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1. HISTÓRIA DO CIMENTO PORTLAND
Tecnicamente, podemos definir cimento como um pó fino, com propriedades
aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece sob a ação de água.
Por volta de 1756 o engenheiro John Smeaton procurava um aglomerante que
endurecesse mesmo em presença de água, em suas tentativas verificou que uma mistura
calcinada de calcário e argila tornavam-se, depois de seca, tão resistentes quanto as
pedras utilizadas nas construções.
Seis anos depois Joseph Aspdin patenteia o "Cimento Portland", que recebe este
nome por apresentar cor e propriedades de durabilidade e solidez semelhantes às das
rochas da ilha britânica de Portland, neste pedido de patente constava que o calcário era
moído com argila, em meio úmido, até transformar-se em pó impalpável. A água era
evaporada pela exposição ao sol ou por irradiação de calor. Os blocos da mistura seca
eram calcinados em fornos e depois moídos bem finos.
Aquele produto, no entanto, exceto pelos princípios básicos, estava longe do
cimento Portland que atualmente se conhece, resultante de pesquisas que determinam as
proporções adequadas da mistura, o teor de seus componentes, o tratamento térmico
requerido e a natureza química dos materiais.
O cimento Portland desencadeou uma verdadeira revolução na construção, pelo
conjunto de suas propriedades de elevadas resistências aos esforços e por ser obtido a
partir de matérias-primas relativamente abundantes e disponíveis na natureza.
Hoje, o cimento Portland é um material rigorosamente definido, e sua fabricação
segue princípios bem estabelecidos. A grande versatilidade de emprego e notáveis
qualidades de adaptação a novos produtos e métodos construtivos aumentam, a cada dia,
sua ampla gama de aplicações.
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2. TIPOS DE CIMENTOS
Os cimentos Portland são especificados de acordo com Normas da ABNT,
atualmente existem onze tipos de cimentos:
CP I – Cimento Portland comum
CP I-S – Cimento Portland comum com adição
CP II-E– Cimento Portland composto com escória
CP II-Z – Cimento Portland composto com pozolana
CP II-F – Cimento Portland composto com fíler
CP III – Cimento Portland de alto-forno
CP IV – Cimento Portland Pozolânico
CP V-ARI – Cimento Portland de alta resistência inicial
RS – Cimento Portland Resistente a Sulfatos
BC – Cimento Portland de Baixo Calor de Hidratação
CPB – Cimento Portland Branco
2.1. CPI – CIMENTO PORTLAND COMUM
É um cimento puro, sem nenhuma modificação. Pode ser utilizado em serviços
de construção onde não são exigidas propriedades especiais do cimento ou quando não
há exposição a sulfatos do solo ou de águas subterrâneas. Possui classes de resistência
de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata desse tipo de cimento é a NBR 5732
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2.2. CPI S – CIMENTO PORTLAND COMUM COM ADIÇÃO
O CP I-S, tem a mesma composição do CP I, porém com adição reduzida de
material pozolânico (de 1 a 5% em massa). Este tipo de cimento tem
menor permeabilidade devido à adição de pozolana. Possui classes de resistência de 25,
32 e 40. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento é a NBR 5732
2.3. CPII E – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO COM ESCÓRIA
Contém adição de escória granulada de alto-forno, o que lhe confere a
propriedade de baixo calor de hidratação. O CP II-E é composto de 94% à 56%
de clínquer+gesso e 6% à 34% de escória, podendo ou não ter adição de material
carbonático no limite máximo de 10% em massa. Esse tipo de cimento é recomendado
para estruturas que exijam um desprendimento de calor moderadamente lento. Possui
classes de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento
é a NBR 11578.
2.4. CPII Z – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO COM POZOLANA
Contém adição de material pozolânico que varia de 6% a 14% em massa, o que
confere ao cimento menor permeabilidade, sendo ideal para obras
subterrâneas, principalmente com presença de água, inclusive marítimas. Esse tipo de
cimento também pode conter adição de material carbonático no limite máximo de 10%
em massa. Possui classes de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata
deste tipo de cimento é a NBR 11578.
2.5. CPII F – CIMENTO PORTLAND COMPOSTO COM FILER
Assim como os demais cimentos Portland compostos, o CP II F é um tipo de
cimento para uso e aplicação em geral. Ideal para utilização em estruturas de concreto
armado, pavimentos de concreto, argamassa de chapisco, assentamento de blocos,
revestimento, pisos e contrapisos, grautes, concreto protendido, pré-moldados e
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artefatos de concreto. Esse tipo de cimento tem adição de filer calcário em teor entre 6%
e 10% e não é o mais indicado para aplicações em meios muito agressivos. Possui
classes de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata deste tipo de cimento
é a NBR 11578.
