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Colégio Galois Bárbara Fernandes Maranhão, nº 06 Fernanda Brandão de Souza, nº 19. Turma: 3ºD Trabalho de Filosofia Professor Eduardo

Trabalho de Filosofia - Idealismo

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Na história da Filosofia, o termo “Idealismo” dividiu-se em várias tendências de pensamento distintas. Todas têm em comum, contudo, a concepção de que toda a existência é reduzida ao pensamento; ou seja, tudo o que existe, ou pelo menos tudo o que podemos saber que existe, deve ser, em algum sentido, mental.

O advento da modernidade foi um fator fundamental para a emergência dessa corrente filosófica, uma vez que a subjetividade passou a ser colocada num plano central. Para os idealistas, o sujeito é o ponto de partida para a reflexão, não o mundo exterior. A Realidade Material do Mundo segue as características da personalidade do indivíduo. O Mundo Material é levado ao cérebro através dos sentidos (tato, audição, paladar, visão e olfato) e é transformado conforme os pontos de vista, os juízos, as idéias de cada um.

No idealismo absoluto, por exemplo, o ser é reduzido à consciência. E, em outras formas menos radicais, não é negada categoricamente a existência dos objetos no mundo, mas se reduz o problema à questão do conhecimento. Ou seja, a velha oposição entre sujeito e objeto se revela no idealismo como incidente no interior do próprio eu, uma vez que o próprio Eu é o objeto para o sujeito (Eu).

Opondo-se ao materialismo, as origens dessa doutrina partem da revolução filosófica iniciada por Descartes e, até mesmo, da teoria das idéias de Platão. Mas associa-se, geralmente, o Idealismo aos pensadores alemães, desde Kant até Hegel, que seria talvez o último grande idealista da modernidade.

Este trabalho, portanto, tem como objetivo apresentar as principais teorias e proposições idealistas que se formaram e desenvolveram ao longo da história humana, bem como apontar

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as semelhanças e contradições entre as várias tendências em que se dividiu o Idealismo.

Precursores do Idealismo

Muitos acreditam que a teoria das idéias de Platão é, historicamente, o primeiro dos idealismos. Desde então, a “idéia” passou a ter uma existência efetiva, embora em um sentido diferente do comum. Para o filósofo, no “Mundo das Ideias”, estão os modelos para todas as coisas, estes podem ser parcialmente acessados por meio da inteligência, do uso da razão. Há, porém, quem discorde de que seu Sistema Filosófico seja rotulado como “Idealista”, pois argumentam que a sua Filosofia, na verdade, deve ser considerada como um “Realismo das Idéias” já que, segundo Platão, as Idéias formam outra “Realidade”, ou a “Verdadeira Realidade”.

Já o idealismo metódico de Descartes, apesar de trabalhar bastante o conceito de idéia, é considerado uma doutrina racionalista. Esta coloca em dúvida todo o conhecimento estabelecido e define as idéias como representações mentais produzidas pela consciência. Para ele, se determinada idéia foi fabricada diretamente pela mente, é obvio que esta a perceba ou a reconheça imediatamente; ao contrário do que ocorre quando há uma percepção pelos sentidos. Tal percepção tem de chegar ao cérebro primeiro, ali ser processada e, então, devidamente conceituada. Ou seja, por meio da certeza de que Deus existe, é possível pensar e deduzir a existência do mundo material.

Idealismo Dogmático

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O idealismo dogmático, ou imaterialista, cujas bases são geralmente derivadas da teoria do conhecimento, propõe a discussão acerca das condições que as coisas devem satisfazer a fim de que possamos ser capazes de conhecê-las. Segundo essa ideologia, os objetos materiais não existem de fato; são apenas representações ou imagens, ou Idéias no intelecto, na mente dos homens. A primeira tentativa séria de estabelecer o idealismo sobre tais bases foi a do Bispo Berkeley.

“Ser é ser percebido”. Essa é a famosa frase que resume a sua teoria, que considera a realidade do mundo exterior justificada somente pela sua existência anterior na mente divina ou na mente humana. Isto é, ele acredita que ser conhecido é estar “em” uma mente, e, portanto, ser mental.

