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PROG. GRAD. EM ENGENHARIA MECÂNICA EM LINHA EM MECATRÔNICA ÉTICA Ivo Zatti Lima Meyer Tainara Cristina Santos do Nascimento Thomas dos Santos Oliveira

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PROG. GRAD. EM ENGENHARIA MECNICA EM LINHA EM MECATRNICA

TICA

Ivo Zatti Lima MeyerTainara Cristina Santos do NascimentoThomas dos Santos Oliveira

BELO HORIZONTE2013

Ivo Zatti Lima MeyerTainara Cristina Santos do NascimentoThomas dos Santos Oliveira

TICA

Relatrio apresentado ao Programa de Graduao em Engenharia Mecnica com nfase em Mecatrnica da Pontifcia Universidade Catlica de Minas Gerais

Professor: Aufeu

BELO HORIZONTE2013

SumrioLista de Figuras3Lista de Tabelas4INTRODUO51 tica e Moral62 tica e Condio Humana83 Moral Individualista104 tica responsabilidade115 Concluso12Referncias13

Lista de FigurasNenhuma entrada de ndice de ilustraes foi encontrada.

INTRODUO

tica para ns uma dimenso que nos permite o questionamento sobre as prticas, atitudes, regras e aes humanas. Para que este questionamento seja possvel necessrio saber qual o critrio que estamos usando para avaliar a ao humana."Que devo fazer?" "Ser que correto fazer isso?" "O mundo no deveria ser assim" ou "Por que o mundo assim?"... Quem nunca fez este tipo de pergunta? Constantemente nos vemos diante de situaes ou problemas que nos levam a faz-las. Isso to "normal" que nunca, ou dificilmente, ns paramos para pensar sobre o ato mesmo de fazer estas perguntas. Simplesmente perguntamos, sem nos questionarmos por que as fazemos; elas fazem parte do nosso cotidiano, da nossa "normalidade". Uma das coisas importantes na vida em sociedade exatamente saber responder bem este tipo de pergunta. Diante de um amigo em perigo devo ajud-lo, mesmo correndo riscos? Ou ento, quando um amigo est se "afundando" em drogas, posso e devo "me intrometer" em sua vida, ou cada um "sabe o que faz", e devo me manter indiferente? Haveria algum caso em que seria certo atravessar um sinal vermelho? Em que casos isto seria absolutamente incorreto? O problema que no estamos muito acostumados a refletir sobre estas questes. Na maioria das vezes respondemos de uma forma quase que instintiva, automtica, reproduzindo alguma frmula ou "receita" presente no nosso meio social. Geralmente seguimos as normas da sociedade ou do nosso grupo social, e, assim, nos sentimos dentro da normalidade. E isso nos d a segurana e o alvio de no termos que nos responsabilizar por alguma atitude ou aes diferentes das tomadas por outros.

1 tica e Moral

Para uma compreenso mais abrangente da tica comearemos discutindo o que a moral. Sobre as questes morais se debruaram grandes filsofos que produziram contribuies muito significativas sobre este tema.As normas da sociedade tm muito a ver com os valores morais. Elas so os meios pelos quais os valores morais de uma sociedade so expressos e adquirem um carter normativo, isto , obrigatrio. Normas, normativo, normal, moral e costumes so palavras que esto interligadas em torno da questo que estamos analisando.Alis, a palavra MORAL vem do latim mos (singular), e mores (plural), que significa costumes. Por isso, muitos utilizam a expresso "bons costumes" como sinnimo de moral ou moralidade.Quando todos aceitam os costumes e os valores morais estabelecidos na sociedade no h necessidade de muita discusso sobre eles. Mas quando surgem questionamentos sobre a validade de determinados valores ou costumes, surge a necessidade de fundamentar teoricamente estes valores vividos de uma forma prtica: e, para aqueles que no concordam, a de critic-los. Aqui aparece o conceito TICA, que vem do grego ethos, modo de ser, carter, morada do homem.De modo geral comum usar o conceito de tica e moral como sinnimos ou, quando muito, a tica definida como o conjunto das prticas morais de uma determinada sociedade, ou ento os princpios que norteiam estas prticas. Quando se diferencia a tica da moral, geralmente visa-se distinguir o conjunto das prticas morais cristalizadas pelo costume e conveno social dos princpios tericos que as fundamentam ou criticam. O conceito tica usado aqui para se referir teoria sobre a prtica moral. tica seria ento uma reflexo terica que analisa e critica ou legitima os fundamentos e princpios que regem um determinado sistema moral (dimenso prtica).

