necessitam de cuidados especializados além da ESF são
disponibilizados outros serviços conforme Quadro 4 a seguir (RIO DE JANEIRO, 2017).
SERVIÇOS ESPECIALIZADOS
ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMILIA
SERVIÇO DE ATENCÃO AO PACIENTE COM TUBERCULOSE
SERVIÇO DE ATENÇÃO EM SAÚDE BUCAL
SERV. DE CONTROLE DE TABAGISMO
SERV. DE DIAGN. POR ANATOMIA PATOLOGICA E/OU CITOPATO
SERV. DE DIAGN. POR IMAGEM
SERV. DE DIAGNÓSTICO POR LABORATÓRIO CLINICO
SERV. DE DIAGN. POR MÉTODOS GRÁFICOS DINÂMICOS
SERV. DE PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES
SERV. DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
SERV. POSTO DE COLETA DE MATERIAIS BIOLÓGICOS
Quadro 4 – Serviços Especializados disponíveis nas três clínicas pesquisadas.
Fonte: BRASIL, 2018.
O encaminhamento para os outros serviços especializados e para o NASF é feito
após a consulta com o serviço de Estratégia de Saúde da Família, conforme necessidade (RIO
DE JANEIRO, 2018).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
11
Figura 1: Fluxograma do atendimento ao idoso em Clinicas da Família.
Fonte: Elaboração própria, 2018.
O fluxograma apresentado relata o atendimento ao idoso nas Clínicas da Família, que
é padronizado para todas as Unidades. Os serviços especializados citados no Quadro 4, são
indicados de acordo com a necessidade de cada paciente, assim como indicação ao NASF. Os
serviços de atenção ao paciente com tuberculose, práticas interativas e complementares,
controle de tabagismo, serviço de vigilância em saúde, além de tratamento clínico oferecem
grupos de apoio com psicólogos.
3 – Referencial Teórico
A manutenção da capacidade funcional é uma das prioridades da Atenção Básica na
prevenção de doenças. A idade avançada não implica em dependência, o processo de
envelhecimento influencia as habilidades funcionais, porém tudo vária de acordo com o estilo
de vida do paciente idoso e na maioria das vezes a perda de habilidades funcionais são
reversíveis. O acompanhamento ao idoso pelas Clínicas da Família inclui orientação e
manutenção de hábitos saudáveis como: alimentação balanceada e prática de exercícios
físicos. Todas essas informações constam na Caderneta do Idoso e algumas específicas estão
disponíveis no Quadro 5 (BRASIL, 2017).
O paciente idoso
recebe o primeiro
atendimento na
recepção da
Unidade para
coleta de dados
pessoais, caso não
tenha cadastro na
Unidade ou
caderneta do idoso.
O paciente é encaminhado para
uma consulta denominada como
Estratégia de Saúde da Família
(médico geral), onde acontece
uma avaliação para identificar a
necessidade de tratamento
específico, encaminhamento
para serviços especializados ou
grupos de apoio.
O serviço para o
qual o paciente for
indicado deve
providenciar a
caderneta do idoso,
caso o mesmo não
tenha. Assim como,
descrever a trajetória
da consulta.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
12
Avaliação global da pessoa idosa
■ Prevenção, identificação e acompanhamento de distúrbios nutricionais no idoso.
■ Prevenção de quedas e fraturas.
■ Prevenção, identificação e acompanhamento de situações de violência contra idosos.
■ Prevenção, identificação e acompanhamento da pessoa idosa em processo de fragilização.
■ Prevenção, identificação e tratamento de doenças crônicas não-transmissíveis em todas as
unidades, com foco na prevenção de incapacidades e deficiências.
Prevenção, identificação e acompanhamento de sintomas físicos e emocionais de doenças
crônicas progressivas não-transmissíveis e sem terapia curativa
■ Realização de atividades de grupo, como Terapia Comunitária, Roda de conversa (Espaços de
Comunicação).
■ Realizar levantamento e acompanhamento das pessoas com deficiência na comunidade,
identificando situações de risco/vulnerabilidades, trabalhando a gestão das listas e diagnóstico
comunitário.
■ Incluir a pessoa com deficiência nas ações/programas de saúde previstas para seu ciclo de vida
e gênero.
