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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES ECODESIGN 2012.1_PROF. NIVALDO RIBEIRO 1. ATIVIDADE PROPOSTA Para fixação dos conteúdos ministrados na disciplina Ecodesign, iremos trabalhar com uma situação real, ou seja, desenvolver um anteprojeto de interiores mais sustentável para uma habitação de interesse social, em um Conjunto Habitacional na cidade de João Pessoa (PB). 2. CONTEXTO 1 É cada vez maior a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais do planeta. Essa preocupação, que surgiu na década de 1970, ganhou destaque nos mais diversos setores da economia, dentre eles o setor da construção civil, que é responsável pelo consumo de grande número de recursos naturais e, como conseqüência, gerador de uma quantidade considerável de resíduos. Após a ECO 92 2 , os conceitos de construção sustentável evoluíram de uma preocupação em solucionar problemas meramente pontuais (preservação do meio ambiente), para englobar também, a proteção e satisfação dos seus usuários. Essa satisfação remete a questões subjetivas, sobretudo em relação à necessidade de personalização do espaço. A unidade habitacional representa mais do que um núcleo territorial, adquirindo outros significados para os seus moradores. As relações entre o morador e a moradia são refletidas na habitação, com a intenção de atender aos desejos e necessidades dos usuários, visualizadas, em parte, na escolha dos materiais de revestimento do interior destas habitações. Tal escolha é condicionada por aspectos ligados a questões estéticas, facilidade de limpeza e manutenção, aspectos culturais, sócio-econômicos e psicológicos. Porém, na maior parte dos casos, essa escolha não se baseia nos princípios da sustentabilidade. O interior de uma edificação sustentável deve apresentar materiais que não comprometam o meio ambiente, a saúde de seus ocupantes, tampouco daqueles que participaram do seu processo de fabricação ou aplicação. Logo, a sua escolha deve ser criteriosa, sendo preciso analisar a origem da matéria-prima, a extração, o processamento, os gastos com energia para transformação e emissão de poluentes (tanto na fabricação como no transporte). Países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, apresentam um crescente déficit habitacional, conseqüentemente os impactos gerados pelo setor da construção civil são ainda mais alarmantes. A necessidade imediata de habitações para populações de baixa renda, bem como a idéia de que uma construção sustentável é sempre mais onerosa, acaba por inibir a aplicação dos conceitos de sustentabilidade, sendo assim, muitos aspectos qualitativos do ambiente (qualidade dos materiais, conforto térmico, acústico, entre outros) são ignorados. Além disso, nas habitações de interesse social, em geral, não há a preocupação com o interior das edificações, como também, os anseios dos seus usuários 1 Extraído de Rodrigues (2010). 2 A ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.

Trabalho Ecodesign 2012_1

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM DESIGN DE INTERIORES

ECODESIGN 2012.1_PROF. NIVALDO RIBEIRO

1. ATIVIDADE PROPOSTA

Para fixação dos conteúdos ministrados na disciplina Ecodesign, iremos trabalhar com uma situação real,

ou seja, desenvolver um anteprojeto de interiores mais sustentável para uma habitação de interesse

social, em um Conjunto Habitacional na cidade de João Pessoa (PB).

2. CONTEXTO1

É cada vez maior a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais do planeta. Essa preocupação,

que surgiu na década de 1970, ganhou destaque nos mais diversos setores da economia, dentre eles o

setor da construção civil, que é responsável pelo consumo de grande número de recursos naturais e, como

conseqüência, gerador de uma quantidade considerável de resíduos.

Após a ECO 922, os conceitos de construção sustentável evoluíram de uma preocupação em solucionar

problemas meramente pontuais (preservação do meio ambiente), para englobar também, a proteção e

satisfação dos seus usuários. Essa satisfação remete a questões subjetivas, sobretudo em relação à

necessidade de personalização do espaço.

A unidade habitacional representa mais do que um núcleo territorial, adquirindo outros significados para os

seus moradores. As relações entre o morador e a moradia são refletidas na habitação, com a intenção de

atender aos desejos e necessidades dos usuários, visualizadas, em parte, na escolha dos materiais de

revestimento do interior destas habitações. Tal escolha é condicionada por aspectos ligados a questões

estéticas, facilidade de limpeza e manutenção, aspectos culturais, sócio-econômicos e psicológicos. Porém,

na maior parte dos casos, essa escolha não se baseia nos princípios da sustentabilidade.