2 tica e Condio Humana

Conhecer alguns pontos fundamentais sobre a tica no apenas questo acadmica ou restrita a alguns momentos em que a sociedade discute mais acaloradamente - por exemplo, os problemas ticos na poltica - mas tambm uma necessidade para a convivncia social.Para entendermos melhor isso, devemos comear essa anlise com o prprio ato de se fazer a pergunta: "Que devo fazer?" Esta pergunta mostra que os seres humanos no nascem geneticamente pr-programados. O fato de no saber como agir numa determinada situao nos mostra que, diferentemente de outros animais, os seres humanos so seres inacabados, isto , no so determinados pela natureza. Tampouco somos seres predestinados, isto , determinados pelo destino ou por Deus (es). Se o fssemos, agiramos instintivamente e no faramos este tipo de pergunta. Por isso que cada um, ou cada grupo social, cria respostas e solues diferentes para perguntas e problemas semelhantes. O ser humano deve, portanto, construir ou conquistar o seu ser. Ele no nasce pronto, se faz ser humano, se torna pessoa. O grande desafio de nossas vidas este processo de construo do nosso ser.O fato de sermos diferentes de outros animais no quer dizer que no tenhamos nada em comum com eles. Ns tambm partilhamos de certas determinaes da natureza, certas "necessidades naturais" que no podemos ignorar. Ningum pode deixar de comer, respirar, beber, dormir, sonhar etc, sem correr o risco de morrer. Mas, ao mesmo tempo, ns temos um espao de liberdade em nossas vidas. Os nossos sonhos, os desejos, as solues para essas necessidades e outros aspectos da vida no so determinados pela natureza ou pelo destino.Por sermos livres, mesmo que no o sejamos de forma absoluta, levanta o problema da responsabilidade. Se a nossa vida no est pr-programada pela natureza ou destino/Deus, a forma como a organizamos, o sentido que damos nossa existncia e o modo como solucionamos os problemas que surgem na relao com outras pessoas e com a natureza de nossa responsabilidade.Devemos ser responsveis pelas conseqncias das nossas aes e atitudes. Pois delas dependem a convivncia humana e a realizao do "ser humano" de cada um. Esta responsabilidade, que nasce de nosso espao de liberdade, algo que pode parecer assustador. Pensar que o nosso futuro e da prpria humanidade est nas mos de cada um de ns - pelo menos no que toca nossa responsabilidade - nos traz insegurana. Por isso muito tentador acreditar que as nossas vidas j foram predestinadas pela vontade divina ou pelo destino. Ou ento simplesmente no pensar nestas coisas e imitar o que outros fazem, reproduzindo os valores e normas morais vigentes na sociedade. Sem se preocupar muito com a conquista do nosso ser e com as conseqncias futuras das nossas aes individuais e coletivas.

3 Moral Individualista

Na modernidade ocorre uma reao aos exageros de uma sociedade baseada na tradio e nos costumes como era a sociedade medieval. O princpio que norteia a Modernidade que cada indivduo deve sair da minoridade, isto , no deve se guiar pela tradio e por um conjunto de verdades preestabelecidas, mas deve ele mesmo escolher o que melhor para si e para sociedade. O critrio para esse discernimento no precisa ser procurado em nenhum livro, pois est em ns mesmos: a nossa razo. Deus ou a natureza dotou todo homem de razo, basta que faamos um bom uso dela para evitar o erro. Na era moderna, a subjetividade ocupa um lugar central na busca de uma maior autonomia e liberdade dos indivduos frente s instituies. moral individualista realizou uma grande revoluo ou inverso na concepo moral tradicional. Antes a solidariedade e o altrusmo eram incentivados como valores morais importantes e o egosmo era controlado ou reprimido. Hoje o egosmo (a defesa do interesse prprio) passou a ser um valor central na vida social, enquanto que a solidariedade e o altrusmo perderam sentido numa sociedade de competio.Nunca devemos esquecer de que, quando a sociedade entra em crise, todos os seus membros acabam sentindo os efeitos. Mesmo que seja de uma forma indireta e a longo prazo. H um ditado que diz que o mundo dos espertos, mas ningum gostaria de viver num mundo s de espertos. Os lemas do "cada um por si" e do "levar vantagem" na verdade servem a dois propsitos. De um lado servem queles que tm mais poder e dinheiro e. portanto, maiores condies de fazer prevalecer seus interesses contra aqueles que so mais pobres. Como na sociedade capitalista os interesses individuais dos poderosos acabam prevalecendo sobre os interesses coletivos, esse tipo de comportamento social egosta acaba por favorecer aos ricos.Por outro lado, os valores de uma sociedade de concorrncia impedem que as pessoas se solidarizem umas com as outras e que se unam para mudar a orientao da sociedade buscando o bem comum, o que ajuda a manter as injustias sociais e a riqueza e poder de uns poucos que se julgam acima da lei.