■ Prestar apoio/orientação aos cuidadores de deficientes.
■ Realizar as ações de reabilitação previstas para os Serviços de Reabilitação Física das pessoas
com deficiência.
■ Realizar as ações de práticas integrativas e complementares.
Obs: As doenças crônicas não- transmissíveis que mais prevalecem em idosos são: hipertensão
arterial, diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, osteoartrose e câncer.
Quadro 5 – Serviços da Atenção Primária na prevenção e manutenção de doenças crônicas
não-transmissíveis.
Fonte: BRASIL, 2017.
Os vários tipos de doenças crônicas tendem a se associar com outros quadros clínicos
de doenças como exemplo a obesidade em idosos. É fundamental o estabelecimento de
relações entre variáveis que determinam os fatores mais preponderantes no controle dessas
doenças (CAMPOS, 2005).
Segundo Cavalini e Chor (2003, p.7) “além das doenças crônico-degenerativas, a
população idosa sofre também de vários transtornos psicológicos, sendo necessário um
atendimento especial pelos serviços básicos de saúde pública”. Com essa afirmação é possível
destacar duas situações com grande índice de ocorrência entre a população idosa, no caso de
doenças crônico-degenerativas o exemplo mais comum e o Alzheimer e como transtorno
psicológico o mais comum é a depressão. Ambas são tratadas com serviços especializados
disponíveis nas Unidades de Atenção Básica (BRASIL, 2017).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
13
O envelhecimento saudável está ligado à manutenção da capacidade funcional, sendo
este o foco de interesse do MS quando se trata da população idosa, pois o investimento com a
prevenção de doenças gera menos custo que os tratamentos (OMS, 2015).
Como foi citada a questão de investimento do MS é necessário citar a Administração
Pública neste processo, uma vez que o setor da saúde necessita de verbas públicas para
funcionar. A área da saúde consta como uma das prioridades da Administração Pública na
alocação de verbas, porém muitas vezes a verba não é suficiente por causa da má distribuição
de renda ou má administração de verbas pelo poder público. Alavancando assim, muitos
problemas (ALCEBÍADES S, 1993).
O desvio de verbas destinadas ao SUS é um problema político, social e de supervisão
do MS. Os representantes públicos da sociedade precisam tomar providências sérias, de
caráter de emergência para os casos de fraudes e desvios de verbas públicas (COSTA, 2011).
A população necessita de assistência em saúde pública, muitos dependem desse
serviço por não ter acesso á planos de saúde. Principalmente os idosos, pois os valores de
planos de saúde particulares aumentam de acordo com a faixa etária. A população idosa vem
crescendo e necessita de amparo público na área da saúde (OCKÉ-REIS et al, 2003).
Quadro 6 – População Brasileira de 80 anos ou mais, por sexo, 1980 a 2050.
Fonte: IBGE, 2006.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
14
O Quadro 6 mostra a evolução da população brasileira de 80 anos ou mais, por sexo,
de 1980 a 2050. Segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
nesse período de 70 anos a população de idosos com 80 anos ou mais vem aumentando
gradativamente, principalmente do sexo feminino (IBGE, 2006).
A independência e autonomia da pessoa idosa são focos que o MS visa sempre
alcançar através das Unidades Básicas de Saúde (UBS) com a manutenção da capacidade
funcional como prevenção de doenças (FERREIRA, 2014).
3.1- Clínicas da Família
Com aumento progressivo da população idosa a demanda por assistência médica
pública dessa faixa etária aumentou. O cuidado com o idoso inclui também cuidados
específicos para melhoria da qualidade de vida, convívio familiar e social (SILVESTRE,
COSTA NETO, 2003).
A Estratégia de Saúde da Família, trás uma nova estrutura aos atendimentos
convencionais em hospitais públicos, buscando um atendimento primário e descoberta
precoce de doenças (BENEVIDES, PASSOS, 2005).
A assistência de Saúde da Família possui assistência integral a população idosa,
incluindo o vínculo social no qual o idoso está inserido, acompanhamento domiciliar, controle
e acompanhamento em casos de doenças crônicas. Serviços oferecidos pelas Clínicas da
Família – RJ, conforme Quadro 7 (ISABEL, SANTOS, 2012).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
15
• Consultas individuais e coletivas.