O interior de uma edificação sustentável deve apresentar materiais que não comprometam o meio

ambiente, a saúde de seus ocupantes, tampouco daqueles que participaram do seu processo de fabricação

ou aplicação. Logo, a sua escolha deve ser criteriosa, sendo preciso analisar a origem da matéria-prima, a

extração, o processamento, os gastos com energia para transformação e emissão de poluentes (tanto na

fabricação como no transporte).

Países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, apresentam um crescente déficit habitacional,

conseqüentemente os impactos gerados pelo setor da construção civil são ainda mais alarmantes. A

necessidade imediata de habitações para populações de baixa renda, bem como a idéia de que uma

construção sustentável é sempre mais onerosa, acaba por inibir a aplicação dos conceitos de

sustentabilidade, sendo assim, muitos aspectos qualitativos do ambiente (qualidade dos materiais,

conforto térmico, acústico, entre outros) são ignorados. Além disso, nas habitações de interesse social, em

geral, não há a preocupação com o interior das edificações, como também, os anseios dos seus usuários

1 Extraído de Rodrigues (2010).

2 A ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas para o

Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objetivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.

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não são conhecidos, o que pode acarretar a insatisfação dos moradores quando da entrega desses

conjuntos habitacionais.

O atual déficit habitacional de João Pessoa é de 25 mil residências, segundo dados fornecidos pela

prefeitura (SEMHAB, 2009). Para minimizar este problema o poder público do município criou programas

habitacionais como o programa CCFGTS (Carta de Crédito – FGTS), responsável pela implantação do

Conjunto Habitacional Gervásio Maia, objeto de estudo deste trabalho. O Conjunto, que apresenta um

elevado número de habitações, possui muitos problemas, sobretudo de origem projetual. O que se pôde

observar foi que muitas das moradias já sofreram intervenções por parte de seus moradores - algumas

imediatas - para adaptá-las às suas necessidades estéticas3 e funcionais. As propostas diferenciadas do

interior dessas edificações são reflexo da espontaneidade e desejo de seus moradores em personalizar suas

residências, ou simplesmente de adaptá-las às suas necessidades básicas de segurança, limpeza e

praticidade.

3. OBJETIVO

Desenvolver um anteprojeto de interiores mais sustentável para uma habitação de interesse social

adotando as práticas do ecodesign e os princípios da construção sustentável.

4. CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

O Conjunto Habitacional Gervásio Maia está situado na região sudoeste do município de João Pessoa, no

bairro do Grotão, limitando-se ao Norte e Oeste com o Loteamento Colinas do Sul, ao Leste com o

Loteamento Parque do Sul II e ao Sul com a estrada de Gramame (Figura 1).

Figura 1 – Localização do Conjunto Gervásio Maia. Fonte: SEMHAB (2009).

Foi construído através de uma parceria entre a Prefeitura Municipal de João Pessoa e o Governo Federal,

tendo a obra sido iniciada no dia 06 de março de 2006 e concluída no dia 14 de dezembro de 2007. O

Conjunto conta com 1.336 casas, além de toda a infra-estrutura de saneamento básico, energia elétrica e

pavimentação das principais ruas. Segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação (SEMHAB), o valor

total da obra foi de R$ 24.070.130,40, sendo R$ 15.426.133,22 do Governo Federal e R$ 8.643.997,18 do

Governo Municipal.

O Conjunto possui ainda, uma escola de nível fundamental estruturada com 10 salas de aula e quadra

coberta para o atendimento de 1.200 alunos, intitulada Escola Municipal Jornalista Raimundo Nonato

Batista, um Centro de Referência de Educação Infantil Luiza da Taipa (CREI), que atende cerca de 100

3 O termo estética refere-se a algo belo, agradável, sublime, grandioso. Os demais sentidos do termo estética não são contemplados.

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crianças, e uma Unidade de Saúde da Família (USF) que abriga quatro equipes, para o atendimento básico

de saúde das famílias residentes no Conjunto.

Uma área de 30.073,08 m² (10,02% da área total do Conjunto) foi reservada à construção de praças e

jardins. A Praça Esperança, principal do Conjunto, é composta por uma quadra poliesportiva, espaço para

caminhada e playground para as crianças, para que os moradores possam ter acesso não só a saúde e

educação, mas também ao esporte e ao lazer.

Além das 1.336 residências, foram construídos 9 lotes comerciais, totalizando 1.345 edificações. As

edificações são divididas em quatro orientações diferentes, 407 habitações a nordeste, 401 a sudoeste, 269

a sudeste e 268 a noroeste.

A disposição das casas e a localização das praças e equipamentos comunitários, podem ser melhor

observadas na Figura 2:

Figura 2 – Planta Baixa do Conjunto Habitacional Gervásio Maia

Fonte: SEMHAB (2009)

Foram beneficiadas com o programa habitacional do Governo Municipal pessoas que viviam em

acampamentos de lona ou em prédios públicos. Ao total foram atendidas 17 famílias do Cibrazem

localizado no bairro Ilha do Bispo, 99 famílias do Prédio do INSS localizado no bairro do Centro, 26 famílias

do Prédio do Matadouro nas Trincheiras, 20 famílias do Prédio da LBA no bairro Cruz das Armas, 9 famílias

do Distrito Mecânico localizado no bairro das Trincheiras, 22 famílias do “Titanic” localizado no bairro do

Bessa, 8 famílias da Fábrica de Gelo localizada no bairro do Varadouro, 20 famílias do Asa Branca localizado

no Róger, 208 famílias do acampamento Jorge Luis localizado no bairro Valentina Figueiredo, 30 famílias do

acampamento Vila Vitória localizado no Bairro dos Novais, 35 famílias do acampamento Pedro Teixeira

localizado no Bairro das Indústrias, 25 famílias do acampamento Chico Mendes localizado no Bairro das

Indústrias, 25 famílias do acampamento Margarida Maria Alves localizado no Bairro das Indústrias, 73

famílias do acampamento Monte das Oliveiras no bairro do Cristo e 108 famílias do acampamento 19 de

Maio localizado no Alto do Mateus.

Foram também transferidas para o Conjunto Gervásio Maia, famílias que recebiam auxílio moradia, sendo

25 que residiam em vários bairros (pela Defesa Civil), 48 do Condomínio Cristo, 39 do Condomínio Vitória,

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53 famílias compostas de servidores da Emlur (Empresa Municipal de Limpeza Urbana) e 35 do “Balcão de

Direitos”.

A Figura 3 apresenta uma vista panorâmica do Conjunto, onde podem ser visualizados os equipamentos

comunitários (Escola Municipal, CREI e USF) e a disposição das casas.

Figura 3 – Vista panorâmica do Conjunto Gervásio Maia

Fonte: SEMHAB (2009)

O Conjunto está entre os dez melhores projetos habitacionais do Brasil, título este, conferido pelo “Selo de

Mérito” no ano de 2008, um reconhecimento oferecido pela Associação das Companhias de Habitação

Nacional. Uma consulta à sede da Caixa Econômica Federal (CEF), em Brasília, apontou o Conjunto

Habitacional como o mais completo no país financiado pelo Governo Federal sob a administração do

presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2002 – 2010).

Figura 4 – Unidade habitacional

4.1 Descrição da unidade habitacional

Cada lote do Conjunto Gervásio Maia possui uma área de 112,5 m², com 37,22 m2 de área construída,

contando com dois quartos, sala de jantar e cozinha integradas, sala de estar e um banheiro. As casas

apresentam possibilidades para ampliação, sendo possível se chegar à uma área construída de 44,70 m²

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com a construção de mais um quarto, totalizando 3 quartos, ou ainda 51,93 m2, tornando possível assim, a

existência de mais dois quartos na casa, totalizando quatro quartos (Figura 5).

Figura 5 – Planta Baixa da residência

Fonte: SEMHAB (2009)

Essa possibilidade de ampliação tem como objetivo atender as necessidades dos moradores do Conjunto

seja pelo crescimento da família, ou pela necessidade de uma eventual implantação de comércio na própria

casa. Neste caso, dá-se a substituição do primeiro quarto para o comércio e realiza-se a ampliação da casa

em mais um quarto (ou dois dependendo da necessidade específica de cada família), como pode ser

melhor observado na Figura 6:

Figura 6 – Possibilidade de implantação de comércio Fonte: SEMHAB (2009)

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O projeto da prefeitura concedeu, ainda, a dez pessoas, entre portadores de necessidades especiais e

idosos, moradias diferenciadas que foram adaptadas com barras e rampas de acesso para promover, dessa

forma, uma maior inclusão e acessibilidade a pessoas com necessidades específicas. Vale a pena identificar

se apenas dez casas adaptadas são suficientes para atender os moradores com necessidades especiais.

4.2 Materiais de acabamento interior utilizados

Esta seção apresenta os materiais de acabamento interior utilizados nas casas do Conjunto: piso, paredes,

cobertura, esquadrias e componentes hidro-sanitários. Todas as especificações foram obtidas através do

memorial descritivo original da obra, disponibilizado pela SEMHAB (Secretaria Municipal de Habitação).

a) Piso

O piso das residências tem revestimento em cimento queimado (Figura 7), com traço 1:4 (cimento e areia)

e espessura de 2,0 cm. O piso do banheiro é 2,0 cm mais baixo do que no dos outros ambientes da casa, e

tem um rebaixamento de 4,0 cm para formar o tanque de banho. Não possui juntas de dilatação, sendo

contínuo e homogêneo em cada cômodo. Em todos os cômodos há um caimento de 2% em direção a porta.

Figura 7 – Piso em cimento queimado

b) Paredes

As paredes internas e externas das residências são rebocadas com argamassa e pintadas com cal.

Internamente, os ambientes de todas as casas foram pintados na cor branco (originalmente).

Externamente, as casas apresentam variação na cor (Figura 8).

Figura 8 – Pintura das paredes à cal – interna e externa

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Na parede da cozinha, acima da bancada, há uma faixa em revestimento cerâmico com 0,40 m de altura

por 1,20 m de comprimento. A região do box do banheiro também possui revestimento cerâmico até uma

altura de 1,50 m, bem como a região acima do lavatório, perfazendo uma faixa de 0,40 m de altura por 0,80

m de comprimento (Figura 9).

Figura 9 – Revestimento cerâmico – cozinha, box e lavabo

c) Cobertura

As casas não possuem forro, sendo a cobertura formada apenas por uma estrutura de madeira com telhas

cerâmicas tipo canal (Figura 10). Este tipo de cobertura facilita a ação de vândalos e assaltantes.

Figura 10 – Cobertura

d) Esquadrias

A porta da sala possui dimensões de 0,80 m x 2,10 m sendo em madeira maciça, do tipo ficha, com uma

folha de abrir. Possui duas dobradiças de aço de 3 x 2 ½ e uma fechadura, tipo cilindro, com maçaneta.

A porta da cozinha (0,80 m x 2,10 m) também é em madeira maciça, do tipo ficha com duas folhas de abrir,

possuindo quatro dobradiças de aço de 3 x 2 ½ e dois ferrolhos de aço de 4”, sendo um em cada folha.

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As portas dos quartos (0,70 m x 2,10 m) e banheiro (0,60 m x 2,10 m) são prensadas do tipo semi-ocas, com

fechadura comum.

As janelas dos quartos e da sala são de madeira maciça com venezianas e vidro incolor, e possuem duas

dobradiças de ferro de 3 x 2 ½ ” e duas targetas de 3” em cada folha. As janelas da cozinha e do WC social

são do tipo pivotante com vidro incolor de 3 mm de espessura.

Todas as esquadrias foram pintadas com tinta do tipo esmalte sintético (Figura 11).

Figura 11 – Esquadrias

e) Componentes hidro-sanitários

A bacia sanitária é de louça branca, auto-sifonado, fixada ao piso com parafusos de latão e buchas de nylon.

O chuveiro é de plástico com braço e canopla do mesmo material, com bitola de ½”.

A caixa de descarga é de PVC de sobrepor completa na cor branca, com tubo de descarga longo, curva e

união de borracha.

A residência conta ainda com um lavatório, localizado fora do banheiro. Tal lavatório é de louça branca, do

tipo console, acompanhado de torneira plástica, válvula plástica e sifão de copo plástico fixados à parede

com parafusos de latão de 21/2 ”x 10”.

O tanque, localizado na área externa da casa é de mármore sintético nas dimensões de 0,50m x 0,50m, com

sifão de copo flexível.

A bancada da cozinha é em mármore sintético nas dimensões de 1,20m x 0,55m, chumbada na parede com

uso de cantoneiras.

As torneiras do lavatório, bancada da cozinha e lavanderia são do mesmo material plástico, com bitola de

½”. O chuveiro, bem como o seu registro simples de ½” são de PVC. O lavatório, a pia da cozinha e o tanque

da lavanderia apresentam registro de plástico de PVC de 1” (Figura 12).

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Figura 12 – Componentes hidro-sanitários – bacia sanitária, chuveiro, lavatório e tanque

A descrição dos materiais apresentada neste tópico se restringiu às esquadrias, cobertura, componentes

hidro-sanitários e revestimento de parede e piso, uma vez que são os itens contemplados para o trabalho.

Rodrigues (2010) constatou que:

Os materiais originais de acabamento interno das habitações do Conjunto geram baixos índices de

satisfação aos seus moradores. Essa insatisfação de grande quantidade dos moradores entrevistados acaba

por dar origem a realização de reformas e conseqüentemente a geração de resíduos e o consumo de

recursos naturais.