4 tica da responsabilidade

A diferena bsica entre a tica da responsabilidade e as outras posturas que vimos anteriormente que ela no se orienta somente por princpios, mas principalmente pelo contexto e pelos efeitos que podem causar nossas aes.No roubar um princpio tico inquestionvel que visa proteger a prpria integridade social. Mas, em certos casos, a situao pode exigir que o indivduo tome uma atitude contrria a seus princpios e ser mesmo assim uma ao moralmente justificvel. Roubar os cofres pblicos atravs de corrupo para se tornar milionrio no a mesma coisa que roubar um po para matar a fome de uma criana. No primeiro caso trata-se de um crime, no segundo da defesa do direito sobrevivncia. Portanto, no apenas o ato de roubar ou de mentir, por exemplo, que determina se uma determinada ao eticamente justa ou no. Os efeitos, assim como a situao em que a ao se desenvolve, tambm devem servir de critrio para avali-la.As normas morais, assim como a sociedade, no so fruto de uma ordem transcendente, mas sim uma criao dos prprios seres humanos. O objetivo dessas normas assegurar a sobrevivncia do grupo social e de cada indivduo, e s de acordo com este objetivo se justifica o seu cumprimento. Mas ento, se as normas morais no tm uma origem sagrada, quem as elabora?Aqui novamente devemos ser responsveis. A elaborao das normas ticas para toda sociedade no deve ficar sob o controle de uma minoria que procuraria elaborar normas que s defendessem os seus interesses, mais ou menos como ocorre com as normas do direito, que quase sempre acabam beneficiando os mais ricos. Para se evitar este risco, o mximo de membros da comunidade deve participar na elaborao das normas que a afetam direta ou indiretamente. O ideal de participao e a busca de consenso devem servir de base para uma tica da responsabilidade. Partindo-se do pressuposto de que todos ns somos dotados de razo e que atravs da anlise cuidadosa dos fatos e da busca do consenso, consultando um grande nmero de pessoas sobre cada questo, podemos chegar elaborao de normas mais justas. Estas, porm, como toda criao humana, nunca sero perfeitas, necessitando sempre de mudanas e da busca de novos consensos.Como nenhuma lei isenta de falhas, nunca podemos deixar de lado nossa capacidade de julg-las segundo critrios ticos. O mais importante destes critrios o da vida humana. Toda vez que este princpio for ameaado por uma norma, seja ela moral, poltica ou econmica, esta norma deve ser desobedecida ou mudada. Da a necessidade de conhecermos as normas de funcionamento dessas instituies para sabermos se elas esto ou no respeitando o direito vida de cada ser humano. Caso contrrio, para sermos eticamente responsveis, devemos agir no sentido de transform-las.

5 Concluso

A tica se confunde muitas vezes com a moral, todavia, deve-se deixar claro que so duas coisas diferentes, considerando-se que tica significa a teoria ou cincia do comportamento moral dos homens em sociedade, enquanto que moral, quer dizer, costume, ou conjunto de normas ou regras adquiridas com o passar do tempo. O homem, com seu livre arbtrio, vai formando seu meio ambiente ou o destruindo, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo, tica e a Moral se formam numa mesma realidade.Enfim, tica e Moral so os maiores valores do homem livre. Ambos significam "respeitar e venerar a vida".

Referncias

MO SUNG, Jung. O PORQU DA TICA. In: Conversando sobre tica e sociedade. Petrpolis: Editora Vozes, 2 edio, 1997, pp. 11-24Sung, Jung Mo. CONVERSANDO SOBRE TICA E SOCIEDADE, P. 41 54