• Visita domiciliar.
• Saúde Bucal.
• Vacinação.
• Desenvolvimento das ações de controle da dengue e outros riscos ambientais em
saúde.
• Pré-natal e Puerpério.
• Acolhimento mãe-bebê após alta na maternidade.
• Rastreamento de câncer de colo uterino (preventivo) e câncer de mama.
• Raio-x.
• Eletrocardiograma.
• Exames laboratoriais: sangue, urina, fezes e escarro.
• Ultrassonografia.
• Curativos.
• Planejamento familiar.
• Teste do pezinho, teste do reflexo vermelho e da orelhinha.
• Teste rápido de sífilis e HIV.
• Teste rápido de gravidez.
• Programa Academia Carioca.
• Controle do Tabagismo.
• Prevenção, tratamento e acompanhamento das DTS e HIV.
• Acompanhamento de doenças crônicas.
• Identificação, tratamento e acompanhamento da tuberculose.
• Identificação, tratamento e acompanhamento da hanseníase.
• Ações de promoção da saúde e proteção social na comunidade.
Quadro 7 – Serviços oferecidos pelas Clínicas da Família – RJ
Fonte: RIO DE JANEIRO, 2017.
As Clínicas da Família foram criadas para acompanhar de perto os pacientes dos
bairros e regiões próximas, dando suporte em tratamentos e buscando sempre a prevenção e
diagnóstico precoce de doenças, incluindo visitas domiciliares. A inspiração do Ministério da
Saúde para este formato de Atenção Primária surgiu do modelo das Unidades de Saúde
Familiar (USF), existentes em Cuba. A primeira Clínica da Família (Atenção Primária) no
Rio de Janeiro foi inaugurada em 14 de novembro de 2009, Clínica da Família Olímpia
Esteves, em Realengo/RJ. Atualmente são 117 Clínicas da Família ativas no Rio de Janeiro
(GF/CNES, 2018).
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
16
4 – Procedimentos Metodológicos
As fontes de pesquisas bibliográficas se constituem de informações de revistas
especializadas em saúde pública, Revista Latino-Americana de Enfermagem; Revista
Brasileira de Psiquiatria; Revista Brasileira de Epidemiologia; artigos de autores que
apresentam estudos sobre a saúde do idoso no Brasil e pesquisas relativas ao Programa de
Saúde do Idoso - Divisão Nacional de Doenças Crônico-Degenerativas da Secretaria Nacional
de Programas Especiais de Saúde do MS (DNDCD/SNPES/MS).
Para elaborar um comparativo entre a base teórica e a realidade analisada nas
Clínicas pesquisadas, foi necessário fazer cinco visitas em dias aleatórios em cada uma das 3
Unidades, para fazer uma observação sistemática, coletando dados em bloco de notas para
verificar se os equipamentos e serviços disponíveis em cada Unidade estão de acordo com os
dados disponíveis no CNES e indicados nessa pesquisa. Trabalhando na PCRJ no setor de
indicadores e serviços das Clínicas da Família do RJ, pude elaborar um formulário com um
questionário (Apêndice A), onde funcionários e pacientes possam responder a respeito do
atendimento e serviços oferecidos nas Unidades.
Foram visitadas e analisadas três clinicas da família: Clínica da Família Dante
Romanó Júnior; Clinica da Família Josuete Sant'anna de Oliveira e Clinica da Família
Erivaldo Fernandes Nobrega, para maior percepção do problema relatado em busca de
soluções. A análise feita busca referenciar em baixa escala alguns dos problemas existentes
sobre o tema em questão, afinal o SUS conta com inúmeras Unidades Básicas de Saúde da
Família, que hoje são referência em atendimentos ambulatoriais e acompanhamento à saúde
do idoso. Foi feita visitação e aplicação de um formulário (Apêndice A) para 10 pacientes
(acima de 60 anos) e 10 funcionários (médicos e enfermeiros) de cada Unidade, resultando em
60 amostras, para melhor percepção do atendimento feito em cada Unidade tendo em vista
opiniões diversificadas (pacientes e funcionários).
Diante da defasagem de verbas públicas é preciso fazer a abordagem sobre a falta de
medicamentos, equipamentos e funcionamento dos locais. Contando com a colaboração de
funcionários e pacientes idosos foi aplicado um questionário (formulário), individualmente,
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
17
para a coleta de informações. Foi preciso entrevistar tanto funcionários, quanto idosos para
colher dados dos dois lados (prestador de serviços e receptor de serviços).
5 – Apresentação e Análise dos Resultados da Pesquisa de Campo
Será realizado a partir de agora a apresentação e análise dos resultados da pesquisa
de campo realizada. A pesquisa de campo teve como objetivo obter informações de pacientes
e funcionários sobre o atendimento e serviços oferecidos nas Clínicas da Família: Dante
Romanó Júnior; Josuete Sant'anna de Oliveira e Erivaldo Fernandes Nobrega. Resultando
assim, dados que apontam pontos positivos e pontos negativos. Os pontos negativos foram
objetos do Plano de Ação, cujo objetivo é propor melhorias. Nos Quadros 8, 9 e 10 abaixo
estão os resultados encontrados.
Pontos positivos Estrutura adequada; atendimento de qualidade; especialidade de
Geriatria (NASF) eventualmente; atendimento domiciliar (agentes
comunitários de saúde).
Pontos negativos Falta de medicamentos específicos, principalmente para controle
de pressão arterial; dificuldade de acesso ou falta de atendimento
clínico específico com especialidade em Geriatria ou Gerontologia.
Comentários Os pacientes idosos criticaram em sua maioria a falta de
medicamentos e os funcionários comentaram sobre as instalações e
atendimento.
Pacientes idosos Entrevistados: 10 Sexo masculino: 4 Sexo feminino: 6
Faixa etária: 62 a 78 anos
Médicos e enfermeiros Entrevistados: 10 Sexo masculino: 7 Sexo feminino: 3
Faixa etária: 27 a 55 anos
Quadro 8 – Clínica da Família Dante Romanó Júnior.
Fonte: Elaboração própria, 2018.
No Quadro 8 é possível observar que existem muitos pontos positivos na Unidade,
pacientes e funcionários elogiaram a estrutura física, atendimento de qualidade, atuação do
NASF (embora seja com atendimento eventual) e o atendimento domiciliar (ACS). Os pontos
negativos são referentes à falta de medicamentos, principalmente para controle de pressão
arterial, visto que se trata de uma medicação de grande importância e alta demanda
principalmente por pessoas idosas, não deveria faltar estes medicamentos. Outro ponto
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
18
negativo é a dificuldade de acesso ao NASF que possui Geriatra de apoio eventual, os
pacientes e enfermeiros citaram a necessidade de médicos especialistas em Geriatria e/ou
Gerontologia. Por fim foram citadas a quantidade de pacientes idosos e funcionários (médicos
e enfermeiros) que responderam ao questionário (formulário), descritos por faixa etária e
sexo.
Pontos positivos Estrutura adequada; bom atendimento com equipe geral e espaço
ambulatorial de qualidade; laboratório; agentes comunitários de
saúde; especialidade de Geriatria (NASF) eventualmente.
Pontos negativos Dificuldade de acesso ou falta de atendimento clínico específico
com especialidade em Geriatria ou Gerontologia; falta de
medicamentos.
Comentários Os pacientes elogiaram o atendimento e reclamaram sobre a
demora na entrega de exames laboratoriais, os funcionários
mostraram as instalações.
Pacientes idosos Entrevistados: 10 Sexo masculino: 6 Sexo feminino: 4
Faixa etária: 61 a 85 anos
Médicos e enfermeiros Entrevistados: 10 Sexo masculino: 2 Sexo feminino: 8
Faixa etária: 30 a 47 anos
Quadro 9 – Clinica da Família Josuete Sant'anna de Oliveira.
Fonte: Elaboração própria, 2018.
