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FACULDADE DE ENGENHARIA E INOVAÇÃO TÉCNICO PROFISSIONAL - FEITEP DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL BLOCOS CERÂMICOS PARA VEDAÇÃO

Trabalho Materiais

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blocos ceramicos

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Page 1: Trabalho Materiais

FACULDADE DE ENGENHARIA E INOVAÇÃO TÉCNICO

PROFISSIONAL - FEITEP

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

BLOCOS CERÂMICOS PARA VEDAÇÃO

MARINGÁ-PR

MARÇO/2015

Page 2: Trabalho Materiais

TRABALHO 1° BIMESTRE

BLOCOS CERÂMICOS PARA VEDAÇÃO

ALANA MOTTA R.A: 88

CRISTIAN SOTTILE R.A: 84

EVERTON BRUNO DO NASCIMENTO R.A: 132

FERNANDA CORDEIRO R.A: 340

KÁTIA MANTOVANI R.A: 97

SAMUEL GUERRA SUCUPIRA R.A: 111

Trabalho com requisito parcial para avaliação

da disciplina de Materiais de construção II,

entregue na Faculdade de Engenharia e

Inovação Técnica Profissional- FEITEP.

ORIENTADA pela Profª. ROSELLI VALLE.

MARINGÁ – PR

04/03/2015

Page 3: Trabalho Materiais

SÚMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................4

1 - DEFINIÇÃO..................................................................................................... 5

2 - PRODUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO............................................................. 6

3 - TIPOS EXISTENTES NO MERCADO.............................................................. 7

4 - APLICAÇÃO..................................................................................................... 9

5 - MÉTODO CONSTRUTIVO............................................................................... 10

6 - POSSIVEIS PATOLOGIAS SE MAL EMPREGADO........................................ 13

6.1 - PREVENÇÃO PARA AS POSSÍVEIS PATOLOGIAS......................................... 17

6.2 - RECOMENDAÇÕES........................................................................................... 18

7 - CONCLUSÃO................................................................................................... 19

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INTRODUÇÃO

Mesmo com o grande avanço e as novidades existentes no mercado da

construção civil, grande parte das edificações ainda são executadas utilizando

o processo construtivo convencional, ou seja, a estrutura de concreto armado

montada no local e o fechamento em alvenaria com blocos comuns. A

alvenaria para vedação é simples, porém acompanhada de significativas

adversidades, sendo assim é interessante compreendê-las e estar preparado

para este confronto.

Sabe-se que os materiais cerâmicos existem desde 4.000 a. c. e se

destacam pela sua durabilidade. Não se sabe a época e o local de origem do

primeiro tijolo cerâmico, possivelmente foram os romanos os primeiros a utilizar

o produto na forma que conhecemos hoje. Presume-se que a alvenaria tenha

sido criada a cerca de 15 mil anos, pois necessitando de um refúgio natural

para se proteger do frio e dos animais selvagens, o homem decidiu empilhar

pedras. Com o passar do tempo, a pedra foi substituída pelos tijolos de argila

feitos à mão e secos ao sol, porém as unidades eram grandes e pesavam em

torno de 15 kg.

Este trabalho tem por finalidade caracterizar quais são os tipos de blocos

cerâmicos utilizados para alvenaria de vedação, onde e como são produzidos e

industrializados, bem como sua aplicação especificando as vantagens e

desvantagens e os possíveis problemas que podem ocorrer quando mal

empregados.

Assim sendo, as informações coletadas presentes neste trabalho faz

com que os leitores entendam e possam fazer proveito, enriquecendo seu

conhecimento e se preparando para o mercado de trabalho.

Page 5: Trabalho Materiais

1. DEFINIÇÃO

São chamados blocos cerâmicos os tijolos vazados feitos de argila, uma

matéria-prima natural e abundante no país. Os blocos cerâmicos são definidos

como sendo um componente de alvenaria em forma de um prisma reto que

possui furos prismáticos ou cilíndricos perpendiculares à sua face. São

utilizados na alvenaria com a função primária de vedação, separando

ambientes e fachadas, presentes no processo de construção mais

convencional e muito comum no Brasil, estes blocos oferecem liberdade para

construções de baixo, médio e alto padrão. São mais leves que os blocos de

concreto e podem ser utilizados também na alvenaria aparente. Sua unidade

para a comercialização é a unidade de milheiro.

Os blocos cerâmicos para vedação constituem as paredes externas e

internas e devem apresentar resistência às cargas laterais estáticas e

dinâmicas, como por exemplo, a atuação do vento e os impactos acidentais

(confronto com algum objeto). Devem suportar o peso próprio e as cargas de

utilização, como armários, redes de dormir, entre outros. Além disso,

necessitam de resistência à compressão individual testada através do ensaio

estabelecido pela NBR 15270-3 / 2005.

A norma que estabelece definições e parâmetros para os blocos

cerâmicos de vedação é a NBR 15270-1 / 2005, diz que o bloco não deve

apresentar defeitos ou deformações que impeçam o seu emprego na função e

deve ter gravado em uma de suas faces externas a sua identificação,

informando suas dimensões, bem como as informações do fabricante.

Os blocos cerâmicos são os mais tradicionais que existem, e apesar das

tecnologias hoje existentes no mercado, estes blocos ainda são os mais

utilizados na construção civil pela sua significativa durabilidade. O mercado

hoje dispõe de processos construtivos inovadores, mais leves, eficientes e

econômicos, porém no Brasil, ainda existe muita resistência quanto ao seu uso

e a mão de obra qualificada para sua execução é escassa.

Page 6: Trabalho Materiais

2. PRODUÇÃO E INDUSTRIALIZAÇÃO

Os blocos de alvenaria são produzidos a partir da argila, que é sua

principal matéria-prima, juntamente com um pouco de terra arenosa. A argila é

extraída e misturada com um pouco de água formando uma pasta, para então

serem moldadas em fôrmas e colocadas no sol para secar (adobes). Depois

são inseridas em fornos para o cozimento com temperatura entre 900 e

1100ºC.

Os tijolos que são cozidos mais próximos do fogo têm maior resistência

e uma sonoridade mais metálica, se ao quebrar for notado em o seu interior

Uma camada barrenta sabe-se que não foi bem cozido. A cor do tijolo

varia conforme a qualidade da argila utilizada, e a mais encontrada é vermelho-

amarelado. Para identificar um bom tijolo, deve verificar a porosidade em sua

superfície, a absorção da água por ele deve estar próxima de 1/15 do seu

próprio peso.

O uso do bloco cerâmico industrializado em construções vem desde o

século XIX. O crescimento da indústria da construção civil evidenciado nos

últimos anos vem fazendo com que uma série de inovações e melhorias seja

tomada na indústria da cerâmica, principalmente quando se tratam da

produção de tijolos Os tijolos maciços e os blocos cerâmicos quando fabricados

em pequenas olarias, onde a estrutura organizacional é rudimentar e os

equipamentos ultrapassados, com de mão-de-obra não qualificada e sem

controle de qualidade consistente, não podem de forma alguma atender o

mercado nos dias de hoje.

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3. TIPOS EXISTENTES NO MERCADO

Os tipos de blocos cerâmicos vazados existentes para alvenaria de

vedação interna ou externa são dois, alterando entre eles o direcionamento de

seus furos prismáticos e suas dimensões.

L – Largura

H – Altura

C – Comprimento

Os blocos existentes no mercado atendem a norma NBR 15270-1, que

define termos, fixa os requisitos dimensionais, físicos e mecânicos exigíveis no

recebimento em uma obra. As dimensões de fabricação são correspondentes

a múltiplos e submúltiplos do módulo dimensional M = 10 cm menos 1 cm,

contendo dimensões padronizadas conforme tabela abaixo.

Page 8: Trabalho Materiais

Os blocos cerâmicos vazados possuem independente de suas

dimensões, uma resistência mínima à compressão que deve ser maior ou igual

a 1,5 MPA para blocos usados com furos na horizontal, e maior ou igual a 3,0

MPA para blocos usados com furos na vertical. As paredes externas dos blocos

possuem no mínimo 7 mm de espessura e os septos 6 mm.

Além do bloco vazado também é usado na alvenaria de vedação o tijolo

maciço, que possui todas as faces plenas de material, e pode apresentar

rebaixos de fabricação em uma das faces de maior área.

Suas dimensões recomendadas pela NBR 7170 são de 190 mm de

comprimento, 90 mm de largura e 57 mm de altura, ou 190 mm de

comprimento, 90 mm de largura e 90 mm também de altura.

Os tijolos maciços são classificados em dois tipos, os comuns e os

especiais, os comuns são de uso corrente e podem ser classificados em A, B e

C conforme sua resistência à compressão. Já os especiais podem ser

fabricados em formatos e especificações acordadas entre as partes.

A resistência mínima à compressão em relação à categoria segue a seguinte

tabela apresentada abaixo.

Tijolos maciços também são encontrados na forma laminada com

acabamento, podendo assim ser utilizado em alvenarias aparentes sem a

necessidade de revestimento adicional, tornando a obra mais rápida e

econômica.

Page 9: Trabalho Materiais

4. APLICAÇÃO

Os blocos cerâmicos para alvenaria são usados para a vedação de um

edifício. Ela tem como função principal, separar o ambiente externo do interno.

A mesma deverá agir como isolante térmico e acústico, ter resistência a

umidade e a infiltrações, logo assim, oferecendo segurança tanto ao edifício e

as pessoas que nele ocupam.

A utilização desse material nas obras contém suas vantagens e

desvantagens. São elas:

Vantagens:

• Menor peso;

• Conforto térmico e acústico;

• Fácil trabalhabilidade;

• Baixo custo inicial e de manutenção;

• Excelente flexibilidade e versatilidade;

• Grande durabilidade;

• Pode ser reciclado;

• Matéria prima de fácil acesso em qualquer região do Brasil.

Desvantagens:

• Não deve ser aplicada em paredes que tem a função estrutural devido sua

baixa resistência à compressão;

• Após a construção da parede de vedação utilizando os blocos cerâmicos é

necessário que se faça um chapiscado de argamassa de cimento e areia para

que a mesma apresente a porosidade necessária para a fixação do

revestimento;

• Geralmente, no fechamento de uma parede, são necessários blocos maciços

cerâmicos, para que seja feito o processo de encunhamento, completando

assim a construção da parede;

• Para embutir os encanamentos de água e eletricidade, são feitos alguns

“rasgos” nas paredes, onde estes podem ser grandes devido à fragilidade dos

tijolos.

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5. MÉTODO CONSTRUTIVO

Para a utilização dos blocos cerâmicos na função de vedação e separação

de ambientes, existem dois tipos básicos de alvenaria:

Tradicional: Onde não se faz um projeto de alvenaria, ou seja, todos os

processos construtivos das paredes de fechamento são basicamente

feitos sem um planejamento prévio. Desta forma, a mão de obra executa

o serviço com maior agilidade, porém perde em quesitos de qualidade e

controle de obra, acentuando o desperdício de materiais influenciando

diretamente no custo de obra.

Racionalizada: Ao contrario da tradicional, neste tipo de alvenaria já se

realiza uma paginação dos blocos cerâmicos, antes mesmo que esta

seja construída, determinando qual tipo de bloco será usado e aonde o

mesmo será empregado. Além de minimizar a sujeira e o desperdício

na construção, utilizando este método pode-se garantir uma melhor

qualidade na obra, evitando os chamados rasgos para a inserção das

instalações elétricas e hidráulicas. Entretanto, necessita-se de uma mão

de obra qualificada.