2.6. CPIII – CIMENTO PORTLAND DE ALTO FORNO
É menos poroso e mais durável, portanto resiste melhor em ambientes
agressivos. O concreto feito com esse cimento pode ficar exposto a esgoto e a chuva
ácida. Usado nas fundações, peças de grandes dimensões e construções de barragens,
por exemplo. Contém adição de escória no teor de 35% a 70%, fazendo com que ele
tenha maior impermeabilidade, baixo calor de hidratação e durabilidade. Possui classes
de resistência de 25, 32 e 40. A norma brasileira que trata esse tipo de cimento é NBR
5735
2.7. CPIV – CIMENTO PORTLAND POZOLÂNICO
Contém pozolana no teor que varia de 15% a 50% em massa. Seu uso é muito
mais vantajoso em obras que ficarão expostas à ação de água corrente e em ambientes
agressivos. A cura mais lenta o torna adequado a grandes volumes de concreto. O
concreto feito com este produto se torna mais impermeável, mais durável, apresentando
resistência mecânica à compressão superior à do concreto feito com Cimento Portland
Comum, a idades avançadas. Possui classes de resistência de 25 e 32. A norma
brasileira que trata esse tipo de cimento é NBR 5736
2.8. CPV ARI – CIMENTO PORTLAND DE ALTA RESISTÊNCIA INICIAL
Indicado no preparo de concreto e argamassa e em todas as aplicações que
necessitem de resistência inicial elevada e desenforma rápida. Como endurece rápido,
pode trincar se a concretagem for feita sob insolação, em dias muitos secos ou com
ventos. Em ambientes agressivos, geralmente esse tipo não é resistente a sulfatos, assim
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como o CP-I esse tipo de cimento não contém adições, porém pode conter até 5% de
carbonático em massa. O CP V-ARI é produzido com um clínquer de dosagem
diferenciada de calcário e argila se comparado aos demais tipos de cimento e com
moagem mais fina. Esta diferença de produção confere a este tipo de cimento uma alta
resistência inicial do concreto em suas primeiras idades. A norma brasileira que trata
deste tipo de cimento é a NBR 5733.
2.9. RS – CIMENTO PORTLAND RESISTENTE A SULFATOS
Como o próprio nome diz, são resistentes aos meios agressivos sulfatados, tais
como os encontrados nas redes de esgotos domésticos ou industriais, na água do mar e
em alguns tipos de solos. De acordo com a norma, cinco tipos básicos de cimento - CP
I, CP II, CP III, CP IV e CP V-ARI - podem ser resistentes aos sulfatos, desde que se
enquadrem em pelo menos uma das seguintes condições:
Teor de aluminato tricálcico (C3A) do clínquer e teor de adições carbonáticas de
no máximo 8% e 5% em massa, respectivamente;
Cimentos do tipo alto-forno que contiverem entre 60% e70% de escória
granulada de alto-forno, em massa;
Cimentos do tipo pozolânico que contiverem entre 25% e40% de material
pozolânico, em massa;
Cimentos que tiverem antecedentes de resultados de ensaios de longa duração
ou de obras que comprovem resistência aos sulfatos.
2.10. BC – CIMENTO PORTLAND DE BAIXO CALOR DE
HIDRATAÇÃO
Designado por siglas e classes de seu tipo, acrescidas de BC. Este tipo de
cimento tem a propriedade de retardar o desprendimento de calor em peças de grande
massa de concreto, evitando o aparecimento de fissuras de origem térmica, devido ao
calor desenvolvido durante a hidratação do cimento.
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2.11. CPB – CIMNETO PORTLAND BRANCO
O Cimento Portland Branco se diferencia por coloração, e está classificado em
dois subtipos: estrutural e não estrutural. O estrutural é aplicado em concretos brancos
para fins arquitetônicos, com classes de resistência 25, 32 e 40, similares às dos demais
tipos de cimento. Já o não estrutural não tem indicações de classe e é aplicado, por
exemplo, em rejuntamento de azulejos e em aplicações não estruturais. A cor branca é
obtida a partir de matérias-primas com baixos teores de óxido de ferro e manganês, em
condições especiais durante a fabricação, tais como resfriamento e moagem do produto
e, principalmente, utilizando o caulim no lugar da argila. O índice de brancura deve ser
maior que 78%.
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4. EMPRESAS PRODUTORAS DE CIMENTO PORTLAND
4.1. CAMARGO CORRÊA
Fundada em 1969, a Divisão Cimento do Grupo Camargo Corrêa conta com sete
fábricas no Brasil e nove na Argentina. Ao todo, suas fábricas têm capacidade para
produzir 9,1 toneladas de cimento por ano, comercializadas com as marcas Cauê e
Cimento Brasil, no mercado brasileiro e Loma Negra, no mercado Argentino, a Loma
Negra faz parte do Grupo Camargo Corrêa desde 2005. É líder do setor no mercado
argentino.
4.2. CIMPOR
Fundada em 1976 a Cimpor é um grupo cimenteiro internacional, de origem
portuguesa. A principal atividade da Cimpor é a produção e comercialização
de cimento, sua capacidade de produção é próxima dos 30 milhões de toneladas por ano.