No Quadro 9 é possível observar que assim como no Quadro 8, existem muitos
pontos positivos na Unidade, pacientes e funcionários elogiaram a estrutura física,
atendimento de qualidade, atuação do NASF (embora seja com atendimento eventual),
atendimento domiciliar (ACS) e o laboratório. Os pontos negativos são referentes à falta de
medicamentos e dificuldade de acesso ao NASF que possui Geriatra de apoio eventual, os
pacientes e enfermeiros citaram a necessidade de médicos especialistas em Geriatria e/ou
Gerontologia. Pacientes comentaram a demora na entrega de exames laboratoriais e os
enfermeiros justificaram a demora pela alta demanda de pacientes. Por fim foram citadas a
quantidade de pacientes idosos e funcionários (médicos e enfermeiros) que responderam ao
questionário (formulário), descritos por faixa etária e sexo.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
19
Pontos positivos Estrutura adequada; agentes comunitários de saúde; ambulatório
com enfermeiros; especialidade de Geriatria (NASF)
eventualmente.
Pontos negativos Falta de medicamentos; demora no atendimento; dificuldade de
acesso ou falta de atendimento clínico com especialidade em
Geriatria ou Gerontologia.
Comentários Pacientes reclamaram sobre a demora no atendimento e falta de
medicamentos. Os funcionários apontaram os demais pontos
positivos e negativos.
Pacientes idosos Entrevistados: 10 Sexo masculino: 2 Sexo feminino: 8
Faixa etária: 65 a 87 anos
Médicos e enfermeiros Entrevistados: 10 Sexo masculino: 4 Sexo feminino: 6
Faixa etária: 32 a 53 anos
Quadro 10 – Clinica da Família Erivaldo Fernandes Nobrega
Fonte: Elaboração própria, 2018.
No Quadro 10 é possível observar que assim como nos Quadros 8 e 9, existem
muitos pontos positivos na Unidade, pacientes e funcionários elogiaram a estrutura física,
atendimento de qualidade, atuação do NASF (embora seja com atendimento eventual),
atendimento domiciliar (ACS). Os pontos negativos são os mesmos encontrados nos Quadros
8 e 9. Por fim foram citadas a quantidade de pacientes idosos e funcionários (médicos e
enfermeiros) que responderam ao questionário (formulário), descritos por faixa etária e sexo.
Analisando os Quadros 8, 9 e 10 é possível concluir que os problemas mais
decorrentes nas três Unidades são a necessidade de médicos especialistas em Geriatria e/ou
Gerontologia e a falta de medicamentos.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
20
Gráfico 1 – Grau de satisfação dos pacientes entrevistados sobre o atendimento nas Clínicas.
Fonte: Elaboração própria, 2018.
Os dados percentuais da Figura 1 mostram os resultados obtidos com a última
pergunta do Formulário (Apêndice A) sobre satisfação do atendimento oferecido pelas
Unidades pesquisadas. Dos 30 pacientes entrevistados (10 de cada Unidade), 87%
classificaram o atendimento como satisfatório, 10% como insatisfatório e 3% não opinaram. É
muito importante obter o grau de satisfação dos pacientes idosos, pois eles são os receptores
dos serviços oferecidos nas Clínicas da Família pesquisadas. Conforme o Referencial Teórico
a prevenção, identificação e acompanhamento de doenças ou distúrbios relacionados à pessoa
idosa são essenciais e são oferecidos nas Unidades pesquisas. Obter um grau de satisfação
positivos dos pacientes e observar que os serviços citados nessa pesquisa são oferecidos na
prática torna- se um ponto positivo.
Os resultados citados nessa pesquisa em junção com o Referencial Teórico apontam
semelhanças em relação manutenção da capacidade funcional na prevenção de doenças, as
Unidades pesquisadas desenvolvem essa tarefa através dos serviços especializados em
Estratégia de Saúde da Família. No quinto parágrafo do referencial teórico, é citado o desvio
de verbas destinadas ao SUS, sendo este um problema político, social e de supervisão do
Ministério da Saúde. O problema de desvio de verbas públicas afeta diretamente a questão da
falta de medicamentos que é um dos problemas encontrados no resultado dessa pesquisa.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
21
Todos os serviços citados nos Quadros 5 e 7 do Referencial teórico, são oferecidos nas
Clinicas da Família pesquisadas.
6 – Plano de Ação
Será apresentado agora o Plano de Ação dos seguintes problemas: necessidade de
médicos especialistas em Geriatria e/ou Gerontologia e a falta de medicamentos. Esses
problemas são decorrentes nas três Unidades pesquisadas conforme pesquisa de campo.