O bispo, inclusive, dá o nome de “idéia” a tudo o que é imediatamente conhecido, como, por exemplo, os dados dos sentidos (como as cores, os sons, e assim por diante). Também seriam incluídas no conceito de idéia, as coisas lembradas ou imaginadas, pois temos conhecimento direto, imediato de tais coisas no momento de lembrar ou imaginar. E que, pelo fato de serem conhecidas, tais coisas devem ser mentais.

Assim, Berkeley concluiu que nada pode ser conhecido exceto o que está em

alguma mente, e que tudo o que é conhecido sem estar na minha mente deve estar em alguma outra mente. Ao mesmo tempo, independentemente das mentes e suas idéias nada existe no mundo, nem é possível que alguma coisa diferente possa alguma vez ser conhecida, dado que tudo o que é conhecido é necessariamente uma idéia.

Influência Kantiana

Immanuel Kant foi um filósofo prussiano considerado, por muitos, como o último grande filósofo dos princípios da era moderna e, indiscutivelmente, um dos pensadores mais influentes. Levantou várias questões acerca da natureza humana, que tiveram uma participação decisiva no desenvolvimento de várias correntes filosóficas posteriores, inclusive inspirando o idealismo alemão.

As idéias, segundo o filósofo, “administram ou regulamentam” o funcionamento do raciocínio, da razão. A razão pura, por sua vez, não tem qualquer associação com o material, físico, concreto, mas é indispensável para que a o raciocínio, ou consciente,

George Berkeley(1685-1753)

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funcione corretamente. Surgem, assim, as idéias de Deus, da alma e do mundo exterior, por exemplo.

Concomitantemente, Kant afirma que os objetos, percebidos pelos sentidos, só existem em uma relação de conhecimento. Eles estão inseridos no espaço e no tempo e devem ser considerados apenas como fenômenos (a aparência, o exterior perceptível de uma essência) e, por isso, são diferenciados ou distinguidos do que realmente são: de suas essências ou “Coisa em Si”. Logo, a “realidade verdadeira” acaba sendo irreconhecível, além da nossa capacidade intelectual de compreensão.

Esse sistema, que se assemelhava ao de Berkeley - qualquer objeto só existe a partir do instante que o individuo o perceba, ou o conheça - foi denominado Idealismo Transcendental, ou Idealismo Crítico.

Idealismo alemão pós-kantiano

Posteriormente, o Idealismo ganha forma e destaque na Alemanha, com o desenvolvimento dos conceitos de Kant, contando com Johann Gottlieb Fichte e Friedrich von Schelling como seus principais expoentes.

Ambos pensadores abrandaram a noção de Kant sobre a “Coisa em Si”, dando à doutrina um sentido mais subjetivo e menos crítico, no qual a interpretação pessoal, segundo o ponto de vista de cada individuo, ganhou maior importância. Passaram a considerar que o real, ou a realidade, é formado ou constituído pela consciência de cada um.

Mais uma vez, aplica-se a noção de que “O mundo não é como é, mas sim como é visto ou percebido por cada um dos homens.”

Idealismo absoluto

Georg Wilhelm Friedrich Hegel foi um filósofo alemão que recebeu sua formação no seminário da Igreja Protestante em Württemberg. Era fascinado pelas obras de Spinoza, Kant e Rousseau, assim como pela Revolução Francesa. Muitos consideram que Hegel representa o ápice do idealismo alemão do século XIX, que teve impacto profundo no materialismo histórico de Karl Marx.

Partindo da noção kantiana de que a consciência (ou o sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, Hegel propõe a “filosofia do devir”, que aceita o ser como em constante transformação. Assim, se dá o princípio da contradição que leva à dinâmica do real, denominada dialética.

Immanuel Kant (1724-1804)

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A nova idéia então introduzida por Hegel é a base do idealismo absoluto: a razão é histórica e se transforma a partir dos conflitos e contradições. Ou seja, a verdade é construída no tempo e “a história universal nada mais do que a manifestação da razão”. O presente configura-se por um longo e dramático processo e a história passa a não ser uma simples justaposição dos fatos, mas resulta de um processo cujo motor interno é a contradição dialética.