A Cimpor também atua nas áreas de produção e comercialização de cal hidráulica,
concreto e agregados, pré-fabricação de concreto e argamassas.
4.3. CIPLAN
Fundada em 1968, a Ciplan foi uma das primeiras empresas instaladas em
Brasília. Ainda hoje, a empresa é uma das poucas indústrias cimenteiras genuinamente
brasileiras que atuam no Brasil. Por mais de 40 anos, a empresa contribuiu para o
crescimento e a consolidação da Capital e da região Centro-Oeste.
Atualmente, com forte presença na maioria dos estados do país a Ciplan fornece
cimento, agregados, argamassa e concreto para a construção civil. O Cimento Ciplan é
produzido nos tipos CP II Z-32 e CP IV, seguindo criteriosas normatizações técnicas.
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4.4. ITAMBÉ
Fundada em 1968 como Empresa Itambé de Mineração a sua atividade
concentrava-se na pesquisa de produtos minerais, já nessa época o objetivo era
implantação futura de uma fábrica de cimento para atender o mercado sul-brasileiro. Em
1976 a CIA de Cimento Itambé começa a fabricar os cimentos Itambé, hoje a empresa
atua com capacidade de produção de 1,3 milhão de toneladas de cimento por ano.
4.5. LAFARGE
Fundada em 1959 a Lafarge é um dos maiores produtores de materiais de
construção do Brasil. Em 2001, com a aquisição da empresa britânica Blue Clicle a
Lafarge aumentou sua capacidade de produção para um total de 88 milhões de toneladas
por ano, tornando-se a maior produtora de cimento do mundo.
Para a produção de cimento, a Lafarge conta com oito fábricas e estações de
moagem. A empresa possui também 52 unidades produtoras de concreto nos estados de
Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. E para a produção de Agregados, conta com
três áreas de mineração de grande porte, no Rio de Janeiro e em São Paulo.
4.6. HOLCIM
A Holcim atua no Brasil desde 1951 e esta presente nos mercados de todos os
continentes. Sua capacidade produtiva é de 5,2 milhões de toneladas de cimento por
ano. São cinco unidades produtoras de cimento localizadas na Região Sudeste e ela
conta com um portfólio de 11 tipos de cimento.
4.7. GRUPO INDUSTRIAL JOÃO SANTOS
O Grupo Industrial João Santos está no mercado há 76 anos, tendo iniciado com
uma pequena usina de açúcar, em Pernambuco. Atualmente, o Grupo tem ramificações
em todo o território nacional com empresas em ramos variados como produção e
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comercialização de cimento, transporte, comunicação, papel e celulose e açúcar e
álcool, totalizando 45 empresas.
Em Mossoró, o Grupo Industrial João Santos mantém a empresa Itapetinga,
responsável pela Marca Nassau, de cimento.
4.8. LIZ
Fundada em 1918, em Portugal, a empresa Liz foi instalado no Brasil e 1969, a
empresa foi fundada com o nome de Soeicom , Sociedade de Empreendimentos
Industriais, Comerciais e Mineração, e passou a fabricar os cimentos Liz.
4.9. VOTARANTIM
Presente no negócio de materiais básicos de construção (cimento, concreto,
agregados e produtos complementares) desde 1936, a Votorantim Cimentos é
atualmente uma das oito maiores empresas globais do setor, com forte presença nas
Américas, Europa, Ásia e África. Possui uma capacidade de produção de 50.5 milhões
de toneladas por ano.
É responsável por 60 unidades de produção em praticamente todos os estados
brasileiros e 100 centrais de concreto. Comercializa mais de 40 produtos, com destaque
para as marcas Votoran, Itaú, Poty, Tocantins, Aratu, Votomassa e Engemix.
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5. LOCALIZAÇÃO DAS EMRPESAS PRODUTORAS DE CIMENTO NO BRASIL
6. PRODUÇÃO DO CIMENTO PORTLAND NO BRASIL
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7. PRODUÇÃO MUNDIAL DO CIMENTO PORTLAND
7.1. PRODUÇÃO MUNDIAL DO CIMENTO PORTLAND SEGUNDO
REGIÕES
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8. CONCLUSÃO
Analisando tudo que foi exposto pode-se verificar que a indústria de cimento
desempenha papel relevante no desenvolvimento da infraestrutura econômica e social
de uma economia. Assim, devem ser feitos esforços no sentido de manter a oferta não
apenas nacional, mas também em nível regional, com um patamar de preço e volume
adequado às necessidades do mercado.
O continuado apoio à indústria cimenteira nacional se faz necessário para a
manutenção do desenvolvimento nacional e o pleno atendimento do consumidor
brasileiro.
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9. BIBLIOGRAFIA
www.abcp.org.br/
www.cimento.org
www.snic.org.br/
www.cembureau.eu
www.bndes.gov.br
www.cemnet.com