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
24
7 – Considerações Finais
É possível concluir que as informações obtidas nesta pesquisa ajudam a responder o
problema inicial e afirmar que hipótese 1 está correta, descartando assim, a hipótese 0 pois os
serviços de Atenção Básica funcionam na prática e os pacientes idosos conseguem acesso aos
serviços básicos de saúde, seja na Unidade procurada ou através do auxílio de Agentes
Comunitários de Saúde.
O objetivo geral foi identificar o processo de atendimento e assistência ao idoso em
Unidade Básica de Saúde da Família, as três Unidades pesquisadas desenvolvem um bom
atendimento, acompanhamento e assistência ao idoso de forma integrada e multidisciplinar,
com projetos individuais e coletivos. Os objetivos específicos foram: Identificar os
equipamentos existentes nas Unidades; Identificar as instalações físicas para Assistência
Ambulatorial; Identificar serviços especializados oferecidos; Verificar se há farmácia e acesso
a medicamentos; Verificar a existência de serviços de apoio. Conforme os dados dos Quadros
1, 2, 3 e 4, assim como, toda observação com coleta de dados (bloco de notas) e pesquisa
levantada, conclui-se que os objetivos específicos foram alcançados e todos os itens citados
constam nas Unidades dessa pesquisa.
O atendimento oferecido através do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família) é
um apoio para as Equipes das Unidades e efetuam um atendimento dinâmico e diversificado,
porém ocorre eventualmente, dificultando o acesso do paciente idoso. O NASF conta com
médicos especialistas em Geriatria, se torna interessante que haja também médicos
especialistas em Gerontologia. A proposta no Plano de Ação e implantar essas especialidades
como quadro permanente de funcionários com dia e horário para atendimento o que facilitaria
o acesso da pessoa idosa para o atendimento com especialistas específicos.
Os dados negativos sobre a falta de alguns medicamentos estão ligados a questões
administrativas e de possíveis soluções como indicado no Plano de Ação.
A questão de manutenção da capacidade funcional como forma de prevenção de
futuras doenças é uma abordagem muito interessante das Unidades Básicas de Saúde. Este
tema é citado em diversos textos literários sobre envelhecimento saudável o que possibilitou
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
25
identificar semelhanças sobre a temática (saúde do idoso). Os hábitos não saudáveis e estilo
de vida inadequado influenciam negativamente a saúde da pessoa idosa.
6 – Referências
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FERREIRA, Aldo Pacheco. Avaliação do grau de dependência nas atividades de vida diária
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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
27
APÊNDICE A – FORMULÁRIO
Local
Nome, idade e sexo
Paciente ou Funcionário?
(se funcionário indicar
especialidade ou cargo)
Infraestrutura adequada? ( ) Sim ( ) Não
Caso a resposta seja não, quais os problemas encontrados?
Medicamentos e
equipamentos médicos
disponíveis?
( ) Sim ( ) Não ( )As vezes
Observações:
_____________________________________________
Medicamentos para
Hipertensão, diabetes (
doenças crônicas não
transmissíveis), são
encontrados com facilidade
no local?
( ) Sim ( ) Não
Observações:
_____________________________________________
Existe ambulatório no
local? Quais os horários e
dias da semana para
atendimento?
( ) Sim ( ) Não
__________________
Existe atendimento
domiciliar com agentes
comunitários de saúde?
( ) Sim ( ) Não
Se houver, quantos ACS por Bairro? ___________
Quantas visitas são feitas em um mês?__________
Existe especialidade em
geriatria (NASF) no local?
Como é o acesso?
( ) Sim ( ) Não
Quais os dias da semana? ____________
Como se classifica o
atendimento no local?
(somente pacientes)
( ) satisfatório ( ) insatisfatório ( )Não opinou
Sugestões:
___________________________________________
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
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APÊNDICE B – FOTOS DAS CLÍNICAS DA FAMÍLIA PESQUISADAS
CF Dante Romanó Júnior
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
29
CF Josuete Sant'anna de Oliveira
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO – RELATÓRIO TÉCNICO
30
CF Erivaldo Fernandes Nobrega