Em geral, as reformas e modificações foram realizadas sem planejamento ou orientação técnica,

funcionando muitas vezes apenas como paliativos para os problemas de segurança e funcionalidade

apresentados pelas habitações. Tais modificações tiverem como finalidade satisfazer as expectativas e

necessidades de personalização de seus usuários, solucionar os problemas da habitação, como também

melhorar aspectos funcionais, tais como facilitar a limpeza e conservação da habitação.

É relevante destacar, que o número de reformas realizadas no Conjunto só não foi mais expressivo devido

às limitações financeiras da população. Percebe-se assim, a importância de projetos que priorizem a

qualidade e vida útil dos materiais empregados na construção das habitações como forma de gerar

satisfação aos seus moradores e evitar suas trocas constantes.

5. CONCEITOS NORTEADORES

De modo a enriquecer as propostas que deverão empreender avanços em direção à sustentabilidade dos

projetos de interiores, recomenda-se que procurem utilizar:

(1) as práticas e estratégias do ecodesign (VENSKE, 2002, p.21), (2) os princípios do design sustentável

(NIEMEYER, 2008), (3) os princípios da construção sustentável (YUBA, 2005 apud SERRADOR, 2008, p.31),

bem como as diretrizes para edificações sustentáveis (SATTLER, 2004, p.278).

Os TCC do Curso Superior de Tecnologia em Design de Interiores que contemplam a temática

sustentabilidade são bons referenciais, bem como o material Reciclasa4 .

4 www.reciclasa.com

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6. DINÂMICA O trabalho deverá ser realizado por grupos formados de 2 alunos. 7. FORMATO DO TRABALHO

O trabalho será apresentado em slides, deverá conter a conceituação da proposta e os desenhos

necessários para entendimento. A representação gráfica ficará a critério de cada grupo, serão aceitos

desenhos elaborados manualmente ou em software específico.

As propostas deverão apresentar um anteprojeto de interiores mais sustentável que contemple os

materiais de acabamento interno (piso, revestimentos de parede, bancada da cozinha, esquadrias, forros,

louças e metais, pintura) e os mobiliários.

Critérios de avaliação

Os projetos serão avaliados segundo os seguintes critérios:

consistência das diretrizes projetuais baseadas nos conceitos norteadores;

adequação das soluções ao contexto da sustentabilidade e às diretrizes estabelecidas;

criatividade e originalidade das soluções, e

qualidade gráfica e textual da proposta.

Data da apresentação oral do trabalho: 31/10/12

REFERÊNCIAS

NIEMEYER, L. Compromisso do design contemporâneo. Palestra. RPARAÍBA, 2008.

PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA – SECRETARIA MUNICIPAL DE HABITAÇÃO - Projeto

arquitetônico do Conjunto Habitacional Gervásio Maia. SEMHAB/PMJP, 2009.

RODRIGUES, Gabrielle Fernandes. Elaboração de diretrizes para projetos de interiores a partir das

expectativas dos usuários do Conjunto Habitacional Gervásio Maia da cidade de João Pessoa – PB, com

foco na construção sustentável. João Pessoa, 2010. Monografia do Curso Superior de Tecnologia em

Design de Interiores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB, João Pessoa,

2010.

SATTLER, M. A. Edificações sustentáveis: interface com a natureza do lugar. In: MENEGAT, R. ; ALMEIDA,

G. (Org.). Desenvolvimento sustentável e a gestão ambiental nas cidades: Estratégias a partir de Porto

Alegre: Ed. UFRGS, 2004. p. 259-288, cap. 9.

SERRADOR, Marcos Eduardo. Sustentabilidade em arquitetura: referências para projeto. Dissertação

(Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos. Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.

VENZKE, Cláudio Senna. A situação do Ecodesign em empresas moveleiras da região de Bento Gonçalves,

RS: análise da postura e das práticas ambientais. Diss. (Mestrado) – UFRGS, Escola de Administração.

Porto Alegre, 2002.

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CONJUNTO HABITACIONAL GERVÁSIO MAIA (PB)

Projeto original das habitações do Conjunto Habitacional Gervásio Maia

Fonte:Secretaria de Habitação do Município de João Pessoa, 2009.

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PLANTA BAIXA UNIDADE HABITACIONAL

FONTE: PMJP / SEMHAB (2009)

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CORTE UNIDADE HABITACIONAL PLANTA BAIXA UNIDADE HABITACIONAL

FONTE: PMJP / SEMHAB (2009)

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Portanto, este é o desafio: atender a esta população menos favorecida, através de um anteprojeto de

interior mais sustentável, garantindo a satisfação, a personalização das habitações e preservação dos

recursos naturais do planeta.

BOM TRABALHO!