Ferramentas e Utensílios

É de extrema importância para que se tenha um serviço de qualidade, que o

pedreiro ou servente tenha a disposição todas as ferramentas necessárias para

que o mesmo execute o trabalho. Desta maneira, logo abaixo, serão

apresentados todos os utensílios úteis em um assentamento de blocos

cerâmicos:

Colher de pedreiro;

Esquadro de Aço;

Linha nylon;

Prumo de face;

Brocha;

Trena de aço;

Recipiente para água;

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Escantilhão telescópico com mola;

Andaimes reguláveis;

Masseira metálica ou plástica;

Suporte regulável para masseira;

Réguas técnicas com bolhas prumo nível;

Palheta ou desempenadeira;

Bisnaga para aplicação de argamassa de assentamento;

Carriola apropriada para o transporte de blocos e argamassas;

Gabaritos metálicos reguláveis para portas e janelas;

Furadeira de impacto ou revolver finca pinos;

E os principais materiais utilizados são:

Argamassa de vedação feita com cimento, areia e água ou

industrializada;

Blocos cerâmicos;

Água para limpeza e umidificação;

Armazenamento

Procurar locais secos e planos para que não haja alterações das

propriedades físicas e químicas do material. Alem disso, armazenar os

mesmos próximos as áreas onde serão fixados, para que se evite o

desperdício de tempo e a quebra de blocos devido ao transporte.

Execução da Alvenaria de Vedação

Para que a construção da alvenaria se feita com sucesso, é necessário

seguir alguns passos. Como:

Preparação da superfície:

1) Realizar a limpeza da laje ou viga onde será implantada a alvenaria.

2) Utilizando água e uma escova de aço, lavar as superfícies de concreto.

3) Fazer o chapisco da superfície que ficará em contato com a alvenaria

com três dias de antecedência.

4) Realizar uma pré marcação do alinhamento utilizando suporte de

madeira e um fio de nylon.

Page 12: Trabalho Materiais

5) Definir em quais alturas serão fixados os blocos ou fiadas que

constituem a alvenaria.

6) Fixar aos pilares as amarrações necessárias para garantir a estabilidade

da alvenaria.

Marcação:

1) Umedecer o alinhamento.

2) Assentar os primeiros blocos nas extremidades.

3) Em seguida assentar os blocos intermediários constituindo assim a

primeira fiada.

Elevação:

1) Iniciar o levantamento das demais fiadas assentando os blocos junto

com a argamassa.

Vale à pena ressaltar, que as juntas que são compostas pela argamassa,

devem ter de 8 a 18 mm de espessura para que a estrutura tenha uma melhor

capacidade de resistir às deformações.

A argamassa é aplicada ao bloco ou a fiada já fixada, utilizando a colher

de pedreiro ou uma bisnaga. Logo em seguida, fixar o bloco sobre a

argamassa e retirar o excesso da mesma com a palheta ou desempenadeira.

Sempre estar atento ao alinhamento de cada fiada, para que se tenha

uma parede retilínea e uniforme no final do processo. Um equipamento útil

neste processo é o prumo/nível.

Encunhamento ou respaldo:

Esta é a fase de fechamento da parede de alvenaria, onde pode ser feita

de duas maneiras.

Uma delas é ao invés de fixar a ultima fiada normalmente, esta será feita

com tijolos maciços inclinados a 45 graus das extremidades para o centro da

fiada, realizando assim, juntamente com a argamassa uma total vedação do

sistema.

A outra forma, é fixar a última fiada normalmente, com isso, irá sobrar

um espaço entre a viga ou laje e os blocos cerâmicos. Este espaço, por sua

vez, será preenchido com uma argamassa expansiva utilizando uma bisnaga

para facilitar o processo de fechamento da parede.

6. POSSÍVEIS PATOLOGIAS QUANDO MAL EMPREGADO

Page 13: Trabalho Materiais

Assim como qualquer outro material, quando mal empregado, o bloco

cerâmico também pode trazer problemas com o decorrer do tempo, portanto a

seguir temos várias situações na qual a falta de atenção ou até mesmo a má

execução pode acarretar.

Agentes Mecânicos

Trincas ou fissuras: Thomaz (1989) alerta que os elementos e componentes

construtivos se sujeitam a variações térmicas relacionadas às suas propriedades

físicas diariamente, o que varia as suas dimensões por meio da dilatação e contração.

A amplitude e a velocidade de tais movimentações térmicas devem ser consideradas

para a análise das fissuras. As fissuras também podem surgir em conseqüência de

alternância de ciclos de carregamento e descarregamento ou por solicitações

alternadas de tração e compressão. Fissuras providas de:

Sobrecarga: segundo Thomaz, (1989) nas alvenarias que recebem cargas

uniformemente distribuídas podem surgir dois tipos característicos de trincas: verticais

ou horizontais que provem da ruptura por compressão ou flexão da alvenaria ou da

argamassa de assentamento. A deformação transversal da argamassa também pode

provocar a ruptura por tração de nervuras internas dos blocos (figuras 18 e 19), o que

geram fissuras verticais e destacamentos do revestimento, como se observa na figura

20.

Devem-se evitar também as cargas excêntricas que podem romper com os

componentes da alvenaria, surgindo fissuras a partir de tal ponto bem como em

vértices de esquadrias.

Flexão de vigas e lajes:

A alvenaria é o ponto mais suscetível à flexão de vigas e lajes. Em paredes de

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vedação sem aberturas. Thomaz (1989) apresenta três configurações onde o

componente de apoio pode sofre maior, menos ou igual deformação em relação ao

superior. Vejamos:

Além disso, a viga em balanço pode sofrer flexão e pressionar a parede, apresentando

esmagamentos no encontro com a viga, como demonstrado na figura abaixo.

Recalques

de

Fundação:

Geralmente

são trincas inclinadas que se confundem com as causadas por deflexão de

componentes estruturais, porém possuem aberturas maiores e de tamanhos variáveis

que se direcionam ao ponto de maior recalque (THOMAZ, 1989).

a) Recalques diferenciados oriundos de carregamentos desbalanceados: o

trecho mais carregado demonstra maior recalque, formando trincas de cisalhamento.

b)Recalques em edifícios de carga uniforme: por consolidações distintas do aterro

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carregado:

Por interferência de uma construção de maior porte em uma menor:

Em decorrência do solo heterogêneo, uso fundações distintas e/ou rebaixamento

do lençol freático, conforme visível nas figuras abaixo:

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c) Recalques diferenciados entre pilares:

(Retração de produtos à base de cimento)

a) Retração de paredes e muros: diferentes retrações entre os componentes de

alvenaria e argamassa de assentamento podem originar trincas e destacamentos com

formação idêntica aquelas oriundas por variação de temperatura e umidades, as

fissurações. Nas figuras abaixo, podem ser observadas tais patologias.

c) Recalque plástico da argamassa provoca abatimento da alvenaria recente:

quando o encunhamento da parede com o componente estrutural superior é precoce,

ocorre o destacamento (figura 38), entre a alvenaria e a estrutura.

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6.1 - PREVENÇÕES PARA AS POSSÍVEIS PATOLOGIAS

Para se evitar o aparecimento de algumas das patologias mencionas, é valido lembrar

que se faz necessário antes de tudo um cuidado a mais na hora da execução da

edificação. Para encontrar a prevenção adequada para cada caso, é preciso então

identificar a causa da patologia. De um modo geral, nas patologias causadas por

infiltração e umidade é recomendado drenar a água junto à parede e impregná-la

com produtos impermeabilizantes; reparar as rupturas, desobstruindo entupimentos ou

ainda executar paredes duplas; bem como, permitir uma boa ventilação e isolamento

térmico dos compartimentos (NAKAMURA, 2011). Nos casos mais simples de

fissuras, onde não há necessidade de reforço de armadura, recomenda-se a limpeza

do local e aplicação de produtos adequados e disponíveis no mercado para cada caso,

bem como a utilização da chamada argamassa "podre", com traço 1:3: 12 (cimento,

cal e areia) para evitar novas patologias. Se tratando do destacamento do material ou

ainda entre paredes e pilares, recomenda-se a inserção de material flexível ou com

boa elasticidade no encontro dos mesmos, bem como, dependendo do grau de

patologia, possíveis juntas de movimentação nos locais das trincas.

6.2 – RECOMENDAÇÕES

Os edifícios de múltiplos pavimentos construídos com blocos cerâmicos vazados

de vedação, sem os devidos cuidados da tecnologia de alvenaria estrutural, devem

ser considerados sob suspeita, salvo melhor juízo decorrente da análise específica

de cada caso.

A falta de controle da qualidade dos blocos tanto na produção como na sua

aplicação na obra por si já justifica tal suspeita e constitui um claro sinal de

possível sensibilidade a problemas patológicos de natureza estrutural.

Além da qualidade dos blocos cerâmicos, outros aspectos já comentados só

reforçam a suspeita e a necessidade de discussão e disciplinamento de tais

práticas construtivas. Pelo menos as seguintes recomendações preliminares

devem ser consideradas sobre a questão:

a) abolir o uso de blocos cerâmicos de vedação na execução de paredes de

alvenaria estrutural;

b) não permitir o uso de blocos cerâmicos vazados assentados com furos na

direção perpendicular à do carregamento predominante, até que haja subsídios

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científicos e técnicos suficientes para comprovar a eficiência;

c) em qualquer obra de alvenaria estrutural deve-se respeitar os requisitos e

recomendações das normas técnicas vigentes, permitindo-se eventualmente a

aplicação criteriosa e baseada em fundamentos técnicos das disposições

constantes em normas técnicas e códigos estrangeiros de boa tradição;

d) utilizar blocos e outros materiais produzidos para uso estrutural, com o devido

controle da qualidade;

e) os usuários devem ser alertados sobre os sérios riscos do uso e manutenção

inadequados da edificação, inclusive referindo-se claramente à regulamentação

existente e relacionando o descumprimento às sanções legais cabíveis;

f) devem ser realizadas inspeções técnicas individuais nas edificações, por parte

de profissionais habilitados e sob-responsabilidade dos órgãos competentes, no

sentido de reavaliar ou auditorar tecnicamente a segurança estrutural e as demais

condições de habitabilidade das unidades.

7. CONCLUSÃO

Através de um estudo mais aprofundado consegue-se alcançar

conhecimento para conclusões mais exatas de um determinado material, suas

utilidades e seus tabus. Ao se falar de construção, surgem infinitos tipos de

materiais, cada um com suas características e funções, porém conhecê-los a

fundo, é realmente fundamental para os profissionais que almejam o sucesso.

Apesar dos brasileiros ainda resistirem às novidades, o mercado da

construção vem trazendo uma gama de novas tecnologias e praticidades

sustentáveis, e cabe ao profissional se adequar aos novos sistemas

construtivos e levar ao cliente segurança suficiente para a aceitação.

O trabalho faz um comparativo dos blocos mais tradicionais existentes,

no entanto ainda são utilizados mesmo sabendo dos desperdícios e problemas

ambientais por eles deixados. Fica aqui uma incógnita para um novo estudo, de

que forma podem ser quebrados tais tabus?

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AZEREDO, Hélio Alves. O EDIFÍCIO ATÉ SUA COBERTURA – Prática

de Construção Civil. Vol. 1 – 2ª edição. Editora Blucher. São Paulo, 1997.

BORGES, Alberto de Campos. PRÁTICA DAS PEQUENAS

CONSTRUÇÕES. Vol 1 – 6ª ed. Editor Edgard Blucher LTDA. SP, 1972.

BOORGES, Alberto de Campos. PRÁTICA DAS PEQUENAS

CONSTRUÇÕES. Vol 1 – 9ª ed. Editora Blucher. SP, 2009.

CÓDIGO DE PRÁTICAS N° 01: ALVENARIA DE VEDAÇÃO EM BLOCOS

CERÂMICOS / THOMAZ. Ercio – São Paulo: IPT – Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo, 2009.

NAKAMURA, JULIANA. Paredes de blocos cerâmicos. 2011. Disponível em:

<http://www.equipedeobra.com.br/construcao-reforma/18/imprime97056.asp.> Acesso

em: 13 mar. 2011.

SILVA, J. M. da; ABRANTES, V. Patologia em paredes de alvenaria: causas e

soluções. In: Seminário sobre Paredes de Alvenaria, PB Lourenço ET al. (Eds.), 2007.

THOMAZ, E. Trincas em Edifícios: causas, prevenção e recuperação. São Paulo: Pini,

EPUSP, IPT, 1989.