Para a dialética idealista, todas as coisas e idéias morrem. Mas essa força destruidora também é a força motriz do processo histórico. A morte passa a ser geradora, criadora, uma vez que representará não

apenas a ruína do ser, como, também, sua superação.O movimento da dialética se dá quando a Idéia pura

(tese), baseada na matéria, cria, para se desenvolver, um objeto oposto a si: a Natureza (antítese), que é a idéia alienada, o mundo privado de consciência. Da contradição desses dois princípios antitéticos, nasce o Espírito (síntese), quando a Idéia toma consciência de si por meio da Natureza.

A oposição do conhecimento abstrato (a realidade imediata) ao conhecimento do ser real formula uma série de contradições, a gênese, que vai desenvolvendo a razão, em vários graus, até chegar, aos poucos, em uma verdade absoluta. Os dois últimos graus da razão seriam o do ser individual e o do real. Nesse estado, há, primeiramente, a manifestação do Espírito subjetivo (como ser de emoções), e, logo, a oposição por parte do Espírito objetivo, que se realiza no mundo da cultura. A relação antitética é finalmente superada pelo Espírito absoluto, síntese final em que o Espírito a absoluta autoconsciência, o saber de todos os saberes. Neste momento, a humanidade alcançaria a filosofia plena, ao mesmo tempo em que significaria o fim desta.

De modo geral, a filosofia de Hegel contradiz a dos pensadores anteriores. Segundo o filósofo, o real, ou a realidade, é a idéia, mas não em um sentido subjetivo ou individual; mas, sim, em sentido absoluto. Tudo o que se encontra “abaixo” da Metafísica, ou seja, o material, concreto, físico é apenas uma ilusão, mas que deve ser considerada. Por isso, o “seu” Idealismo é Absoluto. É o “Idealismo Total” que inclui tanto o interior quanto o exterior de qualquer coisa ou ser.

Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831)

Síntese

(Espírito)Tese

(Matéria)Antítese

(Natureza)

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 O Idealismo, posteriormente, acabou se tornando fonte de outras áreas de estudo. No campo da Ontologia, por exemplo, tudo é reduzido a pensamento, idéia ou espírito. Nessa área, a matéria só existe, porque dela se faz uma idéia. O Idealismo também influenciou o Solipsismo, que é o isolamento do indivíduo em si mesmo: a introspecção excessiva, com característica de enfermidade psicológica ou psiquiátrica.

Apesar dos argumentos a favor do Idealismo e de suas repercussões, ainda há uma forte inclinação do senso comum a rejeitar tais teorias. Dificilmente as pessoas são capazes de aceitar mesas e cadeiras, bem como os demais objetos a sua volta, como meros frutos da mente humana. Em geral, o materialismo está intrínseco ao nosso pensamento, tornando os objetos radicalmente diferentes e independentes das ideias e de seus conteúdos. Tem-se a matéria como algo que existiu muito antes que houvesse mentes, e que continuaria existindo caso as mentes deixassem de existir.

Correto ou não, o Idealismo representa, antes de tudo, mais uma maneira de se interpretar o próprio Eu. Na busca de se encontrar uma explicação para as nossas sensações e idealizações, o ser humano tem sempre aperfeiçoado sua maneira de analisar o mundo a sua volta e, enfim, encontrar um significado para a própria vida. Enquanto isso, restará aos seres humanos apenas as suposições e as incertezas.

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http://es.wikipedia.org/wiki/Idealismo[

http://pt.wikipedia.org/wiki/Georg_Wilhelm_Friedrich_Hegelhttp://www.jornallivre.com.br/169046/a-historia-do-idealismo.htmlhttp://www.algosobre.com.br/sociofilosofia/idealismo.htmlhttp://www.casadobruxo.com.br/poesia/f/franklind05.htmhttp://www.recantodasletras.com.br/ensaios/2112700http://www.cfh.ufsc.br/~conte/russell04.html“Filosofando: Introdução à Filosofia” – Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins.